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Ciências sociais – videoaula 2
A sociologia busca ir além do senso comum porque não é ir até alcançar o senso comum, o senso comum já é comum, não é encontrar o senso comum, não é desfazer porque também não precisa ser desfeito, nem é possível desfazer e nem contornar, é apenas ir além a partir de metodologias cientificas 
Os primeiros dois grandes pensadores da sociologia, da origem do pensamento sociológico começando por Auguste Comte.
3.1 Auguste Comte e o positivismo 
A gente está falando do início do século 19 e naquele momento havia uma ciência natural, a biologia que era a vedete das ciências. Charles Darwin tinha conseguido provar algo muito importante, provar a sua teoria da evolução das espécies, contrapondo inclusive crenças religiosas que davam conta do chamado criacionismo, Deus teria criado todas as coisas, todos os animais e o homem, as teses bíblicas etc. e Charles Darwin então chega com o evolucionismo, com a evolução das espécies, a teoria das adaptações e tudo mais e ele revoluciona o pensamento contemporâneo a partir disso. E aí surge a questão: será que era possível também que houvesse leis que determinavam o avanço da sociedade? Será que a sociedade também te uma lei como existe a lei das espécies, por exemplo da evolução das espécies? E aí vem esse pensador, o Auguste Comte que nasceu no finalzinho do século 18 e viveu até meados do século 19 que recusa, deixa pra trás as explicações místicas e religiosas e adota mecanismos de estudo das ciências naturais e passa a focar na questão do progresso e procurar essas leis e ele a partir daí surge o pensamento, a escola de pensamento positivista.
Como que se fundava o conhecimento comtiano? Ele dizia que haveria uma lei da história que através de graus ou etapas levariam o gênero humano a um grau de plenitude, de felicidade; a sociedade iria evoluir pra um grau de felicidade. Bom, se ele estivesse certo nós seriamos todos muito mais felizes, não é verdade, do século 19 pra cá? Imagina que tal processo de aperfeiçoamento é geralmente identificado com o desenvolvimento e com o crescimento do saber cientifico, veja o quanto a ciência evoluiu de lá pra cá e ainda as questões sociais são muito complicadas pra todos nós; e a ciência e a técnica seriam a principal fonte do progresso politico e moral, ora, será que isso aconteceu? É fácil a gente entender que não foi bem assim; mas ele era um precursor, ele estava começando nos estudos das ciências sociais e por que ele usa o adjetivo positivo? Por que positivismo? Positivismo é justamente pra contrapor a crença religiosa: É positivo, é objetivo, é aquilo mesmo, não tem erro, é um raciocínio absolutamente afirmativo.
O positivismo acaba ensejando uma outra corrente de pensamento que é o que a gente chama de darwinismo, influenciado pelo Darwin. O darwinismo social de tentar fazer uma correspondência entre a evolução das espécies e a evolução da sociedade; aí a coisa fica bastante perigosa. O teórico que seguiu essa corrente foi o Herbert Spencer, contemporâneo ao Comte, e ele dizia que as nações mais evoluídas que seriam as nações europeias levariam o mundo ou puxariam o mundo num processo civilizatório, num processo de evolução de relações sociais; ora, então somos nós aqui no Novo Mundo, nas Américas, figuras menos qualificadas do que os europeus na visão do Comte, caberia, portanto, aos europeus nos levar a uma outra condição. Vejam como isso é complicado, isso lá na frente, os restos desse tipo de pensamento levaram a coisas muito perigosas, como foi o caso do nazismo na Alemanha que levou a crises como a Segunda Guerra Mundial.
O positivismo, é bom lembrar, transformou o pensamento político-econômico no Brasil, a nossa bandeira tem dois dizeres que são dizeres absolutamente do Positivismo, quais são? Ordem – positivista e Progresso – positivista, ou seja, ordem de um lado tentando entender os fenômenos sociais e o progresso na evolução do capitalismo que se instaurava naquele momento. 
3.2 Émile Durkheim: fatos sociais, consciência coletiva, solidariedade mecânica e orgânica 
Agora vamos falar um pouco de outro grande pensador que foi o Durkheim, ele teorizou sobre fatos sociais, consciência coletiva, solidariedade etc. O Durkheim se diferenciou um pouco do Comte no pensamento, ele também entendia o capitalismo como o seu foco, e um capitalismo que já começava a enfrentar suas crises, crise de superprodução, ou seja, produzia mais do que as pessoas conseguiam adquirir com o seu dinheiro; os trabalhadores daquele momento ganhavam muito mal e trabalhavam muito, muito mais do que qualquer trabalhador trabalha hoje, 19/20 horas por dia, mal dormiam e tinham que voltar aos ambientes fabris, não tinham direitos, praticamente nenhum. A indústria gráfica por exemplo disseminava muito conteúdo impresso, o cinema já começava, mas quem tinha acesso a isso eram poucas pessoas que tinham dinheiro, por outro lado os trabalhadores começavam a se revoltar até revoltar violentas armadas. 
Durkheim acreditava que a investigação sociológica diferente do Comte merecia métodos próprios que não dava pra importar os métodos das ciências naturais pra gente estudar as ciências sociais (isso foi um avanço); e ele começa a entender o ambiente social como ambiente “organizacionista” que se auto-organizava a partir de algumas regras, a partir do que ele chamava de um fato social. O fato social dizia respeito ao que era característico do grupo: o homem era um em grupo, ele queria analisar o homem enquanto grupo, nós nos comportamos e Durkheim estava certo, nos comportamos de forma diferente quando estamos em grupo, diferente de como nos comportamos individualmente, as regras que eram impostas ao grupo em razão de uma força exterior; então ele acreditava que uma força exterior, que a sociedade de um modo geral impunha as regras que movimentavam os grupos sociais. Às vezes você faz coisas que você nem sabe direito, por que você vai num fastfood, pega sua bandejinha e leva o resto daquilo que você consumiu e descarrega no lixo? Se você vai num restaurante convencional você deixa o prato na mesa, por que que você faz isso no fast-food e deixa o prato na mesa do restaurante? Já pensou sobre isso? Pois é, alguém colocou essa regra, não está escrito em lugar nenhum no fast-food que você tem que descarregar a sua bandejinha no lixo, mas você faz e acha que aquilo é civilizado, do mesmo modo que ninguém pega o prato num restaurante convencional e leva ate a cozinha como você faz provavelmente em casa. Então essas regras, essas convenções são impostas, a gente nem sabe por que mas acaba fazendo. Tem outros exemplos do que ele chama de coerção social – coerção, imposição de uma forma de ser, o jeito que a gente veste, o jeito que a gente fala, o jeito que a gente se comunica; tudo é imposto, vem de fora pra dentro. Na visão do Durkheim, a origem dessas forças é o próprio grupo, é a própria sociedade que faz isso a partir de valores e hábitos incorporados por todos. E o que ele conclui em relação a isso? Ele conclui que nós deveríamos pra caminhar, pra evoluir socialmente, nós deveríamos ter na educação a disseminação de regras sociais, deveria partir da escola a educação mais do que educação do conhecimento formal, a educação no sentido moral pra impor valores que interessavam a sociedade como um todo e não os valores que a sociedade concebia. Então, ele aí diferencia duas práticas, a coerção a imposição da solidariedade. Vejam que interessante essa abordagem de Durkheim bem diferente da abordagem lá do Comte: coerção que é o caráter impositivo, pode ocorrer quando um grupo organizado age de forma a pressionar um individuo isoladamente; e a solidariedade que é a tal da consciência coletiva que determina como um grupo deve assumir, aceitar e defender os valores e normas em benefício do próprio grupo. Com relação a solidariedade, ele diz que tem dois tipos de solidariedade: a solidariedade mecânica que é o interesse de todos prevalecendo em relação aos interesses individuais; e a solidariedade orgânica, quando a coesão acontecepelo estabelecimento de códigos de regras, ou seja, quando isso é pensado e não simplesmente transmitido.
Durkheim fala sobre essa consciência coletiva que impõe normas e valores, o que inclui não apenas a noção e aí ele vai pra questão do ato criminoso, então essa consciência determina o que pode e o que não pode, o que é crime e o que deve ser a punição para o crime. E aí a gente chega em pensamento sociológico que vai ser adaptado ao direito por exemplo. Durkheim se debruça sobre estatísticas, sobre documentos históricos, tradições e outras formas de materializar a atividade social; ele também fala bastante sobre a divisão do trabalho, ele dizia que a divisão do trabalho poderia proteger a comunidade de determinados conflitos e a sociedade dividiria entre todas as tarefas essenciais pra sobrevivência; então a divisão do trabalho é o que evitaria a confusão na sociedade, e ele cria portanto esse conceito de anomia social, que é o fenômeno associado ao esgarçamento do tecido, ausência de regras, porque a industrialização obrigaria todo mundo a um trabalho repetitivo e monótono; e aí quando ele chega nessa questão da anomia, porque tudo teria que ser tão regrado e ficaria tudo muito chato, muito monótono, ele estuda o suicídio e ele inclusive determina tipos de suicídio: egoísta, altruísta, anomico; esse é um outro tema importante. Vejam como cresce a questão do pensamento sociológico a partir das ideias do Durkheim em relação as ideias do Comte.
Outro tema abordado são as praticas religiosas, ele entendeu a religião como os componentes de integração social mais do que o Comte que falava que aquilo era uma ignorância, era uma bobagem; ele dizia que religião é um sistema solidário de crenças e praticas relativas as coisas sagradas, então ele começa a entender a Igreja como um momento de coesão social e que a religião é um fato social, como outros fatos todos que ele estuda.
Assim, portanto os dois clássicos, os dois primeiros grandes autores das ciências sociais Comte e Durkheim.
Interatividade 2 
As ciências sociais surgiram com o impulso de movimentos como:
A reforma protestante e a revolução industrial.

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