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A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE SOBRE O ATIVO FIXO E O IMPACTO NO PATRIMÔNIO DA EMPRESA DELTA EM 2017* Flávio Henrique Franz da Silva Resumo Este artigo tem o objetivo de demonstrar a relevância do Ativo Imobilizado e como é feito o seu controle, com uma pesquisa do tipo qualitativo de caráter exploratório. O objeto de estudo e pesquisa foi através do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 27 (CPC 27) e sua aplicação no ativo imobilizado da empresa e, através de autores que proporcionaram uma visão mais ampla e clara sobre o assunto, não é objetivo deste artigo a imersão aprofundada nas normas internacionais de contabilidade e fiscais, mas tem como objetivo geral compreender e analisar os procedimentos adotados para realizar o controle de seu ativo fixo e os impactos sobre o patrimônio com uma abordagem simples e objetiva das normas internacionais de contabilidade aplicadas ao Ativo Imobilizado da entidade que foi realizado este estudo, conceituando o que é ativo imobilizado conforme as International Financial Reporting Standards (IFRS) e, demonstrar cada passo para a realização de um controle efetivo e o mais eficaz possível sobre o Ativo Imobilizado da empresa. O resultado do trabalho nos trará o impacto causado no ativo não circulante da empresa Delta através de seu controle com as normas de contabilidade, que nos demonstrará a importância e a relevância da implantação das normas internacionais de contabilidade no Brasil e seu papel de transparência para apresentação de relatórios contábeis autênticos. Palavras-chave: Ativo Imobilizado. IFRS. CPC 27. 1. INTRODUÇÃO Atualmente vivemos em um cenário em que as empresas se veem obrigadas a serem altamente competitivas, principalmente em tempos de crise. Cada detalhe em seus controles internos, de produção, de clientes e de patrimônio é essencial para a permanência no mercado. Neste sentido, o controle físico sobre o ativo imobilizado é de extrema importância e traz impactos significativos para a empresa. O Controle interno é considerado como um conjunto de métodos e procedimentos utilizados pela empresa para produzir dados confiáveis para a administração, dados estes que *Trabalho de Curso apresentado ao Centro de Ensino Superior de Catalão – CESUC, como requisito parcial para a integralização do curso de Ciências Contábeis, sob orientação do Prof. Ms. Simone Hilário S. Brasileiro. auxiliam a empresa nas atividades rotineiras e, que são utilizados pela gerência nas tomadas de decisões. O Ativo Imobilizado é um dos controles interno de grande importância para a organização, que é responsável por apresentar todo o patrimônio da empresa. A verificação do Ativo Imobilizado feita de uma maneira eficaz auxilia a empresa a manter um conhecimento de tudo que ela tem em posse em relação aos seus ativos, desde os móveis de escritório, computadores, armários, ferramentas, máquinas, veículos e etc. Tendo em vista a grande importância do ativo imobilizado para as empresas, o presente trabalho busca responder às seguintes perguntas problemas: Quais foram os métodos utilizados para o controle do ativo fixo e os impactos causados no patrimônio da empresa Delta, localizada na cidade de Catalão-GO, durante o controle no ano base de 2017? Nesse sentido, o estudo tem como o objeto geral apontar os procedimentos adotados para realizar o controle do Ativo fixo e os impactos sobre o patrimônio da empresa Delta, no ano base de 2017. Que tem como objetivo específico compreender os procedimentos do controle do ativo fixo utilizados pelos gestores da empresa e verificar quais os impactos ocorridos com o controle do ativo fixo sobre o patrimônio da empesa Delta. A justificativa do presente estudo é que minha função é como estagiário, no setor do ativo fixo, onde despertou o interesse sobre como é realizado todo o processo de controle do ativo imobilizado, como é feito todos os processos para aquisição de um ativo, como é efetuado o controle dos patrimônios, qual o impacto desse controle sobre o patrimônio da empresa. Possuo conhecimento prático, porém, com algumas dúvidas em relação à teoria, que dificulta o entendimento de alguns indicadores e o estudo teórico aproximará acerca dos assuntos relacionado do tema em estudo. O estudo sobre o ativo imobilizado possibilitou adquirir mais conhecimento teórico, o que contribuiu gradativamente para meu aperfeiçoamento profissional, e com esse estudo possibilitará ajudar outras pessoas que querem adquirir um maior conhecimento sobre o ativo imobilizado de uma empresa, que não é apenas importante para as de grande porte, mas também, para as empresas menores, pois serão apresentados procedimentos e técnicas existentes para o controle do ativo imobilizado, desde a requisição de compra, até o momento de baixa do bem e também possibilitará conhecer como é feito esses procedimentos dentro da empresa Delta, durante o exercício de 2017. O artigo irá contribuir para aquelas pessoas que buscam mais conhecimento sobre ativo imobilizado, não apenas para pesquisadores e estudantes, e também para pessoas que estão querendo abrir sua empresa, ou para aqueles que já possuem uma empresa e querem adquirir tal controle. O atual tema foi discutido no meio acadêmico, na matéria de Controladoria, onde esse estudo facilitou para o desenvolvimento da atual pesquisa. O presente tema possibilitará um grau de entendimento melhor para aquele estudante que quiser elaborar um estudo a fim acadêmico ou mesmo para aqueles alunos que querem apenas ter um conhecimento sobre o ativo imobilizado. 2. DESENVOLVIMENTO Toda empresa deve ter o controle de tudo que acontece nela, desde a compra de matéria-prima, contratação de funcionários, pagamento de impostos, compra de materiais usados para o trabalho administrativo e para o operacional, com o atual estudo será apresentado especificamente o controle sobre o Ativo não circulante, que é de grande importância para o patrimônio da empresa. Será apresentado o processo de registro do bem físico de uma empresa, desde a requisição de compra, até a baixa do bem quando for necessário. 2.1. Histórico do ativo imobilizado no Brasil De acordo com Fernandes (1982), o ativo imobilizado no Brasil passou a ser tratado com um cuidado maior com o surgimento da Lei 4357 de 1964. Com essa Lei, normas contábeis e operacionais, foram estabelecidas, dando assim aos analistas responsáveis do Patrimônio Fixo melhores condições para se ter um julgamento crítico. O grupo de contas do Ativo Imobilizado representa um grupo de contas significativo, representando grande parte dos ativos de uma empresa, sua gestão eficiente é de grande importância para saúde econômica de uma empresa e captação de recursos. O CPC 27 (2017, p.1) define o Ativo imobilizado como “Ativos imobilizados são itens tangíveis utilizados por mais do que um ano e que sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel ou para fins administrativos”. As grandes empresas, até mesmo algumas de médio porte, dedicam um setor apenas para o ativo fixo, podendo assim analisar todo o processo daquele bem que sua empresa está adquirindo, ou seja, desde o processo de licitação até o momento do bem ser devidamente ativado com a etiqueta/placa de identificação do patrimônio da empresa. Entende-se que o Ativo imobilizado é um item tangível que é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos (geram fluxos de caixa); e se espera utilizar por mais de um período. 2.2. Controle Patrimonial De acordo com SILVA (2017, p 27) “O controle patrimonial se dá através do registro adequado de todos os bens móveis, adquiridos por recursos orçamentários e não orçamentários, que estão à disposição de uma entidade para a realização de suas atividades.” Para oregistro do bem, a descrição do material deverá ser completa, constando: nome que identifique com facilidade o bem adquirido, tamanho, cor, marca, serial, modelo, capacidade ou outra informação pertinente ao bem. Um registro onde se inscrevem os bens, a requisição de compra, o fornecedor, a marca, sua nomenclatura, o valor, suas características e outras informações necessárias a fim de ter uma forma eficaz de controle de seu patrimônio fixo. Os registros devem ser feitos através de uma classificação contábil, de acordo com as contas do Razão a que se referem. Cada bem adquirido deve ser ter um registro específico para ele. Cada bem deverá ter sua separação por classe de depreciação, a fim de sua depreciação. Para que um bem seja deslocado de um local/área para a outra, deverá ser feito uma observação no seu registro, devendo conter o local onde irá ser utilizado. Antes de iniciar a requisição, o requerente deve analisar se o bem é um ativo ou um item que mereça controle, mesmo sendo um item de baixo valor. Pode-se considerar como um ativo, antes do início da requisição, os itens que atendam aos seguintes requisitos: Duração superior a um ano; utilizados na operação do negócio da empresa; valor unitário superior a R$ 326,61 (Trezentos e vinte e seis reais e sessenta e um centavos), art. 301 do RIR/99 e art. 30 da Lei nº 9.249/95. Os bens que não atendam todos os requisitos serão contabilizados pela contabilidade, como a despesa operacional. Segundo o Conselho Regional de Contabilidade (2018) o bem deverá ser reconhecido como ativo se provável de benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços associados ao item fluirão para entidade e se o custo ou valor justo do item puder ser mensurado confiavelmente. Caso o bem seja caracterizado como um ativo, ele deverá ser lançado como um ativo imobilizado e ter sua identificação patrimonial. Permitindo localizar o ativo no sistema, para obter todas as informações e, também o próprio bem físico. Esta identificação será feita através de placas metálicas, placas de APV, placas de aço, etiquetas de poliéster, ou até mesmo a gravação no próprio bem, dependendo do material que é composto o ativo. Motivos para o bem não ser emplacado: - Pela dimensão: bens de pequeno porte que não comportam a fixação da plaqueta; - Pela funcionalidade: bem cuja função é conter ou transportar produtos líquidos ou gasosos, em que a reposição pressupõe a substituição do bem; - Pelo valor artístico ou histórico: bens de valor artístico ou histórico imensurável que possam ser danificados pela pura afixação da plaqueta; - Pela dificuldade de acesso: bens cuja localização (instalação) torne impraticável seu controle através de plaqueta de patrimônio. Os bens deverão ser arquivados em pastas específicas do ativo fixo, sendo anexadas todas as informações (Nota Fiscal, ordem de serviço para instalação, relatório de recebimento, informação de qual departamento irá utilizar o bem, foto da identificação do bem, foto do número de série). 2.4 Tipos de Imobilizado De acordo com o Comitê de Pronunciamentos contábeis 27 (CPC 27): Classe de Ativo Imobilizado é um agrupamento de ativos de natureza e uso semelhantes nas operações da entidade. São exemplos de classes individuais: terrenos, edifícios, máquinas, navios, aviões, veículos a motor, móveis e utensílios, equipamentos de escritório e plantas portadoras. Conforme descrito no CPC 27 temos nove classes de Ativo Imobilizado, cada um tendo sua particularidade e diferenças. Logo abaixo temos o detalhamento de algumas dessas classes: - Terrenos: Nesta conta são registrados os valores relativos aos terrenos de propriedade da empresa e que são utilizados em suas operações, tais como: terrenos onde se localizam a fábrica, a administração, as filiais, os depósitos. Os terrenos sem uma destinação específica devem ser classificados no grupo investimentos. - Edificações: Abrangem os edifícios que estão em operação, os imóveis ocupados pela administração, fábrica, depósitos, filiais de propriedade da empresa. Não devem ser incluídos nessa conta os valores relativos às instalações elétricas, hidráulicas, etc., que fazem parte da conta instalações. - Instalações: Nessa conta são registrados os equipamentos, materiais e custos de implantação, relativos a instalações hidráulicas, sanitárias, de vapor, de ar-comprimido, de comunicações, de climatização, etc., com a característica de serviços indiretos e auxiliares ao processo produtivo da empresa, que apesar de fazerem parte dos edifícios, devem ser segregadas, uma vez que a sua vida útil e a depreciação são diferentes. - Máquinas e Equipamentos: Engloba o conjunto de máquinas, aparelhos e equipamentos utilizados no processo de produção de bens ou serviços da empresa, ou seja, não são auxiliares, mas diretamente utilizados como base para a realização da atividade da empresa. - Móveis e Utensílios: Essa conta engloba os valores relativos às mesas, cadeiras, arquivos, máquinas de calcular, máquinas de escrever, etc., que tenham vida útil superior a 1 (um) ano. - Veículos: Classificam-se nessa conta todos os veículos de propriedade da empresa, utilizados pelo pessoal do departamento administrativo, de vendas, ou de transporte. Os veículos utilizados no processo produtivo tais como empilhadeiras, tratores e similares, podem ser registrados na conta de equipamentos. - Ferramentas e Peças de Reposição: As ferramentas de uso na empresa, de vida útil superior a 1 (um) ano, podem ser registradas nessa conta. No entanto, é aceitável a prática de lançar diretamente em despesas as ferramentas de pequeno valor unitário, mesmo quando a vida útil seja superior a um ano. Nessa conta também são registradas as peças de reposição em estoque destinadas à substituição ou manutenção das máquinas, equipamentos, veículos, etc., classificados no Ativo Imobilizado. Essas peças, quando utilizadas, serão contabilizadas como adição ao imobilizado em operação, e o valor das peças substituídas deve ser baixado dessa conta. Por outro lado, os estoques mantidos pela empresa, representados por material de consumo, ferramentas e peças que serão utilizados no processo produtivo ou utilizados nas operações normais da empresa, devem ser classificados no grupo de Estoques - Almoxarifado, e à medida que são utilizados ou consumidos serão apropriados como custo ou despesa. - Bens do Ativo Imobilizado de Pequeno Valor: A critério da empresa, poderá ser lançado como custo ou despesa operacional o valor de aquisição de bens do Ativo Permanente, cujo prazo de vida útil não ultrapasse 1 (um) ano ou o valor unitário não seja superior a R$ 326,61 (Art. 301 do RIR/1999 e art. 30 da Lei nº 9.249/1995). 2.5. CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos O objetivo da reavaliação era apresentar os valores do ativo e patrimônio líquido de forma mais condizente com a realidade e, consequentemente, as demonstrações contábeis que tinham seus ativos reavaliados, porém, a reavaliação do bem foi extinta com a lei 11.638/07. O CPC 01 traz para a contabilidade orientações sobre a metodologia de como deve ser aplicado por uma empresa com o objetivo de assegurar que os ativos a longo prazo, assim como os de natureza permanente, não venham a ser registrados por um valor superior ao que podem ser recuperados. De acordo com o CPC 01 (2010): O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação. Um ativo está registrado contabilmente por valor que excede seu valor de recuperação se o seu valor contábil exceder o montante a ser recuperado pelo uso ou pela venda do ativo. Se esse for o caso, o ativo é caracterizado como sujeito ao reconhecimento de perdas, e o Pronunciamento Técnico requerque a entidade reconheça um ajuste para perdas por desvalorização. O Pronunciamento Técnico também especifica quando a entidade deve reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as divulgações requeridas. O Teste de Impairment, também chamado de teste de imparidade ou teste de recuperabilidade, é um procedimento realizado nas empresas para a verificação de uma possível redução no valor recuperável dos seus ativos de longa duração. Esse teste tem o objetivo de avaliar informações, permitindo o ajuste no Balanço Patrimonial, caso se faça necessário. Deverá ser realizado quando a empresa precisa verificar a possível redução no valor recuperável dos seus ativos de longa duração para ajustar seu Balanço Patrimonial. Se o valor recuperável do ativo for menor que o valor contábil, é preciso calcular essa diferença. São duas as metodologias utilizadas para realizar o Teste de Impairment: Valor justo líquido de despesa de venda e Valor em Uso. De acordo com o CPC 01 (2010) trata-se da avaliação do ativo subtraindo as despesas estimadas em uma possível venda do bem. Em outras palavras, diz respeito ao montante a ser obtido pela venda de um ativo descontando-se os custos com a venda (como por exemplo: comissões, embalagens, transporte etc.). O Valor justo líquido de despesa de venda é, na prática, mais utilizado para bens tangíveis. Já o valor em uso o CPC 01 trata como o valor atual de fluxos de caixa futuros previstos que devem resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa. O método Valor em uso é uma avaliação econômica realizada pela metodologia de Fluxo de Caixa Descontado. Por meio dela, é realizada uma projeção das entradas e saídas de caixa decorrentes do uso do bem pelo um período de cinco anos, aplicando uma taxa de desconto adequada para trazer esse fluxo ao valor presente. O Valor em uso é especialmente indicado para bens intangíveis ou para avaliar máquinas de fabricação própria. Após definir a metodologia a ser aplicada, parte-se para a execução. https://www.treasy.com.br/blog/projecao-de-fluxo-de-caixa https://www.treasy.com.br/blog/projecao-de-fluxo-de-caixa 2.6. Movimentação e baixa do Ativo Imobilizado A administração física de bens patrimoniais são as de controle sobre esses bens como: Guarda física, conservação, manutenção e conserto, utilização e manuseio adequado, Remanejamento, Segurança. Para que os itens acima se façam presentes, a área contábil entregará para todos os departamentos, um relatório inicial de todos os bens constantes naquele setor. Os departamentos de posse do relatório recebido pela área Administrativa controlarão de forma geral seu estado físico. Qualquer processo que ocorrer com o ativo, tais como: movimentação para outro departamento ou baixa, isso deverá conter uma autorização escrita para esse procedimento. Esse procedimento é feito para que o controle do ativo esteja de acordo com as normas internas. Referente à baixa do ativo imobilizado segundo CFC (2010) “A entidade deverá baixar um item do ativo imobilizado quando por ocasião de sua alienação; ou, quando não existir expectativa de benefícios econômicos futuros pelo seu uso ou alienação”. Quando a Depreciação Acumulada atingir 100% do valor do bem, e estando o referido bem ainda em uso na empresa, não haverá mais cálculo nem contabilização de depreciação desse bem, permanecendo na contabilidade o bem pelo valor original e a conta de Depreciação Acumulada por valor idêntico, até que o bem seja baixado. Segundo o CPC 27 “o valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado: por ocasião de sua alienação; ou quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou alienação.” Ganhos ou perdas gerados através da baixa do bem deverão ser reconhecidos no resultado. A menos que o CPC 06 que é de Operações de Arrendamento Mercantil estabeleça de outra forma em operação de venda e leaseback. A contabilização da baixa do bem do Ativo Permanente é feita debitando-se a conta de Depreciação Acumulada e creditando-se a conta que registrava o respectivo bem. A baixa de bens do Ativo Permanente se dá por alienação (venda), doação, troca, perecimento, sinistro e furto, obsolescência ou exaustão, deverão ter seus valores contábeis baixados das respectivas contas do ativo imobilizado, na exata proporção da baixa efetuada. Para efetuar a baixa é necessário informar o valor ou quantidade da baixa, a data, o motivo e o número da nota (se for uma venda). 3. METODOLOGIA Esta pesquisa se caracteriza como exploratória, tem como principal objetivo ter uma maior proximidade com o meio do objeto de estudo. Os procedimentos classificam-se como bibliográfico, que explica um problema a partir de referências publicadas ou documentadas. O estudo teórico foi realizado em livros de diferentes autores, onde Fernandes (1982) colaborou para que pudéssemos ter um conhecimento na história do ativo imobilizado no Brasil, CPC 27 colaborou para que conseguíssemos ter uma base das normas internacionais do ativo imobilizado, Iudícibus (2008) contribuiu sobre a depreciação dos ativos imobilizados, e o CFC nos proporcionou um conhecimento bastante importante sobre as baixas do ativo imobilizado. Foi realizado um estudo de caso como procedimento técnico, e que representa a maneira eficaz de se conhecer o ambiente que norteia a empresa. No que refere à abordagem, foi utilizado o método qualitativo, com a intenção de apontar os procedimentos e técnicas adotados para realização do controle do ativo imobilizado. Referente à coleta de dados, pode ser classificado em entrevista, contendo questões que nortearam o tema discutido. Segundo a upLexis (2016) “A técnica de coleta de dados é a entrevista, podendo ter caráter exploratório ou de coleta de informações. No primeiro caso a entrevista é pouco estruturada e quando tem o objetivo de coletar dados, deve ser muito bem estruturada.” A entrevista é considerada uma das mais importantes fontes de informação para um estudo de caso. A entrevista visa compreender como os processos estão sendo realizados, como o fenômeno estudado é percebido pelos entrevistados através do fornecimento de elementos para compreensão de uma situação ou estrutura de um problema. A coleta de dados será com o supervisor do departamento do ativo fixo da empresa Delta, em que o objetivo é obter dados relativos aos métodos utilizados para requisição da compra de um bem, identificação se este é um ativo imobilizado ou não, como foram contabilizados, como foram arquivados os dados do ativo, quais foram os procedimentos para realização de identificação do ativo com a etiqueta específica para o bem, contendo os dados da empresa, e também como foram realizadas a depreciação e as baixas dos ativos. 4. Controle do Ativo fixo na empresa Delta A empresa Delta atua na cidade de Catalão-GO há cerca de 20 anos, e o estudo realizado tem como objetivo verificar como é feito todo o processo de controle do Ativo Imobilizado, desde a requisição do bem até a baixa do mesmo. De acordo com os dados coletados, verifica-se que na empresa há um departamento específico para o controle patrimonial, que é o departamento do Ativo Fixo. As funções desse departamento são identificar, registrar e contabilizar todo ativo que a empresa possui e de todos os novos ativos que serão adquiridos. O Ativo fixo conta com um grupo de sete colaboradores, sendo um supervisor, dois analistas, dois assistentes administrativo, um estagiário e um aprendiz. A empresa possui normas e procedimentos que visam proporcionar um controle interno eficaz. Essas normas estão embasadas nos requisitos das normas internacionais de contabilidade, CPC 27. Sendo que o intuito não é apenas se adequar às normas, mas também ter um controle patrimonial fidedigno. Para a realização do controle do AtivoImobilizado, há um sistema que é feito o registro de cada bem adquirido. Neste sistema, o colaborador irá registrar, informar o departamento que solicitou, com o nome de quem solicitou a aquisição e por qual motivo o bem foi adquirido. É informado também todos os dados da NFe, desde o fornecedor, número da nota, valor do item, impostos pagos nesta nota e quantidade de itens. Ficará salvo no sistema tudo que acontecer com o bem fisicamente, ou seja, estará específico em qual departamento estará e quem será responsável por ele. Quando o item sofrer alguma alteração será ajustado no sistema, se sofrer depreciação será reajustado seu valor. Se o bem mudar de local (departamento), isso deverá ser registrado, para que possam saber onde o Ativo se encontra naquele momento. 4.1. Solicitante Na empresa Delta o controle do Ativo Imobilizado começa desde a requisição da compra do Ativo, o departamento que será responsável pelo bem deverá realizar uma requisição através da intranet, dentro do sistema da empresa, identificando o item que pretende comprar, também terá que ter quantidade, fornecedor e o valor do bem. O Solicitante deverá colocar na sua requisição o motivo pelo qual o bem está sendo solicitado para a compra. Após a requisição, o departamento de compras irá encaminhar para o Ativo Fixo, que será responsável por gerar o formulário de aprovação. O Ativo Fixo ficará responsável por aprovar ou reprovar a requisição, todos os dados serão verificados para tal aprovação. 4.2. Recebimento Fiscal e Recebimento Físico O departamento Fiscal fica responsável de registrar a Nota Fiscal Eletrônica do bem assim que ele chegar à empresa. Assim que for verificada a existência do formulário com a aprovação da gerência, será dado a entrada da NFe no sistema da empresa. Após o recebimento e o registro da nota fiscal no sistema, uma cópia da NFe será encaminhada para o departamento do Ativo Fixo, para que possam acompanhar a identificação do item. Quanto ao recebimento físico fica a responsabilidade de avisar ao solicitante o recebimento do item e assim cobrar a retirada do mesmo no almoxarifado. 4.3. Identificação do Imobilizado Cabe ao Departamento do Ativo Fixo o reconhecimento do bem na contabilidade e de colocar a identificação física no patrimônio com a mesma da empresa. O departamento identificará o item como Imobilizado na Contabilidade, para assegurar que todos os valores estão corretos, como também para futuras auditorias, além de identificar o local que o item se encontra e calcular a depreciação, por exemplo. A empresa Delta detém um Ativo Imobilizado no valor de R$ 10.000.000,00, sendo que no quadro abaixo está sendo identificado o patrimônio da empresa em Dezembro de 2017. Na 1ª coluna do quadro consta a descrição de cada Ativo Imobilizado, já na 2ª coluna o valor de cada Ativo e na 3ª coluna está identificando a porcentagem (%) de cada item em relação ao valor total. Figura 1: Quadro Ativo Imobilizado Fonte: Balancete da empresa Delta (2017) Assim que o item for reconhecido na contabilidade, o responsável do Ativo Fixo irá colocar no bem a identificação da empresa. Nesta identificação deverão conter o nome da empresa e o número da placa do bem, conforme figura 2. Figura 2: Etiqueta de aço Fonte: http://www.afixgraf.com.br/produtos/plaquetas-de-patrimonio 4.4. Depreciação e Baixa dos Ativos Imobilizados A Depreciação dos ativos também fica por conta do departamento do Ativo Fixo, onde os dois analistas são responsáveis por efetuarem os devidos cálculos a tempo de poderem realizar o fechamento, que é até o quinto dia último do mês. A depreciação é feita de acordo com as normas do CPC 27. A Baixa dos Ativos imobilizados é realizada através de uma requisição feita pelo supervisor que está como responsável pelo ativo no momento, que é repassada para ao Assistente Administrativo que fica responsável por dar baixa nos ativos. Primeiro é dado à baixa no sistema de acordo com a requisição e em seguida é dada a baixa física do ativo. 4.5 Erros encontrados no Ativo Imobilizado da empresa Delta Conforme os dados levantados referentes ao Ativo Imobilizado percebe-se que alguns bens não estão sendo registrados de maneira eficaz. Foram encontrados exemplos de itens com valores diferentes do valor real, identificação errada, entre outros erros. A seguir alguns exemplos de ativos que foram encontrados com erros referentes ao seu registro no Ativo Imobilizado da empresa: Exemplo 1. Monitor LG 21: Valor em nota fiscal do item era de R$ 1.250,00, registrado com um valor a menor na contabilidade. O item foi lançado na contabilidade um valor de R$ 990,00. Exemplo 2. Balanceadora de Rodas: Valor em nota fiscal do item era de R$ 6.930,00, registrado com um valor a maior na contabilidade. O item foi lançado na contabilidade com um valor de R$ 8.300,00. Exemplo 3. Desktop Dell i7 de 8GB de memória: O item foi registrado na contabilidade com a etiqueta de identificação patrimonial com a numeração “128.743”. Porém a etiqueta de identificação que está fixada ao item é de numeração “103.447”. 4.5. Possíveis impactos sobre o patrimônio Com o controle interno sendo mantido atualizado mensalmente, a empresa consegue ter o valor real do seu patrimônio, além de manter todas as normas de contabilidade em dia, seguindo as normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPCs). De acordo com o estudo levantado dentro da empresa Delta, pode-se perceber que os procedimentos do controle do Ativo Imobilizado são eficazes, tendo todo o controle quando a requisição é feita, sendo analisado para possível aprovação da compra, o recebimento fiscal e físico tem um procedimento eficaz, todo o registro no sistema e a identificação patronal do bem são de maneira correta. Porém é possível destacar que o controle do ativo físico não é feito de maneira eficaz. A empresa não faz o inventário dos ativos físicos todos os anos. Com base no levantamento feito e com alguns exemples de irregularidades apontadas no tópico 4.5, podemos perceber que os erros encontrados são erros humanos, ou seja, erros decorrentes de algum colaborador no momento de registrar o item na contabilidade. De acordo com o exemplo 1, o ativo está subavaliado, o item foi registrado com o valor menor do que realmente ele é. No exemplo 2 ocorre o oposto, o item está sendo superavaliado, ele foi comprado por um valor e registrado na contabilidade com o valor maior do que realmente foi pago. Com o exemplo 3 pode-se notar um erro que pode causar complicações na hora do inventário físico, a etiqueta de identificação patrimonial foi registrado com a numeração diferente do que foi fixada no item, a numeração que foi registrada no sistema não existia ativo para ela, se ocorresse algum evento com o bem e precisasse que fosse feita alguma alteração no sistema, não seria possível, pois, o item não iria ser localizado no sistema com a numeração que está nele. Se uma empresa não mantiver o seu controle interno sendo feito constantemente, de uma maneira correta, com procedimentos que tragam informações verídicas, isso pode trazer uma superavaliação ou subavaliação do valor do patrimônio que a empresa possui. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste presente trabalho permitirá que os leitores possam adquirir um conhecimento amplo sobre o Ativo Imobilizado, com uma linguagem simples para um entendimento fácil e claro sobre o tema, onde será utilizado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 27) para que possamos ter uma visão completa sobre os termos que envolvem o Ativo Imobilizado. O presente artigo buscou entender de uma forma geral como é efetuado o controle do Ativo Imobilizado na empresa Delta, visando entender e compreender os métodos utilizados na empresa para o controle do Ativo Imobilizado.Pode-se afirmar que o uso efetivo do controle do Ativo Imobilizado é fundamental para empresa, pois, com esse controle sendo feito de maneira correta e eficaz, a empresa poderá saber qual o real valor de seu patrimônio e tudo aquilo que ainda está em uso e o que já se foi dado baixa. Portanto, diante do estudo realizado, percebe-se que o presente artigo alcançou seu objetivo principal, demonstrando a grande importância de ter um controle bom e eficaz do Ativo Imobilizado, e assim confirmando que a empresa Delta tem um bom controle de seu Ativo Imobilizado, utilizando ferramentas eficazes e seguindo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 27 para que isso ocorra. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CREPALDI, Silvio Aparecido. Controle Interno. In: CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil. 5ª. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2009. cap. 8, p. 348-384. IUDÍCIBUS, Sérgio de . Ativo Imobilizado e o Problema das Amortizações. In: IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 10ª. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2008. cap. 8, p. 207-224. CPC 27: Ativo Imobilizado (Pronunciamentos Contábeis Organizados). [S.l.: s.n.], [2009?]. 52 p. Disponível em: <https://www.amazon.com.br/CPC-Imobilizado-Pronunciamentos- Cont%C3%A1beis-Organizados-ebook/dp/B0714D2PV7?ref_=nav_ya_signin&>. 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SILVA, Mércia Patrícia Gomes da. CONTROLE PATRIMONIAL E SEUS IMPACTOS: UM ESTUDO DE CASO NO RESTAURANTE DA ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DA UFRN. 2017. Disponível em: <https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/4979/1/M%C3%A9rciaPGS_Monogr afia.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018. BLOG, UpLexis. O que é a coleta de dados. 2016. Disponível em: <http://blog.uplexis.com.br/o-que-e-a-coleta-de-dados/>. Acesso em: 14 nov. 2018
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