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Livro Destinação e Disposição Final de Resíduos

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Fisiologia 
1 
Destinação e 
Disposição Final de 
Resíduos 
Sheila de Lira Franklin 
1ª
 e
di
çã
o 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Sheila de Lira Franklin 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo Campus Niterói 
 
F824d Franklin, Sheila de Lira. 
Destinação e disposição final de resíduos / Sheila de Lira Franklin ; 
revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: 
UNIVERSO. Departamento de Ensino a Distância, 2017. 
186 p. : il. 
 
1. Resíduos. 2. Meio ambiente. 3. Lixo - Eliminação - Legislação - 
Brasil. 4. Reciclagem. 5. Lixo - Eliminação - Política governamental - 
Brasil. 6. Limpeza urbana. 7. Engenharia ambiental. 8. Ensino à 
distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. 
CDD 628.4456 
 
Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
 Palavra da Reitora 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
4 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
5 
 Sumário 
Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 
Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 9 
Unidade 1 - Os Resíduos Sólidos e O Meio Ambiente ..................................................... 13 
Unidade 2 - Classificação dos Resíduos Sólidos................................................................ 37 
Unidade 3 - Acondicionamento de Resíduos Sólidos ..................................................... 63 
Unidade 4 - Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos..................................................... 89 
Unidade 5 - Coleta Seletiva e Reciclagem ........................................................................109 
Unidade 6 - Tratamento e Destino Final...........................................................................129 
Unidade 7 - Componentes dos Serviços de Limpeza Pública .....................................155 
Considerações finais ..............................................................................................................175 
Conhecendo o autor ..............................................................................................................176 
Anexos.......................................................................................................................................179 
 
 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
6 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
7 
 
 Apresentação da disciplina 
 
Caro aluno, iniciaremos o estudo sobre a destinação e disposição final de 
resíduos, área indispensável para o controle ambiental. Nesta obra, abordaremos 
os principais aspectos legais, bem como normas que estabelecem os critérios 
adequados para seu manejo e tratamento. Serão apresentadas as principais 
classificações, formas acondicionamento, coleta e transporte, coleta seletiva e 
reciclagem, tratamento e destinação final, e componentes dos serviços de limpeza 
pública. Esperamos que aproveitem bem a leitura e que a mesma possa contribuir 
para seu desenvolvimento profissional. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
8 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
9 
 Plano da Disciplina 
UNIDADE 1 – Os resíduos sólidos e o meio ambiente 
Nesta primeira unidade, abordaremos sobre os resíduos sólidos e o meio 
ambiente. 
Objetivos da unidade: 
 Definir o lixo e os resíduos sólidos; 
 Descrever o histórico da geração de resíduos; 
 Apresentar a problemática da geração de resíduos, Aspectos legais e 
institucionais, Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
 
UNIDADE 2 – Classificação dos resíduos sólidos 
Nesta segunda unidade, abordaremos sobre a Classificação dos resíduos 
sólidos. 
Objetivos da unidade: 
Apresentar a Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem, os 
riscos potenciais de contaminação do meio ambiente. 
Descrever os fatores que influenciam na geração de resíduos e em suas 
características. 
UNIDADE 3 – Acondicionamento de resíduos sólidos 
Nessa terceira unidade serão abordadas as principais normas e legislações que 
estabelecem critérios de acondicionamento de resíduos. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
10 
Objetivos da unidade: 
Apresentar a conceituação de acondicionamentode resíduos sólidos e a 
importância do acondicionamento adequado. 
UNIDADE 4 – Coleta e transporte de resíduos sólidos 
Abordaremos nessa unidade, as alternativas que vêm sendo empregadas para 
tornar a coleta e triagem de materiais mais eficiente. 
Objetivos da unidade 
 Conhecer o conceito de coleta; 
 Identificar diferentes modelos de veículos de coleta de resíduos e sua 
especificação para tipo de coleta; 
 Apresentar as particularidades de coleta em cidades turísticas e regiões 
favelizadas; 
 Descrever os principais requisitos da coleta domiciliar; 
 Conceituar estações de transferência de resíduos; 
 Apresentar diferentes modelos de estações de transferência de resíduos. 
 
UNIDADE 5 – Coleta seletiva e reciclagem 
Nessa unidade abordaremos os princípios da coleta seletiva e as múltiplas 
formas de reciclagem. 
Objetivos da unidade 
 Conceituar coleta seletiva; 
 Reconhecer os benefícios econômicos e socioambientais correlacionados 
a atividades de coleta seletiva; 
 Identificar as diferentes estratégias de realização de coleta seletiva; 
 Descrever as etapas necessárias à implantação de um sistema de coleta 
seletiva; 
 Abordar a aplicabilidade de programas de coleta seletiva a empresas e 
municípios. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
11 
UNIDADE 6 – Tratamento e destino final 
Nesta unidade, abordaremos o tratamento e a disposição final de resíduos, 
focos de grandes discussões correlacionadas à saúde pública e a sustentabilidade 
ambiental. 
Objetivos 
 Descrever as diferentes alternativas de tratamento e disposição final de 
resíduos; 
 Discutir sobre as medidas corretas sobre o ponto de vista ambiental; 
 Apresentar as diferenças de tratamento e destinação dos resíduos e 
disposição final dos resíduos; 
 Apresentar vantagens e desvantagens das formas alternativas de 
tratamento e destinação final dos resíduos. 
 
UNIDADE 7 – Componentes dos serviços de limpeza pública 
Nesta unidade abordaremos sobre os serviços de limpeza pública têm como 
responsabilidades a coleta domiciliar, limpeza de logradouros públicos, parques, 
praias e outros pontos turísticos, realizar a limpeza de tuneis, viadutos, entre 
outros. Também consistem em atribuições do serviço público de limpeza, a coleta 
e destinação adequada dos resíduos sólidos. 
Objetivos da unidade: 
 Descrever como se processa a limpeza de logradouros 
 Apresentar as principais características de serviços de capina e 
roçagem, bueiros, feiras e praias 
 Conhecer o GIRS 
 Descrever o inventário de resíduos sólidos industriais 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
12 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
13 
 
1 Os Resíduos Sólidos e O Meio Ambiente 
 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
14 
Caro aluno, 
Nesta primeira unidade, abordaremos sobre os resíduos sólidos e o meio 
ambiente. 
 
Objetivos da unidade: 
 Definir o lixo e os resíduos sólidos; 
 Descrever o histórico da geração de resíduos; 
 Apresentar a problemática da geração de resíduos, Aspectos legais e 
institucionais, Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
 
Plano da disciplina: 
 Definição de lixo e resíduos sólidos 
 Histórico da geração de resíduos 
 Problemática da geração de resíduos 
 A problemática dos resíduos de serviço de saúde, embalagens de 
agrotóxicos, pneus, pilhas e baterias, resíduos da construção civil, óleos 
lubrificantes, óleo vegetal e lâmpadas 
 Aspectos legais e institucionais 
 Política Nacional de Resíduos Sólidos 
 
Bem-vindo à primeira unidade de estudo! 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
15 
 Definição de lixo e resíduos sólidos 
As atividades antrópicas geram como produto uma grande variedade e volume 
de materiais considerados inúteis. Estes materiais apresentam composições muito 
peculiares que, dependendo do processo industrial podem ser reaproveitados e 
reciclados, servindo de matéria-prima para vários processos industriais. Além de 
contribuir para a redução de resíduos e para a redução da construção de novos 
aterros sanitários, o reúso de materiais considerados imprestáveis, ou seja, lixo, 
contribui para a sustentabilidade ambiental e redução dos impactos ambientais 
associados não somente ao descarte e armazenamento de resíduos, mas aos danos 
que possam advir de seus tratamentos, ao meio físico, biótico e antrópico. 
Os resíduos sólidos consistem em um problema relacionado ao modelo 
econômico vigente, que preconiza o consumo. O estilo de vida urbano, a 
obsolescência programada de equipamentos eletrônicos, o modismo imposto por 
tendências, a praticidade das refeições fast food ou de alimentos processados, 
todos estes fatores ajudam a identificar as fontes de geração de resíduos e a 
classificar a geração de resíduos como um dos maiores problemas ambientais a 
nível local, regional e global. 
A LEI 12305/2010, determina a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos e estabelece o 
conceito de lixo e resíduos sólidos. Rejeitos ou 
lixo, seriam resíduos sólidos que, depois de 
esgotadas todas as possibilidades de tratamento e 
recuperação por processos tecnológicos 
disponíveis e economicamente viáveis, não 
apresentem outra possibilidade que não a 
disposição final ambientalmente adequada. 
 
Importante 
Destinar e tratar corretamente os diferentes tipos de resíduos é 
fundamental para a proteção do meio ambiente e para assegurar a população 
melhores padrões de saúde e qualidade de vida. 
Os resíduos sólidos segundo a 
mesma lei, são: material, substância, objeto 
ou bem descartado resultante de atividades 
humanas em sociedade, a cuja destinação 
final se procede, se propõe proceder ou se 
está obrigado a proceder nos estados sólido 
ou semissólido, bem como gases contidos 
em recipientes e líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu 
lançamento na rede pública de esgotos ou 
em corpos d´água, ou exijam para isso 
soluções técnica ou economicamente 
inviáveis em face da melhor tecnologia 
disponível. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
16 
Segundo a RE. CONAMA 05/93 e da NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas – ABNT, são considerados resíduos sólidos, os resíduos nos 
estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de 
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de 
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de 
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle 
de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem 
inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam 
para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor 
tecnologia disponível. 
O tipo de resíduo produzido depende da atividade desenvolvida. Existem 
muitas categorias de resíduos sendo as principais: residuais, comerciais, 
institucionais, construção e demolição, serviços municipais, processos de 
tratamentos (tratamento de águas e esgotos industriais) e de agricultura. 
 
 Histórico da geração de resíduos 
A geração de resíduos sólidos está associada à presença humana e o aumento 
de sua geração associada ao crescimento populacional e de suas atividades. O que 
historicamente, vem sendo associado a episódios de poluição aquática, dos solos e 
do ar, trazendo inúmeros problemas de saúde pública, como o desenvolvimento 
de doenças associadas a vetores que são atraídos pela oferta de restos alimentares, 
ou pelo excesso de lixo que promove acúmulo de água parada e cria as condições 
necessárias ao desenvolvimento de espécies praga como o caso do mosquito da 
dengue (caso específico de países de clima tropical e regiões quentes). A geração 
de resíduos tem intrínseca relação com a saúde pública sendo por este motivo, 
necessário uma eficiente gestão de resíduos. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos17 
Redução nas fontes geradoras de resíduos sólidos 
É de conhecimento geral que os resíduos devem receber tratamento e 
destinação adequados, mas antes disso é necessário que ocorra diminuição ou a 
eliminação da produção de resíduos nas fontes geradoras. Quer seja em residências, 
ou em setor industrial, sendo responsabilidade do governo, das pessoas físicas e 
jurídicas, ou seja, de toda a sociedade repensar sobre consumo e desenvolver 
estratégias para minimizar os impactos da geração de resíduos sólidos. 
 
A utilização de técnicas de recuperação com o objetivo de reaproveitamento 
consiste em alternativa viável para a redução de resíduos, que torna possível a 
geração de emprego e renda, trazendo possibilidades de aumento da lucratividade 
com a venda dos resíduos que possam ser utilizados para alimentar outros 
processos de produção. 
 Problemática da geração de resíduos 
O estudo da disposição final e do tratamento de resíduos sólidos é complexo 
porque depende de muitas tecnologias e envolve várias áreas de conhecimento tais 
como: química, física, geologia, geografia, biologia, engenharia, direito, entre outras. 
São considerados resíduos sólidos: resíduos residenciais, resíduos de serviços 
de saúde, resíduos de construção civil e demolição, agricultura, resíduos industriais. 
Os Resíduos residenciais possuem os seguintes tipos de resíduos associados: pilhas, 
baterias, lâmpadas, vidro, papel, papelão, restos de comida, além de serviços 
municipais como de varrição em vias públicas, parques, praias e outras áreas de 
uso coletivo público, entre outros. 
Exemplificando! 
Podemos citar como exemplos de ações que corroboram para a redução 
dos resíduos nas indústrias, a substituição por matérias-primas recicláveis, 
substituição de processos e maquinários, realização de revisão de procedimentos 
operacionais com vistas a alterações sustentáveis, tais como a redução da utilização 
de embalagens, entre outros. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
18 
Os resíduos da construção civil e demolição são gerados em novas obras de 
construção civil, em reformas prediais, gerando como produto madeira, papel, 
concreto, metais, lixo, entre outros. Os resíduos industriais envolvem processos de 
fabricação, geram resíduos variáveis. Como exemplos podemos citar papel, madeira, 
comida, vidro, lixos metálicos, resíduos perigosos, entre outros. Em relação ao setor 
industrial, podemos citar as refinarias, indústria químicas, entre outras. 
Agricultura 
Resíduos provenientes de atividades ligadas ao setor agropecuário, podem 
causar contaminação do solo, ar e águas devido ao uso intensificado de pesticidas 
em plantas e animais. Muitos resíduos produzidos no setor são considerados 
perigosos, e devem ser destinados a locais adequados. 
Serviços de saúde 
Os resíduos gerados em serviços de saúde são considerados perigosos e a 
periculosidade é atribuída tanto pela toxicidade quanto pela patogenicidade. 
Dentre os resíduos gerados nos serviços de saúde, os classificados como 
infectantes são aqueles que apresentam riscos mais evidentes, podendo 
apresentar tanto contaminação biológica (microrganismos patogênicos) como por 
substâncias químicas. 
Para controlar os resíduos provenientes de atividades de saúde, temos o Plano 
de Gerenciamento de Serviços de Saúde - PGRSS, que visa estabelecer regras para 
manejo de resíduos de saúde, incluindo saúde animal e humana. 
Elaborar e implantar um PGRSS auxilia no cumprimento das legislações e 
normais sanitárias e ambientais vigentes, podendo, além disso, contribuir para 
melhorias continuas nessas áreas. Para serviços de saúde consiste em um 
indispensável pré-requisito para aquisição de certificações de qualidade. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
19 
 
Resíduos hospitalares podem ser acondicionados de forma inadequados, 
misturados com outras classes e tipos, ou seja, impedindo com a falta de triagem, a 
reciclagem de alguns materiais. Muitos resíduos hospitalares são descartados como 
lixo comum. Colocando em risco a população, em especial as pessoas que 
trabalham como catadores de materiais recicláveis. Desta forma, a fiscalização de 
resíduos de serviços de saúde deve ser mais rigorosa. 
As etapas do processo do manejo dos RSSS são: g era ção , m in imizaçã o, 
se gr ega ção , r ec ic la ge m, a co n dicion am en to, armazenamento, coleta, 
tratamento e disposição final. 
Em relação à coleta de resíduos sólidos de serviços de saúde para a ABNT, NBR 
12807/1993, “coleta interna de resíduos é a operação de transferência dos 
recipientes, do local de geração, para o local de armazenamento interno, 
normalmente localizado na mesma unidade de geração, no mesmo piso ou 
próximo, ou deste para o abrigo de resíduos ou armazenamento externo, 
geralmente fora do estabelecimento, ou ainda diretamente para o local de 
tratamento. Em pequenas instalações ou determinados casos, essas etapas 
reduzem-se a uma única”. A coleta interna é aquela realizada dentro da unidade, e 
consiste no recolhimento dos resíduos das lixeiras, fechamento do saco e seu 
transporte até a sala de resíduos ou expurgo. 
Os edifícios comerciais que possuem estabelecimentos de saúde devem prover 
abrigos de resíduos domiciliares e comuns, separados do abrigo de resíduos 
infectantes e especiais para facilitar a coleta interna, todos atendendo as 
disposições normativas da ABNT. 
Para os resíduos hospitalares recomenda-se de acordo com as legislações 
vigentes, realizar a triagem de material, separando material reciclável papel, 
papelão que podem ser reciclados, dos materiais biológicos, perfuro-cortantes, 
Importante! 
Caso os resíduos de serviço de saúde não receberem adequada 
destinação e tratamento podem colocar em risco a saúde pública e ambiental devido 
suas características físico químicas e biológicas. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
20 
radioativos e químicos, os quais não podem ser reciclados devendo receber a 
destinação e tratamento adequados. 
De acordo com a norma da ABNT NBR 12.808/1997, os resíduos de serviço de 
saúde são classificados em: 
A - Resíduo biológico 
B - Resíduo químico 
D – Resíduo radioativo 
E – Resíduo comum 
Em relação ao tratamento para resíduos de saúde podem ser autoclavados e 
reciclados (esterilizados) ou descartados devendo ser incinerados e suas cinzas 
destinadas a aterros industriais. 
Destinação final 
Incineração 
É indicado para resíduos sólidos resultantes da atividade de hospitais, centros 
de saúde, clínicas veterinárias, laboratórios de análise clínicas e outros 
estabelecimentos similares, não equiparáveis a resíduos sólidos urbanos. Para 
resíduos provenientes de agrotóxicos também. 
Agrotóxicos 
Os pesticidas são utilizados no controle de pragas em animais e vegetais. São 
largamente empregados pelos setores de agricultura e pecuária. Podem ser 
classificados como inseticidas, fungicidas, acaricidas, rodenticidas, fumigantes, 
nematicidas, herbicidas. Há poucas referências em relação aos limites tolerados de 
agrotóxicos em cursos de água. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
21 
 
Não há tratamento para reciclagem de pesticidas, mas sim métodos de 
tratamento. A fitorremediação é uma das alternativas de tratamento, que como já 
detalhado na disciplina de resíduos sólidos urbanos, tem como princípio a 
utilização de plantas específicas, as quais tem a capacidade de absorver e mover do 
solo determinados contaminantes. Uma vez empregadas, devem ser removidas e 
incineradas, sendo seus resíduos destinados a aterros industriais, evitando nova 
contaminação ambiental. Essa entre outras técnicas de biorremediação são formas 
alternativas de descontaminação por pesticidas em solos e águas. 
Outra opção para descontaminação por pesticidas é o processo de adsorção. 
Podem ser empregados adsorventes naturais reaproveitáveis tais como bagaços, 
ligados especialmentea atividades desenvolvidas localmente, como o bagaço da 
cana-de-açúcar, bagaço de coco, casca de banana e farelo de arroz, entre outros. 
Grande eficiência no processo de adsorção tem o carvão ativado. O carvão 
ativado pode ter como precursor bagaços. Segundo Bugiereck (2013) um deles é a 
casca de banana que se apresenta em abundância em todo território nacional, 
além de ter baixo custo. A casca representa um valor considerável no peso total da 
fruta, entre 30 a 40% e possui uma composição que torna eficiente a absorção de 
metais pesados e compostos orgânicos. A composição da casca de banana possui 
grupos de hidroxila e de carboxila da pectina, o que podem ser estratégias viáveis 
na minimização dos impactos ambientais esperados dos agrotóxicos, cuja 
inutilização é inviável ao setor agrícola e pecuário. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
22 
A substituição de agrotóxicos convencionais por outros com menor tempo de 
permanência ambiental deve ser priorizada e pesquisas para o desenvolvimento de 
agrotóxicos com menores efeitos tóxicos sobre o ser humano, biota e meio físico 
devem ser estimulados, visando melhor qualidade ambiental. 
Pneus 
O acúmulo de pneus pode contribuir para enchentes e assoreamento de rios, 
para a poluição visual, além de estar associado ao particular problema dos países 
de clima tropical, onde descartado in natura torna-se um eficiente criadouro para o 
desenvolvimento de mosquitos transmissores de doenças como dengue, zica, 
chikungunya e malária, e abrigo para outras espécies praga. 
 
Pneus ocupam muito espaço na natureza, causam dificuldades de 
compactação em aterros e dessa forma contribuem para a redução da vida útil dos 
aterros. Devido a sua grande produção e descarte, tornou-se necessário o 
desenvolvimento de pesquisas para testar a aplicabilidade em outros processos e 
legislações ambientais mais rigorosas que responsabilizam fabricantes e os obriga 
a aplicarem planos de logística reversa, para que os pneus utilizados e 
considerados imprestáveis para serem usados com sua finalidade básica, sejam 
destinados à reciclagem e reemprego em outros processos. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
23 
O pneu possui tempo de decomposição indeterminado, a queima de pneus 
libera óleo pirolítico, metais pesados, dioxinas e furanos, entre outras substâncias 
tóxicas que causam impacto à saúde e poluem o ar. 
Algumas das possíveis destinações para os pneus inservíveis são: aplicação de 
pneus triturados a massa asfáltica, pode ser empregado na construção civil, 
fabricação de móveis para mobília, fabricação de calçadas, fabricação de telhados, 
asfaltos (melhora a qualidade do asfalto, maior durabilidade), óleo combustível, o 
co-processamento na usina de xisto betuminoso, utilização para fabricação de 
gramas artificiais e quadras esportiva, ser utilizado em fornos de cimenteira (co-
processamento), entre outros. 
Mesmo com todos os benefícios da massa asfáltica que tem em sua 
composição pneus, no Brasil, essa tecnologia é pouco empregada. 
Em decorrência a todos os agravos ambientais relacionados aos pneus, no 
Brasil, a RE. CONAMA Nº 416/200, foi criada com o propósito de prevenção à 
degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação 
ambientalmente adequada. 
Pilhas e baterias 
Pilhas e baterias contêm em sua composição metais pesados como chumbo, 
mercúrio, cádmio, níquel, zinco e cobre. No caso das pilhas, elas são encapsuladas 
com metal e papelão, quando descartadas em local indevido, são amassadas, 
molhadas, sofrem oxidação e possíveis vazamentos. O grande problema das pilhas 
e baterias baseia-se na contaminação de solos, águas subterrâneas e superficiais, 
do ar (caso seja queimado ao ar livre, misturado a outros tipos de resíduos), ou seja, 
danos ao meio físico, biótico e antrópico. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
24 
 
Metais pesados em sua composição são bioacumulados no organismo, ou seja, 
não são degradados, causando efeito de biomagnificação nas cadeias alimentares. 
Nas últimas décadas as pilhas e baterias convencionais (comuns) vem sendo 
substituídas, por pilhas alcalinas (que possuem maior durabilidade) ou de baterias 
recarregáveis, aumentando sua vida útil das mesmas. 
O avanço na tecnologia, tem tornado possível o desenvolvimento de produtos 
com menor quantidade de metais pesados. 
De acordo com o artigo 5o da RE CONAMA 252/1999, desde 1o de janeiro de 
2000, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão 
atender aos limites estabelecidos a seguir: 
a) I - com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-
manganês e alcalina-manganês; 
b) II - com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-
manganês e alcalina-manganês; 
c) III - com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco-
manganês e alcalina-manganês; 
d) IV - com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo 
pilhas miniaturas e botão. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
25 
e) Art. 6o A partir de 1o de janeiro de 2001, a fabricação, importação e 
comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites 
estabelecidos a seguir: 
f) I - com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-
manganês e alcalina-manganês; 
g) II - com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem dos tipos alcalina-
manganês e zinco-manganês; 
h) III - com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem dos tipos 
alcalina-manganês e zinco-manganês. 
A resolução CONAMA 257/1999 
A RE CONAMA 257/1999, dispõe sobre tratamento e disposição final de pilhas e 
baterias. Determina que as pilhas e baterias que contenham em suas composições 
chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de 
quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os 
produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de 
forma não substituível, após seu esgotamento energético, devem ser entregues 
pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência 
técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou 
importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os 
procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final 
ambientalmente adequada. 
A mesma RE determina que as baterias industriais constituídas de chumbo, 
cádmio e seus compostos, destinadas a telecomunicações, usinas elétricas, 
sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme, segurança, 
movimentação de cargas ou pessoas, partida de motores diesel e uso geral 
industrial, após seu esgotamento energético, deverão ser entregues pelo usuário 
ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria. 
As pilhas e baterias recebidas na forma do artigo anterior serão acondicionadas 
adequadamente e armazenadas de forma segregada, obedecidas às normas 
ambientais e de saúde pública pertinentes, bem como as recomendações definidas 
pelos fabricantes ou importadores, até o seu repasse a estes últimos. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
26 
Óleos lubrificantes 
Os óleos lubrificantes constituem-se derivados do petróleo cru e tem utilidade 
como lubrificantes diversos como os de máquinas e automóveis. Sua presença no 
ambiente tem um longo período de residência e podem causar contaminação dos 
solos, das águas superficiais e subterrâneas. 
A biodegradação pode ser empregada em casos de poluição associada a óleos 
lubrificantes em solos e águas. No entanto, é considerado um de descontaminação 
lento. A adição de tensoativos ao processo de biodegradação aumenta a eficiência 
do processo. No caso dos óleos lubrificantes, a destinação mais adequada é o 
rerrefino. 
Rerrefino 
O rerrefino de óleo lubrificante atualmente é obrigatório e determinado pela 
resolução CONAMA N.362/2005. De acordo com esta resoluçãotodo o óleo 
lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por 
meio do processo de rerrefino (Ortega, 2014). O processo de rerrefino transforma o 
óleo usado em óleo limpo e básico novamente, o que evita que seja descartado no 
meio ambiente. 
CONAMA 362/2005 
A RE CONAMA 362/2005, dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final 
de óleo lubrificante usado ou contaminado, dentre outras diretrizes estabelece que 
os óleos lubrificantes utilizados no Brasil devem observar, obrigatoriamente, o 
princípio da reciclabilidade. 
Determina que o produtor, o importador e o revendedor de óleo lubrificante 
acabado, bem como o gerador de óleo lubrificante usado, são responsáveis pelo 
recolhimento do óleo lubrificante usado ou contaminado, nos limites das 
atribuições previstas nesta Resolução. 
As embalagens de óleo lubrificante também devem receber destinação 
adequada e antes de serem submetidas à destinação final, de acordo com as 
recomendações técnicas devem ser submetidas a processo de escoamento do óleo 
lubrificante para reduzir riscos de contaminação ambiental. As recomendações 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
27 
sobre o correto armazenamento de embalagens plásticas que contêm óleo 
lubrificante são indicadas na NBR n.12.235/1992. 
A coleta do óleo deve seguir inventário de resíduos como já descrito no livro de 
resíduos sólidos urbanos. 
Óleo vegetal 
São exemplos de óleos usados na fabricação de óleos vegetais: soja, azeite, 
girassol, milho, canola, mamona, babaçu e algodão. Durante a fritura, os óleos 
vegetais são submetidos a altas temperaturas, fazendo com que esses sofram um 
processo de degradação que altera suas propriedades. 
Na preparação de alimentos que são submetidos a processos de fritura, a altas 
temperaturas. O óleo quando submetido a aquecimentos prolongados começa a 
sofrer um processo de degradação tornando-se inapropriado ao consumo. Desta 
forma precisa ser descartado e caso não receba a correta destinação, torna-se mais 
um poluente ambiental. 
Impactos negativos relacionados ao consumo de óleos vegetais 
Frituras em excesso podem contribuir para a obesidade e para o 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 
Em relação aos impactos ambientais, quando descartados no ralo da pia, 
causam entupimento das tubulações das redes de esgoto e ônus no tratamento de 
esgotos. Quando descartados in natura contaminam corpos hídricos, tornam a 
água imprópria para uso, diminuindo a oxigenação e iluminação dos rios e 
prejudicando a vida aquática, em nível de cadeia alimentar. 
Nos solos causam a impermeabilização, a contaminação pode deixar o solo 
impróprio para uso, ocorre a infiltração do óleo no solo e contaminação de lençóis 
freáticos. 
Como o processo de tratamento do esgoto e águas contendo óleo é bastante 
oneroso, há um consenso na comunidade científica de que o destino mais correto 
para o óleo vegetal seja o reaproveitamento do óleo, e não seu descarte. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
28 
Reaproveitamento do óleo 
Algumas das aplicabilidades dos óleos vegetais são: biodiesel, sabão, 
detergente, resina para tintas, detergente, amaciante, sabonete, glicerina, ração 
para animais, entre outros. 
Aspectos legais e institucionais 
Lei 12305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos 
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 
descreve instrumentos importantes para redução dos impactos associados aos 
resíduos sólidos. 
De acordo com a PNRS são instrumentos da política, os inventários, a coleta 
seletiva, os sistemas de logística reversa, o monitoramento e a fiscalização 
ambiental, sanitária e agropecuária, a educação ambiental, entre outros. Aborda a 
redução da geração de resíduos e estimula a sua reciclagem e reutilização 
estimulando a utilização de técnicas que corroborem para reduzir impactos 
ambientais e a necessidade da construção de aterros sanitários. 
A legislação também aborda a questão da responsabilidade coletiva que temos 
em relação à geração e ao descarte dos resíduos, da gestão compartilhadas e sobre 
o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de 
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, entre outros 
importantes tópicos. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, determina que a coleta seletiva é uma 
competência dos municípios, os quais também devem apresentar as metas 
referentes à coleta seletiva nos seus respectivos planos de gestão integrada de 
resíduos sólidos. 
RE CONAMA 05/93 
A Resolução CONAMA 05/93 aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, 
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de 
serviços de saúde. Define os sistemas de disposição final de resíduos sólidos, como 
o conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam o lançamento do 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
29 
resíduo no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e conduzindo à 
minimização do risco ambiental. É a última etapa no gerenciamento dos RSSS. No 
Brasil são dispostos (1) a céu aberto; (2) em vazadouros; (3) alimentação de animais; 
(4) aterros sanitários e (5) valas sépticas. 
A RE CONAMA 05/93 apresenta o conceito de Sistema de Tratamento de 
Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram 
as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à 
minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente; 
A RE.CONAMA 05/93 conceitua o sistema de disposição final de Resíduos 
Sólidos como o conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam ao 
lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e a 
qualidade do meio ambiente. 
A RE. CONAMA 05/93 determinada a classificação para resíduos sólidos como 
grupos: A, B, C e D. 
GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio 
ambiente devido a presença de agentes biológicos. Enquadram-se neste grupo, 
dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem 
como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, 
secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças 
anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de 
área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de 
laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; 
resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a 
bordo dos meios de transporte, objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, 
dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou 
corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, 
provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
30 
GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio 
ambiente devido às suas características químicas. Enquadram-se neste grupo, 
dentre outros: a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados; b) 
resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou 
não utilizados); e, c) demais produtos considerados perigosos, conforme 
classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). 
GRUPO C - rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais 
radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de 
análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução 
CNEN 6.05. 
GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos 
grupos descritos anteriormente. 
Nesta primeira unidade, estudamos sobre Os resíduos sólidos e o meio ambiente, 
na próxima unidade abordaremossobre a Classificação dos resíduos sólidos. 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
31 
 Exercícios - Unidade 1 
1. Assinale a opção que indica a opção correta sobre a lei n.12.305/2010 sobre a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
a) São resíduos perigosos que apresentam risco significativo à saúde 
pública, mas não à qualidade ambiental. 
b) Os planos de gerenciamento de resíduos sólidos elaborados pela União e 
pelos Estados tem vigência indeterminada, mas devem ser atualizados 
anualmente. 
c) Estarão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos 
sólidos os estabelecimentos comerciais e os prestadores de serviços que 
gerarem resíduos perigosos ou resíduos que, por suas características, não 
possam ser equiparados aos resíduos domiciliares. 
d) Os prestadores de serviços públicos de limpeza urbana são os principais 
responsáveis pela implementação de sistemas de logística reversa para o 
retorno, aos fabricantes, de produtos usados que tenham potencial 
poluente, como os artigos eletroeletrônicos. 
e) Cabe à União fornecer ao Sistema Nacional de Informações sobre a 
Gestão dos Resíduos Sólidos as informações referentes aos resíduos na 
esfera de competência de todos os entes federativos. 
 
2. Assinale a alternativa incorreta sobre destinação final de óleo diesel: 
a) A Re n. 362/2005 aborda a destinação final de óleo lubrificante usado ou 
contaminado. 
b) Alguns óleos lubrificantes usados ou contaminados deverão ser 
recolhidos, coletado e ter destinação final, de modo que não afete 
negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos 
constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
32 
c) A atividade de rerrefino deve ser devidamente autorizada pelo órgão 
regulador da indústria do petróleo para a atividade de rerrefino e 
licenciada pelo órgão ambiental competente; 
d) Será admitido o processamento do óleo lubrificante usado ou 
contaminado para a fabricação de produtos a serem consumidos 
exclusivamente pelos respectivos geradores industriais. 
e) Os processos utilizados para a reciclagem do óleo lubrificante deverão 
estar devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente. 
 
3. Assinale a alternativa incorreta sobre o destino de resíduos: 
a) A Resolução CONAMA 05/93 aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos 
portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e 
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. 
b) O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos aponta e descreve as 
ações relativas ao manejo de resíduos sólidos e contempla os aspectos 
referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, 
armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a 
proteção à saúde pública. 
c) O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados são controlados e 
fiscalizados somente pelos órgãos de meio ambiente de acordo com a 
legislação vigente. 
d) Caberá aos estabelecimentos o gerenciamento de seus resíduos sólidos, 
desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos 
ambientais e de saúde pública. 
e) O transporte dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, será feito em 
veículos apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, 
atendendo às condicionantes de proteção ao meio ambiente e à saúde 
pública. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
33 
4. Assinale a alternativa correta, sobre a destinação de pilhas e baterias: 
a) A Resolução CONAMA Nº 257, de 30 de junho de 1999 considera os 
impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte adequado 
de pilhas e baterias usadas. 
b) As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, 
cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de 
quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou, bem como 
os produtos eletroeletrônicos serão entregues exclusivamente pelos 
estabelecimentos que as comercializam para repasse aos aterros 
industriais. 
c) O lançamento "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como 
rurais de pilhas e baterias usadas de quaisquer tipos ou características é 
terminantemente proibido. 
d) Os fabricantes e os importadores de pilhas e baterias ficam obrigados a, 
no prazo de vinte meses, contados a partir da vigência desta Resolução, 
implantar os sistemas de reutilização, reciclagem, tratamento ou 
disposição final, obedecida a legislação em vigor. 
e) Os fabricantes devem proceder gestões no sentido de que a incorporação 
de pilhas e baterias, em determinados aparelhos, em qualquer situação. 
 
5. A classificação de resíduos sólidos é determinada pela: 
a) NBR 10004:2004 
b) NBR 10005:2004 
c) NBR 10006:2004 
d) NBR 10007:2007 
e) NBR 10004:2005 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
34 
6. Sobre a classificação dos resíduos marque a opção incorreta: 
a) Os resíduos perigosos podem ser classificados classe I 
b) Os resíduos não inertes são insolúveis em água 
c) A caracterização do resíduo deve ser criteriosa e baseado em laudos de 
classificação podendo ser baseado exclusivamente na identificação do 
processo produtivo; laudo de análise química, submetendo resíduos a 
testes de solubilidade e lixiviação ou ainda outro tipo de análise 
(cromatografia, absorção atômica, espectrofotometria UV, entre outros) 
d) Os resíduos classificados como Classe IIB – Resíduos Não Perigosos – 
Inertes 
e) Os resíduos classificados como Classe IIA – Resíduos Não Perigosos – Não 
Inertes 
 
7. Leia com atenção as afirmações a seguir e marque V para as verdadeiras 
e F para as falsas, conforme os conceitos sobre as pilhas e baterias. 
( ) As pilhas que não podem ser recarregadas são classificadas como sistemas 
eletroquímicos primários ou baterias primárias. 
( ) O destino ideal de pilhas e baterias usadas deveria ser o aterro controlado, 
pois todo o lixo recebe uma cobertura de PVC ou argila, o que evita 
contaminação do ambiente. 
( ) As baterias de níquel/cádmio são baterias secundárias e de longa 
duração. 
( ) Na pilha alcalina não há formação de gás hidrogênio, pois o meio é 
básico. 
( ) Nas pilhas de mercúrio, usadas em relógios e calculadoras, o mercúrio é 
oxidado a óxido de mercúrio, que é solúvel e pode contaminar o solo se 
descartada incorretamente. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
35 
Agora assinale a opção que contenha a sequência correta: 
a) V,V,V,F,V 
b) V,F,V,F,F 
c) F,F,F,V,V 
d) F,V,F,F,F 
e) V,F,V,F,V 
 
8. A NBR 10004 apresenta a classificação dos resíduos sólidos. Considerando a 
classificação dos resíduos sólidos em função da periculosidade, assinale a 
alternativa correta: 
a) Resíduos perigosos não apresentam riscos à saúde pública. 
b) A classificação dos resíduos industriais requer uma série de procedimentos 
e testes descritos por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). 
c) Substâncias combustíveis compõem o grupo de resíduos inertes. 
d) Inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade 
não são características de resíduos perigosos. 
e) Resíduos inertes incluem os resíduos potencialmente biodegradáveis ou 
combustíveis. 
 
9. Conceitue e diferencie por meio de exemplos de material que constituem as 
pilhas primárias de secundárias. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos36 
10. Na área ambiental, é fundamental saber reconhecer e diferenciar um rejeito 
de um resíduo. Com base na unidade conceitue rejeito e resíduo sólido. Em 
seguida, cite três exemplos de cada. 
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Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
37 
 
2 Classificação dos Resíduos Sólidos 
 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
38 
Caro aluno, 
Nesta segunda unidade, abordaremos sobre a Classificação dos resíduos 
sólidos. 
Objetivos da unidade: 
Apresentar a Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem, os 
riscos potenciais de contaminação do meio ambiente. 
Descrever os fatores que influenciam na geração de resíduos e em suas 
características. 
Plano da disciplina: 
 Classificação de acordo com a origem 
 Classificação de acordo com os riscos potenciais de contaminação do 
meio ambiente 
 Características físicas, químicas e biológicas dos resíduos. 
 Fatores que influenciam na geração de resíduos e em suas características 
 
Bem-vindo à segunda unidade de estudo! 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
39 
Devido ao volume, quantidade e variedade de processos de trabalho e resíduos 
gerados, bem como diferentes propriedades físico-químicas que os materiais 
possam ter, os resíduos precisam ser monitorados desde sua fonte geradora, para 
conhecimento de sua periculosidade ambiental e impactos à saúde humana, 
devendo ser ainda na fonte geradora identificados possíveis impactos ambientais 
que possam causar. 
Conhecer a composição dos resíduos e classificá-los é essencial para que os 
rejeitos recebam a correta destinação e tratamento, evitando contaminação 
ambiental e sempre que possível, para que possa ser realizado o reaproveitamento 
e reciclagem de alguns materiais. 
A triagem de resíduos deve ocorre na fonte geradora, bem como a 
identificação de sua origem, devendo ser descrita a composição do resíduo 
(matérias primas, processo e insumos) (ABNT, 2004). 
ABNT 10004/2004 – Norma comentada 
Classificação de acordo com os riscos potenciais de contaminação ao meio 
ambiente 
De acordo com a redação da ABNT 10004/2004, a classificação quanto aos 
riscos de contaminação ao meio ambiente, relacionam-se a periculosidade de um 
resíduo possa apresentar em função de suas propriedades físicas, químicas ou 
infectocontagiosas (biológicas). 
Desta forma um resíduo pode apresentar risco à saúde pública, podendo 
provocar morte, incidência de doenças ou colaborar para o aumento dos índices de 
doenças, e quando descartados em locais inadequados, representam graves riscos 
ambientais. No meio ambiente podem causar contaminação das águas, solos e ar 
e danos à vida em todas as suas formas, atingindo em especial os organismos em 
cadeia alimentar, sendo responsáveis por sérios prejuízos à espécie humana 
(geradora dos resíduos). 
A toxicicidade de uma substância deve ser avaliada, onde são investigados o 
potencial de provocar em menor ou maior grau, efeitos adversos quando 
interagem com o organismo. No estudo toxicológico avalia-se o agente tóxico e 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
40 
seus efeitos adversos que podem ser tóxico, carcinogênico, mutagênico, 
teratogênico ou ecotoxicológico. 
O efeito carcinogênico relaciona-se a capacidade do agente em causa câncer 
ou aumentar a ocorrência de câncer em determinados grupos de indivíduos 
expostos a substâncias. O efeito mutagênico diz respeito ao poder de uma 
substância, mistura, agente físico ou biológico causar danos genéticos. Os efeitos 
teratogênicos causam danos à vida embrionária e alteram seu desenvolvimento ou 
funções e ou aumentam sua frequência. 
Estas exposições ocorrem por inalação, ingestão ou absorção de substancias, 
misturas, agentes físicos ou biológicos. Efeitos ecotóxicos são efeitos associados a 
substancias ou misturas que representam riscos para um ou vários 
compartimentos ambientais. 
E ainda se sua toxicidade é aguda ou crônica. A saber que a toxicidade aguda 
leva a uma reação sintomática que se apresenta em um curto espaço de tempo. A 
toxicidade crônica, muitas vezes, dificulta estudos de causa-efeito, por se tratar de 
uma exposição lenta e gradual, que pode demorar anos para se manifestar. 
Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem 
Na classificação dos resíduos de acordo com a NBR 10004/2004, também são 
considerados aspectos importantes a inflamabilidade, corrosividade, reatividade e 
patogenicidade de uma substância. 
Para efeitos da norma, os resíduos são classificados em: 
a) Resíduos classe I – PERIGOSOS 
b) Resíduos classe II – NÃO PERIGOSOS 
c) Resíduos classe II A – NÃO INERTES 
d) Resíduos classe II B - INERTES 
Os resíduos classe I, considerados perigosos apresentam alta periculosidade, ou 
seja que apresentem riscos à saúde pública, provocando mortalidade, incidência 
de doenças ou acentuando seus índices ou apresentando riscos ao meio ambiente, 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
41 
quando os resíduos forem gerenciados de forma inadequada. Podendo ser 
inflamável, corrosivo, toxico, patogênico ou reativo. 
São exemplos de resíduos classe I: cianeto, cromo, chumbo, cianeto, tolueno, 
pesticidas empregados no setor agrário e pecuário ou em processos industriais, 
benzeno, amianto, entre outros. 
Classe II – não perigosos dividem-se em: 
Classe II A- não inertes, podem ter características tais como biodegradabilidade, 
combustibilidade ou solubilidade em água. Não se enquadram como resíduos 
perigosos ou inertes. 
Classe II B – inertes, segundo a NBR 10004, quando submetidos a um contato 
dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, 
quando não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações 
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, 
turbidez, dureza e sabor. 
(Classe 1- contaminantes e tóxicos); 
Não inertes (Classe 2A - possivelmente contaminantes); 
Inertes (Classe 3A – não contaminantes). 
Resíduos eletrônicos 
Devido ao grande crescimento do consumismo, no último século e da 
obsolescência programada de equipamentos eletrônicos que contribuem para que 
simples reposições de peças tenham preços equiparados ao de aparelhos novos, 
da inexistência de peças compatíveis no mercado para reposição, ou ainda, do 
tempo de vida de vida útil dos produtos ser programado para não ser extenso 
(estratégia industrial para alimentar o processo de produção), toneladas de lixo 
eletrônico são produzidas diariamente. 
Podem ser classificados como resíduos tecnológicos: computadores, 
filmadoras, televisores, brinquedos eletrônicos, celulares, Televisores, rádios, 
telefones celulares e eletrodomésticos portáteis, entre outros. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
42 
 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Computerschrott.jpg 
O pior danoambiental é o aumento do volume de resíduos e demanda de 
maior espaço para armazená-los. Associados aos danos ambientais existem perdas 
econômicas no descarte deste tipo de resíduo. Grande parte desses materiais pode 
ser reciclada. 
Quando destinados a lixões e terrenos baldios causa por processo de oxidação, 
a contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas. 
Segundo Sant’Anna e Natume (2011) computadores e televisores contêm uma 
grande quantidade de chumbo, um monitor colorido de computador ou televisor 
pode conter até três quilos e meio de chumbo. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
43 
Na composição de resíduos de computadores, por exemplo, temos: metais 
pesados, plástico, metais não ferrosos (chumbo, cádmio, berílio e mercúrio), vidro e 
placas eletrônicas (ouro, platina, prata e paládio) (PNUMA, 2007). 
A maior parte dos equipamentos eletrônicos ao final de sua vida útil são 
destinados a aterros sanitários. 
Políticas de logística reversa podem contribuir para a redução do volume 
dos resíduos, para a redestinação com reciclagem de materiais, poupado 
recursos naturais. Quando devolvidos aos fabricantes, os materiais são 
desmontados, separadas as partes constituintes e só então é retirada a parte 
reciclável da não reciclável. 
É recomendável para a redução dos impactos ambientais associados à 
destinação final dos resíduos eletrônicos maiores investimentos em logística 
reversa, e na responsabilidade compartilhada entre fabricante e consumidor final 
no que diz respeito ao destino dos eletroeletrônicos no seu pós-uso e legislações 
mais rigorosas, que obriguem a sociedade e fabricantes respectivamente, a 
devolver e a receber os eletroeletrônicos para desmonte, reciclagem e destinação 
final, em caso de não se tratarem os componentes, de materiais recicláveis. 
Não podemos deixar de mensurar, que todo problema da produção e 
descarte de resíduos está associada ao capitalismo e o modelo consumista 
associado a ele. Portanto, resultados mais eficientes dependem de 
conscientização da população, através da redução do consumo (consumo 
consciente), por ação de educação ambiental. 
Resíduos agrícolas 
Os pesticidas são produtos químicos naturais ou sintéticos, inorgânicos ou 
orgânicos com efeito letal ou de controle para determinados grupos de seres vivos 
(Colin Baird). Há milhares de anos a humanidade vem utilizando pesticidas a fim de 
eliminar seres indesejáveis de seus lares e plantações. Inicialmente, os pesticidas 
eram de compostos inorgânicos bastantes tóxicos para seres humanos e animais 
mamíferos. Grande parte desses compostos inorgânicos foram substituídos por 
pesticidas orgânicos, menos tóxicos. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
44 
 
Os pesticidas podem ser naturais, produzidos por plantas para defenderem-se 
do ataque de predadores, ou sintéticos, feitos em laboratórios a partir de 
substâncias mais simples. 
Quer sejam orgânicos ou inorgânicos podem matar diretamente um organismo 
bloqueando um processo metabólico vital, ou controlar sua população como, por 
exemplo, interferindo no seu processo reprodutivo. 
Há diferentes classes de pesticidas, como por exemplo, os inseticidas, 
bactericida, fungicidas, algicidas etc. Entramos em contato com alguns desses 
praguicidas através da alimentação, pois são amplamente usados na agricultura. 
Também em nossa residência os utilizamos nos produtos como aerossóis de 
inseticidas, desinfetantes, mata-mato, algicidas, talcos antipulgas, veneno de rato, 
entre outros. 
Mesmo tendo aplicações importantes, muitos desses compostos representam 
ameaça à saúde humana, sobretudo quando ingeridos na alimentação. Pode 
comprometer o desenvolvimento e crescimento de bebês e crianças, causar 
defeitos congênitos, cânceres, abortos, suicídios, dermatoses e outras doenças. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
45 
São popularmente conhecidos como agrotóxicos e são indispensáveis no 
desenvolvimento de atividades agropecuárias. 
A lei federal Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989, define agrotóxicos e afins 
como os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, 
destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento 
de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou 
implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e 
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de 
preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Ou ainda como 
substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, 
estimuladores e inibidores de crescimento. 
Sua presença no solo causa lixiviação de nutrientes para os corpos hídricos, o 
que está relacionado ao fenômeno de eutroficação das águas. A presença de 
metais de difícil degradação causa contaminação dos solos, águas e biota (cadeia 
alimentar), com efeitos de biocumulação. Um dos principais passivos ambientais 
dos pesticidas vem a ser o descarte de embalagens, que não ocorrendo em local 
devido contribui para contaminação. 
Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989. 
Esta lei federal dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a 
embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a 
propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos 
resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a 
fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. 
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá 
outras providências. 
O decreto lei 6913/2009, acresce dispositivos ao Decreto no 4.074, de 4 de 
janeiro de 2002, que regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que 
dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, 
o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a 
utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o 
registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus 
componentes e afins. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
46 
Os galões geralmente de plástico não devem ser reutilizados. Devem ser 
seguidas as orientações contidas na bula dos produtos. Galões devem receber 
tríplice lavagem, que consiste em enxaguar três vezes a embalagem vazia. A 
embalagem deve ser inutilizada e enviada como lixo. Recomenda-se ao final da 
limpeza, fazer um furo no fundo, para certificar que não poderá ser reaproveitada. 
Segunda a ANVISA o correto descarte de embalagens flexíveis de agrotóxicos 
que englobam sacos plásticos, de papel e metalizados deve ocorrer em grandes 
sacolas de resgaste, fechadas e identificadas até serem devolvidas ao revendedor. 
A lei n. 9.974/2000, altera a Lei no 7.802/1989, já descrita anteriormente. 
Entre outros itens estabelece que as embalagens devem ser 
desenvolvidas de forma que impeçam vazamentos, evaporações, perdas ou 
alteração do seu conteúdo, facilitando as operações de lavagem, 
classificação, reutilização e reciclagem. 
Ainda de acordo com sua redação o fracionamento e a reembalagem de 
agrotóxicos e afins com o objetivo de comercialização somente poderão ser 
realizados pela empresa produtora, ou por estabelecimento devidamente 
credenciado, sob responsabilidade daquela, em locais e condições previamente 
autorizados pelos órgãos competentes. 
Os usuários de agrotóxicos deverão efetuar a devolução das embalagens vazias 
dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de 
acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, 
contado da data de compra, ou prazo superior, se autorizado pelo órgão 
registrante, podendo a devolução ser intermediada por postosou centros de 
recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente. 
Resíduos radioativos 
A radioatividade tem inúmeras aplicações cotidianas, seja na medicina, 
auxiliando no diagnóstico e terapias; na produção de alimentos contribuindo para 
aumentar o tempo de vida útil dos produtos; na agricultura contribuindo para o 
combate de pragas e melhoria no processo de produção ou na indústria, auxiliando 
na inspeção de defeitos e falhas de materiais e equipamentos, na indústria 
farmacêutica em especial, empregado para esterilizar material hospitalar descartável. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
47 
Os rejeitos radioativos produzidos em laboratórios, hospitais e usinas nucleares 
podem estar em estado sólido, líquido ou gasoso e em virtude da radiação que 
emitem, não podem ser descartados in natura. 
 
Os resíduos radioativos devem ser tratados, a radiação emitida pelos resíduos é 
muito variável, os resíduos podem ser classificados quanto ao nível de atividade: 
baixa, média e alta. Constitui um exemplo de resíduo de baixa atividade os 
equipamentos de proteção individual utilizados por trabalhadores, exemplo luvas, 
aventais, sapatilhas, entre outros (CNEN, 2012). Estes resíduos devem ser dispostos 
em sacos plásticos e guardados em tambores ou caixas de aço, após classificação e 
respectiva identificação. 
Alguns rejeitos podem permanecer radioativos por dezenas, centenas ou até 
milhares de anos. O tempo de permanência no meio ambiente corresponde ao seu 
tempo de decaimento radioativo (meia vida). 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
48 
 “Os rejeitos com meias-vidas superiores a 30 anos são considerados rejeitos de 
meia-vida longa. Os rejeitos de meia-vida curta são armazenados em locais 
apropriados (preparados), até sua atividade atingir um valor semelhante à do meio 
ambiente, podendo, então, ser liberados” (CNEN, 2012). 
Os rejeitos devem ser dispostos em depósitos iniciais, intermediários e finais. 
No Brasil, a lei n. 10.308/2001 dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o 
licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a 
responsabilidade civil e as garantis referentes aos depósitos de rejeitos radioativos, 
e dá outras providências. 
De acordo com essa lei são permitidas a instalação e a operação dos seguintes 
tipos de depósitos de rejeitos radioativos: 
I – depósitos iniciais; 
II - depósitos intermediários; 
III - depósitos finais. 
Os depósitos iniciais, intermediários e finais serão construídos, licenciados, 
administrados e operados segundo critérios, procedimentos e normas 
estabelecidos pela CNEN, vedado o recebimento nos depósitos finais de rejeitos 
radioativos na forma líquida ou gasosa. 
Os depósitos iniciais utilizados para o armazenamento de rejeitos nas 
instalações de extração ou de beneficiamento de minério poderão ser convertidos 
em depósitos finais, mediante expressa autorização da CNEN. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
49 
Nos casos de acidentes radiológicos ou nucleares, excepcionalmente, poderão 
ser construídos depósitos provisórios, que serão desativados, com a transferência 
total dos rejeitos para depósito intermediário ou depósito final, segundo critérios, 
procedimentos e normas especialmente estabelecidos pela CNEN. 
A remoção de rejeitos de depósitos iniciais para depósitos intermediários ou de 
depósitos iniciais para depósitos finais é da responsabilidade do titular da 
autorização para operação da instalação geradora dos rejeitos, que arcará com 
todas as despesas diretas e indiretas decorrentes. 
A seleção do local, projeto, construção, operação e administração dos 
depósitos provisórios, ainda que executadas por terceiros devidamente 
autorizados, são de exclusiva responsabilidade da CNEN. 
A responsabilidade civil pelos danos radiológicos causados por rejeitos 
armazenados em depósito provisório decorrente de falha na segurança física é do 
Estado. 
Resíduos sólidos industriais 
 
 
Fonte: http://cenatecbrasil.blogspot.com.br/2012/02/diagnostico-dos-residuos-solidos.html 
A NR 25 define resíduos industriais como aqueles provenientes dos processos 
industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por 
suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se assemelham aos 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
50 
resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, 
escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em 
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes 
líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos. 
Os resíduos sólidos industriais apresentam características diversificadas 
podendo ser destinados a tratamentos para recuperação, reaproveitamento ou 
reciclagem de materiais ou para disposição final em aterros industriais. 
Podem ainda ser destinados a reprocessamento, rerrefino, uso em ração animal 
(indústria alimentícea que trabalha com restos de carne branca ou vermelha), 
incorporação em uso agrícola (no caso de lodos com características específicas), 
podem ser conduzidos a fornos, industriais e serem incinerados, entre outros. 
A RE 313/2002 dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos 
Industriais. De acordo com esta resolução é considerado resíduo sólido industrial 
todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados 
sólido, semissólido, gasoso - quando contido, e líquido, cujas particularidades 
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, 
ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da 
melhor tecnologia disponível. 
Também ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de 
tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle 
de poluição. 
A RE 313/212 define como Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, 
o conjunto de informações sobre a geração, características, armazenamento, 
transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos 
resíduos sólidos gerados pelas indústrias do país. 
Sendo portanto de responsabilidade do gerador de resíduos, realizar o controle 
de seus resíduos, apresentando para eles a destinação ou disposição finais cabíveis, 
sendo passível de crime ambiental as empresas e seus representantes legais, que 
não respeitem as legislações e normas ambientais existentes, a fim de evitar a 
contaminação ambiental. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
51 
Resíduos hospitalares 
 
Fonte:http://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-residuo-hospitalar/residuos-hospitalares/ 
 
A RE CONAMA n. 283/2001 dispõe sobre tratamento e destinação final dos 
resíduos de serviço de saúde. De acordo com sua redação são considerados 
resíduos de saúde aqueles provenientes de qualquer unidade que execute 
atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal, aqueles 
provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área 
de farmacologia e saúde, medicamentos e imunoterápicos vencidos ou 
deteriorados, resíduos provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de 
medicina legal; e resíduos provenientes de barreiras sanitárias. 
A RE CONAMA N.283/2001, determina que deva existir o PGRSS – o Plano de 
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, um documento integrante do 
processo de licenciamento ambiental, que deve descrever e definir forma de ações 
relativas ao seu manejo, acondicionamento, transporte, tratamento e disposição 
final, bem como a proteção à saúde pública. 
O PGRSS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos levando em 
consideração as legislações vigentes. 
De acordo com esta resolução, cabe ao responsável legal dos estabelecimentos 
acima relacionados realizar a gestão dos resíduos a fim de atender aos requisitoslegais. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
52 
Alguns materiais devem ser devolvidos aos fabricantes ou importadores, logo 
distribuidores, comércio varejista, farmácias de manipulação e serviços de saúde 
devem criar mecanismos para destinar no pós-uso os resíduos, por meio de 
políticas de logística reversa, para correto tratamento e os resíduos provenientes 
destes materiais. 
Para garantir as condições adequadas de retorno ao fabricante ou importador, 
o manuseio e o transporte dos resíduos discriminados na resolução o princípio da 
co-responsabilidade deve ser aplicado. Deverá ser de co-responsabilidade dos 
importadores, distribuidores, comércio varejista, farmácias de manipulação e 
serviços de saúde. 
No caso específico dos resíduos radioativos, estes devem obedecer as 
exigências descritas pela CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear. 
Os resíduos grupo A são aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao 
meio ambiente devido à presença de agentes biológicos: como filtros de ar e gases 
aspirados da área contaminada, membrana filtrante de equipamento médico 
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sangue e hemoderivados e 
resíduos que tenham entrado em contato com estes e tecidos, membranas, órgãos, 
placentas, fetos, peças anatômicas, entre outros. 
Os Resíduos Grupo B, apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente 
devido as suas características física, químicas e físico-químicas tais como: drogas 
quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e 
genotoxicidade e os materiais por elas contaminados; medicamentos vencidos, 
entre outros. 
Nos Resíduos Grupo C enquadram-se os resíduos radioativos ou contaminados 
com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de 
medicina nuclear e radioterapia. 
Nos Resíduos Grupo D enquadram-se os resíduos comuns. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
53 
Convenção da Basiléia 
A convenção da Basileia aborda o controle dos Movimentos 
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. A Convenção de 
Basileia ocorreu em Basileia, Suíça, em 22 de março de 1989. 
A Convenção da Basiléia não proíbe o movimento transfronteiriço de Resíduos 
Perigosos, apenas estabelece algumas regras que podem ser regulamentadas e 
mais restritas nos países signatários. 
Algumas das obrigações legais são: consentimento prévio, por escrito, por 
parte dos países importadores para os resíduos especificados para importação; a 
adoção de medidas adequadas de minimização da geração de resíduo; seguir 
normas e padrões internacionais de etiquetagem, embalagem e transporte; a 
permissão para a movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos, 
reciclagem, entre outros. 
A Convenção da Basiléia foi ratificada no Brasil através do Decreto n. 875/93. Os 
procedimentos necessários à implementação estão na Resolução CONAMA N. 
23/96. E foi também regulamentada pela resolução CONAMA N.452/2012. 
O Decreto Lei n. 875/93, permitir a exportação de resíduos perigosos e outros 
resíduos para um Estado ou grupo de Estados que pertençam a uma organização 
de integração econômica e/ou política de que sejam partes países, 
particularmente países em desenvolvimento, cuja legislação tenha proibido 
todas as importações, ou se tiver razões para crer que os resíduos em questão 
não serão administrados de forma ambientalmente saudável, de acordo com 
critérios a serem decididos pelas partes. 
A RE. 452/2012, dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de 
resíduos, conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia sobre o 
Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. 
 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
54 
De acordo com esta resolução é terminantemente proibida a importação dos 
Resíduos Perigosos - Classe I e de rejeitos, em todo o território nacional, sob 
qualquer forma e para qualquer fim, conforme determina a Lei no 12.305/2010 
sobre PNRS. 
De acordo com o Art. 4o é proibida a importação de resíduos definidos como 
outros Resíduos, sob qualquer forma e para qualquer fim. 
De acordo com o Art. 6o Não estão sujeitos à restrição de importação os 
Resíduos Inertes - Classe IIB, desde que não controlados pelo IBAMA e não 
combinados com Outros Resíduos ou rejeitos, à exceção dos pneumáticos usados 
cuja importação é proibida. 
E ainda o IBAMA pode decidir ampliar a lista de resíduos inertes mediante 
decisão motivada e exclusiva, Resíduos Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de 
importação, cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e 
animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, 
reutilização ou recuperação. 
Todos os resíduos importados ou exportados com destino de reciclagem 
devem ter autorização e anuência previa do IBAMA, entre outras diretrizes. 
Nessa segunda unidade estudamos sobre Classificação dos resíduos sólidos e 
na próxima unidade abordaremos sobre a acondicionamento de resíduos sólidos. 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
55 
 Exercícios - Unidade 2 
1. Sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, assinale a alternativa incorreta: 
a) Os resíduos radioativos estão contemplados quanto ao 
acondicionamento, transporte e tratamento. 
b) A documentação da Análise de Ciclo de Vida tornou-se obrigatória para 
produtos de consumo, devendo ser contemplada a cadeia produtiva 
desde a extração das matérias-primas até a disposição final de resíduos 
(“do berço ao túmulo”) 
c) Rejeito e resíduo são termos empregados como sinônimos e são 
genericamente classificados como lixo. 
d) A logística reversa tornou-se obrigatória para os resíduos de embalagem 
dos produtos industrializados, que devem retornar à planta onde foram 
fabricados, e o seu reaproveitamento deve ser revertido ao mesmo 
processo de produção, de futuros lotes do respectivo produto. 
e) Destinação final e disposição final não são empregados como termos 
sinônimos, devendo ser observada a correta aplicação de cada termo, 
conforme a possibilidade de tratamento do resíduo. 
 
2. Ocorreu no ano de 2009, 89 contêineres cheios de lixo foram enviados da 
Inglaterra ao Brasil e foram enviados de volta a Inglaterra. Cerca de 1.600 toneladas 
de dejetos, incluindo seringas, banheiros químicos, fraldas sujas e até lixo 
tecnológico, como computadores e televisores, foram descobertos e aplicadas 
multas de até 800 mil reais a três empresas brasileiras que importaram a carga. As 
importadoras ainda arcaram com os custos para o transporte do lixo de volta à 
Inglaterra. O caso foi amplamente divulgado na mídia. Sobre a questão acima 
relatada, assinale a alternativa incorreta: 
a) Embora não seja considerado crime ambiental, a importação de dejetos 
fere a legislação brasileira, que classifica tal atitude como “mera infração”, 
o que explica a aplicação de multas às importadoras. 
Destinação e Disposição Final de Resíduos 
 
56 
b) O lixo urbano é um dos mais graves problemas ambientais que o planeta 
enfrenta. A urbanização aglomerou pessoas e mudou os hábitos, o que 
causou um maior consumo de materiais que geram graves danos à 
natureza. 
c) Por ser signatário da Convenção de Basiléia, o Brasil comprometeu-se 
perante o mundo a não exportar lixo ilegal para outros países. 
d) É proibida, pela Convenção de Basileia, a exportação de resíduos 
perigosos, que coloquem a vida em risco, como materiais radioativos ou 
substâncias que apresentem qualquer toxicidade. 
e) O Brasil denunciou o Reino Unido ao Secretariado da Convenção de 
Basiléia, cobrando do governo britânico, ao mesmo tempo, auxílio na 
devolução dos dejetos. 
 
3. Sobre a convenção da Basiléia

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