Buscar

Millena Carollina Alves Bezerra - Monografia - UniAGES- pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UniAGES 
Centro Universitário 
Bacharelado em Nutrição 
 
 
 
 
 
 
 
MILLENA CAROLLINA ALVES BEZERRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISOLAMENTO SOCIAL: 
o impacto da COVID-19 no comportamento alimentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paripiranga 
2021 
 
 
 MILLENA CAROLLINA ALVES BEZERRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISOLAMENTO SOCIAL: 
o impacto da COVID-19 no comportamento alimentar 
 
 
 
 
Monografia apresentada no curso de graduação 
do Centro Universitário AGES como um dos pré-
requisitos para obtenção do título de bacharel 
em Nutrição. 
 
Orientador: Prof. Me. Igor Macedo Brandão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paripiranga 
2021 
 
 
MILLENA CAROLLINA ALVES BEZERRA 
 
 
 
 
 
ISOLAMENTO SOCIAL: 
o impacto da COVID-19 no comportamento alimentar 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como exigência 
parcial para obtenção do título de bacharel em 
Nutrição à Comissão Julgadora designada pela 
Coordenação de Trabalhos de Conclusão de 
Curso do UniAGES. 
 
Paripiranga, 8 de julho de 2021. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Igor Macedo Brandão 
UniAGES 
 
 
Prof. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho 
UniAGES 
 
 
Prof. Dalmo Moura Costa 
UniAGES 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Venho por meio deste, expressar os meus agradecimentos, primeiramente 
quero agradecer a Deus, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os 
obstáculos encontrados ao longo desses 4 anos, onde achei que não tivesse forças 
para concluir essa extensa e dificultosa jornada da minha vida, sempre que fraquejei 
me estendeu a mão, me dando forças e mostrando-me o caminho certo para continuar 
e não desistir dos meus sonhos. 
Quero agradecer a minha família, em especial a minha avó materna Nair, que 
é uma mulher guerreira e tenho muito orgulho de ser sua neta e mesmo com todas as 
dificuldades não mensurou esforços para me ajudar e sempre me deu forças para 
nunca desistir, me educou, para que acima do profissionalismo, ser uma pessoa 
humilde e tratar com dignidade e respeito a todos. 
Palavras seriam insuficientes para agradecê-la nesse momento, assim deixo 
que a minha felicidade expresse o quanto eu a amo. Aos meus pais, Márcia e Edson 
pelo apoio que serviu de alicerce para as minhas realizações, muito obrigada por 
sempre me incentivarem e acreditarem que eu seria capaz de superar os obstáculos 
que a vida me apresentou. A minha irmã Bruna Gabriella, por toda cumplicidade, 
amizade e amor existente entre nós. 
Ao meu esposo, Tibúrcio Júnior, por ter sido tão presente em cada momento 
da minha vida, jamais me negou apoio, carinho e incentivo, obrigada por aguentar 
tantas crises de estresse e ansiedade. Sou grata por me ajudar a alcançar essa 
conquista. Eu te amo. Aos meus colegas de graduação Winícius, Isabella, Lucas, 
Wanessa, Ernandes, Augusto, Virginia, Alexandre, Reinara, Bianca, Taynara e 
Waléria, obrigado por todo companheirismo, por descontraírem essa tensão toda e 
tornarem essa jornada difícil um pouco mais divertida. Em especial a minha eterna 
dupla de estágio Maiara Oliveira, por todo companheirismo, respeito, amor e sintonia. 
Aos professores Jamylle Araújo, Rôas de Araújo, Augusto Teixeira, por esses 
anos de aprendizado e amizade, inclusive o orientador deste trabalho, Igor Brandão 
pela paciência, dedicação e compromisso no desenvolvimento do meu TCC. Para 
finalizar, agradeço aos preceptores, Jeovani Santana e Kauan Melo, que apesar dos 
tempos difíceis nunca mediram esforços para compartilhar os seus conhecimentos de 
forma online, sempre com excelência, sendo assim essencial para minha formação, 
 
 
enfim, a todos que diretamente ou indiretamente me ajudaram para que eu chegasse 
até aqui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
A COVID-19 é uma patologia infecciosa que já acometeu diversos indivíduos no Brasil 
e no mundo. Seus sintomas incluem febre, tosse, fadiga, hemoptise e dispneia, e em 
casos graves pneumonia, síndrome do desconforto respiratório, falência de vários 
órgãos e dentre outras, sendo sua forma de transmissão as gotículas respiratórias. 
Dessa maneira, o isolamento social tornou-se um método essencial de impedimento de 
transmissão para a doença, no entanto, também desencadeou no desenvolvimento de 
mudanças nos hábitos alimentares dos indivíduos, através da ocorrência de depressão, 
estresse ou ansiedade. Assim, o presente estudo objetivou tratar sobre o impacto do 
isolamento social no comportamento alimentar dos indivíduos no Brasil. Foi realizado o 
mesmo por meio de uma Revisão Bibliográfica a partir do uso das palavras-chave: 
“isolamento social”, “COVID-19”, “comportamento social”, “comportamento alimentar” e 
alocadas nas bases de pesquisa Google Acadêmico, SciELO (Scientific Eletronic 
Library) e PubMed (Public Medline). Aplicados os critérios de exclusão e inclusão 
totalizaram em torno de 7 artigos para leitura final e análise de estudos. Constatou-se 
que o isolamento social desencadeou o desenvolvimento de práticas alimentares não-
saudáveis nos indivíduos, de modo que foram ocasionadas pelo estresse, depressão 
ou ansiedade. Ademais, afirma-se que a alimentação equilibrada auxilia no aumento da 
imunidade e na prevenção de morbidades tidas como grupo de risco da COVID-19. 
Pode-se dizer, portanto, que a nutrição tem papel importante para a redução de riscos 
provenientes da COVID-19 e no tratamento multiprofissional de compulsões 
alimentares por disfunções mentais. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: COVID-19. Comportamento alimentar. Mudanças alimentares. 
Isolamento social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
COVID-19 is an infectious pathology that has already affected several individuals in 
Brazil and worldwide. Its symptoms include fever, cough, fatigue, hemoptysis and 
dyspnea, and in severe cases pneumonia, respiratory distress syndrome, failure of 
various organs and others, its form of transmission being respiratory droplets. Thus, 
social isolation has become an essential method of preventing transmission to the 
disease, however, it has also triggered in the development of changes in the eating 
habits of individuals, through the occurrence of depression, stress or anxiety. Thus, 
the present study aimed to deal with the impact of social isolation on the eating 
behavior of individuals in Brazil. The same was accomplished through a Bibliographic 
Review based on the use of the keywords: "social isolation", "COVID-19", "social 
behavior", "eating behavior" and assigned in the Google Scholar, SciELO (Scientific 
Electronic Library) and PubMed (Public Medline) search bases. The exclusion and 
inclusion criteria totaled around 7 articles for final reading and analysis of studies. It 
was found that social isolation triggered the development of unhealthy eating practices 
in individuals, so that they were caused by stress, depression or anxiety. Moreover, it 
is stated that balanced feeding helps to increase immunity and prevent morbidities 
seen as a covid-19 risk group. It can be said, therefore, that nutrition plays an important 
role in reducing risks from COVID-19 and in the multiprofessional treatment of binge 
eating disorders for mental dysfunctions. 
 
 
KEYWORDS: COVID-19. Eating behavior. Food changes. Social isolation. 
 
 
LISTAS 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
1: Fatores determinantes para o comportamento alimentar........................................14 
2: Criança assistindo propaganda de sorvete.............................................................17 
3: SARS- CoV-2, vista microscópica...........................................................................19 
4: Principais fatores de risco associados à COVID-19................................................21 
5: Representações da testagem do COVID-19 com teste rápido(A) e PCR (B)..22-23 
6: Esquema da propagação viral.................................................................................24 
7: Prática correta da higienização das mãos...............................................................25 
8: Diferenciação entre isolamento social versus quarentena......................................27 
9: Categorias principais das “comfortfoods”................................................................31 
10: A- Principais alimentos ultraprocessados consumidos; B- Representação desses 
principais alimentos comercializados....................................................................34-35 
11: Influências positivas no equilíbrio da imunidade corporal......................................37 
12: Opções de suplementação par auxiliar no tratamento de infecções por vírus.......40 
13: Porcentagem de artigos escolhidos para a leitura final em detrimento das bases 
de dados.....................................................................................................................41 
14: Principais sentimentos relatados das pessoas em isolamento social....................45 
15: Principais alimentos não-saudáveis consumidos durante a pandemia de COVID-
19................................................................................................................................46 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
1: Relação dos artigos escolhidos para leitura final e suas referências, títulos, objetivos 
e resultados...............................................................................................................42-44 
2: Principais alimentos em que pode ser encontradas os nutrientes descritos............47 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
EPI Equipamentos de Proteção Individual 
OMS Organização Mundial de Saúde 
RT-PCR Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reserva 
SARS-CoV-2 Síndrome Respiratória Aguda Grave de Coronavírus 2 
TC Tomografia Computadorizada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO........................................................................... ................................10 
 
2 METODOLOGIA......................................................................................................12 
 
3 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................13 
3.1 Comportamento Alimentar................................................................................13 
3.1.1 Ambiente Familiar......................................................................................15 
3.1.2 Fatores Psicológicos.................................................................................16 
3.1.3 Influência da Mídia.....................................................................................16 
3.1.4 Influências Culturais..................................................................................17 
3.2 Pandemia do COVID-19 (SARS-CoV-2)...........................................................18 
3.2.1 Caracterização e Origem...........................................................................18 
3.2.2 COVID-19: A Doença................................................................................20 
3.2.2.1 Epidemiologia, Sintomas, Fatores de Risco, Diagnóstico e Transmissão...20 
3.2.2.2 A Prevenção e o Isolamento Social.........................................................24 
3.2.2.2.1 A Prevenção........................................................................................24 
3.2.2.2.2 Isolamento Social: principal medida do enfrentamento ao COVID-19...26 
3.2.3 Impactos da COVID-19 nos aspectos Econômicos e Socioculturais..........28 
3.2.3.1 Principais Impactos Econômicos............................................................28 
3.2.3.2 Principais Impactos Socioculturais ........................................................29 
3.3 Alimentação versus COVID-19 (SARS-CoV-2).................................................30 
3.3.1 Principais Alimentos Não-Saudáveis Consumidos no Isolamento Social: 
Ultraprocessados...................................................................................................32 
3.3.2 Imunidade versus COVID-19: Definições Gerais...........................................36 
3.3.3 Alimentação e sua Importância para Imunidade............................................38 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................41 
4.1 Caracterização dos Resultados........................................................................41 
4.2 Discussão.........................................................................................................44 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................49 
 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................51 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A COVID-19 é uma patologia ocasionada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), 
sendo identificada pela primeira vez na China, no final de 2019. A partir do dia 11 de 
março do ano de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou uma 
pandemia mundial. Em relação especificamente ao Brasil, a partir de fevereiro, a 
doença já era considerada uma Emergência de Saúde Pública no país (OLIVEIRA et 
al., 2020). 
Dessa maneira, os sintomas causados pela COVID-19 incluem: febre, tosse, 
fadiga, hemoptise e dispneia; em casos mais graves, pode ocorrer: pneumonia, 
síndrome do desconforto respiratório, problemas cardíacos agudos e falência de 
vários órgãos. Tem-se como forma de transmissão as gotículas respiratórias (NUNES 
et al., 2020). Dentre as medidas não farmacológicas para evitar o avanço do novo 
vírus, a OMS considerou como medida mais eficiente o isolamento social, trazendo 
novas configurações sociais, permitindo apenas serviços essenciais ou que não 
gerassem aglomeração (DOS REIS VERTICCHIO; DE MELO VERTICCHIO, 2020). 
No entanto, cumpre-se em afirmar que, à mesma medida que o isolamento 
social contribui para o não avanço da doença, também gera diversas implicações no 
comportamento social dos isolados, a exemplo de: mudanças no sono; ingestão de 
bebidas alcoólicas; prática de atividade física ou sedentarismo; mudanças alimentares 
e dentre outras (DOS REIS VERTICCHIO; DE MELO VERTICCHIO, 2020). 
Em relação especificamente às mudanças alimentares, observadas em muitos 
indivíduos durante a pandemia, pode-se dizer que alterações psicoemocionais e 
ambientais estão ligadas a essa problemática (DURÃES et al., 2020). Assim, podem 
ser citadas algumas motivações, como: o estresse de maneira prolongada, que faz o 
indivíduo procurar alimentos não-saudáveis; a segurança alimentar, bastante 
comprometida com a incidência do vírus, gerando maior consumo de produtos 
industrializados; a produção, comercialização, oferta e consumo dos alimentos 
naturais foram afetados; maior acesso a comidas industrializadas (DURÃES et al., 
2020). 
No entanto, por ser um fenômeno novo, o isolamento social e suas implicações 
relacionadas ao comportamento alimentar do indivíduo nesse período pandêmico 
ainda é pouco explorado pela literatura. Assim, têm-se como perguntas norteadoras: 
11 
 
quais foram as principais modificações na vida em sociedade nesse período? Quais 
as principais mudanças alimentares ocorridas? Quais as principais causas para essas 
mudanças alimentares? 
Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo geral analisar, por meio de 
uma Revisão Bibliográfica, em detrimento ao contexto da pandemia de COVID-19, a 
implicação do isolamento social e da pandemia em geral no comportamento alimentar 
dos indivíduos. 
Ademais, podem ser citados os objetivos específicos: descrever as principais 
modificações sociais ocorridaspor conta da pandemia; apresentar quais as principais 
mudanças alimentares ocorridas nesse período, principalmente após o acontecimento 
do isolamento social; delimitar as principais causas para essas mudanças alimentares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 METODOLOGIA 
 
 
A presente monografia se trata de uma Revisão Bibliográfica, realizada por 
meio de coletas de trabalhos em bases de dados. Para realização desse estudo, foram 
utilizados os seguintes descritores: “isolamento social”, “COVID-19”, “comportamento 
social”, “comportamento alimentar”, limitando a pesquisa ao idioma inglês e português, 
com artigos disponíveis para leitura, como também, aqueles que possuíam relevância 
com o tema, com limitações temporais de 2011 a 2021, consultados nas bases de 
dados: SciELO (4 artigos), PubMed (21 artigos) e Google Acadêmico (49 artigos). 
Como primeira fase da seleção de artigos para leitura final buscou-se fazer a 
retirada de artigos que estavam duplicados ou que não estavam disponíveis para 
leitura, restando 63 artigos. Logo após, foram lidos os títulos e resumos dos trabalhos 
restantes, de modo que restaram 30 trabalhos. Para a leitura final foram selecionados 
esses 16 artigos restantes, e escolhidos 7, de acordo com sua relevância ao tema, 
para realização do estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3 DESENVOLVIMENTO 
 
 
3.1 Comportamento Alimentar 
 
 
A alimentação não se resume apenas à necessidades biológicas, mas sim 
como um ato composto de significados adentrados aos alimentos, de modo que 
acompanhem do preparo até o consumo. Em sua percepção relacionada à 
antropologia, entende-se que a alimentação se constitui em duas áreas: a do 
conhecimento e a do natural e cultural (ATZINGEN, 2011). 
 No campo do conhecimento sua importância se dá pela simbologia dos seus 
costumes; como também, pelos valores culturais e familiares; e, por fim, à sua 
naturalidade, ou seja, às condições fisiológicas do corpo, o fornecimento do alimento 
pela natureza e entre outras situações (MORAES, 2014). Dessa forma, o mesmo autor 
trata da relação existente entre alimentação e fatores sociais, econômicos, culturais e 
familiares: 
 
O ato de alimentação, além de suprir a demanda nutricional, hoje está 
agregado de valores e necessidades, sofreu mudanças em níveis culturais, 
familiares, econômicos. Assim, a escolha está direcionada conforme sistema 
social-cultural, condicionada pelo ambiente ao qual o indivíduo está inserido 
(MORAES, p.13, 2014). 
 
 
Para que seja entendida a relação do indivíduo e a alimentação espera-se 
delimitar a concepção de comportamento alimentar. Contudo, primeiramente, Vaz e 
Bennemann (2014), apresentam a definição de comportamento como sendo: 
 
 
Enquanto que a definição de comportamento tem origem latina: porto, que 
significa levar, em português passou à forma reflexiva “portar-se” que se trata 
do conjunto de ações do indivíduo com base nas informações recebidas, que 
são caracterizadas através da mudança, do movimento ou da reação de 
qualquer entidade ou sistema em relação a seu ambiente ou situação. 
Conceito que pode ser complementado pela ideia de Aurélio (2008), que traz 
a definição de comportamento, como a maneira de se comportar, 
procedimento, conduta, ato (VAZ; BENNEMANN, 2014). 
 
Desse modo, a conceituação de comportamento diz respeito à forma como o 
indivíduo se comporta, a sua conduta, suas ações perante os seus costumes e o que 
14 
 
foi ensinado. Assim, busca-se elucidar acerca do comportamento alimentar, como 
também, a sua diferenciação com o hábito alimentar. 
Hábito e comportamento são conceituações que se diferem, mas que se 
relacionam. Enquanto que os hábitos alimentares dizem respeito à percepção de 
consumo ou ingestão de alimentos; o comportamento alimentar, em muitas das vezes, 
corresponde aos fatores psicológicos da alimentação (KLOTZ-SILVA; PRADO; 
SEIXAS, 2016). 
O comportamento ambiental é considerado como uma ação complexa, que 
abrange tanto fatores internos quanto externos relacionados aos indivíduos, sendo 
representados, principalmente, pelos fatores: biológicos, sociais, psicológicos, 
ambientais, culturais, assim como apresenta a figura 1 (MORAES, 2014). 
 
 
Figura 1: Fatores condicionantes para o comportamento alimentar. 
Fonte: Elaboração do autor (criado em 2021). 
 
Primeiramente, cumpre-se em falar dos fatores intrínsecos: o modo do preparo 
do alimento; os aspectos; as texturas; temperatura; cor; sabor e entre outros. Quanto 
aos fatores extrínsecos: fatores do ambiente; de acordo com as situações; 
publicidade; variações sazonais. Em relação ao aspecto biológico: de acordo com o 
sexo; idade; condições fisiológicas, a exemplo de doenças; fatores psicológicos (VAZ; 
BENNEMANN, 2014). 
FATORES 
PESSOAIS
FATORES 
ECONÔMICO
S
FATORES 
CULTURAIS
FATORES 
BIOLÓGICO
S 
FATORES 
INTRÍSECOS
FATORES 
EXTRÍNCEC
OS 
15 
 
Em detrimento dos aspectos econômicos pode-se afirmar que são principais 
condicionantes as situações econômicas e o custo dos alimentos. Os fatores pessoais 
correspondem às especificidades de cada indivíduo, a dizer: o grau de expectativa; o 
humor; a influência das outras pessoas; a personalidade; as emoções; ambiente 
familiar; forma de educação (VAZ; BENNEMANN, 2014). 
No entanto, podem ser destacados alguns condicionantes do comportamento 
alimentar como sendo os mais abordados e discutidos atualmente, podendo citar: o 
ambiente familiar, os fatores psicológicos, a influência da mídia, as influências 
culturais. Sendo o enfoque do estudo aqui desenvolvido, os fatores correspondentes 
à psicologia, de modo que seja apresentada a influência do isolamento social frente 
às mudanças de comportamento alimentar. 
 
 
3.1.1 Ambiente Familiar 
 
 
A relação existente entre o comportamento alimentar e a família se dá na 
perspectiva da alimentação infantil. Ao nascerem os indivíduos vivem as primeiras 
relações sentimentais e de relação, de modo que se tornam extremamente 
necessárias para o desenvolvimento infantil. Dessa forma, a família tem interferência 
direta na construção da personalidade (COELHO; PIRES, 2014). 
Ao mesmo tempo em que as crianças crescem podem obter o controle dos 
seus gostos, das suas preferências, de modo que os pais são deixados mais de lado 
nas escolhas. Dessa forma, para que haja um equilíbrio nessas duas situações, os 
agentes familiares devem dar lugar à alimentação apropriada e uma prática educativa 
voltada para que isso se estabeleça (MORAES, 2014). 
Outro aspecto importante a ser relatado é que, com a inserção da mulher no 
mercado de trabalho, na maior parte das situações, as crianças ou adolescentes 
adquirem a maior parte de suas vivências em espaços como escolas ou creches, que 
em busca da comodidade e praticidade, também formam um comportamento 
alimentar inadequado, com consumo de produtos industrializados ou lanches. Assim, 
pode-se entender que a família é um fator decisivo nessa questão, que também 
pode ser estimulada com determinantes culturais (VAZ; BENNEMANN, 2014). 
 
16 
 
3.1.2 Fatores Psicológicos 
 
 
Em detrimento dos fatores psicológicos, é entendido que a autoconfiança na 
realização de escolhas saudáveis e não-saudáveis influencia no comportamento 
alimentar. Dessa forma, o indivíduo reage às escolhas de acordo com o alimento, as 
opções que são ofertadas, o contexto na sociedade em que está vivendo e dentre 
outras condições (VAZ; BENNEMANN, 2014). 
França et al. (2014), tratam por meio de seus estudos, que os aspectos 
psicológicos influenciam na manutenção de uma alimentação saudável, especialmente 
no que diz respeito aos sentimentos, que repercutem negativamente na concepção de 
uma nutrição saudável, como por exemplo: tristeza, angústia, depressão, ansiedade, 
problemas familiares ou baixa autoestima. 
Ainda em concordância comFrança et al. (2014), é dito que outras emoções 
como alegria e motivação foram aliadas para que o comportamento alimentar 
saudável seja seguido. Dessa forma, entende-se que esses sentimentos são 
imprescindíveis para que haja hábitos alimentares apropriados. 
 
 
3.1.3 Influência da Mídia 
 
 
A mídia se torna um meio essencial para que seja induzido o comportamento 
humano, por meio do modo como se direciona ao público-alvo, seja para definir 
padrões ou expectativas. No comportamento alimentar pode influenciar no consumo 
de produtos industrializados e na percepção de beleza para os indivíduos, 
principalmente no que se diz respeito à influência desses comportamentos com as 
crianças e adolescentes (MORAES, 2014). 
Não obstante apenas a essa questão, a mídia também pode produzir padrões 
de beleza como uma identidade cultural, de maneira que seja influenciado pelos meios 
de comunicação e financiado pelas indústrias de produtos de beleza. Os padrões 
envolvem a percepção de boa forma, que seja o corpo livre das gorduras indesejadas 
(BARBOSA; SILVA, 2016). 
17 
 
Aborda Santos et al. (2014) que as propagandas de televisão surgem como 
principal método da mídia para disseminar esse tipo de informação. Com a 
propaganda e divulgação de alimentos, de maneira atrativa, e, principalmente, em 
horários em que sejam propícios para a reunião de família, como o horário do almoço 
ou janta, podem influenciar o indivíduo por motivações emocionais, psicológicas e 
anseios individuais. Assim como se apresenta na figura 2, provocando influência, na 
maior parte das vezes, no público infantil. 
 
 
Figura 2: Criança assistindo propaganda de sorvete. 
Fonte: https://www.infoescola.com/comunicacao/influencia-da-publicidadenodesenvolvimento-da-
crianca/ 
 
 
Assim como divulgam produtos industrializados também realizam a mesma 
ação para comercialização de produtos “milagrosos”, light, receitas e entre outras 
intervenções, que por muita das vezes não são eficientes, a fim de apresentar 
estratégias para o “corpo perfeito” (BARBOSA; SILVA, 2016). 
 
 
3.1.4 Influências Culturais 
 
 
Sendo a cultura uma conjuntura de regras, planos, receitas e paradigmas que 
regram o comportamento humano, sendo que suas simbologias e significados são 
partilhados com a coletividade, não se restringindo apenas ao plano individual. O 
plano da interferência cultural diz respeito aos gostos, preferências, tradições e entre 
18 
 
outros. A identidade social em que o indivíduo está inserido dá sentido às preferências 
alimentares (MORAES, 2014). 
Dessa forma, Klotz-Silva, Prado e Seixas (2016) relacionam que o hábito 
alimentar é definido com base no contexto em que as pessoas vivem, sendo formado 
com base nas experiências individuais. Não é algo definido apenas na subjetividade, 
mas sim no envolvimento de diversas simbologias, no seu cotidiano. 
Assim, a diferenciação entre hábito e comportamento alimentar pode ser 
entendida na esfera dos aspectos culturais, já que o comportamento é uma 
conceituação mais particular, enquanto que o hábito é a interseção entre o particular 
e o social, delimitando a partir de quando o indivíduo adquire suas vivências (KLOTZ-
SILVA; PRADO; SEIXAS, 2016). 
 
 
3.2 Pandemia do COVID-19 (SARS-CoV-2) 
 
 
3.2.1 Caracterização e Origem 
 
 
Os coronavírus (CoV) são membros de um agrupamento de vírus conhecido 
desde a década de 60 e recebem tal nomenclatura por conta de suas espículas 
superficiais em forma de coroa. Estudos apresentam que existiam relatos científicos 
da noção de seis espécies do vírus que desencadeavam em doenças, sendo o SARS-
CoV-2 a sétima espécie de coronavírus, que causa a COVID-19 (SILVA et al., 2021). 
Em relação a etiologia do vírus, tem-se que os da espécie CoV são compostos 
de RNA fita simples, em seu sentido positivo, não sendo dividido e envolvido por meio 
de um envelope de proteínas, composto principalmente da proteína E. Em relação às 
suas partículas, a estruturação é caracterizada como sendo de forma redonda e oval, 
geralmente polimórficas, com diâmetro variando entre 60 e 140 mm. Através da visão 
microscópica (figura 3) podem-se observar grandes projeções na sua superfície, 
parecidas com uma coroa, que como já dito, deu origem ao nome (BRITO et al., 2020). 
 
19 
 
 
Figura 3: SARS- CoV-2, vista microscópica. 
Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/06/sars-cov-2- pode-ser-evolucao-de-
coronavirus-em-morcegos-e-pangolins.html 
 
A COVID-19 é uma patologia infectocontagiosa ocasionada pelo coronavírus 
da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Conforme publicado pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), sua primeira aparição se deu no dia 31 de 
dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Na época, eram sabidos de casos de uma 
pneumonia provocada por um agente patológico até então desconhecido e que foi, 
posteriormente, repassado para as autoridades de saúde (BRITO et al., 2020). 
Os casos relatados na cidade de Wuhan estavam relacionados, de maneira 
geral, ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, que fazia também a 
comercialização de animais vivos, fazendo surgir a hipótese de que o novo 
coronavírus tenha surgido por meio de parasitos de animais. Estudos mais recentes 
apresentam que um desses animais seriam os morcegos (SOUTO, 2020). 
Em 30 de janeiro de 2020, foi decretada emergência de saúde pública pela 
OMS; em fevereiro a OMS retratou a infecção como sendo COVID-19, que antes era 
denominada 2019-nCoV; já em março de 2020 o órgão anunciou que os casos já se 
comportavam como uma pandemia, afetando o mundo inteiro em seus diversos 
aspectos, principalmente no que diz respeito ao número elevado de mortes (SILVA et 
al., 2021). 
 
 
 
 
 
20 
 
3.2.2 COVID-19: A Doença 
 
 
3.2.2.1 Epidemiologia, Sintomas, Fatores de Risco, Diagnóstico e Transmissão 
 
 
Desde quando surgiu, em Wuhan, na China, o coronavírus apresentou alta taxa 
de transmissão. Segundo a OMS, até a data de abril de 2020 o COVID-19 já tinha 
acometido cerca de 2 milhões de pessoas em 202 países ao redor do mundo, sendo 
o foco dos casos os Estados Unidos, totalizando, até essa data, em torno de 630 mil 
infectados (BEZERRA et al., 2020). 
Em junho do mesmo ano, dentre os principais países mais afetados pelo vírus 
estava o Brasil, acompanhado dos Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, Itália, 
França, Índia, Alemanha e Peru (SOUTO, 2020). No Brasil, o primeiro caso a ser 
datado foi no período de 07 de janeiro de 2020, e no dia 17 do mesmo mês já foi 
formulado e publicado o primeiro boletim epidemiológico do país. Até o mês de março 
de 2020 foram constatados 3.904 casos no país, com total de 114 mortes, ou seja, 
num total de 2,4% de letalidade (NETTO; CORRÊA, 2020). 
Nesse mesmo período se observava maior incidência de casos na região 
Sudeste (concentrando 57% dos casos), seguida da região Nordeste (com 16% dos 
casos), do sul (13% dos casos), centro-oeste (9% dos casos) e norte (5% dos casos) 
(NETTO; CORRÊA, 2020). No entanto, o que se pode afirmar é que essas 
quantidades se relativizam com o passar do período, bem como as colocações 
regionais. 
O período de incubação após a pessoa contrair o vírus é de aproximadamente 
14 dias. Sua infecção pode ter aspectos clínicos em três principais condições: 
acometidos assintomáticos; com doença respiratória aguda; paciente com diferentes 
graus de pneumonia. Os principais sintomas dos portadores incluem febre, tosse, 
dores musculares, cansaço, diarreia, expectoração, cefaleia e hemoptise (XAVIER et 
al., 2020). 
Os pacientes assintomáticos somente podem obter a confirmação do 
acometimento do vírus com testes sorológicos, no entanto, torna-se difícil o acesso 
de forma pública. Já os pacientes com a doença leve ou moderada apresentam 
sintomas típicos de um resfriado, síndrome da gripe ou pneumonia leve, de maneira 
21 
 
que não necessitamde suporte de oxigênio ou hospitalização. A doença torna-se 
grave com a presença de sintomas mais complexos, que necessitam de suporte 
médico. Como também, tem a doença de forma crítica, possuindo insuficiência no 
trato respiratório ou choque séptico, necessitando de ventilação mecânica (DIAS et 
al., 2020). 
Por outro lado, embora os sintomas se confundam com outras patologias virais, 
como Norovirose e Influenza, os sintomas como dispneia e febre a tornam como 
diferente. Alguns estudos apresentam que em torno de 86% dos pacientes não 
desenvolveram sintomas mais graves, sendo necessária a oxigenação para apenas 
14% e menos de 5% necessitou de terapia intensiva (XAVIER et al., 2020). 
Os sintomas têm sua primeira aparição após 3 a 5 dias de contato com o vírus. 
Apresentam-se como principais complicações: insuficiência do trato respiratório, lesão 
hepática, lesão no miocárdio, lesão aguda do trato renal, sepse e até pode 
desencadear falência de múltiplos órgãos (MENDES et al., 2020). Em relação aos 
fatores de risco da doença, a figura 4 apresenta os principais. 
 
 
Figura 4: Principais fatores de risco associados à COVID-19. 
Fonte: Elaboração do autor (criado em 2021). 
 
 
Como retratado pelo esquema da Figura 3, dentre os principais fatores de risco 
da COVID-19, ou seja, relato comum de piora no quadro clínico, em pacientes com 
faixa etária entre 49 a 56 anos, portadores de patologias como hipertensão, diabetes, 
FAIXA ETÁRIA-
49 A 46 ANOS
IMUNIDADE 
COMPROMETIDA
DOENÇAS 
CRÔNICAS 
DO PULMÃO
HIPERTENSÃO
DIABETES
22 
 
com doenças no pulmão de forma crônica, pacientes com câncer e com a imunidade 
comprometida (JÚNIOR, 2020). 
Em pacientes com casos mais graves podem ocorrer spse, choque séptico, 
pneumonia, com observância de dispneia, do 5 ao 10 dia de doença. Nesses casos, 
por meio de estudos, tem-se que a letalidade pode chegar a 49% e em sintomáticos 
com casos mais leves ou moderados, a letalidade pode alcançar 2,3%. Em relação à 
necessidade de hospitalização, o contingente fica em torno de 19% (DIAS et al., 2020). 
Para que seja detectada a doença devem ser realizadas algumas avaliações 
com o paciente, sendo necessário, primeiramente, analisar o histórico epidemiológico 
deste, informações sobre possíveis contatos com outros infectados ou viagens 
recentes a outras localidades (MENDES et al., 2020). 
A partir disso, caso o paciente desenvolva sintomas ou sinais da patologia o 
profissional de saúde responsável pode solicitar o exame de Reação em Cadeia da 
Polimerase com Transcrição Reserva (RT-PCR) (figura 5-B), sendo coletada sua 
amostra por meio de excreções retiradas da região respiratória superior, como 
também, das vias respiratórias; bem como pode solicitar o teste rápido (IgM/ IgC) 
(figura 5-A), identificando a imunidade contra o vírus; como também, a imunoabsorção 
enzimática. Quando se torna necessário analisar complicações provenientes da 
infecção pode-se solicitar uma Tomografia Computadorizada (TC) (MENDES et al., 
2020). 
 
 
A
- 
23 
 
 
Figura 5: Representações da testagem do COVID-19 com teste rápido (A) e PCR (B). 
Fonte: https://www.farmasesi.com.br/pagTexto/teste-covid. 
 
A propagação e transmissão do vírus estudado ainda se apresentam como 
incertas quanto à sua totalidade. Dessa forma, são utilizadas algumas pesquisas com 
vírus similares para que sejam adotadas algumas medidas de retenção à 
contaminação. Pode-se afirmar que o agente patológico pode ser transmitido através 
de contato com outra pessoa infectada; por gotículas da saliva ou por partículas 
emitidas pelas vias respiratórias (ALBUQUERQUE; SILVA; ARAÚJO, 2020). 
Como também, por aglomerações, principalmente quando diz respeito às 
famílias ou ambiente laboral. A partir de pesquisas, constatou-se que mais da metade 
dos casos confirmados surgiram a partir de aglomerações. Dessa forma, em relação 
à uma pessoa infectada, pode-se inferir que esta tem possibilidade de transmissão 
para 1 a 2 pessoas (figura 6), e assim sucessivamente (SENHORAS, 2020). 
 
B 
24 
 
 
Figura 6: Esquema da propagação viral. 
Fonte: (SENHORAS, 2020). 
 
Quando acometido por meio da transmissão o paciente com COVID-19 deve 
procurar auxílio médico assim que necessário, no entanto, não existem tratamentos 
específicos para a cura, pois se trata de uma patologia relativamente nova. 
Atualmente, foram criados dois processos de tratamento, o medicamentoso e a 
vacinação (SILVA et al., 2021). 
O medicamentoso se valeu de estudos para delimitar protocolos clínicos acerca 
do tratamento e quais medicamentos podem ser utilizados. Tornou-se prioridade 
identificar tratamentos precoces ou prevenção para o novo coronavírus, no entanto, 
ainda não se encontrou um consenso para essas discussões, sendo apenas aprovada 
e realizada com segurança a aplicação das vacinas em diversos locais no mundo 
(SILVA et al., 2021). 
 
 
3.2.2.2 A Prevenção e o Isolamento Social 
 
 
3.2.2.2.1 A Prevenção 
 
 
As estratégias impeditivas de transmissão para o novo coronavírus torna-se 
essencial, tanto para estancar o quantitativo de casos, quanto para evitar, 
25 
 
principalmente, o acometimento de indivíduos que participam dos grupos de risco da 
doença. A adoção da medida tem outro objetivo essencial, que é diminuir o impacto 
realizado pela pandemia nos ambientes de saúde em todo país e no mundo 
(SENHORAS, 2020). 
Pode-se afirmar que os indivíduos que tem maior possibilidade de infecção são 
os que possuem contato com outros doentes. Assim, medidas de prevenção como 
higienização das mãos com álcool em gel 70 % de maneira correta, assim como trata 
a figura 7, ou com lavagem através de sabão neutro; evitar tocar com a mão na região 
dos olhos, nariz e boca (BAPTISTA; FERNANDES, 2020). 
 
 
Figura 7: Prática correta da higienização das mãos. 
Fonte: https://vidasaudavel.einstein.br/coronavirus/aprenda-a-higienizar-as-maos-para-se-proteger-
do-novo-coronavirus/ 
 
Ademais, tossir ou espirrar na região do cotovelo ou com panos e/ou lenços 
descartáveis, sendo preciso descartá-los posteriormente; utilizar máscara e, se 
possível, manter distância de 1 metro das pessoas; uso de Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI), essencialmente para profissionais de saúde; desinfecção de 
ambiente (BAPTISTA; FERNANDES, 2020). 
Como também, deve-se higienizar materiais que sejam constituídos de plástico 
ou aço inoxidável, pois possuem maior viabilidade com o vírus, com o período de 72 
horas. Ademais, é entendido que o vírus possui alta taxa de transmissão em 
ambientes hospitalares, sendo necessária a adoção de outras práticas mais severas 
26 
 
como barreiras físicas, uso de máscara do modelo N95, todo o material de EPI’s, 
diminuindo a possibilidade de exposição ao vírus (SENHORAS, 2020). 
No entanto, na maior parte das vezes, não se torna suficiente a adoção 
somente dessas medidas, a aplicação da quarentena ou isolamento social foi e é uma 
das medidas mais utilizadas no combate ao coronavírus, tendo como principal 
finalidade a diminuição dos índices de transmissão da referida doença. Por isso é 
essencial tratar dos seus aspectos individuais, que serão apresentados na próxima 
seção. 
 
 
3.2.2.2.2 Isolamento Social: principal medida do enfrentamento ao COVID-19 
 
 
O isolamento social, no contexto da pandemia do COVID-19, se difere no que 
diz respeito ao isolamento realizado nos ambientes ambulatoriais, já que neste as 
pessoas internadas com alguma morbidade específica são separadas daquelas que 
não a contém, como forma de proteção e prevenção para não transmitir a doença. 
Assim, o isolamento social é definido como uma medida de orientação para que os 
indivíduos só saiam de casa caso seja necessário, com o objetivo de impedir a 
disseminação do vírus, observada, principalmente, com as aglomerações (DIAS et al., 
2020). 
Por outro lado, é importante também diferenciar o isolamentoda quarentena, 
assim como comparado pela figura 8, sendo a última conceituada como o tempo de 
14 dias, tempo preciso para que seja superada a transmissão do vírus, proposto para 
que pessoas com sintomas, com suspeita ou que tenha tido contato com infectados 
esperem a realização de testes para ter contato com o mundo externo, seja evitando 
sair ou de ter contato direto com as pessoas (DIAS et al., 2020). 
 
27 
 
 
Figura 8: Diferenciação entre isolamento social versus quarentena. 
Fonte: https://www.p5.pt/2020/03/17/quarentena-e-isolamento-social-qual-a-diferenca/. 
 
Algumas medidas são adotadas pelos governos do Brasil e do mundo para o 
cumprimento do isolamento social, dentre elas estão as mais recorrentes: proibição 
de viagens, fechamento de fronteiras entre cidades, fechamento de comércios e 
serviços não essenciais. O intuito da medida tem por objetivos reduzir os casos e 
índices de transmissão; reduzir os casos mais graves e que necessitem de assistência 
média, com o fim de não ocasionar a superlotação de hospitais (SENHORAS, 2020). 
Ademais, a combinação da medida com a adoção da quarentena e da aplicação 
das recomendações de prevenção, a exemplo do uso de máscara e da lavagem das 
mãos, também podem auxiliar na questão das vagas hospitalares, visto que, observa-
se um acentuado número de pessoas que morrer por conta da espera na fila de 
tratamento intensivo ou na busca de tratamento (BAPTISTA; FERNANDES, 2020). 
Embora tenham sido apresentadas no tópico anterior do presente capítulo as 
formas escassas e ainda indeterminadas para o enfrentamento da pandemia, 
28 
 
deixando de lado a vacina, considerou a OMS que o distanciamento social e o 
isolamento são as maneiras mais eficientes de evitar a transmissão e contágio do 
vírus. Cumpre-se em afirmar, também, que o isolamento se torna importante para 
diminuir o contágio de pessoas assintomáticas, já que não é possível realizar o 
controle através de testes em massa (SILVA et al., 2021). 
Contudo, embora o isolamento social desempenhe significativa contribuição 
nos índices de transmissão, também gera diversas consequências negativas, assim 
como a aparição do vírus como um todo, principalmente no que se diz respeito aos 
aspectos econômicos e socioculturais. Dessa forma, no tópico a seguir serão 
apresentadas algumas consequências da pandemia de COVID-19 em relação aos 
principais fatores econômicos e socioculturais. 
 
 
3.2.3 Impactos da COVID-19 nos aspectos Econômicos e Socioculturais 
 
 
3.2.3.1 Principais Impactos Econômicos 
 
 
Em primeiro momento tem-se que o COVID-19 trouxe diversos impactos na 
área econômica, de modo que elas sejam negativas assimétricas, de classe 
transescalar e intertemporal, gerando efeitos significativos nos mercados mundiais e 
locai, como também, gerou disfunções associadas às relações internacionais, já que 
vários países também vivenciavam a crise num mesmo contexto (SENHORAS, 2020). 
Assim, os mercados, sejam eles internacionais, regionais, locais tiveram que 
se adequar ao contexto da pandemia, tendo observância a quatro desafios principais 
para que a saúde e a vida das pessoas sejam preservadas sem prejuízo ao econômico 
destas, são eles: aumento da oferta dos serviços de saúde; aplicação das medidas de 
isolamento social; delimitação de mecanismos para evitar danos à longo prazo, tendo 
observância ao contexto psicológico, social e político em que a sociedade vive; 
fornecimento de políticas públicas para manter setores como família, empresas, 
autônomos, moradores de rua, desempregados e quaisquer outros que sejam lesados 
financeiramente pela pandemia (SANTOS; RIBEIRO, 2020). 
29 
 
Tratam Junior e Santa (2020), que o isolamento social/quarentena influencia 
diretamente na relação entre as pessoas e alguns serviços. Houve um aumento 
significativo do modo de trabalho homeoffice, como também, a redução na equipe de 
várias empresas e a falência de muitas delas, por conta do choque entre a demanda 
e a oferta. Por conta da acentuada crise financeira, houve um aumento nos índices de 
trabalhadores informais, como forma de complementar ou suprir a renda familiar ou 
individual. 
 
 
3.2.3.2 Principais Impactos Socioculturais 
 
 
Tendo o isolamento social como foco, já que se considera como a medida mais 
importante no enfretamento da doença, assim como foi apresentado anteriormente, 
pode gerar além dos impactos na economia, consequências na vida em sociedade e 
na cultura. Medidas como essa nunca tinham sido usadas de forma tão abrangente, 
assim, ao restringir o contato social e ao delimitar medidas sanitárias, podem estar 
gerando conflitos éticos, legais, sociais e econômicos. No que diz respeito à ética, 
entende-se que as medidas devam ser pautadas em cinco valores: pela liberdade do 
indivíduo, a proteção da coletividade, a proporcionalidade, o sentimento recíproco e a 
transparência quanto aos órgãos governamentais (GARRIDO; RODRIGUES, 2020). 
Outro ponto importante relacionado aos impactos da pandemia diz respeito à 
saúde mental dos indivíduos. Isso pode ocorrer através do medo ser infectado; do 
sentimento de solidão (isolamento social/quarentena); da perda de familiares ou do 
agravamento de seus estados; a insegurança de frequentar lugares; e entre outras 
motivações. Entende-se que seja necessário o acompanhamento dessas pessoas a 
fim de evitar complicações ulteriores (FARO et al., 2020). 
Como também, pode-se citar como outro impacto a acentuação das 
desigualdades sociais. As camadas populacionais com menos recursos financeiros, 
com falta de acesso à informação ou os trabalhadores autônomos e os que encontram 
dificuldade para o acesso à saúde se caracterizam como sendo as mais impactadas 
com a pandemia e o isolamento social (FREITAS; PENA, 2020). 
Sendo, no Brasil, a desigualdade social intimamente ligada à raça é observado 
que a pandemia só tornou mais claro o racismo estrutural no país. Em outra 
30 
 
perspectiva, é entendido que o isolamento social não é aplicado, de maneira eficiente, 
para os que carecem de renda, já que precisam sair de suas casas para garantir a 
comida na mesa (GARRIDO; RODRIGUES, 2020). 
 
 
3.3 Alimentação versus COVID-19 (SARS-CoV-2) 
 
 
Como já visto anteriormente, o isolamento social/quarentena se apresenta 
como uma forma eficaz para estancar o avanço do novo coronavírus, no entanto, pode 
gerar implicações no estilo de vida do indivíduo, de maneira inevitável, a dizer algumas 
delas como sendo: modificações no sono; maior ingestão de bebidas alcoólicas; 
sedentarismo; e interferências nos hábitos alimentares. Não somente a esse 
fenômeno, entende-se que a falta do convívio social, a separação da família ou perda 
de algum componente dela, a incerteza sobre as questões envolvendo a doença, 
tédio, combinadas com o acesso recorrente à mídia também contribuem para 
sentimentos negativos relacionados à pandemia (DURÃES et al., 2020). 
Conforme apresenta Malta et al. (2020), a mudança no estilo de vida e nos 
costumes alimentares dos indivíduos tornou-se notória, e, de acordo com sua 
pesquisa, o consumo de vegetais e frutas diminuiu de 37,3% para 33% até o período 
pesquisado de isolamento social. Já em detrimento do consumo de produtos 
industrializados, como biscoitos, salgadinhos, bolos, chocolates e entre outros houve 
um aumento de 54,2% para 63%. 
Esse acúmulo de informações do contexto atual de pandemia gera no indivíduo 
uma sobrecarga emocional, fazendo com que o mesmo desconte na alimentação. 
Dessa forma, desencadeia no comer de maneira exacerbada e especialmente 
alimentos que provocam a mudança positiva no humor, como alimentos compostos 
por açúcar ou carboidratos simples, denominados de “comfortfoods”. Estas provocam 
consolo no indivíduo que as ingere, ocasionando emoções positivas, trazendo de 
volta, em muitas das vezes, lembranças da infância (OLIVEIRA et al., 2021). 
Pode-seafirmar que as alterações envolvendo o comportamento alimentar 
podem ser entendidas à luz da psicopatologia e das influências ambientais. O estresse 
contínuo, podendo ser associados a sintomas depressivos e ansiosos, eleva os níveis 
31 
 
de cortisol no corpo, provocando o aumento da vontade de alimentos doces e ricos 
em carboidratos, ou “comfortfoods” (DURÃES et al., 2020). 
Desejos específicos como esse são tratados pela psicologia como sendo 
conceitos explicados por múltiplas dimensões: emocional, comportamental, cognitiva 
e fisiológica. Dessa maneira, podem ser citadas algumas categorizações de sua 
conceituação, que explicam, de certa forma, a motivação psicológica para seu 
consumo. Assim, são apresentadas na Figura 9 essas principais divisões. 
 
 
Figura 9: Categorias principais das “comfortfoods”. 
Fonte: (PRÓPRIO AUTOR, 2021). 
 
 
Conforme o que a figura retrata, pode-se entender que as comidas nostálgicas 
são aquelas que caracterizam uma localidade ou uma lembrança própria do indivíduo; 
as de indulgência correspondem as que instigam a percepção de indulgência no 
indivíduo; comidas de convivência dizem respeito às que são preparadas com 
facilidade; por fim, em relação às de conforto físico, desprende-se que suas 
composições químicas e/ou físicas desencadeiam em boas sensações (GIMENES-
MINASSE, 2016). 
Não somente a isso, entende-se que a falta de hábitos saudáveis no isolamento 
pode ser explicada pela hipótese da falta de alguns alimentos, assim as pessoas 
compram os mantimentos em quantidade maior do que o normal e com maior 
validade. No entanto, alimentos com essas especificações traduzem composições 
"COMFORT 
FOODS"
COMIDAS DE 
CONFORTO 
FÍSICO
COMIDAS 
NOSTÁLGICAS
COMIDAS DE 
INDULGÊNCIA
COMIDAS DE 
CONVENIÊNCIA 
32 
 
ricas em gorduras saturadas, sal, açúcar, com elevado valor energético, contribuindo 
para o desenvolvimento de complicações como a obesidade (DURÃES et al., 2020). 
O isolamento está intimamente relacionado a uma alimentação carente de 
vegetais e frutas frescas. Alimentos como grãos não refinados, verduras, frutas, peixe, 
azeite de oliva contribuíram para o não aparecimento de sintomas depressivos e 
ansiosos, no entanto, no que diz respeito aos alimentos gordurosos e doces houve 
maior desenvolvimento desses sistemas (DALTOE; DEMOLINER, 2020). 
Por outro lado, afirma-se que outro impacto vivenciado aos hábitos alimentares 
relacionados ao isolamento e pandemia do COVID-19 corresponde à segurança do 
alimento, de como ele é produzido, manuseado e comercializado, assim, pode ser 
observado o impacto econômico relacionados aos alimentos naturais, já que as 
pessoas dão preferência aos industrializados, pela procedência confirmada e pela 
facilidade de acesso. Entende-se que a população mais suscetível às essas 
condições, em termos econômicos, sociais e sanitários foi a mais impactada 
(DURÃES et al., 2020). 
Outra problemática encontrada diz respeito à exposição do indivíduo nas redes 
sociais, relacionados, principalmente, aos treinos e dietas milagrosas propostos por 
empresas, “blogueiras” ou por outros meios. Esses programas podem servir como 
gatilho para os isolados, que de certa forma, possivelmente apresentam 
vulnerabilidades mentais e se tornam mais suscetíveis para que ocorra a influência 
(DURÃES et al., 2020). 
As consequências geradas por essa inadequação dos hábitos alimentares 
incluem a disfunção da função imunológica, a ocorrência ou fator predisposto à 
obesidade, contribui também para o aumento da morbidade e mortalidade de 
infecções. No entanto, se alimentação for conduzida de maneira correta pode 
beneficiar os mecanismos de defesa nas fases de prevenção ou recuperação de 
doenças infecciosas (LIMA; SOARES, 2020). 
 
 
3.3.1 Principais Alimentos Não-Saudáveis Consumidos no Isolamento Social: 
Ultraprocessados 
 
 
Como forma de expor os alimentos não-saudáveis mais consumidos durante a 
pandemia, espera-se explicar acerca daqueles que mais foram relatados durante o 
33 
 
processo de Revisão Bibliográfica, a dizer dos alimentos ultraprocessados. Estes são 
caracterizados como alimentos industrializados, que são dispostos para o comprador 
de forma pronta ou quase pronta para o consumo, e que para serem produzidos 
passam por diversas fases e mecanismos de processamento. Ademais, constituem-
se de matérias-primas como oleaginosas, gorduras, açúcares e dentre outros 
(BELTRÃO, 2016). 
Essa classe de alimentos se difere bruscamente da dos alimentos in natura, 
como frutas, verduras, legumes e entre outros, que não passam por nenhuma fase de 
processamento até estarem prontos para o consumo (CORREIA, 2016). Assim como, 
pode-se diferenciar dos ingredientes culinários processados, a exemplo do sal, azeite 
ou amido milho, que também passam por processos de industrialização, mas com 
menos interferência para com o alimento, como realização de pesagem ou moagem 
(ALMEIDA, 2017). 
Por fim, também é distinto dos alimentos processados, em que o seu processo 
de fabricação envolve técnicas de conservação do alimento ou cocção, a exemplo de 
ervilhas em conserva ou frutas em calda ou cristalizadas. Dessa forma, ao tratar de 
alimentos propriamente ultraprocessados, são levados em conta diversos 
mecanismos até que ganhe forma, diferentes dos que são feitos em casa (ALMEIDA, 
2017). 
Nas fases de processamento algumas técnicas são introduzidas, como: uso de 
corante ou produtos que realcem o sabor do alimento; uso de outros componentes 
extraídos de outros alimentos, a exemplo de óleos, como já citado anteriormente 
(CORREIA, 2016). Dessa maneira, são consumidos com maior frequência por conta 
da facilidade de consumo, sem que haja preparo anterior, para refeições como lanche, 
sobremesa ou até para as principais (BELTRÃO, 2016). 
Observou-se essa maior influência na ingestão de comidas ultraprocessadas 
no Brasil, atualmente, por conta da mudança no estilo de vida dos indivíduos, que dão 
preferência à uma alimentação rica em gorduras saturadas e açúcares, como também, 
na facilidade do preparo e na busca da praticidade. Assim, foram diminuídos os 
índices do consumo de alimentos in natura, como frutas ou leguminosas (BELTRÃO, 
2016). 
Estimou-se que entre os anos de 1999 e 2013 a venda de alimentos 
ultraprocessados aumentou em relação aos anos anteriores nos países da América 
Latina. Em relação ao Brasil, pode-se dizer que também houve esse aumento de 
34 
 
consumo, no entanto, também foi relatada maior ocorrência de consumos de 
alimentos feitos fora de casa. Ademais, tratou-se dos maiores públicos relacionados 
a esse consumo, que são as crianças e os adolescentes (ALMEIDA, 2017). 
O aumento desse consumo se deve ao fato de que os alimentos se tornam 
mais baratos, mais fáceis de preparar e geralmente são prazerosos. Ademais, é 
afirmado que a tendência desse consumo só vai aumentar em referência ao consumo 
de produtos in natura, induzindo à indústria alimentícia a produção de mais alimentos 
pré-cozidos, pré-temperados ou congelados, já que, tornam-se mais fácil para o 
preparo da população (CORREIA, 2016). 
Conforme o Guia Alimentar da População Brasileira, existem diversos 
alimentos ultraprocessados vendidos nos mercados do Brasil. Conforme é 
apresentado na figura 10 (A-esquema dos principais alimentos; B-representação 
desses alimentos), podem ser citados: biscoitos, sorvetes, doces em geral, bebidas 
com açúcar artificial, salgadinhos, barras de cereais, congelados, pães doces, 
macarrão e temperos instantâneos, energéticos, bolos e misturas para este e entre 
outros (BELTRÃO, 2016). 
 
 
DOCES EM 
GERAL
PRODUTOS DE 
PANIFICAÇÃO
CONGELADOS
SALGADINHOS
35 
 
 
Figura 10: A- Principais alimentos ultraprocessados consumidos; B- Representação desses principais 
alimentos comercializados. 
Fonte: A- Elaboração do autor (criado em 2021); B- https://www.bbc.com/portuguese/geral-48451985.O consumo desses alimentos é bastante complexo, pois é discutida a relação 
do aumento do seu consumo com a ocorrência e desenvolvimento de doenças 
crônicas não transmissíveis em indivíduos, como obesidade, doenças relacionadas 
ao sistema cardiovascular e diabetes mellitus. Essa relação entre o consumo de 
alimentos supridos em gorduras saturadas, sódio e ultraprocessados, reflete nessas 
consequências maléficas à saúde (ALMEIDA, 2017). 
As patologias crônicas que não são transmissíveis se apresentam como sendo 
um dos piores problemas relacionados à saúde pública mundial, levando em 
consideração fatores como ingestão de bebidas alcoólicas, sedentarismo e 
alimentação inadequada, assim como já visto. Conforme trata a Organização Mundial 
de Saúde, essas doenças compreendem 63% do total de mortes em todo o mundo; 
no ano de 2011, no Brasil, estimou-se que essas doenças eram causadoras de 72,7% 
das mortes no país (CORREIA, 2016). 
O consumo exacerbado desses alimentos pode desenvolver desnutrição ou 
obesidade em crianças e adolescentes, e, principalmente obesidade em indivíduos 
adultos; com a diminuição do consumo de fibras, pode gerar o desenvolvimento das 
doenças relacionadas ao trato vascular, como também, câncer do cólon, reto e 
mamário; a diminuição do consumo do potássio pode desencadear no acometimento 
36 
 
da hipertensão arterial; o aumento do consumo de gordura trans tem a possibilidade 
de desenvolver a obesidade, a diabetes; a alimentação como um todo pode diminuir 
as taxas de imunidade do corpo e entre outras patologias (CORREIA, 2016). 
Dessa forma, em relação ao COVID-19, se pode afirmar que, uma 
alimentação baseada, principalmente, em ultraprocessados, como também 
contribuir para o desenvolvimento de outras patologias consideradas como 
comorbidades para esta, a exemplo da obesidade ou hipertensão, também contribui 
para as taxas de imunidade do corpo, importantes para reduzir complicações 
provenientes do contágio com o vírus. Em vista disso, espera-se tratar nas próximas 
seções acerca do conceito de imunidade e a importância da alimentação para 
desenvolvê-la no corpo. 
 
 
3.3.2 Imunidade versus COVID-19: Definições Gerais 
 
 
O sistema imunológico possui como funcionalidade fisiológica principal a 
prevenção do acometimento de infecções e o desaparecimento das que já estão 
dispostas no corpo humano. Esse trato tem a destreza de diferenciar o que pode ser 
prejudicial ao organismo, o que já faz parte do próprio corpo e o que não faz, mas não 
resulta em danos, assim como os alimentos, por exemplo. Dessa maneira, a resposta 
do que ocorre no sistema imunológico é denominada de resposta imune (SILVA, 
2011). 
Esse sistema é dividido entre respostas imunológicas inatas e adaptativas. A 
inata compreende-se como sendo barreiras físicas que impedem o acesso de agentes 
patológicos nas ameaças, principalmente por meio de processos de inflamação em 
que agem de maneira rápida para o seu desaparecimento e das suas consequências. 
Já a adaptativa, ocorre logo após da ocorrência da inata, considerando-se mais lenta, 
e é destinada ao desenvolvimento da “memória imunológica” (COSTA; SILVA; 
FERREIRA, 2020). 
Quando há falha na resposta imune do corpo, o indivíduo está mais propício ao 
desenvolvimento de infecções sérias, fazendo com que a sua vida entre em risco. 
Para que tal situação seja evitada, torna-se necessário que haja um estímulo externo, 
especialmente por meio de vacinas (SILVA, 2011). Esse processo torna-se complexo 
37 
 
e envolve uma série de células e ações. Quando ocorre a infecção pelo novo 
coronavírus, por exemplo, existem diversos cenários (GOMES; PAULA, 2020). 
O primeiro cenário corresponde às pessoas assintomáticas e que eram, 
anteriormente, saudáveis. Nesses casos, o sistema imunológico consegue fazer o 
equilíbrio das respostas imunes e dos hormônios; O segundo cenário corresponde às 
pessoas que contém alguma comorbidade, a dizer das doenças crônicas não 
transmissíveis. Nessas situações, o corpo não se torna capaz de reproduzir uma 
resposta imunológica eficiente, tendo a possibilidade de tornar intensos os sintomas 
da infecção e gerar um estado mais grave (GOMES; PAULA, 2020). 
É entendido que a imunidade é influenciada positivamente por diversos fatores 
na vida humana, conforme apresenta na figura 11 a dizer: alimentação saudável, 
prática de exercícios físicos, alimentação balanceada em relação aos nutrientes, boas 
noites de sono, boa relação familiar e social. Estes condicionantes podem ajudar na 
prevenção de patologias associadas à imunidade (MINUSSI et al., 2020). 
 
 
Figura 11: Influências positivas no equilíbrio da imunidade corporal. 
Fonte: Elaboração do autor (criado em 2021). 
 
Dentre os principais fatores que influenciam positivamente no sistema 
imunológico pode-se citar a alimentação saudável e balanceada, como também, a 
prática de exercícios físicos. Quanto à alimentação, que será tratada na seção 
posterior, já que é o foco do estudo, sabe-se que essa prática pode auxiliar na 
prevenção do desequilíbrio imunológico, contudo, não é constatado cientificamente 
que seja capaz de reduzir as contaminações provenientes de vírus (GOIS, 2020). 
INFLUÊNCIAS 
POSITIVAS 
RELACIONADAS 
À IMUNIDADE
Alimentação 
saudável 
Prática de 
exercícios
Alimentação 
balanceada
Bom sono
Boa relação 
familiar e 
social 
38 
 
Quanto à prática de exercício físicos, pode-se afirmar que diversos estudos 
tratam dos benefícios dos exercícios físicos para o envelhecimento e para a 
imunidade, englobando tanto a inata quanto a adaptativa. Considera-se como uma 
prática comportamental essencial para melhora das taxas imunológicas corporais em 
casos de obesidade, em idosos, infecções crônicas virais ou câncer (MINUSSI et al., 
2020). 
 
 
3.3.3 Alimentação e sua Importância para Imunidade 
 
 
Vários condicionantes podem influenciar na imunidade, a exemplo do sono, da 
prática de atividades físicas, emoções e a alimentação, assim como já apresentado. 
Para que o corpo seja nutrido não necessita somente da saciedade, mas sim das 
vitaminas e nutrientes essenciais para que o corpo se desenvolva da melhor maneira 
possível. Associa-se com o crescimento adequado da criança, melhor resposta 
imunológica, menor suscetibilidade ao desenvolvimento de patologias e uma 
expectativa de vida mais elevada. Uma dieta balanceada torna-se essencial para que 
haja saúde e prevenção de diversos acometimentos (SOUSA et al., 2021). 
A alimentação e a nutrição andam em conjunto para que o sistema imunológico 
funcione de maneira eficiente, bem como delimitam o risco e grau de complexidade das 
doenças infecciosas. Ou seja, se a alimentação for ruim, as respostas imunológicas 
também serão. Entretanto, não é sabido de compostos ou nutrientes administrados de 
maneira isolada que possa vir a prevenir as infecções virais, como a do COVID-19 
(SOUSA et al., 2021). 
A alimentação deve ocorrer de maneira diversificada e constituída por produtos 
com boa qualidade nutricional, sendo necessária a quantidade adequada para que 
não ocorra tanto a insuficiência de nutrientes quanto a nutrição acelerada, tornando-
se prejudiciais de qualquer maneira. Para a população do Brasil, a dieta tem que ser 
formada através de alimentos naturais e pouco processados. Alguns nutrientes como 
vitamina A C e D; ferro; zinco auxiliam na eficiência do trato imunológico (JUNIOR, 
2020). 
A vitamina A, tanto pode ser encontrada em alimentos de origem animal como 
vegetal, a exemplo de alimentos como leite, queijos, fígado, verduras e legumes de 
39 
 
cor laranja e verde-escuro. Sua principal funcionalidade relativa ao sistema 
imunológico corresponde ao aumento da resistência corporal quando entram em 
contato com agentes infecciosos (JUNIOR, 2020). 
Já a vitamina C é considerada a mais conhecida, por conta de sua 
funcionalidade antioxidante. Dessaforma, resguarda as células e os tecidos corporais 
de lesões ou anormalidades oxidativas. Pode ser encontrada, principalmente, em 
alimentos cítricos como laranja, limão, acerola e dentre outros. Em relação à vitamina 
D pode-se afirmar que esta tem por objetivo aumentar a imunidade das células inatas, 
devendo ser adquirida através de óleo de fígado, gemas de ovos, luz do sol e entre 
outros condicionantes (DALTOE; DEMOLINER, 2020). 
Como também, por meio de diversas formas de atuação, a vitamina D pode 
diminuir o risco de infecção por agente viral, tendo como principal sinal de sua 
deficiência nessas síndromes o desconforto respiratório de forma aguda. Já o ferro é 
constituído de diversas proteínas, podendo sua deficiência gerar anormalidades na 
resposta imune da pessoa ou em sua resposta inata. O ferro pode ser obtido, 
principalmente, em carnes vermelhas e as vísceras, como fígado ou coração 
(JUNIOR, 2020). 
Por fim, o zinco é tido como um antioxidante essencial, de modo que trabalha 
na distinção das células imunes, as quais apresentam diferenciação e renovação 
acelerada. A sua insuficiência pode ser percebida na redução da produção de 
anticorpos e sua obtenção se dá por meio de ingestão de carnes, peixes (como a 
sardinha), feijão, lentilha e entre outros alimentos (DALTOE; DEMOLINER, 2020). 
Por outro lado, tratam Gois et al. (2020) que o uso de suplementos pode auxiliar 
na imunidade, com a prevenção de infecções. Dessa forma, são constituídos de 
plantas ou seus componentes, como vitamina, minerais ou aminoácidos e visam, 
literalmente, suplementar a disposição de nutriente a fim de melhorar a taxas 
imunológicas e diminuir consequências das infecções. A figura 12 apresenta algumas 
opções de suplementações apresentadas pelos autores, o vírus alvo e as funções 
relacionadas. 
 
40 
 
 
Figura 12: Opções de suplementação par auxiliar no tratamento de infecções por vírus. 
Fonte: (GOIS, 2020). 
 
Dessa maneira, observa-se que diversas vitaminas e nutrientes apresentados 
anteriormente estão incluídos para o aumento da imunidade no corpo em pacientes 
acometidos por COVID-19, no entanto, ainda não são existentes complexos ou 
nutrientes capazes de prevenir a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
4.1 Caracterização dos Resultados 
 
 
O estudo contou com a reunião, ao total, de 7 artigos para a leitura final, 
coletados através de três bases de dados, a dizer: Google Acadêmico, SciELO e 
PubMed. Nessa pesquisa, aproveitaram-se: 4 trabalhos recolhidos do Google 
Acadêmico; 2 trabalhos encontrados no SciELO; 1 trabalho coletado no PubMed, 
conforme apresenta a figura 13. 
 
 
Figura 13: Porcentagem de artigos escolhidos para a leitura final em detrimento das bases de dados. 
Fonte: Elaboração do autor (criado em 2021). 
 
 
Conforme apresentado pelo gráfico proposto na figura 13, observou-se que a 
base de dados com maior influência para a disposição de artigos escolhidos para a 
leitura final foi o Google Acadêmico, com 57%; seguido do SciELO, com 29%; e do 
Pubmed, com 14%. 
O quadro 1 demonstra a análise dos 7 artigos coletados para a leitura final, com 
observância aos parâmetros de análise, tais como: autor, título, objetivos e resultados. 
Posteriormente, serão relacionadas as principais modificações sociais apresentadas 
pelos autores com a implementação do isolamento social como impedimento de 
contágio da COVID-19; delimitação das principais causas para estas mudanças 
alimentares e quais são. 
 
Google 
Acadêmico
57%
SciELO
29%
PubMed
14%
RELAÇÃO DE ARTIGOS X BASE DE DADOS
42 
 
N° REFERÊNCIA TÍTULO OBJETIVOS RESULTADOS 
1 VERTICCHIO; 
MELO 
VERTICCHIO, 
2020 
Os impactos do 
isolamento social 
sobre as 
mudanças no 
comportamento 
alimentar e ganho 
de peso durante a 
pandemia do 
COVID-19 em 
Belo Horizonte e 
região 
metropolitana, 
Estado de Minas 
Gerais, Brasil. 
Teve por finalidade 
analisar os 
sentimentos 
ocorridos com o 
isolamento social e 
a relação existente 
entre a mudança 
na alimentação na 
cidade de Belo 
Horizonte e na 
região 
metropolitana. 
Estimou-se que o 
isolamento social 
contribuiu para a 
mudança de 
hábitos 
alimentares não-
saudáveis. 
2 STEELE et al., 
2020. 
Mudanças 
alimentares na 
coorte NutriNet 
Brasil durante a 
pandemia de 
COVID-19. 
O estudo consistiu 
em analisar as 
características dos 
hábitos 
alimentares dos 
participantes da 
coorte NutriNet 
Brasil antes e 
depois da 
pandemia de 
COVID-19 no 
Brasil. 
Foi-se observado 
o aumento 
acentuado de 
prática de 
alimentação não-
saudável durante 
a pandemia, de 
modo que se 
apresentaram 
como regiões 
com maior 
incidência a 
Norte e 
Nordeste. 
3 MALTA et al., 
2020 
A pandemia da 
COVID-19 e as 
mudanças no 
estilo de vida dos 
brasileiros adultos: 
um estudo 
transversal, 2020. 
Identificar 
mudanças nos 
hábitos 
alimentares 
ocorridos durante 
o período de 
pandemia da 
COVID-19 no 
Brasil. 
Por meio da 
pesquisa 
solicitada, afirma-
se que houve 
uma diminuição, 
entre os 
participantes, da 
prática de 
atividade física, 
aumento do 
tempo frente às 
telas e 
dispositivos 
digitais e 
43 
 
consumo de 
alimentação não-
saudável. 
4 JUNIOR, 2020. Alimentação 
saudável e 
exercícios físicos 
em meio à 
pandemia da 
COVID-19. 
Destacar a 
importância da 
prática de 
exercício físico e 
da alimentação 
saudável durante a 
pandemia de 
COVID-19. 
A alimentação 
saudável e a 
prática de 
exercícios físicos 
podem garantir o 
bom 
funcionamento 
do organismo em 
meio à situação 
delicada, como 
também, 
fortalecer o 
sistema 
imunológico. 
5 DALTOE; 
DEMOLINER, 
2020 
COVID-19: 
nutrição e 
comportamento 
alimentar no 
contexto da 
pandemia. 
Tem-se como 
objetivo delimitar a 
importância da 
alimentação 
saudável para o 
fortalecimento da 
imunidade do 
corpo e as 
consequências do 
comportamento 
alimentar no 
contexto da 
pandemia. 
Entende-se que 
o estresse 
ocasionado pelo 
isolamento social 
torna o corpo 
mais propício 
para desejo de 
alimentos com 
açúcares e 
ultraprocessados
. 
6 RIBEIRO-SILVA 
et al., 2020. 
Implicações da 
pandemia COVID-
19 para a 
segurança 
alimentar e 
nutricional no 
Brasil. 
Tem por objetivo 
identificar quais as 
modificações 
existentes com a 
pandemia da 
COVID-19 na 
segurança 
alimentar do 
Brasil. 
Estima-se que os 
principais 
impactos 
relacionados à 
segurança 
alimentar 
correspondem à 
disponibilidade 
de alimentos, 
acesso dos 
alimentos, 
consumos 
destes, e sua 
44 
 
utilização 
biológica. 
7 DIAS et al., 
2020. 
A importância da 
alimentação 
saudável e estado 
nutricional 
adequado frente a 
pandemia de 
COVID-19. 
Por meio de uma 
Revisão 
Bibliográfica, 
busca-se 
apresentar as 
medidas de 
prevenção e 
manutenção da 
saúde, através da 
alimentação 
saudável, frente à 
pandemia de 
COVID-19. 
Com a 
alimentação 
saudável pode-
se afirmar que o 
consumo de 
micronutrientes e 
micronutrientes 
pode contribuir 
para o 
fortalecimento do 
sistema 
imunológico e 
para prevenir 
doenças crônicas 
não 
transmissíveis. 
Quadro 1: Relação dos artigos escolhidos para leitura final e suas referências, títulos, objetivos e 
resultados. 
Fonte: Elaboração do autor (criado em 2021). 
 
 
4.2 Discussão 
 
 
Primeiramente, trata Verticchio, Melo Verticchio (2020), que a pandemia de 
COVID-19 trouxe diversas modificações sociais e econômicas, como o fechamento 
dos comércios. Dessa forma, com a implementação do isolamento social, observou-
se, por meio da aplicação de um questionário, que essa prática ocasionou, 
principalmente, em consequências físicas e emocionais, sendo as mais relevantes a 
tristeza perante o isolamento, angústiao desenvolvimento de depressão e de 
ansiedade, como pode ser observado na figura 14. 
 
45 
 
 
Figura 14: Principais sentimentos relatados das pessoas em isolamento social. 
Fonte: (VERTICCHIO; MELO VERTICCHIO, 2020). 
 
Por meio da pesquisa, tem-se que a maior parte dos indivíduos do campo de 
estudo relatou aumento de peso; sentimentos relacionados à angústia, incerteza 
quanto ao futuro, preocupação em ser infectado com o vírus. Estas foram as principais 
observações contidas nas percepções dos indivíduos. 
Como também, pode-se afirmar que os indivíduos participantes da pesquisa 
relataram que por meio de 55% destes comem com maior frequência, e ingerem 
alimentos não-saudáveis, sendo destacados, principalmente, os doces, massas e 
itens de padaria. Por outro lado, aborda Steele et al. (2020), que os grupos mais 
recorrentes da aplicação de alimentação não-saudável, não se modificou 
drasticamente, tornando a quantidade mais estável dentre os aspectos demográficos, 
tendo maior incidência na Região Nordeste do Brasil, com a ingestão de alimentos 
ultraprocessados, passando de 77,9% para 79,6%. 
Corroborando a ideia, Malta et al. (2020), através de uma pesquisa formulada 
através de questionário, percebeu-se uma elevação do consumo de alimentos 
congelados, salgadinhos, doces (como abordado na figura 15) e a diminuição 
excessiva da pratica de atividade física, sendo os dados constatados tanto no sexo 
masculino quanto no feminino. Observou-se também o aumento do tempo do uso da 
TV e dispositivos eletrônicos, como o uso de celular, computador ou tablets amparado 
por meio dos hábitos sedentários. Os autores confirmam, assim como os demais 
46 
 
apresentados anteriormente, que tais práticas podem resultar em obesidade e na 
alteração do balanço energético. 
 
Figura 15: Principais alimentos não-saudáveis consumidos durante a pandemia de COVID-19. 
Fonte: (PRÓPRIO AUTOR, 2021). 
 
Daltoe, Demoliner (2020), a partir de uma Revisão Bibliográfica, tratam que 
uma alimentação saudável, como consumo maior de frutas e hortaliças, pode 
influenciar diretamente na imunidade do corpo, diminuindo o risco de infecções, assim 
como a COVID-19. No entanto, com a admissão do isolamento social em vários locais 
do mundo, os autores especificam que alimentos com alto teor de açúcar, gorduras 
trans, saturadas, com alto valor de energia, podem resultar em obesidade ou síndrome 
metabólica. Assim, apresentam-se como fatores de risco para a infecção da doença 
especificada. 
Outrossim, Dias et al. (2020) abordam, por meio de uma Revisão Literária, a 
observância de que uma alimentação saudável frente ao período de pandemia torna-se 
essencial para o sistema imunológico do corpo, assim como constatado por outros 
autores. Essa concepção torna-se importante para que auxilie na prevenção de 
complicações provenientes da infecção da COVID-19, principalmente nos indivíduos 
acometidos por comorbidades cientificamente comprovadas que interfiram no estado 
de saúde do infeccionado pela doença. Estima-se que os principais micronutrientes que 
auxiliam no aumento da imunidade são: vitamina A, C, D, ferro e zinco, e podem ser 
PRINCIPAIS 
ALIMENTOS NÃO-
SAUDÁVEIS 
CONSUMIDOS 
DURANTE A 
PANDEMIA DE 
COVID-19 NO 
BRASIL
Ultraprocessados
Doces
Salgadinhos
Congelados
47 
 
encontrados em diversos alimentos, conforme apresenta o quadro 2, especificando os 
principais. 
 
VITAMINAS/ MINERAIS PRINCIPAIS ALIMENTOS ONDE SÃO 
ENCONTRADOS 
Vitamina A Leite; ovos; verduras de cor laranja ou verde-
escuro. 
Vitamina C Alimentos cítricos, como laranja ou limão. 
Vitamina D Carne; peixe; frutos do mar e entre outros. 
Ferro Carnes vermelhas; frango; feijão e entre outros. 
Zinco Peixes; ovos; feijão; lentilha. 
Quadro 2: Principais alimentos em que pode ser encontradas os nutrientes descritos. 
Fonte: Elaboração do autor (criado em 2021). 
 
Ademais, Junior (2020), apresenta acerca dos benefícios da atividade física 
nesse tempo pandêmico, demonstrando que a prática correta pode influenciar 
positivamente no sistema imunológico. Não somente tratando disso, pode provocar a 
redução de complicações provenientes da doença, com o auxílio na redução da 
obesidade, por meio da restrição calórica leve. O sedentarismo e a alimentação não-
saudável podem acarretar em acometimento de doenças crônicas não transmissíveis, 
a exemplo da hipertensão, diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e entre outras. 
Por fim, Ribeiro-Silva et al. (2020), expõem outra perspectiva acerca da 
alimentação e a pandemia da COVID-19: a segurança alimentar e nutricional. Assim, 
introduziram-se diversas consequências da doença nesses quesitos, a dizer: 
dificuldade na disponibilidade e acesso dos alimentos; redução de vendas de 
alimentos in natura; redução do consumo de alimentos in natura, sedentarismo e 
alimentação não-saudável; redução de programas referentes à ingestão de água, 
acompanhamento de saúde de grupos como idosos, gestantes e crianças. 
Entende-se, assim, que podem ser definidos esses parâmetros como sendo 
motivações para que a alimentação saudável durante a pandemia de COVID-19 não 
48 
 
seja seguida, deixando de lado condições referentes ao desenvolvimento de 
alterações da mente, a exemplo de depressão ou ansiedade. Cumpre-se dizer que 
para serem acentuadas tais desigualdades sociais, o governo deve levar em 
consideração a saúde e a dignidade humana como referencial do tratamento do 
indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Pode-se observar que os artigos coletados por esta Revisão Bibliográfica 
possibilitaram analisar a influência do isolamento social, delimitado em quase todas 
as regiões do mundo por conta da pandemia da COVID-19, para o comportamento 
alimentar e seus hábitos. No entanto, constatou-se que, por conta da atualidade do 
tema, não existiu uma diversidade maior de estudos tratando acerca do assunto. 
Pode-se afirmar que a doença ocasionada pelo novo coronavírus pode gerar 
diversos sintomas, incluindo dispneia, febre, síndrome de gripe, em casos leves ou 
moderados, que não precisam de hospitalização ou auxílio médico. No entanto, a 
maior parte das pessoas que contraíram o vírus desenvolveu sintomas mais graves, 
e precisaram de suporte médico, fazendo com que ocorresse a superlotação de 
hospitais em diversas fases da pandemia. Dessa maneira, pôde-se observar que, para 
evitar o contágio e transmissão, as entidades médicas relataram que o isolamento 
social se apresentava como medida principal. 
Dessa forma, com a aplicação em massa do isolamento social foi apresentado 
que pandemia de COVID-19 desencadeou diversas consequências econômicas, 
sociais e políticas, tendo como uma das razões para tais a aplicação do isolamento 
social. Com essa medida, que até então se tornou como a mais eficiente no combate 
e no impedimento da transmissão da COVID-19, estabelecimentos foram fechados, 
as pessoas passaram a se isolar em suas casas, deixaram de trabalhar, praticar 
exercícios físicos e dentre outros acontecimentos. 
Trataram os autores que o comportamento alimentar foi bruscamente 
modificado pela população brasileira, em específico, abordando que a principal 
motivação para a prática do sedentarismo e da alimentação não saudável foi o 
desenvolvimento de episódios como ansiedade e depressão nos indivíduos, 
desencadeando no desejo de alimentos ultraprocessados, incluindo doces, salgados, 
congelados e entre outros. Combinado com o sedentarismo, alguns autores 
abordaram que houve o aumento de casos como obesidade ou compulsões 
alimentares. 
Ademais, outra causa delimitada para essa alimentação não-saudável é a falta 
de disposição de alimentos in natura para a venda, visto que a produção destes foi 
reduzida por conta do fechamento de vários estabelecimentos ou acontecimento da

Continue navegando