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1 Farmacologia Paulo MED XIV 4° Período Goiânia 2022/1 PENICILINAS INTRODUÇÃO • Fazem parte da classe de antibióticos denominados beta lactâmicos, que são caracterizados quimicamente pela presença do anel beta lactâmico (que consiste num anel formado por três átomos de carbono e um de nitrogênio) em sua composição. • Agem inibindo a síntese da parede bacteriana de Gram-positivos e Gram-negativos. • São fungos da família penicillium. MECANISMO DE AÇÃO • Eles interferem na síntese da parede celular bacteriana. • Isso acontece devido à ligação do antibiótico a um grupo de proteínas da membrana plasmática chamada de “Proteínas ligadoras de Penicilina (PBP)”, necessárias para a síntese de peptideoglicanos, que compõem a parede da bactéria • Quando as bactérias são expostas a esses antibióticos, eles se ligam a PBPs específicas na parede e inibem a montagem das cadeias de peptidoglicana, culminando com a destruição, já que existem as autolisinas que degradam continuamente essa parede. • Nas Gran-positivas a PBP é mais fácil de acessar do que nas negativas. • Nas Gram-negativas, os betalactâmicos precisam atravessar canais proteicos na membrana externa para atingir o espaço periplasmático e poder se ligar à PBP. Resumo: produção de beta-lactamases, alterações das proteínas de ligação das penicilinas ou aquisição de novas proteínas de ligação e a redução da penetração, ou do efluxo ativo do antibiótico. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Bactéria adquire genes que permitem a interferência no mecanismo de ação do antibiótico por mutação espontânea de DNA ou por transformação e transferência de plasmídeos. OS PRINCIPAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA SÃO: • Produção de betalactamase: enzimas capazes de inativar a ligação da bactéria com o antibiótico através da hidrólise de seu anel principal. Esse vai ser o principal mecanismo de resistência dos Gram-negativos. • PBP com baixa afinidade pelo antibiótico devido a uma ligação fraca a essa proteína. • Canais proteicos que dificultam/impedem passagem do antibiótico. Veremos a seguir que a penicilina G e a oxacilina são ineficazes contra a maioria dos Gram-negativos justamente por não conseguirem atravessar as 'porinas' da membrana externa, o que não acontece com as aminopenicilinas (ampicilina, amoxicilina) e outras penicilinas de nova geração. 2 Farmacologia Paulo MED XIV 4° Período Goiânia 2022/1 ESPECTRO DE AÇÃO As penicilinas são agentes responsáveis pela cobertura de uma variedade de bactérias. Elas podem ser classificadas nas seguintes categorias: As principais características quanto ao espectro antibacteriano desses subgrupos estão disponíveis na tabela abaixo: Nenhuma das penicilinas de amplo espectro são eficazes contra os estafilococos produtores de penicilinase. OBS: Oxacilinas não devem ser indicadas para pacientes com bactéria hospitalar, apenas para infecções por S. aureus da comunidade que não são resistentes. APLICAÇÃO CLÍNICA As Penicilinas podem ter variadas aplicações clínicas, disponíveis na tabela abaixo: EFEITOS ADVERSOS A classe das penicilinas é bem diversificada, assim existem variados efeitos adversos. Os mais importantes são: • Toxicidade renal: A manifestação mais frequente é a nefrite intersticial alérgica, e é mais comum com oxacilina. O paciente apresenta febre, “rash”, hematúria e eosinofilia. Deve-se suspender imediatamente o medicamento. Se o uso for mantido pode ocorrer insuficiência renal irreversível. • Neurotoxicidade: em pacientes com insuficiência renal prévia, que fazem uso de doses elevadas de penicilinas, podem ocorrer convulsões e problemas musculares. Deve-se cessar o uso desse medicamento, pois as convulsões se tornam refratárias aos anticonvulsivantes. • Reações de hipersensibilidade: ocorre aproximadamente em 8% dos pacientes e em especial com a benzilpenicilina, apesar desses fármacos apresentarem pouca toxicidade. Essas 3 Farmacologia Paulo MED XIV 4° Período Goiânia 2022/1 reações podem variar desde uma reação urticariforme até choque anafilático. • Toxicidade hematológica: rara. Porém, pode acontecer trombocitopenia e a anemia hemolítica. Pode ocorrer leucopenia dose e tempo- dependente e desordens hemorrágicas, devido a alterações na agregação plaquetária. • Manifestações cutâneas: ocorrem mais frequentemente com as aminopenicilinas, geralmente de forma tardia e entre 1 a 10% dos pacientes. Podem variar desde rubor (eritema), rash cutâneo (erupções vermelhas), placas urticariformes, até síndrome de Stevens-Johnson em casos mais raros. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Algumas medicações podem interagir com a penicilina, são elas: • Probenecida: é um agente uricosúrico. Ele irá inibir a excreção renal de penicilina, prolongando seu efeito. • Anticoncepcionais: pode reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais. • Carbenicilina: as carboxipenicilinas podem inativar a gentamicina ou tobramicina, se forem administradas em conjunto na mesma mistura. Devido a isso, precisam ser administradas separadamente quando a associação é necessária.
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