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Introdução Parasitologia - Sanar

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SUMÁRIO
1.Definição e Epidemiologia ....................................... 3
2. Adaptação Parasitária .............................................. 4
3. Conceitos Gerais em Parasitologia ..................... 5
4.Tipos de Associações ................................................ 9
5. Ciclos Biológicos ......................................................11
6. Ação dos Parasitos sobre o Hospedeiro ........12
7. Resposta do Hospedeiro as 
Infecções Parasitárias .................................................15
8. Classificação Taxonômica dos Organismos .....17
Referências Bibliográficas ........................................20
3INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
1.DEFINIÇÃO E 
EPIDEMIOLOGIA
As doenças parasitárias sempre esti-
veram presentes durante a evolução 
humana. Com o avanço do conhe-
cimento e as modificações no pro-
cesso de saúde-doença no mundo, 
houve uma transição epidemiológica, 
caracterizada pela mudança no per-
fil de mortalidade e diminuição da 
taxa de doenças infecto parasitárias 
e aumento concomitante da taxa de 
doenças crônico-degenerativas. No 
entanto, esse processo não se de-
senvolveu adequadamente em paí-
ses não desenvolvidos e em desen-
volvimento. Sendo assim, as doenças 
parasitárias apresentam maior preva-
lência em países emergentes, devido 
as más condições higiênicas, sanitá-
rias, de moradia e dietéticas.
De acordo com a OMS acredita-se 
que cerca de 14% da população 
mundial possui algum tipo de doen-
ça parasitárias. Apesar da redução 
da mortalidade nas últimas décadas 
devido as doenças parasitárias, es-
tima-se que no Brasil, a prevalência 
dessas doenças continue alta, devi-
do principalmente as condições so-
cioeconômicas da população. Esses 
números são mais preocupantes nas 
regiões Norte e Nordeste do país, so-
bretudo nos extremos de idade, es-
pecialmente em menores de 1 ano. 
Nessa perspectiva, surge a parasito-
logia como ferramenta para o estudo 
dos hospedeiros, seus parasitas e 
suas formas de interação.
CONCEITO!
• Parasitologia é definida como o es-
tudo dos parasitas, animais e vege-
tais, e suas relações com os seus 
hospedeiros.
• Hospedeiro é definido como aque-
le organismo que abriga um outro 
agente, seja no seu interior ou no seu 
exterior.
• Parasitismo é a relação ecológica en-
tre indivíduos de espécies diferentes.
O termo parasitologia envolve o es-
tudo dos organismos incluídos na 
relação biológica de parasitismo. En-
tretanto, para fins didáticos, o estudo 
da parasitologia médica se restringe 
apenas a relação entre os organismos 
eucariotos espoliadores e o homem. 
Com isso, dentro da parasitologia 
médica temos os Protozoários, Hel-
mintos e Artrópodes. É importante 
que se entenda que para que ocorra o 
parasitismo, é necessário que ocorra 
uma relação íntima e duradoura.
O relacionamento entre os seres vi-
vos visa dois aspectos fundamentais: 
a obtenção de alimento elou prote-
ção. Sendo assim, essa relação fun-
damentalmente deve ter algum grau 
de dependência metabólica, em que o 
hospedeiro fornece nutrientes e con-
dições fisiológicas para sobrevivência 
do parasito. Nesse contexto, parasito 
geralmente provoca algum dano ao 
4INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
hospedeiro, mas raramente leva a sua 
morte. E isso é bem lógico, visto que 
devido a intensa relação entre os dois 
seres, a morte do hospedeiro, levaria 
também a morte do parasita.
2. ADAPTAÇÃO 
PARASITÁRIA
Ao longo dos anos, os parasitas evo-
luíram através de adaptações morfo-
lógicas, fisiológicas e biológicas para 
fortalecer sua relação com os hos-
pedeiros. Em relação as adaptações 
morfológicas, alguns parasitas so-
freram degenerações com perdas ou 
atrofias de alguns órgãos. Um exem-
plo disso, são as pulgas que perderam 
as asas ao longo na evolução. Outros 
parasitas, ao contrário, apresenta-
ram hipertrofia principalmente de ór-
gãos reprodutivos, de fixação ou re-
sistência. Exemplo disso, são alguns 
helmintos que desenvolveram uma 
enzima, chamada antiquinase que 
neutraliza a ação dos sucos digesti-
vos, fazendo-os resistirem à ação de 
anticorpos ou de macrófagos, e com 
isso resistindo à agressão do hospe-
deiro. Em termos biológicos, esses 
seres reforçaram suas capacidades 
reprodutivas, passando a produzir 
grandes quantidades de ovos, cistos 
ou outras formas infectantes (Figura 
1). Com isso, conseguiram ter maior 
sucesso em perpetuar a espécie e 
driblar as dificuldades em atingir seu 
hospedeiro. 
Figura 1. Vários ovos de helmintos. Fonte: Atlas de parasitologia. 
Fonte: [Internet] http://atlasdeparasitologia.blogspot.com, 2020.
5INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
Outro fator que se desenvolveu ao 
longo do tempo foi o hermafroditis-
mo, a partenogênese e a poliembrio-
nia, mecanismos de reprodução que 
facilitam a fecundação e assegura a 
reprodução da espécie. No entanto, 
vários fatores inerentes ao hospedei-
ro ou ao parasito interferem nessa re-
lação e determina a ocorrência de um 
paciente sintomático ou assintomáti-
co, como o número de parasitos, viru-
lência, resposta imune do hospedei-
ro e hábitos de vida. Por exemplo, a 
infecção por 10 ancilostomídeos está 
associada a doença clínica branda ou 
inexistente, enquanto 1.000 ancilos-
tomídeos consomem quantidade de 
sangue suficiente para causar uma 
anemia severa. De todo modo, para 
garantir a sua sobrevivência, os para-
sitas evoluíram para reduzir sua capa-
cidade de agressão aos seus hospe-
deiro. E isso se dá por seleção natural, 
em que quanto maior for à agressão, 
menos adaptado é este parasita a es-
pécie que o hospeda, e consequente 
corre a possibilidade de morrer junto 
com o seu hospedeiro.
3. CONCEITOS GERAIS EM 
PARASITOLOGIA
Alguns conceitos fazem a diferença 
na hora de estudar a parasitologia. 
Por isso, vamos destrinchá-los antes 
de entendermos a fisiopatologia das 
doenças parasitárias.
Endoparasitas X Ectoparasitas: Em 
relação a localização do parasita em 
relação ao hospedeiro, podemos divi-
di-los em endoparasitas e ectopara-
sitas. Um endoparasita é aquele que 
está presente no interior de uma ca-
vidade ou no interior de alguma cé-
lula. Exemplo disso, é a Taenia so-
lium que pode estar presente dentro 
do intestino humano. Enquanto isso, 
a Leshimania, parasita causador da 
leshimaniose, popularmente conheci-
da como Calazar, é um parasita intra-
celular (Figura 2). Já os ectoparasitas 
ficam fora do corpo do hospedeiro, 
como por exemplo o Piolho.
6INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
Figura 2. Leshimanias no interior de macrófagos Fonte: Anatpat/ Unicamp. In: [Internet] anatpat.unicamp.br, 2020. 
Estenoxenos X Eurixenos: Em rela-
ção ao número de hospedeiros que 
um parasita pode infectar, podemos 
dividir em estenoxenos e eurixenos. 
Os parasitas estenoxenos são aque-
les específicos de uma determinada 
espécie. Por exemplo, o Ascaris lum-
bricoides é um parasita que acomete 
exclusivamente o seres humanos. Já 
os Eurixenos são parasitas que po-
dem acometer uma grande variedade 
de hospedeiros. Como o Toxoplasma 
gondii que além de acometer os seres 
humanos, também pode infectar ga-
tos, carneiros, aves e outras espécies.
SAIBA MAIS!
O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório, causador da Toxoplasmose. 
Acredita-se que cerca de 70% dos adultos já tiveram contato com esse parasita, sendo sua 
infecção principalmente assintomática. O hospedeiro definitivo do toxoplasma é o gato e a 
infecção humana pode ocorrer por ingestão de água, verduras, insetos ou carne mal cozida. 
O grande problema é quando ocorre a infecção de mulheres gestante, podendo levar a toxo-
plasmose congênita, transmitida ao feto por via placentária. Nesses casos, a gravidade muito 
variada.
Estenotrófico x Euritrófico: Esses ter-
mos dizem respeito a forma de alimen-
tação do parasito. Entende-se como es-
tenotrófico aquele parasita que se nutre 
apenas um tecido. Um exemplo disso, é 
o mosquito Anopheles darlingi, trans-
missor da malária no Brasil. As fêmeas 
desses mosquitos se alimentam exclu-
sivamente de sangue. Já os euritróficos,nutre-se de vários tipos de tecido; como 
7INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
a Cochliomyia hominivorax que é uma 
espécie de mosca parasítica que se ali-
menta de qualquer tipo de tecido de 
animais de sangue quente.
Hospedeiro Definitivo x Intermediá-
rio: Nos casos em que o parasita apre-
senta uma forma sexuada e outra as-
sexuada, entende-se que hospedeiro 
definitivo é aquele onde se desenvol-
vem as formas sexuadas do parasito. 
Enquanto isso, no hospedeiro interme-
diário que ocorre o ciclo assexuado.
Hospedeiro Vertebrado x Inverte-
brado: Essa divisão é feita quando o 
parasitismo exige mais de um hos-
pedeiro, mas as formas sexuadas não 
existem ou estão presentes em ambos 
hospedeiros. Por exemplo, o Trypano-
soma cruzi tem reprodução sempre de 
maneira assexuada. Nesses casos, o 
humano é o hospedeiro vertebrado e o 
barbeiro é o hospedeiro invertebrado.
Infecção x Infestação: A infecção 
ocorre quando há invasão do organis-
mo por agentes patogênicos micros-
cópicos. Já a infestação, é a invasão do 
organismo por agentes patogênicos 
macroscópicos.
Reservatório x vetor: O reservatório 
é onde o parasita permanece viável, 
mas sem causar a doença. Podemos 
ter como reservatório do Trypanoso-
ma cruzi, o gambá que não se infecta 
pelo protozoário. Enquanto isso, o vetor 
ou transmissor é qualquer organismo 
responsável pela transmissão do pató-
geno. Exemplos de vetores que levam a 
doenças em humanos são artrópodes, 
molúsculos e a água. Isso mesmo! É 
importante lembrar que um veículo de 
transmissão, como água ou alimentos, 
também é considerado um vetor.
Portador: Um portador é um indivíduo 
susceptível a um patógeno, manifes-
tando a parasitíase em maior ou menor 
grau. Quer um exemplo? Muitas vezes 
o homem é portador assintomático da 
Trichomonas vaginalis. Independen-
temente de ser sintomático ou assinto-
mático, ele pode transmitir a doença.
Zoonose: Entende-se como zoonose 
as doenças que circulam em animais e 
podem ser transmitidas ao homem. Um 
exemplo de zoonose é a Leshimaniose 
que pode acometer tanto os cães e ou-
tros animais, como os seres humanos.
Doenças tropicais negligenciadas 
(NTD): Esse termo pode ser muito 
citado durante as discussões de al-
gumas doenças parasitárias. O NTD 
se refere a doenças endêmicas de re-
giões tropicais e subtropicais que ge-
ralmente atingem populações de bai-
xa renda. As indústrias farmacêuticas 
têm pouco interesse em desenvolver 
novos medicamentos para o comba-
te dessas doenças típicas de países 
pobres. Um belo exemplo disso é a 
Doença de Chagas que pouco é vista 
em livros oriundos de países desen-
volvidos e possui um limitado arsenal 
de medicamentos para tratamento, 
mesmo após décadas da sua fisiopa-
togenia já ter sido descrita.
8INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
PARASITOLOGIA
Ciclo assexuado
Ciclo sexual
Invertebrado
Patogênicos microscópicos
Onde o parasita permanece 
viável, mas sem causar a 
doença.
EctoparasitaEndoparasita
Eurixenos Estenoxenos
Patogênicos macroscópicos
Definitivo
IntermediárioVertebrado
Hospedeiro 
Número de hospedeiros
Localização do parasita Infestação
Reservatório
Infecção
MAPA MENTAL: CONCEITOS GERAIS
9INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
4.TIPOS DE ASSOCIAÇÕES
Em busca de alimento e abrigo, di-
ferentes espécies se associam e in-
teragem entre si. Essas associações 
podem ser harmônicas ou positivas, 
quando há benefício mútuo ou ausên-
cia de prejuízo mútuo; ou desarmôni-
ca ou negativa, quando há prejuízo 
para algum dos participantes. Exem-
plos de relações harmônicas são o 
comensalismo, mutualismo e simbio-
se. Já as relações desarmônicas são a 
competição, canibalismo, predatismo 
e o parasitismo.
Competição: Nesses casos, indivídu-
os de espécies diferentes ou mesma 
espécie lutam entre si pelo mesmo 
abrigo ou alimento. Os mais “fracos” 
perdem, regulando o nível ou número 
populacional de certas espécies.
Neutralismo: Ocorre quando duas 
espécies ou populações não intera-
gem ou afetam uma a outra. Acredi-
ta-se que o neutralismo não existe, 
pois todas as espécies são interde-
pendentes de algum modo.
Canibalismo: Nesses casos, um ani-
mal se alimenta de outro da mesma 
espécie ou da mesma família. Geral-
mente isso ocorre devido à superpo-
pulação ou deficiência alimentar.
Predatismo: É quando uma espécie 
se alimenta de outra espécie. Isso 
nada mais é do que a nossa conheci-
da cadeia alimentar.
Parasitismo: Nessa associação, exis-
te benefício apenas para um dos lados. 
Sendo assim, o hospedeiro é espolia-
do pelo parasito, pois fornece alimen-
to e abrigo para este. Quase nunca 
isso resulta em morte, já que a morte 
do hospedeiro é prejudicial para o pa-
rasito. Aceita um exemplo famoso? O 
nosso velho conhecido Ancylostoma 
duodenale, que retira os nutrientes 
dos seres humanos, levando a anemia 
e outras complicações, mas raramente 
a morte (Figura 3).
Figura 3. Verme adulto de Ancylostoma duodenale. 
Fonte: Atlas de parasitologia. In: [Internet].http://atlasdeparasitologia.blogspot.com, 2020.
10INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
Comensalismo: Essa relação ocor-
re entre duas espécies, na qual uma 
obtém vantagens, o hóspede, sem 
prejuízos para o outro, o hospedeiro. 
Exemplo disso é o Entamoeba cozi 
que vive comensalmente vivendo no 
intestino grosso humano.
Mutualismo: Nesses casos obri-
gatoriamente ocorre quando duas, 
espécies se associam para viver, e 
ambas são beneficiadas.
Simbiose: É a associação entre seres 
vivos, na qual há uma troca de vanta-
gens a nível tal que esses seres são 
incapazes de viverem isoladamente. 
Nesse tipo de associação, as espécies 
realizam funções complementares, in-
dispensáveis a vida de cada uma.
SAIBA MAIS!
A ancilostomose é uma infecção intestinal popularmente conhecida como Amarelão. Essa 
doença é causada por parasitas nematoides que geralmente causa infecção branda ou as-
sintomática. No entanto, em crianças com grande população desses parasitas, pode ocorrer 
hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e mental. Além disso, frequentemente, 
pode causar anemia ferropriva em crianças ou adultos, pois são vermes hematófagos. A in-
fecção nos seres humanos se dá pela penetração de larvas de solos contaminados através da 
pele. Após penetrarem, as larvas dos ancilóstomos percorrem vários locais do corpo humano 
até chegarem ao intestino delgado. Nesse local, eles se fixam, se alimentam e produzir milha-
res de ovos por dia que são eliminados nas fezes.
TIPOS DE ASSOCIAÇÃO
CanibalismoPredatismo
Mutalismo
Neutralismo Parasitismo
ComensalismoSimbiose
Competição
MAPA MENTAL: TIPOS DE ASSOCIAÇÃO
11INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
5. CICLOS BIOLÓGICOS
Qualquer ser vivo possui um ciclo de 
vida responsável pelo seu nascimen-
to, multiplicação e morte. Nos parasi-
tos isso não é diferente. Eles possuem 
um ciclo biológico que compreende 
um conjunto de transformações que 
acontece em um único hospedeiro 
ou em vários, com ou sem passa-
gem pelo meio exterior e que permi-
tem ao parasito atingir a forma adulta 
da geração seguinte. Portanto, são 
determinados dois principais tipos de 
ciclo de vida parasitária, levando em 
conta o número de hospedeiros ne-
cessários para que o mesmo ocorra:
Ciclo monoxênico: Esse ciclo acon-
tece quando apenas um hospedeiro 
está envolvido durante toda a vida 
do parasita. Um exemplo disso é o 
ciclo biológico do Ascaris lumbricoi-
des e Trichomonas vaginalis (Figu-
ra 4). Note que o homem é o único 
agente envolvido no ciclo do Ascaris 
lumbricoides.
Ovos
Vermes adultos Homem
Larvas Ciclo de Loss
Contaminam os 
alimentos
Acasalam e fazem 
oviposição
Ingestão de ovosTransformem-se em 
vermes adultos
Migram para o intestino 
delgado
Larvas sobem a 
ávore brônquica
12INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
Ciclo heteroxênico: Nesses casos, 
dois ou mais hospedeiros estão en-
volvidos nas fases de desenvolvi-
mento do parasita. Dentro desse 
ciclo, quando existem dois hospedei-
ros, é denominado ciclo dixeno, como 
na Taenia e Trypanosoma cruzi, em 
que o protozoário passa pelo barbeiroe pelo seres humanos (Figura 5). Já 
quando são necessários mais de dois 
hospedeiros, chamamos de ciclo poli-
xeno. Um exemplo disso, é o ciclo dos 
Diphyllobothrium latum, que pode 
infectar artrópodes, depois peixes e, 
por fim, pode infectar seres humanos 
que consomem o peixe infectado pela 
larva.
1. O inseto pica e defeca ao 
mesmo tempo. Os tripomastigotas 
alcançam a corrente sanguínea.
2. Os tripomastigotas invadem 
os tecidos onde se 
transformam em amastigotas
3. Os amastigotas 
multiplicam-se.
4. Os amastigotas transformam-
se em tripomastigotas e 
retornam ao sangue.
5. Os tripomastigotas 
sanguíneos são absorvidos por 
outro inseto em nova picada.
6. Transformam-se em 
epimastigotas no 
intestino do inseto.
7. Os epimastigotas
se multiplicam
8. Transformam-se 
em tripomastigotas.
Figura 5. Ciclo biológico do Trypanosoma cruzi . Fonte: Conceitos e métodos para a formação de profissionais em 
laboratórios de saúde. Vol 5., 2012. (Adaptado)
6. AÇÃO DOS PARASITOS 
SOBRE O HOSPEDEIRO
Como foi dito, nem sempre ocorre do-
ença no hospedeiro na presença de 
um parasita. O grau de patogenia vai 
depender de diversas variáveis tanto 
do parasita, quanto do hospedeiro. 
Em geral, os distúrbios que ocorrem 
são de pequena monta, pois há uma 
tendência de equilíbrio entre a ação 
do parasito e a capacidade de resis-
tência do hospedeiro. De um modo 
geral, podemos dividir a ação pa-
togênica dos parasitos de algumas 
maneiras:
13INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
AÇÃO ESPOLIATIVA: A espoliação 
ocorre quando o parasito absorve nu-
trientes ou mesmo sangue do hos-
pedeiro. O nosso caso mais famoso 
é dos Ancylostomideos, que inge-
rem sangue da mucosa intestinal e 
deixam pontos hemorrágicos na mu-
cosa, quando abandonam o local da 
sucção. Outro exemplo é o hemato-
fagismo dos triatomíneos ou de mos-
quitos (Figura 6).
Figura 6. Triatomíneos, também conhecidos como Barbeiros. Fonte: Conceitos e métodos para a formação de profis-
sionais em laboratórios de saúde. Vol 5., 2012.
AÇÃO TÓXICA: Nesses casos ocorre 
a produção de enzimas ou metabóli-
tos por parte dos parasitas que lesam 
de algum modo o hospedeiro. Exem-
plos disso são as reações alérgicas 
provocadas pelos metabólitos do A. 
lumbricoides ou as reações teciduais 
produzidas pelas secreções no mi-
racídio dentro do ovo do S. mansoni 
(Figura 7).
Figura 7. Miracídio do S. mansoni. 
Fonte: Conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de saúde. Vol 5., 2012.
14INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
AÇÃO MECÂNICA: Algumas es-
pécies podem impedir o fluxo de 
alimento,
bile ou absorção alimentar, agin-
do mecanicamente como pontos de 
obstrução. Um dos mais clássicos 
exemplos disso é o enovelamento de 
A. lumbricoides dentro de uma alça 
intestinal, obstruindo-a, ou a ação da 
Giardia lambia que pode atapetear a 
mucosa intestinal gerando diarreias.
SAIBA MAIS!
O abdome agudo obstrutivo é causado pela oclusão da luz do intestino impedindo a pas-
sagem de seu conteúdo. Devido a não progressão do alimento, ocorre acúmulo de gases e 
líquidos entéricos proximais à obstrução. Principalmente em criança, uma das causas impor-
tantes de obstrução intestinal é a presença de bolo de ascaris lumbricoides. Muitas vezes é 
necessário cirurgia para retirada dos parasitas.
AÇÃO TRAUMÁTICA: Em alguns 
casos, certos tipos de parasitas, prin-
cipalmente, na forma larvária, podem 
causar lesões traumáticas em órgãos 
ou estruturas. Um bom exemplo dis-
so é o rompimento das hemácias 
pelos Plasmodium ou a migração 
cutânea e pulmonar pelas larvas de 
Ancylostomatidae.
AÇÃO IRRITATIVA: Deve-se a pre-
sença constante do parasito que, 
sem produzir lesões traumáticas, irri-
ta o local parasitado. Como exemplo, 
temos a ação das ventosas dos Ces-
toda na mucosa intestinal.
AÇÃO ENZIMÁTICA: Nesses casos, 
os parasitas produzem substâncias 
que possuem ação enzimática em 
alguma estrutura do hospedeiro. É o 
que ocorre na penetração da pele por 
cercárias de S. rnansoni, permitin-
do a entrada desses parasitas. Outro 
exemplo é a ação da E. histolytica 
para lesar o epitélio intestinal para 
obter seus alimentos.
ANOXIA: A anoxia pode ocorrer 
quando há a infecção de um parasita 
que consume oxigênio da hemoglo-
bina ou leva a anemia. Com isso, a in-
fecção é capaz de provocar uma anó-
xia generalizada. O melhor exemplo 
disso, é do Plasmodium causador da 
malária.
15INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
7. RESPOSTA DO 
HOSPEDEIRO 
AS INFECÇÕES 
PARASITÁRIAS
Diante de uma infecção parasitária, o 
corpo do hospedeiro forma respostas 
na tentativa de eliminar o patógeno. 
Apesar de existir muitos parasitas que 
infectam os seres humanos, possuí-
mos padrões limitados de respostas 
teciduais aos parasitas. Sendo assim, 
muitos patógenos produzem padrões 
semelhantes de reação, e poucas ca-
racterísticas são únicas ou patogno-
mônicas de um parasita em particular. 
Com isso, para tentar reduzir ou neu-
tralizar esses agentes, o organismo 
humano lança mão de mecanismos 
de resistência. Na presença de falhas 
nessa resistência, a infecção pode se 
alastrar e afetar gravemente o hospe-
deiro, ou até levá-lo a morte.
Diante do contato de parasitas com o 
corpo humano, uma resposta inata ou 
inespecífica exerce a primeira frente 
de combate, independente de conta-
to anterior com o agente parasitário. 
Desse grupo fazem parte meios de 
barreira, células e proteínas. As pri-
meiras barreiras encontradas pelos 
parasitas são do tegumento cutâneo 
que exerce função de barreira mecâ-
nica, impedindo, ou dificulta a pene-
tração de agentes parasitários. Além 
disso, há a barreira química realizada 
pelo pH ácido da pele humana que 
dificulta a penetração de patógenos. 
Esse pH é fruto dos produtos das 
glândulas sebáceas e pela microbio-
ta local. Os pêlos com suas vibrissas 
também reduzem a infecção parasi-
tária. As mucosas também exercem 
esse papel por meio de substâncias 
secretadas, como a mucosa gástrica 
que produz HCl e enzimas digestivas, 
mas também por microrganismos 
competidores que existem nesses lo-
cais. Nesses locais, outros mecanis-
mos colaboram com a resistência aos 
patógenos como o muco, cílios.
AÇÃO PARASITÁRIA
IrritativaEspoliação
Mecânica Enzimática
AnóxiaTraumática
Tóxica
MAPA MENTAL AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE O HOSPEDEIRO
16INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
Nessa perspectiva, após a entrada de 
parasitos, leucócitos, fagócitos, célu-
las natural killer (NK) e várias proteí-
nas plasmáticas circulantes, como os 
complementos, assumem o papel de 
tentar destruir os patógenos. Portan-
to, a resposta imune inata é capaz de 
prevenir e controlar muitas infecções. 
No entanto, muitos patógenos evolu-
íram para superar as defesas iniciais, 
e a proteção contra essas infecções 
requer mecanismos mais especia-
lizados e poderosos da imunidade 
adaptativa, formada principalmente 
pelo sistema linfocitário. Existem dois 
tipos de resposta imune adaptativa: 
imunidade humoral, mediada por pro-
teínas solúveis chamadas anticorpos 
que são produzidos por linfócitos B, e 
imunidade mediada por células, me-
diada por linfócitos T (Figura 8). Além 
de combater o agente infeccioso, 
esse sistema também gera memória 
imunológica e posterior alteração de 
resposta nos contatos com o parasita 
em situações subsequentes, gerando 
a adquirida.
Figura 8. Seta verde mostrando Ovo de Schistosoma mansoni, rodeado por uma cápsula de fibrina (indicada na seta 
azul) e um halo linfocitário ao redor (indicado pela seta amarela). Fonte: Anatpat/ Unicamp. In: [Internet] anatpat.uni-
camp.br, 2020. 
17INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
8. CLASSIFICAÇÃO 
TAXONÔMICA DOS 
ORGANISMOS
No planeta existe um número enorme 
de seres vivos que são classificados 
como integrantes dos reinos Monera, 
Plantae, Fungi, Protista e Animalia. 
Para uma sistematização desse gran-
de número de seres, foi necessário 
agrupá-los. Assim, usamos a taxô-
nomia para descrevê-los. A unidade 
taxonômica corresponde a diversos 
níveis de classificação ou catego-
ria taxonômica,que em zoologia são 
sete: reino, filo, classe, ordem, família, 
gênero, espécie. A nomenclatura de 
um ser vivo é obrigatoriamente bi-
nominal. O primeiro nome é a desig-
nação do gênero, como por exemplo, 
gênero Giardia. E o segundo nome 
é a designação da sua espécie em 
si, por exemplo, G. Lamblia. Note 
que tanto a escrita do gênero, como 
da espécie deve ser feita em desta-
que representando-as por letras em 
itálico ou sublinhado. Além disso, a 
nomenclatura das espécies deve ser 
latina, com o nome do gênero tendo 
a primeira letra maiúscula, e o nome 
da espécie toda em letras minúscu-
las, mesmo quando for nome de pes-
soa. Caso a nomenclatura daquela 
especia já tenha sido citada no texto, 
as demais vezes em que for escrita, 
poderá ser colocada de forma que a 
primeira letra do gênero seja seguida 
de ponto. Como por exemplo, G. lam-
blia. Quando a espécie possui subes-
pécie, essa palavra virá em seguida a 
da espécie, sem nenhuma pontuação. 
Por exemplo, Culex pipiens fatigam 
(Culex = gênero; pipiens = espécie; 
fatigans = subespécie). Já nos casos 
em que a espécie possui subgênero, 
este virá interposto entre o gênero e 
a espécie, separado por parênteses. 
Com o exemplo ficará fácil de com-
preender Anopheles (Kerteszia) cru-
zi. (Anopheles = gênero; (Kerteszia) = 
subgênero; cruzi = espécie). Quando 
queremos nos referir a um grupo de 
espécies, sem identificá-las individu-
almente, usamos o gênero mais o su-
fixo “sp“ para o singular ou “spp” para 
o plural. Por exemplo, Aedes sp.
18INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
MAPA MENTAL: CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA
TAXONOMIA
Sempre em destaque: 
itálico ou sublinhado
Primeira letra maiúscula 
e as outras minúsculas 
Nomes em latim
Ascaris lumbricoides
Classificação, descrição e 
nomenclatura dos seres vivos
Reino
Filo
Classe
Ordem
Família
Gênero
Espécie 
19INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
INTRODUÇÃO A 
PARASITÓLOGIA
Classificação, descrição e 
nomenclatura dos seres vivos Endoparasita Ectoparasita
Eurixenos
EstenoxenosTipo de hospedeiro Definitivo/Intermediário 
Monoxênico
Heteroxênico
Mecânica Traumática
Espoliação
Tóxica
Estudo dos parasitas, animais 
e vegetais, e suas relações 
com os hospedeiros.
Ação parasitária
Taxonomia
Conceitos geraisCiclos de vida reprodutiva
Parasitologia
MAPA GERAL: INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA
20INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
Neves, David Pereira. Parasitologia humana / David Pereira Neves. - 13. ed. -- São Paulo: 
Editora Atheneu, 2016.
Molinaro, Etelcia Moraes. Conceitos e métodos para a formação de profissionais em labora-
tórios de saúde: volume 5 /. Rio de Janeiro: EPSJV; IOC, 2012.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2013.
de Souza HP, de Oliveira WTGH, Dos Santos JPC, et al. Doenças infecciosas e parasitárias 
no Brasil de 2010 a 2017: aspectos para vigilância em saúde. Rev Panam Salud Pública. 
2020;44:e10.
Atlas de parasitologia. In [Internet] http://atlasdeparasitologia.blogspot.com/p/helmintos.
html. Acesso em maio de 2020.
Site didático de Anatomia Patológica, Neuropatologia e Neuroimagem- UNICAMP. In: [In-
ternet] anatpat.unicamp.br, 2020.
21INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA

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