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L I V R O D E T R A D I Ç Ã O :
L I V R O D E T R A D I Ç Ã O :
 
Por Steve Kenson
Créditos
Autor: Steve Kenson. Mundo das Trevas criado por 
Mark Rein•Hagen
Sistema Storyteller projetado por Mark Rein•Hagen
Desenvolvimento: Kraig Blackwelder
Edição: Carl Bowen
Direção de Arte: Aileen Miles
Arte Interna: Steve Eidson, David Hendee, Leif Jones e 
Christopher Kennedy
Arte da Capa: Christopher Shy
Capa, Layout e Diagramação: Aileen E. Miles
 
Créditos desta versão
Título Original: Traditionbook Verbena Revised
Tradução: Rogue Council
Capas, Imagens e MET: Ideos
Diagramação e Planilha: Folha do Outono
Advertência
Este material foi elaborado por fãs e é destinado 
a fãs, sendo assim, ele deve ser removido de seu 
computador em até 24h, exceto no caso de você 
possuir o material original (pdf registrado ou livro 
físico). Sua impressão e/ou venda são expressamente 
proibidas. Os direitos autorais estão preservados e 
destacados no material. Não trabalhamos no 
anonimato e estamos abertos a qualquer protesto dos 
proprietários dos direitos caso o conteúdo os 
desagrade. No entanto, não nos responsabilizamos 
pelo mal uso do arquivo ou qualquer espécie de 
adulteração por parte de terceiros.
Equipe do Rogue Council
www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=508953
contato: roguecouncil@gmail.com
(Nosso 5º trabalho, concluído em 16.01.2012)
© 2003 White Wolf Publishing, Inc. Todos os Direitos Reservados. A reprodução sem a permissão escrita do 
editor é expressamente proibida, exceto para o propósito de resenhas e das planilhas de personagem, que podem ser 
ser reproduzidas para uso pessoal apenas. White Wolf, Vampiro, Vampiro A Máscara, Vampiro A Idade das Trevas, 
Mago A Ascensão, Hunter The Reckoning, Mundo das Trevas e Aberrant são marcas registradas da White Wolf 
Publishing, Inc. Todos os direitos reservados. Lobisomem O Apocalipse, Wraith The Oblivion, Changeling O 
Sonhar, Werewolf The Wild West, Mago Cruzada dos Feiticeiros, Wraith The Great War, Trinity, Livro de 
Tradição: Verbena, Guide to the Traditions, Mind's Eye Theatre, Lawss of the Hunt, Sorcerer Revised, Forjado no 
Fogo do Dragão e Dark Ages Mage são marcas registradas da White Wolf Publishing, Inc. Todos os direitos 
reservados. Todos os personagens, nomes, lugares e textos são registrados pela White Wolf Publishing, Inc.
A menção de qualquer referência a qualquer companhia ou produto nessas páginas não é uma afronta a marca 
registrada ou direitos autorais dos mesmos.
Esse livro usa o sobrenatural como mecânica, personagens e temas. Todos os elementos místicos são fictícios e 
direcionados apenas para diversão. Recomenda-se cautela ao leitor.
Dê uma olhada na White Wolf online: www.white-wolf.com; alt.games.whitewolf e rec.frp.storyteller
IMPRESSÃO PERMITIDA SOMENTE COM A PROPRIEDADE DO LIVRO OU PDF ORIGINAL
2 Verbena
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17597349
L I V R O D E T R A D I Ç Ã O :
Conteúdo
Prólogo: Véspera de Beltane 5
Introdução: Raízes da Árvore 9
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 13
Capítulo Dois: Bênçãos da Lua 37
Capítulo Três: Crianças dos Wyck 73
Epílogo: Círculo Ininterrupto 103
Conteúdo 3
 
Prólogo:
Véspera de Beltane
Eles fizeram amor ao ar livre do campo 
aberto, atrás da casa grande da fazenda 
iluminados pela luz da lua crescente e pelo 
brilho das fogueiras gêmeas distantes. A 
terra era rica, negra e fria, o ar estava 
agradavelmente morno, preenchido com o 
cheiro de grama nova, da terra revirada 
recentemente, pelas primeiras flores da 
primavera e pelo poderoso cheiro de suor e 
sexo.
No início, eles deslizavam vagarosamente, terna e 
suavemente, quase tímidos, embora essa não fosse nem 
de perto a primeira vez em que faziam sexo. Então eles 
moveram juntos, em harmonia com suas carências, a 
intensidade deles crescia, até que se concentraram 
somente no prazer do ato. Eles não eram mais um 
simples casal, agora eram o Jovem Deus e a Deusa 
Donzela deitados juntos sob a Terra que era seu corpo, 
recebendo sua semente em suas profundezas férteis, 
dançando a dança ancestral da vida renovada após o 
longo frio do inverno. Outros se reuniram ao seu redor, 
mas eles não deram atenção. Não havia nada além deles, 
movendo-se como um, eram a soma de todas as coisas. 
Então, eles urraram suas paixões ao céu estrelado e, 
assim, terminou. 
Eles permaneceram juntos na mesma posição por 
algum tempo, Kameria descansando sua cabeça no peito 
de seu marido, sentindo ela subir e descer lentamente 
com a respiração dele, seu corpo enroscado contra o dele 
buscando seu calor e proximidade. O braço dele a cercou 
e ela se sentia tranquila, mas ela não sentia a mesma 
tranquilidade em Jon. Havia uma tensão em seu corpo e 
na forma em que a abraçava.
“O que é?” ela perguntou, passando a mão ao longo 
de seu peito cálido.
Ele suspirou, pensando por um momento a respeito 
do que ele queria dizer, do quanto ele poderia contar a 
ele a respeito do que ele queria dizer. “Estava lembrando 
de nosso primeiro Beltane juntos.” ele disse, olhando 
para as estrelas. Sorriu saudosamente e passou o olhar 
sob Kameria, abrançado-a mais forte. “Lembra?” 
“Claro,” ela disse. “ Como poderia esquecer? Você 
foi meu campeão, lutando para me reivindicar para si.” 
Kameria lembrou de como se sentiu, seu corpo ferido, 
nada mais que uma fonte de vergonha e incômodo para 
ela. Ela aconchegou-se languidamente no abraço de seu 
marido, sentindo-se muito confortável, fazendo lar em 
sua própria pele de uma forma que ela nunca havia 
sentido até então. Como as coisas mudaram.
“Você nem ao menos reivindicou-me quando 
ganhou...” ela disse com um sorriso.
“Bem, tecnicamente, eu não ganhei o desafio pelos 
meus esforços.” Jon começou.
“Você ganhou,” ela respondeu, “mesmo se Deb 
tivesse... intervindo um pouco. Sua bravura que contou.” 
O peito de Jon tremeu com uma risada. Gritando como 
uma banshee, Deb havia atacado o oponente de Jon com 
uma faca de açougueiro — intervindo um pouco mais 
que “um pouco” em sua opinião.
“Não é apenas no passado que você está pensando,” 
Kameria disse, apoiando-se em um dos cotovelos para 
olhá-lo diretamente. “Está?”
Jon olhou para ela um longo momento antes de 
voltar seu olhar para o céu.
“Não,” ele disse. “Não é.”
“O que você vê?”
“Morte”
Um calafrio subiu na espinha de Kameria como se o 
suor deles estivesse esfriado no ar da noite.
“A morte dos Velhos Costumes,” Jon disse 
suavemente, “a morte da magia. A terra está sufocando, 
morrendo, perdendo sua alma.” Ele se afastou e pegou 
um punhado de terra fresca, deixando escorrer entre seus 
dedos.
“Eu posso sentir isso na terra, Kam,” ele sussurrou. 
“Eu posso cheirar isso no ar. Vejo isto nas estrelas. A 
Guerra acabou.”
“Não acabou,” ela disse, agarrando o braço dele. Ele 
voltou o olhar para ela com uma expressão desolada.
“Acabou,” ele disse. “Você ouviu as mesmas 
notícias, as mesmas fofocas e rumores que eu. Horizonte 
caiu. Os mestres estão mortos ou totalmente isolados nas 
profundezas da Umbra. O Povo Fae está em guerra, os 
Adormecidos não sabem e nem se preocupam com isso. 
A Tecnocracia conseguiu o que eles tanto queriam, um 
fim para a magia.”
Prólogo: Véspera de Beltane 5
“Não!” sussurrou Kameria severamente, tentando 
não atrapalhar os outros festejantes. “Ainda há muitas 
Capelas, Jon.Olhe para tudo o que nós fizemos aqui! 
Olhe para esta terra! Olhe para as pessoas boas que nós 
trouxemos para a terra!” Ela apontou para os campos e 
para a sede da fazenda com um movimento de sua mão. 
“Os Velhos Costumes estão vivos enquanto nós os 
mantermos vivos — e quanto ao Conselho Renegado? 
Eu ouvi —”
“Eles estão apenas se prendendo a crença que nós 
ainda podemos vencer essa guerra.”
O medo apertou o coração de Kameria. Ela nunca 
havia visto Jon assim antes. Ele sempre foi o otimista do 
grupo, cheio de esperanças e de ideias. A assustou vê-lo 
ceder a qualquer que fosse o desespero que houvesse 
recaído sobre ele.
Tomando a mão dele na sua, ela o beijou 
suavemente e a apertou em seu peito. “Não está acabado 
enquanto nós mantivermos no que cremos,” ela disse a 
ele.
Antes que ele pudesse responder, uma figura 
sombria desenhando sua silhueta contra a luz das 
fogueiras chamou a atenção deles, caminhando pelo 
campo a sua frente. Jon e Kameria levantaram-se, assim 
que Teague, um dos companheiros de círculo deles, se 
aproximou. Ele estava vestindo apenas um kilt xadrez e 
um par de sandálias, com seus cabelos longos e marrons 
solto caindo sobre os ombros. Teague havia dançado e 
festejado durante todo o Beltane, mas agora sua sempre 
presente harpa estava conspicuamente ausente. Havia 
um olhar pesar em seu semblante normalmente 
despreocupado.
“Desculpe por me intrometer,” disse independente 
da nudez do casal, “mas nós temos um problema.” Jon e 
Kameria vestiram rapidamente suas mantas e seguiram 
silenciosamente Teague, que conduziu-lhes para longe 
dos campos e da casa da fazenda, para os estandes de 
carvalho que cercam a fazenda. Ele não deu qualquer 
explicação e andaram em silêncio, somente com o som 
dos insetos e pássaros noturnos. Kameria sentiu um 
pouco de frio com ar da primavera e abraçou suas vestes 
finas em torno de si.
Só dentro do cercado de árvores eles viram uma luz 
lânguida prateada. Com a aproximação eles puderam ver 
os outros membros do círculo com suas vestes: Deborah e 
Aileen contrastavam a luz e a escuridão, enquanto 
curvam-se juntas. Takoda, de cabeça baixa, parecia 
profundamente triste. Kameria seguiu seus olhares até o 
espaço aberto entre eles.
“Grande Deusa...” ela exclamou. 
Colocado em um cobertor de folhas úmidas e 
compostas abaixo das árvores, a luz fraca e definhante 
mostrava uma criatura de couro verde e peludo que se 
forçava a levantar em um movimento irregular e caiu em 
seguida. Ela deixou sair um choro fraco que fez o coração 
de Kameria sofrer e tentou levantar a cabeça, mas não 
pode. Ele parecia para todo o mundo com um grande cão 
peludo que alguém tingiu de verde para o festival de São 
Patrick, exceto pela sua longa calda felina que jazia 
frouxa sobre a terra e pela inteligência incomum que 
brilhava de seus olhos escuros.
“Que diabos é...” Kameria começou.
Jon parecia hipnotizado. Ele se aproximou da 
criatura devagar, pronto para recuar. Ele não tinha 
medo, pelo contrário, sentia-se atraído pela besta. Essa 
necessidade, esse desespero era quase palpável, mas ele 
não estava certo que precisava dele. Quando teve certeza 
que a besta não era perigosa, Jon se aproximou do 
animal.
“É um cu sith,” disse Teague, passando 
perfeitamente o gaélico ao redor da língua, com sotaque 
estrangeiro que saiu a pronunciado como “coo-shee”. 
“Um cão de caça feérico.” 
“O que ele está fazendo aqui?” Jon perguntou. 
Tocando gentilmente o couro peludo da besta. “Ele 
parece que estar definhando.”
“E sendo caçado.” disse Takoda, apontando para as 
manchas negras na lateral do cão de caça. “Nós 
tentamos nos comunicar com ele, porém não tivemos 
muito sucesso. Nós achamos que ele veio até aqui 
procurando abrigo.”
“Está morrendo,” Jon disse, com seus olhos fechados 
ele estendeu seus outros sentidos ao redor do cão de caça 
feérico.
“Sim,” disse Takoda. “Porém seus ferimentos não 
parecem ser sérios e não sinto veneno ou infecção. Com 
todos nós aqui não podemos tratar seus ferimentos? 
Trazê-lo de volta? Posso correr e trazer algumas ervas do 
jardim de cura...”
“Não é isso,” replicou Jon. “Ele está faminto.”
“Ele precisa de comida?” Aileen perguntou.
Jon percorreu seu dedos sob o pelo verde suave da 
criatura. Ele leu seu corpo — definhando e sangrando — 
e então estendeu sua consciência à mente infantil da 
besta. As imagens que encontrou eram bagunçadas e 
confusas. Ele encontrou imagens de um lugar vívido e 
brilhante, mas estas eram memórias distantes, 
presumidamente do local de onde viera. Mais recentes, e 
mais fortes, eram as imagens das ruas e becos frios da 
cidade, locais vazios onde a vida e a magia existiram — e 
ainda deveriam existir. A criatura não sabia como havia 
chegado aonde estava, mas tinha vindo a procura do 
sustento que não era encontrado em lugar algum. Em 
qualquer lugar. A imensa sensação que Jon obteve da 
besta era de estar definhando, faminto, esvaecendo e de 
ser completamente incapaz de fazer algo a respeito.
“Não é faminta de comida. É de magia que ela 
precisa. Mesmo aqui, na fazenda, a magia tem diminuído 
muito. É como um peixe fora d’água que não pode 
respirar. Está sufocado, afogado na banalidade.” Ele 
pressionou sua mão sobre o coração do cão e entoou uma 
canção. Jon sentiu o espírito da criatura começar a 
desapegar-se. Haviam coisas que ele queria que a criatura 
soubesse antes de morrer. “Não será sempre assim, eu 
6 Verbena
prometo.” Uma cintilação da luz prateada pareceu passar 
dele para a besta, que conseguiu levantar a cabeça ao 
olhar nos olhos de Jon. Você está partindo. Deve 
recordar agora, por que sua grande mudança está 
começando, você pode escolher o que acontece em 
seguida. Vai onde o amor, a força e a magia são mais 
fortes. E por favor perdoa-me por não fazer deste lugar 
o que ele deveria ser.” Alguma coisa passou por entre 
eles durante um instante, então o cão colocou sua 
cabeça de volta à terra e suspirou contente.
Takoda se aproximou e colocou suas mãos na 
garganta e no peito do cu sith. Ele virou-se para Jon, 
que tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto. 
“Ela está morta.” disse a todos, Jon que viu tudo sem 
dizer nada. Colocou a mão delicadamente na cabeça da 
besta feérica.
“Alguém mais sabe?” Jon perguntou. De repente, a 
melancolia que parecia o afligir foi embora, deixando o 
líder confiável que todos conheciam em seu lugar.
Teague agitou a cabeça, “Apenas nós.” 
“Bom vamos manter assim. Não há nada de bom em 
permitir os iniciantes verem isso. Nós precisamos 
devolvê-lo apropriadamente para a terra,” ele disse. 
“Aileen, você poderia trazer todo o que precisamos da 
casa secretamente?” Ela olhou o cão morto, lágrimas 
molhavam seu rosto, então ela as engoliu e assentiu, 
dirigindo-se às sombras. 
“Ela veio aqui procurando por magia” ele disse, 
quase que para ele mesmo, olhando para a pobre criatura 
no chão. “Mas não havia o bastante. Nós guardamos 
mais do que o permitido.” 
Kameria veio por atrás de Jon e colocou uma mão 
em seu ombro. A visão e a proximidade do cão feérico 
morto a preencheu com uma sensação de pesar, como 
sentiu quando sua mãe faleceu. Jon olhou para ela, seus 
olhos estavam cheios de uma séria determinação.
“Você está certa,” ele disse. “Não acabou. Não por 
um longo tempo.”
Prólogo: Véspera de Beltane 7
 
 
Introdução:
Raízes da
Árvore
 
A vida é um banquete e os bastardos mais pobres estão 
morrendo de fome!
— Rosalind Russel em Auntie Mame 
Bruxas e pagãos, dançando nus em volta 
de uma fogueira à luz da lua, derramando 
sangue para alimentar o solo seco — é isso 
que a maioria pensa quando imaginam os 
Verbena, seguidores de caminhosantigos, 
ultrapassados, bárbaros segundo os padrões 
da sociedade moderna. Eles são tanto 
atavismos apegados a um passado mítico 
que nunca recuperarão quanto pseudo 
pagãos de Feiras Renascentistas vestindo capas e 
balançando cristais. Isso é tudo o que a maioria dos 
forasteiros vê dos Verbena e de seu antigo Ofício.
Os Verbena são orgulhosos por serem os herdeiros 
de uma linhagem mística que vêm desde a aurora dos 
tempos, quando eles trocaram sangue com os próprios 
deuses. Eles são portadores da sabedoria antiga, a qual 
tantas pessoas no mundo moderno decidiram ignorar por 
não se encaixar fácil ou confortavelmente na sua forma 
de vida escolhida. Eles são os campeões da causa da vida 
e do viver, buscando plantar as sementes de uma nova 
consciência e tornarem-se parteiros de um mundo novo, 
mais sadio e mais são. Eles são idealistas, curandeiros e 
aventureiros em busca da verdade.
No entanto, eles não podem ser rotulados como 
meros “abraçadores de árvores”. Os Verbena tomam seus 
avisos da natureza e seguem um código de moralidade de 
bom comum. Eles não são melindrosos com os fatos da 
vida. Eles reconhecem e reverenciam o poder do sexo. 
Eles não temem a morte, porque reconhecem que a 
morte é simplesmente uma parte de um ciclo maior. Em 
comparação aos rígidos padrões judaico-cristãos, os 
Verbena parecem totalmente amorais (apesar de não 
serem). Isso não os perturba. A natureza em si é amoral. 
Existem dias no qual ela é cruel e dias onde ela é 
beneficente. Os Verbena veem isso como o seu certo 
também. Claro, isso não quer dizer que eles ferrem com 
seus vizinhos e saiam com o que eles podem. Ao 
contrário, comunidade significa muito para os bruxos. 
Introdução: Raízes da Árvore 9
Embora um Verbena não se sinta preso à leis velhas e 
fora de uso, ele ainda entende que ele não tem o direito 
de atingir seus próprios fins às custas de seus vizinhos. A 
visão holística exposta pelos Verbena afirma que embora 
você seja livre para agir da forma que achar melhor, você 
não está agindo num vácuo. Cada ato seu irá gerar 
repercursões e o bruxo deve estar pronto para aceitar a 
responsabilidade pelas consequencias de seus feitos (ou 
feitiços, no caso). Dessa forma, os Verbena continuam 
em equilíbrio com seus vizinhos e bem como com o resto 
do mundo ao seu redor.
Eles são bárbaros? Ah, sim, de várias formas. Eles 
zombam do entôjo de uma sociedade moderna que não 
aguenta sujar suas mãos, que faz sua matança por 
controle remoto, que espalha o sexo através de telas de 
monitores e cartazes, mas que não pode ter uma conversa 
honesta sobre ele. Os Verbena são bárbaros de várias 
formas e eles tem orgulho disso. Eles dizem que preferem 
ser bárbaros que se enterram na sujeira, cortam gargantas 
de cabras em sacrifício e copulam em campos recém 
semeados que serem um povo “civilizado” que derruba 
florestas, envenena a Terra e faz guerra com nações 
distantes que eles nunca viram.
Os Verbena abrigam a chama tremulante dos 
Velhos Costumes, mas ainda está para ser visto se eles 
irão abanar esta chama numa luz para guiar o mundo à 
uma nova era ou estão se desiludindo enquanto seu 
próprio fogo começa a apagar. Os Velhos Costumes 
ainda tem um lugar no mundo? Os Verbena esperam, 
rezam e acreditam que sim.
Tema: Vivendo a Vida Plenamente 
Os Verbena se preocupam com a vida em todas as 
facetas e dimensões, não apenas a vida num sentido 
biológico, mas o ato de viver. Para os Verbena, a vida é o 
maior dom e a maior responsabilidade, para viver 
plenamente seu potencial e beber profundamente da 
experiência, até os amargos detritos, se necessário. Não é 
necessariamente apenas sobre os prazeres da vida 
(embora eles digam que eles fazem a vida valer a pena 
ser vivida). Os Verbena acreditam em experimentar 
tudo o que a vida tem para oferecer, sem se 
amedrontarem ou tentarem negar nenhuma parte dela. 
A vida não é só prazer. A vida normalmente é dolorosa e 
dificil. A vida normalmente é trabalho e tarefas 
mundanas que têm que ser realizadas dia após dia. O 
mais importante, a vida é flutuante, e todas as coisas 
morrem à seu tempo. Se não fossem por estas coisas, 
então os prazeres da vida seriam diminutos, sem o 
contraste para lhes dar forma e sentido.
Vida tem a ver com equilíbrio, entre o prazer e a 
dor, alegria e tristeza, vida e morte. Também é sobre 
viver em equilíbrio e harmonia com o ambiente, porque 
os Verbena creem que são uma parte do mundo em que 
vivem, uma extensão dele, não algo em separado. O que 
os afeta também afeta o mundo, e vice versa, então a 
vida deve ser diligente e consciente, guiada pela 
sabedoria e pela experiência.
Clima: Esperança e Medo nas Trevas 
Os Verbena se mantém firme às antigas tradições e 
modos de viver que parecem ultrapassados no mundo 
moderno. Eles são chamados de “selvagens”, “bárbaros” e 
“relíquias” de uma era passada, sem lugar nesse mundo. 
O clima cercando os Verbena é de esperança e de 
admiração misturados com medo e desespero.
Por um lado, os Verbena são cheios de vida e 
esperança. Eles se apegam a uma crença de que a 
humanidade pode viver em harmonia com a Terra e com 
o próximo. Eles acreditam em ater-se a vida e vivê-la por 
tudo o que vale a pena. Seu fervor e sua vitalidade pode 
ser contagiosos e existem um apelo primordial a eles.
Por outro lado, existe um limiar de medo aos 
Verbena. Eles abraçam muitas das coisas que a sociedade 
“polida” faz o seu melhor para ocultar, como sexualidade 
aberta, o derramamento de sangue e o lado primitivo e 
primordial da vida. Os Verbena são selvagens e 
alienígenas de algumas formas. Há também uma medida 
de medo entre os próprios Verbena de que os Velhos 
Costumes realmente não são mais apropriados para o que 
o mundo se tornou, que eles são os anacronismos e as 
relíquias que os outros acreditam que eles sejam e que 
eles não podem vencer a onda ascendente. Mas para 
serem honestos à suas crenças e à suas tradições, os 
Verbena devem continuar em frente, não importa como.
Conteúdo 
Os Verbena tem uma rica e longa história, vinda 
desde a aurora dos tempos e dos primeiros magos. Eles 
também compoem uma Tradição diversificada, feita de 
muitas linhas culturais diferentes que se unem numa 
única e forte corda que se extende desde as névoas do 
passado.
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas vislumbra a 
história dos Verbena e de seus ancestrais místicos, 
começando com os primordiais Wyck e progredindo pelo 
mundo antigo, a Idade Média e o mundo moderno. 
Também discute o ponto de vista dos Verbena sobre 
magia, religião, tecnologia e as outras Tradições Místicas 
e os habitantes sobrenaturais do Mundo das Trevas.
Capitulo Dois: Bençãos da Lua descreve a 
organização da Tradição Verbena, suas várias facções, 
seus lugares sagrados e como seus membros se unem em 
círculos e convens. Ele analisa a magia Verbena 
profundamente, incluindo Esferas, períodos sagrados do 
ano, feitiçaria, rotinas, focos e Maravilhas.
Capitulo Três: Crianças dos Wyck fornece perfis 
de vários Verbenas proeminentes, tanto do passado 
quanto do presente, discute sobre crônicas e aventuras 
apenas com Verbena, oferece um exemplo de cabala 
Verbena pronta para uma crônica e conclui com uma 
seleção de personagens Verbena prontos para jogar.
10 Verbena
Léxico
Aeduna: Os ancestrais dos Verbena, uma vaga 
aliança de pagãos, sábios, herboristas e afins que foram 
influentes na Europa (em especial no Mediterrâneo) do 
mundo antigo.
Airts: As quatro direções (norte, sul, leste e 
oeste). Uma velha forma fora de uso entre os Verbena 
modernos.
Alteradores do Destino: Uma facção Verbena em 
contatocom a magia antiga e primordial que trabalha 
para reivindicar e manter o paradigma raíz da Tradição.
Antiga Fé: O culto dos velhos deuses em geral, 
também referido aos Velhos Costumes. A Velha Fé era 
o nome da vaga aliança de mágicos, bruxas, druidas e 
outros magos pagãos que antevieram os Verbena.
Antigos Costumes: Um termo Verbena geral para 
os ensinamentos, crenças e modo de vida de sua 
Tradição, desde os mais antigos tempos.
Árvore Mundo: Uma metáfora Verbena para a 
estrutura da Telluriam e de sua Tradição. As raízes da 
Árvore Mundo alcançam o fundo do Mundo Inferior, 
enquanto seus galhos se espalham entre os mundos da 
Umbra Profunda. Seu tronco está no centro da 
realidade e é o eixo no qual ela gira.
deosil: (JESS-il) “Sun-wise” ou a direção do sol. 
Nos rituais Verbena, deosil significa mover-se no 
sentido horário.
Deuses Antigos: As muitas deidades que antevém 
a Cristiandade, que frequentemente eram cultuadas 
pelos Verbena.
Grande Rito: A união dos opostos, personificando 
o divino masculino e feminino, realizado nos rituais 
Verbena. O Grande Rito pode envolver magia sexual, 
mas normalmente é apenas realizado simbolicamente.
Grande Roda: Um símbolo pagão do ciclo da 
vida, que progride perpétuamente girando e girando em 
ciclos constantes.
Jardineiros da Árvore: Uma facção Verbena 
devotada a manutenção dos costumes tradicionais e das 
crenças de seus ancestrais.
Juramento: Também conhecido como o 
Juramento Verbena ou o Grande Juramento: “Se não 
ferir ninguém, faças o que quiseres”. É um princípio 
guia da crença Verbena.
Ofício, o: A Tradição Verbena, embora alguns 
Verbena usem “o Ofício” para se referirem 
especificamente à prática da magia, embora alguns o 
usem para se referir a Tradição como um todo 
(incluindo suas práticas espirituais e culturais).
pagão: Do latim paganus ou “vagante do campo”. 
Os Verbena geralmente usam “pagão” para se referir a 
outro seguidor da Velha Fé, de uma forma ou de outra.
Seguidores da Lua: Uma facção progressista 
Verbena que procura incorporar diversos estilos e 
culturas na Tradição e aprender com elas.
Tecelões da Vida: Uma facção Verbena que 
explora os limites da magia para transformar tanto eles 
como os outros, normalmente negligenciando os ritos e 
os rituais da Tradição.
Tempos das Fogueiras: Um referência Verbena 
ao período posterior da ascenção da Ordem da Razão, 
quando as tradições pagãs foram perseguidas e os 
seguidores dos Velhos Costumes eram caçados, 
torturados ou mortos. As caçadas às bruxas da 
Inquisição mortal normalmente eram apenas pretextos 
para o verdadeiro propósito dos Tempos das Fogueiras: 
a eliminação dos magos pagãos.
trad-fam: Abreviação para “tradição familiar”, um 
Verbena que foi iniciado por um membro da família e 
que vem de uma linha familiar dos Verbena.
Trilhas dos Wyck: Caminhos através da Umbra 
supostamente criados pelos Wyck há muito tempo 
atrás, seus segredos foram confiados aos Aeduna e, 
depois, para seus descendentes, os Verbena.
Valdaermen: Uma aliança de magos escandinavos 
na Idade das Trevas. Muitos Valdaermen uniram-se aos 
Verbena durante a fundação da Tradição.
Verbenae: A forma plural de Verbena e o nome 
formal e original da Tradição. Ele rapidamente caiu 
fora de uso dentre todos, exceto os eruditos fora da 
própria Tradição e a maioria hoje usa “Verbena” tanto 
para o singular quanto para o plural (como este livro o 
faz).
widdershins: Mover-se de forma antihorária ou na 
direção “antisol sábia”. Geralmente evitado nos rituais 
Verbena exceto em ritos de exílio ou destruição.
widderslainte: Um antigo termo referindo-se a um 
mago que se uniu aos Nephandi. Saiu de uso em favor 
do termo mais comum barrabi.
Wyck: Os Primordiais, os primeiros magos. Os 
Wyck são os ancestrais supremos dos Verbena (e de 
todos os magos). Eles normalmente são associados com 
grandes deuses e heróis dos mitos pagães.
 
Introdução: Raízes da Árvore 11
12 Verbena
 
Capítulo Um:
Uma Época
de Bruxas
 
Conhecendo as árvores, entendo o significado da 
paciência. Conhecendo a grama, posso apreciar a 
persistência.
— Hal Borland
Como já haviam feito inúmeras 
vezes, eles se uniram num círculo no 
coração da floresta de mãos dadas, 
cabeças baixas e olhos fechados por um 
momento, cada um sentindo o pulso da 
pessoa ao lado, cada um ouvindo a 
respiração pausada dos outros, o 
sussurro do vento através das folhas.
“Então, prontos para isso?” 
perguntou Deborah.
“Como se fossemos estar,” Teague respondeu 
secamente e, todos, mesmo Deborah, sorriram.
“Assim seja,” ela disse, apertando as mãos de 
Aileen e Teague.
“Assim seja,” responderam todos calmamente em 
uníssono, levantando suas mãos para o céu deixando-
as cair em seguida. Estava na hora.
Os novos iniciados estavam sentados em um semi-
círculo quando os membros da convenção adentraram 
no bosque. Os olhares em seus rostos expressavam 
uma mistura igualitária de expectativa e nervosismo.
Deuses — pensou Jon — já fomos tão jovens? O 
engraçado era que não havia se passado tanto tempo 
desde a ocasião na qual ele e os outros se sentaram em 
um lugar não muito diferente daquele, perguntando-se 
o que faziam ali e o que aconteceria a seguir. Apenas 
alguns poucos anos, no entanto, às vezes, parecia uma 
vida. De muitas formas, era. Foi quando suas antigas 
vidas terminaram e suas novas, as verdadeiras, 
começaram. Ele olhou Kameria e sorriu enquanto sua 
esposa acomodava-se graciosamente sobre o chão, 
apesar do fato dela estar começando a mostrar uma 
saliência em seu ventre. Ela o olhou de volta e sorriu, 
seus dentes brancos contrastando com seu rosto 
moreno e aveludado, então virou-se para os estudantes 
reunidos.
“Bem vindos,” ela disse. “Vocês estão aqui para 
ouvir e aprender, mas também sabemos que vocês têm 
perguntas, faremos o melhor para respondê-las. 
Decidimos que seria melhor que vocês primeiro 
soubessem um pouco sobre de onde viemos antes que 
falemos sobre onde estamos e para onde vocês estão 
indo. À medida que nos conhecerem melhor, 
descobrirão que temos um enorme respeito pelas 
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 13
tradições mais antigas de se fazerem as coisas, mesmo 
que nem sempre isso transpareça.” Ela parou por um 
momento para olhar rapidamente em torno do círculo 
e percebeu que os rostos de todos ali presentes estavam 
absortos e concentrados. Chamou sua atenção em 
particular um jovem relaxado numa cadeira de rodas. 
Ele a olhou com seus olhos escuros que cintilavam 
com inteligência e fagulhas de esperança. Kameria 
lembrava daquele sentimento como se fosse ontem.
“Bem, então,” ela disse, estendendo as mãos, 
“comecemos do começo.”
Relembrando os Antigos Costumes: História
“No começo,” disse Kameria com um 
sorriso malicioso, “havia o sexo”. Não se 
animem pensando que isto se trata de 
algo depravado, garotos, ela pensou, 
percebendo as expressões em alguns 
rostos. Então pôs suas mãos sobre seu 
ventre para enfatizar o que foi dito.
“Ah, não sexo da maneira que 
concebemos, mas sim o ato primordial do 
acasalamento e da criação. Assim foi dito para 
mim...”
No começo havia o Uno, que era tudo, completo e 
perfeito em si mesmo. Então o Uno tornou-se Dois, Os 
Dois que se Moviam Juntos no Amor. A Deusa e seu 
companheiro, o Deus, Noite e Dia, Lua e Sol, Yin e 
Yang. Eles se uniram e fizeram algo que era maior do que 
ambos e dessa união a Tellurian nasceu. Creio que 
podemos dizer que passou a existir.
Dessa forma o ciclo da vida começou e a Grande 
Roda girou. A Roda girou através dos tempos e as 
maravilhas da Tellurian se multiplicaram até a vida 
surgir. O ciclo semfim do nascimento, crescimento, 
concepção e morte se repetiu inúmeras vezes. Então a 
vida desenvolveu a habilidade de olhar para o passado 
da criação e admirar sua existência. A Tellurian ganhou 
a habilidade de ver, de sentir e saber através de nós, 
através da humanidade. Ela nos amou, e ainda ama, e 
através desse amor, os Puros, partes do Uno, 
descenderam e tornaram-se unos conosco. Da união da 
vida e da criação primordial nasceram os Wyck, os 
Primeiros.
Os Wyck: Os Primeiros 
Os Wyck foram os primeiros magos verdadeiros, 
nascidos da carne mortal e do espírito primordial. Eles 
foram os primeiros a estender suas mãos e suas vontades 
para moldar o mundo a fim de satisfazer suas 
necessidades e seus desejos. Seus poderes não eram nada 
semelhantes aos que nós, seus descendentes de sangue e 
espírito, agora possuímos. Para eles a magia 
praticamente era sem esforço, uma parte de suas próprias 
existências. Eles não precisavam de ferramentas ou 
rituais para exercerem suas vontades, pondo-os em 
igualdade com os maiores mestres que nossa Tradição 
conheceu — até mais poderosos.
Alguns dizem que os Wyck não eram apenas magos, 
mas deuses, que eram as tribos que outros homens 
adoravam por seus poderes e vislumbres: os Aesir, os 
Vanir, os Olimpianos, os Thuata De Danaan, os Orixás 
e outros deuses e heróis mitológicos. Outros acreditam 
que a ideia de Deuses Antigos seja baseada somente 
naquilo que os Wyck realmente eram ou que os Wyck 
não eram deuses, mas sim filhos mortais destes, parte 
humanos, parte divinos como os grandes herois. Nós não 
sabemos ao certo. Apenas sabemos que os Wyck foram 
os primeiros, e que nós, os Verbena, somos seus 
descendentes mais diretos.
Feitos dos Wyck 
Os Wyck realizaram grandes feitos em seu tempo. 
Seu mundo não era como o nosso onde vivemos hoje. A 
magia estava em toda parte, assim como o mistério e o 
perigo. Os Sábios foram os herois e líderes de seu povo, 
então tinham o dever de andar entre os mundos. Eles se 
colocaram como guardiões entre seu povo e os perigos 
do mundo, e se aventuraram no desconhecido para 
descobrir seus mistérios, trazendo consigo tais 
conhecimentos. Proteção, cura, sabedoria e orientação 
eram os presentes e as responsabilidades dos Wyck para 
com seu povo.
Eles eram domadores de bestas, aprendendo a 
linguagem de todos os animais da terra. Os Sábios 
estudavam todas as formas de vida e até mesmo 
adotavam diferentes formas para entendê-las. 
Aprenderam a caçar como lobos, ursos e leões. Corriam 
como cervos, panteras e cavalos. Nadavam como peixes, 
golfinhos e tubarões. Voavam como corvos, falcões e 
águias. Isto lhes proporcionou a percepção para ajudar os 
outros a caçar e pescar, a conhecer e honrar sua presa 
assim como conheciam a si próprios.
Eles eram caçadores de monstros. Com magia, eles 
lutavam contra terríveis habitantes de lugares inóspitos 
do mundo. Quando seu povo era ameaçado, eles 
empunhavam fogo e relâmpago. Destruíram dragões, 
gigantes e criaturas tão terríveis e poderosas que nem 
sequer imaginaríamos. Algumas não foram mortas, mas 
presas em lugares distantes além da Terra, longe dos 
olhos da humanidade, longe da luz do sol, acorrentadas 
em encantamentos, prisioneiros por toda a eternidade. 
Pelo menos assim acreditavam.
Os Wyck eram curandeiros. Eles aprenderam todos 
os segredos das plantas: ervas, raízes, flores e sementes. 
Aprenderam de outras criaturas e usaram tal 
conhecimento para promover a saúde, lutar contra 
doenças e curar ferimentos. Sua magia derivava da 
essência primordial da vida, dando a eles o poder de 
reparar qualquer injúria, curar qualquer doença e até 
14 Verbena
mesmo restaurar a vida aos mortos. 
Os Wyck eram estudiosos, chamados de Sábios. Eles 
podiam ouvir os segredos da natureza através do som do 
vento percorrendo as folhas, no chamado dos pássaros e 
nas águas borbulhantes de uma correnteza. Eles liam o 
futuro nas estrelas, na lua e nos cursos da Tellurian. 
Procuravam conhecimento e compreensão em todas as 
suas formas, e os colocavam em prática para o benefício 
de seu povo. Contam as lendas que os Wyck nos deram 
a literatura, a linguagem e o conhecimento sobre os 
animais, plantas, metais, cristais e todas as outras coisas 
sobre a Terra.
Os Wyck eram construtores e criadores. Eles 
esculpiram a madeira e a pedra. Teceram roupas e 
curavam o couro. Eles inclusive derreteram e fundiram o 
metal. Sua magia era o poder da mudança, 
transformando a rusticidade do mundo, construindo 
ferramentas, armas e objetos de grande beleza. Eles 
transmitiram os conhecimentos dessas artes e muitos 
outros para seu povo, plantando as sementes do que mais 
tarde viria ser.
Por último, e talvez o mais importante, os Wyck 
eram exploradores. Eles foram feitos a partir da 
maravilha da Criação refletindo sobre si mesma, e 
tinham uma insaciável curiosidade pelo mundo que os 
cercava. Eles voaram nas asas das águias até os 
longínquos extremos do mundo, mergulharam nas 
profundezas do oceano e visitaram muitos lugares e 
muitos povos. Caminharam entre os mundos do espírito 
e da matéria, cravando trilhas por entre o reino 
nebuloso da Umbra, a sombra da criação. As Trilhas dos 
Wyck eram estradas para outros lugares, até outros 
mundos, que eles descobriram em seu tempo. Eles 
conectavam os Sábios e permitiam a eles viajarem 
grandes distâncias livremente da mesma forma que 
cruzaríamos uma sala.
A Partida dos Wyck 
Mesmo com todas as suas conquistas, os Wyck 
sabiam que não existiriam para sempre. Eles nasceram 
tanto do espírito quanto da mortalidade e seu tempo 
eventualmente acabaria neste mundo. Eles realizaram 
feitos magníficos e alcançaram grandes objetivos, então 
passaram adiante tudo o que aprenderam. Os Wyck 
tiveram seus próprios filhos, herdeiros do sangue e do 
poder de seus ancestrais. Ensinaram às suas crianças seus 
segredos e tradições, então os Wyck partiram.
Para onde foram? Não sabemos ao certo. Enquanto 
algumas histórias contam que seus próprios filhos os 
derrubaram e que, ou os baniram deste mundo, ou os 
mataram, a maioria dos contos diz simplesmente que os 
Wyck partiram. Eles adentraram em seus caminhos 
ocultos e lugares secretos e nunca mais foram vistos. 
Ocasionalmente existem histórias a respeito de um dos 
Sábios aparecendo para oferecer um pouco de ajuda ou 
algum tipo de orientação enigmática, mas ninguém pode 
dizer com certeza se realmente se tratam deles.
Lilith
Alguns Verbena falam sobre Lilith, a primeira 
esposa de Adão no Jardim do Éden, como um dos 
Wyck, às vezes como sendo o primeiro. Outros 
Verbena a reconhecem assim. Alguns defensores da 
história de Lilith dizem que sempre há deusas 
misteriosas entre as raízes dispersas da Tradição, 
algumas dessas podem ser memórias de Lilith. 
Os Verbena que acreditam nela dizem que Lilith 
mostrou o real propósito do Jardim do Éden da 
maneira mais direta. O Jardim testou o poder do livre 
arbítrio (quando Deus proibiu Adão e sua esposa de 
comer o fruto da Árvore do Conhecimento). Lilith 
exerceu seu livre arbítrio quando não tomou parte dos 
planos de Deus. Agindo assim, sua vontade foi 
liberada de toda obrigação, tornando-a Desperta. Eles 
dizem que a Mãe Sombria ensinou os segredos da 
magia para aqueles que desejavam escutar e que deu 
poder principalmente às mulheres para que estas não 
tivessem de ser submissas aos homens. 
Histórias falam sobre Lilith copulando com 
demônios nos ermos e dando à luz a monstros. Ela 
também recebe o crédito por ter ensinado Caim a 
despertar o poder do seu sangue amaldiçoadoe ainda 
por ser a grande mãe das Raças Metamórficas. Para a 
maioria dos Verbena, essas histórias são apócrifas, na 
melhor das hipóteses. Eles dizem que Lilith é 
meramente um símbolo para as forças misteriosas, 
femininas e geradoras do mundo, uma personificação 
da Deusa em seu aspecto mais sombrio. Entretanto, os 
próprios Verbena são a prova de que muitos mitos são 
bastante reais.
Por que eles partiram? Também não sabemos ao 
certo, mas creio que tenha sido porque eles precisavam 
partir. Eles não queriam que as pessoas fossem 
dependentes deles para sempre. Apesar do que algumas 
pessoas pensam, não creio que eles quisessem ser 
adorados. Eles queriam nos inspirar a aprender a ser 
como eles, não apenas adorá-los e acreditar neles. Da 
mesma forma que chega um momento em que os pais 
devem deixar seus filhos partirem para que descubram o 
mundo por si próprios, os Wyck precisaram se afastar e 
deixar seus filhos, e os filhos de seus filhos, viverem seu 
tempo.
Kameria percorreu seu ventre com a mão e olhou 
para baixo por um momento. “Nós fazemos o melhor 
que podemos por nossos filhos, mas chegará um 
momento em que tudo dependerá deles, então apenas 
esperamos que o mundo que deixamos para eles seja 
um pouco melhor do que quando o recebemos.”
O Mundo Antigo: 
Os Aeduna
Enquanto Kameria movia-se para descansar 
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 15
encostada na raiz de uma enorme árvore, Teague se 
adiantou e sentou no meio de seus companheiros de 
convenção, encarando os iniciantes. Com seu cabelo 
longo castanho solto e com um adorno de prata e ouro 
entrelaçados brilhando em sua garganta, tudo nele 
denunciava o bardo que ele era. Sua rica e pura voz de 
tenor era suave, mas parecia preencher o bosque.
Os filhos dos Wyck eram chamados de Aeduna. 
Enquanto seus pais tinham sido andarilhos vagando às 
margens de seu povo, os Aeduna percorreram os 
caminhos internos. Eles eram mais parte de suas 
comunidades do que os Wyck foram, nascidos entre eles 
e criados entre eles. Tornaram-se sacerdotisas e 
sacerdotes, curandeiros, parteiros, estudiosos, 
conselheiros, historiadores e filósofos de suas sociedades. 
Eles detinham o poder e o conhecimento dos Sábios e a 
responsabilidade de usá-lo corretamente. 
Naqueles dias, os Aeduna eram os descendentes dos 
Wyck tanto literal quanto figurativamente. Eles eram os 
filhos espirituais dos Sábios, herdeiros de sua magia, da 
essência criadora que aquecia seus espíritos. Eles tinham 
o sangue dos Wyck em suas veias e foram os primeiros a 
entender o poder hereditário assim como outras 
qualidades passadas de pai para filho. Eles preservaram as 
histórias de suas famílias, traçando sua ancestralidade até 
os Primeiros. Assim, o tronco da Grande Árvore 
começou a germinar suas raízes primordiais.
A Primeira Semente: 
O Chamado do Sonhar
As primeiras sementes da árvore dos Aeduna não 
tardaram a brotar; algumas crianças dos Wyck sentiram 
o chamado do mundo externo às suas comunidades, de 
fora do círculo do mundo material, dos lugares nebulosos 
que os Sábios outrora percorreram. Eles foram guiados 
por visões e sonhos e ouviram as vozes dos espíritos. Ao 
invés de serem apenas parte de suas comunidades, eles 
foram além delas para permanecerem nas fronteiras 
entre o mundo material e o espiritual. Eles falaram das 
visões que receberam em seus sonhos, e então ficaram 
conhecidos como Aqueles que Falam nos Sonhos, os 
Oradores dos Sonhos.
Os Oradores dos Sonhos foram a primeira Tradição 
a separar-se dos Aeduna, a primeira dentre as sementes 
da árvore a brotar e crescer por conta própria. Enquanto 
os Aeduna focalizavam suas atenções em assuntos 
relativos à vida, os Oradores dos Sonhos valorizavam 
todas as coisas que possuíssem espírito e exploravam as 
profundezas do mundo espiritual e seus habitantes. Em 
certas regiões, os Oradores dos Sonhos e intérpretes 
espirituais eram poucos e dispersos, passando seus 
conhecimentos de geração para geração e vivendo como 
eremitas ou investigadores espirituais em áreas 
selvagens. Em outros lugares, a semente dos Oradores 
dos Sonhos enraizou-se e cresceu forte, cobrindo a 
Grande Árvore dos Aeduna e, eventualmente, a 
ofuscando. 
Nossos irmãos e irmãs Oradores dos Sonhos ainda 
são nossos aliados no Conselho das Nove Tradições. As 
ramificações que divergiram há muito tempo atrás 
permanecem entrelaçadas, havendo muito a se aprender 
dos xamãs e intérpretes espirituais, mas nossa história 
segue o caminho dos Aeduna. Enquanto os Oradores dos 
Sonhos floresceram na África e nas Américas, as raízes 
dos Aeduna aprofundaram-se na Europa e partes da 
Ásia, espalhando-se por aquelas terras.
Grécia 
Os Aeduna assentaram suas raízes nas férteis terras 
do Mediterrâneo, particularmente na Grécia. Lá, eles 
adoravam as deusas e deuses da terra e da lua, os deuses 
do sol, de tudo o que crescia e do mar. Por gerações, eles 
foram os sacerdotes e sacerdotisas dos templos, bosques e 
colinas sagradas. Eles eram curandeiros e intérpretes das 
vontades dos deuses, manifestadas nos presságios da 
natureza.
A Segunda Semente: 
O Culto a Dionísio
Os Aeduna eram pessoas da terra. Eles celebravam a 
mudança dos ciclos do ano da mesma forma que seus 
ancestrais faziam, bem semelhante a como se faz agora. 
Tais celebrações geralmente envolviam muitas festas, 
bebidas, banquetes e orgias frenéticas. Os Aeduna 
acreditavam em viver para o momento e aproveitar a 
vida ao máximo.
Nessas celebrações, alguns se sentiam transportados, 
levados além do tempo como o conhecemos e dentro do 
momento sem tempo. Era algo que os Aeduna 
entendiam e valorizavam. Alguns herdeiros das tradições 
Dionisíacas da Trácia abraçaram o êxtase. Eles 
celebravam a intoxicação e o vislumbre que isso 
proporcionava, tanto a alegria quanto a loucura do fruto 
da videira, o vinho negro.
Sob a luz da lua, as bacantes, as mulheres insanas de 
Dionísio, corriam bêbadas por entre os campos sob o 
efeito da essência destilada do deus. Elas se entregavam 
por completo à paixão, fosse a luxúria ou a fúria. Mitos 
nos contam que elas encontraram o poeta Orfeu após 
seu fracasso no Mundo Inferior. Quando recusou a se 
juntar aos festejos e orgias, voltaram sua fúria contra ele 
arrancando seus membros, um após o outro, pois este é o 
poder da paixão descontrolada. Para alguns, é também 
um conto de advertência do que acontece àqueles que 
tentam burlar os planos da morte.
Aqueles que se renderam à paixão e ao êxtase se 
tornaram a semente para uma nova divisão entre os 
Aeduna, uma das raízes do Culto do Êxtase moderno.
A Terceira Semente: 
O Círculo Cosiano
A semente seguinte a germinar dos Aeduna surgiu 
16 Verbena
de forma muito diferente ao ocorrido com os Oradores 
dos Sonhos e os Extáticos. É a semente de uma das 
maiores ameaças que nossa Tradição enfrenta hoje, uma 
que foi plantada com a melhor das intenções, mas 
distorcida devido ao crescimento incontrolado. Era a 
semente da medicina.
A antiga palavra grega pharmakis era usada como 
referência para herbalistas e médicos, a palavra raiz para 
termos modernos como farmácia e farmacêutico. Os 
pharmakis eram tanto pessoas comuns com 
conhecimento em cura como Aedunas treinados na 
sabedoria das plantas.
Na antiga Grécia, há aproximadamente 400 anos 
antes da Era Comum, Hipócrates fundou o Círculo 
Cosiano. Agora considerado o pai da medicina moderna, 
Hipócrates estudou os segredos da vida transmitidos 
pelos Wyck para os Aeduna. Ele procurou organizar este 
corpo de conhecimento para expandi-lo e usá-lo para 
educar curandeiros e ajudar os doentes e enfermos. A 
escola de medicina de Hipócrates atraiu estudantes de 
longe, incluindo muitos Aeduna.Foi um grande esforço, 
digno dos herdeiros dos Wyck, embora tenha sido 
destinado para um princípio bem diferente. 
O Círculo Cosiano reuniu e descobriu muito a 
respeito dos segredos da vida. Sua ambição seguia o 
crescimento de seu conhecimento. Eles procuraram 
aprender os segredos que o lendário curandeiro Asclépio, 
filho de Apolo e deus da medicina, possuía: o segredo de 
reviver os mortos, de criar vida e da imortalidade. 
Hipócrates lembrou a seus estudantes e colegas que tais 
segredos levaram Zeus a atacar Asclépio com um raio 
devido à sua insolência, mas eles ignoraram seus avisos e 
deram início a experimentos secretos. Eles vivissectavam 
criaturas para estudo, tanto animais quanto humanos. 
Injetavam-lhes poções estranhas e os fecundavam para 
depois estudar suas crias. Eles violaram o primeiro 
mandamento de Hipócrates, tirado do Juramento dos 
Aeduna: “Em primeiro lugar, não machuque.” Câmaras 
secretas sob o liceu do Círculo eram locais de tortura e 
mutilação usados em nome da cura.
Quando os boatos a respeito desses experimentos 
começaram a se espalhar, uma fenda se formou entre os 
Cosianos e os Aeduna, e rapidamente tornou-se um 
abismo. O Círculo Cosiano rejeitou os “simples” 
métodos tradicionais dos Aeduna, enquanto os herdeiros 
dos Wyck condenaram o trabalho dos Cosianos como 
não-natural. Pouco tempo após a morte de Hipócrates, 
membros do círculo interno dos Cosianos desfizeram 
todos os laços com seus antigos associados e renunciaram 
o nome Aeduna para prosseguir com seus próprios 
estudos. Lembrem-se deles, pois estes voltarão à nossa 
história antes do que vocês pensam.
Os Deuses da Grécia Antiga
Embora os Aeduna honrassem os deuses gregos de 
uma ou outra maneira, eles adotavam alguns deuses 
Olímpicos em particular como seus patronos, aqueles 
que incorporavam seus caminhos e crenças.
Ártemis: Deusa da lua e dama da caça, Ártemis 
foi considerada a patrona de muitos Aeduna, assim 
como o aspecto virginal da Grande Deusa. Era 
conhecida por amaldiçoar qualquer homem 
desafortunado o bastante para surpreendê-la 
banhando-se em algum lago isolado sob a luz da lua. 
Alguns ela cegou, outros enlouqueceu, enquanto outros 
foram transformados em veados para serem caçados por 
Ártemis e suas ninfas, ou até mesmo despedaçados por 
seus próprios cães de caça. O irmão gêmeo de Ártemis, 
Apolo, também era honrado pelos Aeduna como o 
patrono da medicina e da profecia, embora sua 
adoração tenha declinado após a deserção do Círculo 
Cosiano.
Deméter: Deusa da terra e de tudo o que cresce, 
representava o aspecto maternal da Grande Deusa para 
os Aeduna. Deméter fez luto pela perda de sua filha 
Perséfone (outra das deusas femininas) raptada por 
Hades para ser sua noiva no Mundo Inferior durante 
metade de cada ano. Então, por essa metade do ano, o 
mundo é frio e escuro, enquanto durante a outra 
metade é cálido e claro. Deméter é associada à outra 
deusa primordial da terra, Cybele. 
Hécate: A terceira e talvez a mais proeminente 
deusa honrada pelos Aeduna foi Hécate, o aspecto 
venerável da Grande Deusa e a patrona da feitiçaria. 
Hécate comandava as encruzilhadas à noite e o lado 
negro da lua era seu. Os Aeduna eram frequentemente 
sacerdotes e sacerdotisas de Hécate e as modernas 
Filhas de Hécate (pág. 39) perpetuam suas tradições.
Dionísio: Foi um dos deuses gregos 
particularmente sagrados para os Aeduna. Os rituais e 
celebrações sem controle levaram à criação de um 
culto separado dos Aeduna que mais tarde uniram-se 
com os Chakravanti do leste, tornando-se uma parte da 
raiz da cultura da Tradição Eutanatos. (Ver Livro de 
Tradição: Eutanatos para detalhes.)
Gaia: Grande mãe terra e progenitora dos titãs e 
seus descendentes, os deuses, Gaia era honrada pelos 
antigos Aeduna, embora não da mesma forma como 
nos tempos modernos. Gaia incorpora o espírito da 
Terra, por isso é grande e poderosa em comparação aos 
deuses. Os Aeduna consideravam Gaia impessoal 
quando comparada aos outros deuses, os quais possuíam 
semelhanças humanas, e entenderam que ela era capaz 
tanto de grande benevolência quanto de terrível 
crueldade. 
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 17
Os Aeduna da Grécia Antiga
Os Aeduna podem ser encontrados através dos 
mitos assim como na história da Grécia Antiga. 
Frequentemente eles eram descritos como os filhos dos 
deuses ou dos titãs (quando não eram considerados 
deuses) e renomados por sua sabedoria e poderes 
mágicos. Alguns Verbena modernos alegam a 
existência de muitos mais personagens entre seus 
ancestrais do que os que foram listados aqui. Estes são 
meramente os mais ilustres (ou infames) Aeduna de 
suas épocas.
Quíron: Talvez a mais incomum figura invocada 
pelos Aeduna é Quíron, um centauro dito ser de 
descendência divina. Histórias se contradizem quanto a 
seu nascimento, algumas contam que Quíron nasceu 
metade homem, metade cavalo, enquanto outras 
relatam que ele teria assumido tal forma através da 
magia de Vida. Alguns Verbena modernos sugerem que 
seu nascimento (ou posterior transformação) foi o 
resultado de algum efeito incomum do Paradoxo, 
embora ninguém possa confirmar tal hipótese. Quíron 
era um renomado estudioso e curandeiro, assim como 
professor de muitos heróis míticos da antiga Grécia, 
incluindo Hércules e Jasão (dos Argonautas). Na 
verdade, dada sua posição de tutor de tantos dos futuros 
Argonautas, alguns sugerem sinais tanto de cooperação 
quanto de rivalidade entre Quíron e Medéia. Quíron 
foi acidentalmente morto por uma flecha do arco de 
Hércules, envenenada com o sangue da hidra.
Circe: Feiticeira que era filha de um titã, Circe 
vivia em uma ilha isolada. O grande herói Odisseu e 
alguns de seus homens acabaram encontrando sua ilha, 
fazendo a feiticeira transformar a tripulação de Odisseu 
em suínos (dito por vários ser o reflexo de seus 
comportamentos rudes). Odisseu usou a erva sagrada 
Moli, dada por Hermes, para frustrar a magia de Circe, 
no entanto Odisseu passou um ano junto à feiticeira 
antes de retornar ao seu lar em Ítaca. Dita como 
imortal, Circe desapareceu do conhecimento do 
mundo mortal há muito tempo atrás. Alguns magos 
declaram tê-la conhecido, embora nenhum tenha 
oferecido prova alguma de que a feiticeira ainda vive.
Hipócrates: Alguns Verbena o consideram como 
um traidor por ter fundado o Círculo Cosiano, no 
entanto a maioria o vê como alguém sem orientação e 
agindo com a melhor das intenções. Estudante de 
herbalismo e medicina, Hipócrates dedicou sua vida ao 
estudo e à promoção da saúde e do bem estar. Aqueles 
que recorreram à sua escola começaram estudando artes 
esquecidas, mas o sonho de Hipócrates se transformou 
em algo diferente no final das contas. Perto da morte, 
ele escolheu não estender sua própria vida através de 
suas descobertas. Os Progenitores ainda reverenciam 
Hipócrates como um de seus fundadores.
Medéia: A feiticeira Medéia nasceu no sangue real 
e através disso herdou o sangue dos Aeduna. Ela 
despertou para a magia ainda jovem, tornou-se uma 
sacerdotisa de Hécate e dominou a arte das poções e 
encantamentos. Quando o heroi grego Jasão veio até o 
país de seu pai procurando pelo lendário Velocino de 
Ouro, Medéia se apaixonou por ele. Ela usou sua magia 
para ajudar Jasão a subjugar o dragão que guardava o 
velocino e para facilitar sua fuga após tal episódio. Ela 
inclusive matou seu próprio irmão, desmembrando seu 
corpo em seguida e jogando seus restos ao mar para que 
os navios de seu pai fossem forçados a parar e coletá-los 
para que um enterro apropriado lhe fosse oferecido. 
(Para mais informações sobre Medéia, veja as pág 76-
77.)
RomaA ascensão de Roma não foi mérito dos Aeduna, 
pois estes tinham pouco interesse na criação de cidades. 
A maioria dos nossos ancestrais Aeduna morava no 
norte da península italiana, em áreas como Toscana. 
Eles eram pessoas do campo diferente dos urbanos 
romanos, que os chamavam de paganus, ou caipiras, de 
onde deriva a palavra moderna “pagão”. Eles se referiam 
àqueles que eram sábios no conhecimento das ervas e 
encantos como venefica, os quais possuíam pouca 
influência na sociedade romana, mas os romanos tinham 
místicos entre eles, como os Aeduna em breve 
descobririam.
O Culto de Mercúrio 
Se eles nasceram das raízes dos Wyck, ninguém sabe 
ao certo, mas os magos romanos combinaram os 
ensinamentos dos gregos com a antiga sabedoria dos 
egípcios, e talvez os segredos dos hebreus que viviam em 
cativeiro em suas terras. Eles eram verdadeiros romanos: 
ordeiros, curiosos, dispostos a tomar de outras culturas e 
sempre com um olho na conquista. Eles descenderam da 
tradição de Thoth-Hermes ou Hermes Trismegistus (o 
“Três Vezes Grandioso Hermes”) embora fossem mais 
comumente conhecidos como o Culto de Mercúrio na 
Cidade Eterna de Roma.
Os magos do Culto de Mercúrio estavam bem 
conscientes da existência de outros místicos e artífices 
da vontade, particularmente entre os pagani e bárbaros 
das fronteiras do crescente Império Romano. Eles 
desejavam os segredos místicos que estas bruxas e magos 
pagãos possuíam, mas também temiam tal poder, pois 
eram estrangeiros e de estranhos e temíveis costumes. 
Sem dúvida alguma, eles viram os Aeduna, que 
declaravam sua linhagem desde os Primeiros, como uma 
18 Verbena
ameaça.
Então os magos primeiro limitaram a influência dos 
venefica dentro do Império. Veneno era uma das armas 
favoritas dos assassinos em Roma, como em todos os 
lugares, e os venefica sabiam quais plantas podiam curar 
e quais podiam matar se usadas da maneira correta. 
Herbalistas eram frequentemente rotulados de 
envenenadores e tratados com suspeita. Os sábios 
pagani começaram a esconder seus conhecimentos e 
suas alianças dos olhos atentos das autoridades. 
Então iniciou-se um tempo em que muitos Aeduna
foram forçados a ocultar quem e o que eram do resto 
do mundo.
A Conquista Romana
Os romanos expandiram suas fronteiras
conquistando as terras ao redor. No 
início, os pagani ofereceram pequena 
resistência contra as bem equipadas e 
treinadas legiões romanas, respaldadas 
pelo conhecimento e influência do 
Culto de Mercúrio. Os Aeduna da Itália 
e da Grécia se esconderam atrás da 
aparência de humildes camponeses e 
passaram adiante sua sabedoria em 
segredo. Eles se reuniam em clareiras no 
meio da floresta sob a luz da lua para honrar os 
Antigos Costumes, acreditando que os romanos 
eram apenas mais um capítulo passageiro da 
história.
Os bárbaros da terra do norte da Gália e os
habitantes da Bretanha, por outro lado, não 
estavam tão dispostos a ceder ao comando 
romano. As legiões invadiram suas terras e eles 
lutaram com coragem e ferocidade, mas não 
foi o suficiente. Recorreram então aos 
Aeduna entre eles, aos druidas e sábios 
detentores do conhecimento, porém seus 
poderes foram igualados pelos dos magos 
do Culto de Mercúrio que frustraram ataques 
místicos contra as legiões, reverteram 
maldições e conjuraram suas próprias magias
para quebrar as defesas dos poderes dos 
druidas.
Os dispersos celtas foram 
incapazes de subjugar o 
organizado assalto furioso dos 
romanos e de seus magos. As 
legiões então alcançaram a 
Bretanha e conquistaram as 
tribos celtas. Eles puseram os 
druidas sob suas espadas e 
incendiaram bosques 
sagrados, forçando os 
sobreviventes a 
abandonar seus lugares 
santos e recuar para áreas 
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 19
selvagens, usando suas habilidades e conhecimento para 
sobreviver da melhor maneira possível.
O Flagelo Relâmpago 
Depois de várias gerações se escondendo e passando 
suas tradições em segredo, os druidas da Bretanha se 
organizaram. Os celtas dispersos se uniram para se 
rebelarem contra a ocupação romana em suas terras. 
Difíceis batalhas foram travadas entre guerreiros celtas e 
soldados romanos, enquanto a luta nos bastidores 
acontecia entre os druidas restantes e os magos do Culto 
de Mercúrio, alguns dos quais agora viviam na Bretanha 
entre seus compatriotas romanos. Alguns inclusive eram 
de sangue tanto celta quanto romano.
No começo, tanto os romanos quanto seus magos 
foram pegos de surpresa pela repentina e selvagem 
insurreição celta. Os magos mais tarde avançaram contra 
os druidas dando inicio ao “Flagelo Relâmpago”. O mago 
romano Marcus Fulgurator assumiu o comando da 
ofensiva na Bretanha contra os druidas e seus seguidores. 
Habilidoso estrategista militar e poderoso mago, 
Fulgurator empunhava relâmpagos como suas armas 
primárias, daí o nome da sua famosa cruzada. 
Por três anos, magos e druidas lutaram entre si por 
toda a Bretanha e norte da França. Dragões, unicórnios, 
elementais e fadas de ambos os lados foram mortos nas 
batalhas, assim como muitos magos. Os druidas fizeram 
uso de todo poder que possuíam, no entanto o número 
superior de romanos os esmagaram. Finalmente, os 
últimos remanescentes dos druidas escolheram recuar 
para o norte da Escócia quando o Imperador Adriano 
construiu sua muralha para manter o povo pagão 
afastado da Bretanha Romana.
A Queda do Império 
O advento da Cristandade dividiu os magos do 
Império Romano entre o Culto de Mercúrio e os das 
Vozes Messiânicas, magos devotados à adoração do 
Cristo Branco. Atritos entre os dois grupos promoveram 
uma trégua para os Aeduna remanescentes das fronteiras 
remotas do império. Muitos escolheram auxiliar seu 
povo voltando-se contra os enfraquecidos romanos, 
alcançando sua vingança quando atacaram a Cidade 
Eterna. O collegeum Hermético foi demolido, os magos 
Herméticos e magos cristãos foram dispersos em 
pequenos grupos, fugindo para o leste em direção a 
Bizâncio ou para o norte em direção a postos avançados 
e fortificações na Europa central ou Bretanha.
A ascensão e a queda de Roma foi o caminho do 
mundo e o caminho dos magos por um longo período. 
Os Herméticos atacaram os Aeduna e estes revidaram, e 
as Vozes Messiânicas avançaram contra ambos, pagãos e 
Herméticos. Os Aeduna ajudaram seu povo destruindo 
Roma. Então a roda girou e o mundo seguiu adiante.
O Pendragon 
Na Bretanha, pouco depois da queda de Roma, 
surgiu uma nova esperança para os Aeduna e os Antigos 
Costumes, apesar do crescimento de poder do 
Cristianismo na Europa. Uma criança nasceu, filha de 
uma princesa celta e seu nome era Myrrdin. Nós agora o 
conhecemos como Merlin. Ele foi o mais proeminente 
mago de sua época, pois seu pai foi um dos lendários 
Wyck, equiparando-o aos maiores Aeduna do antigo 
mundo. Talvez os Wyck trouxeram-no à luz como uma 
tentativa de trazer de volta a esperança ao mundo há 
muito necessitado dela. Nós gostamos de pensar assim.
Merlin imaginou uma Bretanha forte e com um 
reinado justo, fundado sobre os Antigos Costumes, 
porém aberto às novas ideias trazidas pelos seguidores do 
Cristo Branco. Seria um reino para rivalizar com a glória 
de Roma e para unir o mundo sob uma nova civilização. 
Perseguindo esta ideia, Merlin viajou muito procurando 
pelos grandes professores e mestres da Bretanha e até 
mesmo para terras longínquas, viajando pelos caminhos 
dos Wyck. Ele impressionou seus professores e mentores 
com seus dons. Merlin aprendeu de muitos, não apenas 
dos druidas e anciões da Antiga Fé, mas também dos 
magos Herméticos quefugiram para a Bretanha após a 
queda de Roma, das Vozes Messiânicas pregando a 
palavra de Deus e também de outras Irmandades 
Místicas. É por esse motivo que algumas Tradições 
declaram Merlin como sendo um dos seus, pois seu 
sangue era o sangue dos Wyck, o sangue dos Sábios.
O sonho de Merlin tomou forma em uma criança 
chamada Arthur, filho de Uther. Arthur era uma 
criança de dois mundos, cristão e pagão, que Merlin 
esperava que um dia pudesse comandar sabiamente a 
ambos. Merlin ensinou e guiou Arthur para que, um dia, 
ele reclamasse o título de Pendragon (Chefe Dragão ou 
Alto Rei) e deu a seu pupilo as habilidades e conselhos 
de que ele necessitaria para manter seu trono. Ele 
inclusive forjou uma aliança com as fadas que 
concederam a Arthur sua lendária espada Caliburnus ou 
Excalibur.
Por um tempo, o sonho de Camelot foi um sucesso. 
Arthur se tornou o rei dos pagãos e dos cristãos na 
Bretanha. Embora sendo cristão, Arthur se considerava 
paladino de ambos os povos e deu-lhes o direito de 
reverenciarem a quem desejassem. Os druidas e 
sacerdotisas da terra remanescentes passaram a ter a 
esperança de reconstruir o que foi destruído, a passar 
adiante seus ensinamentos e de praticar suas tradições 
abertamente novamente. Camelot tornou-se um símbolo 
de justiça e de grandiosidade por toda a Bretanha e boa 
parte do mundo.
Mas este não era seu destino. O reino de Arthur 
não durou mais que uma geração e seu rei não teve 
tempo de passar para seu filho o que havia construído. O 
sonho de Camelot foi destruído pela devoção de Arthur 
às leis que jurou sustentar e pelo ódio de seu próprio 
filho, que culminou nos campos de Camlan, com 
Mordred morto pelas mãos de seu pai e Arthur 
mortalmente ferido. A morte de Pendragon marcou o 
20 Verbena
fim da mítica era dos Antigos Costumes e o começo de 
uma longa queda em direção às trevas.
A Idade das Trevas 
Assim que a voz de Teague silenciou, muitos dos 
novatos estremeceram por um momento, quebrando o 
transe que suas palavras criaram sobre eles. Uns 
poucos tinham lágrimas nos olhos pelo término de uma 
época que jamais conheceram, mas talvez esperassem 
encontrar no fundo de seus corações.
Deborah olhou-os e engoliu a onda de amargura 
cínica que verteu dentro dela. Eles eram ingênuos. 
Era de se esperar. Teague era um bardo. Era seu 
trabalho ser um sonhador, de tecer fantásticos contos 
sobre longínquos lugares e épocas.
Você mostrou a eles o sonho Teague, ela pensou, 
agora é hora para uma dose de realidade.
Teague se levantou e Deborah, um espectro 
negro, deslizou para seu lugar no meio do círculo. Ela 
insistiu em contar esta parte da história. Afinal, ela 
lembrava desta parte melhor que qualquer um, e ela 
seria amaldiçoada se deixasse essas memórias a 
governarem nesta vida. Ela parou, e sua voz era firme 
enquanto olhava nos rostos dos iniciantes.
Após a queda de Roma e Camelot, a escuridão se 
espalhou pela terra como uma sombra. Os magos 
Herméticos foram separados pela destruição de Roma, 
assim como os Coristas — as Vozes Messiânicas, como 
eram chamados. Tudo o que restava dos Aeduna, os 
herdeiros orgulhosos dos Wyck de outrora, estava 
disperso aos quatro ventos.
Tanto os Aeduna quanto as Vozes Messiânicas se 
recuperaram rapidamente. Ambos se apegaram à sua fé, 
porém, enquanto a Igreja Cristã conquistava novos 
adeptos diariamente, os Antigos Costumes começavam a 
perder força. Quando os padres cristãos chegavam, 
tentavam expelir os Deuses Antigos, chamando-os de 
demônios. Eles batizavam e pregavam sua palavra para 
salvar almas e quando isso não funcionava, usavam a 
tortura e o fogo.
Mas o pior do conflito entre a Igreja e os Antigos 
Costumes ainda tardaria em chegar.
Merlin e Morgana Le Fey
Dois dos mais famosos Aeduna da história estavam 
ligados ao destino de Arthur e Camelot e eles sofreram 
por isso no fim das contas. 
Merlin era dito ser o filho de um dos Wyck e de 
uma princesa celta (uma freira cristã, alguns dizem). 
Ele era o descendente de uma poderosa linhagem, com 
força para rivalizar contra os mais lendários Aeduna. 
Ainda criança, Merlin era reconhecido por seu talento 
em profecias. Quando o Rei Vortigern exigiu o sangue 
de um garoto sem pai para fortalecer o cimento e as 
fundações de seu novo castelo, Merlin foi levado a ele. 
Ele profetizou uma batalha entre dois dragões: um 
branco e outro vermelho, representando o futuro da 
Bretanha. Ele se tornou conselheiro dos reis Britânicos, 
incluindo Uther Pendragon, pai de Arthur. Merlin 
providenciou (ou talvez previu) o nascimento de 
Arthur e fez com que este fosse criado e treinado para 
ser o futuro rei. Após Arthur reclamar o trono, Merlin 
o serviu como seu conselheiro. 
Arthur e Camelot foram arruinados pela traição 
de sua rainha e seu melhor amigo. Merlin também foi 
destruído, mas pelo amor da bela Nimue, da Dama do 
Lago. Ela se tornou sua amante e aprendiz e depois 
aprisionou magicamente Merlin dentro de uma pedra 
ou árvore (histórias diferem quanto a esse aspecto). 
Embora alguns pensem que Nimue enganou e traiu 
Merlin, muitos Verbena veem seus atos como sendo 
nobres e sugerem que talvez seu mestre tenha pedido a 
ela para que o afastasse do mundo, sabendo do que 
estava para acontecer. Eles acreditam que Merlin ainda 
esteja esperando, talvez nas profundezas da Umbra, 
para o momento certo de retornar, embora a 
Tempestade de Avatares tenha complicado isso.
O outro grande mago de Camelot foi Morgana Le 
Fey, uma verdadeira seguidora da Antiga Fé e dos 
Deuses Antigos. Ela era a meia irmã de Arthur, filha de 
Igraine, e, segundo alguns, uma Senhora das Fadas (de 
onde deriva seu nome). Sendo parte de uma nobre 
linhagem que remete aos Wyck e com o encanto do 
sangue das fadas correndo por suas veias, Morgana 
tornou-se uma feiticeira formidável. Ela tinha visões e 
sonhos proféticos ainda criança e quando já uma jovem 
mulher dedicou-se aos serviços dos Deuses Antigos 
como sua sacerdotisa. 
No entanto, ela é vista como vilã, embora os 
Verbena declarem que Morgana foi uma verdadeira 
heroína. Seu flerte com Arthur não foi voluntário, e 
sim parte de um ritual de fertilidade de um Beltane. 
Seu filho Mordred supostamente deveria ter 
incorporado o sentido do grande ritual que aconteceu 
naquela noite: a mistura do pagão e do cristão, da fada 
e do mortal, do místico e do mundano, que poderia 
trazer equilíbrio e paz. Ao invés disto, Mordred foi 
envenenado contra um pai que não podia reconhecê-lo 
ou amá-lo e afastado de uma mãe que o amava. 
Morgana se sentiu traída pela devoção de Arthur aos 
costumes cristãos e pelos anciões Aeduna que a 
manipularam. No final, ela acabou por manter o corpo 
de Arthur fora de Avalon e dizem ter se retirado para o 
isolamento pelo resto de seus dias.
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 21
Por centenas de anos a Antiga Fé existiu em 
segredo, bem debaixo dos narizes dos padres e de suas 
igrejas. Mesmo na antiga Roma havia bruxas que se 
reuniam sob a luz da lua para honrar os deuses e pedir 
suas bênçãos. Descendentes dos Aeduna foram dispersos 
por toda a Europa, desde a península Ibérica até às 
estepes da Rússia, desde as terras gélidas da Escandinávia 
até o calor do Mediterrâneo. Fomos chamados por 
muitos nomes, nem todos agradáveis. Até mesmo 
“wytch”, que descende de Wyck, começou a se tornar 
mais uma maldição do que uma honra. Fomos jogados 
como sementes na terra fria, fazendo o possível para nos 
enraizarmos e crescermos. A organização que nós 
tínhamos não mais existia, até uma nova oportunidade 
surgir.
Casa Diedne e a CismaHermética
Centenas de anos após a queda de Camelot, a 
Ordem de Hermes — que se originou do Culto de 
Mercúrio romano — era a mais poderosa organização 
mística da Europa. O Coro Celestial pode argumentar de 
outra forma, mas as Vozes Messiânicas não ostentaram 
tanta influência dentro da Igreja, enquanto que os 
Herméticos eram fortes e independentes. Eles não se 
curvavam perante a Igreja ou a ninguém, nem mesmo 
ante os próprios deuses, que ultimamente vinham 
provando sua queda. Entretanto, em sua época, eles 
eram poderes influentes no mundo que lhes fez uma 
oferta tentadora. 
Diedne, uma das sacerdotisas druidas sobreviventes 
da Bretanha, formou uma aliança de seguidores e 
companheiros druidas. Ela então se aproximou da 
Ordem de Hermes com uma petição para se unir a eles, 
oferecendo lealdade e vasto conhecimento à Ordem. Os 
Primi das Casas de Hermes se reuniram e debateram e a 
oportunidade de aprender mais sobre a misteriosa magia 
dos druidas — a qual não possuía registro escrito para 
que os Herméticos pudessem estudá-la — venceu. A 
Casa Diedne foi criada como uma parte da Ordem de 
Hermes.
Naturalmente, quando os magos da nova Casa 
começaram a tardar em dividir sua sagrada sabedoria e a 
aceitar todas as regras da Ordem, dizeres começaram a 
circular sobre o erro que foi admitir pagãos como uma 
Casa. Então vieram os rumores obscuros sobre “rituais 
proibidos,” incluindo sacrifícios humanos. Os orgulhosos 
druidas não sentiram necessidade em defender suas 
tradições de estranhos e os arrogantes magos não fizeram 
questão de questionar pelo fato das evidências estarem 
suficientemente claras para eles. A Casa Flambeau, que 
descendeu dos mesmos feiticeiros que lideraram o 
Flagelo Relâmpago, e a Casa Tremere encabeçaram o 
grupo que acusou a Casa Diedne de infernalismo ou 
adoração ao demônio. Os Diedne negaram as acusações, 
porém era tarde demais. O resto da Ordem estava 
envenenada contra eles.
Dessa forma, os Flambeau e os Tremere lideraram as 
acusações do que a Ordem de Hermes chamou de 
Guerra da Cisma, que jogou Casa contra Casa. Numa 
nova aprovação do Flagelo Relâmpago, os membros da 
Casa Diedne foram sistematicamente caçados e mortos, 
até que a Casa por completo fosse exterminada. Reza a 
lenda de que a própria Diedne estava entre os últimos a 
morrerem e que esta amaldiçoara os magos por sua 
cegueira e arrogância. Alguns acreditam que sua 
maldição tenha levado a Ordem à queda quando a 
Ordem da Razão pôs abaixo as paredes de Mistridge e 
assinalou o inicio do fim da Era Mítica, mas isso ainda 
estaria para acontecer.
O Êxodo do Dragão
A Guerra da Cisma significou o fim dos druidas da 
Bretanha e de qualquer outro lugar. Havia uns poucos 
sobreviventes que escolheram não se juntar à Casa 
Diedne, permanecendo em seus bosques secretos e 
cavernas isoladas, mas eram poucos e fracos. Tornou-se
Os Antigos Costumes na
Idade das Trevas
A Sociedade da Antiga Fé (descrita no Dark 
Ages: Mage) é o ancestral direto dos modernos 
Verbena. A Sociedade era, na verdade, o primeiro 
impulso de cooperação e união que levou à fundação 
dos Verbena quando os magos pagãos perceberam que 
deveriam se unir ou perecer. Mesmo assim, a Antiga 
Fé diferia em muitos aspectos dos Verbena modernos. 
Primária entre essas diferenças é a magia dos 
magos da Antiga Fé, a qual estava baseada em antigas 
tradições anteriores à criação da terminologia das 
Esferas místicas do Conselho das Nove Tradições e 
grandes similaridades entre as práticas místicas fossem 
reconhecidas. A Antiga Fé também fragmentou as 
facções dos Verbena modernos, substituindo-as por 
divisões de linhas culturais e geográficas. 
Além disso, a Antiga Fé se apegou fortemente às 
idéias de linhagem de sangue e hereditariedade 
encontradas entre os Jardineiros da Árvore modernos. 
Eles acreditavam que o poder da magia descendia 
diretamente dos Aeduna e, por conseguinte, dos 
Wyck. Aqueles que não pertenciam a uma linhagem 
apropriada poderiam não sustentar o poder da magia e 
os pagãos que Despertaram inesperadamente eram 
considerados “do sangue”. Eles apenas supunham que 
sua ancestralidade estava esquecida ou perdida nas 
brumas do tempo. A ideia de aceitar aprendizes de 
fora de sua cultura e linhagem era estranha para 
aqueles da Antiga Fé, um dos motivos que 
mantiveram a organização pequena durante a Idade 
das Trevas.
Para mais informações sobre a Antiga Fé como 
uma Sociedade Mística e suas crenças, organização e 
relações com outras Sociedades, consultar Dark 
Ages: Mage.
22 Verbena
dolorosamente claro que eles não mais podiam proteger 
suas terras ou as criaturas que nela habitavam do avanço 
da Cristandade ou de magos como os da Ordem de 
Hermes ou das Vozes Messiânicas. 
Então, aproximadamente 200 anos após a Guerra 
da Cisma, os druidas remanescentes da Bretanha 
lideraram o Êxodo do Dragão. Eles reuniram todo seu 
poder e conhecimento para abrir as Trilhas dos Wyck 
para as criaturas mágicas da terra e guiá-las à segurança. 
Os unicórnios, elfos, duendes, wyverns e dragões 
partiram através dos portais, para dentro da Umbra e 
para longe do aço e do fogo dos homens. Durante três 
anos, as Ilhas Britânicas e boa parte da Europa 
esvaziaram-se da magia e das maravilhas, deixando o 
mundo terreno para trás. Eu penso que o Êxodo marcou 
o declínio da Antiga Fé dando a vitória aos nossos 
inimigos, pois muito da magia que antes sustentava 
nosso povo fora embora.
Alguns dos últimos grandes herdeiros dos Aeduna 
partiram para guiar os Antevos na Umbra e acabaram 
escolhendo não mais voltar. Eles deixaram para trás 
alguns estudantes que se apegaram aos costumes que 
aprenderam de seus anciões da melhor maneira possível.
A Sociedade da Antiga Fé 
Os druidas pagãos restantes, bruxas e magos da 
Europa se uniram em uma aliança dispersa chamada de
Antiga Fé. Era uma aliança informal na melhor das
hipóteses, formada a partir de um inimigo em comum e 
de uma ameaça em comum: o perigo imposto pela Igreja 
Cristã e a lenta morte dos Antigos Costumes. Magos 
pagãos se apoiaram rapidamente em suas crenças e as 
mantiveram vivas em segredo.
Os Tempos das Fogueiras 
Os Tempos das Fogueiras é um mito. Os Tempos 
das Fogueiras foram reais. Como a maioria das coisas a 
respeito dos Verbena, ambas as afirmações sustentam 
alguma verdade, no entanto nenhuma conta a história 
por completo. O mito moderno sobre os Tempos das 
Fogueiras não é o que a maioria das pessoas pensa, 
porém aconteceu. Eu sei. Eu estava lá, e talvez alguns de 
vocês também estiveram, em outras vidas anteriores a 
esta. É uma época na nossa história que nós nunca 
deveríamos esquecer, porque acontecerá novamente se 
permitirmos.
No começo do século XIII, forças e facções de 
dentro da Igreja Cristã se tornaram cada vez mais 
conscientes da continuidade da existência da Antiga Fé, 
contudo atribuíram nossos rituais e crenças à demônios e 
queriam “purificar” nossas almas, com fogo se necessário. 
O trabalho da Inquisição começou devagar, com 
consciência da corrupção presente na Igreja, mas ao 
invés de olhar para dentro da fonte de seus problemas, os 
Capítulo Um: Uma Época de Bruxas 23
Inquisidores olharam para fora. Eles puseram a culpa 
sobre os demônios, monstros e sobre aqueles que 
sucumbiram às suas “tentações” e praticavam o Ofício.
Parte do trabalho da Inquisição era conduzido 
secretamente, para ocultar a verdade sobre o próprio 
envolvimento da Igreja com o oculto das pessoas 
comuns. Esses Inquisidores secretos, muitas vezes 
patrocinados por magos cristãos,

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