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Indaial – 2022 Potência Prof. Luiz Fernando Marquez Arruda 1a Edição ElEtrônica dE Impresso por: Copyright © UNIASSELVI 2022 Elaboração: Prof. Luiz Fernando Marquez Arruda Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI A779e Arruda, Luiz Fernando Marquez Eletrônica de potência. / Luiz Fernando Marquez Arruda – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 207 p.; il. ISBN 978-85-515-0481-9 1. Eletrônica. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 620 Caro acadêmico! Estamos aqui convidando você a conhecer o Livro Didático de Eletrônica de Potência. Este livro trará até você os principais conceitos referentes às transformações da energia elétrica por meio da eletrônica. O livro está dividido em três unidades, de modo a se ter uma divisão didática dos conteúdos a serem estudados ao longo do curso. Em cada uma das unidades você encontrará materiais tendo como base as principais literaturas da área, além disso, este livro conta com inúmeras experiências de modo a permitir a você, acadêmico, uma compreensão ampla sobre processos embutidos no contexto da Eletrônica de Potência. O livro didático também traz inúmeras recomendações de leituras complementares a fim de ampliar e aprofundar os conceitos vistos ao longo dos tópicos, permitindo, assim, uma autonomia de aprendizado o que favorece o explorar do conhecimento para além do ambiente da academia. A Unidade 1 traz os conceitos introdutórios referentes aos semicondutores de potência, suas propriedades e aplicações. Nesta unidade serão apresentados os principais dispositivos de potência utilizados e suas especificações técnicas. Também serão abordados os materiais que os constituem. A Unidade 2 tem como foco a aplicação dos diversos tipos de semicondutores no que tange à retificação, onde inicialmente serão apresentados os retificadores não controlados, seguidos dos retificadores controlados, e por fim, contudo, não menos importante, serão estudadas configurações que colocam os semicondutores de potência frente ao controle da tensão CA disposta sobre uma carga, o que consequentemente define a potência dissipada por ela. A Unidade 3 se dedicará aos fundamentos dos inversores, estudo pelo qual nos permite avaliar várias metodologias que os modelam, por exemplo, os conversores CC-CC, CC-CA e CA-CC. Outro ponto que será evidenciado é a relação dos inversores com as fontes chaveadas. Também serão avaliados os aspectos da interferência das harmônicas de corrente de tensão sobre a questão do fator de potência, ou seja, como essas questões influenciam no desempenho. Dado o avanço das tecnologias em relação às fontes de energias renováveis, não se poderia não dar enfoque aos sistemas inversores autônomos e não autônomos. Com esta proposta de material, pretende-se entregar a você, discente, uma vaste e rica experiência de ensino e aprendizado na área de Eletrônica de Potência. A equipe UNIASSELVI deseja a você excelentes estudos! Luiz Fernando Marquez Arruda APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Você lembra dos UNIs? Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES .......................... 1 TÓPICO 1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE OS SEMICONDUTORES DE POTÊNCIAS ........3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 O QUE É E POR QUE A ELETRÔNICA DE POTÊNCIA? ........................................................3 2.1 UMA CARGA SENDO CONTROLADA POR UM DISPOSITIVO RESISTIVO ...................................4 2.2 UMA CARGA SENDO CONTROLADA POR DISPOSITIVO SEMICONDUTOR .............................. 5 3 UM OVERVIEW SOBRE AS CHAVES SEMICONDUTORAS DE POTÊNCIA ..........................8 4 CHAVES NÃO IDEAIS ..........................................................................................................9 4.1 PERDA DE POTÊNCIA POR CONDUÇÃO ........................................................................................ 10 4.2 PERDA DE POTÊNCIA POR CHAVEAMENTO ................................................................................ 11 RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................18 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 19 TÓPICO 2 - INTRODUÇÃO ÀS CHAVES DE POTÊNCIA ....................................................... 21 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21 2 DIODOS .............................................................................................................................22 2.1 ANÁLISE EM CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA (CC) .........................................................24 2.2 ANÁLISE EM CORRENTE ALTERNADA (CA) ..................................................................................25 3 TIRISTORES ..................................................................................................................... 28 4 TRANSISTORES ............................................................................................................... 34 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 38 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 39 TÓPICO 3 - ASPECTOS AVANÇADOS DAS CHAVES SEMICONDUTORAS......................... 41 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 41 2 TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (BJT) ..................................................................... 41 2.1 CURVA CARACTERÍSTICA DO TRANSISTOR ................................................................................42 2.2 TRANSISTOR POLARIZADO ..............................................................................................................43 2.3 PERDA DE POTÊNCIA NO TRANSISTOR ........................................................................................44 3 TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE METAL (MOSFET) .......................................... 45 3.1 APLICAÇÕES EM ALTA FREQUÊNCIA .............................................................................................. 47 3.2 MODELO DINÂMICO ............................................................................................................................ 47 3.3 PERDAS POR CONDUÇÃO E POR COMUTAÇÃO ........................................................................ 48 4 TRANSISTOR BIPOLAR DE PORTA ISOLADA (IGBT) ...................................................... 51 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 53 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 60 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 61 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63 UNIDADE 2 — CONTROLE DE POTÊNCIA CA ...................................................................... 65 TÓPICO 1 — RETIFICADORES NÃO CONTROLADOS ...........................................................67 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................67 2 RETIFICADOR DE MEIA-ONDA .........................................................................................67 2.1 CARGAS PURAMENTE RESISTIVAS ................................................................................................68 2.2 CARGA rESISTIVA-INDUTIVA (RL) ....................................................................................................71 3 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA ...............................................................................75 3.1 PONTE RETIFICADORA A DIODOS ................................................................................................... 76 3.2 PONTE RETIFICADORA A TRANSFORMADOR COM DERIVAÇÃO CENTRAL ........................78 4 RETIFICADOR A TRÊS PULSOS ....................................................................................... 82 5 RETIFICADOR A SEIS PULSOS ........................................................................................ 86 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 90 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 91 TÓPICO 2 - RETIFICADORES CONTROLADOS .................................................................. 93 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 93 2 RETIFICADORES CONTROLADOS DE MEIA-ONDA ........................................................ 93 3 RETIFICADORES CONTROLADOS DE ONDA COMPLETA ...............................................96 4 RETIFICADOR CONTROLADO A TRÊS PULSOS .............................................................100 5 RETIFICADOR CONTROLADO A SEIS PULSOS ............................................................. 104 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................108 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................109 TÓPICO 3 - CONTROLE DE TENSÃO CA .............................................................................111 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................111 2 CONVERSORES DUAIS ....................................................................................................111 3 CICLOVERSORES ........................................................................................................... 116 3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ...................................................................................................116 3.2 LIMITAÇÃO EM FREQUÊNCIA .........................................................................................................118 4 GRADADORES ................................................................................................................ 118 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................122 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................135 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................136 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................138 UNIDADE 3 — CONVERSORES ...........................................................................................139 TÓPICO 1 — CONVERSORES CC-CC .................................................................................. 141 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141 2 CONVERSORES CC-CC NÃO ISOLADOS ........................................................................ 141 2.1 DIMENSIONAMENTOS ...................................................................................................................... 145 2.1.1 Conversor Buck ......................................................................................................................... 145 2.1.2 Conversor Boost ...................................................................................................................... 149 2.1.3 Conversor Buck-Boost ........................................................................................................... 153 3 CONVERSORES ISOLADOS ............................................................................................ 157 3.1 CONVERSOR CC-CC FLYBACK .......................................................................................................158 3.2 CONVERSOR CC-CC FORWARD .................................................................................................... 162 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................167 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................168 TÓPICO 2 - CONVERSORES CC-CA ...................................................................................171 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................171 2 TIPOS DE CONVERSORES CC-CA ...................................................................................171 3 CONVERSORES CC-CA DE TENSÃO .............................................................................. 172 3.1 CONVERSOR CC-CA EM PONTE COMPLETA .............................................................................. 173 3.2 CONVERSOR CC-CA COM PONTO MÉDIO ...................................................................................177 3.3 CONVERSOR CC-CA PUSH-PULL ................................................................................................180 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................184 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................185 TÓPICO 3 - FONTES CHAVEADAS, MODULAÇÃO PWM E CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA .................................................................................................187 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................187 2 FONTES CHAVEADAS .....................................................................................................187 3 MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO PWM ..............................................................189 4 QUALIDADE DA ENERGIA (DISTORÇÃO HARMÔNICA E FATOR DE POTÊNCIA) .........192 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 197 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 204 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 205 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 207 1 UNIDADE 1 - MATERIAIS, CONCEITOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender os principais conceitos e exigências relativos aos semicondutores de potência; • estudar os principais conceitos envolvendo os semicondutores de potência, tais como tipos, propriedades e características; • assimilar os principais conceitos relativos às aplicações de cada grupo de dispositivo. • abstrair os principais conceitos relativos às limitações dadas às diversas formas de configurações. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE OS SEMICONDUTORES DE POTÊNCIAS TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO ÀS CHAVES DE POTÊNCIA TÓPICO 3 – ASPECTOS AVANÇADOS DAS CHAVES SEMICONDUTORAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE OS SEMICONDUTORES DE POTÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO O estudo sobre eletrônica envolvendo dispositivos de estado sólido denota desde a década de 1960, respectivamente, um campo de estudos conhecido na literatura pelo termo eletrônica de potência, aventado, especialmente, após o surgimento do SCR (Silicon Control- led Rectifier – Retificador Controlado de Silício) pela GE (General Electric), também conhecido na literatura como tiristor. A partir disse marco foi possível ampliar a conversão de energia elétrica de uma forma para outra, e assim controlando ou modificando o valor da tensão e/ou da corrente de um circuito eletrônico. A eletrônica de potência inclui sistemas que processam valores de potência que vão desde miliwatts até a ordem de megawatts (AHMED, 2000). Diante desses aspectos pode-se afirmar que a invenção do tiristor pela GE representou um marco na eletrônica, pois apresentava características importantes para a manutenção de grandes potências. Nesse sentido, o tiristor representa, sem dúvida, a mudança de trajetória ocorrida na engenharia, em especial nas operações industriais até os dias atuais (BARBI, 2017). Centenas de milhares de equipamentos de diversos tipos e áreas foram desenvolvidos desde a descoberta dos dispositivos e estado sólido e, juntamente com tais dispositivos, deu início a uma grande área da ciência, a Eletrônica de Potência (BARBI, 2017). TÓPICO 1 - UNIDADE 1 2 O QUE É E POR QUE A ELETRÔNICA DE POTÊNCIA? De modo geral, como ramo da engenharia elétrica, não se restringindo a ela, o campo de estudos desta área da ciência pode ser dividido em três grandes grupos: potência, eletrônica e controle (BARBI, 2017). A eletrônica de potência, objeto desse curso, considera as aplicações envolvendo dispositivos semicondutores, ou de estado sólido, tais como diodos, tiristores e transistores, utilizados na conversão de e controle de energia elétrica por meio, especialmente, das transformações de CA para CC e vice-versa. Com isso, alcança-se a finalidade de um circuito eletrônico de potência, que é o de corresponder, a partir de uma fonte de alimentação, às condições de tensão e corrente em uma carga. Nos dias atuais, pode-se destacar o uso da eletrônica de potência em tecnologias emergentes como veículos elétricos e redes distribuídas de energia elétrica. Em veículos elétricos atua no acionamento e controle de velocidade dos motores elétricos, no carregamento de baterias, na utilização de baterias para acionamentos diversos, tais 4 A eletrônica de potência tem um papel fundamental no aumento da utilização de fontes de energias renováveis. Ela é responsável pela adequação das fontes não controláveis como a energia solar para níveis de tensão admitidos pela concessionária local. IMPORTANTE como energização do painel, kit multimídia, sistemas de ar-condicionado e iluminação. Nas redes distribuídas é utilizado em conjunto com os painéis solares, sistemas eólicos e outros, para adequação dos níveis de tensão exigidos pela concessionária local. Portanto, a utilização de dispositivos semicondutores como elementos de controle de potência elétrica, representam vantagens ao que se observava outrora por meio do controle executado por meio de, por exemplo, reostatos e transformadores de potência, como averiguado na Figura 1 que traz como amostra um reostato controlando a potência em uma carga. No que tange ao controle de cargas com dispositivos, podemos citar algumas vantagens como, baixo volume, menor custo, eficiência e etc. FIGURA 1 – REOSTATO CONTROLANDO UMA CARGA FONTE: Ahmed (2000, p. 15) 2.1 UMA CARGA SENDO CONTROLADA POR UM DISPOSITIVO RESISTIVO De acordo com (HART, 2016), para o controle de uma carga por meio de um reostato deve-se considerar algumas desvantagens, em especial, a limitação na potência controlada, onde se percebe uma baixa eficiência na conversão, o que representa grandes perdas de potência para o dispositivo controlado, impactando diretamente no rendimento do sistema de controle. O exemplo a seguir mostra um resultado numérico dessa questão. 5 Exemplo 2.1: Uma fonte de corrente contínua de 200 volts está fornecendo energia para uma carga resistiva RL de 20 Ω, conectada em série a um reostato R1. Considerando a resistência do reostato R1, ajustada para 10 Ω, calcule a tensão e potência entregue à carga, à corrente e potência no circuito e ao rendimento do sistema. 1º A corrente e potência no circuitosão definidas por: 2º A tensão e potência na carga são definidas por: 3º Rendimento do sistema: Através do exemplo observa-se que o valor do reostato representa uma parcela da energia dissipada pelo sistema, ou seja, uma energia transformada em calor que é maléfica ao sistema produzindo um baixo rendimento. Nota-se que à medida que o valor do reostato se altera de modo a aumentar sua resistência, o rendimento do sistema diminui sistematicamente. Isso ocorre porque a potência PR1, consumida pela carga R1, representa um fator negativo, ou seja, é vista como perda de potência pelo sistema, para o valor de 10 Ω, corresponde a uma dissipação de cerca de 33.33 % da potência total. 2.2 UMA CARGA SENDO CONTROLADA POR DISPOSITIVO SEMICONDUTOR O controle feito por um sistema que tem como base dispositivos de estado sólido, nesses sistemas o rendimento é sistematicamente superior. Por meio do Exemplo 2.2 pode-se comprovar uma eficiência superior ao que foi mostrado no Exemplo 2.1. No exemplo em questão, considera-se, para efeito comparativo, a mesma configuração adotada para o exemplo 2.1, exceto pelo valor da resistência da chave, RSW, onde o valor adotado para esta será de 1 mΩ, valor encontrado facilmente em transistores de efeito de campo, muito utilizados nesse contexto. A Figura 2 mostra a configuração de uma chave não ideal para o modelo, que ao ser fechada alimenta a carga com a máxima potência. 6 A regulação da tensão através de reostato provoca uma diminuição da eficiência energética devido parcela da energia não utilizada ser dissipada em forma de calor pelo reostato. ATENÇÃO FIGURA 2 – UM DISPOSITIVO DE ESTADO SÓLIDO CONTROLANDO UMA CARGA FONTE: Ahmed (2000, p. 17) Exemplo 2.2 Uma fonte de corrente contínua de 200 volts está fornecendo energia para uma carga resistiva RL, de 20 Ω conectada em série com uma chave com resistência em 1 mΩ. Calcule a tensão e potência entregue à carga, à corrente e à potência no circuito e o rendimento do sistema. 1º A corrente e potência no circuito são definidas por: 2º A tensão e potência na carga são definidas por: 3º Rendimento do sistema: 7 FIGURA 3 – CONTROLE DA POTÊNCIA DE UMA CARGA ATRAVÉS DO ON/OFF DE UMA CHAVE FONTE: Adaptado de Hart (2016, p. 4) Uma vez que a resistência elétrica representada pela chave é muito baixa, o sistema tangencia aos 100% de rendimento, pois ela não consome energia ao executar trabalho. Contudo o sistema não consegue, da maneira como descrito no exemplo do reostato, controlar a potência na carga, pois não é possível seccionar o posicionamento da chave. No entanto, é exequível simular o mesmo efeito promovido pelo reostato pela chave, simplesmente controlando a abertura e o fechamento de SW ao longo do tempo, ou seja, periodicamente. A Figura 3 mostra o processo de controle da potência na carga por meio da comutação (liga/desliga) da chave (Rashid, 2014). Na medida em que ocorre a abertura e o fechamento da chave ao longo do tempo é possível controlar o valor da tensão média sobre a carga, o que automaticamente corrobora para a determinação da potência dela. Obviamente que a tensão não é constante, e sim pulsada, de tal forma que ao ser filtrada equipara-se a uma tensão contínua. A Equação (2.1) apresenta a formalização matemática frente ao que fora visto no Exemplo 2.2, tal equação é oriunda da equação de valores médios. Para tal considerou que a chave é do tipo ideal e permanece tanto no estado LIGADO quanto no estado DESLIGADO por 50% do período T. Adequação da equação de valor médio em função da tensão de alimentação e tempo de fornecimento. (2.1) 8 Sugerimos a leitura das anotações de eletrônica de potência do professor Clovis Petry, Dr. Disponível gratuitamente para download no endereço: https://bit.ly/3wRudIu. DICA 3 UM OVERVIEW SOBRE AS CHAVES SEMICONDUTORAS DE POTÊNCIA As principais chaves utilizadas nos circuitos eletrônicos de potência, as quais retratam os elementos principais da eletrônica de potência, são: • Diodos; • Transistores Bipolares de Junção: BJTs; • Transistores de Efeito de Campo: JFETs, BI-FETs, MOSFETs etc; • Transistores de Porta Isolada: IGBTs; • Retificadores Controlados de Silício: SCRs; • Tiristores de Desligamento por Porta: GTOs. No contexto da eletrônica de potência, esses dispositivos são utilizados em chaveamentos de alta frequência, na maioria dos casos, por Modulação por Largura de Pulso, de modo a controlar a potência sobre uma carga. Outro aspecto interessante a respeito das chaves de potência é o material de que são fabricados. Por muito tempo, o Silício, devido a sua abundância, é a base para o mercado eletrônico mundial. Todavia, devido as suas limitações, surgiram pesquisas em busca de melhores rendimentos. Elas resultaram em novo grupo de elementos e compostos, os semicondutores de banda larga (WBS – wide band semiconductor). Os mais conhecidos são o Carboneto de Silício (Silicon Carbide – SiC), o Nitreto de Gálio (Gallium Nitride – GaN) e o Diamante. Destaca-se que eles possuem um melhor rendimento em relação a perdas por comutação, devido a sua rapidez em mudança efetiva de estado em condução para bloqueio e vice-versa, tal fenômeno é possível devido a uma menor concentração de portadores intrínsecos , cerca de 4 a 37 vezes menor, a um maior campo elétrico de ruptura, cerca de 7 a 20 vezes maior), uma maior condutividade térmica, de 3 a 13 vezes e uma maior velocidade oriunda dos elétrons saturados, de 2 a 2,7 vezes maior (BUENO; SILVA, 2014). 9 QUADRO 1 – PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMICONDUTORES IMPORTANTES FONTE: Chow et al. (2000, p. 278) Material Vsat Si 1,1 1,5 x 1010 11,8 1350 0,3 1,0 1,5 Ge 0,66 2,4 x 1013 16,0 3900 0,1 0,5 0,6 GaAs 1,4 1,8 x 106 12,8 8500 0,4 2,0 0,5 GaP 2,3 7,7 x 10-1 11,1 350 1,3 1,4 0,8 InN 1,86 103 9,6 3000 1,0 2,5 - GaN 3,39 1,9 x 10-10 9,0 900 3,3 2,5 1,3 3C-SiC 2,2 6,9 9,6 900 1,2 2,0 4,5 4H-SiC 3,26 8,2 x 10-9 10 650 2,0 2,0 4,5 6H-SiC 3,0 2,3 x 10-6 9,7 50 2,4 2,0 4,5 Diamond 5,45 1,6 x 10-27 5,5 1900 5,6 2,7 20 BN 6,0 1,5 x 10-31 7,1 5 10 1,0 13 AIN 6,1 10-31 8,7 1100 11,7 1,8 2,5 No Quadro 1 são apresentadas algumas das principais características físicas dos semicondutores, de forma a observar a evolução ao longo de buscas por melhores eficiências. De acordo com (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013), o crescimento da banda de energia Eg diminui a sensibilidade à temperatura devido ao aumento da energia necessária para o elétron sair da banda de valência para banda de condução. Os de valores mobilidade relativa representam a capacidade de locomoção dos portadores, e o valor de e a quantidade de portadores intrínsecos. A fim de ampliar os conceitos aqui estudados, recomendamos a leitura da apostila, Apostila de Eletrônica de Potência, do professor César Costa do IFRN. Disponível para download no endereço: https://bit.ly/36vo5LB. DICA 4 CHAVES NÃO IDEAIS As chaves de potência reais acrescentam perdas de potência ao sistema, semelhante ao que se observa no Exemplo 2.2. A perda de potência atribuída à chave deve-se ao fato de que ela apresenta certa resistência à passagem da corrente elétrica. 10 Quando se associa a resistência da chave para com a corrente que passa por ela, à tensão na qual está submetida, o resultado desse produto é justamente a potência que foi perdida durante o processo de chaveamento, em que se observam dois modos de perda de potência, perda por condução e por chaveamento. 4.1 PERDA DE POTÊNCIA POR CONDUÇÃO Na Figura 4 é apresentado um sistema chaveado, onde se têm duas situações distintas. Na Figura 4(a), a chave encontra-se desabilitada, portanto, é percorrida apenas por uma ligeira corrente, definida por corrente de fuga, . Já na Figura 4(b), encontra-se habilitada e operando na sua região de saturação, por conseguinte, fornecendo corrente máxima à carga, quando se observa . FIGURA 4 – PERDA DE POTÊNCIA EM UMA CHAVE ELETRÔNICA FONTE: Ahmed (2000, p. 21) A análise que segue será abordada desconsiderandoos momentos de transição da chave, ou seja, LIGADO-DESLIGADO e/ou DESLIGADO-LIGADO. Dessa forma desenvolveremos o nosso estudo considerando apenas potência média no estado LIGADO, , e a potência média no estado DESLIGADO, . A priori avaliaremos o sistema de modo estático, apenas da perspectiva da corrente de saturação, , e da corrente de fuga do transistor, , portanto, (2.2) (2.3) Define-se o ciclo de trabalho da chave como D, o qual representa um valor adimensional definido a partir do tempo em que a chave permanece ligada, tON, e do período de chaveamento, T, já tOFF, assume o período no qual a chave permanece desabilitada, como segue, 11 (2.4) (2.6) (2.7) (2.8) (2.9) (2.5) Para que se consiga o controle da potência na carga, a chave não poderá ficar indefinidamente fechada. Desse modo inclui-se na análise a abertura e o fechamento da chave periodicamente, e assim fala-se de potência média, conforme mostram as Equações (1.6) e (1.7). Já a energia dissipada é avaliada sob o prisma da equação (2.8) e da equação (2.9), tanto para o estado ligado quanto para o estado desligado da chave; Vale ressaltar que esta análise desconsiderou os tempos de comutação da chave, de sorte que este assunto será abordado a seguir. O Prof. Clovis Petry mantém no Youtube um curso gratuito somente sobre eletrônica de potência, abordando diversas particularidades. E está disponível também no Youtube pelo canal: https://bit.ly/3K0hxmk. DICA 4.2 PERDA DE POTÊNCIA POR CHAVEAMENTO No subtópico 4.2 destaca-se a perda de potência em sistemas de potência devido ao momento em que a chave, não ideal, encontra-se em condução, ou como circuito aberto, porém com destaque para a condução. Contudo, uma chave, devido as suas não idealidades, leva certo tempo para entrar, bem como para sair, em condução, tais tempos de transição são identificados por e . Na Figura 5 são apresentadas as formas de ondas da corrente, tensão e potência ocasionadas pelo chaveamento que ocorre no contexto da Figura 4. A partir da Figura 5 consideraremos os principais pontos de análise do problema em questão. Portanto, segue que, no momento que a chave se encontra desabilitada, a tensão sobre ela se “iguala” à da fonte, ou seja, , exceto por . Durante o 12 fechamento, após o período representado por , de até , e, no mesmo período, a corrente sobre a chave sai de até . A curva que denota a potência instantânea dissipada pela chave é observada a partir do gráfico da Figura 5, a qual evidencia que a energia desprendida no momento do chaveamento, pode ser encontrada calculando a área sob a curva. Ao avaliar mais de perto o gráfico, percebe-se que no instante em que a energia é máxima, tem-se o mesmo para a potência. Dessa forma, pode-se afirmar que a potência máxima dissipada pelo sistema no instante da comutação, ocorre justamente no ponto onde e aportam seus pontos médios, o que pode ser visto nos gráficos (a) e (b) da figura. FIGURA 5 – GRÁFICOS DEVIDO AO CHAVEAMENTO FONTE: Ahmed, 2000, p. 21) De posse dessas afirmações, calcula-se a potência máxima desprendida pela chave no momento da comutação a partir de: (2.10) (2.11) A potência média na chave durante a comutação, se considerar a curva da potência instantânea, um semiciclo de uma senoide, pode ser encontrada para ambos os estados da chave, o que para tal faremos . Estado Fechado: 13 Estado Aberto: (2.12) (2.12) Substituindo a Equação (2.10) em (2.11) e (2.12), tem-se a Equação (2.13): Considerando que a energia média, W, é dada por , onde t representa o tempo, como os tempos de comutação podem ser distintos, tem-se que a energia perdida durante o processo de chaveamento pode ser calculada nas equações (2.14) e (2.15): (2.14) (2.15) (2.16) (2.17) (2.18) A energia total perdida durante um ciclo completo de comutação pode ser encontrada somando-se as Equações (2.14) e (2.15), pela Equação (2.16): Também se pode encontrar a dissipação média da potência sobre a chave, caracterizada pela energia total dissipada pela chave no decorrer do chaveamento, segundo o apresentado na Equação (2.17): Substituindo a Equação (2.16) em (2.17), tem-se a Equação (2.18): onde representa a frequência de comutação da chave SW. Assim pode-se calcular o valor médio da perda máxima de potência na chave, usando a Equação (2.19): 14 (2.19) Exemplo 4.1: Este exemplo considera o circuito eletrônico mostrado na Figura 4, para tal admite-se a chave como não ideal. Assim define-se a seguinte configuração: Assume-se que a potência dissipada pela carga será de 10kW, a corrente máxima na carga de 20A, tensão da fonte VE de 500 V, o valor da carga RL igual a 50 Ω, a corrente de fuga de 1mA, o igual a 1,3V, o igual a 0,8 e igual a 1,2 , a frequência de chaveamento: e o ciclo de trabalho: D=0,4. De acordo com as características atribuídas ao exemplo, determine as perdas totais e energia dissipada: A priori, necessitamos definir o período T e os tempos em que a chave permanece acionada e não acionada: A perda de potência tanto no estado ligado quanto no estado desligado: LIGADO: DESLIGADO: Potência máxima ao comutar a chave: Potência média ao comutar a chave: DESLIGADO: Energia dissipada pela chave nos estados ligado e desligado: LIGADO: 15 Energia dissipada pela comutação da chave: LOW-TO-HIGH: HIGH-TO-LOW: Perda total de energia: Perda média total de potência na chave: Perda total de potência média na chave: As perdas de potência na chave, além de significarem um baixo rendimento, proporcionam aquecimento térmico à região onde está colocado o componente eletrônico. Com isso vale ressaltar que alguns componentes eletrônicios mudam suas caracteristicas de condutividade de acordo com a temperatura, como no caso dos diodos, cujo acréscimo de temperatura reduz a queda de tensão. Dessa forma, a fim de manter as caracteristicas dos elementos, as placas possuem dissipadores de calor e ventilação forcada, que são comumente instalados em chaves semicondutoras para conseguir uma menor temperatura no material. Vale ressaltar que esses componentes apenas ajudam a distribuir o calor pelo AR de forma a não degradar o componente nem interferir em dispositivos próximos, todavia, não aumenta o rendimento do sistema. A Figura 6 demonstra alguns modelos de dissipadores de calor. 16 FIGURA 6 – ALGUNS DISSIPADORES DE CALOR FONTE: <https://eletronicadepotencia.com/dissipador-de-calor-o-guia-completo/>. Acesso em: 7 abr. 2022. FIGURA 7 – ALGUNS DISSIPADORES DE CALOR FONTE: Boylestad e Nashelsky (2013, p. 590) Segundo Boylestad e Nashelsky (2013, p. 589), “os transistores de silício são os que apresentam maiores temperaturas máximas. Geralmente, a temperatura máxima desses tipos de transistores de potência são” de 150 a 200 ºC em silício e de 100 a 110 ºC para o germânio. Vale destacar que quanto maior a potência do circuito, maior será a temperatura do encapsulamento. Ocorre que existe uma curva de dissipação máxima do encapsulamento devido à temperatura, e os projetos devem se adequar a tal. A Figura 7, apresenta a curva usual de um transistor de silício, observe que conforme a temperatura aumenta, a potência máxima do dispositivo diminui consideravelmente. 17 Ainda segundo Boylestad e Nashelsky (2013), a escolha do dissipador ideal envolve um de uma grande quantidade de detalhes considerados não básicos a respeito dos transistores de potência. Contudo, a compreensão entre a relação entre a potência dissipada e as características térmicas do componente podem possibilitar uma clara compreensão da potência máxima limitada pela temperatura. Existem diversos modelos de dissipadores de calor, com e sem o uso de ventilação forçada, cada um deve ser dimensionado de acordo com o modelo da chave em busca de garantir as temperaturas ideais de trabalho. A fim de ampliar os conceitos aqui abordados, recomendamos a leitura do seguinte livro – Eletrônica de Potência –Transistores de Potência de DenizarCruz Martins. DICA 18 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • O estudo da engenharia elétrica pode ser dividido em pelo menos em três grandes áreas, controle, eletrônica e potência. • É possível controlar a potência em uma carga mais eficientemente utilizando uma chave semicondutora, controlando o tempo de chave aberta e fechada. • Embora as análises de modo simplista utilizem chaves ideais, as chaves reais (não ideais) apresentam características dinâmicas que ocasionam perda de potência. • É possível determinar as perdas de potência em uma chave não ideal. • Existem diferentes tipos de perdas em uma chave, por exemplo, perdas por condução e por chaveamento. RESUMO DO TÓPICO 1 19 1 De modo geral, a engenharia elétrica atende a diversos públicos com diversas soluções. Um enfoque na área de eletrônica de potência, busca trabalhar com a adequação e/ou conversão de energia elétrica. A respeito da utilização de semicondutores no controle da potência elétrica é correto afirmar que: a) ( ) A chave semicondutora é um resistor controlado por tensão. b) ( ) A chave semicondutora é amplificadora de tensão controlador por corrente. c) ( ) A chave semicondutora é uma componente do tipo estado sólido para controle de potência por disparo. d) ( ) A chave semicondutora é um dispositivo específico para controle de corrente alternada. 2 O objetivo de uma chave é transferir potência de uma fonte, de tensão ou de corrente, para uma carga. As chaves eletrônicas de potência, como os diodos, os tiristores e os transistores, podem apresentar grande vantagem sobre dispositivos não controlados, como contatores e relés. A partir do controle dos tempos de abertura e fechamento das chaves eletrônicas é possível ajustar a potência dissipada por uma carga. Com base no conhecimento das chaves semicondutoras, marque a alternativa CORRETA: a) ( ) Em uma chave ideal a perda de potência deve-se principalmente pela corrente de fuga, que ocorre quando a chave está polarizada reversamente. b) ( ) A potência instantânea máxima dissipada por uma chave ser calculada a partir da corrente média e pela tensão máxima sobre a chave. c) ( ) A energia dissipada na condução de uma chave pode ser encontrada a partir do tempo no qual a chave permaneceu em condução e pela potência desprendida nesse intervalo de tempo. d) ( ) Nas chaves ideais, além das perdas por condução existem perdas por chaveamento porque não conseguir transitar de ligadas para desligadas instantaneamente. 3 As não idealidades dos materiais semicondutores alimentam uma área de pesquisa muito grande, responsável por encontrar novos materiais e técnicas de fabricação para novos componentes eletrônicos. Há também outro setor que com componentes eletrônicos existentes, busca uma reorganização dos circuitos eletrônicos também buscando melhorias. Dentre as melhorias apresentadas por um novo material/componente semicondutor está a busca por uma maior eficiência no processo de comutação e condução pela chave semicondutora. Nesse aspecto é CORRETO afirmar que: AUTOATIVIDADE 20 a) ( ) O aumento da eficiência em uma chave semicondutora, ocorre exclusivamente pela redução da característica resistiva quando em condução. b) ( ) O aumento da eficiência em uma chave semicondutora, ocorre exclusivamente pela redução do tempo necessário para mudança de estado, de ON para OFF e vice-versa. c) ( ) O aumento da eficiência em um circuito eletrônico pode ocorrer através da utilização de dispositivos semicondutores para controle de potência ao invés da utilização de dispositivos resistivos como reostatos. d) ( ) No tocante à magnitude das perdas de potência em uma chave, observa-se que não perda quando em condução. 4 Dentre as características apresentadas pelos circuitos de eletrônica de potência, a perda de potência está presente em todos eles. Ocorrem perdas nos transformadores, perdas nas chaves controladas e não controladas, perdas na placa de circuito impresso e outros. É importante que um profissional de engenharia conheça as perdas existentes e suas origens a fim de tentar reduzi-las ao máximo, aumentando a eficiência do sistema. Dessa forma, descreva como ocorrem e como são calculadas as perdas por chaveamento. 5 Devido à busca por novos materiais semicondutores surgiram ao longo do tempo novas tecnologias. Dentre as novas tecnologias utilizadas na fabricação de semicondutores está o Carboneto de Silicio – SiC, que proporciona uma maior velocidade em comutação devido à baixa quantidade de portadores livres. Dessa forma, descreva qual a importância de pesquisar neste setor da eletrônica de potência. 21 INTRODUÇÃO ÀS CHAVES DE POTÊNCIA 1 INTRODUÇÃO A utilização de semicondutores tornou possível o desenvolvimento de diversos dispositivos que conhecemos hoje. Todas as interfaces de eletrônica de potência, sejam elas direcionadas a controle de motores, controle de iluminação, fontes de alimentação, veículos elétricos, dentre outros, somente se torna possível a partir das chaves eletrônicas produzidas de semicondutores. Pode-se dizer que há, no mercado, diversos modelos de chaves. Elas variam conforme as características do circuito eletrônico ao qual são empregadas. Dentre estas características pode-se destacar: frequência de comutação, tensão máxima de bloqueio, corrente máxima em condução, potência, acionamento por corrente ou por tensão, implementação em corrente contínua ou corrente alternada, dentre outras. Assim, vale reforçar que é necessário ao responsável pelo projeto eletrônico saber diferenciar cada um dos tipos de chaves existentes, suas limitações e a melhor forma de aplicá-las ao circuito eletrônico. UNIDADE 1 TÓPICO 2 - FIGURA 8 – INTERDISCIPLINARIDADE NATURAL DA ELETRÔNICA DE POTÊNCIA FONTE: Mohan, Underland e Robbins (1995, p. 14) 22 Todavia, vale destacar que, segundo Mohan, Underland e Robbins (1995), para se trabalhar com eletrônica de potência, há a necessidade de conhecimento de diversas outras áreas da eletrônica, conforme mostrado na Figura 8. Dessa forma, este tópico apresenta o funcionamento das chaves: diodos, tiristores e transistores no contexto da eletrônica de potência, não sendo abordados os aspectos construtivos estudados previamente. 2 DIODOS Os diodos são chaves eletrônicas, classificadas como não controladas, sua entrada em condução ocorre de acordo com o sentido da corrente elétrica, ou seja, não utiliza um terminal de disparo, conforme apresentado na Figura 9. FIGURA 9 – DIODO IDEAL FIGURA 10 – DIODO EM CONDUÇÃO E EM BLOQUEIO FONTE: Adaptado de Ahmed (2000) FONTE: Adaptado de Ahmed (2000) São considerados como chave fechada quando estão em condução Figura 10 (a) e chave aberta quando em bloqueio Figura 10 (b), e em análises ideais são desprezadas as perdas por comutação e condução. 23 FIGURA 11 – CARACTERÍSTICA ESTÁTICA DE UM DIODO REAL FONTE: Adaptado de Barbi (2017) Todavia, os diodos reais apresentam resistência de corpo, capacitâncias e indutâncias, inertes à fabricação do dispositivo, onde apenas queda de tensão em condução, juntamente com a resistência de corpo serão abordadas em nossas análises. Dessa forma, as características do diodo real são apresentadas na Figura 11, onde a queda de tensão no diodo é representada por uma fonte V(TO) associada a uma resistência em série rT (BARBI, 2017). Na Figura 11, também é apresentada a tensão máxima reversa ou tensão máxima em bloqueio, seu valor pode ser encontrado através na folha de dados do componente, juntamente com a corrente em condução. E segundo Barbi (2017), quando o diodo é submetido a tensões superiores ao definido, ele entra em condução mantendo a tensão elevada, gerando uma alta temperatura na junção, ocasionado a queima do componente. Vale ressaltar que o diodo também apresenta uma corrente de fuga quando em bloqueio, que é evidenciada na Figura 9 por IR. Os dados a seguir apresentam os parâmetros de um diodo real obtidosatravés da folha de dados. Diodo: SKN20/08 (T = 125 ºC) Geralmente, os diodos em eletrônica de potência são empregados em circuitos retificadores, na descarga de elementos magnéticos ou para proteção com a definição do sentido de condução padrão, impossibilitando assim alimentação reversa. 24 2.1 ANÁLISE EM CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA (CC) A análise de circuitos com diodos em circuitos CC, inicia-se com a identificação do estado do diodo no circuito, ou seja, se ele está em condução ou em bloqueio (AHMED, 2000). Após a verificação, há substituição do diodo por seu equivalente. Em muitos casos, a análise do diodo é feita de forma ideal, porém nas etapas de projeto, as características não ideais são consideradas de modo a selecionar o melhor diodo para cada aplicação. Analisando a Figura 12, observa-se que o diodo está em condução, dessa forma, considerando o diodo como ideal, adota-se um curto-circuito no lugar do diodo. FIGURA 12 – ANÁLISE EM CC FONTE: Adaptado de Ahmed (2000) Assim, a tensão VF = 0V, e aplicando a lei de Kirchhoff das tensões ao circuito tem-se, +VS - VF - VR = 0, resultando em VR = 20V. A corrente IF é definida por . A potência do resistor é PR = 4W. Caso o diodo estivesse invertido (em bloqueio), a corrente IF seria 0 A, assim, a tensão no resistor R resultaria em 0 V, e aplicando a lei de Kirchhoff das tensões, +VS + VF - VR = 0, concluindo que VF = -20V. Em alguns casos, análises mais profundas podem ser necessárias. Utilizando o circuito da Figura 12 como exemplo, e considerando que o diodo é o SKN20/08, apresentado anteriormente, pode-se calcular a corrente, potência e queda de tensão nos componentes. Neste caso, +VS - VF - VR = 0 é substituído por , obtendo . Assim, a tensão no resistor R é VR = 19,1V e a tensão no diodo é Calculando as potências do diodo e do resistor temos e . 25 O emprego da lei de Kirchhof é muito importante na análise de circuitos em eletrônica de potência. Sugere-se como complemento e reforço as videoaulas do Youtube da equipe Me Salva – disponível em https://www. youtube.com/playlist?list=PLeNgmscJQY2_3z32-7bi0VuJv2F6vfj7Z. DICA Considerando as não idealidades do circuito, a potência encontrada no diodo em condução é chamada por perda em condução, ela é uma energia dissipada em forma de calor que é desperdiçada durante o funcionamento do circuito, por isso, quando se escolhe um diodo para aplicações em eletrônica de potência deve-se escolher um com menor resistência de corpo possível (AHMED, 2000; BARBI, 2017; MOHAN; UNDERLAND; ROBBINS, 1995). Segundo Barbi (2017), a perda de potência por um diodo em condução pode ser definida pela Equação (2.1): (2.1) Onde, e são o valor médio e valor eficaz da corrente respectivamente. Dessa forma, segundo (RASHID, 2014), os parâmetros mais importantes a serem observados em um circuito CC são: a queda de tensão em condução (Forward Voltage, VF), a tensão de bloqueio (Breakdown Voltage, VB) e a corrente reversa (Reverse Current, IR). 2.2 ANÁLISE EM CORRENTE ALTERNADA (CA) Em aplicações CA, a polarização do diodo varia ao longo do tempo, assim há momentos onde a tensão polariza o diodo diretamente e em outros polarizada inversamente. Nesses casos, as análises são feitas separadamente para os semiciclos positivos e negativos (AHMED, 2000). 26 FIGURA 13 – ANÁLISE EM CA FONTE: Adaptado de Ahmed (2000) Na Figura 13, quando o semiciclo positivo ocorre, o diodo polariza diretamente permitindo a corrente elétrica alimentar a carga. E no semiciclo negativo, ele bloqueia a corrente. Tal operação pode ser vista na Figura 14. Analisando a Figura 14, perceba que durante o semiciclo positivo a tensão de alimentação VS aparece em VR, ou seja, a tensão de alimentação é entregue à carga, em contra partida, no semiciclo negativo a tensão fica retida no diodo sendo representada por VF. Em circuitos CA, há diversas perdas, todavia, conseguimos destacar três que ocorrem nos diodos. A perda por condução, a perda por bloqueio e a perda por comutação. Para se calcular os respectivos valores, é necessário compreender o que ocorre durante o bloqueio do diodo, em especial as perdas durante o tempo de recuperação reversa, apresentadas a seguir. FIGURA 14 – FORMAS DE ONDA FONTE: Os autores 27 Segundo Rashid (2014), durante o bloqueio do diodo há uma continuação da condução por um período de tempo chamada tempo de recuperação reversa (Reverse Recovery Time trr), e ela acontece porque alguns portadores minoritários permanecem armazenados na junção PN e no material semicondutor. Assim, o tempo de recuperação reversa é definido pelo tempo necessário para que as cargas possam se recombinar com as cargas opostas e serem neutralizadas. Ele é formado pelo tempo de armazenamento de carga na região de depleção ta e tempo de armazenamento de cargas no material semicondutor tb, onde tb é representado pelo tempo que leva para corrente de pico reversa IRR chegar a 25%. Tais valores podem ser identificados na Figura 15. FIGURA 15 – RECUPERAÇÃO SUAVE DO DIODO FONTE: Adaptado de Rashid (2014) Dessa forma, trr pode ser entendido pelo tempo necessário para que o diodo passe do estado de condução para o estado de bloqueio. Ele depende da temperatura, da taxa de decaimento e da corrente durante a condução (RASHID, 2014). Segundo Barbi (2017), o tempo de recuperação do diodo trr e a corrente de pico reversa IRR, dependem de carga de recuperação reversa QRR que pode ser obtida na folha de dados do diodo, ele ressalta ainda que, quanto menor o QRR, menor é o tempo para que o diodo entre em bloqueio, onde podem ser classificados como lentos, rápidos ( ) e ultra-rápidos ( ). Barbi (2017) também destaca que para baixas frequências, os diodos retificadores usualmente empregados apresentam . Segundo Rashid (2014), há uma relação entre QRR, IRR e trr, expressada pela Equação (2.2): (2.2) As principais características nominais dos diodos são: tensão máxima de bloqueio que no datasheet pode aparecer como Tensão de Pico Reversa Repetitiva (Peak Repetitive Reverse Voltage ), Tensão de Pico Reversa (Working Peak Reverse Voltage ) e Tensão de Bloqueio CC (DC Blocking Voltage ). E a Tensão 28 Reversa RMS (RMS Reverse Voltage ), Corrente Direta Média Máxima (Average Rectified Output Current I0), Tempo de Recuperação Reversa (Reverse Recovery Time trr), Temperatura Máxima de Junção (Maximum Junction Temperature Tj(max)) e Corrente Máxima de Surto (Non-Repetitive Peak Forward Surge Current IFSM) (AHMED, 2000). Existem diversos tipos de diodos e aplicações, e o autor Flávio Babos apresenta algumas em seu artigo intitulado Diodo: Função, Aplicação e 10 Tipos Principais (Guia Completo). Para saber mais acesse: https:// flaviobabos.com.br/diodo/. DICA 3 TIRISTORES Pode-se dizer que os tiristores são uma classe especial de diodos, e o que o diferencia dos demais é a presença de um terceiro pino chamado gatilho. Esse pino é utilizado para colocar os tiristores em condução ou em bloqueio. Segundo Hart (2016), os tiristores se referem a uma família de componentes eletrônicos aos quais se pode destacar: o diodo controlado de silício (SCR), o tríodo para corrente alternada (TRIAC), o tiristor desligado pela porta (GTO) e o triristor controlado por MOS (MCT). Dentre os componentes citados anteriormente serão abordados, nesta unidade curricular, o SCR Figura 16(a) e o TRIAC Figura 16(b), onde se pode observar que TRIAC é a junção de 2 SCR em antiparalelo, ou seja, com o gatilho em comum e os terminais anodo e catado invertidos. FIGURA 16 – TIRISTORES FONTE: Adaptado de Hart (2016) 29 A entrada em condução do SCR e do TRIAC ocorre de maneira similar, em ambos os casos há a necessidade de um pulso no gatilho por um curto período, ou seja, não há necessidade da continuidade do sinal para mantê-lo em condução. Entretanto, para que seja mantida a condução, é necessário que a corrente elétrica que passa pelos terminais, Anodo e Catododo SCR ou MT1 e MT2 no caso do TRIAC, seja superior à corrente de manutenção do componente eletrônico. O corte ou bloqueio do deles, ocorre através da remoção da corrente elétrica que passa pelo dispositivo, tornando-os ideais para cargas em CA, pois a cada semiciclo, automaticamente ocorre o bloqueio. Para cargas em CC é necessário um circuito auxiliar para interromper a condução. Graças a estas características de disparo controlado, estes componentes são utilizados nos dias atuais dentro de chuveiros eletrônicos, dimmers, e controle de potência CA. A diferença entre o SCR e o TRIAC é que enquanto o SCR permite a condução de corrente elétrica somente em um sentido (unidirecional), o TRIAC permite a condução em ambos os sentidos (bidirecional). Segundo Ahmed (2000), a grande popularidade do SCR se dá pela ação de chaveamento rápido e aos seus altos valores nominais de corrente e tensão. Na Figura 17 é apresentada a curva característica de um SCR. Nela são exibidas três curvas características, IG0, IG1 e IG2, onde cada IG representa uma corrente diferente de gatilho. Note que apesar da diferença entre elas, ambas são parecidas com as curvas de um diodo, ou seja, há uma região de bloqueio com uma corrente de fuga, uma região de ruptura e uma região de condução, a diferença está que a condução somente inicia após o acionamento do gatilho representado na imagem por IG. A curva característica representada por IG0, onde IG = 0 mostra ainda que o SCR pode entrar em condução sem o acionamento do gatilho, porém essa é uma característica que se busca evitar, ou seja, ele somente deverá entrar em condução quando acionado (AHMED, 2000). 30 FIGURA 17 – CURVA CARACTERÍISTICA DE UM SCR REAL FONTE: Adaptado de Ahmed (2000) Segundo Barbi (2017), as não idealidades presentes nos diodos também são existentes no SCR, de modo que ele pode ser representado por uma fonte em série com resistor conforme pode ser visto na Figura 18. Repare a semelhança entre o diodo e SCR, observe que a única diferença é que enquanto o diodo tem um VTO fixo, o SCR não. No SCR ele é ajustável ao disparo do gatilho. FIGURA 18 – CIRCUITO EQUIVALENTE SCR FONTE: Adaptado de Barbi (2017) 31 FIGURA 19 – CIRCUITO EXEMPLO SCR FONTE: Os autores De acordo com Rashid (2014), os tiristores podem ser acionados das seguintes formas, acionamento através de temperatura elevada, tensão elevada entre anodo e catodo, taxa de crescimento da tensão entre anodo e catodo e corrente de gatilho. Observa-se que dentre elas, o único acionamento requerido em um projeto é através do gatilho, os demais comumente buscam ser evitados. Dessa forma, Rashid (2014) apresenta alguns pontos que devem ser observados durante os projetos com utilização de SCR. O gatilho não deve permanecer acionado após entrada em condução, tal característica aumenta a perda de potência na junção. • O gatilho não deve ser acionado quando o circuito estiver polarizado inversamente. • O tempo de acionamento do gatilho tG deve ser superior ao tempo que a corrente leva para ser superior a corrente de manutenção IH. A fim de exemplificar a forma de onda de saída de um SCR ocasionada pelo disparo utilizou-se o circuito apresentado na Figura 19. Nela, há uma fonte de alimentação senoidal com frequência de 60Hz e amplitude de 311V, ou seja, 220V de tensão eficaz, a também um disparo controlado em α = 45º ( ) e uma resistência simbolizando uma carga. A Figura 20 apresenta as formas de onda obtidas pelo circuito de acionamento da Figura 19. Note que no primeiro quadrante é apresentada a tensão de alimentação com as características senoidais de amplitudes e frequência. No segundo quadrante é apresentada a tensão sobre a carga, observe que devido à característica unidirecional do SCR, o semiciclo negativo da alimentação é bloqueado, e o semiciclo positivo é controlado através do gatilho, nesse caso, com ângulo de disparo α, ou seja, somente a partir daquele ponto que a tensão positiva passa a ser entregue à carga. Observe no terceiro quadrante que o pulso do gatilho ocorre de maneira rápida e sem continuidade (pulsada), mas na mesma frequência da rede, garantindo assim que sempre ele ocorra no mesmo ponto de operação, garantindo uma tensão média fixa. Há traçado em azul a relação de disparo, com início da condução e ponto de referência na tensão de entrada. 32 FIGURA 20 – SCR EM OPERAÇÃO FONTE: Os autores Definido o ângulo de disparo (α), é possível calcular as tensões média e eficaz na carga através das seguintes expressões (2.3) e (2.4): (2.4) (2.5) (2.6) (2.3) Utilizando as equações apresentadas para a tensão média e eficaz na carga e aplicando-as ao circuito da Figura 19, obtêm-se os valores apresentados em (2.5) e (2.6): Atualizando o circuito da Figura 19 para utilização do TRIAC conforme apresentado na Figura 21, note que o circuito tem a mesma disposição para os elementos de tensão de alimentação e carga. Há somente a substituição da chave, que antes era 33 representada por um SCR e agora por um TRIAC. Para a demonstração da forma de onda de saída, o TRIAC está sendo acionado no mesmo ângulo de disparo α para o semiciclo positivo e α + 180 no semiciclo negativo da tensão de alimentação. FIGURA 21 – CIRCUITO EXEMPLO TRIAC FIGURA 22 – TRIAC EM OPERAÇÃO FONTE: Os autores FONTE: Os autores Na Figura 22 é possível observar que devido à utilização do TRIAC, o semiciclo negativo também é entregue à carga a partir do ângulo de disparo. De mesmo modo, a Figura 20 e a Figura 22 exibem a tensão de alimentação, tensão na carga e disparo da chave, e demonstra que a chave é acionada duas vezes dentro do período, nos ângulos de disparo acima referenciados. 34 Vale ressaltar que os ângulos de disparo α são definidos pelo projetista de modo a atingir as tensões média e eficaz na carga requeridas no projeto. E atualizando as fórmulas previamente apresentadas ao SCR para o TRIAC temos que a tensão média vale 0v e a tensão eficaz definida pela equação (2.7): (2.7) Refazendo os cálculos com o ângulo de 45º que equivale a , temos: De acordo com Ahmed (2000), as principais características dos tiristores são: o valor nominal da corrente de surto (IFM), a corrente de disparo (IL) a corrente de manutenção (IH), a temperatura de máxima de junção (TJ), a tensão máxima em bloqueio e a corrente máxima em condução. E para o SCR, devido a sua construção unidirecional temos a tensão máxima reversa (VDRM). Para uma análise da utilização de diodos controlados no processo de retificação, recomenda-se a leitura do trabalho de Daniel Carvalho intitulado Estudo de tiristores para a aplicação em retificadores controlados apresentado no VII Simpósio de Iniciação Cientifica, Didática e de Ações Sociais do Centro Universitário FEI. DICA 4 TRANSISTORES Conforme abordado por Hart (2016), os transistores em eletrônica de potência são projetados para que funcionem em estados bem definidos, totalmente fechado (em condução) ou totalmente aberto (em bloqueio), o que é totalmente diferente das demais aplicações que utilizam transistores em amplificadores. Assim, neste modo, não são observados o ganho do transistor, mas sua capacidade de condução, tensão de bloqueio e velocidade de comutação, além das perdas por condução e comutação. Rashid (2014) ressalta que a utilização dos transistores na região de saturação resulta em uma baixa queda de tensão em condução. Segundo Rashid (2014), os transistores mais modernos têm uma velocidade de comutação muito maior que os tiristores e são amplamente empregados em conversores CC-CC e CC-CA. 35 Ainda, segundo Rashid (2014), embora a escolha entre os transistores não seja óbvia, tanto o MOSFET quanto o BJT podem substituir um tiristor caso atendam às limitações de tensão e corrente. Para Rashid (2014) os transistores podem ser classificados em algumas categorias: 1. BJT – transistor bipolar de junção (bipolar junction transistor). 2. MOSFET – transistor de efeito decampo metálico (metal oxide semiconductor field effect transistor). 3. IGBT – transistor bipolar de porta isolada (insulated gate bipolar transistor). Os símbolos representativos de cada tipo de transistor podem ser vistos na Figura 23. FIGURA 23 – TIPOS DE TRANSISTORES FONTE: Adaptado de Hart (2016) Para Ahmed (2000), os transistores mais utilizados em eletrônica de potência são o BJT e o MOSFET, destaca ainda que o BJT é mais lento que o MOSFET com valores nominais próximos. Outra característica abordada é que o BJT é controlado por corrente, e que necessita de uma alta corrente na base para mantê-lo em condução, exigindo também uma alta corrente reversa na base para colocá-lo em bloqueio em altas frequências, tais características aumentam as complexidades com projetos utilizando transistores tornando-o mais caro que o MOSFET. Por outro lado, segundo Ahmed (2000), o MOSFET é controlado por tensão e devido à comutação mais rápida, sendo melhores em circuito de alta frequência, onde a perda por comutação é um ponto crítico, entretanto, a queda de tensão durante a condução por um MOSFET é mais elevada que a de um BJT, ou seja, em altas tensões 36 a perda de potência por condução é maior, uma vez que os tempos de condução são superiores aos de comutação, para essas aplicações onde a perda de potência por condução é um fator crítico, torna-se preferível a escolha de um BJT. De acordo com Hart (2016), esta diferença, nos tempos de comutação entre o BJT e o MOSFET, ocorre devido ao BJT trabalhar com portadores minoritários que são responsáveis pelo atraso na comutação da chave, enquanto o MOSFET com portadores majoritários. O IGBT supre as limitações apresentadas pelo BJT e pelo MOSFET, ou seja, trabalham em alta frequência com baixas perdas por comutação e também em elevadas tensões com baixas perdas por condução, tornando-o ideal para aplicações em eletrônica de potência (AHMED, 2000). FIGURA 24 – RESUMO DAS CAPACIDADES DOS SEMICONDUTORES FONTE: Adaptado de Mohan, Underland e Robbins (1995) Na Figura 24, Mohan, Underland e Robbins (1995) apresentam um gráfico tridimensional demonstrando as limitações de cada tipo de chave dentro da eletrônica de potência. Pode-se observar que quanto maior a frequência de comutação da chave, mais limitadas ficam as tecnologias disponíveis aos projetos. Mostra ainda que aplicações com tiristores podem ter características de alta corrente e alta tensão, mas são limitadas a baixas frequências de operação. 37 A fim de ampliar os conceitos aqui estudados sobre as chaves em eletrônica de potência recomenda-se a leitura do Capítulo 2 do livro Power Electronics – Converters, Applications and Design de Ned Mohan. DICA 38 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • A eletrônica de potência está ligada a diversas outras áreas da engenharia elétrica, como a física dos estados sólidos, a teoria de controle, o processamento de sinais, as máquinas elétricas e outros. • A diferença entre um diodo ideal e um diodo real, onde o diodo ideal não considera as particularidades da produção e temperatura do material. • Os diodos possuem características dinâmicas frente à utilização de diodos em corrente contínua e corrente alterada. • Os diodos controlados são diodos cujo o momento de início da condução é definido através de um circuito eletrônico auxiliar. • Enquanto dos diodos controlados de silício conduzem somente no semiciclo positivo, o TRIAC por possuir dois diodos em antiparalelo, consegue atuar nos semiciclos positivos e negativos. • Existem equações fundamentais para calcular a tensão média e eficaz na carga em cargas que utilizam SCR e/ou TRIAC. • Existem diferentes limitações para diferentes tecnologias empregadas como chave em eletrônica de potência. 39 1 Os diodos são altamente empregados em circuitos eletrônicos na busca de determinar um sentido único para corrente elétrica, uma das aplicações mais comuns é parte do processo de conversão de corrente alternada para corrente contínua através da junção de diodos e filtros capacitivos. Assim, de acordo com a polarização do diodo, assinale a alternativa CORRETA (considere um diodo ideal): a) ( ) Quando em polarização direta, o diodo inicia o processo de bloqueio e se comporta como uma chave aberta. b) ( ) Quando em polarização reversa, o diodo inicia o processo de bloqueio e se comporta como uma chave fechada. c) ( ) Quando em polarização direta, o diodo inicia o processo de condução e se comporta como uma chave fechada. d) ( ) Quando em polarização reversa, o diodo inicia o processo de condução e se comporta como uma chave aberta. 2 Na atualidade, os tiristores são parte da solução utilizada na fabricação dos circuitos eletrônicos responsáveis pelo controle de temperatura de chuveiros eletrônicos. Ele permite através de um circuito auxiliar controlar o ângulo de disparo, ou seja, definir o início da condução. Os tiristores podem ser divididos em dois tipos de componentes o SCR e o TRIAC. Com base no funcionamento interno do TRIAC, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) É constituído de dois diodos em antiparalelo, com disparo controlado por tensão no gatilho e permite a condução de apenas o semiciclo positivo da tensão alternada. b) ( ) É constituído de dois diodos em antiparalelo, com disparo controlado por tensão no gatilho e permite a condução dos semiciclos positivo e negativo da tensão alternada. c) ( ) É constituído de um único diodo, com disparo controlado por tensão no gatilho e permite a condução de ambos semiciclos positivo e negativo da tensão alternada. d) ( ) É constituído de um único diodo, com disparo controlado por tensão no gatilho e permite a condução somente do semiciclo positivo da tensão alternada. 3 Os equipamentos eletrônicos que conhecemos hoje somente se tornaram possíveis devido ao surgimento dos semicondutores. Através do processo de dopagem do Silício, Germânio e Gálio Arsênico por impurezas surgiu a possibilidade da fabricação dos diodos, transistores e praticamente quase todos os componentes existentes no mercado. Existe, porém, uma enorme variedade de transistores ao qual podemos citar os bipolares de junção (BJT), os transistores de efeito de campo (MOSFET), dentre outros. Cada tipo de transistor fabricado possui uma técnica de acionamento diferente, alguns por corrente na base e outros por tensão de gatilho. A respeito do acionamento dos transistores marque a alternativa CORRETA: AUTOATIVIDADE 40 a) ( ) O BJT é constituído de três terminais (coletor, base e emissor), onde o controle ocorre através da corrente elétrica na base do componente. Já MOSFET, embora também possua três terminais (Gatilho, Dreno e Fonte) é acionado por tensão no terminal de gatilho. b) ( ) O BJT e o MOSFET são constituídos de três terminais (coletor, base e emissor) e (gatilho, dreno e fonte) respectivamente, onde o controle de ambos ocorre através da tensão aplicada a base ou gatilho do componente. c) ( ) O BJT e o MOSFET são constituídos de três terminais (coletor, base e emissor) e (gatilho, dreno e fonte) respectivamente, onde o controle de ambos ocorre através da corrente aplicada a base ou gatilho do componente. d) ( ) O BJT é constituído de três terminais (coletor, base e emissor), onde o controle ocorre através da tensão elétrica aplicada a base do componente. Já MOSFET, embora também possua três terminais (Gatilho, Dreno e Fonte) é acionado pela corrente elétrica no terminal de gatilho. 4 Os tiristores são constituídos de diodos controlados e divididos em TRIAC e SCR. As aplicações de ambos os circuitos são inúmeras, desde processos de retificação controlados a controle de intensidade de luz, todavia, vale destacar que há uma diferença entre os componentes TRIAC e SCR. Assim, apresente as principais semelhanças e diferenças entre o TRIAC e o SCR. 5 Uma vez que há existência de diferentes tipos de transistores com diferentes característicasde tensão, corrente e frequência de trabalho. Assim, faça uma análise da Figura 22, apresentada neste tópico e descreva as características de aplicação de cada tipo de transistor. 6 Durante o processo de fabricação de um novo controlador para resistências, o engenheiro responsável utilizou um circuito com TRIAC de modo a aproveitar os dois semiciclos da tensão alternada. Para atender à máxima potência suportada pela resistência, o engenheiro ajustou o ângulo de disparo em 60º . Calcule qual a tensão eficaz entregue a resistência para um circuito utilizando TRIAC. Considere tensão eficaz da rede em 220V. 41 TÓPICO 3 - ASPECTOS AVANÇADOS DAS CHAVES SEMICONDUTORAS 1 INTRODUÇÃO As chaves semicondutoras, ou chaves eletrônicas de potência, têm como principal característica dois estados de operação bem definidos, o estado ligado e o desligado. Idealmente, as chaves de potência representam um curto-circuito, quando em estado fechado, e um circuito aberto, quando em estado aberto. A utilização de chaves eletrônicas no controle de cargas é desejável pois, elas apresentam baixa perda de potência por que operam entre a região de corte e de saturação (AHMED, 2000). Há de se destacar que existem dois tipos de transistores de potência que são bastante utilizados, o transistor bipolar de junção (BJT) e o transistor de efeito de campo (MOSFET). Observa-se que até o surgimento do MOSFET, o transistor BJT era o dispositivo mais utilizado. Entretanto, devido à velocidade de chaveamento superior, contendo tamanhos e valores nominais similares ao BJT, o MOSFET ganha destaque frente à utilização em eletrônica de potência. A invenção do transistor bipolar de porta isolada (IGBT) domina o mercado. Ela é oriunda da união das melhores características de BJT e MOSFET, proporcionando melhores rendimentos no quesito potência absorvida da rede versus potência entregue à carga. Dessa forma, este tópico se reserva às características específicas das chaves semicondutoras BJT, MOSFET e IGBT, apresentando cálculos matemáticos de perdas por condução e chaveamento, possibilitando ao projetista escolher qual tipo de chave melhor se adapta à realidade do projeto em eletrônica de potência. UNIDADE 1 2 TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (BJT) A indústria foi a responsável pela introdução e popularização do transistor bipolar como elemento chaveador em substituição aos tiristores, haja visto que eles demandavam por circuitos mais volumosos e complexos para a sua interrupção, chamados circuitos de chaveamento forçado. Outro aspecto importante na introdução do transistor foi a possibilidade de ampliação das frequências de comutação e, assim, a redução do volume dos elementos magnetizantes, tudo isso sem perda de eficiência (MARTINS, 2018). Ainda que o transistor estivesse sendo utilizado em larga escala desde a década de 1950, especialmente em amplificadores lineares de corrente, contudo, foi só no final da década de 1960 e início da década de 1970 que seu uso popularizou a partir da indústria. 42 FIGURA 25 – TRANSISTOR NPN E PNP FONTE: Adaptado de Boylestad e Nashelsky (2013) Os transistores BJT são desenvolvidos sob dois prismas, os transistores do tipo NPN e do tipo PNP. A simbologia do BJT, BM como sua estrutura típica podem ser avaliados na Figura 25. Tal dispositivo possui três terminais: base (B), coletor (C) e emissor (E). No caso do transistor que a flecha envolvida em sua simbologia apontar para a base, ou seja, de E para B, o transistor é PNP, em outro sentido NPN, ou seja, para fora da base. No que segue o BJT será chamado apenas de transistor. 2.1 CURVA CARACTERÍSTICA DO TRANSISTOR O transistor de potência é, na verdade, um amplificador de corrente, e como tal apresenta uma curva característica de operação, conhecida como curva Volt-Ampère (MARTINS, 2018). A Figura 26 mostra a curva V-I do transistor, onde se observa que o transistor possui três regiões distintas de operação: região de saturação, ativa e de corte. FIGURA 26 – CURVA V=I CARACTERÍSTICA DE UM TRANSISTOR FONTE: Adaptado de Ahmed (2000) 43 FIGURA 27 – TRANSISTOR POLARIZADO E OPERANDO COMO CHAVE E SUA DEVIDA RETA DE CARGA FONTE: Boylestad e Nashelsky (2013) Ao considerar a Figura 26 para análise, se a corrente de base for zero a corrente de coletor será desprezível e assim o transistor encontra-se na região de corte. Contudo, se a corrente na base for suficiente para conduzir o transistor até a sua região de saturação, onde se observa uma tensão entre o emissor e o coletor muito baixa, entre 0.93 e 1.7 volts, diz-se que o transistor está saturado, sendo assim no estado fechado. 2.2 TRANSISTOR POLARIZADO Na mediada em que um transistor é polarizado, o que nesse contexto ocorre para que ele opere apenas nas regiões de saturação e corte, a corrente observada na base é fruto do circuito de controle que deverá, na maioria dos casos, ser conectado entre os pinos B e E do transistor. No que tange à eletrônica de potência, os transistores do tipo NPN são os que permeiam a esmagadora maioria das aplicações, portanto, serão estes os estudados neste tópico. A corrente IB, corrente na base do transistor, determina o estado de operação do dispositivo, define se o transistor estará em corte ou em saturação. A análise do ponto de operação do transistor BJT será a partir do observado na Figura 27. O ponto Q, ponto quiescente ou de operação, estabelece a região de operação do transistor sobre a reta de carga. Os valores assumidos por Q para os sistemas de potência, quando na saturação será igual a VCC/RC, e no caso do corte será idêntico a VCC, assim a linha traçada entre estes dois pontos é a reta de carga do transistor. 44 2.3 PERDA DE POTÊNCIA NO TRANSISTOR No Tópico 1 foram demonstrados os parâmetros que destacam a perda de potência em uma chave, se considerarmos a chave como um transistor, podemos aplicar as mesmas equações para determinar a perda de potência. Portanto, a seguir far-se-ão as devidas considerações vistas no Tópico 1 de modo que ele se alinhe com o transistor como a chave de potência. • Perda de potência no estado ligado: Potência na base: Potência no coletor: Perda total: Obs.: Se a perda de potência na base for pequena, como geralmente é, a perda de potência total assume: • Perda de potência no estado desligado: Como devido à baixa corrente IC, então se pode considerar, para resultados aproximados, que • Perda de energia durante a comutação da chave: Durante o ligar: Durante o desligar: Os tempos tr (rise time) tf (fall time) representam nessa ordem, os tempos de subida e descida da tensão entre o coletor e emissor do transistor, os valores desses tempos giram em torno de 0.7 e . • Dissipação média total de potência sobre o transistor: 45 A fim de ampliar os conceitos aqui abordados, recomendamos a leitura do seguinte livro: Eletrônica de Potência – Transistores de Potência, de Denizar Cruz Martins. DICA 3 TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE METAL (MOSFET) O MOSFET é considerado um transistor de chaveamento rápido, tem como característica uma alta impedância de entrada e é considerado ideal para baixas potências (até alguns quilowatts) e para aplicações em alta frequência (até 100 kHz) conforme abordado no Tópico 2. Geralmente, o MOSFET é muito utilizado em fontes chaveadas devido à alta frequência de comutação, o que proporcionada elementos magnéticos reduzidos tornando projetos mais econômicos. São utilizados também em motores de baixa velocidade que utilizem acionamento por largura de pulso (PWM) (AHMED, 2000). Assim como os transistores, que são classificados em NPN e PNP, o MOSFET também é dividido em dois grupos, o tipo N (depleção) e o tipo P (enriquecimento) (MOHAN; UNDERLAND; ROBBINS, 1995) e são apresentados na Figura 28. FIGURA 28 – TIPOS DE MOSFET FONTE: Adaptado de Mohan, Underland e Robbins (1995) Conforme pode ser observado na Figura 28, o MOSFET possui três terminais, onde o terminal G (gatilho ou porta) está
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