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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
1 O SISTEMA DA MODA 
1.1 O VESTUÁRIO 
1.1.1 Funções Práticas de Vestuário 
1.2 A MODA 
1.2.1 A Moda e o Corpo 
1.3 O ESTILO 
2 A EVOLUÇÃO DOS ESTILOS E OS CRIADORES 
2.1 O SISTEMA DA MODA 
2.2 WORTH E A MUDANÇA NO SISTEMA DA MODA 
3 O SISTEMA DA MODA A PARTIR DO SÉCULO XX 
3.1 HAUTE COUTURE 
3.2 PRÊT-À-PORTER 
4 LONDRES 
5 NOVA IORQUE 
6 MILÃO 
7 O SISTEMA DA MODA ATUAL 
7.1 FAST FASHION 
7.2 TENDÊNCIAS DE MODA 
8 PESQUISA DE TENDÊNCIAS 
 
MÓDULO II 
9 BREVE HISTÓRIA DA MODA E DOS ESTILOS 
9.1 O MERCADO DE MODA 
9.2 EXTERIORES E INTERIORES DO VESTUÁRIO FEMININO E MASCULINO 
9.2.1 Definição do wear 
9.3 IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO VESTUÁRIO 
9.3.1 Elementos de estilo 
9.4 MATÉRIA-PRIMA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
9.5 CORES 
9.5.1 Significado das Cores 
9.5.2 Padrões e Estampas 
9.5.3 Linhas – Formas, cortes e volumes 
9.5.3.1 Silhuetas 
10 INTERPRETAÇÕES CRIATIVAS 
 
MÓDULO III 
11 PÚBLICO-ALVO 
11.1 A SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE MODA 
11.1.1 Moda e identidade 
11.1.2 Nicho de mercado 
11.2 ALGUMAS TENDÊNCIAS DE MERCADO 
11.2.1 O consumidor é o conteúdo 
11.2.2 O consumidor é um mosaico de identidades 
11.3 MARCAS 
11.3.1 Marcas de moda 
11.4 LACOSTE 
11.5 WRANGLER 
12 DESIGUAL 
13 ELIE SAAB 
 
MÓDULO IV 
14 A CONSULTORIA DE MODA 
15 A CUSTOMIZAÇÃO E A PERSONALIDADE 
16 DESENVOLVIMENTO DO PORTFÓLIO INDIVIDUAL 
16.1 ESTILO PESSOAL 
16.2 TIPO FÍSICO 
16.3 FORMA E APRESENTAÇÃO DO PORTFÓLIO INDIVIDUAL 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 O SISTEMA DA MODA 
 
 
 “(...) A forma prática de identificar e conhecer os outros é a mais rápida e 
direta: pela maneira como se vestem, pelos objetos simbólicos que exibem 
(...)” Nicolau Sevcenko 
 
 
O Módulo I é introdutório e pretende abordar a formação do sistema da 
moda, considerando os antecedentes, socioeconômicos e culturais, que permitiram 
a estruturação da moda atual. Tomando como ponto de partida os conceitos de 
moda e vestuário e as suas construções simbólicas, o módulo pretende apresentar o 
estudo sobre o sistema da moda, enfocando os principais agentes do seu 
desenvolvimento, os estilos e suas características, os designers e sua linguagem até 
o sistema de produção haute-couture ou prêt-à-porter. Por fim o módulo irá trabalhar 
o papel e a influência das tendências de moda, considerando a importância de sua 
correta interpretação e utilização. 
 
 
1.1 O VESTUÁRIO 
 
 
"(...) a ocultação deliberada de certas partes do corpo, originou-se não como 
uma maneira de desencorajar o interesse sexual, mas como uma estratégia 
hábil de despertá-lo". (Lurie, 1997, pág.225) 
 
Desde o primeiro momento de vida a nudez humana é anulada ou 
modificada, por meio do uso de roupas que vão conferir a identidade sociocultural. 
Revestir o corpo nu por meio de ornamentos, acessórios, adornos ou até pintura 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
corporal e escarificação1 existe em todas as culturas e é um fator de adaptação ou 
exclusão social. 
Segundo Campelo (1997), o vestuário (e seus elementos: cores, estampas, 
corte, tecidos, etc.) constrói significados porque é um conjunto de códigos de 
comunicação, construídos de acordo com o contexto sociocultural. Compreender 
que o corpo vestido constitui um sistema de códigos com significados é fundamental 
para realizar uma consultoria de moda contextualizada e coerente com a identidade 
do indivíduo. Por meio do vestuário o corpo encarna um ideal mutável. Assim, o ato 
de vestir-se, de preocupar-se com a ocultação ou com a valorização de 
determinadas partes do corpo é o primeiro sinal da consciência de si próprio. 
 
 
1.1.1 Funções Práticas de Vestuário2 
 
 
1. Utilidade 
Uma das primeiras funções do vestuário é proteger o corpo do ambiente. A 
roupa tem de ser útil, prática e desempenhar a função para qual foi projetada. 
2. Modéstia / Decência 
Desde sua origem, uma das principais funções do vestuário era ocultar o 
corpo nu, como decoro ou como disfarce dos defeitos, (reais ou imaginados). O 
conceito de modéstia varia conforme a época e a cultura. 
3. Imodéstia / Indecência 
De acordo com os conceitos da época e da cultura, o vestuário realça a 
atratividade de determinadas partes do corpo, ou imita a textura da pele, com o uso 
de tecidos como o cetim ou a seda. 
4. Adorno / ornamentação 
Enriquecer o corpo expressando criatividade, individualidade e indicando a 
interação em um grupo ou cultura, independentemente da preocupação com o 
conforto ou com a saúde. 
 
1
 Adornar o corpo com desenhos, imagens ou palavras ao coçar, gravar, queimar / marcar ou cortar 
superficialmente criando cicatrizes no corpo. 
2
 Fashion Design. O Manual do Estilista, págs. 24-28. (ver Referências no fim deste módulo). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
5. Diferenciação Simbólica 
"(...) A função do vestuário (...) assegura simultaneamente a distinção da 
espécie étnica e a dos sexos." (Campelo, 1996, pág. 84) 
Por meio do vestuário e atualmente pelas marcas e griffes de luxo, é 
possível diferenciar, disfarçar e reconhecer a profissão, a posição social ou o estilo 
de vida. 
6. Filiação social 
O vestuário é uma forma de pertencer a um grupo, como um esforço para 
ser aceito no contexto social. O conceito de fashion victim, expressa justamente o 
esforço do indivíduo para ser aceito socialmente, estar sempre “na moda”, em 
detrimento de sua própria personalidade. Nesta função encontra-se também o 
vestuário usado como expressão de rebeldia contra o sistema, um grupo ou uma 
ideia. Ex.: movimento Punk. 
7. Autoaprimoramento psicológico 
Indica o esforço individual para construir a própria identidade, buscando 
maneiras de se diferenciar dentro dos requisitos definidos pela sociedade, por um 
grupo, por uma empresa. 
8. Modernismo 
O vestuário e a moda estão associados às grandes capitais da cultura, 
porque são ambientes favoráveis à novidade, à mudança, à expressão da 
modernidade. 
 
 
1.2 A MODA 
 
 
"A moda não passa do reflexo dos costumes da época e os estilos são o espelho, 
não o original.” (Lurie, 1997, pág.27) 
 
Bourdieu (2004) considera que o ser humano tem a necessidade de 
diferenciação e de exclusividade. Para tanto criou diversas ferramentas sociais e a 
moda é uma delas. A moda é usada para tornar o ser humano mais jovem, mais 
alto, mais magro, mais rico, para criar, recriar e valorizar sua imagem corpórea. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
(Lurie, 1997). A moda pode ser vista como um mecanismo que proporcionaao 
indivíduo um sentido de pertencimento a um grupo particular, mas ao mesmo tempo 
é uma ferramenta de diferenciação, de expressão da personalidade. Esse é o 
paradoxo da moda: é um fenômeno coletivo que ao mesmo tempo valoriza o 
indivíduo. 
A teoria de Bourdieu (2002) considera ainda que a moda é um campo social, 
com suas regras e com seus agentes próprios. A mutabilidade e a magia seriam os 
motores do campo da moda, os princípios de sua dinâmica e as garantias de sua 
sobrevivência. A magia é a força, a crença que sustenta e valida o campo da moda. 
“Na forma de crédito, o capital simbólico é uma dádiva atribuída àqueles que 
possuem legitimidade, autoridade para impor categorias do pensamento e, portanto 
uma visão de mundo.” (Bourdieu, 2004, p.10). A magia da moda cria o que o autor 
chama de capital cultural, materializado em bens e valores em forma de produtos 
(roupas e acessórios). 
Na teoria de Veblen (1899)3 a moda é uma ferramenta de ostentação, de 
consumo, um símbolo de riqueza e status social, de distinção, diferenciação e 
exclusividade. Para o autor a relação moda – posição social regeu o aparecimento 
de estilos exclusivos ao longo da história, permitindo às classes altas manterem seu 
status (Lurie, 1997). 
As leis suntuárias, o custo da roupa, a mão de obra e o material usado, os 
manuais de boas maneiras, as etiquetas de marca, o uso de celebridades 
associadas às marcas de luxo, as lojas decoradas e os desfiles exclusivos são 
mecanismos que reforçam os conceitos de consumo conspícuo de Veblen (1899) e 
de capital cultural em Bourdieu (1983). 
Por um lado a moda indica as mudanças econômicas, as transformações 
das normas e valores sociais. Por outro lado a moda é por si só, motor das 
mudanças socioculturais. A moda fabrica as escolhas de consumo, de imitação ou 
de rejeição de um determinado estilo de vida. A moda ocorre pela mudança 
permanente. Entretanto, de acordo com Carli (2002), as mudanças propostas pela 
 
3
 Os conceitos principais da teoria de Veblen, alguns atualmente considerados ultrapassados: Divisão 
conspícua (quanto mais trajes um indivíduo exibir, mais alto é seu status). Multiplicação conspícua 
(possuir várias roupas semelhantes para nunca repetir uma peça). Material conspícuo (uso de 
material caro e de difícil obtenção ou fabricação). Desperdício conspícuo (material ou adornos 
desnecessários para a construção do vestuário) Ócio conspícuo (usar roupas elaboradas, que inibem 
os movimentos, para demonstrar que não realiza trabalho braçal). Consumo vicário (demonstrar 
riqueza por meio dos gastos dos familiares). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
moda são superficiais e não essenciais. As mudanças radicais na moda acontecem 
esporadicamente ou são consideradas arte, vanguarda. Nesse sentido a moda é 
muito mais conservadora do que se pensa. A “moda muda incessantemente, mas 
nem tudo nela muda. (...) A mudança na moda atinge antes de tudo os elementos 
mais superficiais, afeta menos frequentemente o corte de conjunto dos trajes.” 
(Lipovetsky, 2001, p.31-32) 
 
 
1.2.1 A Moda e o Corpo 
 
 
“(...) o superastro da nova moda é o corpo, e este se tornou o local do 
consumo conspícuo.” (Etcoff, 1999, p. 259). 
 
A moda venera o corpo. Mutável, contraditória e efêmera, a moda é também 
a maneira do corpo humano reinventar-se continuamente. Nesse sentido, a roupa 
não possui apenas a função de proteção, pudor ou adereço, mas é um ato de vida, 
de diferenciação, de identificação: “(...) portar uma vestimenta é fundamentalmente 
um ato de significação, (...).” (Cidreira, 2005 pág. 95). A moda realiza uma 
necessidade humana: olhar e ser olhado, atribuindo ao corpo visibilidade social 
contemporânea, na qual as relações sustentam-se pelo ato de ver e de ser visto: 
“sou visto logo existo”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 O ESTILO 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
"Fashion fades; Style goes on forever.” 
Coco Chanel4 
De acordo com Aguiar (2003), estilo é a expressão pessoal do indivíduo, a 
expressão do seu caráter, e a indicação sobre a forma como se relaciona com o 
mundo. 
O estilo é um conjunto de elementos visuais com características que 
distinguem um indivíduo de outro e refletem os ideais, o modo de vida de uma 
época, ou de uma cultura. Ao longo da evolução do sistema da moda os tecidos, as 
cores, os acessórios, as peças de vestuário, os calçados e complementos tornaram-
se elementos de individualização, de diferenciação ou de associação do sujeito para 
com a sociedade da sua época. 
Aguiar (2003) argumenta ainda que criar um estilo é estar adequado 
visualmente à época em que se vive ao estilo da maneira que se fala, como se 
movimenta, como se vive. Na análise da autora, não existe por isso, estilo correto ou 
incorreto, mas o estilo que não combina com a pessoa. Estilo não é incorporar as 
tendências de moda sem coerência com o modo de ser do indivíduo. Vidas 
diferentes, estilos diferentes. 
 
 
2 A EVOLUÇÃO DOS ESTILOS E OS CRIADORES 
 
 
O estilo faz parte da comunicação visual, que influencia a relação do sujeito 
com o mundo, com o outro, de acordo com a época. Por meio do estilo do vestuário 
de cada período é possível identificar os valores, as crenças, a atitude, a posição 
feminina e masculina, o clima cultural, social e econômico. 
 
 
 
FIGURA 1 - A EVOLUÇÃO DOS ESTILOS 
 
 
 
4
 “A moda passa, o estilo fica para sempre.” 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
 
 
Figura 1 A evolução dos estilos. Fonte: Fashion Design. O Manual do Estilista. Sue Jenkyn Jones. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
FIGURA 2 - A EVOLUÇÃO DOS ESTILOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Fashion Design. O Manual do Estilista. Sue Jenkyn Jones. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
 
2.1 O SISTEMA DA MODA 
 
 
A moda “(…) é colocada aqui como tendo um começo localizável na história 
(...) Só a partir da Idade Média é possível reconhecer a ordem própria da 
moda como sistema, com suas metamorfoses incessantes, seus 
movimentos bruscos, suas extravagâncias.” (LIPOVETSKY, 2001, pág.23) 
 
Segundo o autor “entre 1340 e 1350, a inovação difundiu-se por toda a 
Europa ocidental. A partir desse momento as mudanças vão precipitar-se; as 
variações do parecer serão mais frequentes, mais extravagantes, mais arbitrárias; 
(...).” (Lipovetsky 2001, pág.23). No fim da Idade Média e início da Renascença 
Italiana (1350 e 1500), fatores como as exportações do Oriente, a produção de 
tecidos de melhor qualidade no Ocidente, a riqueza dos que sobreviveram à peste 
negra5 e de uma nova classe de comerciantes, desencadearam uma atenção à 
vestimenta como forma de demonstração de poder e prestígio: “apareceu o grande 
novo-rico, de padrão de vida faustoso, que se veste como os nobres, que se cobre 
de joias e de tecidos preciosos, que rivaliza em elegância com a nobreza de sangue, 
(...)” (Lipovetsky, 2001, pág.40) A respeitabilidade era obtida com o uso de roupas 
mais luxuosas que as da nobreza. O desenvolvimento da capacidade técnica ajudou 
a criar a reputação do corte italiano, constantemente reelaborado, adotado ou 
descartado, como uma “moda”. Os italianos conferiam àsroupas uma obsolescência 
planejada, tornando impossível, mesmo a um aristocrata, comprar continuamente 
novas roupas. 
Mas o sistema da moda não nasceu baseado somente na necessidade de 
distinção social, mas sim também graças à “(…) lógica da inconstância, as grandes 
mutações organizacionais e estéticas da moda” (Lipovetsky, 2001, pág.10). O 
sistema da moda formou-se graças às mudanças de comportamento, ao rompimento 
com a tradição e ao gosto regular e constante por novidades. 
 
 
 
 
5
 1350 – 1400 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
FIGURA 3 FASHION DOLLS 
 
No século XVII os estilos de roupa “na moda” 
eram ditados e divulgados pela nobreza e a aristocracia. 
Durante o reinado de Louis XIV, a corte francesa 
enviava bonecas6 em proporção ao tamanho real para 
outras cortes europeias, vestidas com os mais recentes 
estilos, incluindo todos os detalhes de confeção, para 
serem copiadas em tamanho natural. Mme. Rose 
Bertin7, que se autointitulava ministro da moda, graças à 
sua influência com a Rainha Maria Antonieta, criava 
exuberantes vestidos e chapéus. Por volta de 1804, 
Napoleão Bonaparte aproveitou o biotipo ideal da 
Imperatriz Josephine para promover a economia do 
país, por meio da moda alongada do costureiro da corte 
francesa Leroy. 
A produção em larga escala e a massificação dos 
estilos a partir da Revolução Industrial que se intensificou 
no século XX, popularizou a moda e ao mesmo tempo 
reafirmou a necessidade dos grupos de elite se 
diferenciarem. 
Com a Revolução Industrial, oficinas se 
converteram em fábricas e o artesão cedeu lugar ao 
operário. O trabalho antes feito em uma pequena oficina 
passou a ser realizado em larga escala nas fábricas e 
usinas. Segundo Thompson (1998), entre 1850 e 1860 novas especialidades 
apareceram com as inovações tecnológicas da maquinaria e da manufatura. Os 
velhos ofícios domésticos foram desaparecendo e o trabalho de costureiras e 
 
6
 Em 1945, por exemplo, o Theatre De La Mode, organizado pela Chambre Syndicale de Haute 
Couture, enviou por diversos países, bonecas usando criações de estilistas parisienses com a 
intenção de demonstrar que mesmo após ser arrasada pela Segunda Guerra Mundial a alta costura 
francesa ainda mantinha a supremacia e a qualidade. 
7
 Inaugurou em Paris a boutique "The Grand Mogol". 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.fashion-
era.com/fashion_dolls.htm> 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
FIGURA 4 MME 
Rose Bertin, ministro da 
moda. 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://forum.marie-
antoinette.org/viewtopic.php?f
=12&t=1022&start=30> 
Acesso em: 13 nov. 2012 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
alfaiates foi substituído pela atividade de novos profissionais, treinados para lidar 
com as inovações tecnológicas e para aplicá-las na indústria do vestuário. 
 
 
2.2 WORTH8 E A MUDANÇA NO SISTEMA DA MODA 
 
 
Os anos de 1852 a 1870 são considerados de extravagância da moda 
francesa. A sociedade parisiense estava ávida para demonstrar sua recente riqueza. 
Gastar com a vestimenta indicava logo à primeira vista as possibilidades 
econômicas, sociais e culturais do indivíduo (Veblen, 1899). Worth retirou da cliente 
o poder de escolha sobre a criação, assumindo ele próprio o papel de criador de 
tendências e de estilos ostentosos da elite, ficando conhecido como o “Pai da Alta 
Costura”. Worth foi responsável pela “(...) revolução no processo de criação da 
moda. (...) Sob a iniciativa de Worth a moda chega à era moderna; tornou-se uma 
empresa de criação, mas também de espetáculo publicitário” (Lipovetsky, 2001, pág. 
72). Ele foi responsável por uma série de pequenas alterações no sistema e na 
indústria de moda do período. 
Segundo Marly (1980), as inovações técnicas que Worth aplicava no uso de 
detalhes, tecidos e cores provinham de um conhecimento de engenharia e 
geometria. Worth organizava sua confeção como uma linha de produção, em que 
cada empregado tinha uma função específica, metas de produção, regras de 
trabalho e distribuição do espaço. Uma estrutura comum atualmente, mas 
impensável na época. Os vestidos eram criados em partes padronizadas e 
intercambiáveis, permitindo resultados mais rápidos, economia de tecido e qualidade 
no acabamento, superior à dos alfaiates parisienses. Em 1860 adotou os moldes de 
papel e treinou a modelista. Worth empregou a máquina de costura para tudo a não 
ser para os serviços mais delicados e era receptivo (e patrocinador) às invenções 
que fizessem a aplicação de enfeites e adornos mais rápida e com qualidade. De 
Lyon (França), Worth comprava tecidos de seda e recebia amostras dos últimos 
padrões para a aprovação, como atualmente as tecelagens fazem com os estilistas. 
 
8
 Seus contemporâneos se referiam ao Segundo Império como a Época de Worth ("L'epoque de 
Worth") 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
Worth inventou um vestido imenso de crinolina9 que se tornou popular com a 
Princesa Eugénie10. Aboliu o uso do casquete11, criou vestidos na altura do tornozelo 
para o verão de 1860, e em 1867 criou o vestido princesa, achatado na frente e 
armado em uma grande cauda atrás – a farfalha. 
Worth incentivava o uso do corset (espartilho), que valorizava suas saias 
com crinolina. Em 1871, após a queda do Império, a Maison Worth reabriu para 
atender as ricas clientes norte-americanas, 
pertencentes à aristocracia, que desfrutava de um 
período de crescimento econômico nos Estados 
Unidos. As coleções de Worth eram preparadas em 
Paris e enviadas em poucas semanas para serem 
copiadas na América. 
Woth foi o primeiro costureiro a identificar 
suas roupas por meio de uma etiqueta interna. A 
etiqueta da Maison Worth era símbolo e certificado 
de autenticidade, qualidade, status e do: “(...) poder 
do mago, cuja assinatura ou griffe miraculosa não é 
senão uma manifestação exemplar (...) um abuso 
de poder (...) reconhecido.” (Bourdieu, 2002, pág. 
29). 
 
"One of the most powerful personages of our 
epoch"12. 
 
 
Worth compreendeu este valor “mágico” das 
roupas, que impregna o vestuário não pela sua 
funcionalidade ou beleza, mas pelo preço alto – pelo fato de serem inacessíveis à 
 
9
 Estrutura em forma de cone feita de tecido e metal usado para sustentar as enormes anáguas e 
saias. Consumia de 9,14 m a 27,42 m ou mais de seda. 
10
 Em 1868 a Imperatriz ordenou a confecção de duzentos e cinquenta vestidos com crinolina para 
usar em cerimônias em torno da inauguração do Canal de Suez. 
11
 Espécie de chapéu pequeno que cobria o topo da cabeça das mulheres. Era considerado um item 
de decoro e demonstrava boa posição social. 
12
 “Um dos mais poderosos personagens de nossa época”. The New York Times. 
 
 
FIGURA 5 EVOLUÇÃO DA 
CRINOLINA 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://thecostumersmanifesto.c
om/costumeoldsite/classes/fashi
ondress/BustlePeriods.htm> 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
maioria das pessoas. Ele inovou o processo de produção de roupas de luxo e criou o 
sistema Haute Couture. Ao agregar valor simbólico, capital cultural e prestígio à 
roupa, Worth definiu o sistema da moda para os séculos seguintes. 
 
 
3 O SISTEMA DA MODA A PARTIR DO SÉCULO XX 
 
 
O século XX deu lugar a um sistema da moda espetacular, baseado na 
relação com o cinema e cujo principal mecanismo de divulgação eram os desfiles de 
moda. 
Paris estabeleceu-se como a grande representante da alta-costura e 
Londrescomo lançadora do mercado de pronto-a-vestir13, impulsionado pelos 
grandes magazines. Com inspiração nas fashion-plays14 do teatro londrino Mme. 
Lucille (Lady Duff Gordon)15 criou encenações que apresentavam manequins 
exóticas em trajes espetaculares. Nas lojas de departamento de Paris os desfiles de 
moda recriavam os flâneuses, passeios ociosos da alta burguesia. Na metade do 
século XX os desfiles eram tão constantes que a demanda por manequins 
aumentou, surgindo as agências de modelos16. No início dos anos de 1920, Jean 
Patou apresentou suas manequins em fila, no final do desfile, usando um fino 
peignoir17 de algodão. 
As produtoras cinematográficas Pathé18 e Gaumont uniram-se às maisons 
para exibir os desfiles durante os cinejornais e Paul Poiret19 foi o primeiro couturier a 
promover suas criações, com filmes de enredo simples. Em 1911, a produtora Pathé 
 
13
 prêt-à-porter, ou ready to wear. 
14
 Comédias musicais dramatizadas em que um desfile de moda aparecia. 
15
 Entre outras inovações, Mme. Lucile criou uma linha de decote mais baixa, patrocinou a pesquisa e 
o desenvolvimento do atual modelo de soutien em 1909 e introduziu acessórios coordenados por cor 
em 1911. 
16
 Empresas especializadas em descobrir e empresariar o trabalho de modelo, faz o contato entre o 
cliente e a profissional. 
17
 Peça feminina longa e esvoaçante usada sobre a camisola. 
18
 ou Pathé Frères, fundada em Paris, em 1896 tornou-se a maior empresa de equipamento e de 
produção cinematográfica e fonográfica. No início do século XX introduziu o trailer, com notícias e 
desfiles. 
19
 (1879-1944) estilista francês. Em 1899 trabalhou para a Maison Doucet e em 1901 para a Maison 
Worth. Em 1903 abriu sua própria Maison e em 1906 modificou o espartilho, criando uma moda mais 
confortável. Em 1909, influenciado pelo estilo oriental trazido pelo Ballets Russes de Sergei Diaghilev, 
introduziu turbantes, calças estilo odalisca e vestidos inspirados no kimono. Em 1911 criou a saia 
entrave, ampla nos quadris e estreita nos calcanhares. (O´Hara, 1998, págs. 188-189) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
produziu filmes curta-metragem, dedicados à moda de vanguarda e os estúdios de 
Hollywood associaram-se a criadores como Elsa Schiaparelli20, Lanvin21 e Chanel22. 
Segundo Nacif (2002), a estratégia do star-system da indústria 
cinematográfica (especialmente em Hollywood) influenciou a moda durante 1930 e 
1940. Os figurinos eram divulgados para as revistas de moda antes do lançamento, 
por meio dos stills 23 (Lurie, 1997, pág.156) e eram copiados por costureiras e 
magazines. A relação entre a moda e o cinema contribuiu, então para a criação de 
um sistema de moda midiático: 
 
“O sistema de merchandising, utilizado pelos estúdios, seguia uma 
estratégia montada junto com os grandes magazines nova-iorquinos. Não 
só roupas, mas todo um conjunto de produtos (…), era divulgado por meio 
da publicidade indireta dos filmes, influenciando os usos e lançando 
padrões de comportamento”. (NACIF, 2002, pág.39) 
 
 
Foram ainda durante os anos 30 que se estabeleceram a designação das 
primeiras fileiras para jornalistas, socialites, personalidades e figuras políticas. Em 
1955 a estilista Mary Quant complementava a sua coleção a ser desfilada com 
acessórios e objetos para criar uma ambientação (styling). 
A década de 60 assistiu à ascensão do criador de prêt-à-porter, ao 
crescimento da moda masculina e aos ateliers que surgiram para romper com o 
 
20
 (1890-1973) Unia a arte surrealista e a moda para criar roupas sofisticadas, elegantes e 
excêntricas. Artistas como Dali e Cocteau desenhavam acessórios e estampas para suas coleções. 
Vestidos de noite em tweed, ombreiras, peles tingidas, zíperes decorativos, cores vibrantes (shocking 
pink), botões de diversos formatos, bolsas que se acendiam ao serem abertas, chapéus de materiais 
e formatos inusitados. (O´Hara, 1998, págs. 211-212) 
21
 (1867-1946) Nos primeiros anos do século XX, suas criações eram muito apreciadas pelas jovens. 
Em sua loja vendia estilos para a mãe e filha. Criou os “robes de style”, vestidos com inspiração no 
século XVIII, populares até a década de XX. Criou o vestido chemise, que se tornaria a linha básica 
dos anos de 1920. Suas criações são reconhecidas pelos bordados primorosos e trabalhos manuais. 
A ela é associado um tom de azul: “Lanvin blue”. (O´Hara, 1998, págs. 148-149) 
22
 (1883-1971) Estilo confortável e clássico. Em 1914 criava vestidos chemise e em 1916 utilizava o 
jersey (tecido maleável usado para roupa esportiva) para roupas casuais. Adaptou sweaters 
masculinos para serem usados sobre saias retas. Em 1920 introduziu calças amplas para mulheres, 
baseadas no modelo marinheiro, e pijamas – vestimenta confortável para usar na praia. Cinza, azul 
marinho e bege eram os principais tons de suas coleções. Popularizou o vestido preto básico, criou 
cardigans e vestidos sem gola, usados com longos colares de pérolas falsas, bijuteria e pedras 
semipreciosas. (O´Hara, 1998, págs. 59-61) Chanel estreou em Hollywood como figurinista em 1931, 
desenhando para a atriz Barbara Weeks e durante a década de 1930 desenhou o figurino para 
diversos filmes da United Artists. Leese (1991). 
23
 Fotografias das roupas dos personagens principais, feitas no estúdio de cinema, durante os 
intervalos de filmagens e que são encaminhados para as revistas de moda. 
 
 
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 19 
estabelecido24. Na década de 70 a Chambre Syndicale separou os desfiles de alta-
costura, destinados à divulgar a griffe, dos desfiles pronto-a-vestir, destinados a 
compradores e jornalistas. Os espetáculos de rock dos anos 80 influenciaram os 
desfiles de moda e o produtor de espetáculos tornou-se produtor de desfiles, 
transformando o conceito do estilista em performance, com aparatos como 
refletores, trilhas sonoras épicas, grandes ecrãs, etc. 
 
 
3.1 HAUTE COUTURE 
 
 
Haute Couture é uma marca registrada, protegida, que só pode ser utilizada 
por determinadas empresas que se enquadram nos critérios e padrões de criação e 
execução de vestuário sob medida e que receberam essa designação do Ministério 
da Indústria da França. A Chambre Syndicale de la Confection et de la Couture pour 
Dames et Fillettes foi criada em 1868 por Charles Frederick Worth, com o objetivo de 
impedir as cópias dos estilos exclusivos. Atualmente, a Fédération Française de la 
Couture, du Prêt-à-Porter des Couturiers et des Créateurs de Mode25, tem como 
objetivo promover o crescimento da indústria da moda francesa e Paris como a 
capital mundial do design de moda, bem como preservar seu patrimônio: a história e 
o estilo francês. 
Fazem parte da Federação: 
 Chambre Syndicale de la Haute Couture, presidida por Didier 
Grumbach; seus membros incluem empresas designadas Maisons de Haute 
Couture. 
 Chambre Syndicale du Prêt-à-Porter des Couturiers et des Créateurs 
de Mode, criada em 1973, é presidida por Guillaume de Seynes (Hermès) e é 
formada por casas de alta-costura ou designers de pronto a vestir. 
 Chambre Syndicale de la Mode Masculine para empresas de pronto a 
vestir masculino é presidida26 por Thierry Andretta (Lanvin). 
 
24
 Em 1964 Courréges utilizou paredes de vinil e caixas pintadas de branco como assento, criando 
uma atmosfera que rompeu com o estilo dos desfiles exuberantes da década anterior. 
25
 http://www.modeaparis.com/fr 
26
 Pierre Cardin é presidente honorário 
 
 
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 20 
A Federação promove estratégias de crescimento, proteção27 e formação28 
para o setor de moda. Para tanto, estabeleceos calendários dos desfiles de moda 
para alta-costura, e pronto a vestir masculino e feminino: 
 Janeiro e julho – 30 desfiles de Alta-costura e 40 desfiles de moda 
masculina; 
 Março e outubro – 150 desfiles de moda para pronto a vestir feminino. 
A Federação trabalha em parceria com a organização de Milão para 
estabelecer uma programação coerente entre as semanas de moda europeias. 
O lucro dos desfiles e das vendas das casas de alta-costura, atualmente 
procede de fabricantes e varejistas que pagam um valor determinado para assistir 
aos desfiles, conforme o objetivo: alguns buscam a ideia geral e compram o direito à 
inspiração. Outros compram o direito de reproduzir o modelo completo ou o molde 
em toile com a especificação dos detalhes, amostra do tecido e acabamentos. 
A Federação determina quais casas de alta-costura são elegíveis para 
receberem a denominação Haute Couture. Para ser considerada uma casa de alta-
costura, a empresa deve produzir cinquenta designs novos e originais para dia e 
noite a cada coleção29. Deve realizar dois desfiles ao ano, empregar um mínimo de 
vinte funcionários a tempo integral na área técnica em atelier ou confecção. Por 
causa das regras restritas apenas algumas casas podem usar a marca exclusiva 
Haute Couture30. 
A produção da Haute Couture envolve uma apurada técnica manual na 
construção de cada peça, pois deve estar precisamente adaptada ao cliente. A 
primeira etapa é feita com o toile (tecido muito fino de linho ou algodão). O toile é 
então aberto para ser transferido para o corte. A segunda prova é feita com o traje 
alinhavado, de forma a verificar os ajustes finais e a terceira prova é realizada com a 
peça praticamente finalizada no corpo da cliente. 
 
27
 A Federação é o representante da indústria diante do governo, das agências públicas e dos 
sindicatos dos trabalhadores da indústria da moda. 
28
 Ecole de la Chambre Syndicale de la Couture (criada em 1927). 
29
 http://fashion-era.com/chambre_syndicale.htm#Worth Founds The First Chambre Syndicale In 1868 
30
 http://www.modeaparis.com/en/members/ 
 
 
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 21 
Paris ainda se mantém como epicentro da moda, reforçando o estatuto 
criado no século XIX, quando era a capital artística e cultural da Europa. Ainda hoje 
em Paris encontram-se os grandes escritórios de design, as escolas, os 
fornecedores, criadores e showrooms das principais marcas que formam as 
indústrias da Haute Couture e do Prêt-à-porter. O estilo da moda francesa é 
caracterizado pela limpeza na silhueta e corte complexo, pelo caimento que 
acompanha o corpo, pela valorização dos métodos tradicionais de alfaiataria e de 
técnicas precisas à mão. Os tecidos leves e delicados e o acabamento impecável. 
 
 
3.2 PRÊT-À-PORTER 
 
 
“Na raiz do prêt-à-porter31, há essa democratização última dos gostos de moda 
trazida pelos ideais individualistas, pela multiplicação das revistas femininas e pelo cinema, 
 
31
 Segundo o autor, o nome prêt-à-porter foi criado por J.C. Weill em 1949, a partir da expressão 
inglesa ready to wear. 
 
 
FIGURA 6 GAULTIER HAUTE COUTURE 
AH 12 13 (outono inverno 12/13) 
FONTE: Disponível em: http://www.jeanpaulgaultier.com/brand/en/hc/fashion-by-jean-paul-
gaultier> Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
mas também pela vontade de viver no presente, estimulada pela nova cultura hedonista de 
massa.” (Lipovetsky, 2001, pág.115) 
 
De acordo com Lipovetsky (2001) depois da Segunda Guerra Mundial, a 
alta-costura de Paris perdeu o estatuto de vanguarda, de fonte única das tendências 
de moda elitistas. A alta-costura passou a ser mais uma fonte de inspiração, assim 
como os filmes, a cultura, etc., e as coleções são usadas como propaganda para 
promover as diversas linhas de produtos (cosméticos, perfumes) de corporações 
como LVMH (Louis Vuitton, Moët, Henessy) e vender as criações como demi-
couture32 ou sob licença. Por meio da renovação da gestão das casas alta-costura, 
com a contratação de novos designers como McQueen, Stella McCartney, Michael 
Kors, o setor tem procurado manter-se no mercado. 
Lipovetsky (2001) afirma que o que destruiu a alta-costura foi a lógica da 
produção industrial e a valorização da “cultura juvenil” dos pós-guerra, essenciais 
para o estabelecimento do prêt-à-porter e para a definição do estilo da década de 60 
– espontâneo, criativo e original. Nesse período, a rua, que ditava a moda e o prêt-à-
porter consolidou-se como centros autônomos de tendência e a primeira geração de 
jovens estilistas lançou uma moda sportswear, nova, de espírito leve. 
Em 1959, Pierre Cardin apresentou a primeira coleção prêt-à-porter no 
magazine Le Printemps em Paris e foi expulso da Chambre Syndicale de la Haute 
Couture. Cardin foi o primeiro costureiro a assinar acordos com fabricantes de prêt-
à-porter, para explorar o prestígio de sua griffe junto ao uma clientela maior e em 
1961 lançou sua marca prêt-à-porter masculino. 
Yves Saint-Laurent33 criou em 1966 a primeira coleção prêt-à-porter de 
acordo com os requisitos industriais e não como mera adaptação da alta-costura. 
“São as criações do prêt-à-porter que agora encarnam o espírito da moda 
em sua expressão mais viva.” (Lipovetsky, 2001, pág.113). O Prêt-à-porter fundiu a 
indústria e a moda, a novidade das ruas e o estilo. Tornou a moda acessível a todos, 
porém com inspiração nas últimas tendências. Por meio do prêt-à-porter e da 
introdução do estilismo, o vestuário produzido em série mudou de estatuto, e tornou-
se um produto de moda. A indústria associou-se aos estilistas e o prêt-à-porter 
 
32
 Ou prêt-à-porter de luxo inspirado na couture 
33
 Na mesma época YSL lança sua primeira boutique prêt-à-porter: Saint-Laurent Variation. 
 
 
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 23 
tornou-se um vestuário com valor, que somou a moda e a estética à produção em 
série. 
 
 
4 LONDRES 
 
 
É uma das mais importantes capitais da moda e do design atualmente, 
concentrando as maiores e mais importantes lojas, empresas, designers, escritórios 
de moda do Reino Unido. 
A indústria britânica sempre foi reconhecida pela alta qualidade da lã e da lã 
penteada, bem como pelos tecidos de algodão. Entretanto, a abertura de mercados 
nos anos 90 dizimou a produção interna, que foi deslocada para países da Europa 
Central e do Extremo Oriente. 
O estilo londrino é reconhecido pela qualidade em lã, por sua característica 
anárquica e excêntrica, ligado ao mercado jovem, de rua (estilo Punk) e lançador de 
ideias. 
O British Fashion Council (BFC)34 foi fundado em 1983 (a partir do Fashion 
Industry Action Group, criado em 1981), com o objetivo de divulgar o design britânico 
e desenvolver a posição de Londres como uma das maiores capitais da moda 
juntamente com Nova Iorque, Milão e Paris. Uma das funções do BFC é divulgar as 
coleções de designers britânicos junto à imprensa internacional, por meio do London 
Fashion Week. O BFC é responsável pelo British Fashion Awards, premiação anual 
que celebra o talento da indústria de moda britânica. 
 
 
5 NOVA IORQUE 
 
Até a Segunda Guerra Mundial a moda nos Estados Unidos da América era 
dependente do estilo de Paris, de onde comprava as peças piloto ou os moldes para 
 
34
 O BFC é responsável pela implantação de estratégias que apoiam a indústria da moda, entre elas o 
apoio a novos designers e a criação da iniciativa BFC Colleges Council que estabelece uma ligação 
entre os graduadosdas principais escolas de design do Reino Unido e a indústria. 
 
 
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 24 
serem reproduzidos. As tendências europeias chegavam ao público americano por 
meio do cinema de Hollywood, o principal canal de divulgação. 
Foi somente durante a Segunda Guerra Mundial que a América, conseguiu 
desenvolver sua própria identidade de moda e Nova Iorque tornou-se a capital da 
moda casual. 
O estilo americano é desportivo e descontraído, caracterizado por roupas de 
trabalho femininas em algodão, pela incorporação de elementos do esporte na roupa 
do dia a dia, pelo corte descomprometido, prático e confortável. O desenvolvimento 
tecnológico aplicado à indústria têxtil colocou a moda americana como líder do 
vestuário de alta performance e na moda esportiva. 
Nos anos 60, Jacqueline Kennedy popularizou o estilo casual elegante e nos 
anos 80 o estilo moderno, chique e prático de Donna Karan e Calvin Klein 
conquistaram a Europa. O jeans wear é historicamente e esteticamente associado à 
moda americana, aos cowboys, ao rock n´roll, ao movimento hippie, popularizando 
marcas como a Levi´s e a Wrangler. 
A moda norte-americana é regulada pelo Council of Fashion Designers of 
America, Inc. (CFDA)35, uma associação de comércio sem fins lucrativos, que 
angaria fundos para a caridade e para as atividades da indústria. Fundada em 1962 
a associação tem como objetivos posicionar o design de moda como um ramo 
reconhecido da arte e da cultura, promover os padrões artísticos e profissionais, 
estabelecer e manter um código de ética e práticas de benefício mútuo nas relações 
profissionais, públicas e comerciais, promover e implementar a compreensão e a 
apreciação pública pela moda por meio de liderança em qualidade e gosto. 
 
 
6 MILÃO 
 
 
Baseada na forte origem e qualidade do trabalho artesanal, a indústria da 
moda italiana emergiu como a segunda maior a nível nacional, depois da destruição 
causada pela Segunda Guerra Mundial. 
 
35
 www.cfda.com 
 
 
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 25 
Forte no setor de couro, malharia e moda masculina, a característica 
principal da indústria de moda italiana é sua deslocalização, sendo que cada região 
é especializada numa atividade: algodão, calçado, estamparia em seda e lã. O 
epicentro da indústria e capital da moda e do design italiano é Milão. 
O estilo italiano é notório pela qualidade e estrutura da alfaiataria, que 
estabeleceu padrões e estilo da roupa masculina. Além disso, o estilo italiano é 
caracterizado pelo uso de tecidos leves, uso de cores, padrões e texturas de forma 
clássica. 
Fundada em 1958 (inicialmente para durar 10 anos), em Roma, a Camera 
Nazionale della Moda Italiana36 sofreu uma atualização em 1962, tornando-se uma 
organização privada, não política, com o objetivo de operar ativamente no setor de 
moda. A associação protege, disciplina, coordena, promove e fortalece o 
desenvolvimento da moda italiana como imagem nacional e internacional. Em 2000 
a associação firmou protocolo com a França de maneira a coordenar os calendários 
europeus dos desfiles de moda, o que garantiu Milão como protagonista na cena da 
moda internacional e contribuiu para alianças com Londres e Nova Iorque. Em 2005 
a associação assinou novos protocolos com o objetivo de fortalecer a integração 
entre os dois países e aumentar a competição diante dos novos desafios do 
mercado internacional. 
 
36
 www.cameramoda.it 
 
FIGURA 7 - A modelo Kate Moss foi inspiração para o escultor 
Marc Quinn, que também esculpiu a controversa obra Alison Lapper 
Pregnant para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 
Londres em 2012. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.guardian.co.uk/music/2006/apr/12/2> 
Acesso em: 13 dez. 2012. 
 
 
 
 
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 26 
 
 
7 O SISTEMA DA MODA ATUAL 
 
 
No século XXI, o sistema da moda está estruturado no espetáculo das 
imagens, da aparência, do consumo, da cópia sem significado (Debord, 1997; 
Novaes, 2004 e Bucci, 2004). A moda é um instrumento que legitima o culto às 
celebridades, às identidades espetaculares, incentivando o consumo de mercadorias 
por meio das imagens e da promoção das marcas. As imagens de moda atuam de 
maneira metafórica para criar uma ligação sensorial do consumidor, com o produto 
principal da griffe, a roupa, ou com seus produtos secundários. 
A moda contemporânea deixa de ser acabada e estática, imposta e restrita, 
para se tornar dinâmica e interativa e não ser vista separada de seu usuário. A 
linguagem corporal é ampliada e universalizada, permitindo novos limites, 
comportamentos, relações interpessoais e narrativas. A existência da moda na pós-
modernidade é caracterizada pela diversidade. 
A lógica de mudança da moda e sua associação com o efêmero ou o fútil 
vão de encontro com os padrões da sociedade pós-moderna (McLuhan, 1971), que 
valoriza a integração, da interação e do estar em processo. 
A lógica da mudança permanente comanda a configuração da moda 
transmitindo a ideia de inovação. O “estar na moda” é criado nos meios de 
informação, que concebem o desejo por um “novo” produto, pela imagem que ele 
projeta e pelo valor simbólico de sua griffe. O “novo” produto rapidamente perde o 
valor, porque era constituído por imagens e imagens são efêmeras. Surge então, o 
desejo por algo “novo”. 
 
 
7.1 FAST FASHION 
 
 
O final do século XX e início do século XXI viram a formação de um novo 
panorama mundial que rege as relações sociais, culturais e econômicas, de acordo 
 
 
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 27 
com uma lógica global, de internacionalização dos mercados e do desenvolvimento 
das tecnologias de informação e comunicação. O fim dos acordos internacionais de 
comércio37 e os novos métodos de distribuição, de produção e de consumo 
massificado, elevado, e descartável estabeleceram uma moda baseada na aceitação 
rápida, imitação e criação de identidades efêmeras (Clark, 2008). 
O fast fashion (Clark, 2008 e Thomas, 2008) é um sistema globalizado e 
baseado na velocidade, (Capatti et al, 2006), estruturado em uma indústria 
fragmentada, formada por redes de fornecedores internacionais e com uma 
produção verticalmente integrada que cria roupas (ou partes) em um país, fabrica 
em outro e comercializa num terceiro (Clark, 2008 e Cataldi; Dickson; Grover, 2010). 
De acordo com Lynas (2010), o objetivo do fast fashion é produzir roupas 
baratas a baixo custo, com tecidos, materiais e construção de qualidade inferior, por 
meio de uma mão de obra explorada, resultando em um produto que não se 
mantém por longos períodos, que será rapidamente descartado, pois sairá de moda 
ou apresentará defeitos. Han (2009) e Lee (2009) consideram que os fatores 
essenciais para a fast fashion são a novidade, a conexão com as tendências, a 
sensação de exclusividade e o preço baixo, visando principalmente os consumidores 
jovens. O modelo tradicional38 do sistema da moda, no qual os estilos eram 
renovados, duas vezes ao ano foram contidos em períodos de quatro a seis 
semanas (Cataldi; Dickson; Grover, 2010) ou menos. 
Segundo Lee (2009), a partir da década de 1980 empresas europeias 
começaram a transferir a etapa da produção do vestuário para países como 
Filipinas, Malásia, Tailândia e Indonésia e a partir de 1990 para Bangladesh, Sri 
Lanka; Paquistão, India, Vietname e China, mantendo na Europa apenas o controle 
das marcas, da criação e das redes de distribuição. A autora afirma que, atualmente 
países em desenvolvimento39 são responsáveis por 75% das exportações mundiais 
de roupas, sendoque mais de um quarto da produção de vestuário e têxtil do mundo 
está na China e na India. Em menos de uma década o mercado mundial foi 
inundado por artigos copiados das grandes griffes a preços muito baixos, 
 
37
 O Acordo Multifibras (1974 a 1994) e o Acordo de Têxteis e Vestuário (1995 a 2005), que 
estabeleciam tarifas de importação especialmente sobre os produtos chineses, na tentativa de 
proteger a indústria europeia. 
38
 Tradicionalmente os ciclos de compra estavam baseados em previsões de longo prazo que 
ocorriam com um ano a seis meses antes da estação. 
39
 Principalmente os BRIC: Brasil, Rússia, Índia e China. 
 
 
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 28 
popularizando a moda, aumentando a concorrência internacional e determinando o 
desaparecimento de unidades fabris no mundo todo. Atualmente, a indústria da 
moda é a 3ª ou 4ª maior do mundo (Lee, 2009), composta por inúmeros setores que 
englobam a indústria têxtil e de vestuário, o que colocou a indústria da moda entre 
as que mais geram impacto ambiental e social. 
Segundo Lipovetsky (2001), a moda tem as características necessárias para 
a cultura da velocidade, que constitui as sociedades pós-modernas, porque 
acompanha e incorpora as mudanças do meio tão rapidamente quanto as 
tecnologias informáticas, que busca informações em outras sociedades para 
construir e reconstruir outras realidades. 
 
 
7.2 TENDÊNCIAS DE MODA 
Acompanhar as tendências é importante, 
mas manter o estilo é fundamental. 
 
Tendências são inclinações, probabilidades que apontam para as direções 
que um determinado acontecimento poderá tomar no futuro, com base no estudo do 
que ocorre no presente. As tendências não ocorrem como um processo de rutura 
radical com o passado, mas sim na continuidade, evolução progressiva em direção à 
mudança. 
Os fatores que poderão tornar-se tendências estão normalmente 
relacionados com conceitos de bem-viver: conforto, saúde, bem-estar, felicidade. 
Assim toda inovação ou mudança que beneficie (mesmo aparentemente) o estilo de 
vida, terá boa aceitação. É possível dizer que as tendências contemplam um 
princípio hedonista surgido no Renascimento, da valorização do indivíduo e de seus 
desejos. 
No caso da moda, por muitos séculos a adoção dos estilos era caracterizado 
por um movimento definido como trickle-down (gotejamento), que partia das elites e 
descia para as massas. De acordo com Veblen (1899) "trickle down" são padrões de 
consumo que despencam de cima para baixo da hierarquia social. Esse conceito foi 
muito criticado, visto que a partir da metade do século XX, os lançadores de estilo de 
consumo, de moda e de comportamento pertenciam a grupos que apareciam no fim 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
da hierarquia. Entre 1950 e 1960 as tendências de comportamento e de moda 
começaram a surgir primeiramente nas ruas para subir até as camadas mais altas 
da sociedade, que passaram a adotar os novos estilos. Esse movimento é 
denominado bubble-up (ebulição). 
 
 
 
 
 
 
8 PESQUISA DE TENDÊNCIAS 
 
 
Para a identificação das tendências que irão influenciar a sociedade, é 
necessário haver um grande trabalho de pesquisa, desenvolvido por grupos 
multidisciplinares de profissionais, que envolvem pesquisadores de diversas áreas e 
setores da sociedade. Esses grupos trabalham, normalmente, para grandes 
empresas e corporações e tem como objetivo compreender a sociedade e o mundo 
hoje para projetar possíveis caminhos para o futuro. Dependendo do cliente a 
pesquisa de tendência analisa cenários econômicos, políticos, sociais, culturais e no 
 
 
FIGURA 9 BUBBLE-UP 
FONTE: Jones, 2005, pág51 
 
 
 
FIGURA 8 TRICKLE-DOWN 
FONTE: Jones, 2005, pág51 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
caso da moda, enfatiza a análise no comportamento, da estética do período, 
considerando sempre as variáveis externas e a forma como poderão influenciar a 
aceitação dos estilos propostos. Assim, no caso da moda, para a elaboração das 
tendências que influenciarão os próximos estilos de vestuário, as pesquisas enfocam 
os seguintes aspetos (Treptow, pág.78): 
 
 Pesquisa de Comportamento – social, econômico, cultural; 
 Pesquisa de Mercado: concorrência (direta e indireta) e influências 
econômicas, políticas, internacionais; 
 Pesquisa de Tendências: feiras e eventos especializados; interpretação 
das pesquisas de comportamento e de mercado em informações de moda e estilo 
(cores, texturas, linhas e silhuetas, etc.) 
 Pesquisa Tecnológica: feiras e eventos especializados; inovações, 
desenvolvimento para o setor; 
 Pesquisa Regional: em busca de fontes de materiais, inspirações, 
técnicas, etc. 
 
A pesquisa de tendências é um trabalho que envolve diversas áreas do 
conhecimento, de acordo com o objetivo e da aplicação da pesquisa. O pesquisador 
de tendências de moda, também denominado trend watcher, nunca trabalha 
sozinho, mas com uma equipe multidisciplinar. É um “caçador de acontecimentos”, 
que possui informação e sensibilidade para detestar as mudanças e variações 
sociais que poderão dar origem ao desejo do consumidor por novos serviços e 
produtos. 
 
Mas quais são as fontes de tendências? 
 
A busca pelas tendências futuras tem início nos acontecimentos do 
presente, que podem ser encontradas nos jornais e revistas, nos blogs, sites, 
comunidades virtuais, no meio televisivo, livros publicados, filmes lançados, nas 
músicas de influência e até mesmo nas propagandas. Também são fontes de 
tendência relatórios, pesquisas, seminários, congressos e feiras, as universidades, 
 
 
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 31 
os centros de pesquisa, museus, lojas, as competições esportivas, os destinos 
turísticos, as ruas e as cidades e até os aeroportos. 
Assim, o profissional de pesquisa de tendências deve ter uma visão ampla, 
global e atenta dos acontecimentos atuais, estar conectado com uma rede de 
pessoas informadas, para que possa formar cenários, perspetivas para ajudar um 
determinado setor a tomar decisões acertadas e coerentes com as expectativas do 
consumidor no futuro. 
As tendências de moda são divulgadas por meio de seminários, feiras e dos 
cadernos de tendência40, elaborados por empresas especializadas, que muitos 
meses antes começam um trabalho de pesquisa e de interpretação para o mercado 
de moda. Os cadernos de tendência apresentam propostas de cores, tecidos, 
texturas, formas, cortes, designers, serviços, marcas, etc. 
As tendências de moda revelam, portanto, indicadores de mudança de 
comportamento, correntes presentes na cultura e no meio social, que irão afetar, 
alterar ou modificar as necessidades e os desejos do consumidor e, portanto o seu 
estilo de vida. 
O contexto econômico-social da atualidade está formando a direção das 
tendências de consumo futuras. Questões como a crise econômica mundial, a crise 
ambiental, as relações globais e locais, o crescimento das comunidades virtuais e de 
uma identidade cada vez mais global, da conectividade das informações e da maior 
mobilidade irão influenciar a perceção e a maneira como o indivíduo se relaciona 
com o mundo e certamente a maneira como se relaciona com a moda. 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
40
 Catálogos que exprimem as direções possíveis para o setor do vestuário, com o objetivo de obter 
sucesso no mercado-alvo. Os cadernos de tendência são elaborados de acordo com o segmento 
(feminino, masculino ou infantil), com o setor (têxtil, calçados, acessórios, por exemplo) ou estilo de 
mercado (jeans wear, underwear, etc.).AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
MÓDULO II 
 
 
O módulo II pretende oferecer ferramentas para a compreensão do mercado 
de moda feminino e masculino atual, identificando suas principais características. 
Para tanto, o módulo inicia com uma breve apreciação da evolução do traje ao longo 
da história para então trabalhar com os clássicos do vestuário feminino e masculino 
e posteriormente com componentes mais importantes para a composição do 
vestuário. O módulo finaliza com o estudo e interpretações criativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
9 BREVE HISTÓRIA DA MODA E DOS ESTILOS 
 
 
A necessidade de diferenciação ou de associação entre indivíduos ou 
grupos sempre existiu e a roupa sempre foi uma das principais formas do ser 
humano conseguir distinção, pois era um indicador do status e do papel social de 
cada pessoa. Na pré-história, os mais poderosos usavam as peles dos animais mais 
perigosos e difíceis de caçar, possuíam uma ornamentação mais elaborada, 
enquanto os membros "menos importantes" usavam peles de animais mais mansos, 
comuns e sua ornamentação corporal era mais rústica ou inexistente. As leis 
suntuárias, estabelecidas durante a Idade Média, tentaram reforçar o poder e a 
diferença entre as classes, restringindo o uso de determinadas cores, estampas e 
tecidos aos clérigos e nobres. A obtenção do tom púrpura e do carmim era muito 
difícil e, portanto sua utilização era reservada à realeza – essa é a origem da 
expressão “sangue azul”, significando dignidade real. O cidadão comum usava 
tecidos de fabricação barata com cores de fácil obtenção, como o algodão cru ou a 
lã. 
A moda no sentido estrito quase não aparece antes da metade do século 
XIV. Data que se impõe, em primeiro lugar, essencialmente em razão do 
aparecimento de um tipo de vestuário radicalmente novo, nitidamente 
diferenciado segundo os sexos: curto e ajustado para o homem, longo e 
justo para a mulher. (...) a mesma toga longa e flutuante, usada mais ou 
menos indistintamente há séculos pelos dois sexos, foi substituída por um 
lado, por um traje masculino (...); por outro lado, substituiu-a um traje 
feminino. (...) Transformação que institui uma diferença muito marcada para 
toda a evolução das modas futuras até o século XX. (LIPOVETSKY, 2001, 
p.29-30). 
 
Segundo Lipovetsky (2001), foi a partir da Idade Média que a vestimenta 
surgiu como moda e como instrumento de valorização das zonas erógenas. A túnica 
usada até então se dividiu em parte de baixo e parte de cima e as peças passaram a 
combinar-se para diferenciar homens e mulheres, comunicar posição social, 
agrupamentos, crenças, etc. As roupas adquiriram um significado social e cultural, 
foram associadas à riqueza e ao recato, incitando ao mesmo tempo a curiosidade 
sobre as partes cobertas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
No final do século XVIII e início do século XIX, com a queda da monarquia 
em vários países e mais tarde com a descoberta da anilina durante a Revolução 
Industrial, as leis suntuárias perderam o sentido, pois era possível produzir roupas 
de qualidade, bonitas e acessíveis às classes baixas. Mesmo após as revoluções 
destes períodos, as pessoas ainda procuravam diferenciar-se usando tecidos ou 
modelos diferentes. 
Até o começo do século XX, homens e mulheres de classes mais altas 
tentavam adotar modelos exclusivos, que vinham de Paris. Tecidos importados, 
criações de estilistas consagrados, trabalhos manuais, estampas raras eram usadas 
apenas por uma classe que podia pagar o preço da fabricação. A distinção entre 
classes passou a ser definida por meio das marcas, das griffes e dos estilos 
exclusivos. 
No início do século XX, sob a influência da mudança de valores instituídos 
durante da Primeira Guerra Mundial, a roupa tornou-se mais prática, mais informal e 
funcional. No período da depressão1 nos anos de 1930, a roupa glamorosa passou a 
ser vista apenas no cinema. Os ternos dos homens e das mulheres escureceram e 
eram feitos em tecidos mais grossos e duráveis. Os terninhos, vestidos e blusas 
femininos eram revestidos com ombreiras e acinturados abaixo da cintura. 
Na década de 40, a Segunda Guerra Mundial agravou as dificuldades 
econômicas em muitos países. Entre 1940 e 1945, milhares de mulheres entraram 
no mercado de trabalho, assumindo novas atividades e novos papéis na sociedade, 
até então considerados trabalhos masculinos. Na moda, as restrições impostas ao 
vestuário2 estagnaram a indústria têxtil e de vestuário, que tiveram de desviar sua 
produção para o auxílio às campanhas militares. Tecidos como a lã, a seda, o rayon 
e o algodão estavam restritos e o nylon antes usado para a produção da meia-calça 
passou a ser usado na produção de para-quedas, tendas e cordas. As mulheres que 
trabalhavam fora eram incentivadas a usar as roupas dos maridos, reformadas e 
 
1
 A Grande Depressão ou a Crise de 1929 – período de recessão econômica que durou até o fim da 
década de 1930. No Brasil e na Argentina, países pouco industrializados na época, a Grande 
Depressão acelerou o processo de industrialização. A Grande Depressão ajudou a ascensão de 
regimes como o nazista e o fascista. 
2
 Na Inglaterra as restrições iniciaram-se em 1941 com a distribuição de cupons para aquisição de 
roupas. Em 1942 um homem conseguiria comprar apenas um par de meias a cada 4 meses, uma 
camisa a cada 18 meses, um terno a cada dois anos e um casaco a cada seis. As Roupas Utilitárias 
(Utility Clothing) eram roupas mais baratas. A etiqueta (Civilian Clothing 1941 = C41) indicava as 
restrições na confecção. A campanha Faça e Remende (Make do and Mend) orientava as donas de 
casa a reaproveitarem ao máximo as roupas que já possuíam. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
adotaram o costume de usar calças. As que trabalhavam em fábricas, como 
operárias, usavam turbantes para proteger seus cabelos. As saias ficaram mais 
curtas e retas, os calçados com saltos resistentes e tailleurs com ombros quadrados. 
A jardineira tornou-se uma peça muito comum por ser prática. 
A década de 50 assistiu ao retorno do glamour com Christian Dior, que 
buscou inspiração noestilo eduardiano (New Look) e definiu a linha daquela década 
(Linha Corolla). Os anos 50 refletem também a moda urbana e jovem, que mudaria a 
dinâmica do sistema da moda. A partir dos anos 60 a moda jovem, o pronto a vestir 
caracterizou o estilo da época, embalado pelos Beatles e pelo estilo boneca, 
imortalizado pela manequim Twiggy. O vestido saco, o biquíni, a minissaia, a 
influência da pop-art e da alfaiataria definem a geração beatnik3. 
A chegada do homem à lua no final da década e a Guerra do Vietnam 
contribuíram para a revolução da moda na década seguinte, que assistiu ao 
nascimento da geração hippie4, cujos ideais baseavam-se no amor livre, no rock e 
nas drogas. Os estilos nativos misturam-se ao jeans, que se tornou a peça ícone do 
período. Em uma onda contrária, o estilo disco5 indicava a associação da tecnologia 
e da comunidade homossexual na música e nas roupas, com a incorporação de 
fibras fluorescentes, brilhantes, elásticas na roupa, criando um visual sexy, unisexo e 
exuberante. A década de 80 assiste ao nascimento do street wear, das tribos 
urbanas e dos yuppies6, estilos que definiram os cortes geométricos e amplos, as 
cores vivas e tons pastéis. 
O estilo punk, nascido no final da década de 70, define a antimoda como 
forma de protesto. Artistas como Madonna e Olivia Newton-John influenciaram a 
moda jovem e o culto ao corpo saudável. A exuberância dos anos 80 chega ao fim 
com a queda do Muro de Berlin em 1989, estabelecendo o estilo clean e andrógino 
 
3
 Termo pejorativo associado à Geração Beat, que influenciou a cultura jovem e nova-iorquina dos 
anos de 1950 e 1960, com uma ideologia anticonformista e boêmia. 
4
 Movimento jovem, nascido nos Estados Unidos nos anos de 1960, que teve como antecedente a 
Geração Beat e cujos valores estavam estruturados na paz, no amor e no espírito de comunidade. 
5
 Gênero musical que nasceu como reação à dominação da música rock, associada aos grupos 
heterossexuais e machistas. A música dance era estigmatizada neste, tanto pela sociedade 
tradicional, quanto pelos movimentos de contracultura, por sua associação com a homossexualidade, 
a revolução sexual e o feminismo. 
6
 Caracterizam jovens profissionais bem-sucedidos e ambiciosos, típicos do final da década de 80, 
cuja mentalidade era focada nas necessidades e anseios individuais. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
dos anos 90. O estilo desconstruído, destruído e o visual grunge7, influenciam a 
moda e a alta-costura. O fim do século assiste ao reavivamento de estilos antigos, 
ao retorno das técnicas artesanais, do trabalho manual e da aceitação de estilos 
diversos e ecléticos. 
 
 
9.1 O MERCADO DE MODA 
 
 
O mercado do vestuário mundial (varejo e indústria de roupas e acessórios), 
de acordo com a empresa de consultoria Lucintel8, era de US $1,097 bilhões em 
2011 e alcançará US $1,369 bilhões em 2017. O mercado de moda é segmentado 
em feminino, masculino e infantil, para facilitar a estrutura de produção e de 
mercado. Cada um destes segmentos divide-se em outros mais específicos de 
acordo com nichos, definidos pelas características regionais, culturais, etc. 
O maior segmento do mercado de moda é o feminino adulto e jovem, em 
torno de 57%. Nos últimos cinco anos este segmento cresceu à medida que as 
consumidoras passaram a gastar três vezes mais do seu rendimento em roupa, para 
acompanhar as mudanças mais frequentes da moda. 
O mercado de moda tem canais de distribuição cada vez mais fragmentados 
e conta com lojas de varejo (venda direta ao público) e atacado (venda em 
quantidade para as lojas). Entretanto, no mercado de varejo, há ainda diferentes 
formas e características de distribuição, como as cadeias de lojas, lojas de 
departamentos, franqueadas, outlets (lojas de desconto), feiras e mercados de 
usados ou de trocas, lojas pop-up (pop-up stores, abrem durante um curto período 
de tempo), lojas online. 
 
 
 
 
 
7
 Estilo de rock, inspirado no punk, heavy metal e indie, com letras angustiantes e melancólicas, que 
rejeitavam performances elaboradas. Influenciou a moda com um estilo desleixado, com camisas de 
flanela xadrez e jeans rasgados. 
8
 www.lucintel.com 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 
 
9.2 EXTERIORES E INTERIORES DO VESTUÁRIO FEMININO E MASCULINO 
 
 
9.2.1 Definição do wear 
 
 
O estilo do vestuário, do mercado e do público-alvo, define o wear9. O uso 
das roupas foi sendo construído ao longo da história, de acordo com a evolução dos 
costumes, das necessidades e dos avanços tecnológicos. A popularização do 
esporte após a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, difundiu o uso de roupa 
esportiva e descontraída (sportswear), que influenciou também a roupa casual. A 
ocasião de uso da roupa pode definir também o segmento, por exemplo, 
womenswear, menswear ou childrenswear. 
Os usos mais comuns na definição e classificação do vestuário são: 
 
 Under wear: roupa íntima, lingerie; 
 Home wear: roupas confortáveis, para estar “em casa”; 
 Casual wear: roupa confortável, para lazer ou trabalho sem 
formalidade; indica a gama de uso com maior abrangência, tendo sofrido influências 
do sports wear, jeans wear, street wear, entre outros; 
 Beach wear: uso para praia ou piscina; 
 Surf wear: para prática do surf; 
 Active wear: uso para a prática de fitness; 
 Sportswear: uso para a prática esportiva e de competição; 
 Jeans wear: índigo, sarja etc. (com origem nos anos 50, expressa a 
cultura norte-americana, está associada à comodidade, informalidade e praticidade. 
Roupas de fácil manutenção, com confeção reforçada); 
 Street wear: roupa urbana, com raízes nos anos 80 e influências da 
moda de rua japonesa; 
 
9
 O uso, ou ocasião de uso da roupa. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 Rigor wear (BR)10: uso formal, para cerimônias e jantares de gala; 
 Party wear: uso para lazer, formal; o termo é recente e designa 
principalmente roupas femininas ou masculinas de festa para público jovem; 
 Work wear: roupas de uso utilitário, para o trabalho. Pode indicar o 
uniforme utilitário, como os militares, de garçon, vendedores ou uniforme social, 
como o office wear (uso em ambientes corporativos, como escritórios), ou ainda o 
uniforme de segurança, como bombeiro, apicultor, etc. 
 Costume wear: uso teatral ou cinematográfico, figurino; 
 House wear: uso da casa, têxteis lar – artigos de cama, mesa, banho. 
 
 
9.2.2 Definição da Linha e do Tipo 
 
 
No mercado de moda o segmento feminino, masculino ou infantil inclui itens 
do vestuário que são categorizados, conforme o uso e a função. As categorias que 
classificam as peças auxiliam tanto no momento de planear a coleção, quanto nas 
estratégias de marketing, de merchandising e também na consultoria de moda. 
A linha de produtos11 estabelece grupos de peças criadas por uma 
empresa ou designer. Os grupos são formados por peças que desempenham a 
mesma função e ajudam a determinar e identificar o mercado-alvo, o tipo de canal 
de distribuição e até a faixa de preço. As linhas de produtos são classificadas em: 
 
 Tops – peças cuja função é vestir a parte superior do corpo. 
 Bottoms – peças cuja função é vestir a parte inferior do corpo. 
 Dress – vestidos 
 Sets – conjuntos (de calças ou saias), compostos pelo menos por duas 
peças. 
 Coats – peças exteriores, usadas por cima com função de proteção. 
 
10
 Formal wear (EUA, Canada) formal dress (GB, Australia, Nova Zelândia) ou evening wear11
 Determinadas empresas, consideram as peças multifuncionais (que atendem mais que uma 
função) como fazendo parte de uma linha específica. Outras linhas: Shoes (linha de calçados), Gifts 
(linha de presentes, lembranças e brindes), Perfumary (produtos cosméticos e de cuidado do corpo). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 Overall – roupa inteiriça, que une as partes de cima e de baixo da cintura. 
 Bodysuits – peça de roupa ajustada que cobre o tronco até o gancho. 
 Lingerie – peças íntimas. 
 Acessories – acessórios, que adornam o corpo. 
 Complements – os complementos são itens conjugados com a roupa. 
 Manufactures – elementos adicionais ao visual, cuja utilidade é facilitar o uso da 
roupa ou do próprio usuário. 
Cada Linha de Produto subdivide-se em Tipos de produtos, ou seja, 
especificamente as peças que compõem a Linha. 
Assim sendo: 
Linha Tipo (exemplos) 
Tops Camisas, camisetas, blusas, tops, túnicas 
Bottoms Saias, calças, shorts, bermuda 
Sets Tailleurs, casaco e blusa, ternos 
Coats Casacos, jaquetas, gabardines, blazers 
Overall Macacão, jardineiras 
Bodysuits Maiôs, bodies, biquínis 
Lingerie Soutiens, calcinhas, ligas, etc. 
Acessories Joias, bijuterias, óculos, acessórios de cabelo 
Complements Xales, cachecol, lenço, echarpes 
Manufactures Necessaires, cintos, carteiras, bolsas, malas, etc. 
FONTE: a autora. 
 
Bottoms Fonte: a autora 
Bermuda: calça curta, até os joelhos. 
Calças baggy: corte largo no quadril e ajustado no tornozelo. 
Calças boca-de-sino: corte ajustado até os joelhos e amplo na bainha. 
Calças capri12: corte folgado, curto (até a canela) e afunilado. 
Calças cargo: inspiradas nos uniformes dos militares dos anos 70 possuem corte 
folgado, cós reto, ajustado por cinto, vários bolsos. 
 
12
 Balneário de Capri, Itália, muito famoso na década de 1950. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
Calças cigarrete, pescador ou cropped: calça reta, justa e de boca fina, comprimento 
até os calcanhares, com bainha virada ou simples. 
Calças clochard: corte largo, cintura alta e franzida, com cinto ou elástico. 
Calças corsário: calça ajustada até o joelho. 
Calças fuseau: modelagem ajustada, com uma tira elástica sob o pé. 
Calças knicker: larga no quadril e franzida abaixo do joelho, com botão ou fivela. 
Calças leggings: típica da década de 80 é ajustada como uma segunda pele. 
Calças pantalona: corte reto no cós e largo a partir dos quadris. 
Calças saint-Tropez: cós abaixo da cintura. 
Calças slim: calças afuniladas com cintura baixa. 
Calças saruel: influência marroquina, ampla no gancho. 
Calça tradicional: cós na linha da cintura, 5 bolsos, bainha reta. 
Saia balão: estilo característico do período pós 2ªGM. Franzida na cintura e bainha, 
com uma modelagem convexa. 
Saia-calça: muito amplas, usadas para o ciclismo no século XIX13. 
Saia com pala: modelo ajustado entre a cintura e o quadril e solto até a bainha. 
Saia envelope: corte transpassado em que um lado se fecha sobre o outro. 
Saia evasé: corte em círculo ou semicírculo, solta abaixo do quadril. 
Saia franzida: estilo originário do vestuário camponês com modelagem rodada e leve 
franzido no cós, criando pregas suaves. 
Saia godê: construída a partir de um ou dois cortes de tecidos, está associada à 
década de 50, quando era usada com camadas de anáguas. 
Saia pareô: retângulo de tecido atado em torno da cintura. 
Saia rabo-de-peixe: corte estreito até abaixo das ancas, terminando em godê. 
Saia reta: caracterizada pelo corte reto dos quadris à bainha; está associada ao 
estilo da década de 40. 
Saia tulipa: corte convexo, com cintura alta e franzida, mais estreita na barra. 
 
Tops Fonte: a autora 
Camisa: corte reto, manga curta, com abotoamento frontal e colarinho. Pode ser 
estampada ou decorada, ou de material mais rígido (safari). 
 
13
 criada por Amelia Bloomer 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
Camisa pirata, cigano ou poeta: corte solto, com mangas bufantes e babados 
frontais e nos punhos. 
Camisa polo: gola ampla, com três botões na frente e mais longa nas costas que na 
frente. Pode ser com mangas longas e sem colarinho. 
Camisa rigor: usada para ocasiões formais: black tie ou white tie. Colarinho rígido, 
punho com abotoaduras, e abotoamento invisível, com ou sem pregas. 
Camisa social: camisa com colarinho rígido, com abertura frontal, do colarinho à 
bainha e mangas com punhos. 
Camiseta sem manga: ombros mais largos que a regata. 
Camisola de noite: peça para dormir de tecido leve e confortável. 
Frente única: painel frontal preso em torno do pescoço, com ombros visíveis. 
Regata: camiseta sem mangas, com cavas profundas e decote baixo, usada por 
atletas ou operários. A versão feminina é denominada top. 
Camiseta: camisa sem gola ou abotoamento e com mangas curtas (também longas), 
feita de malha de algodão, originariamente era roupa interior. 
Tip-top: peça infantil cuja construção também se assemelha ao body feminino, com 
fechamento entre as pernas. 
Tomara-que-caia: peça tubular sem ombros e mangas, feito de tecido elástico ou 
preso por uma tira amarrada na frente. 
Túnica – uma das peças mais antigas, de corte reto, com ou sem mangas. 
 
Dress Fonte: a autora 
Vestido avental: frente-única e amarrado atrás, na cintura. 
Vestido chemisier: corte inspirado nas camisas masculinas. 
Vestido envelope: inspirado no sarongue é enrolado no corpo, transpassado na 
frente e amarrado na cintura. 
Vestido frente-única: o painel da frente é amarrado no pescoço. 
Vestido império: ajustado sob a linha do busto. Estilo típico do século XIX. 
Vestido tubo: justo, largo, curto ou comprido. Criado por Coco Chanel. 
Vestido recortado: com recortes, aberturas no corpo do vestido, criado por 
Courréges na década de 60. 
 
Coats Fonte: a autora 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
Casaco: peça exterior longa, masculina ou feminina, com mangas longas, 
fechamento frontal com botões, zípers, ganchos, fivelas ou a combinação de vários, 
com ou sem cinto e tiras nos ombros. 
Jaqueta: peça exterior curta até a cintura ou quadris, mangas longas e zíper frontal. 
Moleton: agasalho atlético de mangas longas com ou sem capuz. 
Suéter: peça de roupa tricotada para inverno. 
 
 
9.3 IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO VESTUÁRIO 
 
 
9.3.1 Elementos de estilo 
 
 
De acordo com Jones (2005), a primeira reação do consumidor ao vestuário 
é a cor, seguida pela forma e por último o tato. Assim, é de extrema importância 
conhecer as características e a interferência dos elementos de estilo na composição 
do visual. Elementos de estilo são componentes visuais que constituem o produto e 
que lhe confere identidade, característica visual. Os elementos de estilo podem estar 
ou não em harmonia e são responsáveis pela mensagem transmitida pela roupa. 
Pormenores como fendas, pregas, babados, franzidos e o próprio enviesamento do 
tecido podem acentuar um estilo, estar associado a uma época e conferir 
singularidade às peças. 
 
 
9.4 MATÉRIA-PRIMA 
 
 
O tecido é a matéria-prima da moda e pode por si só despertar o desejo de 
consumo. Os tecidos podem ser de fibras naturais (obtidas a partir de recursos 
animais, vegetais ou minerais), artificiais (obtidas a partir do processamento químico 
e físico de fibras naturais) ou sintéticas (criadas em laboratório). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
As fibras determinam as características dos tecidos, como a elasticidade, o 
caimento, a retenção de calor, etc. 
Os tecidos podem aindaser planos (construído com base no entrelaçamento 
perpendicular de dois fios, como num tear) ou de malha (construído como o tricot, 
formando uma malha plana ou circular, formando uma malha tubular), que possuem 
mais maleabilidade. 
As características do tecido, seu caimento, estrutura e textura, determinam 
as características da roupa e interferem na silhueta final. Os tecidos transmitem 
sensações visuais ou táteis, de acordo com sua estrutura e textura. As associações 
simbólicas dos tecidos são construídas de acordo com a cultura. Tecidos de seda, 
macios e delicados, por exemplo, são associados à pele feminina, enquanto tecidos 
como o couro, robusto e poderoso são associados ao lado animal, rebelde e 
selvagem. 
 
 
9.5 CORES 
 
 
A cor é uma sensação, uma interpretação cerebral das ondas de luz que 
chegam aos olhos. As cores são classificadas de acordo com a sua localização no 
círculo das cores14, que também identifica as harmonias e as misturas. As cores são 
caracterizadas também pela matiz (o nome da cor, tom, ou gama), luminosidade e 
saturação (intensidade). Cada cor, com sua dimensão de onda, impressiona o 
cérebro de maneira diferente e a impressão não depende somente do ambiente ou 
das funções óticas, mas também da natureza cultural e social que a cor ativa. 
De acordo com Treptow (2005), as cores de cada estação são o resultado 
dos estudos e da divulgação das pesquisas de tendências realizadas por grupos que 
controlam a oferta de cores como o British Textile Colour Group, o International 
Colour Authority (ICA), entre outros. 
 
14
 O círculo cromático foi estudado por cientistas como Newton e Goethe, entre outros. É composto 
por sete cores e suas harmonias, representando as cores visíveis ao olho humano. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
Na moda, a harmonia de cores na composição do visual deve ser feita 
considerando as características do usuário e a associação entre a cor, forma e a 
textura da peça. 
As cores têm também associações simbólicas, construídas culturalmente, 
que interferem na interpretação e na composição de um coordenado. 
Os significados das cores influenciam a cultura e a organização social e 
psicológica. No ocidente, as cores consideradas tradicionais são o castanho, o preto, 
o azul-marinho, o cinza, o branco, o bege e o vermelho. Entretanto, cada cultura 
percebe de forma diferente as cores consideradas básicas. 
A harmonia de cores para composição de coordenados deve começar pelo 
estudo das cores primárias e secundárias, sua relação no círculo cromático e as 
diversas harmonias, bem como compreender sua simbologia. As cores não devem 
competir nem entre si, nem com a silhueta da pessoa, com o corte ou com a forma 
das peças. As coleções comerciais tendem a usar famílias de cores, ou seja, cores 
que partilham a mesma composição e criam, portanto, menos contraste, destinado a 
modismos mais passageiros. 
 
 
Cores Primárias: são consideradas cores puras. É a partir delas que outras cores 
são formadas. 
• Vermelho (magenta) 
• Azul (ciano) 
• Amarelo 
 
Cores Secundárias: são o resultado da mistura, em proporções iguais, de duas 
cores primárias. 
• Verde 
• Laranja 
• Violeta 
 
 
 
 
 
 
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 48 
 
 
FIGURA 10 - CÍRCULO DAS CORES 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://willkempartschool.com/beginners-colour-mixing-acrylic-paint/>. 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
Cores Complementares: cores oticamente opostas no círculo cromático. 
Cores Análogas: cores com nuanças em comum, que são adjacentes no círculo 
cromático. 
Cores Quentes: estimulantes, ativas e estão mais próximas aos nossos sentidos. 
Essas cores aumentam o tamanho aparente dos objetos e tendem a criar a 
sensação de união. Vermelhos, laranjas e amarelos. 
Cores Frias: tranquilas, criam a sensação de distanciamento e amplitude no olhar. 
Essas cores diminuem o tamanho aparente das coisas e tendem a criar a sensação 
de desagregação. Azuis, verdes e violetas. 
Escala de cores: a variação de uma cor que ocorre com intervalos regulares. As 
escalas podem ser cromáticas (monocromáticas ou policromáticas) ou acromáticas 
(ausência de cor, criada com o preto, o branco e o cinzento). Na moda, as escalas 
são utilizadas para criar harmonias monocromáticas, quando o visual é composto 
por peças da mesma cor, do mesmo matiz, com variações de luminosidade ou 
saturação e policromáticas, quando se emprega várias cores. A harmonia 
policromática está associada com a linguagem da coleção, com o estilo de vida e 
com a ocasião de uso do consumidor. 
 
 
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 49 
 
 
9.5.1 Significado das Cores 
 
 
Fonte: Modesto Farina. Psicodinâmica das cores em comunicação. 
Associação material Associação afetiva Origem 
Batismo, casamento, areia, 
clara, cisne, lírio, neve, 
primeira comunhão. 
Ordem, simplicidade, divindade, 
limpeza, piedade, paz, alma, bem, 
infância, inocência, harmonia, 
pureza, estabilidade, otimismo, 
dignidade, modéstia, despertar. 
Do germânico blank 
(brilhante). Simboliza a luz. 
Para os ocidentais simboliza 
a vida e o bem, para os 
orientais é a morte. 
Noite, sombra, enterro, 
morte, fim, carvão, veneno, 
escondido. 
Mal, miséria, pessimismo, 
sordidez, tristeza, desgraça, dor, 
temor, negação, opressão, 
angústia, renúncia. 
Do latim niger (escuro, preto. 
negro). 
Tem conotação de nobreza, 
classe seriedade. 
Pó, chuva, ratos, neblina, 
máquinas, tempestade. 
Tédio, tristeza, decadência, desâ-
nimo, carência, seriedade, 
sabedoria, passado, pena, 
aborrecimento, indecisão. 
Do latim cinicia (cinza) ou do 
germânico gris (gris, cinza). 
Está entre a luz e a sombra. 
Rubi, cereja, guerra, lugar, 
parar, perigo, vida, fogo, 
chama, sangue, feridas, 
conquista, batom. 
Verão, Dinamismo, força, alegria, 
coragem, furor, esplendor, 
intensidade, paixão, vulgaridade, 
poder, vigor, realeza, calor, 
violência, excitação, extroversão, 
ira, proibição, agressividade. 
Do latim vermiculus – verme 
(molusco Cochonilla extraia-
se uma substância escarlate, 
carmim, carmesim - do árabe: 
qimerzi) 
Laranja (fruta), fogo, pôr do 
sol, chama, calor, festa, 
perigo, raios solares. 
Verão, força, luminosidade, 
euforia, energia, senso de humor, 
alegria, advertência. 
Do persa narang, através do 
árabe naranja = o flamejar do 
fogo. 
Sol, flores, palha, luz, 
topázio, limão, luz solar. 
Verão, iluminação, alerta, infância, 
adolescência, felicidade, euforia, 
expectativa, espontaneidade, 
originalidade. 
Do latim amaryllis = luz 
irradiante 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
Planície, natureza, bosque, 
águas claras, folhagem, 
mar, relva. 
Bem-estar, saúde, abundância, 
tranquilidade, segurança, equilibro, 
cura, esperança, serenidade, 
tolerância, suavidade, juventude. 
Do latim viridis = faixa 
harmoniosa entre o Céu e o 
Sol. 
Mar, céu, montanhas 
distantes, gelo, águas 
calmas. 
Inverno, espaço, paz, viagem, 
verdade, sentido, afeto, 
precaução, carinho, confiança, 
fidelidade, amizade, infinito, 
Intelectualidade e seriedade (azul 
escuro). 
Do árabe e persa lázurd, por 
lazaward = cor do céu sem 
nuvens. 
Noite, igreja, aurora, sonho, 
mar profundo, enterro. 
Inverno, fantasia, mistério, 
misticismo, egoísmo, espirituali-
dade, profundidade. 
Do latim russeus (vermelho - 
carregado). Possui poder 
microbicida. 
Terra, velhice, desconforto, 
águas lamacentas. 
Outono, pesar, melancolia, 
resistência,monotonia, trabalho. 
Do francês marrom 
(castanho). 
Agressão, furto, miséria, 
machucado. 
Autocontrole, dignidade, 
resistência, violência, valor. 
Do latim purpura = dignidade 
real. 
Flores, fim de tarde. 
Vidência, mistério, espiritualidade, 
misticismo calma, meditação. 
Do provençal antigo viula 
(viola). Possui poder sonífero. 
 
 
 
9.5.2 Padrões e Estampas 
 
 
Padrões e estampados conferem 
personalidade e identidade à peça. São construídos 
por meio de elementos repetidos, de acordo com 
determinadas propriedades, o que lhes confere 
características próprias. 
Culturalmente os padrões podem expressar 
filiação social, tendo associações psicológicas. 
Padrões geométricos e simétricos, por exemplo, 
sugerem ordem, enquanto padrões florais e 
orgânicos sugerem liberdade e descontração. 
 
FIGURA 11 
FONTE: Disponível em: 
<www.burberry.com> 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
Na moda o uso de padrões e estampas encarecem o custo de fabricação e 
em muitos casos simbolizam status, como o padrão da Burberry, por exemplo. 
Os padrões e estampas são organizações de elementos figurativos (ou não 
figurativos) em um determinado espaço, seguindo regras de Harmonia, Equilíbrio e 
Contraste. 
Harmonia é a “…disposição formal bem organizada no todo ou entre as 
partes de um todo.” (Filho, pág.51). A desarmonia, por outro lado, caracteriza a 
desarticulação das partes, criando irregularidades, desvios. 
Equilíbrio é obtido ”por meio de duas forças de igual resistência que puxam 
em direções opostas.” (Filho, pág. 57), criando uma composição visual bem 
distribuída, em pausa. O desequilíbrio, entretanto cria a sensação visual de 
instabilidade, movimento, inquietação e surpresa. 
Contraste é a “…ausência ou presença da luz.” (Filho, pág. 62). O contraste 
é uma ferramenta de expressão e comunicação que aguça o significado de um 
elemento ou conjunto de elementos. O contraste pode ser obtido por meio da luz e 
tom, por meio das cores, das linhas verticais e horizontais, do movimento, da 
proporção, etc. 
 
 
9.5.3 Linhas – Formas, cortes e volumes 
 
 
A linha da roupa pode variar de acordo com o estilo da época e pode ser 
mais dura ou suave, expressando uma mensagem de rigidez ou flexibilidade, 
estabilidade ou movimento. Durante muitos séculos a linha arredondada valorizava 
as curvas naturais do corpo feminino, enquanto a linha masculina era mais reta, 
evidenciando a virilidade. Durante a 2ªGM, entretanto, as roupas masculinas 
adaptadas para o guarda-roupa feminino, conferiram à época uma moda mais rígida, 
identificada como estilo militar. 
As linhas de corte criam formas que proporcionam a ilusão de amplidão, 
afunilamento, alongando ou estreitando o visual. O corte e as costuras são 
imprescindíveis para criar a forma e a linha de uma roupa e vão interferir na 
composição visual do corpo. Costuras verticais, por exemplo, alongam, enquanto as 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
costuras horizontais evidenciam a largura do corpo e um corte enviesado cria 
dinâmica e movimento. 
A composição das linhas, por meio do corte, irá interferir na proporção das 
peças e na sua conjugação. A proporção das peças em si e a conjugação entre elas 
irá criar nova proporção corporal, alongando, achatando, ampliando ou estreitando. 
 
 
9.5.3.1 Silhuetas 
 
 
As roupas e o corpo relacionam-se, segundo Jones (2005), 
tridimensionalmente, interferindo um no outro por meio da sua forma e dos 
movimentos. A silhueta é a forma que a roupa confere ao corpo. Normalmente uma 
coleção não possui muitas variações de silhueta e numa estação ou período as 
silhuetas definem o estilo, a estética. 
 
 
 
FIGURA 12 
 
 
FONTE: Hancy Riegelman. 9 Heads: A Guide to Drawing Fashion 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 
 
 
FIGURA 13 - SILHUETAS 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Hancy Riegelman. 9 Heads: A Guide to Drawing Fashion 
 
FIGURA - 14 
 
vestido retângulo em lã tartan. 
Coleção Anglomania. Vivienne Westwood. 
FONTE: Disponível em: <http://www.matchesfashion.com/product/132043>. 
Acesso em: 13 dez. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
Amplitude, volume, peso ou leveza modificam a silhueta do corpo, 
acentuando ou ocultando determinadas partes do corpo. As silhuetas adotam 
denominações a partir de associações com formas geométricas, letras do alfabeto 
ou estilos da moda de uma determinada época. 
 
 
FIGURA 15 - SILHUETAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Hancy Riegelman. 9 Heads: A Guide to Drawing Fashion 
 
 
 
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 55 
 
 
 
FIGURA 16 - SILHUETAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Hancy Riegelman. 9 Heads: A Guide to Drawing Fashion 
 
 
 
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 56 
 
 
 
10 INTERPRETAÇÕES CRIATIVAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 17 - HARMONIA MONOCROMÁTICA 
 
Escala Monocromática do Azul 
 
 
Linha “Coluna” FONTE: Disponível em: 
<http://www.manishar ora.ws/spring-summer-09.html>. 
Acesso em: 13 nov. 2012 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.viviennewestwood.co>. Linha 
“Balão” 
uk/multimedia/collection/goldss2012#!/ pag Silhueta “A” 
e-8/look-379 
Acesso em:13 nov. 2012 
 
 
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 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 18 - HARMONIA DAS COMPLEMENTARES 
 
Linha “Barril” / Silhueta Ampla 
FONTE. Disponível em: 
<http://www.viviennewestwood.co.uk/multimedia/c
ollection/goldss2012#!/page-18/look-3835>. 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
Linha “Trapézio” / Silhueta “A” 
FONTE. Disponível em: <http://www.manisharora.ws/autumn-winter-12.html> 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
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FIGURA 19 - HARMONIA DAS ANÁLOGAS 
 
 
Linha “H” / Silhueta “Retângulo cintado” 
FONTE. Disponível em: <ttp://www.versacecollection.com/en/collection/8/f-w-2012-13-
collection>. Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
Linha “Cone invertido” / Silhueta “U” 
FONTE. Disponível em: <http://www.manisharora.ws/spring-summer-13.html> 
Acesso em: 13 nov. 2012. 
 
 
 
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FIGURA 20 - HARMONIA DAS CORES QUENTES E FRIAS 
 
 
 
Linha “Anfora” / Silhueta Retângulo cintado 
FONTE. Disponível em: <http://www.ungaro.com/collection-
femme/collection-ete-2012.html>. Acesso em: 13 nov. 
2012. 
Linha “H” / Silhueta “Casulo” 
FONTE. Disponível em: http://www.junkoshimada.com/fullpage.html 
Acesso em: 10 dez. 2012. 
 
 
 
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FIM DO MÓDULO II 
 
 
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 56 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODAAluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
 
 
O mercado mundial de vestuário é influenciado pela globalização, pelas 
mudanças constantes das preferências dos consumidores, pelo seu nível de 
rendimento, pelas tendências de moda e pelo desenvolvimento tecnológico dos 
tecidos. A indústria do vestuário é suscetível às condições macro económicas dos 
países e às crises económicas mundiais. 
O consumidor moderno é mais consciente em relação às marcas e à imagem 
que transmitem, influenciando sua fidelidade. Cada vez mais o consumidor solicita um 
design original, que faça uma afirmação de moda e de individualidade e está disposto 
a experimentar diversos visuais e ideias. 
Relatórios internacionais como o Euromonitor, TNS Worldpanel Fashion, 
Lucintel consideram que o poder de compra tenderá a crescer, apesar da crise, 
devido à promoção agressiva das marcas. Assim, o estudo da relação marca-
consumidor será cada vez mais importante para as decisões estratégicas no 
desenvolvimento dos produtos de moda, no marketing de moda e também na 
consultoria de moda, pois conhecer a imagem de marca e como o consumidor a 
identifica, é essencial para compreender essa dinâmica. 
O módulo III pretende, portanto, abordar dois aspetos principais, o público-
alvo e as marcas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
 
 
11 PÚBLICO-ALVO 
 
 
A segmentação do mercado1 é a divisão de um mercado em pequenos grupos 
com características distintas, ou segmentos, que irão representar o mercado global. O 
mercado pode estar segmentado por preço, qualidade, faixa etária, região, 
comportamento de compra, etc., por isso a segmentação de mercado tem como 
objetivo identificar o público-alvo (target), de acordo com suas características e 
comportamentos. Segundo Almeida (2012)2, o público-alvo representa para quem o 
produto ou serviço será direcionado. Estabelecer o perfil do público-alvo significa 
conhecer sua faixa etária, gênero, nível educacional e de renda, tamanho da família, 
localização geográfica, os hábitos de consumo, etc. 
A pesquisa de mercado e de público-alvo é feita seguindo critérios e utilizando 
técnicas que orientam a coleta, a análise e a divulgação dos dados. 
Critérios demográficos, geográficos, sociais e econômicos, legais, políticos e 
culturais identificam padrões de consumo quantitativos (referem-se a números, 
como idade, renda familiar). Critérios de personalidade e de estilo de vida identificam 
padrões de consumo qualitativos3 (educação, ocupação e personalidade): 
 
Critérios Demográficos: divide o mercado de acordo com a idade, 
rendimento, gênero, nacionalidade, raça, tamanho da família, religião, educação, 
profissão, etc. 
 Critérios Geográficos: Localização física do público-alvo. País, estado, 
cidade, região, microrregião (concelhos, bairros), densidade, clima, relevo, etc. 
 
1
 Segmentação de mercado. <http://www.carlosmartins.com.br/_mktplan/mktplan19.htm> Último acesso 
em 08/11/2012. 
2
 ALMEIDA, Alfonso. Como identificar um mercado-alvo. Disponível em <http://www.comofaze 
rtudo.com.br/neg%C3%B3cios/como-identificar-um-mercado-alvo> Último acesso em 08/11/2012. 
3
 As pesquisas qualitativas são feitas por meio de reuniões informais, mediadas por um profissional de 
marketing, onde potenciais consumidores discutem assuntos pertinentes ao produto ou serviço. 
 
 
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 60 
Critérios de Comportamento: fidelidade a uma marca, o valor que dá à 
qualidade dos produtos e serviços. A classe social exerce uma influência nas 
escolhas de vestuário. 
Critérios Psicográficos: o estilo de vida, hábitos, atividades, personalidade 
(extrovertido, conservador, impulsivo, tímido), opiniões e interesses. 
A personalidade influencia a construção da identidade e, portanto as 
escolhas relativas ao vestuário e à moda. Público-alvo com personalidades 
conservadoras são mais relutantes diante das novidades, enquanto os de 
personalidade inovadora são mais receptivos às mudanças e às novidades. 
O estilo de vida está relacionado com a maneira como o indivíduo vive e, 
portanto que produtos necessitam ou deseja para manter este estilo. As escolhas de 
vida do indivíduo estão relacionadas com a ênfase em aspetos como a segurança, o 
conforto, o status, o contato com a natureza, a família, etc. 
Assim, é possível considerar da seguinte forma as áreas do conhecimento 
envolvidas no estudo e caracterização do público-alvo: 
 
 
FIGURA 21 
 
FONTE: a autora 
 
 
As tabelas acima são um exemplo simplificado e não limitam, no entanto, a 
análise de cada aspecto. Vale ponderar que as circunstâncias sociais influenciam as 
motivações ou desejos e vice-versa. Além disso, outros aspectos mais específicos 
não citados nas tabelas, também fazem parte da análise da segmentação de mercado 
e definição do público-alvo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
 
 
11.1 A SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE MODA 
 
 
Os segmentos de moda classificam o mercado adulto em feminino, masculino 
e infantil, com base nas atitudes típicas em relação à moda e às marcas, bem como o 
estilo de vida, os tipos de roupas, as lojas que visitam com mais frequência, e quanto 
gastam a cada ida às lojas. Informações qualitativas são associadas aos dados 
quantitativos, para caracterizar o consumidor de moda. 
O mercado mundial de moda feminino representa mais de 50% do setor de 
vestuário e acessórios e o masculino cerca de 30%, sendo os homens do grupo etário 
entre os 25-35, os que têm maior rendimento para gastar em roupas. O 
comportamento masculino também deve ser analisado, por meio de pesquisas de 
tendência focadas nas áreas de interesse do homem, por exemplo, na tecnologia, 
informática, no setor automobilístico, imobiliário, no mercado de eletrônicos, etc. 
Estima-se que 60% dos consumidores são tradicionais, 30% fashionistas4, e 
10% vanguardistas (10%). Entretanto, com a popularização da moda, os fashionistas 
tendem a aumentar sua fatia no mercado de vestuário. Há ainda, de acordo com 
Aguiar (2003), estilos de consumidor definidos como esportivo, prático, elegante, 
romântico, sexy, criativo, etc. que são cada vez mais conjugados entre si e com o 
tradicional, fashion5 e vanguarda, visto que o consumidor de moda atual tem a 
liberdade para incorporar diferentes personalidades (ecletismo de estilos). 
De acordo com a Lucintel, entre 2012 e 2017, o setor de vestuário 
apresentará um crescimento mundial, graças ao enriquecimento da classe média em 
algumas regiões, à estabilização da economia de mercado e a uma produção mais 
especializada e competitiva. As mudanças demográficas (envelhecimento da 
população mundial), o aumento de rendimentos dos consumidores, novos centros e 
canais de comercialização e mudanças nos estilos de vida irão orientar a demanda e 
forçar o equilíbrio entre preço e qualidade. 
 
 
4
 Criador, produtor, consultor, bloggers, profissional da modaou seguidor das tendências. 
5
 Consumidor fashion é o que está sempre “na moda”, segue as tendências e mantém seu estilo 
pessoal. 
 
 
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 62 
 
 
11.1.1 Moda e identidade 
 
 
“(…) desejamos ser, além de obras da natureza, obras de arte; ter uma 
representação externa que harmonize com nossos sonhos, visões e aspirações 
morais.” Nancy Etcoff (1999) 
 
O conceito de identidade está ligado ao idêntico = muito parecido. Identificar é 
tornar-se igual, ajustar-se, conformar-se. Assim, a identidade é um conjunto de 
características próprias e exclusivas de um indivíduo ou grupo e ao mesmo tempo 
uma maneira de se enquadrar. Nesse sentido a identidade também pode ser 
compreendida como a aceitação do outro – o indivíduo olha o outro para moldar-se a 
si próprio e vice-versa. 
Então como caracterizar a identidade do público-alvo? 
Por meio do estudo das mídias primária, secundária e terciária (Campelo, 
1997). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
 
 
 
 
FIGURA 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A mídia primária é composta pelo corpo em si, pelos gestos, expressões, pela 
fala e movimentos do indivíduo. A mídia secundária está associada à aparência, à 
identidade pública do indivíduo, sendo composta pelas roupas, tecidos, maquiagem, 
acessórios. Assim, a moda, como mídia secundária, é a máscara (do rosto e corpo) 
que o indivíduo utiliza para criar sua personalidade pública, para viver no meio social. 
STREET CHIC: PARIS 
NOVEMBER 8 by LEAH MELBY 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.elle.com/news/street-chic-daily/november-8-
2012-paris-stephanie-lacava-street-style>. Acesso em: 15 nov. 2012. 
O corpo vestido, mídia secundária, 
assume nova personalidade, pública. 
As marcas associam-se a essas 
novas identidades, legitimando-as. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
O rosto e o corpo do indivíduo são criados de acordo com parâmetros socioculturais: 
idade, sexo, posição social, etc. 
As identidades aceitas pelos meios socioculturais são divulgadas pela mídia 
terciária: as revistas, os filmes, a TV, os jornais, a internet. Esses canais de 
informação e de comunicação trabalham com signos e códigos, que orientam e 
refletem os hábitos do vestir, do “ser” (mulher, homem, jovem, idoso, sexy, inteligente, 
etc.) para que o indivíduo se identifique e seja identificado. Os signos transmitem mais 
ou menos informação, dependendo dos objetivos. O indivíduo descodifica, interpreta 
esses códigos, dependendo do seu repertório, do seu conhecimento e interesse. O 
papel do criador, do designer e do consultor de moda é conhecer o repertório do 
público-alvo, por meio de pesquisas de segmentação de mercado, para então 
desenvolver novos produtos ou serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 23 FIGURA 24 
FONTE: Disponível em: <http://www.elle.com/ http://www.elle.com/news/fashion- 
 style/victorias-secret-fashion-show-2012> Acesso em: 15 nov. 
2012. 
 
 
 
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 65 
 
 
11.1.2 Nicho de mercado 
 
 
Em oposição ao mercado mundial de roupas descartáveis, produzidas em 
velocidade, o mercado de nicho é caracterizado por produtos direcionados ao público 
com gostos e hábitos muito específicos e que não aderem ao consumo de massa. O 
nicho de mercado é uma especialização da segmentação tradicional de mercados de 
consumo, caracteristicamente menor e mais enfocado na especialização, na 
qualidade, na tecnologia e na criatividade. Os mercados de nicho representam uma 
rebelião contra o consumo massificado ao trabalhar com artigos e públicos 
particulares. 
A moda italiana (Made in Italy), por exemplo, tem investido nos mercados de 
nicho, por meio do uso de tecidos de qualidade superior, apostando na essência do 
design e na apresentação dos produtos (embalagens, vitrines, etc). 
Mercados de nicho crescem no meio de comunidades (físicas ou virtuais) e 
estão estruturados em ideias fortes, em consumidores com conhecimento sobre o 
estilo que adota. Propostas criativas e novos estilos são apelativos se forem originais 
e tiverem qualidade. Os mercados de nicho são divididos em três grandes categorias, 
cada uma podendo apresentar inúmeras diversificações: Roupa de trabalho, Roupa 
de lazer, Roupa de Subcultura, (caracterizada principalmente por tribos urbanas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
 
 
 
FIGURA 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.2 ALGUMAS TENDÊNCIAS DE MERCADO 
 
 
11.2.1 O consumidor é o conteúdo 
 
 
As novas mídias trouxeram uma revolução de valores que interferem na 
relação do privado e do público, no conceito de compartilhar, de criar, na relação do 
emissor-receptor. O que o indivíduo percebe atualmente como privado está na rede, 
acessível a milhões de outros indivíduos. Essa comunidade sem fronteiras físicas ou 
temporais permite a criação de diálogos e a partilha de informações que ultrapassam 
a recessão passiva da era da televisão. O consumidor contemporâneo é coprodutor, 
cocriador, envolvido nas decisões, interferindo nos conteúdos e nas informações, 
verificando e avaliando as atitudes. Suas habilidades e talentos, desejos e crenças 
 
FONTE: Disponível em: <http://ekstra.pt/index.php>. 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
estão online e ajudam a formar um grande cérebro global, cujos conhecimentos estão 
disponíveis em rede. 
 
 
11.2.2 O consumidor é um mosaico de identidades 
 
 
Viajante do mundo (globetrotter generation), o indivíduo na era digital vive e 
desloca-se tanto virtualmente quanto fisicamente. Não tem origem, é oriundo de todos 
os lugares. Infiel às marcas e aos lugares, mas fiel às ideias, ao planeta, à natureza, à 
alta tecnologia. É empreendedor e com uma visão global reinventa sua própria 
identidade. 
A fragmentação da identidade permite ao indivíduo experimentar, mudar, 
metamorfosear-se em personagens múltiplas, como forma de expressão individual, 
mas também de construção e conexão comunitária. O sujeito com diversas peles, 
mentes, expressões vai de encontro ao pensamento global, à individualidade 
expandida pelas redes sociais. 
 
 
11.3 MARCAS 
 
 
Na atualidade as marcas são formadas na dimensão material, tangível, por 
uma gama de produtos, direcionada para públicos específicos e na dimensão 
imaterial, intangível, por um estilo de vida. Segundo Vaz (2008) a qualidade percebida 
da marca moderna resulta da união entre o tangível (produtos) e o intangível 
(imagem). Além da qualidade e do preço, a marca deve oferecer identidade, 
estreitando o relacionamento material e imaterial com o consumidor. 
De acordo com Vaz (2008) as marcas tornam-se mais importantes do que o 
próprio produto ou património das empresas e são vitais no processo de segmentação 
de mercado. Segundo o autor é o valor percebido da marca que garantirá à empresa 
ganhar posição no mercado, por isso as estratégias de comunicação estão voltadas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
para comunicar e construir discursos que criem laços de afetividade com o público-
alvo. 
A identidade de marca é criada por meio da credibilidade, validade e 
afetividade ao longo de seu percurso no mercado. “Sem identidade as marcas são 
invisíveis porque ninguém as conhece.” (Vaz, 2008, p.230) 
O autor expõe diversos aspetos que são relevantes para o estudoe análise 
de marcas atualmente. Entre os mais importantes para este curso no contexto das 
marcas de moda são: o posicionamento (o equilíbrio entre a gama de produtos, a 
imagem, a comunicação, a distribuição e o preço) e a correta segmentação do 
mercado. Cada vez mais a importância das marcas estará na identidade do produto, 
alcançada pela pesquisa e desenvolvimento, que trarão benefícios ao consumidor, 
mas também pela capacidade de criar uma conexão afetiva. Vaz (2008) considera 
ainda que as marcas de moda, especialmente as de medio porte, sofrerão com os 
efeitos da crise económica, com a redefinição da oferta e dos canais de distribuição6, 
com a desindustrialização da Europa. Sobreviverão as marcas de luxo europeias 
(como Louis Vuiton, Prada, Gucci, Armani), porque espelham a identidade da 
ostentação, as corporações, que tem estrutura para entrar nos mercados emergentes 
(BRIC)7 e as marcas low cost, que garantem posicionamento por meio do preço de 
um design constantemente atualizado. Todo o resto, como marcas de vanguarda ou 
as que atendem os mercados de nicho, sofrerá mais com a nova estrutura do 
mercado, porque tem a ver mais com atitude social do que com status. 
 
 
11.3.1 Marcas de moda 
 
 
A seguir serão apresentadas seis marcas, como forma de exemplificar 
diferentes posicionamentos e segmentos8 de mercado, estratégias lhes permitiram 
estabelecer a identidade própria e a fidelidade com o público que atendem: 
 
 
6
 Varejo (lojas, centros comerciais, outlets, espaços multimarcas, etc.) ou atacado. 
7
 BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. 
8
 Vale considerar que no caso dos exemplos sportswear e street wear as marcas selecionadas 
representam duas segmentações de mercado distintas, com influência do casualwear no caso da 
Lacoste e da Desigual. A Undrcrwn é também influenciada pelo sportswear. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
 
Sportswear 
Lacoste 
 
 
 
 
Fonte: www.lacoste.com/fra/ 
Acesso em 15/11/2012 
Troyes 
FR 
Elegância 
Adidas 
Fonte: www.adidas-
group.com 
Acesso em 15/11/2012 
Herzogenaurach
 
AL 
Tecnologia 
Jeanswear Wrangler 
Fonte: www.wrangler.com 
Acesso em 15/11/2012 
Carolina do 
Norte, 
EUA 
Herança 
Streetwear 
Desigual 
 
Fonte: www.desigual.com/ 
Acesso em 15/11/2012 
Barcelona 
ES 
Diversão 
Undrcrwn 
 
 
 
Fonte: http://undrcrwn.com/ 
Acesso em 15/11/2012 
Filadélfia, 
EUA 
Descontração 
Rigorwear Elie Saab 
Fonte: www.eliesaab.com 
Acesso em 15/11/2012 
Beirut, LIB Glamour 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
 
11.4 LACOSTE9 
A empresa, fundada em 
1933 por René Lacoste10 e André 
Gillier11, foi responsável por uma 
maior aproximação entre o esporte 
e a moda. Presente em 114 países 
produz vestuário, calçado, artigos 
de couro, perfumaria e acessórios. 
Desde 2010, o diretor 
criativo da Lacoste é o designer 
português Felipe Oliveira Baptista, 
escolhido como estratégia de reposicionamento da imagem de marca para conquistar 
o público mais jovem e urbano. 
O artigo mais famoso da marca é a camisa polo branca (tennis shirt), em 
jersey piquet, com a logomarca do crocodilo verde12, referencia L.12.12 (ver tabela), 
usada inicialmente para a prática do tênis, depois para o golfe e vela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 Em 2011 a Lacoste foi alvo do Greenpeace num relatório que expunha práticas pouco éticas ao 
contratar tinturarias chinesas que poluíam os rios Yangtze e Pearl com químicos tóxicos. 
10
 Emblemático campeão francês de tênis. 
11
 Na época, proprietário da maior fábrica de roupa de malha da França. 
12
 Apelido de René Lacoste, graças à sua tenacidade nas quadras. 
L Lacoste 
1 Tecido único algodão petit pique 
2 Design da manga curta 
12 Versão escolhida 
Fonte: http://www.l1212.com/ 
Acesso em 15/11/2012 
 
FIGURA 26 - René Lacoste e a primeira versão 
bordada do “crocodilo”. 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.lacoste.com/#/rene_lacoste-rub-1> 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
FIGURA 28 Tecido Jersey 
piquet. 
 
 
 
FIGURA 27 Camisa polo 
branca. 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.lacoste.com 
Acesso em: 15 nov.2012 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.lacoste.com/#/fashionshow-pe2013> 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 
A camisa polo foi inventada para substituir o uniforme até então utilizado para 
o jogo de ténis, uma camisa de manga longa e um blazer de tecido pesado que 
inibiam os movimentos. Lacoste percebeu que uma camisa com mangas curtas, de 
malha leve, permitiria maior leveza de movimentos e melhor transpiração. 
 
 
FIGURA 29 
 
Até 1951 a camisa polo era produzida somente em branco, cor tradicional 
associada aos esportes de elite, quando passou a ser produzida nas cores das 
tendências. Na década de 1980 a Lacoste ficou associada ao estilo sofisticado dos 
preppie, jovens ricos do nordeste dos EUA. Com as mudanças da moda no final dos 
anos 80, o estilo preppie (e a Lacoste), tornou-se ultrapassado. Além disso, a marca 
perdeu força, devido às cópias que saturaram o mercado. 
O estilo Lacoste evoca o estilo de vida do seu criador e atleta – técnica, 
elegância e descontração. A marca está associada à essência do estilo chique sem 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
esforço de Paris e suas raízes no sportswear não eliminam a influência urbana, 
otimista e vibrante de um casual wear elegante, sempre mantendo a preocupação 
com a leveza e o movimento. Cortes e estruturas definidas, linhas geométricas e 
peças sólidas são a característica da Lacoste sob a direção de Baptista, considerado 
inovador e cool. A Lacoste representa hoje uma linha esportiva e contemporânea que 
evoca o luxo descontraído, prático, clean, para a o ambiente esportivo ou não. 
Adidas 
Os irmãos Adolf (Adi) e Rudolf Dassler começaram a produzir seus próprios 
sapatos esportivos após o final da 1ª Guerra Mundial. Em 1924 fundaram a Gebrüder 
Dassler Schuhfabrik (Fábrica de Sapatos Irmãos Dassler) e durante os Jogos 
Olímpicos de Verão de 1936 patrocinaram o velocista afro-americano Jesse 
Owens com os seus sapatos. O sucesso do atleta criou a reputação dos calçados 
Dassler entre os esportistas de outras equipes13. Em 1947 os irmãos se separaram e 
Rudolf Dassler criou a Puma, também de 
equipamentos esportivos. 
Em 1989 a Adidas mudou a produção para 
a Ásia14 e contratou a cantora Madonna para 
promover as linhas de produto da empresa em uma 
estratégia de aproximação com o mundo da moda. 
Nos anos 90, a Adidas segmentou suas linhas 
para atender três mercados: 
 Adidas Performance, criada em 2002, 
para o esporte profissional; 
 Adidas Sport Style, (união das divisões 
Sport Heritage e Sport Style, em 2007). 
A empresa é atualmente a maior fabricante de 
sportswear da Europa e a segunda maior do mundo. 
Produz calçado, vestuário, acessórios, complementos, 
sempre relacionados aos esportes nas mais diversas 
 
13
 Adi Dassler foi o primeiro empresário a usar os esportes como canal de promoção para os seus 
produtos. 
14
 A corporação Adidas Group (www.adidasgroup.com) é proprietária da Reebok e da Taylor Made – 
Adidas, de golfe, entre outras. A empresa é alvo de diversos protestos e críticas por operar em 
sweatshops (confeções que exploram a mão de obra infantil, semiescrava e não oferecem condições 
mínimas de trabalho) na Indonésia.FIGURA 30 
Coleção ADISTEL, 2009 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.style.com> 
Acesso em: 15 nov. 2012 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
modalidades: Corrida, ginástica, skate, futebol, basebol, basquetebol, râguebi, hóquei, 
ténis, golfe, críquete. 
 
 
FIGURA 31 ADIDAS – THE STORY OF A LOGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A divisão Adidas Sport Performance contempla quatro categorias principais: 
futebol, basquetebol, corrida e treino. Sob o conceito "Play to Win", está estruturada 
nos princípios de seu fundador Adi Dassler: proporcionar os melhores produtos para 
atletas de todas as categorias. 
 
FIGURA 32 
 
FONTE: Disponível em: <http://fashion.telegraph.co.uk/news-features/TMG9160263/Stella-
McCartney-unveils-the-Team-GB-Olympic-kit.html> Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
FONTE: Disponível em: <www.adidas-
group.com> Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
 
 
Em 2004, a empresa estabeleceu uma parceria com a designer 
britânica Stella McCartney para a criação de uma linha esportiva feminina e em 2012 
para o desenvolvimento do uniforme da equipe britânica para as Olimpíadas de 
Londres, inspirando-se na bandeira britânica, que foi desconstruída para criar 
movimento e dinamismo. 
A divisão Adidas Sport Style é formada pela Adidas Originals Group e pela 
Adidas Fashion Group. 
A Adidas Originals Group desenvolve coleções caracterizadas por produtos 
icônicos, autênticos, street wear, que celebram a originalidade, a identidade pessoal, 
o estilo inovador e a moda de vanguarda. As coleções estabelecem parcerias com 
designers (Jeremy Scott, Kazuki Kuraishi), artistas (Kathy Perry), atletas (David 
Beckham, Mark Gonzales15, Nasty16), profissionais da moda (Cynthia Lawrence John, 
CLJ – consultora de estilo) e outras marcas (Diesel) para manter o espírito jovem. 
A Adidas Fashion Group tem como enfoque o futuro do sportswear e inclui as 
marcas Y-317, Porsche Design Sport, Adidas SLVR e Adidas NEO. Em 2009 a marca 
lançou a linha Style Essentials, combinando as últimas tendências de moda com a 
inspiração esportiva, a um preço acessível para o mercado jovem, que consome em 
grandes canais de distribuição. 
Por meio da criação de segmentos que atingem uma gama ampla de 
consumidores desde a inspiração vintage18 ao esporte chique, a Adidas criou uma 
imagem de marca para consumidores praticantes ou interessados em esporte, moda, 
cultura de rua, música e cultura pop. A missão da marca, que é também sua imagem, 
é construir um estilo de vida esportivo, uma cultura do esporte com inspiração na 
moda e na diversidade global. 
 
 
15
 Famoso skatista de rua. 
16
 Ilie Nastase – famoso tenista da década de 70. 
17
 Y, de Yohji Yamamoto e 3, representa as listras que identificam a marca. Numa cooperação entre 
esporte e moda, entre performance e design, a coleção que celebrou 60 anos das 3 faixas, incluiu 
vestuário, calçado e acessórios de alta moda. Lançada em 2002, apresenta design radical, ênfase na 
forma e no movimento, com as características do corte japonês. 
18
 Roupas produzidas na década de 70, ou antes, (não puristas consideram também roupas dos anos 
80). Itens mais novos são considerados de segunda mão e roupas anteriores aos anos 20 são 
antiques. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
 
______________ 
Figura 34 
Fonte: http://www.vfc.com/ 
Acesso 15/11/2012 
 
 
 
 
11.5 WRANGLER19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Wrangler é uma fabricante de 
jeanswear e de outros itens de 
vestuário. A marca é uma das 
propriedades da VF Corporation, a maior 
do mundo, que também detém a 
Lee, Eastpak, Kipling, entre outras, 
desde moda íntima até complementos e 
vestuário de trabalho. 
O jeans da Wrangler era 
originalmente fabricado pela Blue Bell 
(fundada por C.C. Hudson e seu irmão 
Homer em 1904), que adquiriu a 
empresa Casey Jones (de roupas de 
trabalho) em 1943 e com ela a marca 
Wrangler, até então raramente usada. 
Em 1936 a Blue Bell desenvolve jardineiras20, com tecido 100% sanforizado21, 
processo que se tornou padrão para a indústria têxtil. Em 1947 a empresa 
 
19
 Trad.: vaqueiro. 
20
 Denominadas Super Big Ben 
 
 
 
Figura 33 
Fonte: www.wrangler.com 
Acesso 15/11/2012 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
desenvolveu o jeans autêntico da Wrangler, o 13MWZ, que passou a ser sinônimo de 
durabilidade, qualidade e autenticidade. O modelo foi projetado pelo alfaiate de 
rodeios, Rodeo Ben (Bernard Lichtenstein, que trabalhava diretamente com 
vaqueiros) para adequar ao uso em rodeios. Ao longo do século XX, a marca esteve 
associada à roupa tipicamente norte-americana e ocidental, imprimindo a cultura rural 
no estilo de vida urbano, por meio da associação a designers, celebridades e eventos, 
como o apoio à Nascar22 (1982) ou à Pro Rodeo Competition, a parceria com o cantor 
de música country, George Strait e com o vaqueiro James A. "Jim" Shoulders, (durou 
58 anos, é a mais longa do setor do esporte profissional). Em 1986 a Blue Bell uniu-se 
à VF Corporation. 
A Wrangler23 representa a herança rural (western) dos EUA, mas com a 
segmentação de suas linhas, atinge atualmente públicos mais amplos. A marca é 
notória pelo design atraente, pela qualidade e resistência, que ajudaram a criar os 
valores da marca: autoconfiança, clássico, resistente, inspirada na vida dura do velho 
oeste norte-americano. O autêntico design da Wrangler está associado ao espírito 
dos vaqueiros, à cultura do campo, ao ambiente rústico, à música country e foi 
desenvolvido para satisfazer as necessidades reais dos que lidam e se identificam 
com o campo. Atualmente o conceito da marca é reflexo da essência das suas raízes: 
o herói norte-americano, rude, forte e confiável. 
Ao lado, o jeans 13MWZ, em 100% algodão 
pesado, com corte preciso, cinco bolsos e pernas mais 
estreitas para uso com botas. 
 
 
 
 
 
 
21
 Tecidos pré-encolhidos, evitando encolhimento após a lavagem. 
22
 National Association for Stock Car Auto Racing, fundada em 1947 por Bill France Sr. ou Big Bill, um 
motorista de carros de corrida. 
23
 Riggs Workwear® by Wrangler®, vestuário de trabalho e a Wrangler® ProGearTM, vestuário para 
caça esportiva. Atualmente a marca possui os seguintes segmentos: 20X® Wrangler, Aura® (roupa 
feminina), Genuine Wrangler®, Wrangler® FR, Wrangler Rugged Wear®, Wrangler Jeans Co®, 
Wrangler five star premium denim®, Timber creek by Wrangler®, Rutler®. 
 
 
FIGURA 35 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.wrangler.com> 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
 
 
12 DESIGUAL 
Roupa casual para o segmento feminino (65%), 
masculino (30%), infantil e acessórios (3%). A filosofia da 
marca é baseada na tolerância, compromisso e diversão. 
A equipe de 25 jovens designers, de mais de 30 
nacionalidades, cria com base em conceitos vibrantes 
como Real Life, Magic Stories, Luxury Feelings, Me&You, 
Better&Better, Wow, Life is Cool, All Together e 
Handmade. Em 2011 a empresa desenvolveu coleções em 
colaboração com Christian Lacroix24, com o Cirque du 
Soleil25 e lançou a campanha "Come in undressed and go 
out dressed" na Espanha e em Portugal. 
A empresa, fundada por Thomas Meyer em 1984, na ilha de Ibiza, Espanha, 
desde 2002 é gerida por Manel Adell. A marca vende em 3.000 lojas multimarcasem 
todo o mundo, possui mais de 200 lojas pelas principais capitais do mundo. 
O estilo casual wear com influências street wear é voltado, principalmente 
para o público jovem, com uma estratégia de marketing ousada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24
 Designer francês, antigo criador da casa de alta-costura com o mesmo nome. Depois de ir à falência 
e perder o direito de criar sob o nome Christian Lacroix, estabeleceu parceria com a desigual sob o 
nome Monsieur C. Lacroix. 
25
 Coleção de roupas e acessórios: Desigual inspired by Cirque du Soleil. 
 
Figura 36 
Fonte: www.desigual.com 
Acesso em 15/11/2012 
 
FIGURA 37 
Coleção inspirada no Cirque du Soleil 
FONTE: Disponível em: 
<www.desigual.com> 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
 
 
A Desigual ficou notória por seu design extravagante, no uso de cores e 
texturas com inspiração mediterrânica, patchwork e estampados multicoloridos e 
inovadores. O estilo da marca é baseado em produtos diferentes, com preços 
acessíveis, que apresentam um universo positivo, alegre e com senso de humor. A 
filosofia da marca é considerar as necessidades e desejos universais: felicidade e 
bem-estar, comuns a todos os indivíduos. 
 
 
 
 
FIGURA 38 
Desigual by 
Monsieur C. Lacroix 
 
FONTE: Disponível em: <http://fashion.telegraph.co.uk/ 
news-features/TMG8274279/Christia 
n-Lacroix-designs-for-Desigual.html>. Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
 
 
FIGURA 39 - UNDRCRWN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundada em 2005 pelo designer Dustin Canalin e Bryon Sheng26, já é 
considerada uma das mais importantes no estilo street wear, por sua originalidade. 
Unindo a cultura do basquetebol com a sensibilidade da moda, estabeleceu 
colaborações com a Adidas (coleção Believe in 5) e com a Rockport. Suas 
inspirações vêm dos ícones da cultura pop. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26
 Ex-designer da Adidas. 
 
 
FONTE: Disponível em: http://undrcrwn.com/portfolio/undrcrwn-spring-2009-d2-
lookbook/ Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
 
 
FIGURA 40 - COLEÇÃO BELIEVE IN 5 EM PARCERIA COM A ADIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Undrcrwn desenvolveu uma linha de camisetas que homenageiam as 
lendas do NBA27, como Michael Jordan, Dominique Wilkins, Patrick Ewing, os times 
Celtics e Lakers28 e filmes como “Homens brancos não sabem enterrar”29. 
É usada por celebridades como Spike Lee, e por jogadores como Kevin 
Garnett, Dwight Howard, Tim Duncan, Tracy McGrady, Chauncey Billups e Gilbert 
Arenas. 
Nascido nas ruas, relativamente fácil de jogar, o basquetebol é um esporte 
barato e constitui a essência street wear da marca. Assim, a Undrcrwn conecta com 
um público jovem, mas não só, pois a amálgama da marca está no amor pelo 
basquetebol e pelos esportes em geral. 
Buscando na moda elementos relevantes para os apreciadores de esporte, a 
Undrcrwn produz camisetas, jaquetas, moletons, suéteres, bonés e calçados, sempre 
 
27
 National Basketball Association, EUA. 
28
 Times de basquetebol nos EUA. 
29
 White Men Can't Jump, 1992. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://undrcrwn.com/portfolio/adidas-x-undrcrwn-believe-in-5-
collection/>Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
com raízes vintage, refletindo um espírito descontraído, bem-humorado, jovem e 
confortável. Tendo como inspiração o estilo de vida do basquetebol, mas não apenas 
o jogo, as coleções refletem criatividade, qualidade, design, diversão e arte. 
A preocupação com os pormenores, com a qualidade do trabalho manual e 
com as origens da cultura do esporte, a marca homenageia os clássicos do 
sportswear e street wear das décadas de 1980 e 1990, unindo a moda e a 
sofisticação. 
 
 
FIGURA 41 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.shopundrcrwn.com/product/gotta-be-barack-tee-white>. 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
13 ELIE SAAB 
 
 
Elie Saab (ES) é um designer de moda libanês, que possui ateliers em 
Beitrute, Milão e Paris. Começou a costurar quando criança e aos 18 anos 
estabeleceu seu próprio atelier em Beirute, com vestidos de festa e casamento, num 
estilo que mistura influências orientais e ocidentais. Em 1997 tornou-se o primeiro 
designer não italiano a tornar-se membro da Camera Nazionale della Moda, 
apresentando sua primeira coleção em Roma. Em 1998, iniciou sua linha de pronto a 
vestir e tornou-se um sucesso após vestir a atriz Halle Berry na cerimônia do Oscar 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
de 2002 e de 2003. Nesse mesmo ano tornou-se membro da Chambre Syndicale de 
la Haute Couture e apresentou sua primeira coleção de alta-costura em Paris. Em 
2006 apresentou em Paris sua primeira coleção de pronto a vestir para primavera-
verão. Suas principais clientes estão entre a realeza europeia e do médio oriente e 
atrizes norte-americanas. 
 
 
FIGURA 42 - HALLE BERRY, 74ª CERIMÔNIA DO OSCAR, 2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://oscar.go.com/red-carpet 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
FIGURA 43 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.eliesaab.com/#/en/haute-couture/fw-
2012-2013>. Acesso em: 15 nov. 2012 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
 
FIGURA 45 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.eliesaab.com/#/en/rea dy-
to-wear/ss-2013> Acesso em 15 nov. 
2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elie Saab desenvolve coleções 
de alta-costura, apresentando criações 
glamurosas, como vestidos de noivas 
luxuosos e pronto a vestir, nas quais a 
elegância do corte é a principal 
caraterística. 
Seu estilo é caracterizado por 
uma atmosfera romântica, sofisticada e 
feminina, construída com tecidos ricos e 
luxuosos, como a seda e a musseline. 
Nos vestidos de noite é abundante o 
uso de bordados à mão, rendas 
delicadas, lantejoulas, missangas, 
cristais, pérolas, babados, franjas, e fios 
de seda. As influências de diferentes 
culturas fundem-se em um design 
elegante, ousado e moderno, no qual as formas do corpo feminino são valorizadas. 
FIM DO MÓDULO III 
 
 
FIGURA 44 
Milla Jovovich na 84ª Cerimônia do Oscar. Vestido de Elie Saab. 
 
FONTE: Disponível em: <http://oscar.go.com/red-
carpet/photos/best-dressed/media /127567_029> Acesso em: 
15nov. 2012. 
 
 
 
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 84 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
Portal Educação 
 
 
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CURSO DE 
CONSULTORIA DE MODA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
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 86 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
As páginas seguintes apresentarão orientações gerais para o 
desenvolvimento de um portfólio individual de Consultoria de Moda, por meio de 
uma abordagem ampla que exemplifica a forma de iniciar o estudo e não pretende 
ser um instrumento definitivo. A formação do Consultor de Moda leva anos e muita 
experiência deve ser adquirida no conhecimento dos mercados, das marcas, da 
psicologia do consumidor, dos tipos físicos e da moda em si. 
Dessa forma, propõe-se que o módulo IV seja um exercício no qual a 
curiosidade e a criatividade despertem o interesse pela área, pelos profissionais e 
pelas atividades que tangenciam a consultoria de moda, como o marketing, a 
psicologia de consumo, a moda, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 87 
 
 
14 A CONSULTORIA DE MODA1 
"Know, first, who you are; and then adorn 
yourself accordingly." Epitectus2 
 
A área de consultoria de moda é relativamente nova e em constante 
expansão, graças à facilidade da comunicação digital. Apesar de a consultoria ser 
uma área da administração de empresas, a consultoria de moda tem suas raízes na 
publicidade e no marketing, bem como na psicologia. Nos anos 50 as grandes lojas 
de departamentos como as Galerias Lafayette introduziram conselheiras e 
coordenadoras de moda para orientar suas clientes sobre as novidades. Na década 
de 60 surgem os primeiros escritórios independentes de consultoria e estilo: Relation 
Textiles (1958), Maïme Arnodin (1961) e Promostyl (1966). 
A consultoria de moda busca criar a imagem que potencialize as 
características positivas do indivíduo dentro dos objetivos que deseja alcançar. De 
acordo com Aguiar (2003) a consultoria de moda oferece serviços especializados e 
orientações referentes à moda, por meio do conhecimento do cliente, seu tipo físico, 
(corpo, rosto, idade), características psicossociais (modo de pensar, estilo de vida) e 
por meio do conhecimento da moda e do vestuário, compreendendo as mensagens 
que cada peça transmite. 
 
Alguns profissionais 
Professional Shopper 
O comprador profissional trabalha com uma gama de marcas, lojas e 
fornecedores, podendo ou não ser funcionário de uma loja. O enfoque do seu 
trabalho está nas roupas e acessórios. Esse profissional é grande conhecedor do 
estilo, do estoque das lojas e normalmente tem experiência no setor de varejo de 
moda. Pode trabalhar em parceria com um Personal Stylist, sendo responsável pela 
orientação, negociação e aquisição da melhor compra de roupas para o cliente. 
Personal stylist 
 
1 Alguns nomes de profissionais do setor podem ser encontrados no livro Personal Stylist de Titta 
Aguiar (ver Referências deste módulo). 
2 “Conheça, primeiro, quem é; e depois se adorne de acordo.” Epiteto, filósofo grego. 
 
 
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 88 
O consultor de estilo é um consultor privado, que trabalha com uma clientela 
seleta e específica. A função de um personal stylist é indicar o tipo de roupa que fica 
bem para a pessoa dentro do estilo pessoal dela, conciliando o tipo físico com o “eu” 
interior, fazendo com que a pessoa sinta-se confortável e confiante em suas roupas. 
(Aguiar, 2003). O trabalho do consultor de estilo enfoca aspectos mais abrangentes 
como o cabelo e a maquilhagem. A compreensão do estilo de vida do cliente, suas 
aspirações pessoais e profissionais, a avaliação de suas características físicas, e o 
conhecimento sobre o mundo da moda e das tendências são ferramentas 
importantes para este profissional. O objetivo do consultor de estilo é enriquecer, por 
meio da roupa, cabelo e maquilhagem, os pontos positivos e esconder os negativos 
do cliente, valorizando, inclusive o seu bem-estar físico e psicológico. O consultor de 
estilo pode ou não trabalhar em parceria com um comprador profissional para 
atender um cliente ou uma empresa. 
 
Consultor de Imagem 
O consultor de imagem pode ser tanto o comprador profissional, quanto o 
consultor de estilo, oferecendo uma gama ainda mais ampla de serviços, que 
enfocam a educação e o planejamento do uso da imagem individual, não apenas no 
vestir, mas também na forma de estar. 
 
Designer de Moda 
O designer de moda transforma, de maneira consciente e criativa, ideias em 
formas, pela combinação da tecnologia, dos materiais e do contexto social, com o 
objetivo de satisfazer as necessidades do ser humano. O designer deve conciliar 
suas perspectivas com as do público a quem se destina o produto. 
 
Fotógrafo de moda 
O fotógrafo pertence à mídia secundária e é o divulgador dos projetos de 
moda, da imagem da marca, para o público seja por meio da internet, das revistas 
de moda, etc. O fotógrafo é o primeiro filtro das imagens dos produtos de moda que 
estarão nas revistas nos meses seguintes. Depois, são os editores que escolhem as 
imagens que simbolizam mais fortemente a tendência da estação. 
 
 
 
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15 A CUSTOMIZAÇÃO E A PERSONALIDADE 
 
 
A prática da customização, ou personalização do vestuário é consequência 
do desdobramento individual e da necessidade de expressar-se num meio global e 
homogêneo, de buscar o sentido de pertencimento por meio da originalidade. O ser 
humano é um ser social, que busca meios de pertencer, mas ao mesmo tempo de 
ser reconhecido e surpreender. É na dinâmica do pertencer – diferenciar-se, que 
cada indivíduo provoca um impacto na comunidade e na sociedade. 
Cada pessoa usa sinais visuais para suas roupas, criando estilos e dessa 
forma se relacionando com o outro. O ato de criar a própria roupa, por si só, constrói 
um sentido de pertencimento e de reconhecimento pessoal. Nesse contexto, a 
customização é um ato de reciprocidade, de conexão e de expressão, usando a 
moda como mecanismo de cooperação. Como veículo para as identidades no meio 
social, a moda decreta desejos de imitação e também de autonomia e suas 
qualidades efêmeras provocam a constante recriação das relações sociais. A moda 
é um espaço de transformação e metamorfose que não requer comprometimento 
porque promete satisfação instantânea. A moda é, portanto, a manifestação das 
conexões que são construídas entre diferentes indivíduos, grupos, sociedades. 
Mas a moda descartável tem um lado perverso – um alto impacto social e 
ambiental. Por isso, a customização é também um esforço em prol de uma moda 
sustentável, responsável e que valoriza a identidade. A customização pode atualizar 
uma função ou estilo, melhorar o original, e criar laços comunitários por meio de 
estratégias colaborativas e sustentáveis. 
A tensão entre a imitação e a autonomia ao longo da evolução da história da 
moda permitiu ou proibiu ao indivíduo expressar-se para além de seu papel social. 
Além de libertar, a moda pode também aprisionar, nem sempre sendo a expressão 
da individualidade, porque é parte do tecido social. Com a modernidade, a moda 
criou comunidades que se vestem de acordo com estilos semelhantes, guiadas 
pelos mecanismos sociais e pelas mídias. A moda contemporânea permite ao 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
consumidor imitar não apenas no sentido vertical (celebridades), mas também 
horizontalmente, a partir dos seus iguais. 
A customização permite que a moda seja uma escolha e não uma 
imposição, libertando o indivíduo da obrigação de construir sua identidade a partir de 
opções previamente formadas. Personalizar a roupa significa ganhar novamente o 
poder sobre a identidade em uma sociedade líquida, cujo ser “mercadoria” só existe 
porque consome e é o que consome.A moda “democrática”, fast fashion reflete apenas a ilusão de igualdade, de 
pertencimento, mas na verdade afasta a comunidade e aumenta o estresse social. O 
indivíduo é tão descartável quanto sua roupa. A customização retoma a 
coexistência, a reaproximação com as técnicas e práticas tradicionais por meio da 
troca de informação, convivência e partilha com o outro – o que nos faz humanos. A 
customização significa partilhar e distribuir experiências por meio da reconstrução da 
roupa e da própria identidade, moldando o vínculo entre os indivíduos, pelo 
intercâmbio mútuo. Conceitos de lealdade, interação, liberdade estão presentes na 
prática da customização, como atividade mobilizadora de habilidades e restauradora 
de capacidades não mais usadas. 
Por meio da customização e de outras técnicas de reparação de roupas todo 
um inventário de conhecimentos, ideias, invenções vem à tona para reconstruir e 
recriar o que já existe. O conhecimento de técnicas tradicionais é ativado para o 
trabalho em uma peça de roupa com história e significado, evidenciando a riqueza 
dos que a construíram, daqueles que a usaram. A customização é também uma 
forma de engajamento cívico, usando a roupa como ferramenta para construir ou 
reconstruir uma democracia local mais forte. 
 
 
16 DESENVOLVIMENTO DO PORTFÓLIO INDIVIDUAL 
 
 
Os requisitos indicados a seguir partem do pressuposto que todo projeto 
deve possuir um método e o mesmo ocorre com a Consultoria de Moda. 
 
 
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 91 
De acordo com Aguiar (2003), a primeira etapa é conhecer o cliente. 
Normalmente o consultor é contratado por uma pessoa ou empresa para 
desenvolver sua atividade. 
Sugere-se que, a título de experimentação, que o desenvolvimento da 
proposta seja realizado consigo próprio ou com uma pessoa próxima, doravante 
denominado cliente, para permitir a aplicação dos conhecimentos adquiridos ao 
longo do curso. 
A primeira etapa consiste na coleta de dados ou pesquisa. O objetivo é 
conhecer o cliente, por uma pesquisa interpretativa, ou seja, aplicando métodos que 
permitam a posterior interpretação e análise das respostas. Essa etapa poderá ser 
elaborada por meio de um questionário, com ideias orientadoras a respeito dos 
tópicos a serem abordados, ou por meio de uma conversa, na qual o consultor 
consiga obter do cliente informações qualitativas e quantitativas sobre seus padrões 
e hábitos em relação ao consumo e ao uso de moda. 
Além da pesquisa com o cliente, deve ocorrer paralelamente a pesquisa de 
mercado e de moda. Analisar as fontes de informação, como as mídias, 
principalmente as comunidades virtuais, o panorama cultural, o cotidiano e o 
comportamento do consumidor. É de extrema importância à reunião de informações 
sobre moda, comportamento, consumo, tendências, marcas, designers, desfiles, 
lojas, promoções, etc., de forma a estabelecer uma associação coerente entre estas 
pesquisas e os desejos e necessidades do cliente. 
Essa etapa é, portanto, a mais longa, demorada, intuitiva e importante do 
processo. As observações, ideias, ou outras informações devem ser armazenadas 
pelo consultor para futuros trabalhos. 
Aguiar (2003) propõe ainda algumas questões relevantes para determinar o 
estilo de vida do cliente. A autora considera que além da profissão, é importante 
conseguir informações a respeito do ambiente de trabalho, se é formal ou 
descontraído, a organização das salas, a presença ou não de escadas, 
estacionamento, etc. 
Todos esses pormenores influenciarão as escolhas mais apropriadas para a 
roupa, de forma a manter o cliente com uma postura profissional, elegante e 
adequada ao ambiente e ainda conservar seu estilo pessoal. Relativamente ao lazer, 
a autora sugere conhecer os hobbies e outras atividades realizadas pelo cliente, 
 
 
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 92 
bem como o ambiente onde elas ocorrem, ao ar livre ou ambientes fechados, o que 
influenciará certamente as escolhas mais adequadas no vestuário. 
Aguiar (2003) orienta conhecer os gostos do cliente relativamente às cores, 
peças de roupa, tipos de acessórios, além de compreender qual loja costuma 
comprar e com que frequência. Essas informações ajudam a traçar o perfil 
psicológico do cliente, o que facilitará a abordagem final, quando o consultor deverá 
sugerir alterações que valorizem os aspectos mais positivos da imagem pessoal. A 
autora considera importante também às informações a respeito da imagem que o 
cliente quer projetar tanto no ambiente de trabalho, quanto no convívio com os 
amigos e família. A imagem que o cliente tem de si próprio pode ou não estar 
próxima da realidade e o trabalho do consultor é também guiá-lo a perceber o que é 
ou não fruto de sua própria perceção. 
Por fim Aguiar (2003) apresenta um modelo de questionário, como 
instrumento de recolha de informação que aborda a maneira como o cliente vê a si 
próprio, seus gostos e preferências. As questões iniciais procuram determinar as 
características de temperamento e personalidade do cliente, como feminino, 
energético, alegre, tímido, etc. Depois o questionário procura identificar os tipos de 
roupa que o cliente usa – confortáveis, ousadas, modernas, etc. Nas questões 
seguintes são apresentadas imagens de acessórios, peças de roupa, calçados, 
bolsas, e looks completos para que o cliente aponte aqueles com os quais mais se 
identifica. 
A segunda etapa, análise e revisão das informações, é complexa e por 
isso deve ser exigente. Consiste em interpretar as informações reunidas: de um lado 
as informações do cliente, do outro o panorama de moda e estilo. O objetivo é 
estabelecer uma coesão entre as tendências e as informações estudadas, aquelas 
transmitidas pelo cliente e as interpretadas e analisadas pelo consultor. É papel de o 
consultor realizar uma apreciação geral do contexto, para propor opções coerentes 
com o estilo de vida, com as necessidades e desejos do cliente, mas ao mesmo 
tempo equilibrado com os elementos contemporâneos. 
A partir das informações recolhidas na primeira etapa é possível analisar os 
dados, convertendo-os em um mapa visual, denominado aqui de painel de público-
alvo. Os painéis de público-alvo servem como orientações para o designer de moda 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
visualizar o consumidor e o seu estilo de vida, enquanto planeja e desenvolve a 
coleção. 
Propõe-se nesta etapa a realização de painéis ilustrativos, com o qual o 
cliente consiga identificar-se. Nesse caso, considera-se que a construção do painel 
de público-alvo e sua posterior análise poderão contribuir para um melhor resultado 
na consultoria. 
O painel de Público-alvo é um conjunto de imagens que informam de forma 
rápida e precisa os gostos e estilo de vida do consumidor, distribuídas de acordo 
com uma estrutura visual coerente com seu visual. 
Fazem parte do painel de 
Público-Alvo: 
 Imagens de estilo de 
vida – trabalho, lazer, família, 
locais de preferência, gostos, 
produtos, influências culturais, 
frases ou palavras (poucas) que 
remetam às crenças políticas e 
religiosas aos ideais, forma de 
estar no mundo. 
 Imagens de 
características pessoais – 
características físicas e 
psicológicas, estilo de roupa, 
marcas ou designers preferidos, 
silhuetas e pormenores 
associados ao estilo do cliente. 
Imagens de pessoas que adotam 
o mesmo estilo do consumidor 
podem ser utilizadas. 
 
 
 
Outro exemplo de painel de Público-Alvo, dividido em duas partes: 
 
 
FIGURA 46 
FONTE: Disponível em: 
<http://enorfasbrownm.blogspot.pt/2010/11/practise-
mood-board-analysis.html>. Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.094 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 47 
FONTE: Disponível em: <http://sophiemarianisbetff.blogspot.pt/2011/04/target-
audience.html>. Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
 
 
16.1 ESTILO PESSOAL 
 
 
Aguiar (2003) apresenta também uma análise a respeito dos principais tipos 
físicos de homens e mulheres, associando-os à personalidade ao estilo pessoal de 
cada indivíduo e propondo soluções iniciais quanto ao tipo de peças que deverá 
utilizar. 
 
Estilo Criativo 
 Mulher: Inovadora e Eclética. 
 Homem: Original, autoconfiante e aventureiro. 
O objetivo é encontrar o equilíbrio entre a mistura de tecidos, texturas e a 
expressividade com as tendências de moda e o estilo de vida. 
 
Estilo Esportivo, ou natural 
 Mulher: Informalidade. Peças confortáveis. 
 Homem: Prático, comunicativo, casual, básico e alegre. 
Roupas confortáveis e funcionais com design esportivo. O objetivo é construir um 
visual adequado também às ocasiões mais formais. 
 
Estilo Elegante 
 Mulher: Refinamento e chique. 
 Homem: Charme, imponência. 
Adequado para ocasiões formais ou mais descontraídas. Roupas com bom corte, 
qualidade e estruturadas. Cores neutras e escuras, tecidos opacos, lisos sem textura 
em excesso. 
 
Estilo Romântico 
 Mulher: Feminilidade e delicadeza. 
 Homem: Elegância, com um toque antigo. Cortes desestruturados, cores leves e 
textura leve. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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O objetivo é adequar a aparente fragilidade e sensibilidade à atividade profissional. 
 
Estilo Sexy 
 Mulher: Carisma e Exuberância. Estilo ideal para noite. 
 Homem: Vaidade e autoconfiança. 
Preocupação com a aparência física. Roupas de griffe, que modelem o corpo. O 
objetivo é saber adequar decotes e recortes para as ocasiões de uso corretas. 
 
Estilo Tradicional 
 Mulher: Respeito e formalidade. Visual conservador, facilmente aceita no meio 
profissional. 
 Homem: Organização, conservador. 
Roupas com linhas retas, estruturadas e poucos detalhes. O objetivo é tentar 
quebrar a monotonia e o visual antiquado. 
 
 
16.2 TIPO FÍSICO 
 
 
O corte das roupas deve ajudar o cliente a adquirir uma figura que o valorize, 
usando a roupa para seu benefício, escondendo ou valorizando partes do corpo que 
são mais ou menos positivas para a imagem que se pretende transmitir. Cada tipo 
físico tem um conjunto de roupas que constroem um visual mais ou menos positivo. 
 
Mulher 
Ampulheta 
É tipo de corpo feminino considerado mais proporcional, permitindo usar 
quase todo o tipo de roupa. Ombros e quadris da mesma largura, com cintura bem 
definida, busto volumoso e coxa volumosa. Arredondado e curvilíneo, apenas 8% da 
população feminina tem naturalmente o corpo ampulheta. Ao longo dos séculos este 
tipo foi obtido por meio de espartilhos, saias rodadas, soutiens com volumes, 
implantes e cirurgias plásticas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 97 
Objetivo 
A roupa deve valorizar a cintura e minimizar as coxas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 49 
Usar Evitar 
Tops 
Decotes redondos, ”V” ou 
transpassados para acentuar o busto; 
Linhas verticais para alongar o corpo. 
Mangas morcego, 
Ombreiras, babados, laços, 
golas altas, pois desviam a 
atenção da cintura. 
Bottoms 
Calça de cintura baixa; Saias evasé. 
 
Dress 
Vestido envelope ajustados. 
Vestidos retos. 
Coats 
Casacos na altura do joelho. 
Casacos amplos ou tipo bata. 
Tecidos 
Tecidos finos, leves, ajustados. 
Tecidos volumosos e 
estruturados 
Cortes 
Clássicos com acessórios de moda 
modernos; Linhas verticais. 
Linhas horizontais e cortes 
volumosos. Estampas no 
busto ou na coxa. Excesso de 
 
 
FIGURA 48 
Pamela Anderson 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.imdb.com/media/rm985569280/nm0000097>. 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
brilhos, cintos grandes. 
 Sapatilhas baixas. 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
Homem 
Trapezoide 
É o tipo considerado com melhor 
proporção e pode usar quase todo o tipo 
de roupa. A parte superior do tronco é 
maior que a inferior, com ombros e tórax 
amplos, cintura e quadris medianos. O 
corpo é proporcional. 
 
 
Objetivo 
A roupa deve valorizar e manter a proporção. 
FIGURA 51 
Usar Evitar 
Tops 
Cortes simples, terminando nos quadris, 
chamando a atenção para o corpo e não para a 
roupa. Para os de estatura alta: camisas 
coloridas, ombros maiores, paletós mais longos. 
Para os de estatura alta: gravatas 
finas, camisas e malhas de listras 
verticais, monocromia. 
Bottoms 
Jeans – qualquer corte (obs.: o tamanho correto 
não necessita de cinto). Calças escuras até o 
calçado. Para os de estatura alta: calças com 
barra virada e com pregas. 
Jeans excessivamente justos. 
Calças com cós baixo ou alto 
demais, muito ajustadas, pois 
alongam as pernas e estreitam o 
tronco. 
Ternos 
Blazer com três botões, com ou sem racha 
atrás. Calças com medida normal entre a cintura 
e o gancho (aprox. 30 cm). 
Evitar calças que aumentem a altura 
das pernas. 
Coats 
Jaquetas ajustadas que terminam nos quadris. 
Casacos muito longos fazem o 
corpo perder a proporção. 
Tecidos 
 
Rijos ou volumosos. 
Cortes 
Listras verticais e horizontais (para os de 
estatura alta). 
 
 
FIGURA 50 - HUGH JACKMAN 
FONTE: Disponível em: 
<http://tucsoncitizen.com/morgue/tag/ 
eventsattractions/>. Acesso em: 15 nov. 
2012. 
 
 
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 99 
Harmonia monocromática ou de cores análogas. 
Bottoms escuros e tops claros. 
 
 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
 
Retângulo 
Mulher 
Corpo com poucas curvas, porém com harmonia entre quadril e ombros. A 
cintura não é definida e os braços e pernas são mais finos em relação ao corpo. 
Objetivo Criar curvas, criar cintura. 
 
 
FIGURA 52 - HILLARY DUFF FIGURA 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.imdb.com/http://40plusstyle.com 
media/rm4252473856/nm0240381>. Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
 
 
FIGURA 54 
 
 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
Homem 
Tronco, quadril e cintura de tamanhos 
similares, com a forma do tronco reta. 
 
Objetivo 
 Definir os ombros de forma a torná-los mais 
largos, evitando roupas largas, preferindo roupas 
de tamanho correto. 
 
 
 
 
 
Usar Evitar 
Tops 
Blusas e camisetas acinturadas; decotes baixos e 
amplos, “V”, “U” ou canoa. Mangas amplas, 
bufantes, ¾, enroladas. 
Camisas e camisetas retas, largas, 
de golas altas. 
Bottoms 
Calças com pregas, boca-de-sino e pantalonas. 
Calças de cintura alta. 
Dress 
Vestido de cintura baixa. 
Vestidos retos. 
Coats 
Cardigãs longos; casacos e jaquetas acinturados. 
Casacos de corte reto ou quadrados 
de fechamento duplo. 
Tecidos 
 
Lã pesada. 
Cortes 
Visual limpo. Pences em camisas e camisetas. 
Zíperes e pespontos verticais; recortes. 
Visual desorganizado. Faixasna 
cintura. Linhas retas de cima a 
baixo. 
Cintos diagonais ou deslocados; cores vibrantes, 
estampas e detalhes como babados, pedras, 
acessórios. 
Cintos de tons claros; bolsas 
retangulares e calçados quadrados. 
 
FIGURA 55 EWAN MCGREGO 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.imdb.com/media/ 
rm4040144128/nm0000191>. 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 
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 101 
 
 
FIGURA 56 
 
Usar Evitar 
Tops 
Gola alta e camadas para tornar o tronco 
mais largo. Camisas de cores claras, com 
bolsos ou estampas e listras horizontais. 
Para os de estatura baixa: ombreiras 
discretas, blazer mais acinturado, camisas 
com lapelas pontudas e colarinho estreito. 
Listras verticais. Para os de 
estatura baixa: gravatas e lapelas 
largas, mangas largas ou justas 
demais. Camisetas curtas e justas, 
de cor clara. 
Bottoms 
Jeans retos ou ajustados, em tons escuros, 
com detalhe na zona dos quadris. Calças 
com barra italiana, ajustadas na cintura e 
ligeiramente mais amplas em baixo. Para os 
de estatura baixa: Calça na cintura. 
Jeans de barra ampla e de cores 
claras. Calças amplas (baggy). 
Para os de estatura baixa: calças 
de gancho baixo, barras italianas. 
Ternos 
Tradicional, com a jaqueta mais longa; com 
muitos bolsos e abotoamento duplo. 
Para os de estatura baixa: paletós 
ou parcas largas e compridas, 
calças com pregas, coletes. 
Coats 
Jaquetas mais longas, com bolsos e 
ombreiras ou detalhes nos ombros, 
fechamento duplo. 
Para os de estatura baixa: Malhas 
caneladas 
Cortes 
Bolsos inclinados desviam a atenção da 
linha reta do corpo. 
Cortes retangulares e largos. 
Cós à escolha. Cores contrastantes entre 
bottoms e tops. Para os de estrutura baixa: 
Mesmo padrão de tecido e mesma cor. 
Riscas verticais. Padronagens pequenas. 
Estampas com moderação, ou 
poderão chamar a atenção para as 
áreas mais estreitas do corpo. 
Listas horizontais, roupas coloridas 
demais. 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
Triângulo 
Mulher 
Corpo com ombros mais estreitos, pouco volume nos bustos, quadril e coxas 
mais largas e cintura bem definida. 
 
 
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Objetivo 
Desviar a atenção dos quadris e pernas para valorizar o tronco mais estreito. 
Encontrar o equilíbrio entre a parte de cima e de baixo do corpo, criando a ilusão de 
um corpo proporcional. Definir a linha da cintura, dividindo tronco e quadril, por meio 
de camadas, volumes, distrações, estampas, cores na parte de cima. 
 
 
FIGURA 57 FIGURA 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.imdb.com/ 
 http://www.karenmillen.com 
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 103 
FIGURA 59 
 
Usar Evitar 
Tops 
Com faixas e cintos, blusas e camisetas 
coloridas e acinturadas. Mangas curtas ou 
com volumes para valorizar a parte estreita 
do corpo. Ombreiras, mangas bufantes, 
camiseta baby-look, boleros, golas, efeitos 
volumosos e detalhes. 
 Mangas estreitas, decotes caídos 
nos ombros. Manga raglan. 
Bottoms 
Jeans com pernas retas, criando uma linha 
alongada desde os quadris até os pés. 
Saias de corte reto ou evasé. 
 Calças com vincos, pregas, na 
linha da perna, muito ajustadas, 
com barra virada, estilo combate, 
culote, curtas, cigarrete, fuseau ou 
stretch. Saias retas, lápis, 
minissaia, godê ou com pregas. 
Dress 
Vestidos que marcam a cintura. Vestidos 
evasé. 
 
Coats 
Jaquetas cintadas, terminando na parte 
mais larga do quadril; casacos de corte 
reto ou acinturados. 
Blazers risca de giz. 
Cores 
Tons escuros e neutros nas calças, jeans 
e saias. Cores vivas, claras ou estampas 
no tronco. 
Cores claras em baixo. 
Cortes 
Ajustados na cintura e amplos a partir dos 
quadris. Linha “A” e Império. Roupas com 
bom corte e no tamanho correto, 
acentuando a cintura. Linhas horizontais a 
partir do ombro. Transpasses na altura da 
cintura. 
Roupas largas, rachas, bolsos, 
bordados, babados, estampas, 
bolsos, ou pormenores que caiam 
sobre os quadris e coxas. Linha da 
cintura caída. 
Cintos na cintura. Acessórios que chamem 
a atenção para a parte superior do corpo. 
 
 Cintos muito largos ou muito finos. 
 Bolsas na altura do quadril. 
Calçados com tiras nos 
calcanhares, salto sabrina, com 
frente arredondada, delicados, 
botas Uggs. 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
 
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 104 
 
Homem 
Corpo com mais volume da cintura para baixo, tronco mais estreito que os 
quadris e linha de ombros caída. 
Objetivo 
Ampliar os ombros, desviando a atenção da parte de baixo do corpo. Usar 
cores mais claras no tronco, detalhes nos ombros e usar camadas de roupas. 
 
 
FIGURA 60 
Usar Evitar 
Tops 
Cores claras, listras e colarinhos amplos. 
Cores escuras, 
camisas cintadas. 
Bottoms 
Jeans escuros para afinar a parte de baixo do 
corpo. Calças retas. 
Ajustados. 
Coats 
Jaquetas e blazers com ombreiras para chamar a 
atenção para os ombros e criar uma figura mais 
proporcional. 
Muito ajustados. 
Cortes 
Quadrados e amplos na parte de cima do corpo. No 
tamanho correto. 
Largos. 
Ombreiras 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
Triângulo Invertido 
Mulher 
Visual atlético, sem curvas, com ombros largos, quadril estreito e pernas 
finas. Os amplos ombros e busto cheio são as áreas mais difíceis para vestir. 
 
Objetivo 
Criar equilíbrio e proporção, entre ombros e quadris, acrescentando volume 
na parte de baixo e criando curvas, chamando a atenção para a linha da cintura. 
 
 
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 105 
 
 
 
FIGURA 61 FIGURA 62 DEMI MOORE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 63 
Usar 
Evitar 
Tops 
Camisas sem golas exageradas e linhas simples, 
modelo cachê-coeur, cintadas. Tops com alças 
largas, gola “V”, tornando a linha do pescoço mais 
longa e o busto menor. 
Detalhes, volumes no 
busto ou ombros, frente 
única. Mangas de ombros 
caídos ou bufantes. 
Bottoms 
Saia evasé ou reta, com volume. Pantalonas, 
minissaia. 
Saias ou calças 
afuniladas. 
Dress 
Vestidos acinturados por pences. 
Vestidos afunilados. 
Coats Jaquetas curtas. 
Tecidos e Cores 
Cores escuras nos ombros, estampas na parte de 
baixo para criar volume. 
Tecidos volumosos. 
Cortes 
Modelos soltos, amplos na parte de baixo e 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.joyofclothes.com 
 www.http://oscar.go.com/>. Acesso em: 15 nov. 2012.. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 106 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem 
 
 
Homem 
Tipo atlético, ombros e tórax largos, 
cintura e quadris muito estreitos. Braços 
desenvolvidos e volumosos, criando uma 
parte de cima mais pesada. É, entretanto um 
tipo de corpo que, para o homem, permite 
usar quase todo o tipo de roupa. 
 
Objetivo 
 Equilibrar tronco e pernas, ombros e 
cintura. 
 
 
 
 
 
 
 
Usar Evitar 
Tops 
Camisas mais justas. 
Ombreiras, listas horizontais, 
estampas. 
Bottoms 
Jeans mais largos. Jeans ajustados, se a 
parte de cimaestiver também ajustada. 
Costuras e detalhes nos jeans, atraindo a 
atenção para os quadris. 
Jeans escuros que estreitam 
mais a parte de baixo. 
Coats 
Paletós e blazers ajustados. 
 
Jaquetas estilo militar a não 
ser que o objetivo seja chamar 
a atenção para os ombros. 
esvoaçantes a partir da linha do quadril até a barra. 
Linha “A”. 
Acessórios longos com foco na cintura. Calçados 
ousados, cintos com grandes fivelas. Enfeites 
tachas, brilhos no centro e na parte de baixo. 
 
 
FIGURA 64 - MICHAEL PHELPS 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.speedo.com> 
Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 107 
Calças mais claras que a parte de cima. 
 
 
 
 
Oval 
Mulheres 
Formas e pernas torneadas, ombros arredondados, com volume nos 
quadris, cintura e busto, barriga proeminente. 
 
 
Objetivo 
 Criar um visual alongado, chamando a atenção para o rosto e ombros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Usar Evitar 
Fonte: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
FIGURA 65 - JESSICA SIMPSON FIGURA 66 
FONTE: Disponível em: <http://www.imdb.com/media/ 
 http://www1.bloomingdales.com 
rm3205543424/nm0005433>. Acesso em: 15 nov. 2012. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Homem 
 Aparência arredondada, com ampla circunferência na área do estômago. 
 
 
 
Tops 
Chamar a atenção para os ombros. 
Decotes amplos e profundos em “V”, 
quadrado, princesa ou “U”. Mangas ¾ 
largas, acima do punho, drapeadas ou 
esvoaçantes. Conjuntos abaixo do quadril. 
Golas justas no pescoço, roulê, 
echarpes. Alças muito finas, 
manga casquillo. Blusas e 
camisas muito largas. 
Bottoms 
Calças de corte reto, até o peito do pé. 
Saia reta ou ligeiramente evasé. 
 
Calças de cintura baixa com 
detalhes, pregas, barra 
afunilada ou muito largas. 
Calças fuseau ou strech. Saias 
rodadas, balão, afuniladas, em 
camadas, acima do joelho. 
Dress 
Vestidos de cintura baixa ou corte 
diagonal. 
Vestidos e saias ajustados. 
Coats 
Casacos e cardigans abaixo do quadril de 
corte e caimento retos. 
Jaquetas curtas, casacos que 
terminem nas regiões mais 
cheias do corpo. 
Tecidos e Cores 
Roupas escuras, tecidos suaves, evitando 
volume ao redor dos quadris e barriga. 
Roupas com brilhos. Excesso de 
tecido na região da barriga. 
Cortes 
Roupas do tamanho certo, de corte reto. 
Listras verticais pences e recortes. 
Detalhes acima da linha do busto e abaixo 
dos quadris, evitando a região central do 
corpo. Buscar dividir a linha do corpo a 
meio. 
Roupas que mostrem a barriga, 
pregas, lapelas, babados ou 
drapeados, listras horizontais, 
detalhes e volumes na região do 
busto, barriga e quadris, 
abotoamento duplo, cintura alta. 
 
Colares com muitas voltas ou 
estilo coleira, cintos e faixas na 
cintura, grandes ou pequenos. 
Bolsas Clutch ou de ombros, 
calçados pequenos, salto 
sabrina, botas com fivelas, botas 
Uggs. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 109 
 
 
Objetivo 
 Desviar a atenção da região abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A última etapa é a delimitação da proposta e deve ser apresentada e 
analisada em conjunto com o cliente. A proposta deve ser acompanhada por um 
estudo a respeito do estilo de vida, das características físicas e com opções que 
ajudarão o cliente a ter uma melhor relação com a sua imagem, com a roupa e a 
moda. 
Usar Evitar 
Tops 
Decote “V”, cria a ilusão de uma linha de 
pescoço menor. Camisas escuras. 
 
Bottoms 
Jeans e calças escuras, de cintura baixa, que 
assentam nos quadris e não na cintura, 
diminuem a distância entre a cintura e o 
gancho, criam a impressão de uma região 
mediana menor e aumentam o tronco. 
Calças muito apertadas na 
barriga, criando dois 
volumes. Calças com 
comprimento longo. 
Ternos 
Jaquetão 
 
Coats 
Suéteres de lã finos. Malhas lisas e com 
elasticidade. Cortes retos nos paletós e 
blazers ajustados na parte de baixo cobrindo o 
quadril. 
Coletes. 
Tecidos e cores 
Listras verticais para alongar o tronco. 
Harmonia monocromática de cores escuras. 
Tecidos com bom caimento, listas discretas. 
Estampas chamativas ou 
grandes. Tecidos 
volumosos. 
Cortes 
Tamanho correto. 
Roupas muito justas ou 
muito largas. Camadas. 
FIGURA 68 
FONTE: a autora e Titta Aguiar. Personal Stylist: guia para consultores de imagem. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 110 
Aguiar (2003) propõe a identificação e a organização da proposta criando 
grupos de roupas divididas por ocasiões de uso, que denomina capsule guarda-
roupa (Aguiar, pág.115): Grupo Trabalho, Lazer, Festa, Esporte, Praia, etc. Este 
método de organização das roupas, criando looks, facilita a compreensão, a 
organização e a autonomia por parte do cliente. 
Neste estágio do curso estão definidos os parâmetros necessários para o 
desenvolvimento de uma proposta de consultoria individual, apresentada por meio 
de um portfólio. Abaixo seguem as indicações sugeridas para a realização de um 
portfólio completo e profissional. 
 
 
16.3 FORMA E APRESENTAÇÃO DO PORTFÓLIO INDIVIDUAL 
 
 
• Formato A4 (297 X 210 mm), vertical ou horizontal; impresso na frente 
da página; 
• Margens: 2,5 esquerda, em cima e em baixo / 1,5 à direita; 
• Espaçamento entrelinhas de 1,5; o espaçamento dentro dos quadros e 
tabelas deverá ser simples (1 espaço); 
• Fonte legível; tamanho 18 para título do trabalho na capa e folha de 
rosto; 12 para texto e legendas; 10 para conteúdo de quadros, tabelas e notas de 
rodapé. 
• Paginação: indicada em baixo ao meio. A Introdução é a primeira 
página numerada. 
Conteúdo do portfólio individual 
Capa 
• Nome do consultor 
• Título sugerido: Estudo de Consultoria de Moda 
• Subtítulo: Nome do Cliente, centralizado, fonte compatível 
• Nota no fim da página indicando a estação (ex. PV, 12/13) 
Índice 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 111 
Relação do conteúdo da proposta apresentado em ordem sequencial, sem 
numeração, a partir de sua própria folha. 
Proposta 
a) Introdução: o que será apresentado na proposta; é uma síntese da 
informação mais relevante que será exposta ao pormenor nas páginas seguintes. 
b) Estudo do mercado, das tendências e da moda: imagens das formas, 
cores, texturas, silhuetas, padrões, pormenores, etc. 
c) Definição e caracterização do público-alvo (cliente), identificando seu 
segmento de mercado, estilo de vida e de moda. 
d) Estudo do tipo físico. 
e) Painel de Público-alvo. 
f) Identificação do(s) Wear(s). 
g) Pesquisa e definição dos tecidos. 
h) Pesquisa e definição de cores. 
i) Elementos de estilo. 
j) Fotografia ou croquis dos looks propostos. 
 
Conclusão 
Um texto claro e resumido com as reflexões feitas durante a elaboração da 
proposta, especialmente indicando a importância da moda para a construção da 
imagem do cliente. Na conclusão deve ser informado se o objetivo inicial foi 
cumprido ou não e explicar as razões; devem ser esclarecidas dúvidas e questões, 
bem como apresentar as limitações da proposta, as dificuldades, os obstáculos 
superados. 
 
Apêndices ou Anexos 
Material de caráter complementar, elaborado (Apêndice) ou não (Anexo) 
pelo autor da proposta. São elementosque podem esclarecer a proposta. A sua 
ordenação deve seguir a ordem a que aparecem na proposta, utilizando algarismos 
romanos. Modelo de entrevistas, questionários, fotografias, ou qualquer outro 
método utilizado para obter as informações do público-alvo devem estar aqui 
indicados. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 112 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 113 
 
 
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FIM DO CURSO

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