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Antivirais: Tipos e Usos

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Antivirais
Introdução
Antivirais são drogas que encurtam ou interrompem o
ciclo replicativo de determinados vírus, podendo reduzir
sintomas, eliminar os vírus ou controlar a replicação.
Entre os principais vírus combatidos, destacam-se os
DNA vírus Hepadnaviridae (vírus da Hepatite B),
Papillomaviridae (vírus do HPV) e Herpesviridae (vírus
da família Herpes); além dos de RNA como Flavivírus
(vírus da Hepatite C) e Orthomyxoviridae (Influenza).
Fármacos Anti-Herpesvírus
Estes fármacos possuem espectro que abrange o
Citomegalovírus (CMV), Vírus da Herpes Simples
(HSV-1 e HSV-2) e o vírus Varicella-Zoster (VZ).
Aciclovir: um nucleosídeo análogo de purina que inibe
a DNA polimerase viral, tendo ação no HSV e VZ, mas
não no CMV. Está disponível em pomadas, comprimidos
e via endovenosa (casos de gravidade como encefalite
herpética e varicela complicada). Seus usos incluem na
herpes de repetição, na reativação da herpes (200 mg a
cada 6/6 horas ou 400 mg a cada 12 horas por 5-7 dias),
varicela complicada, profilaxia e meningoencefalites.
Valaciclovir: pró-droga do aciclovir com as mesmas
formulações possíveis, porém, por sua farmacocinética,
tem maior meia-vida, chegando a 8 horas. É necessário
destacar que, como os demais anti-herpesvírus, a sua
ação será maior no período pré-lesional, decaindo ao
longo do período em que surgem as lesões. Os efeitos
adversos incluem confusão, alucinose e nefrotoxicidade.
Ganciclovir: nucleosídeo análogo da guanosina, também
bloqueia a replicação viral. Ele possui pouca absorção
oral, sendo seu uso apenas endovenoso, possuindo a
ressalva de que é teratogênico, não sendo indicado em
gestantes. Diferente dos anteriores, em seu espectro
inclui-se o citomegalovírus (especialmente na reativação
nos imunossuprimidos ou na transmissão congênita). Os
efeitos adversos são nefrotoxicidade e citopenias.
Outros fármacos: fármacos com o mesmo espectro do
aciclovir incluem o fanciclovir e o penciclovir, enquanto
os de espectro semelhante ao ganciclovir incluem o
foscarnete e o valganciclovir (pró-fármaco).
Fármacos Anti-Influenza
No contexto do tratamento da influenza, os fármacos
mais empregados e para os quais há baixa resistência são
os inibidores da neuraminidase, que incluem oseltamivir
e zanamivir (não disponível no Brasil).
Mecanismo de Ação: a neuraminidase é uma enzima
importante para a maturação do vírus e sua liberação, de
forma que quando essa enzima é inibida pelos fármacos,
o vírus da influenza tem sua replicação cortada.
Usos Clínicos: o oseltamivir é indicado precocemente
(idealmente nas primeiras 48 horas), em gestantes ou
pacientes do grupo de risco como imunodeprimidos e
idosos, além de pacientes graves, sendo a dose usual de
75 mg via oral a cada 12 horas (pacientes > 45 Kg).
Efeitos Adversos: em geral é bem tolerado e os efeitos
adversos são limitados a náuseas e vômitos.
Outros Fármacos: o Remdesivir é análogo da adenosina,
inibindo a replicação do vírus da influenza Amantadina
e rimantadina são inibidores da proteína M2 da influenza
A, mas pode haver resistência adquirida ao mecanismo e
mais efeitos adversos (neurotoxicidade e psicose).
Fármacos Anti-Hepatite C
O tratamento da hepatite C apresentou, desde o ano de
2013, uma importante guinada em sua eficácia e
tolerabilidade, saindo do uso da combinação de IFN-α e
ribavirina para fármacos com alta taxa de remissão.
Sofosbuvir: é um inibidor da NS5B RNA polimerase do
vírus da hepatite C, sendo pan-genotípico (abrange todos
os genótipos). Possui bom perfil de segurança e está
disponível em comprimidos. É associado ao ledipasvir,
velpatasvir ou Pribentasvir (se clearence renal > 30).
Outros Fármacos
Ribavirina: análogo do nucleosídeo purina com base
modificada de ribose, que inibe a replicação de vírus de
RNA e alguns de DNA (embora seu uso na hepatite C
esteja em desuso). Ela inibe a síntese do RNAm e pode
exigir cautela em pacientes renais. Os principais efeitos
adversos são irritação conjuntiva, exantema e sibilância.
Interferon: são citocinas, que não são absorvidas por via
oral, são metabolizados por via hepática e renal e tem
pequena meia-vida. Inibem a penetração, desnudamento
viral e síntese do RNAm. Podem ser usados na hepatite
B e no HPV e raramente na Hepatite C. Seu alto custo e
efeitos adversos como febre, cefaléia, neurotoxicidade,
azotemia e mielossupressão, limitam o seu uso.
Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Antivirais

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