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Tecnologias de 
Roteamento Avançado
Protocolos de Roteamento IGP
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Claudio Luiz de Castro Boscatti
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Protocolos de Roteamento IGP – Surgimento do IPv6 
(a Solução Definitiva);
• Aspectos do Open Shortest Path First (OSPF);
• EIGRP – Aspectos Gerais – Convergência;
• Conclusão.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Identificar aspectos do sistema de endereçamento IPv6;
• Conhecer detalhes de funcionamento dos protocolos RIPng, OSPF e EIGRP;
• Dominar os principais comandos de configuração desses protocolos;
• Identificar detalhes típicos de funcionamento.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Protocolos de Roteamento IGP
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
Contextualização
Suportar o funcionamento de sistemas de conectividade que impulsionam o comércio 
de toda espécie, os ambientes bancários, hospitalares, serviços à população e até pesqui-
sas científicas exige a presença de profissionais altamente qualificados. Trata-se de qualifi-
cação que requer conhecimento técnico, mas também visão crítica.
Tal postura colocará o profissional em condições de escolher entre tecnologias e, assim, 
dinamizar o funcionamento das redes. Nesses momentos, as escolhas corretas proporcio-
nam ações eficazes que, por sua vez, serão sentidas na extremidade da rede, onde estão os 
usuários dos serviços – que deverão sentir os benefícios da presença da tecnologia.
Portanto, estar preparado(a) significa buscar informações, por vezes além do que se 
recebe, transformando o conhecimento tecnológico em parte do ciclo de vida profissional. 
É necessário, acima de apreciar os conceitos tecnológicos, compreender que a qualidade 
de vida de toda uma sociedade pode estar associada aos quais. Dessa maneira, a melhor 
forma de melhorar o mundo em que se vive pode ser através do conhecimento e das ações 
possibilitadas por esse.
6
7
Protocolos de Roteamento IGP –
Surgimento do IPv6 (a Solução Definitiva)
As especificações do IPv6 foram inicialmente apresentadas na RFC 1883, de dezem-
bro de 1995; no entanto, em dezembro de 1998, essa RFC foi substituída pela RFC 
2460. Como principais mudanças em relação ao IPv4 destacam-se:
• Maior capacidade para endereçamento: no IPv6 o espaço para endereçamento 
aumentou de 32 bits para 128 bits, permitindo níveis mais específicos de agrega-
ção de endereços; identificar uma quantidade muito maior de dispositivos na rede; 
implementar mecanismos de autoconfiguração. A escalabilidade do roteamento 
multicast também foi melhorada através da adição do campo escopo no endereço 
multicast – e um novo tipo de endereço, o anycast, foi definido;
• Simplificação do formato do cabeçalho: alguns campos do cabeçalho IPv4 fo-
ram removidos ou tornaram-se opcionais, com o intuito de reduzir o custo do pro-
cessamento dos pacotes nos roteadores;
• Suporte a cabeçalhos de extensão: as opções não fazem mais parte do cabeçalho 
base, permitindo um roteamento mais eficaz, limites menos rigorosos em relação 
ao tamanho e à quantidade de opções, além de maior flexibilidade para a introdu-
ção de novas e futuras opções;
• Capacidade de identificar fluxos de dados: foi adicionado um novo recurso que 
permite identificar os pacotes que pertençam a determinados tráfegos de fluxos, a 
fim de que possam ser requeridos tratamentos especiais;
• Suporte à autenticação e privacidade: foram especificados cabeçalhos de ex-
tensão capazes de fornecer mecanismos de autenticação e garantir a integridade e 
confidencialidade dos dados transmitidos.
Além disso, o IPv6 também apresentou mudanças no tratamento da fragmentação 
dos pacotes, que passou a ser realizada apenas na origem; permite o uso de conexões 
fim a fim, princípio que havia sido quebrado com o IPv4 devido à grande utilização de 
NAT; trouxe recursos que facilitam a configuração de redes, além de outros aspectos que 
foram melhorados em relação ao IPv4.
Riscos Relacionados à Ausência do IPv6 nas Redes de Dados
É importante observar que, embora a utilização do IPv6 ainda não tenha tanta re-
presentatividade, todos os dados apresentados mostram que a sua penetração nas redes 
tem aumentado gradativamente. No entanto, é preciso avançar ainda mais. Adiar por 
mais tempo a implantação do IPv6 pode trazer diversos prejuízos para o desenvolvi-
mento de toda a internet.
Como vimos, atualmente existe grande demanda por mais endereços IP, de modo 
que mesmo que a internet continue funcionando sem novos endereços, terá dificuldade 
para crescer. A cada dia surgem novas redes, graças à expansão das empresas e ao 
7
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
surgimento de novos negócios; iniciativas de inclusão digital tem trazido novos usuários 
à internet; e o crescimento das redes 5G, mais a utilização da internet em dispositivos 
eletrônicos e eletrodomésticos são exemplos de novas aplicações que colaboram com o 
seu crescimento.
A não implantação do IPv6 provavelmente impedirá o desenvolvimento de todas 
essas áreas; além disso, com o IPv6 elimina-se a necessidade da utilização de NAT, favo-
recendo o funcionamento de várias aplicações. Desse modo, o custo de não se utilizar, 
ou adiar ainda mais a implantação do protocolo IPv6 será significativamente maior do 
que o de utilizá-lo.
Para os provedores de serviços de telecomunicações e entretenimento, é importante 
o oferecimento de novos serviços a seus clientes e, principalmente, porque inovar é a 
chave para competir e se manter à frente da concorrência.
Quadro 1 – Comparação entre os cabeçalhos IPv4 e IPv6
Cabeçalho em IPv6
Versão Classe de Tráfego Identificação de Fluxo
Tamanho dos Dados Próximo Cabeçalho Limite de Salto
Endereço da Fonte - 128 Bits
Endereço de Destino - 128 Bits
Cabeçalho em IPv4
Versão IHL Tipo de Serviço Tamanho Total
Identificação NF MF Identificação do Fragmento
TTL Protocolo Checksum do Cabeçalho
Endereço da Fonte - 32 Bits
Endereço de Destinatário - 32 Bits
OPÇÕES
Mantém nas 2 versões Novo campo IPv6 Não utilizados no IPv6 Nomes e posições trocados
Entre essas mudanças, destaca-se a remoção de sete campos do cabeçalho IPv4, visto 
que as suas funções não são mais necessárias, ou são implementadas pelos cabeçalhos 
de extensão.
No IPv6, as opções adicionais agora fazem parte dos cabeçalhos de extensão do 
IPv6. Desse modo, o campo Opções pôde ser removido.
Já o campo Internet header length foi removido porque o tamanho do cabeçalho 
IPv6 é fixo.
Os campos Identificação, Flags (NF, MF) e Identificação de fragmento foram re-
movidos porque as informações referentes à fragmentação passaram a ser indicadas em 
um cabeçalho de extensão apropriado. 
8
9
Com o intuito de aumentar a velocidade do processamento dos roteadores, o campo 
Checksum do cabeçalho foi retirado, pois esse cálculo já é realizado pelos protocolos 
das camadas superiores.
Os campos Tipo de serviço, Tamanho total, TTL e Protocolo,presentes no IPv4, 
tiveram os seus nomes trocados e as suas posições alteradas no IPv6. Já os campos En-
dereços de origem e destino foram mantidos nas duas versões, mas com capacidade 
de armazenamento ampliada no IPv6.
Observe agora alguns detalhes sobre as funcionalidades dos campos existentes no IPv6:
• Versão (4 bits): identifica a versão do protocolo IP utilizado. No caso do IPv6, o 
valor desse campo é 6;
• Classe de tráfego (8 bits): identifica e diferencia os pacotes por classes de servi-
ços ou prioridade. Continua provendo as mesmas funcionalidades e definições do 
campo Tipo de serviço do IPv4;
• Identificador de fluxo (20 bits): identifica e diferencia pacotes do mesmo fluxo na 
camada de rede. Esse campo permite ao roteador identificar o tipo de fluxo de cada 
pacote sem a necessidade de verificar a sua aplicação;
• Tamanho dos dados (16 bits): indica o tamanho, em bytes, apenas dos dados 
enviados junto ao cabeçalho IPv6. Substituiu o campo Tamanho total do IPv4, que 
indica o tamanho do cabeçalho mais o tamanho dos dados transmitidos. Os cabe-
çalhos de extensão também são incluídos no cálculo do tamanho;
• Próximo cabeçalho (8 bits): identifica o cabeçalho que se segue ao cabeçalho 
IPv6. Este campo foi renomeado – no IPv4 chamava-se Protocolo –, refletindo a 
nova organização dos pacotes IPv6, pois agora este campo não contém apenas va-
lores referentes a outros protocolos, mas também indica os valores dos cabeçalhos 
de extensão;
• Limite de salto (8 bits): indica o número máximo de roteadores que o pacote IPv6 
pode passar antes de ser descartado, sendo decrementado a cada salto. Padronizou 
o modo como o campo Tempo de vida (TTL) do IPv4 tem sido utilizado; apesar 
da definição original do campo TTL, trata-se de dizer que este deveria indicar, em 
segundos, quanto tempo o pacote levaria para ser descartado caso não chegasse 
ao seu destino.
• Endereço de origem (fonte) (128 bits): indica o endereço de origem do pacote;
• Endereço de destino (128 bits): indica o endereço de destino do pacote.
Diferente do IPv4, que inclui no cabeçalho base todas as informações opcionais, o 
IPv6 trata essas informações através de cabeçalhos de extensão. Tais cabeçalhos loca-
lizam-se entre o cabeçalho base e o cabeçalho da camada imediatamente acima, não 
havendo nem quantidade, nem tamanho fixo para os quais. Caso existam múltiplos 
cabeçalhos de extensão no mesmo pacote, serão adicionados em série, formando uma 
“cadeia de cabeçalhos”.
9
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
As especificações do IPv6 definem seis cabeçalhos de extensão: Hop-by-Hop
Options, Destination Options, Routing, Fragmentation, Authentication Header e 
Encapsulating Security Payload.
A utilização dos cabeçalhos de extensão do IPv6 visa aumentar a velocidade de pro-
cessamento nos roteadores, visto que o único cabeçalho de extensão processado em 
cada roteador é o Hop-by-Hop; os demais são tratados apenas pelo nó identificado no 
campo Endereço de destino do cabeçalho base. Além disso, novos cabeçalhos de exten-
são podem ser definidos e utilizados sem a necessidade de se alterar o cabeçalho base.
Estrutura do IPv6 – Endereçamento
Endereçamento
• Um endereço IPv4 é formado por 32 bits.
 232 = 4.294.967.296
• Um endereço IPv6 é formado por 128 bits.
 2128 = 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456
 ~56 octilhões (5,6x1028) de endereços de IP por ser humano.
 ~79 octilhões (7,9x1028) de vezes a quantidade de endereços IPv4.
No IPv4, o campo do cabeçalho reservado para o endereçamento possui 32 bits. 
Este tamanho possibilita um máximo de 4.294.967.296 (232) endereços distintos.
À época de seu desenvolvimento, essa quantidade era considerada suficiente para iden-
tificar todos os computadores na rede e suportar o surgimento de novas sub-redes.
No entanto, com o rápido crescimento da internet, surgiu o problema da escassez dos 
endereços IPv4, motivando a criação de uma nova geração do protocolo IP.
O IPv6 possui um espaço para endereçamento de 128 bits, sendo possível obter
340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 endereços (2128). Este va-
lor representa, aproximadamente, 79 octilhões (7,9 × 1028) de vezes a quantidade de 
endereços IPv4 e mais de 56 octilhões (5,6 × 1028) de endereços por ser humano na 
Terra, considerando-se a população estimada em 6 bilhões de habitantes.
Vejamos a estrutura do endereço:
• Formato hexadecimal de 128 bits (0-9, A-F);
• Utiliza os campos de números hexadecimais de 16 bits separados por dois pontos (:);
• Cada 4 dígitos hexadecimais equivalem a 16 bits;
• Consiste em 8 sextetos/quartetos que equivalem a 16 bits por sexteto;
• 2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64;
• 2001 em hexadecimal é o mesmo que 0010 0000 0000 0001 em binário;
10
11
Exemplos de IPv6
Exemplo 1:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
Prefi xo de roteamento global ID da sub-rede ID da interface
O prefixo do site, ou prefixo de roteamento global, constitui-se dos primeiros 3 
sextetos ou 48 bits do endereço, sendo determinado pelo provedor de serviços;
• A topologia do site, ou ID da sub-rede, é o quarto sexteto do endereço; 
• O ID da interface é composto pelos 4 últimos sextetos, ou os últimos 64 bits do 
endereço. Pode ser determinado manual ou dinamicamente por meio do comando 
EUI-64 – identificador estendido exclusivo;
• Os primeiros 3 bits são fixados em 001 ou 200::/12 – número de roteamento 
global Iana;
Exemplo 2:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
IANA
• Os bits 16-24 identificam o registro regional: AfriNIC, ApNIC, LacNIC, Ripe 
NCC e Arin;
Exemplo 3:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
Registro
• 2001:0000::/23 – Iana;
• 2001:0200::/23 – ApNIC (região Ásia/Pacífico);
• 2001:0400::/23 – Arin (região da América do Norte);
• 2001:0600::/23 – Ripe (Europa, Oriente Médio e Ásia Central);
• Os 8 bits restantes até o 32 identificam o ISP;
Exemplo 4:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
ISP
• O terceiro sexteto representa o identificador do site ou cliente;
Exemplo 5:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
Site
• O quarto sexteto representa a topologia do site ou o ID da sub-rede;
11
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
• Permite 65.536 sub-redes com 18,446,744,073,709,551,616
(18 quintilhões) para cada sub-rede;
• Não faz parte do endereço de host;
Exemplo 6:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
Sub-rede
Exemplo 7:
2001:0DB8:0001:5270:0127:00AB:CAFE:0E1F/64
ID da Interface
• O ID da interface é composto pelos últimos 64 bits do endereço;
• Pode ser configurado manual ou dinamicamente utilizando o EUI-64 – identificador 
estendido exclusivo;
• O comando EUI-64 utiliza o dispositivo de endereço MAC de 48 bits e o converte 
para 64 bits, adicionando FF:FE no meio do endereço;
• O primeiro endereço – rede – e último – broadcast – podem ser designados para 
uma interface, esta que pode conter mais de um endereço IPv6;
• Não há endereços de broadcast – usa-se o multicast;
• IPv6 utiliza o mesmo método que o IPv4 para a criação de sub-redes em seus endereços;
• /127 fornece 2 endereços;
• /124 fornece 16 endereços;
• /120 fornece 256 endereços;
• O primeiro endereço em uma rede é formado somente por zeros, enquanto o últi-
mo é constituído apenas por efes (F).
Por razões de simplicidade e de design, recomenda-se a utilização de /64 em todos 
os locais. Utilizar qualquer valor menor que /64 poderia possivelmente romper recursos 
de IPv6 e aumentar a complexidade do projeto.
Saiba mais sobre o órgão regulador do uso de internet no Brasil (NIC BR), neste vídeo que 
aborda o distribuidor do IPv6: https://goo.gl/R7Xoek
Detalhes do RIPng
O RIP, acima de tudo, precisa ser considerado um protocolo de roteamento sobre-
vivente ao tempo – algo não muito comum em um mundo onde a renovação normal-
mente extingue um recurso em detrimento de outro mais moderno que surge ou se 
desenvolve. Esse protocolo simplesmente estendeu a sua existência por meio do RIPng 
para o mundo IPv6.
12
13Para suportar o IPv6, os protocolos de roteamento IPv4 tiveram que passar por di-
ferentes níveis de mudança. O mais evidente é que cada um deveria ser alterado para 
suportar endereços e prefixos mais longos. As mensagens reais utilizadas para enviar 
e receber informações de roteamento foram alteradas em alguns casos, usando cabe-
çalhos IPv6 em vez de cabeçalhos IPv4 e endereços IPv6 nesses cabeçalhos. Em parti-
cular, como as suas versões IPv4, cada IGP IPv6 utiliza endereços multicast IPv6. Por 
exemplo, o RIPng envia atualizações de roteamento para o endereço de destino IPv6 
FF02::9 em vez do antigo endereço RIPv2 IPv4 224.0.0.9. Além disso, os protocolos 
de roteamento normalmente anunciam o seu endereço IP local de link como o próximo 
salto em uma rota.
Cada IPv6 IGP tem mais semelhanças do que diferenças em relação ao respectivo 
primo IPv4. Por exemplo, o RIPng, baseado em RIPv2, ainda é um protocolo de vetor 
de distância, com contagem de saltos como métrica e 15 saltos como a rota válida mais 
longa (16 é infinito). O OSPF versão 3 (OSPFv3), criado especificamente para suportar 
o IPv6, usa a lógica do estado de link como o OSPFv2 utiliza o custo como métrica 
e retém os tipos de Link State Advertisements (LSA), mas há algumas mudanças no 
funcionamento dos LSA. No entanto, a maioria dos conceitos operacionais principais 
do OSPF permanece a mesma. Esta seção examina o RIPng, assim como o OSPFv3 
e EIGRP para o IPv6. Para tanto, observe algumas comparações entre o RIPng e seu 
antecessor, RIPv2 para IPv4:
Quadro 2
Feature RIPv2 RIPng
Advertise routes IPv4 IPv6
Transport protocol UDO (port 520) UDP (port 521)
Multicast address used 224.0.0.9 FF02::9
VLSM support Yes Yes
Metric Hop count (maximum of 15) Hop count (maximum of 15)
Fonte: Cisco Systems, 2017
Configurações do RIPng
O RIPng traz algumas variações de comandos para a configuração básica, mas a 
maioria dos recursos opcionais e comandos de verificação se parecem com aqueles uti-
lizados no RIPv2 para IPv4. Começaremos por uma análise da configuração básica do 
RIPng, demonstrando alguma variedade de padrões.
Vejamos um caso onde três roteadores serão conectados utilizando IPv6 e RIPng:
Figura 1
Fonte: Acervo do Conteudista
13
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
R1>enable
R1#configure terminal
R1(config)#ipv6 unicast-routing
R1(config)#ipv6 router rip PROCESSO1
R1(config)#interface Gi0/0
R1(config-if)# ipv6 address 2001:530:1:20::/64 eui-64
R1(config-if)# ipv6 rip PROCESSO1 enable
R1(config-if)# no shutdown
R1(config-if)# end
R1#copy running-config startup-config
Note que as linhas de configuração demonstram um IPv6 sendo atribuído à interface 
pelo método automático conhecido como EUI-64. Neste caso, o mac-address da inter-
face é combinado com a porção FF-FE – do sistema automático, formando os 64 bits 
do endereço da interface. 
O IPv6 é acionado no ambiente, já que não funciona por padrão no IOS. Isto é feito 
por meio do comando IPv6 unicast-routing.
A configuração do RIPng pode ser realizada diretamente na interface, independen-
temente de já termos acionado o protocolo no modo global pelo comando IPv6 router 
rip PROCESSO1. Em outras palavras, na ausência dessa fase, podemos apenas realizar 
o que foi colocado na interface – IPv6 rip PROCESSO1 enable.
A palavra PROCESSO1 lembra a abertura de um ID de processo no sistema para a 
atuação da instância de RIP que estamos configurando. Algo que aponta para a possi-
bilidade de termos mais processos operando com RIP no mesmo equipamento e distri-
buindo o roteamento por esses processos elencados.
Observe a seguinte configuração dos outros roteadores da topologia:
R2(config)# ipv6 unicast-routing
R2(config)# interface Gi0/0
R2(config-if)# ipv6 address 2001:530:1:20::/64 eui-64
R2(config-if)# ipv6 rip PROCESSO1 enable
R2(config-if)# no shutdown
R2(config-if)# exit
R2(config)# interface Gi0/1
R2(config-if)# ipv6 address 2001:5300:2:20::/64 eui-64
14
15
R2(config-if)# ipv6 rip PROCESSO1 enable
R2(config-if)# no shutdown
R2(config-if)# exit
Perceba que o processo utilizado é o mesmo – embora isso não seja necessário. Ade-
mais, a mesma rede se estende por meio de interfaces interconectadas. As diferenças 
entre os endereços das pontas estarão relacionadas aos mac-address atribuídos a cada 
um dos endereços.
Por fim, como configuração do R3 fechando a topologia, temos:
R3(config)# ipv6 unicast-routing
R3(config)# interface gi0/0
R3(config-if)# ipv6 address 2001:530:2:20::/64 eui-64
R3(config-if)# ipv6 rip PROCESSO1 enable
R3(config-if)# no shutdown
R3(config-if)#end
Assista ao vídeo disponível em: https://youtu.be/e-gEOf3oSBw sobre NOA Solution Hyperabad 
– RIPng.
Aspectos do Open Shortest Path First (OSPF)
Vejamos como ocorre o funcionamento do OSPF, desde o seu início, de modo que 
cada roteador:
• Obtém informações sobre os seus próprios links e as suas redes diretamente conec-
tadas – pela detecção de uma interface no estado up (ativo); 
• É responsável por encontrar os seus vizinhos em redes diretamente conectadas – 
por meio da troca de pacotes Hello com outros roteadores OSPF conectados;
• Cria um pacote link-state (LSP) que contém o estado de cada link diretamente co-
nectado – com o registro de todas as informações pertinentes sobre cada vizinho, 
inclusive a ID do vizinho, o tipo de link e a largura de banda;
• Espalha – por flooding – o LSP para todos os vizinhos, os quais armazenam to-
dos os LSP recebidos em um banco de dados (LSDB). Esses vizinhos, por sua vez, 
inundam os LSP para todos os seus vizinhos até que todos os roteadores na área 
tenham recebido os LSP. Cada roteador armazena uma cópia de cada LSP recebi-
do de seus vizinhos em seu banco de dados local;
15
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
• Usa o banco de dados para criar um mapa completo da topologia – topology table 
– e computa o melhor caminho para cada rede de destino – routing table. Tal qual 
o mapa de uma estrada, o roteador tem agora um mapa completo de todos os des-
tinos na topologia, mais as rotas para alcançá-los. O algoritmo SPF é utilizado para 
analisar o mapa da topologia e determinar o melhor caminho para cada rede – tabela 
de roteamento.
Com protocolos de roteamento link-state, um link é uma interface ativa em um ro-
teador e com endereço IP válido.
A interface deve ser corretamente configurada com um endereço IP e uma máscara 
de sub-rede, enquanto o link deve estar no estado up antes de o protocolo de roteamen-
to obter e divulgar informações sobre o mesmo. Assim como na configuração de outros 
protocolos, a interface deve ser incluída em um dos comandos network antes de poder 
participar do processo de roteamento OSPFv2 (IPv4).
As informações sobre o estado desses links são conhecidas como link-states e incluem:
• O endereço IP da interface e máscara de sub-rede;
• O tipo de rede, como ethernet – difusão –, ou link serial ponto a ponto;
• O custo do link;
• Qualquer roteador vizinho nesse link.
Toda a operação do OSPF está fundamentada na formação das tabelas de adjacências, pro-
movida pelo protocolo Hello (224.0.0.5). Os seus timers, método de funcionamento e deta-
lhes são de extrema importância para o bom entendimento desse sistema de roteamento.
Tipos de Pacotes OSPF
Outro aspecto importante no funcionamento dos roteadores OSPF corresponde às for-
mas de mensagens trocadas durante a sua execução, definidas e tratadas por tipos. Observe:
• Tipo 1 – Hello packets: utilizadas na descoberta, construção e manutenção das 
tabelas de adjacências entre roteadores;
• Tipo 2 – Database Description (DBD) packets: logo após estabelecer as adja-
cências, os roteadores precisam de uma sincronização dos bancos de dados entre 
os vizinhos para o seu correto funcionamento. Tais pacotes atualizam as informa-
ções de LSA entre os vizinhos;
• Tipo 3 – Link State Request (LSR) packets: trata-se de uma requisição feita 
pelos roteadores aos seus vizinhos, solicitando informações atualizadas acerca de 
determinadosLSA que possuem. Comumente um AGE existente no LSA, que re-
gistra a sua chegada, indica que o mesmo pode precisar ser atualizado;
• Tipo 4 – Link State Update (LSU) packets: são utilizados para espalhar os LSA 
entre os roteadores e como resposta ao pacote LSR;
16
17
• Tipo 5 – Link State Acknowledgement (LSAck): estes pacotes são confirma-
ções explícitas do recebimento dos LSA pelos roteadores.
Formação das Adjacências OSPF – Status Operacional
• Down state: estado inicial da formação de adjacências, indicando que o pacote 
Hello ainda não foi ouvido pelo roteador vizinho;
• Init state: um recebeu um pacote Hello advindo de um vizinho, mas ainda não 
visualizou o seu próprio ID nesse pacote. Enxergar-se por informações do vizinho 
é algo importante no estabelecimento de adjacências;
• 2-way state: neste momento, o roteador identifica o seu próprio ID no pacote 
recebido de seu vizinho e, então, estabelece uma comunicação bidirecional;
• Ex start state: ocorrerá o início da troca de pacotes do tipo DataBase Description 
(DBD), que promoverá a sincronização de bancos de dados entre os adjacentes já 
formados. O router com maior ID se tornará o master, ou seja, que incrementará 
os números de controle das trocas;
• Exchange state: momento em que o roteador compara a sua própria lista de LSA 
existente em seu banco com os registros recebidos do vizinho; de modo que se en-
contrar diferenças, adicionará o que receber a mais em seu banco de dados;
• Loading state: o roteador envia pacotes LSR solicitando ao(s) vizinho(s) informa-
ções sobre os LSA que já possui, assim como os ausentes;
• Full state: por fim, os roteadores possuem versão completa e sincronizada do 
LSDB – bancos de dados –, de modo que a adjacência está completa.
A seguinte Figura resume o funcionamento do OSPF, de acordo com as fases descri-
tas – procure associar cada parte elencada a tais detalhes:
Figura 2
Fonte: Cisco Systems, 2017
17
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
Estrutura Hierárquica do OSPF
Em função da elevada quantidade de roteadores suportados em uma rede OSPF, 
existe a necessidade de promover uma segmentação no projeto. Assim, os roteadores 
OSPF precisam ser divididos em áreas, sendo os motivos principais que justificam esta 
divisão os seguintes:
• Tabelas de roteamento menores em cada área;
• Atualizações de LSA em menores quantidades por área;
• Bancos de dados menores e confinados a cada área;
• Eventuais problemas de funcionamento apresentarão maior facilidade de identifica-
ção e solução, estando em áreas menores.
Ademais, os dois tipos de áreas presentes são estes:
1. Regulares: qualquer uma fora da área de backbone. Serve de ponto de cone-
xão aos usuários e recursos da rede. Áreas regulares distintas precisam da área 
0 – backbone – para se conectar;
2. De backbone: conhecida como área 0, é o polo central de toda a rede. Não 
pode existir de forma descontinuada e precisa servir de passagem de tráfego 
para todas as áreas regulares.
A seguinte Figura mostra a distribuição das áreas, juntamente com os roteadores que 
as interligam:
Figura 3
Fonte: Cisco Systems, 2017
Há quatro tipos diferentes de roteadores OSPF, vejamos:
1. Roteador interno (IR): possui todas as interfaces na mesma área regular. To-
dos os roteadores internos em uma área possuem LSDB idênticos;
2. Roteador de backbone (BR): possui todas as suas interfaces na área de backbo-
ne. Geralmente, a área de backbone é definida como área 0; 
3. Roteador de borda de área (ABR): possui, ao menos, uma de suas interfaces 
em uma área regular e outra na área de backbone. É o elemento de conexão 
das áreas regulares com a área 0 – backbone. Tais roteadores resumem o rotea-
18
19
mento das áreas regulares antes de encaminharem ao backbone. A sumarização 
de endereços IP é um recurso necessário e presente neste equipamento. Possui 
também conhecimentos acerca do banco de dados (LSDB) da área regular onde 
atua e encaminha informações resumidas sobre isso. As suas configurações são 
estratégicas para que a rede OSPF funcione adequadamente, visto que determi-
nados recursos não são gerados de forma automática, como é o caso da suma-
rização das tabelas de roteamento.
4. Roteador de borda de sistema autônomo (ASBR): possui interfaces em sis-
temas autônomos distintos. É o responsável por estender uma rede OSPF para 
além dos limites de seu AS. Comumente, além da configuração tradicional do 
OSPF, este roteador possui configurações em BGP para a distribuição dos siste-
mas autônomos envolvidos. Uma de suas principais características é o trabalho 
ligado à redistribuição de rotas.
Formação do LSDB – Bancos de Dados – OSPF
Para conceituarmos a formação do LSDB OSPF, precisamos destacar os tipos espe-
cíficos de LSA existentes no protocolo. Veja:
Figura 4
Fonte: Cisco Systems, 2017
• Type 1, router LSA: cada roteador gera anúncios de link para cada área à qual 
pertence. Os anúncios de link do roteador descrevem o estado dos links desse 
equipamento para a área onde se encontra e são espalhados somente nessa área 
em particular. O ID do estado do link do LSA tipo 1 é o ID do roteador de origem;
• Type 2, network LSA: os DR geram anúncios de link de rede para redes de mul-
tiacesso. Já os anúncios de link de rede descrevem o conjunto de roteadores conec-
tados a uma rede multiacesso específica. Anúncios de link de rede são inundados 
na área que contém a rede. O ID do estado do link do LSA tipo 2 é o endereço da 
interface IP do DR;
• Type 3, summary LSA: um ABR obtém as informações que aprendeu em uma 
área e as descreve e resume para outra área no anúncio de link de resumo, o qual 
19
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
não está ativado por padrão. O ID do estado do link do tipo 3 LSA é o número da 
rede de destino;
• Type 4, ASBR summary LSA: o anúncio de link de resumo ASBR informa ao 
resto do domínio OSPF como chegar ao ASBR. O ID do estado do link inclui o ID 
do roteador do ASBR descrito;
• Type 5, autonomous system LSA: anúncios de link externo do sistema autô-
nomo, que são gerados por ASBR, descrevem rotas para destinos externos a esse 
sistema autônomo. São espalhados em todos os lugares, exceto em áreas especiais. 
O ID do estado do link do tipo 5 LSA é o número da rede externa;
• Type 6: LSA especiais, utilizados em aplicações de multicast com OSPF;
• Type 7: utilizados em um tipo de área especial, denominada NSSA, para rotas externas;
• Types 8 e 9: utilizados em OSPFv3 para link local addresses e prefixos intra-área;
• Types 10 e 11: LSA genéricos, igualmente conhecidos como opacos, reservados 
para futuras extensões do protocolo OSPF.
Configuração do OSPF Multiárea
Figura 5
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 6
Fonte: Cisco Systems, 2017
20
21
Neste exemplo o:
• R1 é um ABR porque tem 2 interfaces na área 1 e uma interface na área 0;
• R2 é um roteador interno de backbone porque todas as suas interfaces estão na área 0;
• R3 é um ABR porque tem interfaces na área 2 e uma interface na área 0.
Não há comando especial necessário para executar essa rede OSPF multiárea. Um 
roteador torna-se simplesmente um ABR quando tem duas instruções de rede em dife-
rentes áreas.
Ademais, o R1 está atribuído ao roteador com a ID 1.1.1.1. Esse exemplo ativa o 
OSPF nas duas interfaces LAN na área 1. A interface serial é configurada como parte 
da área 0 do OSPF – isto porque o R1 possui interfaces conectadas a duas áreas, sendo 
um ABR.
A configuração do OSPF requer o uso da wildcard mask. De modo que para a sua composi-
ção, basta trocar as posições dos 0 e 1 binários da máscara comum; ou ainda considerar que 
a wildcard mask corresponde, em decimal, à diferença de cada octeto para que tenhamos 
um valor assim: 255.255.255.255.
Por exemplo: máscara comum – 255.255.240.0 → wildcard mask → 0.0.15.255
Observe agora como seria a mesma configuração da topologia da Figura 4, mas com 
IPv6. No caso do OSPF, o suporte ao IPv6 existe apenas em outra versão do protocolo 
– OSPFv3:
Figura 7
Fonte:Cisco Systems, 2017
21
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
Figura 8
Fonte: Cisco Systems, 2017
Tal como o OSPFv2, executar a topologia de OSPFv3 multiárea é simples. Não há 
nenhum comando especial necessário. Um roteador torna-se simplesmente um ABR 
quando tem duas interfaces em diferentes áreas.
O R1 está atribuído ao roteador com a ID 1.1.1.1. O exemplo também habilita o 
OSPF na interface de LAN na área 1 e a interface serial na área 0 – isto porque o R1 
possui interfaces conectadas a duas áreas, tornando-se um ABR.
O ponto a ser destacado é que o ID do roteador continuará como um IPv4, ainda que 
o ambiente seja todo em IPv6.
Assista aos treinamentos da Cisco Systems sobre OSPF e outros protocolos em:
https://goo.gl/LhYr2V
EIGRP – Aspectos Gerais – Convergência
EIGRP é um protocolo de roteamento classless de vetor de distância avançado. Como 
sugere o próprio nome, trata-se de um aprimoramento do protocolo de roteamento de 
gateway interior – Interior Gateway Routing Protocol (IGRP). Ambos são protocolos 
proprietários da Cisco e operam somente em roteadores dessa empresa.
O propósito principal no desenvolvimento do EIGRP da Cisco é criar uma versão
classless do IGRP. Inclui diversos recursos que geralmente não são encontrados em outros 
protocolos de roteamento, tais como o RIP (RIPv1 e RIPv2) e OSPF. Tais recursos incluem:
• Protocolo confiável de transporte – Reliable Transport Protocol (RTP);
• Mecanismo Finite State Machine (FSM);
• Módulos PDM e suporte a múltiplos protocolos roteados;
• Atualizações associadas e incrementais;
• Algoritmo de atualização por difusão – Diffuding Update Algorithm (Dual);
• Tabelas de vizinho e topologia mais dinâmicas.
22
23
Embora o EIGRP possa atuar como um protocolo de roteamento link-state, ainda é 
um protocolo de roteamento do vetor de distância.
O termo protocolo de roteamento híbrido é, às vezes, utilizado para definir o EI-
GRP. Porém, essa expressão é imprecisa porque o EIGRP não é um híbrido entre os 
protocolos de roteamento de vetor de distância e link-state, mas somente um protocolo 
de roteamento do vetor de distância. Portanto, a Cisco já não está utilizando esse termo 
para se referir ao EIGRP.
O exclusivo protocolo RTP do EIGRP fornece uma entrega confiável e não confiável 
de pacotes EIGRP. Além disso, o EIGRP estabelece relações com roteadores direta-
mente conectados. São utilizadas relações de vizinhança para monitorar o status desses 
vizinhos. O RTP e monitoramento de adjacências de vizinhos atuam na definição das 
etapas do trabalho do EIGRP, auxiliando o algoritmo de atualização por difusão (Dual) a 
compor a tabela de roteamento final.
Na condição de mecanismo computacional principal do EIGRP, o algoritmo Dual 
permanece no centro do protocolo de roteamento, garantindo caminhos sem loop e de 
backup ao longo do domínio de roteamento. 
O EIGRP pode funcionar como classfull ou classless. É possível desabilitar a sumari-
zação automática e sumarizar manualmente as redes para reduzir o tamanho das tabelas 
de roteamento.
Estabelecendo Vizinhança com EIGRP
EIGRP não envia atualizações periódicas e as entradas de rota não expiram. Em vez 
disso, opera um protocolo Hello para monitorar o status de conexão com os seus vizi-
nhos. Somente alterações nas informações de roteamento – tais como um novo link, ou 
um link tornando-se indisponível – provocam uma atualização de roteamento, a qual é 
vetor de distâncias transmitidas a vizinhos diretamente conectados.
Antes de os pacotes EIGRP poderem ser trocados entre os roteadores, o EIGRP deve 
primeiro detectar os seus vizinhos, que basicamente são outros roteadores que executam 
o EIGRP em redes compartilhadas diretamente conectadas.
Os roteadores EIGRP detectam vizinhos e estabelecem adjacências com roteado-
res vizinhos utilizando o pacote Hello. Na maioria das redes, os pacotes Hello do
EIGRP são enviados a cada cinco segundos. Em redes ponto-multiponto – Nonbroadcast
Multiaccess Networks (NBMA) –, tais como X.25, Frame relay e interfaces ATM com 
links de acesso de T1 (1.544 Mbps), ou mais lentas, os Hello são unicast a cada sessen-
ta segundos. Um roteador EIGRP assume que, contanto que esteja recebendo pacotes 
Hello de um vizinho, este e as suas rotas permanecerão viáveis. 
Ademais, o protocolo Hello utiliza um endereço de multicast associado ao EIGRP, 
que é 224.0.0.10.
O tempo de espera revela ao roteador o período máximo que deve aguardar para 
receber o próximo Hello antes de declarar o vizinho como inalcançável. Por padrão,
23
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
o tempo de espera é de três vezes o intervalo Hello, ou 15 segundos na maioria das 
redes e de 180 segundos em redes NBMA de baixa velocidade. Se o tempo de espera 
expirar, o EIGRP declarará a rota como inativa e o Dual procurará um novo caminho 
enviando consultas. 
Observe algumas fases do processo de vizinhança do protocolo EIGRP:
Figura 9
Fonte: Cisco Systems, 2017
1. Um novo roteador (R1) aparece no link e envia um pacote Hello por meio de 
todas as suas interfaces configuradas com EIGRP;
2. Roteadores que recebem o pacote Hello enviado por R1 – neste caso, R2 –, 
respondem com pacotes de update – atualização – contendo todas as rotas que 
possuem em sua tabela de roteamento, exceto aquelas que são apreendidas 
através dessa mesma interface – split horizon. Apesar de R2 enviar esse pacote 
de atualização, uma relação de vizinhança apenas será estabelecida quando R1 
também receber um pacote Hello advindo de R2. O pacote de atualização de 
R2 tem o bit de inicialização definido, indicando se tratar do processo de inicia-
lização. O pacote de atualização inclui informações sobre as rotas que o vizinho 
(R2) está ciente, incluindo a métrica anunciada para cada destino;
3. Após a troca de Hello entre os roteadores, a adjacência é estabelecida. Então, 
R1 responde a R2 com um pacote ACK, indicando que recebeu a informação 
de atualização;
4. R1 assimila todos os pacotes de atualização em sua tabela de topologia, a qual inclui 
todos os destinos anunciados por roteadores adjacentes vizinhos. Lista ainda cada 
destino, todos os vizinhos que podem alcançar o destino e a sua métrica associada;
5. R1 envia um pacote de atualização para R2;
24
25
6. Ao receber o pacote de atualização, R2 envia um pacote ACK para R1. Este é 
o movimento contrário ao do início, que gerou o começo da convergência.
O protocolo Hello do EIGRP utiliza um endereço de multicast 224.0.0.10 e a sua propagação 
está vinculada a timers de 5 segundos para redes com banda acima de T1 (1.544 kbps) e 60 
segundos para redes com largura de banda igual ou inferior a esse valor.
Métricas EIGRP – Topologia e Rotas
A métrica do EIGRP é composta por diversos valores, utilizando, por exemplo, os 
seguintes para calcular o caminho preferido para uma rede:
• Largura de banda;
• Atraso;
• Confiabilidade;
• Carga;
• MTU.
Por padrão, somente a largura de banda e atraso são utilizados para calcular a mé-
trica. Os outros itens precisam ser configurados, caso necessário. E devemos fazer isso 
apenas sob plena certeza para evitar inconsistências na rede.
Uma tabela de topologia é mantida separada da tabela de roteamento e o seu objetivo 
é armazenar informações sobre todas as redes da topologia, tal qual um mapa pronto 
para ser utilizado. Ali estarão as rotas de backup validadas e mantidas pelo Dual como 
rotas sem loop. Tais rotas são referidas como feasible sucessors e, quando necessário, 
serão movidas para a tabela de roteamento, passando, então, ao caminho principal para 
determinada rede.
Observe os cálculos relacionados à distribuição dos valores de métrica:
 Metrica = [(K1 * Bandwidth + [(K2 * Bandwidth) / (256 - Load)] + K3 * Delay) * 
K5/(K4 + Reliability)] * 256
• Os valores ativados por padrão → K1=1, K2=0, K3=1, K4=0, K5=0
• Métrica = (Bandwidth + Delay) * 256
As situações onde se recomendaria a modificação nos parâmetros dos valores K são 
restritas, pois tornaria o comportamento do EIGRPsignificativamente suscetível às va-
riações de funcionamento das interfaces do roteador, podendo gerar instabilidades. De 
modo geral, as opções existem a título de flexibilidade.
Eis um exemplo de cálculo da métrica em uma topologia – para que você possa en-
tender o valor resultante dos cálculos:
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UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
Figura 10
Fonte: Cisco Systems, 2017
• Bandwidth = (10^7 / Least bandwidth in kilobits per second)
• Delay = microseconds/10
• Metric = (Bandwidth + Delay) * 256
• Bandwidth = (10,000,000 / 10,000) =1,000
• Delay = [4000 + 1000 + 5000] = 10000 [tens of microseconds]
• Metric = (1000 + 10,000) * 256 = 2,816,000
Na composição dos cálculos de melhor caminho e definição das rotas, existem 2 
rotas que precisam ser compreendidas no EIGRP:
• Sucessor route – tabela de roteamento como rota funcional para as redes;
• Feasible sucessor – tabela de topologia, como backup e elencada com base em 
alguns parâmetros. Uma característica marcante da rota feasible sucessor é que 
possui a Reported Distance (RD) menor do que a Feasible Distance (FD). 
Durante o seu funcionamento, o EIGRP escolhe o melhor caminho para uma rede 
– sucessor route – e mantém essa rota na tabela de roteamento. Eventuais caminhos 
alternativos existentes são mantidos na tabela de topologia, tais como feasible sucessors 
e rotas viáveis, que podem ser acionadas em uma eventual perda do caminho da rota 
principal – sucessor route.
Ainda na composição dos caminhos, destacaremos dois elementos importantes:
1. Reported Distance (RD): distância informada ao roteador por um vizinho 
para determinada rede (FD);
2. Feasible Distance (FD): distância calculada, de acordo com a métrica e co-
nhecida por informações e “visão” do próprio roteador para dado destino. 
As comparações entre RD e FD permeiam a composição da tabela de topologia e, 
consequentemente, o roteamento.
Os seguintes exemplos mostram RD, FD e as rotas organizadas sobre esses valo-
res, observe:
26
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Figura 11 – Reported distance
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 12 – Feasible distance
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 13 – Sucessor route e feasible sucessor
Fonte: Cisco Systems, 2017
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UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
O protocolo EIGRP suporta balanceamento de carga para custos iguais e desiguais. Signi-
fica que em links com diferentes larguras de banda, ao invés de manter um dos caminhos 
parado, podemos escoar uma parte menor do tráfego por ali.
Configurações e Operação do Protocolo
Figura 14
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 15
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 16
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 17
Fonte: Cisco Systems, 2017
Perceba algumas variações demonstradas na configuração dos três roteadores.
O EIGRP pode ser configurado tanto com o uso da máscara curinga, como sem esta – 
tal qual o RIP.
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EIGRP em Modo Nomeado – Named Configuration 
Está cada vez mais frequente nos depararmos com situações onde se faz necessário 
configurar IPv4 e IPv6 nos mesmos roteadores. Tal tarefa pode se tornar complexa ao 
lembrarmos que será necessário fazer isso em distintos modos operacionais dos roteadores.
O recurso Named configuration permite adequar os dois protocolos em um único 
modo de configuração. O conceito de address family associado a esse recurso possibilita 
a colocação de diversos tipos de rotas sob a mesma instância, integrando as configura-
ções dos dois protocolos, vejamos:
• Address family IPv4:
 » Utilizamos comando global router eigrp virtual-instance-name;
 » Dentro deste modo podemos configurar tanto IPv6 quanto IPv4;
 » EIGRP permite a organização de diversos tipos de rotas específicas sob o mesmo 
address family;
 » Os tipos mais utilizados num address family são o IPv4 e IPv6;
 » Eis um exemplo de configuração de um address family IPv4:
address-family ipv4 [ multicast ] [ unicast ] [ vrf vrf-name ] autonomous-
system as-number
Figura 18
Fonte: Cisco Systems, 2017
Quadro 3 – Parameters for the EIGRP address-family IPv4 Command
Parameter Description
IPv4 Selects te IPv4 protocol address family.
multicast (Optional) Specifies tje multicast address family. This keyword is available only in EIGRP named IPv4 configurations.
unicast (Optional) Specifies the unicast address family. This is the default.
vrt vrf-name (Optional) Specifies the names of the VRF.
autonomous-system
autonomous-system-number
Specifies the autonomous system number.
Fonte: Cisco Systems, 2017
• Address family IPv6:
 » Logo após a definição da address family IPv6, todas as interfaces endereçadas 
serão automaticamente incluídas;
 » A configuração da address family IPv6 será exibida na configuração em execu-
ção, por padrão, como uma família de endereços unicast;
29
UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
 » Você pode configurar ou remover interfaces individuais do processo EIGRP para 
IPv6 utilizando o comando [ af-interface interface-type interface number] no 
modo de configuração específico de address family:
af-interface { default | interface-type interface number }
Quadro 4
Parameter Description
default
Specifies the default address family interface configuration mode. 
Commands applied under this mode affect all interfaces used by the 
address family instance.
interface-type interface number Interface type and number of the interface that the address family submode commands will affect.
Fonte: Cisco Systems, 2017
Observe algumas configurações do address family no named EIGRP:
Figura 19 – Desabilitar o EIGRP para uma interface IPv6
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 20 – Sumarização com named con� g
Fonte: Cisco Systems, 2017
Figura 21 – Confi guração fi nal de um address family com named con� g
Fonte: Cisco Systems, 2017
30
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Assista aos treinamentos da Cisco Systems sobre EIGRP e outros protocolos em:
https://goo.gl/hXsbtG
Conclusão
EIGRP é um protocolo proprietário da Cisco Systems. Nota-se claramente na com-
posição e evolução dessa poderosa ferramenta de roteamento que a intenção de seus 
idealizadores é preencher lacunas deixadas pelos protocolos link state e pelos do mo-
delo vetor de distância. 
A sua evolução é constante, em função dos investimentos em novos recursos, ficando 
claro pelo simples fato de cobrir as configurações do ambiente IPv6 sem precisar de um 
novo protocolo para esse fim, tal como ocorreu com o OSPF. 
O seu algoritmo, Dual, agrega funções sempre desejadas em outras suítes de protocolos.
Por ser proprietário, talvez o único inconveniente seja mesmo não agregar outros 
equipamentos que comumente estão presentes nas redes.
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UNIDADE 
Protocolos de Roteamento IGP
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Análise de tráfego em redes TCP/IP
MOTA FILHO, João Eriberto. Análise de tráfego em redes TCP/IP. [S.l.]: Novatec, [20--].
 Vídeos
EIGRP metric, segundo Sikandar Shaik
https://youtu.be/QJJX9zGEqRQ
 Leitura
Visão geral sobre EIGRP
https://goo.gl/eDEekc
Troubleshooting em adjacências OSPF
https://goo.gl/9qnZwi
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33
Referências
CISCO SYSTEMS. CCNP route. v. 2-3. USA, 2017.
CORMEN, T. H. Algoritmos – teoria e prática. 3. ed. Estados Unidos: Elsevier, 2012.
CORNER, E. D. Redes de computadores e internet. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2016.
FARREL, A. A internet e seus protocolos. Estados Unidos: Elsevier, 2005.
MOTA FILHO, J. E. Análise de tráfego em redes TCP/IP. [S.l.]: Novatec, [20--].
ODOM, W. CCNP route official certification guide. USA: Cisco, 2015.
TANEMBAUM, A. Redes de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson, [20--].
XAVIER, F. C. Roteadores Cisco. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2010.
33

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