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1 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS São beneficiários do regime geral de previdência social as pessoas que mantém vínculo direto com o mesmo, na condição de segurados, ou vínculo indire- to, na condição de dependente. Os segurados, conforme estudamos em capítulo próprio, são as pessoas cujo vínculo direto com a Pre- vidência Social, acarreta direitos e deveres. Os direitos são representados pelos benefícios e serviços pres- tados, desde que preenchidos os requisitos legais. Os deveres correspondem à obrigação de recolher as con- tribuições previdenciárias. Os segurados são classificados em duas categorias: obrigatórios e facultativos. Para o segurado obriga- tório, a vinculação decorre do exercício de atividade laborativa. Para o facultativo a vinculação decorre de manifestação de vontade (ato volitivo). Os dependentes são aqueles que mantém vínculo indireto com a Previdência, já que sua relação com o sistema depende da ocorrência de contingência que atinja o segurado da previdência social. Dependentes Para o direito previdenciário é relevante a depen- dência jurídica e econômica, sendo dependente eco- nômico alguém que viva às expensas do segurado. A legislação previdenciária trata de dependentes presu- midos e comprovados. Dependentes presumidos são aqueles que não pre- cisam demonstrar a dependência econômica, apenas o liame jurídico entre eles e o segurado. Dependentes comprovados devem provar a depen- dência econômica. Importante! Os dependentes têm direito aos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte. O art. 16 da lei 8.213/91 estabelece três classes de dependentes: z Primeira classe (classe preferencial) – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não eman- cipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Reda- ção dada pela Lei nº 13.146, de 2015); z Segunda classe – pais; z Terceira classe – o irmão não emancipado, de qual- quer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015). A ordem de vocação é aplicada apenas uma vez, na data da ocorrência do evento gerador da prestação previdenciária. Neste momento verifica-se quais são os dependentes, aplicando-se a regra legal que determina que os da classe superior excluem os da classe inferior. Os dependentes da mesma classe concorrem em igualdade de condições, de modo que o valor da pensão será dividido igualmente pelo número de dependentes. A dependência econômica da primeira classe é presumida e a das demais deve ser comprovada. O companheiro (a) é aquele que mantém união estável com o segurado, definida esta como a convi- vência pública, continua e duradoura estabelecida com o objetivo de constituir família (art. 1.723 Código Civil). O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá a pensão em igualdade de condições com os demais dependentes de primeira classe. Na hipótese de o segurado estar, na data do seu óbito, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge ou o ex-compa- nheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento ante- rior do benefício. A mulher que renunciou alimentos na separação tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente (Súmula 336 do STJ). A pensão por morte devida ao filho até 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência de curso uni- versitário (Súmula 37 da TNU) O enteado e o menor tutelado, equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma do regulamento. “A prova de união estável e de dependência eco- nômica exigem início de prova material contemporâ- nea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocor- rência de motivo de força maior e ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento” (Lei 13.846/19) O menor sob guarda foi excluído pela Emenda Constitucional 103/19 do rol de dependentes previden- ciários (art. 23, § 6º da Emenda Constitucional 103/19). Espécies De Prestações Conforme previsão expressa do art. 18 da Lei 8.213/91, o Regime Geral de Previdência Social com- preende as seguintes prestações: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de serviço; c) aposentadoria por tempo de contribuição; (Reda- ção dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006) d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; i) abono de permanência em serviço; (Revogada pela Lei nº 8.870, de 1994) II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) 2 b) serviço social; (Revogado pela Medida Provisó- ria nº 905, de 2019) (Revogada pela Medida Provi- sória nº 955, de 2020) Vigência encerrada b) serviço social; (Revogado pela Medida Provisó- ria nº 905, de 2019)(Vigência encerrada) b) serviço social; c) reabilitação profissional. É importante referir que, após a reforma da Previdência Social, trazida pela Emenda Constitucional nº 103/19, a nomenclatura de alguns benefícios foi alterada, assim como a aposentadoria por idade e a aposentadoria por tempo de contribuição foram extintas, passando a existir um único benefício, deno- minado aposentadoria programada, com previsão de idade mínima e tempo mínimo de contribuição. z Aposentadoria por idade: atual aposentadoria programada (idade mínima e tempo mínimo de contribuição); z Aposentadoria por tempo: atual aposentadoria programada (idade mínima e tempo mínimo de contribuição); z Aposentadoria por invalidez: atual aposentadoria por incapacidade permanente; z Auxílio-doença: atual auxílio por incapacidade temporária. O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a presta- ção alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado e salário maternidade. Benefícios São prestações pecuniárias, ou seja, há pagamen- to de valores pela Previdência Social, quando preen- chidos os requisitos legais pelo segurado ou pelos dependentes. Aposentadorias Programadas CF/88 Art. 201 [...] § 7º: É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições – nova reda- ção pela EC 103/19 I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser- vado tempo mínimo de contribuição; II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. § 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei.§ 9º-A O tempo de serviço militar exercido nas ati- vidades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tem- po de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação finan- ceira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribui- ção aos demais regimes. § 10 Lei complementar poderá disciplinar a cober- tura de benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdên- cia Social e pelo setor privado. § 12 Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusi- ve os que se encontram em situação de informali- dade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. § 13 A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo. § 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. § 15 Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários. § 16 Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei.» Importante! Idade mínima: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Tempo de contribuição mínimo: 15 anos para as mulheres e 20 para os homens. A Reforma da Previdência (EC 103/19) promoveu significativas alterações nas regras de acesso às apo- sentadorias programadas. Não apenas unificou as aposentadorias por tem- po de contribuição e por idade, que antes eram dois benefícios distintos, como também trouxe mais rigor nos requisitos que devem ser implementados para obtenção dos benefícios. Quando há uma alteração no sistema de acesso aos benefícios, via de regra, são estabelecidas regras transitórias que vão atingir os segurados que já esta- vam vinculados ao sistema, porém não preencheram os requisitos necessários, pelas regras anteriores, ou seja, não possuem direito adquirido. No Brasil, adota-se a regra no sentido de que antes de implementadas todas as condições para a obtenção de um benefício, o segurado ou dependente só possui expectativa de direito e não direito adquirido. 3 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO Não há, portanto, direito adquirido a regime de previdência, apenas direito adquirido a benefício, o que apenas se concretiza com o preenchimento dos requisitos estabelecidos pela lei antes da mudança. Assim, para quem preencheu os requisitos fixados para obtenção de aposentadoria por tempo de con- tribuição (35 anos de contribuição para o homem, 30 anos para a mulher e carência de 180 meses) ou de aposentadoria por idade (65 anos para homens e 60 para mulheres com carência de 180 meses) até a data de entrada em vigor da EC 103/19, há direito adquiri- do ao benefício pelas regras anteriores. COMO ERA ANTES DA REFORMA Aposentadoria por idade: z 65 anos homens; z 62 anos mulheres; z 180 meses carência. Aposentadoria por Tempo de Contribuição (TC): z 35 anos homens; z 30 anos mulheres; z 180 meses carência. Para os segurados que já estavam no sistema antes da reforma, mas não tem direito adquirido, são apli- cadas as regras de transição. REGRAS DE APOSENTADORIA Direito Adquirido Regras de Tran- sição Regra Nova Preenche os requisitos até a reforma do dia 13.11.2019. Já estava no sistema em 13.11.2019, mas não tinha preenchido os requisitos. Aplicada inte- gralmente para quem ingres- sou no sistema a partir de 13.11.2019. Para as aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, temos as seguintes regras transitórias: z Regra 1: Pontos Art. 15 Ao segurado filiado ao Regime Geral de Pre- vidência Social até a data de entrada em vigor des- ta Emenda Constitucional, fica assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumu- lativamente, os seguintes requisitos: I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 1º e 2º. § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação a que se refere o inciso II do caput será acrescida a cada ano de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento e cinco) pontos, se homem. § 2º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se referem o inciso II do caput e o § 1º. § 3º Para o professor que comprovar exclusivamente 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, será equivalente a 81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, e 100 (cem) pontos, se homem. § 4º O valor da aposentadoria concedida nos ter- mos do disposto neste artigo será apurado na for- ma da lei. z Regra 2: Tempo + Idade mínima Art. 16 Ao segurado filiado ao Regime Geral de Pre- vidência Social até a data de entrada em vigor des- ta Emenda Constitucional fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativa- mente, os seguintes requisitos: I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II - idade de 56 (cinquenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos, se homem. § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade a que se refere o inciso II do caput será acrescida de 6 (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cin- co) anos de idade, se homem. § 2º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a idade de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão reduzidos em 5 (cinco) anos, sendo, a partir de 1º de janeiro de 2020, acrescidos 6 (seis) meses, a cada ano, às idades previstas no inciso II do caput, até atingirem 57 (cinquenta e sete) anos, se mulher, e 60 (sessenta) anos, se homem. § 3º O valor da aposentadoria concedida nos ter- mos do disposto neste artigo será apurado na for- ma da lei. z Regra 3: Pedágio 50% para segurado que este- ja há 2 anos ou menos da aposentadoria pela regra anterior Art. 17 Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional e que na referida data contar com mais de 28 (vinte e oito) anos de contribuição, se mulher, e 33 (trinta e três) anos de contribuição, se homem, fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativamen- te, os seguintes requisitos: I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II - cumprimento de período adicional correspon- dente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data de entrada em vigor desta Emenda Cons- titucional, faltaria para atingir 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco)anos de contribuição, se homem. Parágrafo único. O benefício concedido nos termos deste artigo terá seu valor apurado de acordo com a média aritmética simples dos salários de contri- buição e das remunerações calculada na forma da lei, multiplicada pelo fator previdenciário, calcula- do na forma do disposto nos §§ 7º a 9º do art. 29 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. 4 z Regra 4: Idade progressiva Art. 18 O segurado de que trata o inciso I do § 7º do art. 201 da Constituição Federal filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (ses- senta e cinco) anos de idade, se homem; e II - 15 (quinze) anos de contribuição, para ambos os sexos. § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 (sessenta) anos da mulher, prevista no inciso I do caput, será acrescida em 6 (seis) meses a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade. § 2º O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na forma da lei. z Regra 5: Pedágio 100% Art. 20 O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emen- da Constitucional poderá aposentar-se volunta- riamente quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem; II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; III - para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; IV - período adicional de contribuição corresponden- te ao tempo que, na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir o tem- po mínimo de contribuição referido no inciso II. § 1º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para ambos os sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cinco) anos. § 2º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do disposto neste artigo corresponderá: I - em relação ao servidor público que tenha ingres- sado no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de 2003 e que não tenha feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da Constituição Federal, à totalidade da remuneração no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, observado o disposto no § 8º do art. 4º; e II - em relação aos demais servidores públicos e aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, ao valor apurado na forma da lei. § 3º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do disposto neste artigo não será inferior ao valor a que se refere o § 2º do art. 201 da Constituição Federal e será reajustado: I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, se cumpridos os requisitos previstos no inciso I do § 2º; II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social, na hipótese prevista no inci- so II do § 2º. § 4º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao res- pectivo regime próprio de previdência social. Para os professores, como se viu, “o requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar”. São exigidos, portanto, 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício do magistério na educação infantil, ensino médio ou fundamental e idade mínima de 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (ses- senta) anos de idade, se homem. Anteriormente à reforma, o professor aposentava comprovando 25 (vinte e cinco) anos de magistério, se mulher e 30 (trinta) anos, se homem, na educação infantil, ensino médio e fundamental, sem necessidade de cumprimento de requisito etário (idade mínima). RESUMO DAS REGRAS TRANSITÓRIAS NA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO z Regra dos pontos: � 30 TC (Mulher)/ 35 (Homem); � 86 pontos (M)/ 96 pontos (H) – Idade + TC; � Janeiro de 2020 sobe 1 ponto por ano até chegar 100 (M)/105 (H); � Professor (30TC (H)/25TC (M)/81 pontos (M)/ 91 pontos (H)/ aumenta até 92 (M)/ 100(H). z Regra do Tempo Mínimo + Idade Mínima: � 30TC (M)/ 35TC (H); � 56 idade (M)/ 61 (H); � Idade sobre 6 meses a partir de jan/20 - até 62 (M)/ 65(H). � Professor (tempo e idade reduzidos em 5 anos. z Pedágio 50%: � 28 TC(M)/33 TC(H) na data da reforma; � Pedágio de 50% que faltava para atingir 30 TC(M)/ 35 TC(H) na data da reforma; � Benefício com aplicação do fator previdenciário. z Pedágio 100%: � 57 idade (M)/ 60 idade (H); � 30 TC (M)/ 35 TC(H); � Pedágio 100% do tempo que faltava para atin- gir 30 TC (M)/35 TC(H) na data da reforma; � Requisitos reduzidos em 5 anos para professores. RESUMO DAS REGRAS TRANSITÓRIAS NA APOSENTADORIA POR IDADE z Regra da idade progressiva: � 60 anos (M)/ 65 anos (H) � 15 TC; � Idade da mulher aumenta 6 meses a partir de 01.01.20 até chegar a 62. Na aposentadoria especial, há, também, substan- cial alteração. 5 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO O benefício, anteriormente à Reforma, não exigia idade mínima, e era devido após a comprovação da exposição a agentes que prejudicavam a saúde ou a integridade física, por 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, dependendo da gravidade do agente, conforme disposto no regulamento. Após a reforma, além da exposição pelo tempo fixado no regulamento, de acordo com a gravidade do agente, ainda será preciso cumprir a idade mínima de: z 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição; z 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou z 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição. Há, todavia, a regra de transição, por pontos: Art. 21 O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdên- cia Social ou ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional cujas atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes quí- micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracteriza- ção por categoria profissional ou ocupação, desde que cumpridos, no caso do servidor, o tempo míni- mo de 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, na forma dos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, pode- rão aposentar-se quando o total da soma resultante da sua idade e do tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de: I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição; II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição. § 1º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se refere o caput. § 2º O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na forma da lei. § 3º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípioscujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, na forma do § 4º-C do art. 40 da Constituição Federal, as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de previ- dência social. “A comprovação do tempo de serviço para fins do disposto nesta Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial, observado o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando for baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma prevista no Regulamento” (art. 55, § 3º da Lei 8.213/91). Importante! Conforme entendimento do supremo tribunal federal (STF - REXT 631.240), há necessidade de prévio requerimento administrativo para se bus- car judicialmente um benefício. Não há necessi- dade de esgotamento da via administrativa. Algumas regras anteriores à reforma da Previdên- cia Social, relativas às aposentadorias programadas, continuam em plena vigência, mesmo para aque- las situações em que os requisitos são preenchidos posteriormente. É o caso, por exemplo, da aposentadoria por ida- de do trabalhador rural, que tem direito à redução de 5 (cinco) anos na idade fixada na Constituição e não foi impactado pela reforma: 60 anos de idade para homens e 55 de idade para mulheres, conforme esta- belece o inciso II do § 7º do art. 201 da Constituição Federal Beneficiam-se da redução de 5 (cinco) anos: z Empregado rural; z Trabalhador eventual em serviço de natureza rural; z Trabalhador avulso rural; z Segurado especial; z Garimpeiro que trabalhe em regime de economia familiar. Os trabalhadores rurais devem comprovar o efe- tivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao núme- ro de meses de contribuição correspondente à carên- cia do benefício. Se não contar com o tempo mínimo de carência, o rural pode aposentar-se com a idade prevista para o trabalhador urbano: 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, somando o tempo rural com o tem- po de contribuição em outras categorias (aposenta- doria híbrida). A carência, neste caso, fica mantida em 180 meses. Conforme entendimento jurisprudencial, “o segu- rado especial tem que estar laborando no campo, quan- do completar a idade mínima para se aposentar por idade rural, momento em que poderá requerer o seu benefício. Ressalvada a hipótese do direito adquirido, em que o segurado especial, embora não tenha reque- rido sua aposentadoria por idade rural, preenchera de forma concomitante, no passado, ambos os requisitos carência e idade”. (STJ – Resp nº 1354908/SP) Outra aposentadoria não impactada pela reforma da Previdência foi a aposentadoria do deficiente, prevista na Lei Complementar n° 142/2013. Deficiente é pessoa com impedimento de longo pra- zo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 6 O deficiente, na forma da lei, terá o tempo de con- tribuição exigido para a aposentadoria reduzido, de acordo com o grau de deficiência. Critérios diferenciados: DEFICIÊNCIA GRAVE Homem: 25 TC Mulher: 20 TC DEFICIÊNCIA MODERADA Homem: 29 TC Mulher: 24 TC DEFICIÊNCIA LEVE Homem: 33 TC Mulher: 28 TC Poderá, ainda, independentemente do grau de deficiência, aposentar por idade, com idade reduzi- da para 60 anos, se homem e 55 anos, se mulher, com carência de 180 contribuições. A própria Emenda nº 103/19, em seu art. 22, pre- servou as regras anteriores, até que a lei discipline de modo diverso, sendo clara no sentido de que a mesma “será concedida na forma da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios”. Para identificação da deficiência deve ser realiza- da perícia biopsicossocial, que avaliará o grau de defi- ciência, a data de início e possíveis alterações no grau. Nas situações em que a deficiência se verificar após a filiação ou quando houver modificação de seu grau, os parâmetros serão ajustados proporcional- mente e os períodos serão somados, após conversão, conforme tabela prevista no Regulamento. O grau preponderante é aquele em que o segura- do cumpriu a maior parte do tempo de contribuição, antes da conversão. Nas situações em que o segurado não cumprir todo o tempo necessário na condição de deficiente, é admi- tida a conversão, para fins de aposentadoria por tem- po de contribuição comum. A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada, no mes- mo período contributivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição relativos às atividades exer- cidas sob condições especiais que prejudiquem a saú- de ou a integridade física. A renda mensal inicial deste benefício não foi alte- rada pela reforma, de modo que prevalece a regra anterior, ou seja, 100% (cem por cento) do salário de benefício, nos casos de aposentadoria por tempo de contribuição e 70% (setenta por cento), acrescida de 1% (um por cento) por cada grupo de 12 (doze) contri- buições, limitado o acréscimo a 30% (trinta por cento), com aplicação facultativa do fator previdenciário. Para fins da aposentadoria especial, a par de todas as modificações, os critérios para caracterização da atividade especial são previstos nos arts. 57 e 58 da Lei 8213/91e arts. 64 a 70 e anexo IV (agentes nocivos) do Decreto 3.048/99. A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empre- gado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A nova regra trazida pela Reforma da Previdência mantém o tempo de exposição, mas traz a exigência de idade mínima, que não existia anteriormente. IDADE TEMPO DE EXPOSIÇÃO 55 15 58 20 60 25 Há, como vimos, a regra de transição dos pontos, que se aplica aos segurados que já estavam no sistema quando da reforma da previdência. Para fazer jus à aposentadoria especial, os segu- rados devem comprovar o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profis- sional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispõe o regulamento. O tempo de trabalho em atividade especial deve ser permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Não existe diferença de tempo entre homens e mulheres. Trata-se de exceção à regra do art. 201, que pre- leciona não ser possível diferenciar critérios e requi- sitos para concessão de aposentadoria, a não ser nos casos de atividades sob condições especiais. Até a edição da Lei 9.032/95, o enquadramen- to se dava em função da categoria profissional. Ex. engenheiro Após a Lei 9.032/95, há necessidade de compro- vação da efetiva exposição do trabalhador aos agen- tes prejudiciais à saúde, de forma efetiva, habitual e permanente. Atualmente, comprovação é feita pelo PPP (Per- fil Profissiográfico Previdenciário), preenchido pela empresa, pela cooperativa ou pelo órgão gestor de mão de obra ou sindicato (trabalhador avulso), para todos os agentes agressivos. Anteriormente só se exi- gia laudo para ruídoe calor. Esse documento é elaborado com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT) e subscrito por médico ou engenheiro de segurança e saúde no trabalho, devendo constar dele, ainda, ques- tões como o uso de equipamentos de proteção indivi- dual e coletiva, de acordo com a legislação trabalhista. Deve ser observado o princípio tempus regit actum, ou seja, verificar qual a legislação estava em vigor no tempo do exercício da atividade. Importante! Para ter direito à aposentadoria especial, é necessário que o segurado trabalhe durante todo o tempo em atividade especial, não precisa ser na mesma empresa ou na mesma atividade, mas precisa ser especial. 7 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO Quando o segurado exerce uma atividade especial, porém não atinge o tempo de contribuição suficiente à aposentadoria nesta modalidade, é possível conver- ter este tempo especial em comum. Não é admitida, todavia, a conversão de tempo comum em especial. Esta regra, que admite a possibilidade de conver- são de tempo especial em comum, foi limitada pela Emenda Constitucional nº 103/19, de modo que só é possível converter tempo trabalhado até 13.11.2019. O tempo especial posterior à reforma não pode ser convertido em comum. O segurado que recebe aposentadoria especial não pode continuar ou retornar ao exercício de atividades ou operações que o sujeitassem aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos. Esta vedação foi validada pelo Supremo Tribunal Federal (Tema 709). Agentes nocivos podem ser definidos como os que podem trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integri- dade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua concentração, intensidade ou expo- sição aos agentes. Agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibração, frio, calor, pressões anormais, radiações ionizantes, umidade etc. Agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou que, pela natureza da atividade da exposição, possam ter contato ou ser absorvidas pelo organismo por meio da pele ou por ingestão. São exemplos: névoas, neblinas, poeiras, fumos, gases, vapores de substâncias nocivas etc. Agentes biológicos são microorganismos como bacilos, bactérias, fungos, parasitas etc. TABELAS DE CONVERSÃO Tabela 1 – Exercício De Mais De Uma Atividade Especial TEMPO A CONVERTER PARA 15 ANOS PARA 20 ANOS PARA 25 ANOS De 15 Anos - 1,33 1,67 De 20 Anos 0,75 - 1,25 De 25 Anos 0,60 0,80 - Exemplo prático: José trabalhou 10 anos em uma atividade que lhe garantia aposentadoria especial com 20 anos. Depois trabalhou em atividade que lhe garantia aposentadoria especial com 25 anos. Então converte-se o tempo de 16 anos na faixa de 20 para a faixa de 25, multiplicando-se por 1,25: resul- tado 20, ou seja, precisa trabalhar mais 5 anos para se aposentar especialmente na atividade que desempe- nha atualmente. Tabela 2 – Conversão De Tempo Especial Em Tempo Comum – Cuidado: neste caso a aposentadoria que será con- cedida é a por tempo de contribuição e não a especial e só é admitida a conversão para tempo trabalhado até 13.11.2019 TEMPO A CONVERTER MULHER (PARA 30 ANOS) HOMEM (PARA 35 ANOS) De 15 Anos 2,00 2,33 De 20 Anos 1,50 1,75 De 25 Anos 1,20 1,40 Exemplo: Joaquim trabalhou 15 anos em ativida- de especial, que lhe garantia a aposentadoria após 25 anos. Depois disso passou a exercer atividade comum. Para converter o tempo especial em tempo comum, multiplicamos o tempo trabalhado, 15 anos, por 1,40. Atingimos, então, o tempo de 21 anos. Nesse caso, Joa- quim terá que trabalhar mais 14 anos em atividade comum para se aposentar com 35 anos de contribui- ção (sem a conversão, deveria trabalhar mais 20 anos). Somente é admitida a conversão de tempo especial em comum, para períodos de trabalho até a entrada em vigor da Emenda 103/19 (13.11.2019) Importante! Na forma de como dispõe a Lei 10.666/2003, não há necessidade cumprir o requisito qualidade de segurado nas aposentadorias programadas (ida- de, tempo de contribuição e especial). Aposentadoria Por Invalidez (Aposentadoria Por Incapacidade Permanente – Nova Nomenclatu- ra Pela EC 103/19) A aposentadoria por incapacidade permanente, que antes da reforma era denominada aposentado- ria por invalidez, é um benefício destinado à incapa- cidade total para o trabalho, ou seja, o segurado não consegue exercer nenhuma profissão, em razão do quadro de saúde. Imagine um segurado que sofre um acidente de moto e fica paraplégico, sem qualquer condi- ção de voltar a trabalhar. Neste caso, será devida a aposentadoria. Este benefício por incapacidade, devido, portanto, nas situações em que o segurado não pode exercer nenhuma atividade remunerada que garanta sua subsistência, tem previsão legal nos arts. 42 a 47 da Lei 8.213/91. Devida a todos os tipos de segurados, quando de espécie previdenciária, em razão de incapacidade total e permanente para o trabalho e dura enquanto permanecer esta condição. Os benefícios decorren- tes de acidentes do trabalho são devidos apenas para empregado, empregado doméstico, trabalhador avul- so e segurado especial. Não é, portanto, vitalícia, já que pode ser obje- to de reavaliação pericial, a não ser nas hipóteses expressamente previstas na lei, em que o segurado estará dispensado do exame. Não necessariamente deve ser precedida de um auxílio-doença. O risco protegido é a incapacidade laboral. É bene- fício substitutivo dos salários, já que o aposentado por incapacidade permanente tem vedação legal de vol- tar às atividades, sob pena de suspensão do benefício previdenciário. 8 Há necessidade de comprovação da invalidez, por meio de exame médico a ser realizado por perito médico federal, podendo o segurado ser acompanha- do, na perícia, por médico de sua confiança, as suas expensas. Trata-se de incapacidade laborativa, e não de inca- pacidade absoluta, total e completa para atos da vida civil. Para cálculo do benefício, após a reforma da pre- vidência social, é aplicado um coeficiente de 60% (ses- senta por cento), acrescido de 2% (dois por cento), por cada ano que ultrapasse 15 (quinze) de contribuição para a mulher e 20 (vinte) para o homem. Este coe- ficiente é aplicado no salário de benefício (média aritmética simples de todos os salários de contribui- ção a partir da competência julho/1994 ou da data de ingresso no sistema, se posterior a esta data). Em caso de aposentadoria por incapacidade per- manente decorrente de acidente do trabalho, o coefi- ciente será sempre de 100% (cem por cento). Por exemplo: INSS concede à João aposentado- ria por incapacidade permanente não decorrente de acidente de trabalho. João tem 25 anos de tempo de contribuição. z Cálculo: 60% + 2% (cada ano que supera 20 – no caso de João, tem 5 anos que superam os 20) – 60% + 2%x5 = 70%. A renda inicial da aposentadoria de João será de 70% do seu salário de benefício (média). A cobertura previdenciária é vedada ao segurado que ingressa no sistema já incapacitado para o tra- balho. Há cobertura, entretanto, se a incapacidade decorrer de progressão ou agravamento dessa doen- ça ou lesão. Segundo a norma inscrita no § 2o do art. 42 da Lei 8.213/91, “A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”. A carência é de 12 contribuições mensais para a aposentadoria por incapacidade permanente comum e não há carência para acidente do trabalho ou de qualquer natureza, doenças profissionais ou doenças do trabalho e doenças catalogadas no art. 151 da Lei 8.213/91, enquanto a lista não é elaborada. Diferentemente das aposentadorias por tempo, idade e especial, é exigida a qualidade de segurado.Em caso de grande invalidez (art. 45 da Lei 8.213/91) acrescenta 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do salário de benefício, ainda que ultra- passe o limite superior do salário de benefício (teto). A grande invalidez é a incapacidade total e per- manente de tal proporção que acarreta a necessidade permanente do auxílio de terceiros para o desenvolvi- mento das atividades cotidianas, em virtude da ampli- tude da perda da autonomia física, motora ou mental, que impede a pessoa de realizar os atos diários mais simples, tal como as necessidades fisiológicas. A grande invalidez é personalíssima, de modo que o acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) não se transmite à pensão por morte. A relação das situa- ções de grande invalidez, estão no Anexo I do Decreto 3048/99 e são as seguintes: 1 - cegueira total; 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta; 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, ainda que a prótese seja possível; 5 - Perda de um das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível; 6 - perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível; 7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social; 8 - Doença que exija permanência continua no leito; 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária; O rol, todavia, é exemplificativo, de modo que, na prática, podem ser avaliadas as condições do segura- do e a efetiva necessidade do terceiro. Portanto, o benefício é devido: I- se o segurado estivava recebendo auxílio-doença, a partir do dia imediatamente seguinte à alta deste; II- se o segurado não estava recebendo auxílio-doença: a) empregado: a contar do 16º dia de afastamen- to ou a partir da entrada do requerimento se entre esse e o afastamento decorrerem mais de 30 dias; b) empregado doméstico, avulso, contribuinte individual, especial e facultativo: a contar do início da incapacidade ou da data do requerimento se entre essas duas transcorrerem mais de 30 dias. Da mesma forma, temos a disposição de como o benefício pode cessar: 1 - com a morte do segurado, gerando pensão por morte se o caso; 2 - pelo retorno voluntário ao trabalho, 3 - com a recuperação da capacidade, observa- dos os seguintes critérios:- a) se a recuperação for total e ocorrer dentro de cinco anos, contados da data do início da aposenta- doria ou do auxílio-doença: imediatamente para o segurado empregado que tiver direito a retomar a função ou após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez para os demais segurados; b) se a recuperação for parcial ou total, mas ocor- rer após 5 anos, a aposentadoria será mantida, independentemente da volta ao trabalho: � no seu valor integral durante 6 meses; � com redução de 50% nos próximos 6 meses; � com redução de 75% por mais 6 meses, após o qual cessará definitivamente. Os valores recebidos pelo segurado, quando a ces- sação da aposentadoria por incapacidade permanen- te não é imediata, são chamados de mensalidade de recuperação. Dispõe o art. 475 da Consolidação das Leis do Tra- balho que “O empregado que for aposentado por inva- lidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício”. Resta claro, assim, que a aposentadoria por inca- pacidade permanente não constitui causa de extin- ção do contrato de trabalho, mas sim de suspensão, o que implica necessária conclusão no sentido de que o empregado deve reassumir seu posto de trabalho no 9 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO caso de recuperação da capacidade laborativa com consequente cancelamento da aposentadoria (art. 47 – Lei 8.213/91) Dispõe o art. 43, § 4º da Lei 8.213/91, que “o segu- rado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, conce- dida judicial ou administrativamente, observado o dis- posto no art. 101 desta Lei.” Já o § 5º, estabelece que “a pessoa com HIV/aids é dispensada da avaliação referida no § 4º deste artigo” Os demais casos de dispensa da perícia de reava- liação estão previstos no art. 101 da Lei 8.213/91: Art. 101 [...] § 1º O aposentado por invalidez e o pensionista inválido que não tenham retornado à atividade estarão isentos do exame de que trata o caput deste artigo: I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade e quando decorridos quinze anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu ou II - após completarem sessenta anos de idade. § 4° A perícia de que trata este artigo terá acesso aos prontuários médicos do periciado no Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do periciado e seja garantido o sigilo sobre os dados dele Referida isenção não se aplica nas seguintes situações: I - verificação da necessidade de assistência perma- nente de outra pessoa para a concessão do acrés- cimo de vinte e cinco por cento sobre o valor do benefício; II - verificação da recuperação da capacidade labo- rativa, por meio de solicitação do aposentado que se julgar apto; ou III - subsídios à autoridade judiciária na concessão de curatela. Nos casos em que o aposentado por incapacidade permanente entender que tem condições de retornar ao trabalho, deve solicitar à Previdência a realização de perícia médica. Se retornar voluntariamente, o benefício será cessado. Importante! SÚMULA 576 STJ - Ausente requerimento admi- nistrativo no INSS, o termo inicial para a implan- tação da aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será a data da citação válida. A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente, inclusive quando precedida de auxílio por incapacidade temporária concedido na forma prevista no art. 73, fica condicionada ao afastamento do segurado de todas as suas atividades. Auxílio Por Incapacidade Temporária (Antigo Auxílio Doença) O auxílio por incapacidade temporária, como o próprio nome identifica, é o benefício devido no período em que o segurado ficar incapacitado de for- ma total, porém temporária, para o seu trabalho. Isto significa que será devido enquanto o prog- nóstico médico identificar a possibilidade tratamento médico e enquanto perdurar esta condição, ou seja, até recuperar sua capacidade laborativa ou até que a incapacidade se torne permanente, quando passará a receber o benefício correspondente. Devido a todos os tipos de segurados, quando de espécie previdenciária. Os benefícios decorrentes de aci- dentes do trabalho são devidos apenas para empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e segurado especial. Exige carência de 12 contribuições mensais no caso de benefício comum e sem carência para aciden- tes do trabalho ou de qualquer natureza, doenças pro- fissionais ou do trabalho e doenças catalogadas pelo Ministério da Saúde. Necessária a incapacidade para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias. Os pri- meiros quinze dias, de responsabilidade do empre- gador, são chamados período de espera, ficando o contrato de trabalho interrompido. Após o 16º (décimo sexto) dia de afastamento, o INSS passa a pagar o auxílio por incapacidade tempo- rária e o contrato de trabalho fica suspenso. Conforme dispõe o inciso II, do art. 72, do Decreto 3048/99, para os demais segurados o termo inicial do benefício se dá na da data do início da incapacidade, para os demais segurados, desde que o afastamento seja superior a quinze dias. Auxílio por incapacidade temporária = Incapaci- dade total e temporária. O Auxílio por incapacidade temporária não tem prazo máximo para pagamento. Não é devido em caso de doença ou lesão pré-adqui- rida, salvo nos casos de agravamento, conforme previs- to para a aposentadoria por incapacidade permanente. A concessão do benefício gera direito subjetivoà percepção dos seguintes serviços: processo de reabi- litação profissional e tratamento médico às expensas da Previdência Social. Segurado deve ser submetido aos tratamentos indicados pela Previdência, sendo certo que não é obrigado a submeter-se a procedimento cirúrgico ou transfusão de sangue. O início para o segurado empregado e a data de início é o 16º dia do afastamento. Para os demais, é a própria data de início da incapacidade, valendo a regra dos 30 dias entre essas datas e o requerimento administrativo. O pagamento de novo benefício decorrente da mesma doença em até 60 dias da cessação do anterior desobriga a empresa do pagamento do período de espera (15 dias). Cessação do benefício com a morte, o restabele- cimento do segurado; a conversão da aposentadoria por invalidez ou a habilitação para outra ativida- de que lhe garanta a subsistência, após processo de reabilitação. Pode ser concedido de ofício pela Previdência quando tiver ciência da incapacidade, mesmo quando o segurado não tenha requerido o benefício. O exame médico, a cargo do INSS, fixará a data do início da doença (DID) e a data do início da incapaci- dade (DII). Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou administra- tivo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. 10 Quando não fixado prazo de recuperação estima- da, será aplicado o limite de 120 (cento e vinte) dias, preservado o direito do segurado de promover o pedi- do de prorrogação. Independentemente de a concessão do benefício ser judicial ou administrativa, a autarquia previden- ciária pode, a qualquer momento, convocar o segura- do para avaliação das condições que ensejaram sua concessão ou manutenção, observado o disposto no art. 101 já estudado (hipóteses de dispensa da avalia- ção). Da decisão de cessação cabe recurso administra- tivo, no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 62 O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Parágrafo único. O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de ati- vidade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez. A partir da Lei 13.846/19, o auxílio-doença não será devido a segurado recluso em regime fechado. Se for recolhido à prisão em gozo de auxílio-doença, o bene- fício será suspenso. A suspensão se dá no prazo máximo de 60 (sessen- ta) dias, sendo cessado após o fim deste período. Caso seja colocado em liberdade antes de findo o prazo, o benefício será restabelecido desde a data da soltura. Se a prisão for declarada ilegal, o segurado terá direito à percepção do benefício por todo o período devido. Importante! Súmula 72 da TNU – “É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante o período em que houve exercício de atividade remunera- da quando comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou”. Este posicionamento foi rati- ficado pelo Superior Tribunal de Justiça, no julga- mento do Tema 1.013. Auxílio Acidente O benefício é devido ao segurado após a consoli- dação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, que resultem em redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia a impos- sibilidade de exercício da mesma atividade da época do acidente, mas com possibilidade de desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional. Não há exigência de carência, mas há a necessida- de de ostentar qualidade de segurado, ou, ao menos, estar no chamado período de graça. Apenas tem direito os empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais É direito auxílio acidente nas seguintes hipóteses: z Acidente de qualquer natureza; z Acidente do trabalho; z Doenças profissionais; z Doenças do trabalho; z Concausas e equiparações. O auxílio acidente está previsto apenas para inca- pacidade parcial e permanente. O benefício de auxílio acidente tem caráter indeni- zatório, ou seja, não substitui salário ou remuneração, podendo ter valor inferior a um salário mínimo. O segurado pode trabalhar e receber o benefício ao mesmo tempo. O benefício, não obstante indenizatório, é pago mensalmente ao segurado, até a véspera de qualquer aposentadoria. Para o INSS, a perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio- -acidente quando, além do reconhecimento do nexo de causal entre o trabalho e a doença, resultar com- provadamente redução ou perda da capacidade para o trabalho. Salário Maternidade O salário maternidade é o benefício previdenciá- rio (prestação pecuniária) pago durante o período de licença maternidade. São fatos geradores do benefício: o parto, a adoção, a guarda para fins de adoção e o aborto não criminoso. É devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, podendo, todavia, ser iniciado após o parto ou ocorrência do fato gerador. Na adoção ou guarda para fins de adoção, o bene- fício é devido pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias, independentemente da idade da criança adotada, que será pago, nesta situação, diretamente pela Previdên- cia Social. O benefício não pode ser concedido a mais de um segurado, em decorrência do mesmo fato gerador, regra que tem duas exceções: z Concessão à mãe biológica e à mãe adotante; z Concessão no caso de óbito do titular, quando será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade. Este último deve ser requerido até o último dia do prazo para o término do salário-maternidade originá- rio e será pago diretamente pela Previdência Social e será calculado sobre: Art. 71-B [...] I – a remuneração integral, para o empregado e tra- balhador avulso; II – o último salário-de-contribuição, para o empre- gado doméstico; III – 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários de contribuição, apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte individual, facultativo e desemprega- do; e IV – o valor do salário mínimo, para o segurado especial.” (Lei 8.213/91) 11 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO É condição para a percepção do benefício, o afas- tamento do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício. Cálculo do benefício não obedece à regra geral de coeficiente sobre salário-de-benefício, sendo calcula- do em: I – valor integral da última remuneração para empregado e trabalhador avulso; II - em um valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição, para a segurada emprega- da doméstica; III - em um doze avos do valor sobre o qual inci- diu sua última contribuição anual, para a segurada especial, com garantia de 1 salário mínimo; IV - em um doze avos da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados em um perío- do não superior a quinze meses, para as demais seguradas. No caso de segurada desempregada, que mantém a qualidade de segurada por conta do período de gra- ça, o cálculo se dá em um doze avos da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados em um período não superior a quinze meses. Para contribuintes individuais, especiais e faculta- tivas, é exigida carência de 10 contribuições mensais. No caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalen- tes ao número de meses em que o parto foi antecipado. A segurada especial deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural nos 10 meses que antece-deram o parto ou requerimento, podendo esse prazo ser reduzido se o parto for antecipado. As seguradas empregadas (inclusive domésticas) e as avulsas estão dispensadas de carência. No caso de aborto não criminoso, a segurada tem direito ao benefício por 2 (duas) semanas. Em caso de natimorto, por 120 (cento e vinte) dias. No caso de adoção, o início será a apresentação do termo de guarda ou da sentença de adoção. Em casos excepcionais, em função da necessidade de maior tempo para a recuperação da gestação, os períodos de descanso antes e depois do parto pode- rão ser aumentadas duas semanas cada um, mediante atestado médico (art. 392, § 2o da CLT). É importante lembrar que segurada aposentada que volta a trabalhar tem direito ao salário-maternidade. Salário-Família Benefício devido ao segurado empregado, empre- gado doméstico e ao trabalhador avulso, que tenham salário-de-contribuição inferior ou igual a R$1.425,26 (valor válido para o ano de 2020), na proporção do respectivo número de filhos de até 14 anos ou inváli- dos, além dos equiparados (tutelados e enteados). O benefício é devido ao segurado, e não aos dependentes. O salário-família será pago mensalmente: I - ao empregado, inclusive o doméstico, pela empre- sa ou pelo empregador doméstico, juntamente com o salário, e ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou órgão gestor de mão de obra, por meio de convênio; II - ao empregado, inclusive o doméstico, e ao traba- lhador avulso aposentados por incapacidade per- manente ou em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pelo INSS, juntamente com o benefício; III - ao trabalhador rural aposentado por idade aos sessenta anos, se do sexo masculino, ou cinqüenta e cinco anos, se do sexo feminino, pelo Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com a apo- sentadoria; e IV - aos demais empregados, inclusive os domésti- cos, e aos trabalhadores avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou aos sessenta anos, se mulher, pelo INSS, juntamente com a aposentadoria. Importante! “O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (qua- torze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2020, é de R$ 51,27 (cinquenta e um reais e vinte e sete cen- tavos) para o segurado com remuneração não superior a R$1.503,25 (um mil quinhentos e três reais e vinte e cinco centavos) (Portaria SEPRT 477/2021 – art. 4º). O valor da cota do salário família é atualizado todos os anos por Portaria administrativa. As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qual- quer efeito, ao salário ou ao benefício. Na forma de como dispõe o art. 84 do Decreto 3.048/99, o pagamento do benefício ocorrerá a partir da data de apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao enteado e ao menor tutelado, desde que comprovada a dependên- cia econômica dos dois últimos, e fica condicionado à apresentação anual de atestado de vacinação obrigató- ria dos referidos dependentes, de até seis anos de ida- de, e de comprovação semestral de frequência à escola dos referidos dependentes, a partir de quatro anos de idade, e, para o empregado doméstico, apenas certidão de nascimento do filho ou a documentação relativa ao enteado e ao menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica dos dois últimos. Extinção do benefício ocorre com: z Término da relação de emprego ou contrato com sindicato; z Morte do segurado/filho ou equiparado, a partir do mês seguinte ao óbito; z Atingimento da idade legal máxima (14 anos); z Cessação da invalidez do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte. É devido ao pai e à mãe se ambos forem segurados e preencherem os requisitos, sendo que, em caso de divórcio ou separação, passará a ser pago a quem ficar responsável pelo sustento do menor. A inva- lidez do filho será comprovada por perícia médica administrativa. 12 Auxílio Reclusão O auxílio-reclusão, cumprida a carência de 24 (vin- te e quatro) contribuições, será devido, nas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado de baixa renda (mesmo valor aplicado ao salário família) recolhido à prisão em regime fechado que não rece- ber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de pensão por morte, de salário-ma- ternidade, de aposentadoria ou de abono de perma- nência em serviço. O requerimento deverá ser instruído com certidão judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de prova de permanência na condição de presidiário. A verificação da renda mensal bruta para enqua- dramento do segurado como de baixa renda ocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período de doze meses anteriores ao mês do recolhi- mento à prisão. Anteriormente à Lei 13.846/19, era utilizado o valor do último salário de contribuição O exercício de atividade remunerada do segurado recluso, em cumprimento de pena em regime fecha- do, não acarreta a perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependentes. Segundo entendimento do STF a renda a ser consi- derada é a do segurado e não dos dependentes (Súmu- la nº 89). Visa proteger os dependentes do segurado que ficam privados dos recursos para a subsistência em decorrência da prisão do segurado que proporciona- va o apoio econômico. Dica O segurado deve ser recolhido em Regime Fecha- do Apenas (Alteração da Lei 13.846/2019). O benefício tem termo inicial fixado do mesmo critério da pensão por morte, ou seja, é devido des- de o efetivo recolhimento do segurado à prisão, se o benefício for requerido no prazo de cento e oiten- ta dias, para os filhos menores de dezesseis anos, ou de noventa dias, para os demais dependentes; ou do requerimento, se o benefício for requerido após estes prazos. A EC 103/19, em seu art. 27, estabelece que o auxí- lio reclusão será calculado na forma da pensão por morte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário- -mínimo e nem ser inferior a este limite, observando- -se que as cotas dos dependentes podem ficar abaixo do salário, desde que a somatória, valor total do bene- fício, seja de um salário. Pensão Por Morte Benefício de prestação continuada devido aos dependentes do segurado que falecer nesta condição. Exigida, portanto, a qualidade de segurado. Cabe o benefício nos casos de perda da qualidade de segurado do falecido quando o instituidor do bene- fício tenha implementado todos os requisitos para obtenção de uma aposentadoria até a data do óbito (Súmula 416 STJ). Importante! Súmula 340 do STJ – “A lei aplicável à conces- são de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado”. A pensão é definitiva em caso de morte real e pro- visória quando decorrente de morte presumida (art. 78 da Lei 8213/91). Art. 78 Por morte presumida do segurado, declara- da pela autoridade judicial competente, depois de 6 (seis) meses de ausência, será concedida pensão provisória, na forma desta Subseção. § 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado em conseqüência de acidente, desastre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provisória inde- pendentemente da declaração e do prazo deste artigo. § 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessará imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé. Início do pagamento: z Data do óbito, quando requerida em até cento e oitenta dias após o óbito, para filhos menores de dezesseis anos ou em até 90 dias após o óbi- to, para os demais dependentes (Redação da Lei 13.846/2019); z Data do requerimento, quando requerida após o prazo de 90 dias contados do óbito; e z Da decisão judicial, em caso de morte presumida. A Lei 13.846/19 trouxe alterações importan- tes à Lei 8.213/91. Uma delas diz respeito à perda da pensão no caso de condenação criminal por sentença com trânsitoem julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis. Outra é relativa à possibilidade de habilitação pro- visória na pensão por morte nos casos de propositura de ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, situação em que a cota cabente ao pre- tenso dependente ficará reservada e será paga apenas após o trânsito em julgado da decisão. Esta habilitação provisória poderá ser processada de ofício nos casos em que o INSS for parte na ação judicial. No caso de improcedência da ação, o valor reserva- do será revertido aos demais dependentes, de acordo com as cotas e o tempo de duração de seus benefícios. Na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judi- cial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancela- mento anterior do benefício. “Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casa- mento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício 13 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.” (artigo 74, § 2º da Lei 8.213/91) Alteração importante (lei 13.135/15) – cessação da pensão por morte § 2o O direito à percepção de cada cota individual cessará: II - para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência; III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez; IV - para filho ou irmão que tenha deficiência inte- lectual ou mental ou deficiência grave, pelo afasta- mento da deficiência, nos termos do regulamento; V - para cônjuge ou companheiro: a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, res- peitados os períodos mínimos decorrentes da apli- cação das alíneas “b” e “c”; b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tive- rem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado; c) transcorridos os seguintes períodos, estabeleci- dos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável (nova tabela da idade trazida pela Portaria 424/2020): 1) 3 (três) anos, com menos de 22 (vinte e dois) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 22 (vinte e dois) e 27 (vinte e sete) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 28 (vinte e oito) e 30 (trinta) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 31 (trinta e um) e 41 (qua- renta e um) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 42 (quarenta e dois) e 44 (quarenta e quatro) anos de idade; 6) vitalícia, com 45 (quarenta e cinco) ou mais anos de idade. § 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea “a” ou os prazos previstos na alí- nea “c”, ambas do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natu- reza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoi- to) contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. § 2o-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse período se verifique o incre- mento mínimo de um ano inteiro na média nacio- nal única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números intei- ros, novas idades para os fins previstos na alínea “c” do inciso V do § 2o, em ato do Ministro de Esta- do da Previdência Social, limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido incremento. § 5o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) será considerado na con- tagem das 18 (dezoito) contribuições mensais de que tratam as alíneas “b” e “c” do inciso V do § 2o.” VI - pela perda do direito, na forma do § 1º do art. 74 desta lei § 7º Se houver fundados indícios de autoria, coautoria ou participação de dependente, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis, em homicídio, ou em tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, será possível a suspensão provisória de sua parte no benefício de pensão por morte, mediante processo administrativo próprio, respeitados a ampla defesa e o contraditório, e serão devidas, em caso de absolvição, todas as parcelas corrigidas desde a data da suspensão, bem como a reativação imediata do benefício. Sobre esta importante alteração, é oportuno refe- rir que não se trata de estabelecer prazo de carência para a concessão de pensão por morte, mas apenas limitar a 4 (quatro) meses o prazo de duração do bene- fício, nas situações em que o instituidor da pensão (segurado falecido) não tenha vertido pelo menos 18 (dezoito) contribuições para o sistema. Para o cônjuge ou companheiro, portanto, deve ser observado se o instituidor contava com mais de 18 (dezoito) contribuições e se o casamento ou união estável tinham pelo menos 2 (dois) anos de duração. Caso cumpridas as duas exigências, passa-se a aplicar a tabela de duração pela idade do cônjuge ou companheiro. A restrição da duração de 4 (quatro) meses não se aplica nos casos de acidente de qualquer natureza, acidente do trabalho, doença profissional e doença do trabalho. Importante! O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da par- te individual da pensão do dependente com defi- ciência intelectual ou mental ou com deficiência grave. (ART. 77, § 6º DA LEI 8.213/91). EC 103/19 – alteração no cálculo da renda inicial da pensão Art. 23 A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse apo- sentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percen- tuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento). § 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco). § 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte de que trata o caput será equivalente a: 14 I - 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade per- manente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social; e II - uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento), para o valor que supere o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 3º Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão será recalculado na forma do disposto no caput e no § 1º. § 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente até a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para enquadramento serão aqueles estabelecidosna Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. § 5º Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, sua condição pode ser reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação. § 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica. § 7º As regras sobre pensão previstas neste artigo e na legislação vigente na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderão ser alteradas na forma da lei para o Regime Geral de Previdência Social e para o regime próprio de previdência social da União. § 8º Aplicam-se às pensões concedidas aos dependentes de servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de previdência social. A nova regra de cálculo da renda mensal inicial da pensão por morte reduz substancialmente o valor do benefício, na medida em que há a possibilidade de aplicação de dois redutores: a cota e a incidência sobre a aposentadoria por incapacidade permanente. Isto porque: primeiro é estabelecido o coeficien- te, obtido com a aplicação de cota familiar de 50% (cinquenta por cento), acrescida de 10% (dez por cento) por cada dependente, limitado a 100% (cem por cento). Lembrando que a cota será sempre 100% (cem por cento) em caso de dependente inválido ou deficiente. Exemplo: Segurado falece deixando a esposa e um filho menor de 21 anos, nenhum invalido ou deficien- te. Temos aqui cota de 50% + 10% x 2 = 70%. Esta cota é aplicada na aposentadoria que o segu- rado falecido recebia se aposentado fosse ou, nos casos em que não era aposentado, é calculada uma aposentadoria por incapacidade permanente na data do óbito. Ocorre que, a aposentadoria por incapacidade per- manente, pós reforma, é calculada em 60% (sessenta por cento), acrescido de 2% (dois por cento) por cada ano que supere 20 (vinte) anos de contribuição para o homem e 15 (quinze) anos para a mulher. Ex.: João faleceu em 14.02.2020, sem ser aposen- tado, já que tinha 18 (dezoito) anos de contribuição e mantinha qualidade de segurado em razão de estar trabalhando como empregado. Deixa como dependen- tes a viúva (cônjuge) e uma filha de 15 (quinze anos) Primeiro fixamos a cota: 50% (familiar) + 20% (dois dependentes = 2x10%) = 70% Segundo passo, verificar se o instituidor era apo- sentado. Nesse caso, digamos que João não era apo- sentado, então devemos calcular uma aposentadoria por incapacidade permanente na data do óbito. Aposentadoria por incapacidade permanente: 60% (sessenta por cento) + 2% (dois por cento) para cada ano que supere 20 para o homem e 15 para a mulher. João tem apenas 18 anos de contribuição, ou seja, nenhum a mais do que os 20 (vinte) anos mínimos. O seu coeficiente, portanto, será de 60% (sessenta por cento). Imagine que a média (salário-de-benefício) de João seja de R$3000,00 (três mil reais), portanto, 60% de R$3000,00 = R$1.800,00 (um mil e oitocen- tos reais), valor da aposentadoria por incapacidade permanente. Cálculo da pensão por morte: 70% (cota) x R$1.800,00 (aposentadoria por incapacidade perma- nente). Valor da pensão por morte = R$1.260,00 (um mil duzentos e sessenta reais) ANTES DA REFORMA DEPOIS DA REFORMA 100% das aposentadorias que o segurando recebia ou de uma aposentado- ria por invalidez (que era 100%). 50% + 10% por dependente (exceto se dependente in- válido ou deficiente) aplica- do sobre a aposentadoria que recebia ou aposenta- doria por incapacidade per- manente (60% + 2% por cada ano que supere 15 (M) e 20 (H) / acidentária 100%. SERVIÇO SOCIAL Tem por finalidade esclarecer aos beneficiários da previdência social seus direitos sociais e os meios de exercê-los e com eles estabelecer o processo de solu- ção dos problemas decorrentes de sua relação com a Previdência Social. Não exige carência e é prestado a todos os segu- rados e dependentes com prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL Tem por objetivo proporcionar ao segurado e dependentes, incapacitados total ou parcialmente e aos portadores de deficiência, meios de retornarem ao mercado de trabalho e ao convívio social. Emissão de certificado com indicação das atividades possíveis de serem executadas, após fim do processo. Ocorre de forma prioritária aos segurados e na medida das pos- siblidades ao dependente. 15 D IR EI TO P R EV ID EN C IÁ R IO “Art. 89 A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário inca- pacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de tra- balho e do contexto em que vive” (Lei 8.213/91). A reabilitação profissional será realizada por equi- pe multiprofissional, preferencialmente no domicílio do beneficiário. Cabe à perícia médica federal ana- lisar as condições de elegibilidade, a reavaliação da incapacidade de segurados em programa de reabili- tação profissional e a prescrição de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção e acessórios. É importante se atentar ao que está disposto no § 2° do art. 137 do Decreto 3.048/99 quanto a isso: Art. 137 [...] § 2° Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segura- dos, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instru- mentos de auxílio para locomoção, bem como equi- pamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. Concluído o processo será emitido Certificado indi- vidual pela Previdência, com indicação da atividade que o segurado pode exercer. A empresa deve preencher vagas com deficientes na seguinte proporção: z De 100 a 200 empregados: 2%; z De 201 a 500 empregados: 3%; z De 501 a 1000 empregados: 4%; z De 1001 em diante: 5%. Esses empregados só podem ser dispensados quan- do forem contratados outros em condição semelhante. JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA A justificação administrativa é um procedimento utilizado para suprir a falta ou insuficiência de docu- mento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a previdência social, com exceção dos casos em que o fato exigir registro público ou forma especial. Não pode ser instaurada como um procedimento autônomo, devendo ser parte de processo de atualiza- ção de CNIS ou reconhecimento de direitos. A prova material somente terá validade para a pes- soa referida no documento, vedada a sua utilização por outras pessoas. Para fins de comprovação de tempo de contribui- ção, dependência econômica, identidade e relação de parentesco, a justificação deve ser baseada em início de prova material contemporânea dos fatos e não serão admitidas as provas exclusivamente testemu- nhais, a não ser nos casos de força maior ou caso for- tuito (incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado). Nos casos de homologação de justificação judi- cial, baseada em prova testemunhal, fica dispensada a justificação administrativa desde que
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