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Fisiologia 1 Destinação e Disposição Final de Resíduos Sheila de Lira Franklin 1ª e di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Sheila de Lira Franklin Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo Campus Niterói F824d Franklin, Sheila de Lira. Destinação e disposição final de resíduos / Sheila de Lira Franklin ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO. Departamento de Ensino a Distância, 2017. 186 p. : il. 1. Resíduos. 2. Meio ambiente. 3. Lixo - Eliminação - Legislação - Brasil. 4. Reciclagem. 5. Lixo - Eliminação - Política governamental - Brasil. 6. Limpeza urbana. 7. Engenharia ambiental. 8. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. CDD 628.4456 Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Destinação e Disposição Final de Resíduos Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Destinação e Disposição Final de Resíduos 4 Destinação e Disposição Final de Resíduos 5 Sumário Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 9 Unidade 1 - Os Resíduos Sólidos e O Meio Ambiente ..................................................... 13 Unidade 2 - Classificação dos Resíduos Sólidos................................................................ 37 Unidade 3 - Acondicionamento de Resíduos Sólidos ..................................................... 63 Unidade 4 - Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos..................................................... 89 Unidade 5 - Coleta Seletiva e Reciclagem ........................................................................109 Unidade 6 - Tratamento e Destino Final...........................................................................129 Unidade 7 - Componentes dos Serviços de Limpeza Pública .....................................155 Considerações finais ..............................................................................................................175 Conhecendo o autor ..............................................................................................................176 Anexos.......................................................................................................................................179 Destinação e Disposição Final de Resíduos 6 Destinação e Disposição Final de Resíduos 7 Apresentação da disciplina Caro aluno, iniciaremos o estudo sobre a destinação e disposição final de resíduos, área indispensável para o controle ambiental. Nesta obra, abordaremos os principais aspectos legais, bem como normas que estabelecem os critérios adequados para seu manejo e tratamento. Serão apresentadas as principais classificações, formas acondicionamento, coleta e transporte, coleta seletiva e reciclagem, tratamento e destinação final, e componentes dos serviços de limpeza pública. Esperamos que aproveitem bem a leitura e que a mesma possa contribuir para seu desenvolvimento profissional. Bons estudos! Destinação e Disposição Final de Resíduos 8 Destinação e Disposição Final de Resíduos 9 Plano da Disciplina UNIDADE 1 – Os resíduos sólidos e o meio ambiente Nesta primeira unidade, abordaremos sobre os resíduos sólidos e o meio ambiente. Objetivos da unidade: Definir o lixo e os resíduos sólidos; Descrever o histórico da geração de resíduos; Apresentar a problemática da geração de resíduos, Aspectos legais e institucionais, Política Nacional de Resíduos Sólidos. UNIDADE 2 – Classificação dos resíduos sólidos Nesta segunda unidade, abordaremos sobre a Classificação dos resíduos sólidos. Objetivos da unidade: Apresentar a Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem, os riscos potenciais de contaminação do meio ambiente. Descrever os fatores que influenciam na geração de resíduos e em suas características. UNIDADE 3 – Acondicionamento de resíduos sólidos Nessa terceira unidade serão abordadas as principais normas e legislações que estabelecem critérios de acondicionamento de resíduos. Destinação e Disposição Final de Resíduos 10 Objetivos da unidade: Apresentar a conceituação de acondicionamentode resíduos sólidos e a importância do acondicionamento adequado. UNIDADE 4 – Coleta e transporte de resíduos sólidos Abordaremos nessa unidade, as alternativas que vêm sendo empregadas para tornar a coleta e triagem de materiais mais eficiente. Objetivos da unidade Conhecer o conceito de coleta; Identificar diferentes modelos de veículos de coleta de resíduos e sua especificação para tipo de coleta; Apresentar as particularidades de coleta em cidades turísticas e regiões favelizadas; Descrever os principais requisitos da coleta domiciliar; Conceituar estações de transferência de resíduos; Apresentar diferentes modelos de estações de transferência de resíduos. UNIDADE 5 – Coleta seletiva e reciclagem Nessa unidade abordaremos os princípios da coleta seletiva e as múltiplas formas de reciclagem. Objetivos da unidade Conceituar coleta seletiva; Reconhecer os benefícios econômicos e socioambientais correlacionados a atividades de coleta seletiva; Identificar as diferentes estratégias de realização de coleta seletiva; Descrever as etapas necessárias à implantação de um sistema de coleta seletiva; Abordar a aplicabilidade de programas de coleta seletiva a empresas e municípios. Destinação e Disposição Final de Resíduos 11 UNIDADE 6 – Tratamento e destino final Nesta unidade, abordaremos o tratamento e a disposição final de resíduos, focos de grandes discussões correlacionadas à saúde pública e a sustentabilidade ambiental. Objetivos Descrever as diferentes alternativas de tratamento e disposição final de resíduos; Discutir sobre as medidas corretas sobre o ponto de vista ambiental; Apresentar as diferenças de tratamento e destinação dos resíduos e disposição final dos resíduos; Apresentar vantagens e desvantagens das formas alternativas de tratamento e destinação final dos resíduos. UNIDADE 7 – Componentes dos serviços de limpeza pública Nesta unidade abordaremos sobre os serviços de limpeza pública têm como responsabilidades a coleta domiciliar, limpeza de logradouros públicos, parques, praias e outros pontos turísticos, realizar a limpeza de tuneis, viadutos, entre outros. Também consistem em atribuições do serviço público de limpeza, a coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos. Objetivos da unidade: Descrever como se processa a limpeza de logradouros Apresentar as principais características de serviços de capina e roçagem, bueiros, feiras e praias Conhecer o GIRS Descrever o inventário de resíduos sólidos industriais Destinação e Disposição Final de Resíduos 12 Destinação e Disposição Final de Resíduos 13 1 Os Resíduos Sólidos e O Meio Ambiente Destinação e Disposição Final de Resíduos 14 Caro aluno, Nesta primeira unidade, abordaremos sobre os resíduos sólidos e o meio ambiente. Objetivos da unidade: Definir o lixo e os resíduos sólidos; Descrever o histórico da geração de resíduos; Apresentar a problemática da geração de resíduos, Aspectos legais e institucionais, Política Nacional de Resíduos Sólidos. Plano da disciplina: Definição de lixo e resíduos sólidos Histórico da geração de resíduos Problemática da geração de resíduos A problemática dos resíduos de serviço de saúde, embalagens de agrotóxicos, pneus, pilhas e baterias, resíduos da construção civil, óleos lubrificantes, óleo vegetal e lâmpadas Aspectos legais e institucionais Política Nacional de Resíduos Sólidos Bem-vindo à primeira unidade de estudo! Destinação e Disposição Final de Resíduos 15 Definição de lixo e resíduos sólidos As atividades antrópicas geram como produto uma grande variedade e volume de materiais considerados inúteis. Estes materiais apresentam composições muito peculiares que, dependendo do processo industrial podem ser reaproveitados e reciclados, servindo de matéria-prima para vários processos industriais. Além de contribuir para a redução de resíduos e para a redução da construção de novos aterros sanitários, o reúso de materiais considerados imprestáveis, ou seja, lixo, contribui para a sustentabilidade ambiental e redução dos impactos ambientais associados não somente ao descarte e armazenamento de resíduos, mas aos danos que possam advir de seus tratamentos, ao meio físico, biótico e antrópico. Os resíduos sólidos consistem em um problema relacionado ao modelo econômico vigente, que preconiza o consumo. O estilo de vida urbano, a obsolescência programada de equipamentos eletrônicos, o modismo imposto por tendências, a praticidade das refeições fast food ou de alimentos processados, todos estes fatores ajudam a identificar as fontes de geração de resíduos e a classificar a geração de resíduos como um dos maiores problemas ambientais a nível local, regional e global. A LEI 12305/2010, determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos e estabelece o conceito de lixo e resíduos sólidos. Rejeitos ou lixo, seriam resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. Importante Destinar e tratar corretamente os diferentes tipos de resíduos é fundamental para a proteção do meio ambiente e para assegurar a população melhores padrões de saúde e qualidade de vida. Os resíduos sólidos segundo a mesma lei, são: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d´água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Destinação e Disposição Final de Resíduos 16 Segundo a RE. CONAMA 05/93 e da NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, são considerados resíduos sólidos, os resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível. O tipo de resíduo produzido depende da atividade desenvolvida. Existem muitas categorias de resíduos sendo as principais: residuais, comerciais, institucionais, construção e demolição, serviços municipais, processos de tratamentos (tratamento de águas e esgotos industriais) e de agricultura. Histórico da geração de resíduos A geração de resíduos sólidos está associada à presença humana e o aumento de sua geração associada ao crescimento populacional e de suas atividades. O que historicamente, vem sendo associado a episódios de poluição aquática, dos solos e do ar, trazendo inúmeros problemas de saúde pública, como o desenvolvimento de doenças associadas a vetores que são atraídos pela oferta de restos alimentares, ou pelo excesso de lixo que promove acúmulo de água parada e cria as condições necessárias ao desenvolvimento de espécies praga como o caso do mosquito da dengue (caso específico de países de clima tropical e regiões quentes). A geração de resíduos tem intrínseca relação com a saúde pública sendo por este motivo, necessário uma eficiente gestão de resíduos. Destinação e Disposição Final de Resíduos17 Redução nas fontes geradoras de resíduos sólidos É de conhecimento geral que os resíduos devem receber tratamento e destinação adequados, mas antes disso é necessário que ocorra diminuição ou a eliminação da produção de resíduos nas fontes geradoras. Quer seja em residências, ou em setor industrial, sendo responsabilidade do governo, das pessoas físicas e jurídicas, ou seja, de toda a sociedade repensar sobre consumo e desenvolver estratégias para minimizar os impactos da geração de resíduos sólidos. A utilização de técnicas de recuperação com o objetivo de reaproveitamento consiste em alternativa viável para a redução de resíduos, que torna possível a geração de emprego e renda, trazendo possibilidades de aumento da lucratividade com a venda dos resíduos que possam ser utilizados para alimentar outros processos de produção. Problemática da geração de resíduos O estudo da disposição final e do tratamento de resíduos sólidos é complexo porque depende de muitas tecnologias e envolve várias áreas de conhecimento tais como: química, física, geologia, geografia, biologia, engenharia, direito, entre outras. São considerados resíduos sólidos: resíduos residenciais, resíduos de serviços de saúde, resíduos de construção civil e demolição, agricultura, resíduos industriais. Os Resíduos residenciais possuem os seguintes tipos de resíduos associados: pilhas, baterias, lâmpadas, vidro, papel, papelão, restos de comida, além de serviços municipais como de varrição em vias públicas, parques, praias e outras áreas de uso coletivo público, entre outros. Exemplificando! Podemos citar como exemplos de ações que corroboram para a redução dos resíduos nas indústrias, a substituição por matérias-primas recicláveis, substituição de processos e maquinários, realização de revisão de procedimentos operacionais com vistas a alterações sustentáveis, tais como a redução da utilização de embalagens, entre outros. Destinação e Disposição Final de Resíduos 18 Os resíduos da construção civil e demolição são gerados em novas obras de construção civil, em reformas prediais, gerando como produto madeira, papel, concreto, metais, lixo, entre outros. Os resíduos industriais envolvem processos de fabricação, geram resíduos variáveis. Como exemplos podemos citar papel, madeira, comida, vidro, lixos metálicos, resíduos perigosos, entre outros. Em relação ao setor industrial, podemos citar as refinarias, indústria químicas, entre outras. Agricultura Resíduos provenientes de atividades ligadas ao setor agropecuário, podem causar contaminação do solo, ar e águas devido ao uso intensificado de pesticidas em plantas e animais. Muitos resíduos produzidos no setor são considerados perigosos, e devem ser destinados a locais adequados. Serviços de saúde Os resíduos gerados em serviços de saúde são considerados perigosos e a periculosidade é atribuída tanto pela toxicidade quanto pela patogenicidade. Dentre os resíduos gerados nos serviços de saúde, os classificados como infectantes são aqueles que apresentam riscos mais evidentes, podendo apresentar tanto contaminação biológica (microrganismos patogênicos) como por substâncias químicas. Para controlar os resíduos provenientes de atividades de saúde, temos o Plano de Gerenciamento de Serviços de Saúde - PGRSS, que visa estabelecer regras para manejo de resíduos de saúde, incluindo saúde animal e humana. Elaborar e implantar um PGRSS auxilia no cumprimento das legislações e normais sanitárias e ambientais vigentes, podendo, além disso, contribuir para melhorias continuas nessas áreas. Para serviços de saúde consiste em um indispensável pré-requisito para aquisição de certificações de qualidade. Destinação e Disposição Final de Resíduos 19 Resíduos hospitalares podem ser acondicionados de forma inadequados, misturados com outras classes e tipos, ou seja, impedindo com a falta de triagem, a reciclagem de alguns materiais. Muitos resíduos hospitalares são descartados como lixo comum. Colocando em risco a população, em especial as pessoas que trabalham como catadores de materiais recicláveis. Desta forma, a fiscalização de resíduos de serviços de saúde deve ser mais rigorosa. As etapas do processo do manejo dos RSSS são: g era ção , m in imizaçã o, se gr ega ção , r ec ic la ge m, a co n dicion am en to, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final. Em relação à coleta de resíduos sólidos de serviços de saúde para a ABNT, NBR 12807/1993, “coleta interna de resíduos é a operação de transferência dos recipientes, do local de geração, para o local de armazenamento interno, normalmente localizado na mesma unidade de geração, no mesmo piso ou próximo, ou deste para o abrigo de resíduos ou armazenamento externo, geralmente fora do estabelecimento, ou ainda diretamente para o local de tratamento. Em pequenas instalações ou determinados casos, essas etapas reduzem-se a uma única”. A coleta interna é aquela realizada dentro da unidade, e consiste no recolhimento dos resíduos das lixeiras, fechamento do saco e seu transporte até a sala de resíduos ou expurgo. Os edifícios comerciais que possuem estabelecimentos de saúde devem prover abrigos de resíduos domiciliares e comuns, separados do abrigo de resíduos infectantes e especiais para facilitar a coleta interna, todos atendendo as disposições normativas da ABNT. Para os resíduos hospitalares recomenda-se de acordo com as legislações vigentes, realizar a triagem de material, separando material reciclável papel, papelão que podem ser reciclados, dos materiais biológicos, perfuro-cortantes, Importante! Caso os resíduos de serviço de saúde não receberem adequada destinação e tratamento podem colocar em risco a saúde pública e ambiental devido suas características físico químicas e biológicas. Destinação e Disposição Final de Resíduos 20 radioativos e químicos, os quais não podem ser reciclados devendo receber a destinação e tratamento adequados. De acordo com a norma da ABNT NBR 12.808/1997, os resíduos de serviço de saúde são classificados em: A - Resíduo biológico B - Resíduo químico D – Resíduo radioativo E – Resíduo comum Em relação ao tratamento para resíduos de saúde podem ser autoclavados e reciclados (esterilizados) ou descartados devendo ser incinerados e suas cinzas destinadas a aterros industriais. Destinação final Incineração É indicado para resíduos sólidos resultantes da atividade de hospitais, centros de saúde, clínicas veterinárias, laboratórios de análise clínicas e outros estabelecimentos similares, não equiparáveis a resíduos sólidos urbanos. Para resíduos provenientes de agrotóxicos também. Agrotóxicos Os pesticidas são utilizados no controle de pragas em animais e vegetais. São largamente empregados pelos setores de agricultura e pecuária. Podem ser classificados como inseticidas, fungicidas, acaricidas, rodenticidas, fumigantes, nematicidas, herbicidas. Há poucas referências em relação aos limites tolerados de agrotóxicos em cursos de água. Destinação e Disposição Final de Resíduos 21 Não há tratamento para reciclagem de pesticidas, mas sim métodos de tratamento. A fitorremediação é uma das alternativas de tratamento, que como já detalhado na disciplina de resíduos sólidos urbanos, tem como princípio a utilização de plantas específicas, as quais tem a capacidade de absorver e mover do solo determinados contaminantes. Uma vez empregadas, devem ser removidas e incineradas, sendo seus resíduos destinados a aterros industriais, evitando nova contaminação ambiental. Essa entre outras técnicas de biorremediação são formas alternativas de descontaminação por pesticidas em solos e águas. Outra opção para descontaminação por pesticidas é o processo de adsorção. Podem ser empregados adsorventes naturais reaproveitáveis tais como bagaços, ligados especialmentea atividades desenvolvidas localmente, como o bagaço da cana-de-açúcar, bagaço de coco, casca de banana e farelo de arroz, entre outros. Grande eficiência no processo de adsorção tem o carvão ativado. O carvão ativado pode ter como precursor bagaços. Segundo Bugiereck (2013) um deles é a casca de banana que se apresenta em abundância em todo território nacional, além de ter baixo custo. A casca representa um valor considerável no peso total da fruta, entre 30 a 40% e possui uma composição que torna eficiente a absorção de metais pesados e compostos orgânicos. A composição da casca de banana possui grupos de hidroxila e de carboxila da pectina, o que podem ser estratégias viáveis na minimização dos impactos ambientais esperados dos agrotóxicos, cuja inutilização é inviável ao setor agrícola e pecuário. Destinação e Disposição Final de Resíduos 22 A substituição de agrotóxicos convencionais por outros com menor tempo de permanência ambiental deve ser priorizada e pesquisas para o desenvolvimento de agrotóxicos com menores efeitos tóxicos sobre o ser humano, biota e meio físico devem ser estimulados, visando melhor qualidade ambiental. Pneus O acúmulo de pneus pode contribuir para enchentes e assoreamento de rios, para a poluição visual, além de estar associado ao particular problema dos países de clima tropical, onde descartado in natura torna-se um eficiente criadouro para o desenvolvimento de mosquitos transmissores de doenças como dengue, zica, chikungunya e malária, e abrigo para outras espécies praga. Pneus ocupam muito espaço na natureza, causam dificuldades de compactação em aterros e dessa forma contribuem para a redução da vida útil dos aterros. Devido a sua grande produção e descarte, tornou-se necessário o desenvolvimento de pesquisas para testar a aplicabilidade em outros processos e legislações ambientais mais rigorosas que responsabilizam fabricantes e os obriga a aplicarem planos de logística reversa, para que os pneus utilizados e considerados imprestáveis para serem usados com sua finalidade básica, sejam destinados à reciclagem e reemprego em outros processos. Destinação e Disposição Final de Resíduos 23 O pneu possui tempo de decomposição indeterminado, a queima de pneus libera óleo pirolítico, metais pesados, dioxinas e furanos, entre outras substâncias tóxicas que causam impacto à saúde e poluem o ar. Algumas das possíveis destinações para os pneus inservíveis são: aplicação de pneus triturados a massa asfáltica, pode ser empregado na construção civil, fabricação de móveis para mobília, fabricação de calçadas, fabricação de telhados, asfaltos (melhora a qualidade do asfalto, maior durabilidade), óleo combustível, o co-processamento na usina de xisto betuminoso, utilização para fabricação de gramas artificiais e quadras esportiva, ser utilizado em fornos de cimenteira (co- processamento), entre outros. Mesmo com todos os benefícios da massa asfáltica que tem em sua composição pneus, no Brasil, essa tecnologia é pouco empregada. Em decorrência a todos os agravos ambientais relacionados aos pneus, no Brasil, a RE. CONAMA Nº 416/200, foi criada com o propósito de prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Pilhas e baterias Pilhas e baterias contêm em sua composição metais pesados como chumbo, mercúrio, cádmio, níquel, zinco e cobre. No caso das pilhas, elas são encapsuladas com metal e papelão, quando descartadas em local indevido, são amassadas, molhadas, sofrem oxidação e possíveis vazamentos. O grande problema das pilhas e baterias baseia-se na contaminação de solos, águas subterrâneas e superficiais, do ar (caso seja queimado ao ar livre, misturado a outros tipos de resíduos), ou seja, danos ao meio físico, biótico e antrópico. Destinação e Disposição Final de Resíduos 24 Metais pesados em sua composição são bioacumulados no organismo, ou seja, não são degradados, causando efeito de biomagnificação nas cadeias alimentares. Nas últimas décadas as pilhas e baterias convencionais (comuns) vem sendo substituídas, por pilhas alcalinas (que possuem maior durabilidade) ou de baterias recarregáveis, aumentando sua vida útil das mesmas. O avanço na tecnologia, tem tornado possível o desenvolvimento de produtos com menor quantidade de metais pesados. De acordo com o artigo 5o da RE CONAMA 252/1999, desde 1o de janeiro de 2000, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir: a) I - com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco- manganês e alcalina-manganês; b) II - com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco- manganês e alcalina-manganês; c) III - com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco- manganês e alcalina-manganês; d) IV - com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas miniaturas e botão. Destinação e Disposição Final de Resíduos 25 e) Art. 6o A partir de 1o de janeiro de 2001, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir: f) I - com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco- manganês e alcalina-manganês; g) II - com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem dos tipos alcalina- manganês e zinco-manganês; h) III - com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem dos tipos alcalina-manganês e zinco-manganês. A resolução CONAMA 257/1999 A RE CONAMA 257/1999, dispõe sobre tratamento e disposição final de pilhas e baterias. Determina que as pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento energético, devem ser entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada. A mesma RE determina que as baterias industriais constituídas de chumbo, cádmio e seus compostos, destinadas a telecomunicações, usinas elétricas, sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme, segurança, movimentação de cargas ou pessoas, partida de motores diesel e uso geral industrial, após seu esgotamento energético, deverão ser entregues pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria. As pilhas e baterias recebidas na forma do artigo anterior serão acondicionadas adequadamente e armazenadas de forma segregada, obedecidas às normas ambientais e de saúde pública pertinentes, bem como as recomendações definidas pelos fabricantes ou importadores, até o seu repasse a estes últimos. Destinação e Disposição Final de Resíduos 26 Óleos lubrificantes Os óleos lubrificantes constituem-se derivados do petróleo cru e tem utilidade como lubrificantes diversos como os de máquinas e automóveis. Sua presença no ambiente tem um longo período de residência e podem causar contaminação dos solos, das águas superficiais e subterrâneas. A biodegradação pode ser empregada em casos de poluição associada a óleos lubrificantes em solos e águas. No entanto, é considerado um de descontaminação lento. A adição de tensoativos ao processo de biodegradação aumenta a eficiência do processo. No caso dos óleos lubrificantes, a destinação mais adequada é o rerrefino. Rerrefino O rerrefino de óleo lubrificante atualmente é obrigatório e determinado pela resolução CONAMA N.362/2005. De acordo com esta resoluçãotodo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino (Ortega, 2014). O processo de rerrefino transforma o óleo usado em óleo limpo e básico novamente, o que evita que seja descartado no meio ambiente. CONAMA 362/2005 A RE CONAMA 362/2005, dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado, dentre outras diretrizes estabelece que os óleos lubrificantes utilizados no Brasil devem observar, obrigatoriamente, o princípio da reciclabilidade. Determina que o produtor, o importador e o revendedor de óleo lubrificante acabado, bem como o gerador de óleo lubrificante usado, são responsáveis pelo recolhimento do óleo lubrificante usado ou contaminado, nos limites das atribuições previstas nesta Resolução. As embalagens de óleo lubrificante também devem receber destinação adequada e antes de serem submetidas à destinação final, de acordo com as recomendações técnicas devem ser submetidas a processo de escoamento do óleo lubrificante para reduzir riscos de contaminação ambiental. As recomendações Destinação e Disposição Final de Resíduos 27 sobre o correto armazenamento de embalagens plásticas que contêm óleo lubrificante são indicadas na NBR n.12.235/1992. A coleta do óleo deve seguir inventário de resíduos como já descrito no livro de resíduos sólidos urbanos. Óleo vegetal São exemplos de óleos usados na fabricação de óleos vegetais: soja, azeite, girassol, milho, canola, mamona, babaçu e algodão. Durante a fritura, os óleos vegetais são submetidos a altas temperaturas, fazendo com que esses sofram um processo de degradação que altera suas propriedades. Na preparação de alimentos que são submetidos a processos de fritura, a altas temperaturas. O óleo quando submetido a aquecimentos prolongados começa a sofrer um processo de degradação tornando-se inapropriado ao consumo. Desta forma precisa ser descartado e caso não receba a correta destinação, torna-se mais um poluente ambiental. Impactos negativos relacionados ao consumo de óleos vegetais Frituras em excesso podem contribuir para a obesidade e para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em relação aos impactos ambientais, quando descartados no ralo da pia, causam entupimento das tubulações das redes de esgoto e ônus no tratamento de esgotos. Quando descartados in natura contaminam corpos hídricos, tornam a água imprópria para uso, diminuindo a oxigenação e iluminação dos rios e prejudicando a vida aquática, em nível de cadeia alimentar. Nos solos causam a impermeabilização, a contaminação pode deixar o solo impróprio para uso, ocorre a infiltração do óleo no solo e contaminação de lençóis freáticos. Como o processo de tratamento do esgoto e águas contendo óleo é bastante oneroso, há um consenso na comunidade científica de que o destino mais correto para o óleo vegetal seja o reaproveitamento do óleo, e não seu descarte. Destinação e Disposição Final de Resíduos 28 Reaproveitamento do óleo Algumas das aplicabilidades dos óleos vegetais são: biodiesel, sabão, detergente, resina para tintas, detergente, amaciante, sabonete, glicerina, ração para animais, entre outros. Aspectos legais e institucionais Lei 12305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) descreve instrumentos importantes para redução dos impactos associados aos resíduos sólidos. De acordo com a PNRS são instrumentos da política, os inventários, a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa, o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária, a educação ambiental, entre outros. Aborda a redução da geração de resíduos e estimula a sua reciclagem e reutilização estimulando a utilização de técnicas que corroborem para reduzir impactos ambientais e a necessidade da construção de aterros sanitários. A legislação também aborda a questão da responsabilidade coletiva que temos em relação à geração e ao descarte dos resíduos, da gestão compartilhadas e sobre o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, entre outros importantes tópicos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, determina que a coleta seletiva é uma competência dos municípios, os quais também devem apresentar as metas referentes à coleta seletiva nos seus respectivos planos de gestão integrada de resíduos sólidos. RE CONAMA 05/93 A Resolução CONAMA 05/93 aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Define os sistemas de disposição final de resíduos sólidos, como o conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam o lançamento do Destinação e Disposição Final de Resíduos 29 resíduo no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e conduzindo à minimização do risco ambiental. É a última etapa no gerenciamento dos RSSS. No Brasil são dispostos (1) a céu aberto; (2) em vazadouros; (3) alimentação de animais; (4) aterros sanitários e (5) valas sépticas. A RE CONAMA 05/93 apresenta o conceito de Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente; A RE.CONAMA 05/93 conceitua o sistema de disposição final de Resíduos Sólidos como o conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente. A RE. CONAMA 05/93 determinada a classificação para resíduos sólidos como grupos: A, B, C e D. GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte, objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Destinação e Disposição Final de Resíduos 30 GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados; b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados); e, c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). GRUPO C - rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05. GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente. Nesta primeira unidade, estudamos sobre Os resíduos sólidos e o meio ambiente, na próxima unidade abordaremossobre a Classificação dos resíduos sólidos. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Destinação e Disposição Final de Resíduos 31 Exercícios - Unidade 1 1. Assinale a opção que indica a opção correta sobre a lei n.12.305/2010 sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos: a) São resíduos perigosos que apresentam risco significativo à saúde pública, mas não à qualidade ambiental. b) Os planos de gerenciamento de resíduos sólidos elaborados pela União e pelos Estados tem vigência indeterminada, mas devem ser atualizados anualmente. c) Estarão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos os estabelecimentos comerciais e os prestadores de serviços que gerarem resíduos perigosos ou resíduos que, por suas características, não possam ser equiparados aos resíduos domiciliares. d) Os prestadores de serviços públicos de limpeza urbana são os principais responsáveis pela implementação de sistemas de logística reversa para o retorno, aos fabricantes, de produtos usados que tenham potencial poluente, como os artigos eletroeletrônicos. e) Cabe à União fornecer ao Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos as informações referentes aos resíduos na esfera de competência de todos os entes federativos. 2. Assinale a alternativa incorreta sobre destinação final de óleo diesel: a) A Re n. 362/2005 aborda a destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. b) Alguns óleos lubrificantes usados ou contaminados deverão ser recolhidos, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução. Destinação e Disposição Final de Resíduos 32 c) A atividade de rerrefino deve ser devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de rerrefino e licenciada pelo órgão ambiental competente; d) Será admitido o processamento do óleo lubrificante usado ou contaminado para a fabricação de produtos a serem consumidos exclusivamente pelos respectivos geradores industriais. e) Os processos utilizados para a reciclagem do óleo lubrificante deverão estar devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente. 3. Assinale a alternativa incorreta sobre o destino de resíduos: a) A Resolução CONAMA 05/93 aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. b) O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos e contempla os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública. c) O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados são controlados e fiscalizados somente pelos órgãos de meio ambiente de acordo com a legislação vigente. d) Caberá aos estabelecimentos o gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública. e) O transporte dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, será feito em veículos apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, atendendo às condicionantes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Destinação e Disposição Final de Resíduos 33 4. Assinale a alternativa correta, sobre a destinação de pilhas e baterias: a) A Resolução CONAMA Nº 257, de 30 de junho de 1999 considera os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte adequado de pilhas e baterias usadas. b) As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou, bem como os produtos eletroeletrônicos serão entregues exclusivamente pelos estabelecimentos que as comercializam para repasse aos aterros industriais. c) O lançamento "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais de pilhas e baterias usadas de quaisquer tipos ou características é terminantemente proibido. d) Os fabricantes e os importadores de pilhas e baterias ficam obrigados a, no prazo de vinte meses, contados a partir da vigência desta Resolução, implantar os sistemas de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final, obedecida a legislação em vigor. e) Os fabricantes devem proceder gestões no sentido de que a incorporação de pilhas e baterias, em determinados aparelhos, em qualquer situação. 5. A classificação de resíduos sólidos é determinada pela: a) NBR 10004:2004 b) NBR 10005:2004 c) NBR 10006:2004 d) NBR 10007:2007 e) NBR 10004:2005 Destinação e Disposição Final de Resíduos 34 6. Sobre a classificação dos resíduos marque a opção incorreta: a) Os resíduos perigosos podem ser classificados classe I b) Os resíduos não inertes são insolúveis em água c) A caracterização do resíduo deve ser criteriosa e baseado em laudos de classificação podendo ser baseado exclusivamente na identificação do processo produtivo; laudo de análise química, submetendo resíduos a testes de solubilidade e lixiviação ou ainda outro tipo de análise (cromatografia, absorção atômica, espectrofotometria UV, entre outros) d) Os resíduos classificados como Classe IIB – Resíduos Não Perigosos – Inertes e) Os resíduos classificados como Classe IIA – Resíduos Não Perigosos – Não Inertes 7. Leia com atenção as afirmações a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas, conforme os conceitos sobre as pilhas e baterias. ( ) As pilhas que não podem ser recarregadas são classificadas como sistemas eletroquímicos primários ou baterias primárias. ( ) O destino ideal de pilhas e baterias usadas deveria ser o aterro controlado, pois todo o lixo recebe uma cobertura de PVC ou argila, o que evita contaminação do ambiente. ( ) As baterias de níquel/cádmio são baterias secundárias e de longa duração. ( ) Na pilha alcalina não há formação de gás hidrogênio, pois o meio é básico. ( ) Nas pilhas de mercúrio, usadas em relógios e calculadoras, o mercúrio é oxidado a óxido de mercúrio, que é solúvel e pode contaminar o solo se descartada incorretamente. Destinação e Disposição Final de Resíduos 35 Agora assinale a opção que contenha a sequência correta: a) V,V,V,F,V b) V,F,V,F,F c) F,F,F,V,V d) F,V,F,F,F e) V,F,V,F,V 8. A NBR 10004 apresenta a classificação dos resíduos sólidos. Considerando a classificação dos resíduos sólidos em função da periculosidade, assinale a alternativa correta: a) Resíduos perigosos não apresentam riscos à saúde pública. b) A classificação dos resíduos industriais requer uma série de procedimentos e testes descritos por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). c) Substâncias combustíveis compõem o grupo de resíduos inertes. d) Inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade não são características de resíduos perigosos. e) Resíduos inertes incluem os resíduos potencialmente biodegradáveis ou combustíveis. 9. Conceitue e diferencie por meio de exemplos de material que constituem as pilhas primárias de secundárias. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Destinação e Disposição Final de Resíduos36 10. Na área ambiental, é fundamental saber reconhecer e diferenciar um rejeito de um resíduo. Com base na unidade conceitue rejeito e resíduo sólido. Em seguida, cite três exemplos de cada. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Destinação e Disposição Final de Resíduos 37 2 Classificação dos Resíduos Sólidos Destinação e Disposição Final de Resíduos 38 Caro aluno, Nesta segunda unidade, abordaremos sobre a Classificação dos resíduos sólidos. Objetivos da unidade: Apresentar a Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem, os riscos potenciais de contaminação do meio ambiente. Descrever os fatores que influenciam na geração de resíduos e em suas características. Plano da disciplina: Classificação de acordo com a origem Classificação de acordo com os riscos potenciais de contaminação do meio ambiente Características físicas, químicas e biológicas dos resíduos. Fatores que influenciam na geração de resíduos e em suas características Bem-vindo à segunda unidade de estudo! Destinação e Disposição Final de Resíduos 39 Devido ao volume, quantidade e variedade de processos de trabalho e resíduos gerados, bem como diferentes propriedades físico-químicas que os materiais possam ter, os resíduos precisam ser monitorados desde sua fonte geradora, para conhecimento de sua periculosidade ambiental e impactos à saúde humana, devendo ser ainda na fonte geradora identificados possíveis impactos ambientais que possam causar. Conhecer a composição dos resíduos e classificá-los é essencial para que os rejeitos recebam a correta destinação e tratamento, evitando contaminação ambiental e sempre que possível, para que possa ser realizado o reaproveitamento e reciclagem de alguns materiais. A triagem de resíduos deve ocorre na fonte geradora, bem como a identificação de sua origem, devendo ser descrita a composição do resíduo (matérias primas, processo e insumos) (ABNT, 2004). ABNT 10004/2004 – Norma comentada Classificação de acordo com os riscos potenciais de contaminação ao meio ambiente De acordo com a redação da ABNT 10004/2004, a classificação quanto aos riscos de contaminação ao meio ambiente, relacionam-se a periculosidade de um resíduo possa apresentar em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas (biológicas). Desta forma um resíduo pode apresentar risco à saúde pública, podendo provocar morte, incidência de doenças ou colaborar para o aumento dos índices de doenças, e quando descartados em locais inadequados, representam graves riscos ambientais. No meio ambiente podem causar contaminação das águas, solos e ar e danos à vida em todas as suas formas, atingindo em especial os organismos em cadeia alimentar, sendo responsáveis por sérios prejuízos à espécie humana (geradora dos resíduos). A toxicicidade de uma substância deve ser avaliada, onde são investigados o potencial de provocar em menor ou maior grau, efeitos adversos quando interagem com o organismo. No estudo toxicológico avalia-se o agente tóxico e Destinação e Disposição Final de Resíduos 40 seus efeitos adversos que podem ser tóxico, carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico. O efeito carcinogênico relaciona-se a capacidade do agente em causa câncer ou aumentar a ocorrência de câncer em determinados grupos de indivíduos expostos a substâncias. O efeito mutagênico diz respeito ao poder de uma substância, mistura, agente físico ou biológico causar danos genéticos. Os efeitos teratogênicos causam danos à vida embrionária e alteram seu desenvolvimento ou funções e ou aumentam sua frequência. Estas exposições ocorrem por inalação, ingestão ou absorção de substancias, misturas, agentes físicos ou biológicos. Efeitos ecotóxicos são efeitos associados a substancias ou misturas que representam riscos para um ou vários compartimentos ambientais. E ainda se sua toxicidade é aguda ou crônica. A saber que a toxicidade aguda leva a uma reação sintomática que se apresenta em um curto espaço de tempo. A toxicidade crônica, muitas vezes, dificulta estudos de causa-efeito, por se tratar de uma exposição lenta e gradual, que pode demorar anos para se manifestar. Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem Na classificação dos resíduos de acordo com a NBR 10004/2004, também são considerados aspectos importantes a inflamabilidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade de uma substância. Para efeitos da norma, os resíduos são classificados em: a) Resíduos classe I – PERIGOSOS b) Resíduos classe II – NÃO PERIGOSOS c) Resíduos classe II A – NÃO INERTES d) Resíduos classe II B - INERTES Os resíduos classe I, considerados perigosos apresentam alta periculosidade, ou seja que apresentem riscos à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices ou apresentando riscos ao meio ambiente, Destinação e Disposição Final de Resíduos 41 quando os resíduos forem gerenciados de forma inadequada. Podendo ser inflamável, corrosivo, toxico, patogênico ou reativo. São exemplos de resíduos classe I: cianeto, cromo, chumbo, cianeto, tolueno, pesticidas empregados no setor agrário e pecuário ou em processos industriais, benzeno, amianto, entre outros. Classe II – não perigosos dividem-se em: Classe II A- não inertes, podem ter características tais como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Não se enquadram como resíduos perigosos ou inertes. Classe II B – inertes, segundo a NBR 10004, quando submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, quando não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. (Classe 1- contaminantes e tóxicos); Não inertes (Classe 2A - possivelmente contaminantes); Inertes (Classe 3A – não contaminantes). Resíduos eletrônicos Devido ao grande crescimento do consumismo, no último século e da obsolescência programada de equipamentos eletrônicos que contribuem para que simples reposições de peças tenham preços equiparados ao de aparelhos novos, da inexistência de peças compatíveis no mercado para reposição, ou ainda, do tempo de vida de vida útil dos produtos ser programado para não ser extenso (estratégia industrial para alimentar o processo de produção), toneladas de lixo eletrônico são produzidas diariamente. Podem ser classificados como resíduos tecnológicos: computadores, filmadoras, televisores, brinquedos eletrônicos, celulares, Televisores, rádios, telefones celulares e eletrodomésticos portáteis, entre outros. Destinação e Disposição Final de Resíduos 42 Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Computerschrott.jpg O pior danoambiental é o aumento do volume de resíduos e demanda de maior espaço para armazená-los. Associados aos danos ambientais existem perdas econômicas no descarte deste tipo de resíduo. Grande parte desses materiais pode ser reciclada. Quando destinados a lixões e terrenos baldios causa por processo de oxidação, a contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas. Segundo Sant’Anna e Natume (2011) computadores e televisores contêm uma grande quantidade de chumbo, um monitor colorido de computador ou televisor pode conter até três quilos e meio de chumbo. Destinação e Disposição Final de Resíduos 43 Na composição de resíduos de computadores, por exemplo, temos: metais pesados, plástico, metais não ferrosos (chumbo, cádmio, berílio e mercúrio), vidro e placas eletrônicas (ouro, platina, prata e paládio) (PNUMA, 2007). A maior parte dos equipamentos eletrônicos ao final de sua vida útil são destinados a aterros sanitários. Políticas de logística reversa podem contribuir para a redução do volume dos resíduos, para a redestinação com reciclagem de materiais, poupado recursos naturais. Quando devolvidos aos fabricantes, os materiais são desmontados, separadas as partes constituintes e só então é retirada a parte reciclável da não reciclável. É recomendável para a redução dos impactos ambientais associados à destinação final dos resíduos eletrônicos maiores investimentos em logística reversa, e na responsabilidade compartilhada entre fabricante e consumidor final no que diz respeito ao destino dos eletroeletrônicos no seu pós-uso e legislações mais rigorosas, que obriguem a sociedade e fabricantes respectivamente, a devolver e a receber os eletroeletrônicos para desmonte, reciclagem e destinação final, em caso de não se tratarem os componentes, de materiais recicláveis. Não podemos deixar de mensurar, que todo problema da produção e descarte de resíduos está associada ao capitalismo e o modelo consumista associado a ele. Portanto, resultados mais eficientes dependem de conscientização da população, através da redução do consumo (consumo consciente), por ação de educação ambiental. Resíduos agrícolas Os pesticidas são produtos químicos naturais ou sintéticos, inorgânicos ou orgânicos com efeito letal ou de controle para determinados grupos de seres vivos (Colin Baird). Há milhares de anos a humanidade vem utilizando pesticidas a fim de eliminar seres indesejáveis de seus lares e plantações. Inicialmente, os pesticidas eram de compostos inorgânicos bastantes tóxicos para seres humanos e animais mamíferos. Grande parte desses compostos inorgânicos foram substituídos por pesticidas orgânicos, menos tóxicos. Destinação e Disposição Final de Resíduos 44 Os pesticidas podem ser naturais, produzidos por plantas para defenderem-se do ataque de predadores, ou sintéticos, feitos em laboratórios a partir de substâncias mais simples. Quer sejam orgânicos ou inorgânicos podem matar diretamente um organismo bloqueando um processo metabólico vital, ou controlar sua população como, por exemplo, interferindo no seu processo reprodutivo. Há diferentes classes de pesticidas, como por exemplo, os inseticidas, bactericida, fungicidas, algicidas etc. Entramos em contato com alguns desses praguicidas através da alimentação, pois são amplamente usados na agricultura. Também em nossa residência os utilizamos nos produtos como aerossóis de inseticidas, desinfetantes, mata-mato, algicidas, talcos antipulgas, veneno de rato, entre outros. Mesmo tendo aplicações importantes, muitos desses compostos representam ameaça à saúde humana, sobretudo quando ingeridos na alimentação. Pode comprometer o desenvolvimento e crescimento de bebês e crianças, causar defeitos congênitos, cânceres, abortos, suicídios, dermatoses e outras doenças. Destinação e Disposição Final de Resíduos 45 São popularmente conhecidos como agrotóxicos e são indispensáveis no desenvolvimento de atividades agropecuárias. A lei federal Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989, define agrotóxicos e afins como os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Ou ainda como substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento. Sua presença no solo causa lixiviação de nutrientes para os corpos hídricos, o que está relacionado ao fenômeno de eutroficação das águas. A presença de metais de difícil degradação causa contaminação dos solos, águas e biota (cadeia alimentar), com efeitos de biocumulação. Um dos principais passivos ambientais dos pesticidas vem a ser o descarte de embalagens, que não ocorrendo em local devido contribui para contaminação. Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989. Esta lei federal dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. O decreto lei 6913/2009, acresce dispositivos ao Decreto no 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. Destinação e Disposição Final de Resíduos 46 Os galões geralmente de plástico não devem ser reutilizados. Devem ser seguidas as orientações contidas na bula dos produtos. Galões devem receber tríplice lavagem, que consiste em enxaguar três vezes a embalagem vazia. A embalagem deve ser inutilizada e enviada como lixo. Recomenda-se ao final da limpeza, fazer um furo no fundo, para certificar que não poderá ser reaproveitada. Segunda a ANVISA o correto descarte de embalagens flexíveis de agrotóxicos que englobam sacos plásticos, de papel e metalizados deve ocorrer em grandes sacolas de resgaste, fechadas e identificadas até serem devolvidas ao revendedor. A lei n. 9.974/2000, altera a Lei no 7.802/1989, já descrita anteriormente. Entre outros itens estabelece que as embalagens devem ser desenvolvidas de forma que impeçam vazamentos, evaporações, perdas ou alteração do seu conteúdo, facilitando as operações de lavagem, classificação, reutilização e reciclagem. Ainda de acordo com sua redação o fracionamento e a reembalagem de agrotóxicos e afins com o objetivo de comercialização somente poderão ser realizados pela empresa produtora, ou por estabelecimento devidamente credenciado, sob responsabilidade daquela, em locais e condições previamente autorizados pelos órgãos competentes. Os usuários de agrotóxicos deverão efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior, se autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por postosou centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente. Resíduos radioativos A radioatividade tem inúmeras aplicações cotidianas, seja na medicina, auxiliando no diagnóstico e terapias; na produção de alimentos contribuindo para aumentar o tempo de vida útil dos produtos; na agricultura contribuindo para o combate de pragas e melhoria no processo de produção ou na indústria, auxiliando na inspeção de defeitos e falhas de materiais e equipamentos, na indústria farmacêutica em especial, empregado para esterilizar material hospitalar descartável. Destinação e Disposição Final de Resíduos 47 Os rejeitos radioativos produzidos em laboratórios, hospitais e usinas nucleares podem estar em estado sólido, líquido ou gasoso e em virtude da radiação que emitem, não podem ser descartados in natura. Os resíduos radioativos devem ser tratados, a radiação emitida pelos resíduos é muito variável, os resíduos podem ser classificados quanto ao nível de atividade: baixa, média e alta. Constitui um exemplo de resíduo de baixa atividade os equipamentos de proteção individual utilizados por trabalhadores, exemplo luvas, aventais, sapatilhas, entre outros (CNEN, 2012). Estes resíduos devem ser dispostos em sacos plásticos e guardados em tambores ou caixas de aço, após classificação e respectiva identificação. Alguns rejeitos podem permanecer radioativos por dezenas, centenas ou até milhares de anos. O tempo de permanência no meio ambiente corresponde ao seu tempo de decaimento radioativo (meia vida). Destinação e Disposição Final de Resíduos 48 “Os rejeitos com meias-vidas superiores a 30 anos são considerados rejeitos de meia-vida longa. Os rejeitos de meia-vida curta são armazenados em locais apropriados (preparados), até sua atividade atingir um valor semelhante à do meio ambiente, podendo, então, ser liberados” (CNEN, 2012). Os rejeitos devem ser dispostos em depósitos iniciais, intermediários e finais. No Brasil, a lei n. 10.308/2001 dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantis referentes aos depósitos de rejeitos radioativos, e dá outras providências. De acordo com essa lei são permitidas a instalação e a operação dos seguintes tipos de depósitos de rejeitos radioativos: I – depósitos iniciais; II - depósitos intermediários; III - depósitos finais. Os depósitos iniciais, intermediários e finais serão construídos, licenciados, administrados e operados segundo critérios, procedimentos e normas estabelecidos pela CNEN, vedado o recebimento nos depósitos finais de rejeitos radioativos na forma líquida ou gasosa. Os depósitos iniciais utilizados para o armazenamento de rejeitos nas instalações de extração ou de beneficiamento de minério poderão ser convertidos em depósitos finais, mediante expressa autorização da CNEN. Destinação e Disposição Final de Resíduos 49 Nos casos de acidentes radiológicos ou nucleares, excepcionalmente, poderão ser construídos depósitos provisórios, que serão desativados, com a transferência total dos rejeitos para depósito intermediário ou depósito final, segundo critérios, procedimentos e normas especialmente estabelecidos pela CNEN. A remoção de rejeitos de depósitos iniciais para depósitos intermediários ou de depósitos iniciais para depósitos finais é da responsabilidade do titular da autorização para operação da instalação geradora dos rejeitos, que arcará com todas as despesas diretas e indiretas decorrentes. A seleção do local, projeto, construção, operação e administração dos depósitos provisórios, ainda que executadas por terceiros devidamente autorizados, são de exclusiva responsabilidade da CNEN. A responsabilidade civil pelos danos radiológicos causados por rejeitos armazenados em depósito provisório decorrente de falha na segurança física é do Estado. Resíduos sólidos industriais Fonte: http://cenatecbrasil.blogspot.com.br/2012/02/diagnostico-dos-residuos-solidos.html A NR 25 define resíduos industriais como aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se assemelham aos Destinação e Disposição Final de Resíduos 50 resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos. Os resíduos sólidos industriais apresentam características diversificadas podendo ser destinados a tratamentos para recuperação, reaproveitamento ou reciclagem de materiais ou para disposição final em aterros industriais. Podem ainda ser destinados a reprocessamento, rerrefino, uso em ração animal (indústria alimentícea que trabalha com restos de carne branca ou vermelha), incorporação em uso agrícola (no caso de lodos com características específicas), podem ser conduzidos a fornos, industriais e serem incinerados, entre outros. A RE 313/2002 dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. De acordo com esta resolução é considerado resíduo sólido industrial todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso - quando contido, e líquido, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Também ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. A RE 313/212 define como Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, o conjunto de informações sobre a geração, características, armazenamento, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias do país. Sendo portanto de responsabilidade do gerador de resíduos, realizar o controle de seus resíduos, apresentando para eles a destinação ou disposição finais cabíveis, sendo passível de crime ambiental as empresas e seus representantes legais, que não respeitem as legislações e normas ambientais existentes, a fim de evitar a contaminação ambiental. Destinação e Disposição Final de Resíduos 51 Resíduos hospitalares Fonte:http://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-residuo-hospitalar/residuos-hospitalares/ A RE CONAMA n. 283/2001 dispõe sobre tratamento e destinação final dos resíduos de serviço de saúde. De acordo com sua redação são considerados resíduos de saúde aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal, aqueles provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados, resíduos provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e resíduos provenientes de barreiras sanitárias. A RE CONAMA N.283/2001, determina que deva existir o PGRSS – o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, um documento integrante do processo de licenciamento ambiental, que deve descrever e definir forma de ações relativas ao seu manejo, acondicionamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública. O PGRSS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos levando em consideração as legislações vigentes. De acordo com esta resolução, cabe ao responsável legal dos estabelecimentos acima relacionados realizar a gestão dos resíduos a fim de atender aos requisitoslegais. Destinação e Disposição Final de Resíduos 52 Alguns materiais devem ser devolvidos aos fabricantes ou importadores, logo distribuidores, comércio varejista, farmácias de manipulação e serviços de saúde devem criar mecanismos para destinar no pós-uso os resíduos, por meio de políticas de logística reversa, para correto tratamento e os resíduos provenientes destes materiais. Para garantir as condições adequadas de retorno ao fabricante ou importador, o manuseio e o transporte dos resíduos discriminados na resolução o princípio da co-responsabilidade deve ser aplicado. Deverá ser de co-responsabilidade dos importadores, distribuidores, comércio varejista, farmácias de manipulação e serviços de saúde. No caso específico dos resíduos radioativos, estes devem obedecer as exigências descritas pela CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear. Os resíduos grupo A são aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos: como filtros de ar e gases aspirados da área contaminada, membrana filtrante de equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sangue e hemoderivados e resíduos que tenham entrado em contato com estes e tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos, peças anatômicas, entre outros. Os Resíduos Grupo B, apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características física, químicas e físico-químicas tais como: drogas quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e genotoxicidade e os materiais por elas contaminados; medicamentos vencidos, entre outros. Nos Resíduos Grupo C enquadram-se os resíduos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. Nos Resíduos Grupo D enquadram-se os resíduos comuns. Destinação e Disposição Final de Resíduos 53 Convenção da Basiléia A convenção da Basileia aborda o controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. A Convenção de Basileia ocorreu em Basileia, Suíça, em 22 de março de 1989. A Convenção da Basiléia não proíbe o movimento transfronteiriço de Resíduos Perigosos, apenas estabelece algumas regras que podem ser regulamentadas e mais restritas nos países signatários. Algumas das obrigações legais são: consentimento prévio, por escrito, por parte dos países importadores para os resíduos especificados para importação; a adoção de medidas adequadas de minimização da geração de resíduo; seguir normas e padrões internacionais de etiquetagem, embalagem e transporte; a permissão para a movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos, reciclagem, entre outros. A Convenção da Basiléia foi ratificada no Brasil através do Decreto n. 875/93. Os procedimentos necessários à implementação estão na Resolução CONAMA N. 23/96. E foi também regulamentada pela resolução CONAMA N.452/2012. O Decreto Lei n. 875/93, permitir a exportação de resíduos perigosos e outros resíduos para um Estado ou grupo de Estados que pertençam a uma organização de integração econômica e/ou política de que sejam partes países, particularmente países em desenvolvimento, cuja legislação tenha proibido todas as importações, ou se tiver razões para crer que os resíduos em questão não serão administrados de forma ambientalmente saudável, de acordo com critérios a serem decididos pelas partes. A RE. 452/2012, dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. Destinação e Disposição Final de Resíduos 54 De acordo com esta resolução é terminantemente proibida a importação dos Resíduos Perigosos - Classe I e de rejeitos, em todo o território nacional, sob qualquer forma e para qualquer fim, conforme determina a Lei no 12.305/2010 sobre PNRS. De acordo com o Art. 4o é proibida a importação de resíduos definidos como outros Resíduos, sob qualquer forma e para qualquer fim. De acordo com o Art. 6o Não estão sujeitos à restrição de importação os Resíduos Inertes - Classe IIB, desde que não controlados pelo IBAMA e não combinados com Outros Resíduos ou rejeitos, à exceção dos pneumáticos usados cuja importação é proibida. E ainda o IBAMA pode decidir ampliar a lista de resíduos inertes mediante decisão motivada e exclusiva, Resíduos Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de importação, cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação. Todos os resíduos importados ou exportados com destino de reciclagem devem ter autorização e anuência previa do IBAMA, entre outras diretrizes. Nessa segunda unidade estudamos sobre Classificação dos resíduos sólidos e na próxima unidade abordaremos sobre a acondicionamento de resíduos sólidos. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Destinação e Disposição Final de Resíduos 55 Exercícios - Unidade 2 1. Sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, assinale a alternativa incorreta: a) Os resíduos radioativos estão contemplados quanto ao acondicionamento, transporte e tratamento. b) A documentação da Análise de Ciclo de Vida tornou-se obrigatória para produtos de consumo, devendo ser contemplada a cadeia produtiva desde a extração das matérias-primas até a disposição final de resíduos (“do berço ao túmulo”) c) Rejeito e resíduo são termos empregados como sinônimos e são genericamente classificados como lixo. d) A logística reversa tornou-se obrigatória para os resíduos de embalagem dos produtos industrializados, que devem retornar à planta onde foram fabricados, e o seu reaproveitamento deve ser revertido ao mesmo processo de produção, de futuros lotes do respectivo produto. e) Destinação final e disposição final não são empregados como termos sinônimos, devendo ser observada a correta aplicação de cada termo, conforme a possibilidade de tratamento do resíduo. 2. Ocorreu no ano de 2009, 89 contêineres cheios de lixo foram enviados da Inglaterra ao Brasil e foram enviados de volta a Inglaterra. Cerca de 1.600 toneladas de dejetos, incluindo seringas, banheiros químicos, fraldas sujas e até lixo tecnológico, como computadores e televisores, foram descobertos e aplicadas multas de até 800 mil reais a três empresas brasileiras que importaram a carga. As importadoras ainda arcaram com os custos para o transporte do lixo de volta à Inglaterra. O caso foi amplamente divulgado na mídia. Sobre a questão acima relatada, assinale a alternativa incorreta: a) Embora não seja considerado crime ambiental, a importação de dejetos fere a legislação brasileira, que classifica tal atitude como “mera infração”, o que explica a aplicação de multas às importadoras. Destinação e Disposição Final de Resíduos 56 b) O lixo urbano é um dos mais graves problemas ambientais que o planeta enfrenta. A urbanização aglomerou pessoas e mudou os hábitos, o que causou um maior consumo de materiais que geram graves danos à natureza. c) Por ser signatário da Convenção de Basiléia, o Brasil comprometeu-se perante o mundo a não exportar lixo ilegal para outros países. d) É proibida, pela Convenção de Basileia, a exportação de resíduos perigosos, que coloquem a vida em risco, como materiais radioativos ou substâncias que apresentem qualquer toxicidade. e) O Brasil denunciou o Reino Unido ao Secretariado da Convenção de Basiléia, cobrando do governo britânico, ao mesmo tempo, auxílio na devolução dos dejetos. 3. Sobre a convenção da Basiléia
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