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Livro - ESTUDO TRANSVERSAL XIII - Engenharia da Sustentabilidade

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ENGENHARIA DA 
SUSTENTABILIDADE
Estudo transversal XIII
ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
Centro Universitário Leonardo da vinCi - UniasseLvi
UNIASSELVI
Indaial - 2021
3ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
SUSTENTABILIDADE
INTRODUÇÃO
Os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável fazem 
parte da agenda e do compromisso de todos os países e organizações que 
pensam no futuro e estão preocupados com a preservação da vida dos seres 
vivos. Para muitos, devido ao estado de degradação do meio ambiente, há 
redundância até no termo “desenvolvimento sustentável”, pois acreditam 
que não existe desenvolvimento sem a responsabilidade com os recursos 
naturais.
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4ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Continue Lendo
SUSTENTABILIDADE
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo voltou-se para a 
industrialização acelerada em todos os continentes. Apesar dos danos 
ambientais sentidos desde o início da Revolução Industrial, a mentalidade 
vigente, de forma geral, até a década de 1960 era a produção, o lucro e 
o consumismo sem preocupação com o impacto ambiental. A ideia de 
desenvolvimento, comum ainda hoje, era a de metrópoles ricas, com muitos 
carros, concreto e pouco espaço verde. Já na década de 1970, a alta do 
petróleo, o crescimento populacional, a poluição crescente, as catástrofes 
naturais, a redução da camada de ozônio, dentre outros problemas no meio 
ambiente, fizeram aumentar as discussões e apreensão sobre o uso dos 
recursos naturais.
De fato, os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável só 
ganharam repercussão mundial com a realização da Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida 
como Rio 92. O encontro reuniu 179 representantes de países e estabeleceu 
de vez a pauta ambiental no cenário mundial. Outra mudança de paradigma 
foi a responsabilidade que os países desenvolvidos tem para um planeta mais 
5ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
sustentável, como planos de redução da emissão de poluentes e investimento 
de recursos para que os países pobres degradem menos.
Provavelmente você já ouviu bastante sobre sustentabilidade. O 
assunto tem ganhado maior projeção nas últimas décadas, junto à maior 
preocupação ambiental e a consciência da degradação ambiental. O 
aumento da temperatura, a quantidade de desastres naturais, os índices 
críticos de poluição na atmosfera Tecnologias para o desenvolvimento s 80 
ustentável e nas águas superficiais e subterrâneas, o desmatamento, a perda 
da biodiversidade, dentre outros sintomas do meio ambiente, deixam claro 
que em prol de todos os seres vivos, inclusive do homem, atitudes precisam 
ser tomadas. Mas afinal, o que é sustentabilidade? De forma simples, é a 
capacidade de sobrevivência e adaptação às mudanças do meio ambiente. 
É a condição ou aspectos de um sistema para que se mantenha sustentável 
em um determinado tempo. A expressão surgiu na década de 1980, por 
meio de um documento da Organização das Nações Unidas (ONU). O termo 
inovou a questão ambiental, pois reconheceu a relação entre destruição da 
natureza, qualidade de vida e o subdesenvolvimento. Para compreender 
melhor a abrangência da sustentabilidade, podemos dizer que ela possui 
cinco dimensões, representadas no Quadro 1.
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6ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Dimensão Objetivo Exemplo
Sustentabilidade 
social
Buscar a melhoria
da qualidade de
vida e redução da
desigualdade social
Programas de
capacitação
profissional gratuitos.
Sustentabilidade
econômica
Distribuir de forma
mais igualitária os
recursos, sejam
financeiros ou naturais.
Investimento em
energia solar.
Sustentabilidade
ecológica
Reduzir ao mínimo os
impactos ambientais
negativos.
Destinar de forma
adequada os materiais
para reciclagem.
Sustentabilidade
espacial/
geográfica
Equilibrar o
desenvolvimento
rural/agrícola com
o crescimento
das cidades.
Incentivos de práticas
sustentáveis no meio
rural, como o cultivo de
alimentos orgânicos.
Sustentabilidade 
cultural
Preservar e respeitar
as culturas regionais.
Preservação e
manutenção de
museus e festas locais.
7ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Recentemente, foi atribuída outra forma de analisar a sustentabilidade: 
por meio de dois eixos. O primeiro refere-se à natureza, é chamado de 
sustentabilidade ecológica, ambiental e demográfica. Está ligado ao 
desenvolvimento e aos limites que o meio ambiente pode manter, o 
crescimento da economia e a extração dos bens naturais, ao mesmo tempo 
que a população humana cresce. O segundo eixo é a sustentabilidade cultural, 
social e política, associada ao modo de vida das pessoas, seu papel cidadão 
e sua participação na sociedade.
E como saber se a sustentabilidade foi alcançada? Na verdade, não há 
uma medição exata. Os pesquisadores recolhem indicadores e tentam chegar a 
um consenso. É necessário avaliar de forma distinta três dimensões principais: 
a econômica, a social e a ambiental. A junção desses resultados e posterior 
análise poderão dar uma impressão se o desenvolvimento sustentável tem 
sido incentivado. Verificar se a distribuição de renda é justa, o padrão de 
qualidade de vida é aceitável, se há bem-estar mínimo para a população, e 
aspectos ambientais como emissão de carbono, preservação dos recursos 
ambientais, disponibilidade de água potável, dentre outros indicadores das 
três dimensões, são estratégias para medir o grau de sustentabilidade. No 
entanto, é importante entender que, até o momento, não há uma fórmula 
exata e é complexo averiguar essa meta.
Continue Lendo
8ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
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GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS
RECURSOS NATURAIS: DEFINIÇÃO
Recursos naturais são elementos da natureza fundamentais para a so-
brevivência do ser humano que estão à disposição, mas precisam de alguns 
cuidados especiais, além de planejamento e uso consciente.
Podemos também chamar de recursos naturais todos os bens que são 
extraídos da natureza de forma direta ou indireta e são transformados para 
a utilização do ser humano.
Os recursos naturais mais importantes, dos quais dependemos inclu-
sive para sobrevivência, são a água e o ar. Podemos viver sem petróleo, car-
vão ou até mesmo energia elétrica, mas é impossível sobrevivermos sem ar 
e sem água.
9ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Continue Lendo
O solo também é um recurso natural fundamental, componente dos 
ecossistemas e dos ciclos naturais, assim como um lugar de armazenamento 
de água e suporte essencial para agricultura, que, por sua vez, está direta-
mente associada a nossa alimentação e sobrevivência. O solo é um recurso 
natural que precisa ser preservado e conservado de acordo com as necessi-
dades e possibilidadesde cada região.
Os recursos naturais que estamos conhecendo aqui podem se dividir 
em dois grupos, sendo eles: os recursos renováveis e os recursos não reno-
váveis, conforme descritos e exemplificados a seguir.
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS
O nome já nos indica o significado, os recursos naturais renováveis 
são aqueles que se renovam naturalmente, ou seja, não se esgotarão, pois 
à medida que são consumidos pelo homem, são capazes de se reconstruir. 
Podemos exemplificar por meio da energia eólica, que é resultante da ação 
dos ventos e, portanto, nunca vai esgotar. Outra energia renovável é a solar, 
que pode ser acumulada por meio de painéis.
10ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Existe uma grande preocupação com alguns recursos renováveis de-
vido à falta de cuidado com o uso e de consumo consciente. Dizer que um 
recurso é renovável não significa que ele possa ficar indisponível nas condi-
ções ideais de consumo humano, sendo o caso de água, solo e florestas. O 
problema é que embora sejam renováveis, a interferência do ser humano 
pode causar seu fim e torná-los recursos não renováveis, ou até mesmo al-
terar suas condições originais e minimamente necessárias para consumo e 
uso. Por este motivo é fundamental e indispensável que o homem aprenda 
acerca de gestão dos recursos naturais, dando condições para que esses re-
cursos continuem nesta categoria, sem comprometimento para as futuras 
gerações.
RECURSOS NÃO RENOVÁVEIS
Os recursos não renováveis são aqueles recursos que não tem a capa-
cidade de se renovar naturalmente, o que o diferencia dos renováveis. Con-
forme o homem vai utilizando ou explorando, esse recurso se aproxima mais 
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11ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
do seu fim, sendo considerados recursos naturais limitados com consumo 
determinado e esgotável. Como exemplo de recurso natural não renovável 
temos o alumínio, o xisto, o gás natural, entre outros. Esses recursos não re-
nováveis, conforme já conceituado, não podem ser restabelecidos pela na-
tureza e, por isso, é necessário que o homem aprenda a utilizá-los de forma 
a ampliar o tempo de disponibilização na natureza. Nossa atenção deve ter 
o foco de identificar potencialidades e/ou ações capazes de garantir esse 
aumento na vida do recurso.
A má gestão desses recursos pode levar a humanidade para um cená-
rio muito preocupante em um futuro próximo e, além disso, comprometer 
as futuras gerações. É preciso muita cautela e a garantia do uso sustentável 
desses recursos, adequando o consumo conforme disponibilidade no meio 
ambiente e demanda necessária. Neste meio é necessário ainda levar em 
consideração muitos fatores, como região, cultura, número de habitantes, 
condições sanitárias, políticas públicas etc. Em geral são recursos que exis-
tem em quantidade limitada ou então acabam sendo consumidos com mais 
rapidez do que a natureza é capaz de produzir.
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12ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
O ser humano precisa de planejamento adequado para não enfrentar 
dificuldades com o uso de recursos naturais que não sejam renováveis ou 
então que tenham dificuldade para se renovar. Quando se tem um planeja-
mento que visa atender metas e objetivos em longo prazo é mais fácil evitar 
os problemas.
Encontramos facilmente muitos projetos que visam garantir que os 
recursos não renováveis sejam usados com moderação para evitar o seu tér-
mino antes do tempo ou até mesmo garantir sua disponibilização para sem-
pre.
Uma saída interessante e cada vez mais necessária é criar alternativas 
para substituir os recursos que não se renovarão, como soluções inteligen-
tes e criativas para garantir uma vida confortável para futuras gerações. Na 
natureza encontramos muitos elementos para garantir nossa sobrevivência, 
mas a humanidade precisa entender que nem todos esses recursos estarão 
disponíveis para sempre.
Algumas das alternativas já estão sendo utilizadas nos dias de hoje e 
devem passar a ser cada vez mais exigidas em grandes proporções. Pode-
mos citar alternativas de energia para movimentar a indústria, o comércio, 
os transportes, a agricultura etc.
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13ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Os recursos naturais precisam ser cuidadosamente preservados e to-
dos nós temos papel fundamental nisso, partindo de ações simples e indi-
viduais até as complexas e coletivas. Temos uma grande falha no processo 
— a educação. A educação como conceito significa dizer a forma que vamos 
implantar hábitos, costumes e valores em uma comunidade e ainda sermos 
capazes de transferir de uma geração para a seguinte.
Conforme já mencionado, a água é um dos principais recursos natu-
rais do Brasil, que possui uma das maiores reservas de água doce do mundo. 
O esgotamento, ou seja, a utilização total, de alguns desses recursos 
naturais pode ser catastrófico para o ser humano e, por isso, a sua conser-
vação é de elevada importância.
Os recursos naturais não renováveis como o petróleo são usados como 
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14ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
fonte de energia para o funcionamento de motores de combustão em car-
ros, por exemplo. Como um dia o petróleo vai acabar, é importante dispor 
de uma fonte de energia alternativa, como no caso do uso, na indústria de 
automóvel, do gás natural e da eletricidade.
O fim dos recursos naturais pode causar grandes problemas para o 
homem e por isso é fundamental que se pense em estratégias para preser-
vá-los/conservá-los.
Os recursos naturais não renováveis estão disponíveis na natureza em 
quantidade limitada e correm risco com o consumo apressado pelo homem. 
Alguns exemplos de recursos que não se renovam são o ferro, o manganês, 
o petróleo, o carvão, o urânio, o estanho, a bauxita (minério de alumínio), a 
argila, o calcário, entre outros. 
Uma vez consumidos, esses recursos não podem ser renovados, ou 
levam algum tempo para isso. Desta forma é importante que a sociedade 
tenha consciência de que é preciso usar os recursos naturais de forma racio-
nal, para não prejudicar as gerações futuras. A seguir apresentamos a defi-
nição de alguns desses principais recursos:
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15ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
• Petróleo: é originado de restos fossilizados de plantas e animais; uma vez 
que as fontes de petróleo se esgotam, não poderão ser substituídas. É ne-
cessário para produzir gasolina, diesel e combustível de aviação. Também é 
utilizado para produzir materiais plásticos e produtos químicos industriais.
• Carvão: é o recurso não renovável em maior disponibilidade do mundo. A 
extração de carvão das minas cria muitos problemas para os seres huma-
nos e o meio ambiente, pois gera muitos impactos negativos de grande sig-
nificado (Figura 1). Podemos destacar que a combustão do carvão contribui 
para poluição do ar, mudanças climáticas globais, entre outros problemas 
ambientaise sociais.
• Gás natural: é o resultado da decomposição de plantas e animais que fi-
caram presos debaixo de rochas há milhões de anos. Embora o gás natural 
seja considerado um combustível fóssil “limpo”, os impactos ambientais 
para extraí-lo podem trazer sérias consequências para animais e as águas 
subterrâneas.
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16ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Figura 2. Mineração de carvão a céu aberto.
Fonte: kemdim/Shutterstock.com.
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17ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 E o que você sabe sobre desenvolvimento sustentável (DS)? A 
sustentabilidade é parte constituinte do desenvolvimento sustentável, 
entendido como o desenvolvimento que atende as demandas do presente, 
mas sem afetar as necessidades das gerações que virão. O conceito de 
desenvolvimento sustentável engloba também as necessidades para as pessoas 
mais carentes e que precisam de atenção governamental assim como o papel 
da tecnologia e das organizações sociais para a sustentabilidade. Cavalcanti 
(apud SCHWANKE, 2013) pregou de forma resumida que o desenvolvimento 
sustentável ideal teria como elementos pouco uso de matéria e energia, 
baixo impacto ambiental, ao mesmo tempo que maximizaria o bem-estar 
DESENVOLVIMENTO E TECNOLOGIAS 
SUSTENTÁVEIS
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18ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
social e a eficiência dos recursos da natureza. Outros conceitos importantes 
para entender sobre o desenvolvimento sustentável são os seguintes: 
• Produção sustentável: são os mecanismos de produção de produtos a 
partir da natureza que não interfere de forma drástica no ecossistema, na 
qualidade de vida dos colaboradores ou da comunidade. Ou seja, a produção 
é pensada para minimizar a geração dos poluentes e beneficiar os indivíduos.
• Consumo sustentável: preconiza a reflexão e a mudança de hábito de 
consumo tanto da população quanto de todos os setores da sociedade. A 
proposta não visa o banir o consumo, mas evitar o desperdício de matéria-
prima, energia e resíduos a fim de diminuir os danos no meio ambiente.
• Economia verde: é a economia voltada para o respeito ao meio ambiente
e à ruptura da desigualdade social. O investimento público e privado faz
parte do ramo, pois é visto como uma ação transformadora por almejar
a eficiência dos recursos energéticos, proteger a biodiversidade e evitar
os poluentes da economia tradicional.
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19ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
 De forma resumida, os requisitos para que se tenha o desenvolvimento
sustentável é o uso racional dos recursos naturais, com o menor impacto
ambiental possível, o uso de tecnologias que favoreçam a preservação da
vida, e o empenho para melhorar os problemas sociais que possam afetar a
qualidade de vida das pessoas.
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
 Para atingir o desenvolvimento sustentável, a preocupação ambiental 
deve ser constante e com planejamento das consequências ambientais para 
as próximas gerações. O uso de tecnologias que não agridam o meio deve ser 
priorizado. Diante disso, a escolha por recursos naturais renováveis é inerente. 
A economia, de forma, geral, é ainda muito dependente dos recursos não 
renováveis.
Continue Lendo
20ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
 É indispensável conhecer as tecnologias utilizadas para substituir 
gradativamente os recursos não renováveis. Além do fato da não finitude, 
de forma geral, as tecnologias que utilizam os recursos renováveis tendem 
a ser menos poluente, mais baratas a médio e longo prazo, terem menor 
impacto ambiental e fomentarem o desenvolvimento sustentável. Conheça 
as tecnologias:
• Plásticos biodegradáveis: nomeados também de biopolímeros, sua matéria-
prima deriva de cultivos como do milho, cana-de-açúcar, óleos e girassol. Ao 
mudar a base de petróleo pelos recursos renováveis, o plástico contribui a 
preservação do meio ambiente e reduz o impacto dos plásticos em aterros 
sanitários. A biodegradação ocorre pela ação de fungos, bactérias ou ainda 
enzimas, e não são tóxicas para as pessoas.
Continue Lendo
• Energia hidrelétrica: a energia é resultado da força gravitacional das turbinas 
hidráulicas conectadas ao gerador de energia. Representa a principal fonte 
de energia do país e é considerada uma das fontes mais limpas e eficientes. 
No entanto, não é isenta de impacto ambiental. Devido à implementação de 
21ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
grandes usinas, a área alagada cobre muitas vezes florestas e comunidades. 
Além disso, o lago artificial pode alterar a regulação das chuvas, umidade e 
a vida aquática do rio.
• Energia eólica: devido à força dos ventos que são captados pelas hélices 
ligadas a uma turbina, a energia é gerada. Os parques eólicos apenas 
precisam de regiões com intensidade de ventos, como em muitas localidades 
das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil. O país é destaque no mundo 
pela implementação das usinas eólicas e possui o maior parque da América 
Latina. Apesar de não gerar resíduos, os impactos advêm da poluição visual, 
da poluição sonora que pode afetar o ecossistema e de acidentes mortais 
da colisão das aves com as hélices.
• Energia solar: os raios solares podem servir para aquecimento da água 
ou mesmo serem captados para conversão em energia elétrica. O impacto 
ambiental é praticamente nulo e a manutenção dos equipamentos é 
barata. A desvantagem se dá pelo alto valor de investimento inicial e por 
ser dependente dos raios solares. No entanto, em um país tropical como o 
nosso, esse fator não é uma preocupação.
Continue Lendo
22ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
• Energia geotérmica: a produção de energia tem origem no calor do interior 
da Terra. Há mínima geração de resíduos e lançamento de gases poluentes. 
Outra vantagem é o pouco espaço necessário para a implementação da 
energia geotérmica. O ponto negativo desse tipo de fonte de energia deve-
se ao custo elevado dos instrumentos e por tratar-se de uma tecnologia 
aplicável em poucos lugares.
• Biomassa: é toda e qualquer matéria orgânica que pode ser queimada para 
geração de energia. A queima pode produzir calor ou ser convertido em fonte 
de energia. Materiais sólidos como restos de animais e plantas podem ser 
transformados em combustíveis sólidos na queima ou gasosos e líquidos, 
os chamados biocombustíveis. A biomassa pode ter origem animal, como 
do esterco, e nos resíduos de plantas como a cana-de-açúcar, do algodão e 
das casca de arroz ou do coco. A biomassa sólida pode ser vista com uma 
fonte de renda, pois se pode cultivar árvores de rápido crescimento para 
a queima e posterior processamento para biomassa. As vantagens são os 
custos moderados, a chance de recuperar áreas degradadas, o potencial 
de suprimentoem uma determinada área e não exigir um solo rico em 
Continue Lendo
23ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
nutrientes (se a planta escolhida for 86 Tecnologias para o desenvolvimento 
sustentável adaptada ao meio). Como desvantagens salientam-se a erosão 
do solo, a perda do habitat natural, a queima feita de forma irregular ou 
poluente, e a emissão de gás carbônico, se a produção não for planejada de 
forma sustentável. Determinados biocombustíveis sólidos podem tornar-
se gasosos e líquidos, o que origina o biogás, o etanol e metanol líquido. 
O etanol pode ser produzido da cana-de-açúcar (mais comum no Brasil), 
beterraba, girassol, sorgo e milho. O metanol pode ter como matéria- -prima 
madeira, resíduos agrícolas, lodo de esgoto e lixo. As vantagens são a opção 
por substituição da gasolina (derivada do petróleo), pouca emissão de gás 
carbônico e as inúmeras possibilidades de matéria-prima. Como ponto 
negativo, a falta de adaptação dos carros, o custo elevado, a corrosão de 
determinados materiais e a menor autonomia de rodagem em comparação 
com a gasolina.
24ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
Continue Lendo
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A definicao do conceito de Producao Mais Limpa (P+L) foi elaborada 
pelo Programa das Nacoes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), no ini-
cio da decada de 1990. Segundo esse orgao, o P+L corresponde a aplicacao 
continua de uma estrategia ambiental preventiva integrada aos processos, 
produtos e servicos para aumentar a ecoeficiencia e reduzir os riscos ao ho-
mem e ao meio ambiente (UNIDO, 2011).
Desde 1994, o PNUMA, em parceria com a Organizacao das Nacoes 
Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), vem desenvolvendo esse 
modelo de producao, quando se estabeleceu o programa Centro Nacional 
de Producao mais Limpa (CNPML). Tal programa visa incentivar a criacao de 
centros de P+L, especialmente nos paises em desenvolvimento, sendo que 
o ONUDI atua como agencia executiva, administrando os recursos financei-
ros e provendo orientacao tecnica nos processos industriais abordados pe-
los centros e o PNUMA se responsabiliza pela disseminacao de conceitos, 
desenvolvimento de estrategias, ferramentas, politicas e disponibilizacao de 
materiais sobre P+L.
25ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
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No Brasil, o Centro Nacional de Tecnologias Limpas foi fundado em 
1995 e se encontra na unidade local do Servico Nacional de Aprendizagem 
Industrial (SENAI), vinculado a Federacao das Industrias do Rio Grande do 
Sul (FIERGS). Entre as atividades do centro, destaca-se a disseminacao da 
informacao; a implementacao de programas de Producao mais Limpa nos 
setores produtivos; a capacitacao de profissionais e a atuacao em politicas 
ambientais (CNTL/SENAI-RS, 2011).
Os principais beneficios economicos e ambientais da adocao de pro-
gramas de P+L incluem: eliminacao dos desperdicios, minimizacao ou eli-
minacao de materias-primas que causem impactos ambientais negativos, 
reducao de residuos e emissoes, reducao dos custos de gerenciamento dos 
residuos, minimizacao dos passivos ambientais, incremento na saude e se-
guranca no trabalho (SEBRAE/CNTL/SENAI-RS, 2005).
A produção mais limpa apresenta os tres niveis de intervencao, em 
ordem decrescente, segundo classificacao de CNTL/ SENAI-RS (2011). As-
sim, o nivel 1 e o que mais se destaca e corresponde a evitar a geracao de 
residuos e emissoes. Para aqueles residuos que nao podem ser reduzidos 
ou evitados, eles devem ser reintroduzidos no processo produtivo, por meio 
26ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
Índice
DESENVOLVIMENTO E 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
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INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
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da reciclagem interna (nivel 2). O nivel 3 se refere a residuos que devem ser 
enviados para uma reciclagem externa a empresa, pela impossibilidade de 
aproveitamento no processo de producao.
O QUE É O MERCADO DE CARBONO
 Da conferência realizada no Rio de Janeiro em 1992 (Rio-92) emergiram 
documentos identificando que as principais fontes de poluição ambiental 
eram decorrentes principalmente dos padrões de produção e consumo dos 
países desenvolvidos. A Convenção do Clima, um dos tratados da Rio-92, 
definiu então metas de emissões para os países industrializados, a fim de 
estabilizar suas concentrações de gases de efeito de estufa em níveis que 
não implicassem alterações climáticas perigosas, de forma a permitir uma 
adaptação natural e progressiva dos ecossistemas às alterações climáticas. 
 Para ajudar os países desenvolvidos a cumprir suas metas compulsórias 
de redução de emissão dos gases de efeito estufa, o Protocolo de Kyoto 
27ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
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— uma atualização da Convenção do Clima — estabeleceu os chamados 
mecanismos de flexibilização, entre eles o Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo (MDL), uma iniciativa brasileira.
 O MDL representa a cooperação entre países que não possuem 
obrigatoriedade (nações em desenvolvimento) de redução das emissões 
de gases de efeito estufa e os que têm essa imposição, que seriam os 
países desenvolvidos. Por esse mecanismo, uma empresa num país em 
desenvolvimento pode oferecer créditos de carbono para outra que esteja 
em um país desenvolvido, para que cumpra sua meta de redução. O cálculo é 
feito assim: um crédito de carbono representa a não emissão de uma tonelada
de carbono na atmosfera.
 Portanto, esses mecanismos de flexibilização do Protocolo de Kyoto 
criaram o mercado de carbono, que confere valor monetário ao “[...] serviço 
prestado por uma empresa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, 
em nome de outra empresa ou país. Esse mercado movimentou em 2009 
cerca de 140 milhões de dólares” (ROCHA, 2012, p. 138).
 O mercado de carbono vem sendo utilizado para reduzir os custos de 
mitigação do efeito estufa e é um importante instrumento no regime climático 
global. No Brasil, está descrito na Política Nacional sobre Mudança do Clima.
28ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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DESENVOLVIMENTO E 
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INDUSTRIAIS
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NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
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 Mesmo fora do Protocolo de Kyoto ocorrem transações de créditos de 
carbono, no chamado mercado voluntário, que são iniciativas voluntárias de 
empresas e instituições que não têm obrigações de reduzir emissões, mas 
que desejam compensá-las mediante a aquisição de créditos de carbono 
Em 29 de dezembro de 2009, o governo brasileiro deu um passo histórico ao 
instituir a Política Nacional de Mudança do Clima por meio da Lei Federal nº 
12.187. Essa lei continha os seguintes planos setoriais: redução de 80% do 
desmatamento na Amazônia; redução de 40% do desmatamento no bioma 
cerrado; ações para o setor de energia, agricultura, pecuária e indústria. Entre 
as iniciativas previstas, estava o mercado de créditos de carbono. Entretanto, 
problemas como falta de transparência e efetividade na organização dos 
fundos para o clima, contingenciamento e má gestão dos recursos, inação 
governamental e recessão econômica desafiaram a confiabilidade da 
aplicação, interferiram no interesse privado emempréstimos de baixo carbono 
e descontinuaram os processos, levando ao insucesso da aplicação da lei.
SAIBA MAIS
29ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
ESTUDoS TRANSvERSAIS
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em um mercado alheio a Kyoto (INSTITUTO ECOLÓGICA, [2020?]). Existem 
duas principais corretoras que realizam transações no mercado voluntário: 
Chicago Climate Exchange (norte-americana) e European Climate Exchange 
(europeia).
 Os créditos de carbono podem ser gerados em qualquer lugar do mundo e 
são auditados por uma entidade independente do sistema das Nações Unidas. 
Os créditos obtidos nos mercados voluntários apresentam operações menos 
burocráticas, mas não valem como redução de metas dos países. Podem 
entrar nesse sistema projetos que tenham estruturas não reconhecidas pelo 
mercado regulado (RETTMANN, [2020]).
 O mercado voluntário de créditos de carbono apresenta maior potencial 
para contribuição do desenvolvimento sustentável localmente em comparação 
com o mercado regulado, devido à sua maior flexibilidade, à diversidade de 
atores e à exigência da demonstração dos benefícios declarados (GOMES; 
SILVA; CARVALHO, 2017). O principal mecanismo de crédito nesse segmento 
voluntário é a Redução de Emissões Proveniente de Desmatamento e 
Degradação Florestal (REDD), em que as empresas financiam projetos 
de preservação de florestas, manejo florestal sustentável e aumento dos 
estoques de carbono em áreas de floresta.
30ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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DESENVOLVIMENTO E 
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PRODUÇÃO MAIS LIMPA
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INDUSTRIAIS
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NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
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 Esses créditos servem para manter, implementar ou melhorar reservas 
florestais, reservas de povos tradicionais e propriedades privadas com 
biomas preservados. As empresas, por sua vez, são reconhecidas como 
ambientalmente corretas. No mercado voluntário de créditos de carbono, 
os projetos de REDD estão tendo uma aceitação positiva e gerando negócios. 
No Brasil, foi criado o Fundo Amazônia pelo decreto nº 6.527/2008, com 
o intuito de apoiar as ações de REDD mediante doações dos países ricos, 
parceiros internacionais e do próprio governo federal (CHAVES, 2015).
 Há muitos projetos interessantes de inovação e inclusão social no mercado 
voluntário. Já o mercado regulado apresenta mais comumente projetos 
de grande escala, envolvendo geração de energia, tratamento de resíduos 
urbanos e industriais, etc. 
 As organizações podem ter diferentes objetivos ao participar do mercado 
de créditos de carbono. Algumas, apesar de não terem obrigatoriedade de 
redução de emissão de gases de efeito estufa, realizam essas ações para gerar 
créditos e obter receitas, além de melhorar sua imagem junto ao público e 
31ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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agregar valor aos seus produtos, por ficarem vinculadas à sustentabilidade. 
Esse tipo de empresa vislumbra a redução de emissões como investimento 
e oportunidade e não como custo.
 Enquanto isso, outras, por terem a imposição legal de redução de emissões, 
contam com os mecanismos do mercado de carbono, que ajuda a minimizar 
seus custos. Os projetos de (MDL) das empresas podem se concentrar em criar 
novas fontes de energia, tornar mais eficientes seus processos produtivos 
ou substituir combustíveis fósseis por outros de fontes renováveis. Dessa 
forma, contribuem com a redução de emissões de gases.
 Um modo de gerar créditos de carbono é pela substituição de combustíveis 
não renováveis em fábricas, como lenha obtida de desmatamento, por 
biomassas renováveis, que emitem menos gases de efeito estufa e contribuem 
para diminuir a derrubada de florestas. Dessa forma, é calculado quanto de 
carbono deixou de ser emitido devido à substituição do combustível, e o 
equivalente se reverte em créditos de carbono.
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32ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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Um exemplo de projeto é o da unidade da Usina Coruripe Açúcar e Álcool, 
localizada em Campo Florido (MG). Como ação estratégica de gestão ambiental, 
a empresa passou a gerar eletricidade a partir da queima de bagaço de cana, 
que é fonte renovável de energia. Esse projeto ajudou a reduzir em 7 mil 
toneladas as emissões de gases de efeito estufa entre 2007 e 2008.
EXEMPLO
 As empresas que compensam seu alto nível de emissões comprando 
créditos nesse mercado ajudam indiretamente a manter projetos de 
recuperação de áreas degradadas e de reflorestamento, bem como projetos 
sociais e educacionais de comunidades vulneráveis, entre outros.
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33ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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DESENVOLVIMENTO E 
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REVALORIZAÇÃO PELA PERSPECTIVA ECOLÓGICA
DOS BENS DE PÓS-CONSUMO
 Os produtos de pós-consumo que não retornam ao ciclo produtivo 
ocasionam problemas com o acúmulo em lixões, além de ser um fator negativo 
para a imagem da empresa. Nesse caso, os custos ecológicos, ou seja, o 
impacto de tal descarte inadequado no meio ambiente agrava a situação 
e preocupa a sociedade. Por isso, a revalorização dos bens possui papel 
relevante para o reaproveitamento de materiais/embalagens em fi m de vida 
útil, em vez de simplesmente recorrer ao descarte:
A revalorização ecológica de um bem em fim de vida é entendida como 
a eliminação ou a mitigação desse somatório de custos dos impactos no 
meio ambiente provocados pela ação nociva de produtos nocivos à vida 
humana ou pelo excesso desses bens. Agrega-se valor ecológico ao bem 
de pós-consumo por meio do equacionamento de sua logística reversa, 
de modo que se recapture o valor correspondente a esses custos, nem 
sempre plenamente tangível (LEITE, 2009, p. 114)
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34ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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DESENVOLVIMENTO E 
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PRODUÇÃO MAIS LIMPA
GESTÃO DE RESÍDUOS 
INDUSTRIAIS
GESTÃO DE RECURSOS 
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SUSTENTABILIDADE
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 O descarte incorreto de resíduos é, muitas vezes, visível; assim, os clientes, 
então, preferem comprar de empresas que cuidem da logística reversa dos 
seus produtos e evitem a degradação da natureza. A sensibilidade ecológica 
do consumidor origina-se da sua repugnância ao aspecto sujo das grandes 
cidades e dos riscos à saúde, ameaçando a sua qualidade de vida. Assim, 
segundo Leite (2009, p. 116), as empresas estão incorporando questões 
ambientais nas suas estratégias:
Essa percepção e crescente sensibilidade com relação ao meio ambiente 
tornou-se obrigatória em declarações de missões empresariais. As 
estratégias de gestão de meio ambiente passaram a constituir parte 
integrante da reflexão empresarial, pelo menos nas empresas líderes 
consideradas excelentes em seus setores. O consumidor mais sensível 
precisa de informações sobre os impactos dos produtos e processos no 
meio ambiente.
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 A logística reversa surge para amenizar esse problema. A logística 
reversa de pós-consumo representa uma alternativa para o reaproveitamento 
de produtos, resíduos e componentes que antes afetavam o meio ambiente. 
35ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sustentávelprecisa ser 
entendido como processo contínuo de empresas e pessoas que constituem 
as cidades:
[...] desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a
exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação do 
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam 
o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações 
humanas (ONU, apud LEITE, 2009, p. 117).
 O desenvolvimento sustentável pode ser realizado de diferentes 
maneiras, porque cada país ou região possui as suas prioridades econômicas e 
o seu ecossistema específico. Assim, as metas de desenvolvimento sustentável 
da Organização das Nações Unidas (ONU) são requisitos mínimos para os 
países cumprirem, sendo que cada país pode e deve identificar a sua realidade 
para conseguir alcançar essas metas. Os objetivos 11 e 12 da ONU dizem 
respeito à sustentabilidade, sendo o objetivo 11 focado em comunidades 
e cidades sustentáveis. Salientam-se algumas das metas do objetivo 11 da 
ONU:
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36ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades
para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos,
integrados e sustentáveis, em todos os países;
Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e
natural do mundo;
Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita nas cidades, inclusive 
prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos
municipais e outros;
Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, 
periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional
de desenvolvimento;
Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência
técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando
materiais locais (UNITED NATIONS, 2017, documento on-line).
Observamos, nas metas do objetivo 11 da ONU, o foco em cidades 
que funcionem de forma mais sustentável, por meio do planejamento e 
da redução de impactos ambientais. O prazo para o cumprimento dessas 
metas é até o ano de 2030, um desafio a ser encarado principalmente nos 
países em desenvolvimento. Por isso, uma das metas solicita o apoio dos 
países desenvolvidos para que todos consigam atingir o desenvolvimento 
sustentável.
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37ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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Conheça as práticas sustentáveis na agricultura e agropecuária no link 
a seguir.
https://goo.gl/jrDLN7
LINK
A ONU possui outros objetivos relacionados ao desenvolvimento 
sustentável, como os objetivos 12, 13, 14 e 15. O objetivo 12 está relacionado 
à produção e ao consumo sustentáveis, tendo foco na prática que reduza 
o impacto ambiental. O objetivo 13 está associado à ação climática, visto 
que a poluição causa mudanças climáticas em nível mundial que afetam a 
vida no planeta. O objetivo 14 visa proteger a vida marinha, tendo em vista 
que o ecossistema marinho é afetado por resíduos descartados nos mares e 
oceanos.
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38ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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A educação ambiental para conscientização precisa ser realizada. A 
logística reversa contribui para essa conscientização, já que aproveita os 
resíduos nas empresas. Uma empresa pode gerar produtos a partir dos 
resíduos coletados nos oceanos, por exemplo. O objetivo 15 tem a finalidade 
de proteger a vida terrestre, como, por exemplo, a preservação de florestas.
LOGÍSTICA REVERSA E CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS
 O ciclo de vida de um produto precisa ser analisado pelas empresas para 
que possam tomar decisões assertivas. Existem quatro principais momentos 
do ciclo de vida do produto:
• Introdução — é o lançamento do produto no mercado e início das vendas.
• Crescimento — expansão das vendas, quando o consumidor começa a 
estabelecer uma relação de confiança com o produto.
• Maturidade — momento em que o produto está consolidado no mercado, 
sendo conhecido pelos consumidores.
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39ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• Declínio — quando o produto não é mais procurado pelo cliente, por 
diferentes motivos, como sair de moda e tornar-se obsoleto em relação a 
outros produtos novos.
 Como último momento do ciclo de vida, o declínio precisa ser tratado 
com cuidado nas empresas e planejado desde a concepção do produto. A 
empresa pode adotar estratégias para prolongar o tempo de maturidade 
do produto no mercado, com grandes ou pequenas inovações. As empresas 
existentes há vários anos costumam fazer isso, adaptando o produto às 
demandas atuais e, assim, evitam o seu declínio. Porém, há casos em que o 
declínio do produto é inevitável, como, por exemplo, os produtos tecnológicos, 
que se tornam rapidamente obsoletos. Nesses casos, a empresa precisa estar 
ciente de que tem de vender o mais rápido possível, provendo o produto. 
Também deve estar ciente de que o processo de logística reversa de pós-
consumo já é esperado pelos clientes que desejarem se desfazer do bem.
 A concepção de adquirir um bem, usá-lo e descarta-lo caracteriza a 
cultura do consumismo. As empresas lançam novos produtos com inovações,
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40ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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às vezes, até insignificantes, mas a publicidade estimula tanto o consumidor
que ele compra por questão de moda ou status. Até o público infantil é alvo
dessas estratégias de vendas. Nessa cultura de consumo, existem três fatores
determinantes:
• preocupação em vender para poder produzir cada vez mais;
• mercado de massa para atingir o maior número de consumidores possível;
• novos produtos, em que a moda é mais importante do que a durabilidade 
e a utilidade.
Em contrapartida, está se formando um novo modo de pensar: a 
cultura ambientalista. Nesse contexto, a ideia é reduzir o consumo, reutilizar 
e reciclar quando possível. Essa cultura prioriza a responsabilidade social e 
empresarial com o meio ambiente, por meio do descarte correto dos resíduos. 
A cultura ambientalista se opõe à cultura do consumismo, por isso, critica-o 
em vários aspectos.
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41ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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Para satisfazer a esse novo cliente, que pensa de forma sustentável, 
as empresas estão investindo na análise do ciclo de vida dos produtos e seu 
impacto ambiental, conforme Leite (2009, p. 122):
A análise do ciclo de vida útil dos produtos estuda o impacto ambiental gerado 
pelos produtos desde o momento da extração das matérias-primas e outros 
insumos utilizados em sua fabricação — de alguma maneira já contabilizando 
os recursos naturais utilizados, os impactos causados pelo transporte para 
internalização dos insumos e para distribuição direta dos produtos e reversa dos 
pós-consumos — até sua disposição final, motivo pelo qual também é conhecida 
como análise do produto do berço até o túmulo.
Então, a análise do ciclo de vida útil do produto trata de medir o 
impacto ambientaldo produto ao longo da cadeia de suprimentos direta e 
reversa. Essa medição inclui, por exemplo, pensar o tempo de degradação 
de determinada embalagem e a sua substituição por outra menos prejudicial 
ao meio ambiente.
Também podemos pensar na fabricação de produto que o consumidor 
pode reutilizar com facilidade.
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42ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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INTRODUÇÃO
Os resíduos industriais são gerados nos processos de produção de 
bens de consumo, e seu gerenciamento, tratamento e destinação final são 
um dos desafios que empresários e técnicos enfrentam em suas rotinas di-
árias.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NA 
INDÚSTRIA
As atividades industriais geram diferentes tipos de resíduos, originados 
dos mais diversos ramos, como metalurgia, celulose e papel, setor alimentício, 
mineração, entre outros (JARDIM; YOSHIDA; MACHADO FILHO, 2012). O 
43ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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artigo 13, da Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010, Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (PNRS), define resíduos industriais como aqueles gerados nos 
processos produtivos e instalações industriais. Entre os resíduos industriais, 
inclui-se também grande quantidade de material perigoso, que necessita de 
tratamento especial devido ao seu alto potencial de impacto ambiental e à 
saúde.
De acordo com ABNT NBR 10.004, de 30 de novembro de 2004, 
os resíduos sólidos são classificados da seguinte maneira (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004):
Classe I — Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam 
periculosidade. A periculosidade de um resíduo se encontra em suas 
propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, que apresentam riscos à 
saúde pública (provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando 
seus índices) e ao meio ambiente (quando o resíduo for gerenciado de forma 
inadequada). Esses resíduos exigem tratamento e disposição especiais em 
função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade e patogenicidade.
44ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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A NBR 10.004/2004 ressalta ainda que os resíduos perigosos podem 
ser classificados assim (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2004):
• Inflamabilidade: um resíduo é classificado como inflamável quando:
• é líquido e tem ponto de fulgor inferior a 60°C, determinado 
conforme ABNT NBR 14598, de 4 de dezembro de 2012, ou equivalente, 
excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de álcool em 
volume;
• não é líquido e é capaz de, sob condições de temperatura e pressão 
de 25°C e 0,1 MPa (1 atm), produzir fogo por fricção, absorção de 
umidade ou por alterações químicas espontâneas; quando inflamada, 
tem queima vigorosa e persistentemente, dificultando a extinção do 
fogo;
• é um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio 
e, como resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade 
do fogo em outro material;
45ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• é um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal 
sobre transporte de produtos perigosos (Portaria nº. 204, de 20 de 
maio de 1997, do Ministério dos Transportes).
• Corrosividade: um resíduo é classificado como corrosivo se:
• for aquoso e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou superior ou igual 
a 12,5, ou se sua mistura com água, na proporção de 1:1 em peso, 
produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 ou superior ou 
igual a 12,5;
• for líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, 
produzir um líquido e corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão 
maior que 6,35 mm ao ano, a uma temperatura de 55°C, de acordo 
com USEPA SW 846 ou equivalente.
• Reatividade: um resíduo é classificado como reativo se apresentar as 
seguintes propriedades:
• ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, 
sem detonar;
• reagir violentamente com a água;
46ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• formar misturas potencialmente explosivas com a água;
• gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes 
para provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando 
misturados com a água;
• possuir em sua constituição os íons CN− ou S2− em concentrações 
que ultrapassem os limites de 250 mg de HCN liberável por quilograma 
de resíduo ou 500 mg de H2S liberável por quilograma de resíduo, 
de acordo com ensaio estabelecido no USEPA — SW 846;
• ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação 
de forte estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes 
confinados;
• ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição 
detonante ou explosiva a 25°C e 0,1 MPa (1 atm);
• ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir 
um resultado prático, por meio de explosão ou efeito pirotécnico, 
esteja ou não esta substância contida em dispositivo preparado para 
esse fim.
47ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• Toxicidade: um resíduo é classificado como tóxico se apresentar estas 
propriedades:
• quando o extrato obtido da amostra, segundo a ABNT NBR 10.005, 
de 30 de janeiro de 2004, contiver qualquer um dos contaminantes 
em concentrações superiores aos valores constantes no anexo F;
• quando possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C da 
NBR 10.004/2004 e apresentar toxicidade.
• Patogenicidade: o resíduo será patogênico se houver suspeita de conter 
micro-organismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxirribonucleico 
(ADN) ou ácido ribonucleico (ARN) recombinantes, organismos 
geneticamente modificados, plasmídeos, cloroplastos, mitocôndrias ou 
toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.
Classe II — Resíduos não perigosos: os resíduos não perigosos, por 
sua vez, dividem-se em duas subclasses:
• II A — Não Inertes: apresentam como propriedades principais a 
biodegradabilidade e a combustibilidade ou solubilidade em água.
48ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• II B — Inertes: tipo de resíduo que, devido as suas características 
e composição físico-química, não sofre transformações físicas, 
químicas ou biológicas de relevo, mantendo-se inalterados por um 
longo período de tempo. De acordo com a legislação, os resíduos 
inertes estão aptos a ser depositados em aterros sanitários.
Toda movimentação de resíduos de um empreendimento ou empresa 
deve ser documentada. Uma planilha de movimentação de resíduos 
atua como meio de registro de toda a remessa de resíduos que está 
sendo destinada.
FIQUE ATENTO
49ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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É importante que as empresas disponibilizem lixeiras devidamente 
identificadas para cada tipo de resíduo. A resolução CONAMA nº. 275, de 24 
de abril de 2001, dispõe do código de cores para os diferentes tipos de resíduos 
a ser adotado na identificação de coletores e transportadores (BRASIL, 2001). 
Os recipientes utilizados no acondicionamento deverão estar etiquetados, 
seguindo o código de cores:
• azul: papel/papelão;
• vermelho: plástico;
• verde: vidro;
• preto: madeira;
• amarelo: metal;
• laranja: resíduos perigosos;
• roxo: resíduos radioativos;
• marrom: resíduos orgânicos;
• cinza: resíduo geral não reciclável, ou misturado, ou contaminado, não 
passível de separação. Exemplos: papel (embolado, etiquetas e toalhas), 
50ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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embalagens (chicletes, balas e alimentos), clipes e grampos, caneta e pincel 
atômico, luvas, borracha.
O armazenamento dos resíduos sólidos Classe I (perigosos) deve 
ser conforme a norma ABNT NBR 12.235/1992. Essa norma dispõe que o 
armazenamento deve ser feito de modo a não alterar a quantidade/qualidade 
do resíduo. O resíduo deve ser acondicionado até reciclagem, recuperação, 
tratamento e/ou disposição final, em contêineres, tambores, tanques e/ou 
a granel. A norma exige que seja feita uma análise das propriedades físicas e 
químicas do resíduo antes de ele ser armazenado (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 1992).
O local utilizado para o armazenamento de resíduos sólidos deve ser 
projetado de modo que o perigo de contaminação ambiental seja minimizado; 
que sejam respeitadas as distâncias indicadas pela legislação vigente no 
que se refere a mananciais hídricos, lençol freático, núcleos habitacionais, 
logradouros públicos, rede viária, atividades industriais que poderão gerar 
faíscas, vapores reativos, umidade excessiva, etc.; que sejam evitados os 
riscos potenciais de fenômenos naturais como chuva, ventanias, inundações, 
51ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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marés altas, queda de barreiras, deslizamentos de terra, afundamento do 
terreno, erosão, etc.
O local também deve ser isolado de forma que impeça o acesso de 
pessoas estranhas e sinalizado de forma que indique o risco presente no 
local. Veja alguns exemplos de sinalização de risco na Figura 2.
Figura 2. Algumas 
sinalizações 
utilizadas para 
indicar risco.
Fonte: Cool Vector 
Maker/Shutterstock.
com.
52ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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A norma aplicável ao armazenamento de resíduos Classe II (não 
perigosos) é a NBR 11.174/1990. Essa norma dispõe que o armazenamento 
deve ser feito de maneira que minimize o risco de contaminação ambiental. 
O local deve ser aprovado pelo órgão ambiental do estado e atender a 
legislação específica. Os resíduos de Classe II não devem ser armazenados com 
resíduos de Classe I. O armazenamento pode ser realizado em contêineres e/
ou tambores, em tanques e a granel (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 1990).
VANTAGENS DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL EM
INDÚSTRIAS
O principal objetivo do licenciamento ambiental é promover o 
desenvolvimento (da sociedade e da economia) sem impactar de forma 
negativa no meio ambiente, para que tanto as gerações do presente como 
53ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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as futuras desfrutem de um ambiente equilibrado. Nesse contexto, todas as 
atividades que, de uma forma ou outra, estão sujeitas a impactos ambientais 
deverão estar munidas do licenciamento ambiental.
O licenciamento é uma exigência legal. Mas quais são exatamente as 
vantagens/ benefícios do licenciamento ambiental? Não é apenas o meio 
ambiente que sai ganhando com o licenciamento de determinada atividade, 
mas também toda a sociedade. Entre alguns dos principais benefícios do 
licenciamento ambiental para o meio ambiente, pode-se citar:
• proteger o meio ambiente para as futuras gerações;
• proteger os ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
• planejar e fiscalizar o uso dos recursos ambientais;
• garantir a qualidade dos recursos renováveis;
• racionalizar o uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
• proteger áreas ameaçadas de degradação.
Em se tratando das vantagens que empresas/corporações poderão 
obter com a implantação de um PGRS (Planos de Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos), pode-se citar:
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54ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• Benefícios estratégicos: diferenciação no mercado; demonstração do 
compromisso da empresa com o meio ambiente e com o futuro; confiança 
oferecida às partes interessadas; melhoria na imagem perante órgãos 
regulamentadores; facilidade na obtenção de licenças e autorizações; 
simpatia de clientes e usuários; facilidade no acesso ao mercado internacional; 
atração de parceiros; antecipação à tendência de caráter mandatário e às 
exigências dos clientes, entre outros.
• Benefícios operacionais: melhoria na gestão de riscos ambientais 
atuais e futuros; melhoria dos procedimentos operacionais; melhoria 
da produtividade; melhoria nas condições de saúde e segurança no 
trabalho; redução de acidentes que impliquem responsabilidade civil; 
estabelecimento de rotina para análise das áreas do negócio que possam 
afetar o meio ambiente; estímulo ao desenvolvimento e compartilhamento 
de soluções ambientais; facilidade na transferência de tecnologia; melhoria 
no desempenho dos funcionários e dos equipamentos, entre outros.
• Benefícios financeiros: diminuição dos riscos de incorrer em infrações 
legais e regulamentares; redução potencial nas despesas com seguros, 
produtos e serviços adquiridos, além do comportamento global no mercado; 
possibilidade de redução de custos; possibilidade de economia de despesas 
no consumo de água, energia e matéria-prima.
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55ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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Os principais objetivos do PGRS são a minimização da geração de 
resíduos; a destinação correta dos resíduos; a diminuição dos impactos 
ambientais e visuais; a preservação dos recursos naturais renováveis e não 
renováveis; a receita na venda de materiais recicláveis; a redução dos gastos 
de disposição; a diminuição da quantidade de resíduos destinados aos aterros 
sanitários; o marketing positivo, em virtude da imagem de responsabilidade 
social e ecológica da empresa adepta de tais práticas; a satisfação da 
sociedade; o cumprimento da Legislação em vigor; a melhoria da qualidade 
de vida, tanto das pessoas como dos seres vivos.
Em relação às vantagens que empresas poderão obter com práticas 
de gerenciamento ambiental, a norma ISO 14.001 (sistema de gestão 
ambiental) descreve que, além de responder às exigências da comunidade 
mundial e do consumidor-cidadão, elas também oferecem às organizações 
vantagens competitivas matematicamente mensuráveis, como (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004):• maior satisfação dos clientes, pois o consumidor esclarecido hoje valoriza 
muito mais as empresas e produtos que demonstrem bom desempenho 
ambiental;
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56ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• melhoria da imagem da empresa junto a clientes, governo, comunidade, 
vizinhos, ONGs e mídia;
• conquista de novos mercados, pois a preocupação ambiental é um fator de 
competitividade, facilitando a expansão em novos mercados, e a empresa 
que souber explorar bem esse aspecto conseguirá cativar novos clientes;
• redução de custos pela eliminação de desperdícios, obtida com uma análise 
cuidadosa do uso de água e energia e da geração de resíduos, pelo menor 
risco de ter de arcar com multas ou ações legais por descumprimento 
da legislação e pelo menor passivo ambiental, com menores riscos para 
administradores e acionistas;
• conscientização ambiental de toda a empresa, do pessoal da produção, do 
setor ambiental, de todos os seus diretores, gerentes, projetistas e operários, 
que perpetuam isso pela comunidade em que habitam;
• maior permanência no mercado, por não ocorrerem reações negativas dos 
consumidores;
• maior facilidade na obtenção de financiamentos, pois uma empresa 
com um bom desempenho ambiental tem mais facilidade de conseguir 
financiamento junto a bancos e órgãos ambientais, além de desfrutar de 
uma melhor imagem;
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57ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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• maior interesse da empresa em demonstrar à sociedade que ela tem 
um sistema de gestão ambiental estruturado e que as ações preventivas 
têm prioridade sobre as corretivas, ou seja, que a empresa adota todas as 
medidas necessárias para evitar impactos ambientais, qualquer que seja 
sua relevância.
A gestão ambiental em organizações, de acordo com Jabbour (2013), 
quando implantada, pode gerar vários benefícios. Quanto mais evoluída a 
gestão ambiental de uma organização, mais intensos e mais diversificados 
poderão ser os benefícios auferidos. Geralmente, essas vantagens estão 
associadas a dois tipos de benefícios:
• Benefícios internos: estão relacionados a melhorias observadas nas 
diversas dimensões do desempenho organizacional, como o desempenho 
operacional, o desempenho em inovação e o desempenho de mercado.
• Benefícios externos: podem ser entendidos como contribuições que se 
estendem à sociedade de forma mais ampla, como a influência sobre as 
regulamentações ambientais, as contribuições para o desenvolvimento 
sustentável e as parcerias com outras organizações.
Continue Lendo
58ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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REFERÊNCIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001: 
sistemas da gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. São Paulo: 
ABNT, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11174: armazenamento 
de resíduos classes II — não inertes e III — inertes. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235: armazenamento 
de resíduos perigosos. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: classificação de 
resíduos. São Paulo: ABNT, 2004. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. 
Resolução CONAMA nº. 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de 
cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de 
coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a 
coleta seletiva. DOU, Brasília, DF, 117-E, seção 1, p. 80, 19 jun. 2001.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 237, de 19 de 
dezembro de 1997. Brasília, DF, 1997. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
port/conama/res/res97/res23797.html>. Acesso em: 07 jun. 2018.
BRASIL. Decreto nº. 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 
12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos 
59ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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GESTÃO DE RECURSOS 
NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
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Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos 
e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e 
dá outras providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7404.htm>. Acesso em: 07 jun. 
2018.
BRASIL. Decreto nº. 99.274, de 6 de junho de 1990. Regulamenta a Lei nº. 
6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que 
dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de 
Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras 
providências. Brasília, DF, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm>. Acesso em: 07 jun. 2018.
BRASIL. Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá 
outras providências.
Brasília, DF, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L6938.htm>. Acesso em: 07 jun. 2018.
BRASIL. Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 06 jun. 2018.
FIORILLO, C. A. P. Curso de direito ambiental. 15. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
60ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
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INDUSTRIAIS
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NATURAIS
SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIA
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JABBOUR, A. B. L S. Gestão ambiental nas organizações: fundamentos e 
tendências.São Paulo: Atlas, 2013.
JARDIM, A.; YOSHIDA, C.; MACHADO FILHO, J. V. Política nacional, gestão e 
gerenciamento de resíduos sólidos. Barueri, SP: Manole, 2012.
DECLARAÇÃO do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento. Rio de Janeiro: 
ONU Brasil, 1992. Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/
rio92.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2018.
JORNAL DA BAND. Plástico feito de cana de açúcar é utilizado pela 
Nasa. YouTube, 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=noceflCAwFI>. Acesso em: 23 fev. 2018.
NASCIMENTO, J. A.; SILVA, E. F. Diagnóstico socioeconômico e ambiental dos 
assentamentos de reforma agrária atendidos pelo Projeto Vale Sustentável. 
Assú: ANEA, 2015. Disponível em: <http://www.projetovalesustentavel.com.br/
pdf/cartilha_anea_diagnostico.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2018.
SCHWANKE, C. (Org.). Ambiente: tecnologias. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
270p. (Série Tekne).
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