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BASES CLINICAS DE CIRURGIA VETERINÁRIA VITÓRIA CRISTINA CARVALHO RIBEIRO AMBIENTE CIRURGICO AMBIENTE URBANO: recebe o nome de ambiente cirúrgico as instalações que em medicina veterinária são PREPARADAS PARA ATENDER PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS. Para ser considerado um ambiente urbano precisa de: Sala de operação: metragem de no mínimo 12m2 (pequenos) ou 24m2 (grandes); PISO LISO E FÁCIL LIMPEZA, NÃO PODE TER RALO; paredes lisas; não pode ter canto e de cor clara.; pé direito de 3m (pequeno) ou no mínimo 5m (grandes); iluminação adequada; tem que ter tomadas elétricas. Sala de preparo Sala de pré anestesia Sala de pós-operatório Sala de esterilização e preparo de material Sala de paramentação da equipe cirúrgica. Banheiro e vestiários Sala com boxes para internação Lavanderia Equipamentos próprios como mesas, estufas, armários, autoclaves, roupas. AMBIENTE RURAL: ao ar livre, não tem todos os aparatos *O AMBIETE RURAL PODE SER O MAIS VARIADO POSSIVEL COMO CURRAIS E TRONCOS APROPRIADOS, EM UM LUGAR GRAMADO OU COM FORRAGEM E SOMBRA; COM OU SEM COBERTURA. EQUIPE DE CIRURGIA Composta pelo cirurgião e seus auxiliares: Cirurgião; Primeiro auxiliar: substitui o cirurgião quando necessário. Precisa ter o mesmo conhecimento do cirurgião Segundo auxiliar: Segura as pinças, ajuda a secar, abrir cavidades, etc. Instrumentador; Anestesista; Auxiliar de contenção: voltado para grandes animais. Na clínica de pequenos, o auxiliar de contenção busca algo fora do ambiente cirúrgico. MATERIAL, INSTRUMENTAL E EQUIPAMENTOS CIRÚRGICOS ACESSÓRIOS PARA CONTENÇÃO: mordaças, cambão, cordas, laços, peias, cachimbo, formigas (COMPRIME O NERVO VAGO -> BRADICARDIA) ACESSÓRIOS PARA TRICOTOMIA gilete, máquina de tosa DIVERSOS: luvas, gaze, algodão, fios, panos de campo, compressa, etc. ROUPAS: para uso em ambiente hospitalar (avental cirúrgico, gorro, máscara e sapatilhas). INSTRUMENTAL: PARA CIRURGIA GERAL: bisturi, pinças de dissecção comum e dente de rato, tesouras, pinças hemostáticas, pinças de Allis, pinças de Backaus, afastadores, porta agulhas, agulhas diversas, caixa de aço inoxidável. INSTRUMENTAL ESPECIALIZADO. EQUIPAMENTOS: seringas e agulhas, aparelho para anestesia, bisturi elétrico, aparelho de pressão, fio serra de Gigli ou outros tipos de serra, abre boca para grandes animais. SEQUÊNCIA DE PARAMENTAÇÃO DA EQUIPE Roupa cirúrgica; Gorro; Máscara facial; Sapatilha (cobertura para calçados); Lavagem e escovação das mãos e antebraços do cirurgião; Secagem das mãos e antebraços; Colocação avental cirúrgico; Calçar as luvas. *ANESTESISTA E AUXILIAR DE CONTENÇÃO NÃO PRECISAM REALIZAR TODA A SEQUÊNCIA DE PARAMENTAÇÃO. USAM PIJAMA, GORRO, MÁSCARA E SAPATILHA. BASES CLINICAS DE CIRURGIA VETERINÁRIA VITÓRIA CRISTINA CARVALHO RIBEIRO CONTENÇÃO PARA FINS CIRURGICOS CONTENÇÃO PERSUASIVA: Chama-se a atenção do animal, o distraindo para fazer o procedimento, por trás. Segura o animal. CONTENÇÃO MECÂNICA: Laçar o boi. Utiliza alguns equipamentos para imobilização (EXEMPLOS: cambão, corda, braços, tronco de contenção, focinheira, torcer orelha do cavalo). CONTENÇÃO DERIVATIVA: Provoca uma dor ao animal, por exemplo, que pressione o nervo vago para maior controle. Pequena dor para desviar a atenção do animal (exemplo: cachimbo, formiga, torcer orelha do cavalo, beliscão prega do cavalo, argola). CONTENÇÃO FARMACOLOGICA: fármacos para manipular CONTENÇÃO MISTA: utilização de mais de uma técnica. CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES 1. SEGUNDO O PROGNÓSTICO: LEVE: sem perigo para o paciente GRAVE: com perigo para o paciente ELEMENTAR OU SIMPLES: atinge apenas um tipo de tecido. COMPLICADA OU COMPOSTA: atinge vários planos. 2. SEGUNDO A PERDA DE SANGUE: INCRUENTAS: praticamente sem perda de sangue. CRUENTAS: há perda de sangue. 3. SEGUNDO O RESULTADO: PALIATIVA: quando não há cura total. RADICAL: quando há cura total da lesão. Necessário quando não há outro meio terapêutico. 4. SEGUNDO A FINALIDADE: EXTREMA URGÊNCIA: realizado o quanto antes URGÊNCIA RELATIVA: o cirurgião tem um certo tempo para preparar o paciente CONVENIÊNCIA: por interesse do proprietário. Interesse estético ou zootécnico. 5. SEGUNDO A TÉCNICA EMPREGADA: CONSERVADORAS: conserva tecido ou órgão afetado MUTILADORAS: necessidade de extirpar o órgão total ou parcialmente. REPARADORAS: quando fazemos reparação do tecido ou órgão afetado. TERMINOLOGIA CIRÚRGICA Algumas operações são designadas por uma palavra composta de um RADICAL QUE SE REFERE AO ÓRGÃO em que se intervém e por UM SUFIXO QUE DESIGNA NO QUE CONSISTE A OPERAÇÃO: TOMIA: incisão, secção, corte ECTOMIA: ressecção STOMIA: comunicação com o exterior. Não recomendado em medicina veterinária. RAFIA: Sutura. CENTESE: punção RADICAIS: Abdômen: ABDOMINO Glândula: ADENO Bexiga: CISTO Vesícula: COLE Cólon: COLO Intestino: ENTERO Estômago: GASTRO Útero: HISTERO Trompa uterina: SALPINGE Rim: NEFRO Testículo: ORQUI Osso: OSTEO VIRTUDES DE UM CIRURGIÃO Paciência, bom senso, habilidades manuais, criatividade, conhecimento das disciplinas básicas; deve ser também um bom clínico, entre outras características. BASES CLINICAS DE CIRURGIA VETERINÁRIA VITÓRIA CRISTINA CARVALHO RIBEIRO AVALIAÇÃO DO PACIENTE CIRURGICO 1. PRÉ-OPERATÓRIO: AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DO PACIENTE CIRÚRGICO: Desde o momento da consulta até o ato cirúrgico. ANAMNESE: Queixa principal, sinais predisponentes, dietas, exercícios, ambiente, problemas médicos anteriores, tratamento atual. EXAME FÍSICO: Condição geral do paciente (avaliação dos sistemas respiratório, gastrointestinal, cardiovascular e urinário). DADOS LABORATORIAIS: Hemograma completo, ureia e creatinina, ALT, tempo de coagulação. DETERMINAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO: PROGNÓSTICO EXCELENTE: potencial mínimo de complicação e alta probabilidade que o paciente retorne ao normal após a cirurgia; PROGNÓSTICO BOM: alta probabilidade de um bom resultado, com certo potencial de complicação; PROGNÓSTICO RAZOÁVEL: se complicações sérias aparecerem e o animal não puder retornar à sua função pré- cirúrgica. PROGNÓSTICO MAU: alta probabilidade de morte. COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE: Diagnóstico; Opções cirúrgicas e não cirúrgicas; Complicações potenciais; Cuidados pós-operatórios; Custo com trans operatórios e pós; Assinatura do termo de autorização. PREPARAÇÃO DO PACIENTE CIRÚRGICO: passar Clorexidine e polvidine (marca a pele, melhor visualização na área). EXCREÇÕES: ideal que o animal evacue e urine antes do procedimento cirúrgico. PREPARAÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO: Flora bacteriana: Staphylococcus aureus e Streptococcus spp; Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium spp, Enterobacter spp, Clostridium spp. 2. TRANS-OPERATÓRIO: Momento da cirurgia. Diérese, hemostasia e síntese. ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO ESTERILIZAÇÃO refere-se à destruição de TODOS OS MICRORGANISMOS (BACTÉRIAS, VÍRUS E ESPOROS). DESINFECÇÃO corresponde à destruição da maior parte dos microrganismos patogênicos presentes em objetos NÃO VIVOS. ANTISSEPSIA corresponde à destruição da maioria dos microrganismos patogênicos em OBJETOS VIVOS. O rompimento da integridade dérmica, como acontece nas cirurgias, propicia o acesso de microrganismos aos tecidos internos. As bactérias que contaminam os ferimentos cirúrgicos originam-se, geralmente, da flora endógena do paciente, da equipe e sala cirúrgicas, e do ambiente. Para evitar que a contaminação ocorra, deve-se seguir asregras de técnica antisséptica, consideradas “leis” da sala de cirurgia. O não cumprimento destas leis sujeita o paciente ao risco de uma infecção cirúrgica. Assepsia compreende as precauções que o cirurgião e seus auxiliares tomam com a finalidade de permitir que TANTO A FERIDA CIRÚRGICA COMO O INSTRUMENTAL UTILIZADO PERMANEÇAM LIVRES DE MICRORGANISMOS E ASSIM, EVITANDO QUALQUER CONTAMINAÇÃO. Quando obedecemos aos métodos de assepsia e antissepsia, estaremos diante de uma condição ASSÉPTICA. Ao contrário, poderemos operar em uma condição ou cirurgia SÉPTICAS. Na prática, porém, existem situações em que o ato operatório não pode ser asséptico. É o caso de algumas afecções que envolvam contaminação (Ex: piometra, drenagem de abcesso, cirurgias da cavidade oral) e algumas cirurgias em grandes animais. AINDA, CIRURGIAS REALIZADAS EM ESTÁBULOS OU A CAMPO NÃO SÃO CONSIDERADAS ASSÉPTICAS. BASES CLINICAS DE CIRURGIA VETERINÁRIA VITÓRIA CRISTINA CARVALHO RIBEIRO 3. PÓS-OPERATÓRIO: Do final do procedimento até a alta do paciente. RESTRIÇÃO DIETÉTICA: restrição alimentar de 6 a 12 horas; o acesso a água não é restrito. Cirurgias no intestino grosso: restrição alimentar maior e uso de antibióticos. Sempre haver comunicação com o cliente!! MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO Incluem vapor, substâncias químicas, plasma e radiação ionizante. ESTERILIZADORES POR DESLOCAMENTO DE AR: Mais usado na rotina, deslocamento de ar. Apresenta uma câmara do tipo jaqueta e seu funcionamento parte do princípio de que o ar é mais pesado que o vapor. Os padrões de temperatura/tempo mínimo para esterilizador por deslocamento por gravidade são: 10 A 25 MINUTOS À 132 – 135ºC; 15 A 30 MINUTOS À 121ºC. ESTERILIZADORES PRÉ -VÁCUO: Funciona puxando o ar ativamente para fora da câmara interna, criando com isso um vácuo. Injeta-se vapor na câmara para substituir o ar. Proporciona maior penetração de vapor em um período mais curto que o esterilizador de deslocamento por gravidade. TEMPERATURA/ TEMPO: 132 A 135ºC POR 3-4 MINUTOS. ESTERILIZADORES INSTANTÂNEOS: Utilizados em situações de emergência onde se usa um esterilizador de deslocamento por gravidade, onde o material a ser esterilizado é colocado em uma bandeja numa temperatura de 132 A 135ºC POR 3 MINUTOS, OU POR 10 MINUTOS EM CASO DE ITENS POROSOS. ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA (A GÁS) ÓXIDO DE ETILENO: Líquido explosivo e inflamável, que se torna um agente esterilizante eficaz quando misturado com dióxido de carbono ou gás freon. Usado para esterilizar equipamentos que não suportem temperatura e pressão extrema de esterilização. Sua função se dá alterando o DNA dos microrganismos por meio da alquilação. TEMPERATURA IDEAL É DE 49 A 60ºC COM 20 A 40% DE UMIDADE POR 7 DIAS OU 12- 18H EM UM AERADOR. ESTERILIZAÇÃO POR PLASMA: Método com baixa temperatura usado em esterilização de itens termos sensíveis. Esse processo usa íons reativos, elétrons e partículas anatômicas neutras para esterilização; A esterilização por peróxido de hidrogênio na fase de vapor constitui uma forma de esterilização por plasma. TEMPERATURA BAIXA (MENOR QUE 50ºC) COM CURTO INTERVALO DE TEMPO (45MIN). RADIAÇÃO IONIZANTE: Método restrito ao uso comercial pois é muito caro, no qual se utiliza o cobalto 60. O material utilizado na sala de cirurgia que foi aberto, mas não utilizado não poderá ser esterilizado novamente por outros meios, pois outra técnica poderia danificá-lo e criar um risco para a saúde. ESTERILIZAÇÃO POR QUÍMICA FRIA: As soluções usadas não devem ser corrosivas para os itens. O glutaraldeido não é corrosivo e proporciona um meio seguro de esterilização de instrumento como lentes delicadas. BASES CLINICAS DE CIRURGIA VETERINÁRIA VITÓRIA CRISTINA CARVALHO RIBEIRO O TEMPO DE IMERSÃO SUGERIDO PARA O GLUTARALDEÍDO 2% É DE 10 A 20H POR 25ºC PARA ESTERILIZAÇÃO. EM CASO DE DESINFECÇÃO É POR 10 MINUTOS.
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