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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3 2 SELEÇÃO ............................................................................................ 4 2.1 Influências no Processo de Seleção ............................................. 5 2.2 Critérios de Seleção ...................................................................... 8 2.3 A "Auto-Eficácia" Faz Parte da Personalidade ............................ 13 2.4 Seleção de pessoal ..................................................................... 14 3 TREINAMENTO ................................................................................. 17 3.1 Métodos de treinamento de pessoas .......................................... 17 3.2 Aplicabilidade dos métodos de treinamento de pessoas ............ 21 3.3 Método prático, on the job ou atividades rotineiras da função .... 22 3.4 Método conceitual ....................................................................... 23 3.5 Método de simulação .................................................................. 23 3.6 Método comportamental (coaching e mentoring) ........................ 24 3.7 E-learning como método de treinamento .................................... 26 3.8 A importância do desenvolvimento na gestão de pessoas ......... 27 4 DINÂMICA DE GRUPOS ................................................................... 30 4.1 Os principais influenciadores ...................................................... 30 4.2 Grupos sociais ............................................................................ 35 5 DINÂMICA DE GRUPO NAS EMPRESAS ........................................ 37 5.1 Tipos de dinâmica de grupo ........................................................ 39 5.2 Condução da dinâmica de grupo ................................................ 40 6 REFERÊNCIAS ................................................................................. 41 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 SELEÇÃO Seleção é o processo por meio do qual a organização escolhe, com base em uma relação de candidatos, aquele ou aqueles que atendem melhor aos critérios de seleção para preencher as posições disponíveis, levando em conta as condições ambientais do momento. Embora essa definição ressalte a eficácia da seleção, a escolha dos profissionais a serem contratados também deve ser feita de modo adequado e dentro dos limites estabelecidos pela legislação de promoção de oportunidades iguais de emprego. Portanto, existem várias metas associadas ao processo de seleção organizacional (IVANCEVICH, 2011). https://www.profissionaldoaco.com.br/materia/selecao-e-treinamento No aspecto geral, todo programa de seleção tenta identificar os candidatos com as melhores chances de atender ou superar os padrões de desempenho da organização. Nesse caso, no entanto, desempenho não se refere simplesmente à quantificação dos resultados. Desempenho também se refere a outros objetivos, como qualidade do resultado, índice de absenteísmo e de furtos, grau de satisfação e desenvolvimento profissional do funcionário. Além da elaboração de um sistema 5 de seleção eficaz, a meta nem sempre consiste na identificação dos candidatos mais providos de alguma qualidade específica. Ao contrário, a seleção deve buscar a combinação ideal entre o cargo e o grau de alguma qualidade específica que o candidato necessite possuir. Por exemplo, dependendo do cargo, nem sempre o nível intelectual é o mais importante. Ou, outras vezes, um candidato extremamente sociável nem sempre é a melhor opção se a posição não demandar esse tipo de qualidade. Muitas vezes, a situação resulta na seleção de um candidato superqualificado. Portanto, em diversas ocasiões, o sistema de seleção não atende efetivamente a todos os objetivos possíveis. Assim, uma das primeiras tarefas envolvidas no desenvolvimento e na implementação de um processo eficaz de seleção é a identificação de qual objetivo organizacional é mais importante em determinadas circunstâncias (IVANCEVICH, 2011). 2.1 Influências no Processo de Seleção Assim que Clark Kirby der início à contratação de 596 funcionários, seguirá um processo de seleção influenciado por inúmeros fatores. Os primeiros fatores discutidos neste capítulo serão os ambientes interno e externo (IVANCEVICH, 2011). Influências Ambientais na Seleção Ambiente Interno São inúmeras as características organizacionais que influenciam o resultado e o tipo de processo de seleção adotados para contratar os funcionários necessários. Tamanho, complexidade e volatilidade tecnológica são algumas delas. Em virtude dos altos custos de desenvolvimento e implementação dos esforços de seleção em grande escala, os sistemas complexos de seleção são observados com 6 mais frequência em organizações de grande porte, dotadas dos recursos financeiros necessários para custeá-los. Contudo, o tamanho da organização não é o único fator determinante da abordagem de seleção. Para a organização ter retorno dos custos do desenvolvimento de um sistema caro de seleção, é necessário ter um número suficiente de posições a serem preenchidas. Em organizações de estrutura complexa, com muitos cargos disponíveis, mas com poucos funcionários para essas posições, o retorno sobre o investimento no sistema de seleção pode ser demorado demais, não compensando o gasto inicial (IVANCEVICH, 2011). Outra característica organizacional importante na determinação do tipo de sistema de seleção a ser desenvolvido é a atitude em relação à contratação interna. Muitas organizações adotam programas sofisticados de divulgação de vagas , para preenchêlas ao máximo com seleção interna. Outras organizações recorrem mais rapidamente às fontes externas para contratar novos funcionários. Alguns processos de seleção dessas duas abordagens de preenchimento de vagas têm pontos em comum, mas cada um enfatiza, em certo grau, determinadas técnicas e critérios diferentes (IVANCEVICH, 2011). Ambiente Externo O ambiente externo é igualmente um fator determinante do tipo de sistema de seleção adotado pela organização. A maioria das organizações está sujeita não apenas às normas e à legislação trabalhista federal, mas taambém a algumas normas estaduais específicas que estabelecem o que é ou não permitido no sistema de seleção da organização. Alguns estados norte-americanos, por exemplo, impõem restrições mais rígidas do que outros em relação à possibilidade de a organização adotar testes de verificação de uso de drogas. Do mesmo modo, inúmeros estados oferecem mais proteção a ex-empregadores, a fim de que não sejam processados por ex-funcionários no caso de informações divulgadas durante a verificaçãodas referências. Qualquer uma ou todas essas questões de legislação estadual específica influenciam no sistema de seleção efetivamente adotado. No Brasil, a empresa não pode exigir determinados exames para detectar uso eventual 7 de drogas, sob pena de a conduta ser considerada discriminatória (IVANCEVICH, 2011). Algumas influências ambientais significativas na seleção são o tamanho, a composição e a disponibilidade do mercado de trabalho local. Este, por sua vez, é afetado pelas pressões econômicas, sociais e políticas sobre determinada comunidade. De modo geral, quando o índice de desemprego é baixo, a organização tem dificuldades para identificar, atrair e contratar a quantidade necessária de funcionários. Por outro lado, quando há oferta excessiva de candidatos qualificados, as estratégias de seleção podem ser bem diferentes (IVANCEVICH, 2011). Profissionais que trabalham com gestão de recursos humanos avaliam os efeitos do mercado de trabalho nas decisões de seleção usando um índice de seleção: Índice de seleção = número de candidatos contratados ________________________________________ número total de candidatos Tomando por base o problema de Clark Kirby na Gunther, os índices de seleção são estes: gestores 38/68, ou na proporção aproximada de 1:2; profissionais especializados/técnicos 10/10, ou 1:1; funcionários administrativos 44/78, ou em torno de 1:2; trabalhadores qualificados 104/110, ou em torno de 1:1; trabalhadores semiqualificados, 400/720, ou quase 1:2. Quando a proporção chega próxima a 1:1, entende-se que houve um alto índice de seleção. Nessas circunstâncias, o processo de seleção é rápido e simples, embora nem sempre eficaz. Quanto maior o número de candidatos em relação ao de contratados, mais baixo é o índice de seleção. Com um índice de seleção mais baixo, por exemplo, de 1:2, o processo fica mais detalhado. Quando for 1:2 também significa que a organização pode ser mais seletiva na escolha do candidato. Nessa circunstância, 8 portanto, a organização tem mais chances de contratar funcionários com mais possibilidades de sucesso. Contudo, com um índice de 1:2, a organização terá, proporcionalmente, de investir mais tempo e dinheiro para decidir quem contratar (IVANCEVICH, 2011). 2.2 Critérios de Seleção Na base de qualquer sistema eficaz de seleção deve estar a noção exata das características essenciais para um alto desempenho. Nesse momento, fica mais evidente o papel crítico da análise de cargos, uma vez que durante o processo de análise são identificadas as características que nessa fase devem ser expostas com precisão na especificação do cargo. Assim, do ponto de vista do desempenho, a meta de qualquer sistema de seleção deve ser determinar com precisão os candidatos dotados de conhecimento (C), habilidades (H) e atitudes (A) bem como de outras características exigidas ao cargo (CHA – do inglês, KSAO). Além disso, o sistema de seleção deve permitir a distinção entre as características necessárias no momento da contratação, aquelas sistematicamente adquiridas durante treinamento e outras desenvolvidas rotineiramente depois que o contratado passar a exercer o cargo. Na realidade, são necessários diferentes critérios de seleção para quantificar essas características (CHA) qualitativamente diferentes (IVANCEVICH, 2011). Categorias de Critérios Com essas diferenças potenciais em mente, os critérios normalmente usados pelas organizações para tomar decisões em seleção podem ser divididos em algumas categorias gerais: educação, experiência, características físicas e outras características pessoais (IVANCEVICH, 2011). Educação Formal 9 https://www.cqcs.com.br Um empregador que tem vários candidatos como base de seleção deseja encontrar aquele com habilidades e atitudes certas para ter sucesso. O indivíduo é dotado de inúmeras características cognitivas, motoras, físicas e interpessoais decorrentes de predisposições genéticas e adquiridas no ambiente familiar, na escola, no trabalho e assim por diante. Uma das opções mais econômicas para avaliar muitas dessas habilidades é a verificação da educação formal como medida simbólica ou sintética desses atributos. Por exemplo, embora infelizmente nem sempre seja verdade, normalmente é seguro presumir que qualquer candidato que tenha concluído com êxito o ensino médio ou equivalente tenha capacidades básicas de leitura, redação, matemática e habilidades interpessoais. Para alguns cargos, o empregador pode exigir educação (principalmente de nível superior) especializada em determinada área, por exemplo, contabilidade ou administração. Pode também dar preferência à graduação em certas instituições, à média das notas acima de determinado patamar e ao desempenho destacado em certas matérias (IVANCEVICH, 2011). Para que esses padrões de educação formal sejam considerados legais, devem estar vinculados ao nível exigido para o desempenho do cargo. A 10 organização deve tomar cuidado para não estabelecer padrões acima dos efetivamente necessários para o exercício do cargo (IVANCEVICH, 2011). Experiência e Desempenho Passado Outros critérios valiosos na seleção de funcionários são a experiência e o desempenho passado. Muitos especialistas em seleção acreditam que o desempenho passado em cargo semelhante é um dos melhores indicadores do desempenho futuro. Além disso, muitas vezes a experiência é um bom indicador da habilidade e das atitudes relacionadas ao trabalho. Acredita-se que o candidato que já atuou na função e está se procurando um cargo semelhante deve gostar do trabalho e ser capaz de executá-lo de maneira adequada. As pesquisas confirmam essa suposição. São vários os estudos que confirmam a existência de uma relação entre a experiência e o desempenho profissional.3 Mas a organização deve contar com uma base racional para definir o significado de “experiência relevante”. Nem todas as experiências anteriores são igualmente bons indicadores do desempenho futuro em determinado cargo. Por exemplo, será que dois candidatos a uma vaga de auditoria interna devem ser avaliados do mesmo modo em termos de experiência profissional, se ambos tiverem cinco anos de experiência em contabilidade, mas um como auditor de uma organização privada e outro como especialista tributário da Receita Federal? (IVANCEVICH, 2011). Características Físicas No passado, muitos empregadores, consciente ou inconscientemente, adotavam características físicas (inclusive a aparência) como critério de seleção. Estudos comprovam que muitos contratavam mais e remuneravam melhor homens mais altos com base na beleza (ou de acordo com sua própria definição de beleza) e companhias aéreas contratavam comissários de bordo bem como empresas contratavam recepcionistas. Muitas vezes, essas práticas discriminavam grupos étnicos, mulheres e pessoas portadoras de necessidades especiais. Por isso, hoje 11 tais práticas são proibidas, a menos que a característica física esteja direta e comprovadamente vinculada à eficácia no trabalho. Por exemplo, a acuidade visual pode ser uma característica física usada como base para contratar pilotos de avião. No entanto, não pode ser usada legalmente como base para contratar qualquer outro funcionário da empresa aérea, como um agente que faça reserva de passagens por telefone (IVANCEVICH, 2011). Da mesma maneira, os candidatos não podem ser avaliados e eliminados por características como altura, peso e assim por diante. Tais características podem ser usadas como critério de seleção somente quando o cargo envolver tarefas que necessariamente as exijam (IVANCEVICH, 2011). Características Pessoais e Tipos de Personalidade A última categoria de critérios de seleção é bem abrangente e inclui características pessoais e tipos de personalidade.As características pessoais englobam estado civil, sexo, idade e assim por diante. Alguns empregadores, por exemplo, preferem funcionários com casamentos “estáveis” em lugar de solteiros, pressupondo menores índices de rotatividade entre os casados. Por outro lado, outros empregadores preferem os solteiros para algumas funções porque esse tipo de funcionário tende a aceitar melhor uma transferência ou desenvolver um longo projeto em outro país (IVANCEVICH, 2011). Algumas vezes, a idade também é usada como critério. Se, por um lado, é proibido discriminar pessoas com mais de 40 anos, por outro, é importante também observar a norma constitucional que proíbe qualquer trabalho para menores de 16, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. As restrições de idade mínima e máxima para o emprego podem ser usadas somente se elas estiverem claramente ligadas ao trabalho. Portanto, a idade pode ser usada como critério de seleção apenas depois de avaliada e estudada criteriosamente. Essa questão por certo chamará mais atenção nos Estados Unidos depois de 2010, quando a idade média da população norte-americana será de 40,6 anos e estarão legalmente protegidos pela Lei contra a Discriminação Etária no Emprego (ADEA) (IVANCEVICH, 2011). 12 As qualidades e aptidões específicas também fazem parte dessa categoria de critérios. Embora a educação e a experiência passada sejam muitas vezes usadas como medida para mensurar capacidade, muitas organizações também tentam avaliar se o candidato possui certas aptidões. Por exemplo, um candidato aprovado para um programa de treinamento de pilotos militares não necessita efetivamente de experiência de vôo. Ao contrário, o militar adota como um dos critérios de seleção a aptidão espacial (tipo de raciocínio ligado a dimensionamento de espaços) (IVANCEVICH, 2011). http://horizontes.sbc.org.br Muitos empregadores ainda preferem contratar pessoas com certos tipos de personalidade. Algumas funções, por exemplo, a de salva-vidas, não exigem essencialmente nenhuma avaliação da personalidade do candidato. Já em outros casos, a questão da personalidade – por exemplo, a extroversão – pode ser importante para vendedores, assistentes sociais e outros profissionais que trabalham muito com o público (IVANCEVICH, 2011). Embora antes rejeitadas, devido às previsões consideradas de pouca validade, as recentes descobertas a respeito dos testes de personalidade têm sido bem positivas quanto à relação entre personalidade e desempenho profissional. Grande parte dessa mudança de postura pode ser atribuída ao desenvolvimento e 13 à validação do modelo Big Five — modelo dos cinco grandes fatores da personalidade. Conhecidos como estabilidade emocional, extroversão, abertura a novas experiências, capacidade de aprazibilidade e consciência, que podem explicar até 75% dos aspectos de personalidade de um indivíduo. Entre os cinco fatores, a consciência (que envolve credibilidade, conformidade, organização) e a estabilidade emocional (que envolve aspectos como autocontrole, nível de estresse ao trabalhar sob pressão, auto-estima) têm se mostrado eficazes na previsão do desempenho em diversas categorias ocupacionais (IVANCEVICH, 2011). Assim como com outras características pessoais, a seleção que adota qualquer aspecto da personalidade precisa sempre ser baseada na real necessidade de tal característica para um alto (IVANCEVICH, 2011). 2.3 A "Auto-Eficácia" Faz Parte da Personalidade Considera-se auto-eficácia a convicção de uma pessoa de que poderá sair- se bem em determinada situação. Por exemplo, uma pessoa com altos níveis de auto-eficácia tende a acreditar que se sairá bem em uma entrevista, que será aprovada em um exame escolar difícil ou que fará uma ótima apresentação a um novo cliente (IVANCEVICH, 2011). As pesquisas em torno da auto-eficácia têm apresentado diversas descobertas coerentes. Elas têm indicado que a auto-eficácia está associada com o desempenho profissional, com a escolha da carreira, com o aprendizado e as realizações e com a capacidade de adaptação a novas tecnologias; e têm ressaltado que alguns métodos de treinamento conseguem melhorar a auto-eficácia das pessoas. Uma pesquisa em grande escala sobre o mesmo tema constatou que pessoas com alto nível de autoeficácia tendem a se sair melhor. A pesquisa realizada por Bandura e Locke, a qual constatou que, em combinação com a definição de metas, pessoas com elevado nível de auto-eficácia tendem a 14 demonstrar maiores níveis de motivação e desempenho, confirma essas conclusões (IVANCEVICH, 2011). Portanto, a sensação de auto-eficácia tem inúmeras implicações gerenciais e organizacionais: Decisões de seleção: as organizações devem selecionar indivíduos com forte senso de auto-eficácia. Essas pessoas sentem-se motivadas em desenvolver comportamentos que as ajudarão a melhorar seu desempenho. Durante o processo de contratação/promoção, pode-se aplicar uma avaliação do nível de auto-eficácia. Programas de treinamento: as organizações devem levar em conta o nível de auto-eficácia ao escolher pessoas para programas de treinamento. Caso a previsão orçamentária seja limitada, é possível obter mais retorno (por exemplo, de desempenho) sobre o investimento se o programa incluir somente funcionários com nível elevado de auto-eficácia. Esses funcionários costumam aprender mais com o treinamento, transferindo, assim, o aprendizado para o aprimoramento do seu próprio desempenho profissional. Definição de metas e desempenho: as organizações podem incentivar metas de alto desempenho para funcionários com altos níveis de auto-eficácia. Tal incentivo levará ao aprimoramento do nível de desempenho dos funcionários, ponto crítico para muitas organizações nessa era de hipercompetição (IVANCEVICH, 2011). 2.4 Seleção de pessoal A seleção de pessoal é a identificação dos candidatos recrutados mais adequados às vagas disponíveis na organização (CHIAVENATO, 2004). Bitencourt (2010) pontua que a seleção consiste em escolher os candidatos que possuem as qualificações para suprir a vaga em aberto. Marras (2009) afirma que a seleção de 15 pessoal visa a escolher candidatos recrutados para atender às necessidades da empresa. Lacombe (2005), por sua vez, define a seleção como um processo utilizado para escolher, entre os recrutados, o candidato mais adequado para a vaga existente. A seleção de pessoal é um processo comparativo entre duas varáveis: requisitos do cargo versus perfil dos candidatos recrutados. Os requisitos do cargo são fornecidos pela descrição e pela análise do cargo, enquanto o perfil dos candidatos é verificado por meio da aplicação das técnicas de seleção. Lacombe (2005) apresenta os principais métodos utilizados para a seleção. Veja: triagem preliminar dos currículos; entrevista na unidade de seleção; informação de pessoas confiáveis; testes técnico-profissionais; testes psicológicos; dinâmica de grupo; entrevista pelas chefias futuras; informações de empregos anteriores; informações cadastrais; exame médico. Chiavenato (2004) afirma que a escolha das técnicas de seleção deve considerar o cargo a ser preenchido. A ideia é escolher os candidatos que poderão suprir as necessidades da organização. As técnicas de seleção podem ser classificadas em cinco grupos: entrevista de seleção; provas de conhecimentos ou capacidades; testes psicológicos; testes de personalidade; 16 testes de simulação. Ter uma quantidade grande de candidatos no processo seletivo aumenta a probabilidade de contratar a pessoa certa. A técnica mais comum nos processos seletivos é a entrevista, também considerada a técnica mais importante. Conforme Marras (2009), a entrevista tem o objetivo detectar dadose informações dos candidatos para subsidiar o processo de seleção. A entrevista de seleção, quanto ao método, pode ser estruturada ou não estruturada. A entrevista estruturada possui um método previamente planejado, que garante uma entrevista uniforme para todos os entrevistados. Tal método é aplicado por meio de um roteiro, de forma padronizada e sistemática, de modo a se obter o máximo de informações possível. Uma das principais vantagens dessa técnica é a facilidade na comparação dos resultados dos diversos entrevistados. A entrevista não estruturada se opõe à anterior. Nela, o entrevistador possui autonomia para realizar os questionamentos desejados, de acordo com a situação, deixando o rumo da entrevista seguir os acontecimentos do momento. Esse tipo de entrevista tem como principal vantagem o aproveitamento do momento e das características individuais dos entrevistados, de modo que o entrevistador não fica preso a padrões. A prova de conhecimentos é um instrumento utilizado para avaliar os conhecimentos e habilidades do candidato. Ela busca medir o grau de conhecimentos profissionais ou técnicos considerando o que é exigido pelo cargo. Além disso, pode medir a capacidade ou habilidade do candidato para executar certas tarefas. Essas provas podem ocorrer de forma oral, escrita ou prática, ou seja, por meio da execução de um trabalho ou tarefa. Os testes psicológicos enfatizam as aptidões individuais dos candidatos, determinando em que nível elas existem em cada pessoa. Eles se baseiam nas diferenças entre as pessoas, podendo ser testes intelectuais ou de personalidade. Por fim, os testes de simulação partem do coletivo, sendo um método exclusivamente verbal ou prático. Eles são essencialmente as técnicas de dinâmica de grupo. 17 Você sabe qual é a diferença entre aptidão e capacidade? Chiavenato (2009) afirma que a aptidão nasce com a pessoa, representa a sua predisposição ou potencialidade. Já a capacidade é a habilidade atual da pessoa em determinada atividade ou comportamento, ou seja, é uma habilidade desenvolvida. Os testes de personalidade analisam os diferentes traços de personalidade geral, que podem ser determinados pelo caráter (traços adquiridos) ou pelo temperamento (traços inatos). Neles, verifica-se o equilíbrio emocional, as frustrações, os interesses e as motivações do candidato (FOGAÇA, 2019). 3 TREINAMENTO Com a globalização, as organizações passaram a ter que enfrentar e suplantar as grandes transformações do mercado. A inovação é uma busca constante para a sobrevivência das empresas e requer profissionais competentes, motivados e com capacidades diversificadas para a obtenção de vantagem competitiva, o que é um esforço diário e contínuo. Assim, as empresas cada vez mais investem em treinamento e desenvolvimento de sua força de trabalho e buscam ter equipes de alto desempenho no seu quadro de funcionários. 3.1 Métodos de treinamento de pessoas Diante dos grandes desafios enfrentados pela nossa sociedade com o advento da globalização, as organizações passaram a necessitar de processos inovadores e competidores em produtividade nunca antes vivenciados, pois, para sobreviver e prosperar, precisaram dispor de uma força de trabalho competente e motivada e ter diversas capacidades para se revitalizar e se preparar para enfrentar as constantes mudanças e os avanços tecnológicos. Como referem Fleury e Oliveira Junior (2002), as organizações, ao se defrontarem com circunstâncias com grandes oscilações, cenários político- -econômicos com muita transição, turbulência e 18 grande competitividade, necessitaram potencializar o capital intelectual e “são as pessoas o ponto de partida e de sustentação para a ação estratégica da organização em seu dia a dia [...], pois os recursos e as competências da empresa são os principais determinantes de sua vantagem competitiva” (FLEURY; OLIVEIRA JUNIOR, 2002, p. 133). Para que as empresas se mantenham no mercado, o planejamento estratégico deve ser suportado por uma equipe de alto desempenho que possa apresentar soluções ágeis e inovadoras para propiciar um produto/serviço de qualidade, com bom tempo de entrega e atendimento diferenciado. As equipes devem ser capacitadas e preparadas para avaliar os cenários e tendências futuras (HEIN, 2016). Há, no entanto, uma diferenciação entre treinamento e desenvolvimento: embora ambos se caracterizem por processos de aprendizagem e seus métodos sejam similares, diferenciam-se numa perspectiva de tempo e demandam uma atuação do profissional diferenciada na definição dos objetivos e escolhas de estratégias e métodos. Segundo Meneses, Zerbini e Abbad (2011), o desenvolvimento de pessoas é mais voltado para o progresso profissional e pessoal, não estando necessariamente vinculado às suas atividades presentes ou futuras. O treinamento, a partir da década de 1990, passou a ser considerado como um processo de educação especializada que tem como objetivo capacitar as pessoas para uma melhoria de performance e para enfrentar diferentes complexidades no trabalho. Segundo Silveira (2007, p. 28), “[...] treinamento é uma atividade que envolve desde a aquisição de habilidades motrizes, até o desenvolvimento de um conhecimento técnico complexo, assim como, à assimilação de novas atitudes administrativas e a evolução do comportamento individual para lidar com problemas sociais complexos”. Os diversos autores que tratam do tema treinamento (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003; CASTRO, 1999; CHIAVENATO, 1999; IVANCEVICH, 2011; MARRAS, 2016; MILKOVICH; BOUDREAU, 2000) são unânimes na definição de que seu processo tradicional é constituído por três etapas fundamentais: 1) 19 diagnóstico e levantamento das necessidades de treinamento, 2) planejamento e execução e 3) avaliação dos resultados (Figura 1). Bitencourt (2010) analisa o plano de desenvolvimento do ponto de vista da gestão por competências. O levantamento inicial é a identificação das competências requeridas pelas estratégias da organização, pelos processos organizacionais e pela tecnologia utilizada, o diagnóstico organizacional. Essas competências devem ser confrontadas com as competências apresentadas pelos funcionários. Dessa forma, é possível identificar as lacunas (gaps) evidenciados. O plano de desenvolvimento será elaborado visando reduzir essas lacunas com uma orientação para as necessidades específicas das estratégias e dos processos (Figura 2). Na gestão por competência, considera-se, também, o processo de autodesenvolvimento, no qual os funcionários também são estimulados na identificação desses gaps e têm um envolvimento nas decisões de investimento em desenvolvimento. Nesse modelo por competência, o gestor deverá assumir uma função também de “educador” e poderá ter uma atuação forte nos métodos de “coaching” e “mentoring”, que veremos a seguir. 20 O método a ser adotado é definido na etapa de planejamento e execução do treinamento. O que deve ser desenvolvido (a competência a ser desenvolvida ou o conhecimento a ser adquirido), como deve ser o treinamento (estudo de casos, simulações, seminários, workshops, coaching, mentoring, métodos vivenciais, educação corporativa, compartilhamento do conhecimento, e/ou e-learning) e a definição de quem deve participar (nível gerencial, técnicos, operacional) são os aspectos fundamentais do sucesso do programa de treinamento (SANTOS; BASSO JUNIOR; BRAMBILLA, 2013). A tecnologia da informação também tem tido uma participação importante na definição dos métodos de treinamento, oferecendo recursos audiovisuais, webconferência, tecnologia multimídia, jogos interativos e realidade virtual (simuladores), instrumentos que possibilitam a redução do tempo despendido na aprendizagem e o aumento da eficácia dos resultados. Ivancevich(2011) destaca como principais métodos de treinamento os que seguem. On the job (realizado junto ao posto de trabalho). Método baseado em casos (estudo de casos). Representação/role playing (vivenciais e/ou simulações). 21 Método de decisões variadas (desenvolver a capacidade de decisão gerencial). Jogos de empresa (simulações para desenvolver a capacidade de resolver problemas) Modelagem do comportamento (desenvolvimento de lideranças eficazes). Programas vivenciais. Para os gestores, o autor indica os programas de orientação e aconselhamento (mentoring ou coaching), rodízios de funções ou transferências, e- learning e realidade virtual. Para a realização (execução) dos programas, pode-se utilizar um método ou a combinação de métodos dependendo de que habilidades e competências deverão ser desenvolvidas. Segundo Meneses, Zerbini e Abbad (2011, p. 104), “A seleção de meios e estratégias deve ser guiada, sempre, pela natureza (domínio de aprendizagem do objetivo) e especificidade (nível dos resultados de aprendizagem) dos objetivos específicos, bem como pelas características individuais do público- alvo da ação educacional em construção”. Dessa forma, observa-se a importância da identificação do melhor método para cada situação de aprendizagem necessária de acordo com o público-alvo (operacional, técnico ou gerencial) para que as competências possam ser desenvolvidas e os objetivos educacionais alcançados. 3.2 Aplicabilidade dos métodos de treinamento de pessoas A aplicabilidade dos métodos de treinamento é evidenciada pelas necessidades de treinamento ou de desenvolvimento. O que diferencia cada método são os modos, formas ou caminhos de aprendizagem a que se destinam, podendo conviver em paralelo ou cruzando-se. A seguir, você vai conhecer os métodos mais utilizados, seu alcance, vantagens e limitações. 22 3.3 Método prático, on the job ou atividades rotineiras da função Segundo Ivancevich (2011), este método, o mais utilizado nos programas de treinamento, ocorre quando o treinando adquire o aprendizado no seu posto de trabalho atual (se necessitar melhorar procedimentos e desempenho) ou em um posto de trabalho futuro. O treinador instrui metodicamente o passo a passo de como deve ser feito determinado procedimento no posto de trabalho ou na sua rotina diária. O treinador explica e mostra como deve ser feito e, depois, observa e acompanha o treinando realizando-as, corrige os erros e/ ou passa as informações/ou operações novamente. O exercício da atividade é repetido várias vezes até o aprendiz dominar o que deve fazer. Geralmente, o treinador é um colega mais antigo, com mais experiência, que recebeu treinamento prévio para ministrar esse tipo de treinamento. Outra forma deste método é com o rodízio de funções, em que cada funcionário de um determinado departamento ou setor exerce a função de outro por uma ou duas semanas; assim, a empresa possibilita que seus funcionários se tornem multifuncionais e versáteis. Uma nova variação deste método pode ser encontrada no compartilhamento do conhecimento, que é praticado em algumas indústrias automobilísticas, conforme estudo de Petrini (2016), e está relacionado com a gestão do conhecimento. Trata-se de um método em que um operário passa o seu conhecimento para uma ou mais pessoas, agregando valor às atividades da organização. Assim, é um processo coletivo e participativo no qual as ideias ou sugestões de uma pessoa são analisadas e complementadas pela experiência dos demais. Esse processo pode ser desenvolvido nos rodízios de funções, no treinamento on the job, nos grupos de análise e solução de problemas, dentre outros. As vantagens do método prático são a grande economia de tempo, de espaço e de recursos financeiros, assim como o fato de que os resultados são alcançados num prazo muito curto e a avaliação pode ser praticamente imediata, pois é possível verificar se o treinando aprendeu in loco. Por outro lado, pode fazer 23 com que o treinando adquira vícios funcionais, com limite de sua criatividade e criticidade quando envolver somente duas pessoas (BOOG; BOOG, 1999). 3.4 Método conceitual É o treinamento similar à sala de aula presencial, onde há um instrutor que faz exposição oral sobre determinados temas que devem ser assimilados pelos treinandos ou por forma dialógica, com questões formuladas previamente, que podem ser desenvolvidas na própria empresa ou na participação de conferências, simpósios, palestras. O sucesso desse método depende do comunicador. No caso de simpósios, pode-se oportunizar um debate cruzado, que consiste em separar o grande grupo em dois grupos; pede-se, então, que cada um defenda positiva ou negativamente determinada tese. Os dois grupos são instruídos e, depois de alguns minutos, pode-se inverter as posições. Ivancevich (2011) apresenta uma forma de praticar este método, o estudo de casos ou método baseado em casos, em que o instrutor de treinamento expõe um caso real de tomada de decisão para o grupo que aconteceu na própria organização ou em outra e solicita que o estude, identifique os problemas e proponha soluções. É um excelente método para treinar a tomada de decisão. Treinamentos que desenvolvam a competência conceitual atendem às expectativas dos treinandos na compreensão de um determinado tema e na aquisição de novos conhecimentos. Além disso, também é possível atingir um grande número do público-alvo. No entanto, não garante que os conhecimentos adquiridos sejam transferidos para a situação de trabalho e depende muito dos comunicadores (BOOG BOOG, 1999). 3.5 Método de simulação Neste método, são apresentadas aos treinandos atividades que permitem vivenciar situações semelhantes ao dia a dia na empresa. Essa metodologia 24 oportuniza o desenvolvimento de competências comportamentais, já que os participantes compartilham experiências e atuam ativamente com um grande envolvimento. Utilizam-se técnicas de dramatização, role-playing (representação de papéis), jogos de empresa (os participantes vivenciam a administração de uma empresa, tomando decisões a nível estratégico e operacional), estudos de casos e jogos educativos. Moreira e Munk (2010) apresentam um estudo sobre os treinamentos vivenciais ao ar livre que acontecem fora do ambiente de trabalho e nos quais, aos treinandos, são propostas atividades com base em esportes de aventura e ecoturismo, como: rafting, arvorismo, rapel, escalada, treckking, paintball, entre outros. “Nesta modalidade de treinamento, não há certo ou errado, bom ou ruim. Trata-se de uma oportunidade de se autoconhecer, construir insight, arriscar e experimentar mudanças. As pessoas são os próprios agentes da transformação, e aprendem fazendo e vivenciando todo o processo de aprendizagem” (MOREIRA; MUNK, 2010, p. 15). Este método tem muitas vantagens, como o envolvimento do treinando, fazendo-o experimentar novas formas de atuação e ajudando-o a tentar técnicas novas, sem medo de errar, pois se trata de uma simulação. A experiência é mais atrativa e dá a possibilidade de experimentação das decisões e de ter feedback sobre elas, reforçando e desenvolvendo o trabalho em equipe e a confiança. No entanto, o custo desse tipo de treinamento é mais dispendioso e, até hoje, não há comprovação científica de que realmente os treinandos mudem seus comportamentos (IVANCEVICH, 2011). 3.6 Método comportamental (coaching e mentoring) Coaching é um método de desenvolvimento de competências em que o coach (treinador, profi ssional especializado) trabalha individualmente com o coachee (geralmente, executivos ou líderes em desenvolvimento), preparando-os para algum trabalho específi co, para uma promoção futura que necessite 25 desenvolver a sua liderança, seu discurso, sua etiqueta,refi namento da personalidade, estruturação de segurança, gerenciamento de pessoas difíceis e até com a apresentação pessoal (aparência). Ou seja, no coaching, há uma condução do desenvolvimento profi ssional visando a melhoria da performance de maneira que o coachee eleve o seu desempenho e o faça adquirir as competências necessárias (BENTON, 2000). Segundo Benton (2000, p. 7) “[...] um bom coach é alguém qualificado, objetivo e hábil em motivar a mudança comportamental [...], avaliar comportamentos problemáticos e localizar comportamentos eficazes e não eficazes [...], fornecer encorajamento positivo e importar-se com a autoestima de quem está sendo treinado”. O programa é estruturado e aprovado pela organização, tem contrato com duração média de 6 meses a 1 ano, com frequência estipulada e um plano de pagamento. Geralmente, esses programas são oferecidos pelas empresas, mas um profissional/executivo também pode contratar um coach individualmente para desenvolver alguma competência ou habilidade em que sinta necessidade de aprimoramento. Santos (2015) refere que o processo pode ser conduzido por algum profissional qualificado da empresa ou contratado externamente. Além disso, esse processo tem uma duração prolongada e requer engajamento, empenho e disponibilidade de tempo específico e contratado de forma a não ter interrupções. O coach não necessita ter experiência específica da área de atuação do coachee, pois o seu papel é fazer com que o coachee desenvolva confiança e busque suas próprias respostas, gere suas próprias ações com firmeza e segurança, confiando em seu potencial. Mentoring é um programa de tutoria profissional em que um profissional mais experiente assume o papel de orientador de um profissional mais jovem em fase de formação, não havendo limite de tempo. A empresa faz a escolha de seus mentores, que são profissionais qualificados, experientes e capacitados para atuar como multiplicadores. Dessa forma, resguarda o conhecimento produzido e acumulado na organização de maneira estruturada. Ao mesmo tempo, a empresa reverencia desempenhos que se diferenciam e se tornam expertises reconhecidas 26 dentro da organização, pois o “mentor” é uma referência de atuação (SANTOS, 2015). 3.7 E-learning como método de treinamento A educação a distância cada vez mais vem se destacando na área educacional como uma modalidade que atende às demandas de tempo (cada vez mais escasso) na vida diária de cada cidadão, pois, por meio da utilização das tecnologias de informação, a educação corporativa foi impulsionada. A característica desta metodologia é a distância física entre treinadores e treinandos e a mediação por diversas tecnologias de informação e comunicação. Com a utilização das novas tecnologias multimídia e da internet no dia a dia, foi introduzido na área educacional a utilização do “e” (de eleletronic), passando a intitular-se e-learning o processo ensino-aprendizagem que fizesse uso das novas tecnologias para aprimorar a qualidade da aprendizagem, tornando mais acessível os recursos e serviços educacionais e o fomento a aprendizagem colaborativa (SILVA, 2014). Segundo Gomes (2005), há certa superposição de conceptualizações em torno do conceito de e-learning na utilização das tecnologias na área educacional como uma extensão virtual da sala de aula presencial, ensino presencial com recursos tecnológicos e educação a distância. O e-learning, para a autora, abrange concepções de inovação distintas de outras modalidades e do ponto de vista pedagógico “implica a existência de um modelo de interação entre professor-aluno (formador-formando), a que, em certas abordagens, acresce um modelo de interação aluno-aluno (formando-formando), numa perspectiva colaborativa” (GOMES, 2005, p. 234). É no elemento de “colaboração” no ensino-aprendizagem a distância que o e-learning tem seu potencial fortalecido e expandido e desta forma surgindo “modalidades híbridas de aprendizagem (B-learning) e emergem outras modalidades com foco nas marcas comunicacionais da Sociedade Digital: na Conectividade (C-Learning), na Mobilidade (M-Learning) e na Ubiquidade (U-Learning)” (SILVA, 2017, p. 54). O e- 27 learning no contexto organizacional contribui e responde com maior velocidade à propagação de conhecimentos, viabilizando uma celeridade necessária aos treinamentos funcionais, como também reduz o custo, amplia a abrangência territorial e potencializa a gestão de recursos humanos (TEIXEIRA; STEFANO; CAMPOS, 2015). Como limitação do método, podemos citar a desconfiança que ainda existe sobre a eficácia da educação a distância, falhas tecnológicas (linhas de comunicação, computadores, infraestrutura de rede e velocidade dos links) e o fato de que requer dos treinandos disciplina e adoção do modelo de autodesenvolvimento (PIMENTEL; SANTOS, 2002). Apresentamos neste tópico os principais métodos de treinamento que são praticados na atualidade, que são embasados por teorias de aprendizagem, estudos pedagógicos e atualmente muito apoiado pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC). Qual método adotar? Essa definição deve iniciar com o estudo das necessidades de treinamento realizado no levantamento inicial, dos objetivos a que se quer chegar para atingir os resultados de melhoria de performance requeridos pelo negócio e pelos avanços das tecnologias do mundo atual. 3.8 A importância do desenvolvimento na gestão de pessoas Na prática, o desenvolvimento de pessoas difere de treinamento de pessoal na questão de objetivos, público-alvo, duração, visão de longo prazo (visa o futuro); tem métodos similares, mas mais voltados para o desenvolvimento de lideranças. Para Chiavenato (1999, p. 322), “[...] o desenvolvimento de pessoas está mais relacionado com a educação e com a orientação para o futuro [...], as atividades de desenvolvimento pessoal estão relacionadas com os processos mais profundos de formação da personalidade e da melhoria da capacidade de compreender e interpretar o conhecimento”. Segundo Silveira (2007), o desenvolvimento de pessoas passou a ser apontado como um importante processo dentro das organizações, pois promove os negócios e resultados a partir da vinculação 28 constante das ações educacionais com as estratégias da organização e com as outras atividades da gestão de pessoas. Um dos desafios da gestão de pessoas é desenvolver os profissionais em processo, conhecedores de seu negócio, que ajam com autonomia e responsabilidade e tenham habilidade de tomar decisões nessa nova economia extremamente complexa. Como refere Richter (2016, p. 1): Dessa complexa gama de habilidades requeridas pelo mundo do trabalho atual, as atividades de desenvolvimento de competências e formação de indivíduos deixam de ser atividades apenas institucionais, colocando o indivíduo no centro da ação por meio da busca autônoma do desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, como no caso de programas individualizados de coaching, com feedback técnico frequente para aperfeiçoamento de suas habilidades. A gestão de pessoas é dirigida especialmente para ações associadas às pessoas com o objetivo de desenvolvê-las para o alcance das metas individuais e organizacionais e tem sido essencial no desenvolvimento do planejamento estratégico. O desenvolvimento dos gestores é iminente, pois são eles que indicam a direção e o relacionamento dos funcionários com a organização e entre si frente ao trabalho que deve ser realizado. A velocidade e a agilidade são cada vez mais prementes para as organizações, e há uma redução do ciclo temporal que requer uma gestão eficaz em todos os setores e um trabalho de aprendizado organizacional por parte da gestão de pessoas, com destaque para o aprendizado de trabalhar com maior eficácia, rapidez e confiança (IVANCEVICH, 2011). 29 https://www.sbcoaching.com.br/coaching/gestao-pessoasComo destaca Eboli (2002), a realidade se transformou, e isso requer que todas as pessoas em todos os níveis da organização possuam um desenvolvimento de suas capacidades para criar soluções e ter conhecimento organizacional, contribuindo para o êxito nos negócios. Por outro lado, há a necessidade de um engajamento da organização com a educação e o desenvolvimento de seus funcionários de forma a criar uma vantagem competitiva sustentável, o que gerou o surgimento das universidades corporativas como uma forma eficaz de desenvolver e alinhar talentos para as estratégias organizacionais. “O motivo principal de implantação de um sistema de educação corporativa é elevar o patamar de competitividade empresarial através do desenvolvimento, da instalação e da consolidação das competências críticas empresariais e humanas” (EBOLI, 2002, p. 193). Os objetivos da implementação de uma educação corporativa evidenciam a importância do desenvolvimento na gestão de pessoas, no qual a propagação da importância do capital intelectual se constituirá num agente de diferenciação das empresas com o despertar de talentos individuais e à disposição para o aprendizado, fomentando e concebendo o conceito de autodesenvolvimento. 30 4 DINÂMICA DE GRUPOS Os indivíduos têm necessidade de estabelecer relações com outras pessoas, não apenas por questões sociais (amizades), mas por desejarem atuar dentro da organização ou de um grupo, como no ambiente de trabalho, onde uma das fontes mais poderosas de satisfação é o convívio social e as experiências compartilhadas entre os colegas. O grupo não é considerado somente um conjunto de pessoas, pois envolve uma interação dinâmica em que se percebem psicologicamente como integrantes, que se comunicam entre si de maneira direta e face a face, em que cada um influencia e é influenciado pelos demais. Outras características presentes são: objetivo comum, estrutura dinâmica de comunicações e uma coesão interna (LOPES, 2020). Nós nos constituímos como sujeitos conforme nos relacionamos. Interagimos com o objetivo de ampliação dos conhecimentos, acerca do mundo e sobre nós mesmos. As dinâmicas de grupo são ferramentas que auxiliam nesse processo de compreensão, na aquisição de conhecimento e em nossa socialização (LOPES, 2020). 4.1 Os principais influenciadores Kurt Lewin Lewin (1970) fundou o Institute of Technology em Massachusetts, nos Estados Unidos, em 1945. O instituto surgiu com o propósito de estudar as dinâmicas grupais, que, conforme Lewin (1970), poderiam ser compreendidas como 31 forças sociais que se uniam com forças intelectuais e morais para o desenvolvimento de tarefas produtoras de transformações (LOPES, 2020). Acreditando que a dinâmica de grupo é conhecimento de forças que atuam no interior dos grupos, assim como em suas origens, podendo gerar modificação no modo de ser grupal, Lewin (1970) destacou as circunstâncias essenciais presentes ao que denominou coesão grupal, tais como: manutenção das regras; suportabilidade diante das pressões do grupo; liderança; desempenho de papéis; e relações de poder. Dessa maneira, por meio da coesão grupal e do sentimento de pertencimento, cada membro do grupo poderia ter reforçado a sensação de obtenção dos seus objetivos individuais. Lewin (1970) acreditava que seria mais simples modificar o comportamento do grupo, como um todo, do que o comportamento de um membro isolado. Por isso, salientava que a diversidade dos membros do grupo desperta uma melhor interação favorecendo a coesão grupal. Em seu instituto, Lewin (1970) deu vida a sua Teoria de Campo, em que as aprendizagens adquiridas no meio influenciam os comportamentos. Dessa maneira, os sujeitos seriam um produto do meio, assim como determinadas situações, pessoas e objetos possuiriam um valor que pode ser positivo ou negativo, conforme sua influência nos sujeitos. René Lourau René Lourau (1993) contribuiu com a psicologia social ao desenvolver, junto com seus contemporâneos, a chamada psicologia institucional, inspirando estudos em pedagogia institucional e terapia institucional, trazendo as instituições, como família, escola e igreja para o campo dos estudos em psicologia social institucional. Com o olhar atento as instituições, Lourau (1993) analisou as relações grupais existentes neste contexto, categorizando as atuações grupais em dois tipos: grupo objeto e grupo sujeito. No grupo objeto, os membros estão estabelecidos hierarquicamente, objetivando a realização de uma tarefa e conservando a unidade, harmonia e coerência grupal; no grupo sujeito, os membros se posicionam 32 resistentes às mudanças do grupo. Nessa organização, são considerados os jogos de força gerados pelas diferenças no grupo. Georges Lapassade Lapassade (1974) foi companheiro de Lourau nos estudos em psicologia social institucional e seu foco de estudo na sintonia do grupo. Lapassade (1974) defendia que somente quando o grupo está organizado e estável é possível fazer uma análise de seu funcionamento. Lapassade (1974) categorizou os grupos em: grupo terror e grupo vivo. No primeiro existe uma figura de poder que estabelece tarefas obrigatórias à manutenção do equilíbrio grupal. E no segundo, as relações se estabelecem igualitariamente e a organização dos membros se dá pela autogestão, como podemos ver na Figura 1 em um grupo de capoeira, onde até existe um líder, representado pela figura do mestre, mas as relações são conduzidas de forma horizontalizada. Calderón e De Govia Conforme Calderón e De Govia, grupo é uma relação expressiva, que atua transversalmente em ações conjuntas. Podendo ser composto a partir de duas pessoas, com objetivos comuns, as quais estão implicadas em uma tarefa de cunho psicossocial ou material (LOPES, 2020). Para Calderón e De Govia, os grupos onde existe uma constante transformação e diálogo, visando à cooperação e à satisfação das necessidades dos seus membros, são chamados de operativos. Os grupos operativos são compreendidos de acordo seu estágio: grupo aglutinado, o primeiro estágio, onde o grupo não age sem o líder que conduz as ações e decisões; grupo possessivo, o segundo estágio, onde o líder coordena as funções, mas as tarefas têm participação de todos; grupo coesivo, o terceiro estágio, onde existe um fluxo de aceitação e reconhecimento entre líder e membros; e grupo independente, quarto estágio, onde 33 a liderança é flutuante, sem relações hierárquicas, devido ao acúmulo de conhecimentos e experiências (LOPES, 2020). Enrique Pichon-Rivière Pichon-Rivière (1988) propõe o grupo como uma rede de papéis onde seus membros atuam de forma vinculada, conectados por suas representações internas, que podem ou não estar implicados em uma tarefa. Pichon-Rivière (1988) constituiu um esquema conceitual referencial e operativo, o ECRO, que pode ser individual, de acordo com os medos, fantasias, valores e crenças, ou grupal, no qual os membros do grupo possuem o mesmo esquema. Pichon-Rivière (1988) trouxe o conceito de sujeito social, que se desenvolve de acordo com as relações nas quais estão envolvidas tanto a racionalidade quanto a afetividade, não podendo estar o grupo unido somente por questões objetivas, ou seja, conforme o autor os grupos são processos grupais. Assim, no grupo operativo de Pichon-Rivière (1988), os membros podem ou não estar envolvidos por uma tarefa, mas o principal objetivo do grupo é a aquisição de conhecimentos e os processos para a mudança e para a cura. Silvia Lane Lane (1984) ponderou sobre as características pessoais implicadas nos grupos. O categorizando conforme seus aspectos históricos, subjetivos e objetivos. E analisando os estudos anteriores sobre grupos, Lane (1984) destacou dois posicionamentos: o tradicional, onde o grupo buscava defi nir seus papéis,e outra posição em que a relação entre os membros visa o equilíbrio grupal. Para Lane (1984), a existência do grupo só pode ser concebida considerando as características econômicas, ideológicas e institucionais de acordo com a concepção histórica da sociedade a qual seus membros estão inseridos. A partir dessa lógica, Lane (1984), assim como Pichon-Rivière (1988), também se refere aos grupos como processos grupais. Ignacio Martin-Baró 34 Martin-Baró (1997), assim como Lane (1984), propõe uma perspectiva de grupo como um processo grupal, onde o grupo seria uma composição social e histórica em permanente transformação. Martin-Baró (1997) acredita que o grupo se transforma, assim como seus membros, de acordo com os processos históricos inerentes a sociedade. E qualifica o grupo em que suas relações e vínculos estão direcionados tanto para as necessidades coletivas quanto para as individuais. Levando em conta a realidade social do grupo, Martin-Baró (1997) refere o poder como uma dimensão inerente à vida humana. Acredita que o poder tem uma constituição implicada na oposição e no conflito, no entanto sem representar algo violento ou negativo, mas se baseando na aquisição de recursos e, portanto, gerando consequências. Sigmund Freud Foi o pioneiro nos estudos sobre grupos, com o objetivo de provar que a psicanálise não se resumia apenas ao âmbito individual, mas que também poderia dar conta de uma demanda coletiva. Apreciador da sociologia e da antropologia e influenciado pelo sociólogo francês Gustave Le Bon, Freud (1976) estendeu seu olhar sobre os aspectos sociais mais ao fim de sua vida e acabou por lançar seu livro Psicologia das massas e análise do Eu. Em seus escritos, Freud (1976) usou termos como “mente grupal” e “psicologia de grupo”, para se referir as influências a que os sujeitos estão expostos ao se posicionarem em grupo, acreditando que os grupos produzem efeitos sobre a personalidade de seus membros, assim como estes podem influenciar as decisões do grupo 35 4.2 Grupos sociais Como vimos, com a história dos estudos dos principais influenciadores, podemos caracterizar como grupo social a união de duas ou mais pessoas, que se relacionam com um objetivo comum. Dessa maneira, podemos imaginar que ao nascermos já nos encaminhamos para a inserção de um grupo social, como veremos a seguir (LOPES, 2020). Grupos primários São estruturados a partir das interações mais diretas e íntimas. Inicialmente você pode pensar em família, no entanto, não é raro uma falta de identificação ou integração mais profunda com esse grupo, principalmente ao fim da infância, na juventude ou em adultos jovens. Podendo se assumir como grupo primário os amigos ou colegas mais próximos por afinidades, que se aproximam e perpetuam as relações por meio de afetividades (LOPES, 2020). Grupos secundários Os membros desse grupo se conectam por meio de uma tarefa, com metas e objetivos bem definidos. Acontece geralmente entre grupos escolares ou de trabalho. No entanto, não é raro que a partir deste grupo secundário emerge um grupo primário, porque conforme a proximidade pode surgir um vínculo afetivo (LOPES, 2020). Processos grupais Assim como referido por Pichon-Riviere e Lane (1984), os processos grupais propõem o grupo como processo, implicado por uma pluralidade de papéis, 36 considerando o contexto histórico e social no qual os membros do grupo estão inseridos. Influenciados por uma multiplicidade de teorias, os estudos sobre processos grupais surgiram em um período pós-guerra, por meio de uma efervescente demanda ontológica e existencial, que buscava compreender o que é o ser humano. http://paranaluto.com.br Foi a partir dos estudos sobre os processos grupais que se pôde pensar sobre a promoção de saúde, considerando que os processos grupais são estruturantes para o desenvolvimento das capacidades dos sujeitos. Nós nos constituímos cercados por processos grupais, aos quais estamos constantemente aderindo ou negando participação, tanto por estar em constante transformação social, quanto para a manutenção grupal (LOPES, 2020). Alguns fenômenos se destacam no desenvolvimento dos processos grupais: a coesão, onde existe uma significativa pressão sobre os membros do grupo para que permaneçam unidos; a cooperação, onde acontece uma associação dos membros objetivando um resultado comum; a formação de normas, onde são estabelecidos acordos para garantir o funcionamento do grupo; a existência de uma liderança, que pode ser fixa ou flutuante conforme o estágio maturacional do grupo; 37 status e papel social, onde cada membro do grupo possui uma posição, que assim como a liderança pode ser fixa ou mutável (LOPES, 2020). No que se refere às práticas em torno dos processos grupais, autores como Moreno e Nise da Silveira se destacam pelo pioneirismo de seu campo. Moreno, médico, filósofo, psicólogo e dramaturgo romeno, propagou a proposta do teatro do improviso, ou teatro do espontâneo. Criou o psicodrama na Universidade de Viena, onde é possível vivenciar os papéis sociais por meio de experiências e representações, possuindo como norteadores a criatividade e a espontaneidade com fortes implicações do existencialismo. Moreno atuou em hospitais, onde buscou humanizar a psiquiatria, em um cenário necessitado de ludicidade em seu cotidiano (LOPES, 2020). Nise da Silveira, médica psiquiatra brasileira, inseriu em ambientes psiquiátricos a arteterapia, na qual por meio de tintas, pincéis e materiais recicláveis, entre outros, os sujeitos podiam expressar seus desejos, medos e memórias e criou o Museu do Inconsciente para a preservação das produções (LOPES, 2020). 5 DINÂMICA DE GRUPO NAS EMPRESAS A dinâmica de grupo iniciou nos Estados Unidos em 1936 como uma área de pesquisa sendo utilizado pelo psicólogo Kurt Lewin. De acordo com Cabral (2010) ele realizou uma pesquisa experimental e os resultados mostraram que a cooperar das pessoas trabalhando em grupos são muito maiores pelas quais era líder autocrático. Desta forma, a dinâmica de grupo foi se ampliando e ganhando contornos distintos para ser abordada. Essa técnica tem sido usada no processo seletivo pelo fato de conseguir muitas informações relevantes sobre os candidatos. (ALMEIDA, 2004 apud CABRAL,2010 citado por TEIXEIRA; citado por TEIXEIRA; 2019). Dinâmica de grupo significa colocar um grupo de pessoas em equipe mostrando suas habilidades e comportamento perante aos desafios, vivenciando circunstâncias que podem encarar em seu futuro ambiente de trabalho e avaliando como o candidato irá resolver ou atuar. 38 https://www.teleworld.com.br De acordo com Andrade (2010, p.17): Dinâmica de grupo é uma técnica que significa colocar um grupo de pessoas em movimento através de jogos, brincadeiras, exercícios, quando são vivenciadas situações simuladas, proporcionando sensações da vida real, nas quais os participantes poderão agir com autenticidade, buscando aperfeiçoamento de sua conduta, em situação de auto-avaliação. Por meio da dinâmica as informações que foram alcançadas irão cooperar e completar as técnicas que foram aplicadas anteriormente, trazendo um resultado mais apropriado sobre o candidato que será contratado para o cargo competido (RABAGLIO, 2001 apud CABRAL, 2010 citado por TEIXEIRA; 2019). No processo seletivo das empresas a dinâmica de grupo tem amplas vantagens como: adiantamento da escolha do candidato; aproximação do candidato com o RH; visão vasta sobre o candidato confirmando ou eliminando dúvidas que existiam nas técnicas anteriores; maior transparência, pois o 39 candidato está sendo analisado por maisde um selecionador (ANDRADE, 2010 citado por TEIXEIRA; 2019). As dinâmicas de grupo são mais empregadas em cargos de gerência, supervisão, direção, vendas, compras, por ser cargos que tem mais relacionamentos interpessoais. Sua aplicação reduz os erros que podem ser encontrados no processo seletivo e possibilita que o próprio candidato averigue se o cargo é apropriado para ele ou não, por já vivenciar uma circunstância que poderá encarar em seu futuro cargo (CHIAVENATO, 2009 apud TEIXEIRA; 2019). 5.1 Tipos de dinâmica de grupo Existem vários tipos de dinâmica de grupo, de acordo com Almeida (2004, p.76 apud Cabral, 2010, p.24) são eles: a)vitalizadoras -designadas também de vivências iniciais, atividades de quebra-gelo ou de aquecimento do grupo. Têm como objetivo abranger a motivação do grupo, preparando-o para a ação; b) harmonizadoras -tendem relaxar os participantes, podendo ser usada antes de exercícios que exijam concentração do grupo; c) exercícios de dinâmica principal - são vivencias que trabalham com habilidades e comportamentos específicos do grupo que serão objeto de avaliação, tais como: liderança, motivação, comunicação, assertividade, colaboração, percepção, entre outros comportamentos. Um exercício de dinâmica pode trabalhar com mais de um comportamento; d) jogos empresariais: o jogo é uma disputa, além de ter regras que o grupo deve seguir, determina-se a mira que precisará ser alcançado e os critérios para determinar o ganhador. Permite ao grupo trabalhar diversos aspectos do comportamento; e) simulação: será testado o nível de saber prático ou mesmo teórico em simuladas que recomendam muito bem circunstâncias do cotidiano da organização. 40 f) dramatização: representação de papéis que serão vividos na circunstância real. Diferentemente dos itens anteriores, nas dramatizações o candidato irá exercer papéis que não refletem o seu “eu”, pessoal e profissional (TEIXEIRA; 2019). 5.2 Condução da dinâmica de grupo A dinâmica de grupo é encaminhada pelo facilitador que precisará ser auxiliada por observadores. O facilitador é o selecionador de pessoal que precisa guiar os candidatos com elementos e instruções objetivas, controlando o ritmo da dinâmica e amparando os candidatos. É ele quem determina o número mínimo e máximo de candidatos que podem participar da dinâmica de grupo. (RABAGLIO, 2001 apud CABRAL, 2010). No decorrer do processo ele precisa se conservar neutro, não permitindo transparecer consentimento ou discordância em relação ao que está sendo feito. No final o facilitador junto com os observadores faz uma análise para determinar quais candidatos continuam no processo (GIL, 2001 apud CABRAL, 2010).O observador é quem fica responsável por concretizar as anotações de acordo com a performance dos candidatos, se tornando uma pessoa estratégica para a decisão do preenchimento da vaga. Dessa forma, o papel do observador é analisar e registrar o comportamento dos candidatos (RABAGLIO, 2001 apud CABRAL, 2010). 41 6 REFERÊNCIAS BENTON, D. A. 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