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Revisão turbo direito civil

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Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
PARTE GERAL 
 
 
 
1. Pessoas 
2. Bens 
3. Fatos 
PESSOAS 
 
 
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (capacidade de direito = o que todas as pessoas tem ao nascer 
com vida) 
 
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*A lei garante desde a concepção os direitos do nascituro (Capacidade jurídica ou personalidade jurídica todas as pessoas tem 
desde o nascimento com vida, entretanto nem todas as pessoas tem por si só praticar os atos da vida cívil, pois para isto é 
necessário que se tenha a capacidade de fato ou capcidade de exercício – essa capacidade é adquirida com a maioridade ou com 
a emancipação) 
*Incapazes – aqueles que não adquiriram a capacidade civil – não podendo praticar os atos da vida civil. 
* Incapacidade pode ser: 
1. Absoluta – menores de 16 anos – não podem praticar nenhum ato da vida civil por si próprio – se vier a praticar algum ato da 
vida civil este será nulo - Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; - sempre 
que existirem situações envolvendo sujeitos incapazes para a prática do ato civil se terá situações de SUPRIMENTO da 
incapacidade – dessa forma como a capacidade absoluta é relativa a idade ela será suprida através da representação pelos pais 
ou pelos tutores. 
2. Relativa - Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, 
de 2015) (Vigência) 
Hipóteses de capacidade relativa 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
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I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; (maior de 16 e menor de 18 anos pode ser testemunha, pode testar (fazer 
testamento)). Em caso de atos que ele não possa exercer se terá o suprimento pela assistência de pais ou tutores. 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 
2015) (Vigência) 
IV - os pródigos. ( atos que não poderão ser práticados pelos pródigos serão os da administração de patrimônio) 
 
Pesoas maiores de idade, mas existe alguma circunstância que retira a sua plena capacidade (capacidade de direito + capacidade 
de fato = capacidade civil plena) – nos incisos acima existe a capacidade plena, entretanto existe uma circunstância que retira 
deles essa condição. 
*Esses indivíduos precisam passar por um processo de interdição que decretará a incapacidade e que nomeará o representante 
legal desses indivíduos – que será o curador. 
* Pessoa com deficiência 
Art. 6º da lei 13146/2015 (Estatuto da pessoa com deficiência) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, 
inclusive para: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
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I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e 
planejamento familiar; 
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e 
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as 
demais pessoas. 
A pessoa com deficiência é plenamente capaz para os atos davida civil – não importa o tipo de deficiciência. Entretanto, é possível 
que alguém em decorrência da deficiência não possa vir a manifestar a vontade, essa pessoa será considerada relativamente 
incapaz, tendo que ser decretada sua interdição e lhe ser nomeado um curador que será seu representante legal. 
*No caso de incapacidade absoluta o ato que or praticado pelo absolutamente incapaz é nulo, já o ato praticado pelo relativamente 
incapaz o ato será anulável - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por 
incapacidade relativa do agente; - prazo para pleitear a anulação é de 4 anos. 
 
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Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 
2015) (Vigência) 
• EMANCIPAÇÃO – forma de antecipar a capacidade civil plena, entretanto a emancipação não antecipa a maioridade 
(adquirida aos 18 anos). A emancipação pode se dar: 
1. De forma voluntária – pelos pai em conjunto através de escritura pública que deve ser levada a registro no Cartório de 
Registro Civil; 
2. Judicial – também depende de registro – ocorre sempre que ocorrer divergência entre os pais – emancipação = exercício do 
poder familiar – ou no caso do tutor que pretende emancipar o tutelado maior de 16 anos; 
3. Legal – não depende de registro – ocorre nas circunstâncias de casamento, exercício de emprego público efetivo, colação 
de grau em curso superior e independência econômica. 
*A emancipação é ato irrevogável. 
TUTELA e CURATELA 
 
 
Formas de representação legal de incapazes. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
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Tutela 
* 
* Representação legal de menor de 18 anos 
*Estabelecimento da tutela: 
1. Quando se tiver pais ausentes 
2. Destituídos do poder familiar 
3. Pais falecidos 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
*Formas de tutela: 
1. Tutela testamentária - o direito de indicar quem será o tutor dos filhos menores é dos pais em conjunto – estabelecida por 
escritura pública ou outro documento 
2. Se os pais não nomearem tutor – tutela exercida pelos parentes consanguíneos do menor de idade 
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3. Turela Dativa - não existir indicação pelos pais e nem parentes consanguíneos 
Curatela 
 
* Curatela representação legal de maiores de idade, entretanto incapazes (Art. 4º, II, III e IV) – precisa ser estabelecida via 
processo de interdição. 
* Procedimento da interdição 
Art. 747 CPC. A interdição pode ser promovida: 
I - pelo cônjuge ou companheiro; 
II - pelos parentes ou tutores; 
III - pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando; 
IV - pelo Ministério Público. 
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a petição inicial. 
*Havendo uma situação de incapacidade que deve ser demonstrada na inicial por um laudo médico – o juz pode deferir uma tutela 
provisória nomeando um curador provisório para a prática de alguns atos. 
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*Na ação de interdição será realizada uma perícia que irá fixar os limites dos atos que poderão ou não ser praticados pelo interdito. 
A sentença no processo de interdção vai nomear o curador e quem será o curador - Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a 
pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a maisde uma pessoa. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 
2015) (Vigência) 
Ordem: 
1. Cônjuge ou companheiro é de direito curador do outro quando interdito 
2. Não existindo cônjuge ou companheiro – pai ou mãe (ascendentes) 
3. Descendente que se demonstrar mais apto para o exercício da curatela 
4. Não havendo descendente o juiz irá nomear o curador 
DIREITOS DE PERSONALIDADE 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
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Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo 
o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de 
outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, 
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da 
integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da 
morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
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Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo 
público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de 
escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, 
a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se 
se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os 
ascendentes ou os descendentes. 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias 
para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815) 
• Rol exemplificativo – relação direta com os direitos fundamentais e com o princípio da dignidade humana. 
• Art. 52 - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Determina no que for 
cabível aplica-se a proteção dos direitos de personalidade a pessoa jurídica. (Ex.: Uso do nome) 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=4815&processo=4815
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=4815&processo=4815
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• Integridade física – ninguém será obrigado a se submeter a tratamento médico ou cirurgico que importe em risco de vida – 
existe a possibilidade de cirurugia de transgenitalização (adequação sexual), que embora traga uma redução permanente 
na integridade física é permitida em circunstâncias de existir uma indicação médica. 
• Possibilidade dos testamentos vitais – resoluções do conselho federal de medicina – enunciado 528 das jornadas de 
direito civil - É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado "testamento vital", em 
que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de saúde, ou não tratamento, que deseja no caso de se 
encontrar sem condições de manifestar a sua vontade. (Ex.: Testemunnhas de Jeová) 
• Proteção ao nome – tanto para a pessoa natural quanto para a pessoa jurídica – o nome da pessoa não pode ser utilizado 
de forma a constrangê-la – toda a vez que o nome for utilizado em publicções que exponham a pessoa a desprezo haverá o 
dever de indenizar – direito de personalidade de violado = responsabilidade civil – ocorrerá a responsabilidade nos termos 
da súmula 221 do STJ - São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, 
tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. (ocorrerá a responsabilização tanto do autor do 
escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação) 
• Proteção a imagem e vida privada – a imagem de alguém se for utilizada para fins econômicos ou comerciais gerará para 
a pessoa que tenha a sua imagem exposta o direito a receber indenização independentemente da prova do prejuízo. Em se 
tratando de pessoa já falecida podem buscar essa proteção o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente na linha reta ou 
colateral até o 4º grau. ADIN 4275 - DIREITO CONSTITUCIONAL E REGISTRAL. PESSOA TRANSGÊNERO. 
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ALTERAÇÃO DO PRENOME E DO SEXO NO REGISTRO CIVIL. POSSIBILIDADE. DIREITO AO NOME, AO 
RECONHECIMENTO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, À LIBERDADE PESSOAL, À HONRA E À DIGNIDADE. 
INEXIGIBILIDADE DE CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO OU DA REALIZAÇÃO DE TRATAMENTOS HORMONAIS 
OU PATOLOGIZANTES. (Trata dos transgêneros – que podem fazer a alteração de pré nome e de sexo no registro civil 
independentemente da cirurgia de trangenitarização) ADIN 4815 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 
20 E 21 DA LEI N. 10.406/2002 (CÓDIGO CIVIL). PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA REJEITADA. REQUISITOS 
LEGAIS OBSERVADOS. MÉRITO: APARENTE CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: LIBERDADE DE 
EXPRESSÃO, DE INFORMAÇÃO, ARTÍSTICA E CULTURAL, INDEPENDENTE DE CENSURA OU AUTORIZAÇÃO 
PRÉVIA (ART. 5º INCS. IV, IX, XIV; 220, §§ 1º E 2º) E INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA PRIVADA, HONRA E 
IMAGEM DAS PESSOAS (ART. 5º, INC. X). ADOÇÃO DE CRITÉRIO DA PONDERAÇÃO PARA INTERPRETAÇÃO DE 
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO DE CENSURA (ESTATAL OU PARTICULAR). GARANTIA 
CONSTITUCIONAL DE INDENIZAÇÃO E DE DIREITO DE RESPOSTA. AÇÃO DIRETA JULGADA PROCEDENTE PARA 
DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO AOS ARTS. 20 E 21 DO CÓDIGO CIVIL, SEM REDUÇÃO DE 
TEXTO. ( Biografias não autorizadas – pode se fazer publicações a respeito da vida da pessoa pública independentemente 
da sua autorização, mas se a publicação gerar prejuízo haverá o direito de reparação) 
PESSOA JURÍDICA 
 
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1. Pessoa jurídia de direito público 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de 
direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público. 
2. Pessoas jurídicas de direito privado 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I- as associações; (pessoas jurídicas de direito civil que não possuem finalidade econômica) 
II - as sociedades; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm#art16
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III - as fundações. (possuem dupla característica: 1. Destinação de patrimônio e 2. Finalidade específica - Art. 62. Para criar 
uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, 
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.) 
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de 2022) 
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado 
ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído 
pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da 
Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, 
de 22.12.2003) 
• Precisam ser criados – sua criação se dá por atos constitutivos que não geram a personalidade jurídica – os atos 
constitutivos precisa ser levado a registro – passa-se a ter a personalidade jurídica da PJ # personalidade jurídica de seus 
sócios ou administradores – permitindo que cada pessoa possa celebrar atos da vida civil. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14382.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.825.htm#art44
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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o 
juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos 
de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da 
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) 
*Por atos da pessoa jurídica pode ser atingido bem dos sócios ou para queporatos dos sócios se atinja bens da pessoa jurídica – 
tal fato será possível quando houver abuso da personalidade jurídica que poderá ser configurado: 
1. Art. 50, § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de 
lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) – desvio de finalidade = 
pj é utilizada comafinalidade de lesar credores e prática de ilícitos de qualquer natureza. 
2. Art.50, § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada 
por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, 
de 2019) 
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; 
e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
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III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) – confusão patrimonial – 
ausência de separação de fato entre os patrimonios. 
BEM DE FAMÍLIA 
 
 
Duas espécies de bem de família: 
1. Voluntário 
2. Legal 
*Proteção ao direito fundamental à moradia – de maneira a colocar o imóvel residencial a salvo da penhora. Se osujeito possui um 
único bem legal existe a proteção pela lei 8009/90, se o agente possui vários imóveis ele tem a possibilidade de escolher um 
imóvel que represente até 1/3 do patrimônio líquido para sobre ele fazer incidir a clásula de bem de família e colocar o bem a salvo 
da penhora, sendo necessário para isso levar a escritura pública ou o testamento no qual foi estabelecido a cláusula de registro no 
cartório de registro de imóveis – impenhorabilidade somentese dará em casode dívidas posteriores a instituição. Quanto ao bem 
de família legal a lei 8009 protege da penhora este único imóvel – Art. 1º lei 8009 - O imóvel residencial próprio do casal, ou da 
entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra 
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses 
previstas nesta lei. Regra impenhorabilidade, não pode ser penhorado por qualquer tipo de dívida o único imóvel no qual a família 
reside. Exceção: quando será possível a penhora 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
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Art. 3º lei 8009 - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou 
de outra natureza, salvo se movido: 
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos 
e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; 
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, 
integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada 
pela Lei nº 13.144 de 2015) 
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; 
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; 
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, 
indenização ou perdimento de bens. 
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) 
Súmula 364 STJ - O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, 
separadas e viúvas. 
Súmula 449 STJ - A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito 
de penhora. 
Súmula 486 STJ - É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida 
com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13144.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13144.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8245.htm#art3vii
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• Débito de condomínio fica possível a penhora – obrigação condominialé proptem rem, ou seja, é da própria coisa – a coisa 
responde – assim como no débito de IPTU. 
FATOS JURÍDICOS 
 
 
Todo acontecimento que interessa para o mundo jurídico,pois importa na aquisição,na conservação, namodificação ou na extinção 
de algum direito. 
• Planos de existência, validade e eficácia 
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• Condição = evento futuro e incerto – pode determinar o início da produção dos efeitos (condição suspensiva – só produz 
efeitos quando e se ocorrer) (condição resolutiva = inicia a produção de efeitos e para se e quando ocorrer a condição) 
• Termo = relação com prazo – Ex.: Nos contratos de locação existem termos (termo de início e termino da produção do 
contrato – evento futuro e certo) 
• Modo ou encargo = ônus que vem atrelado (reunido) com o bônus. Ex.: Doação com encargo 
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DEFEITOS 
 
 
 
1. Erro – pessoa engana-se sozinha - Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do 
negócio. Gera a ANULAÇÃO. O erro tem que ser substancial a realização do negócio, bem como tem que ser perceptível 
por uma pessoa de diligência normal em face das circunstâncias do negócio. Ex.: Bazar beneficente – não é anulável 
porque acreditava-se no espírito benevolente da pessoa que ofertou um valor elevado por um faqueiro que ela acreditava 
ser de prata. 
2. Dolo – Artifício malicioso - Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Gera a 
ANULAÇÃO. Ocorre a enganação do agente por alguém. O dolo pode ser: 
2.1. Ação 
2.2. Omissão 
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3. Coação – Ameaça ou pressão exercida sobre alguém, fundada em temor de dano iminente e considerável ao paciente, seus 
familiares ou bens. Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado 
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Gera a ANULAÇÃO. 
4. Lesão – Prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato, no momento de sua 
celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes. Art. 157. Ocorre a lesão quando 
uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao 
valor da prestação oposta. Gera a ANULAÇÃO. Ex.: pessoa que paga mais por algo 
5. Estado de Perigo – Situação de perigo conhecida da outra parte (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento 
objetivo). Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de 
sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Gera a ANULAÇÃO. 
Alguém premido da necessidade de salvar-se ou de salvar alguém da sua família de um dano grave ou iminente que é 
conhecido da outra parte acaba por assumir uma obrigação excessivamente onerosa. Ex.: situações de saúde 
6. Simulação – Declaração enganosa da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Art. 167. É 
nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Gera a 
NULIDADE. Quando é celebrado um negócio diferente daquele que é realidade. Ex.: João e Maria iam celebrar um negócio 
jurídico de uma compra e venda de um apartamento, só que o apartamento pertencente a João que Maria queria comprar 
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se encontrava alugado para Carlos. João não queria efetuar a venda para Carlos – sendo que Carlos enquanto locatário 
teria o direito de preferência. Assim João colocou na escritura de venda para Maria o valor maior – cláusula não verdadeira. 
Art. 167, § 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
7. Fraude contra credores – devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se tornar insolvente, com o intuito de prejudicar 
seus credores. Gera a ANULAÇÃO. 
7.1. Gratuita - Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já 
insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores 
quirografários, como lesivos dos seus direitos. Atos de disposição gratuita ou remissão de dívida que sejam celebrados 
pelo devedor insolvente ou reduzido a insolvência em razão desses atos. 
7.2. Onerosa - Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for 
notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. Será anulável o negócio jurídico que seja celebrado 
(compra e venda) pelo devedor que já é insolvente e cuja insolvência deva ser conhecida pela outra parte. 
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• Ação que visa a anulação do negócio jurídico fraudulento é a AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA. 
PRESCRIÇÃO x DECADÊNCIA 
 
 
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• Na prescrição já existe um direito e esse direito vem a ser violado – nascendo para o titular uma pretensão (de cobrança, de 
reparação civil, de indenização, de responsabilidade). A pretensão será exercida: 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1 o Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o 
pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de 
indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, 
custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, 
contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata 
de encerramento da liquidação da sociedade. 
§ 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
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§ 3 o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um 
ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a 
distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha 
sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c)para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei 
especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil 
obrigatório. 
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§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 
§ 5º Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, 
contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
• Causas que impedem ou suspendem a prescrição – impedem que comecem a contagem do prazo: Ex.: não conta prazo 
contra absolutamente incapaz 
• Causa interruptiva da prescrição 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei 
processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. 
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• Na decadência existe a prática de um ato ou negócio pela própria parte ou por terceiro. Ex.: Maria é dona de apartamento 
juntamente com Karina (condôminas). Maria resolve que deseja vender a sua parte para Cristiano. Maria pode realizar essa 
venda para Cristiano, entretanto tem que dar o direito de preferência para Karina. Se ocorrer a venda sem o respeito de 
direito de preferência, nasce para Karina o direito de exercer a preferência – esse direito deve ser feito dentro de um prazo 
decadencial. A decadência pode ser convencionada pelas partes. 
FAMÍLIA 
 
 
1. Regime de bens 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. 
§ 1 o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
• O casamento produz efeitos a partir de sua celebração, sendo uma das consequências do casamento o regime de bens 
(portanto, o regime de bens começa a produzir efeitos a partir do casamento). Existe a possibilidade daquele regime que o 
casal escolheu para regrar o patrimônio na habilitação do casamento ele seja depois de celebrado o casamento modificado. 
§ 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, 
apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. Permissão da mudança no regime de 
bens, desde que seja feito mediante ação judicial movida por ambos os cônjuges, apurada as procedências das razões 
invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
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• Quando se fala em regime de bens se tem: 
1. Regimes legais – que são dois: 
1.1. Comunhão parcial de bens – quando o casal não escolha ou quando o pacto antinupcial seja nulo 
• Bens incomunicáveis (Art. 1659) – constituem patrimônio pessoal dos consortes – ficam fora da comunhão – tudo que o 
agente receber por doação ou sucessão e os que sub-rogarem em seu lugar, bens adquiridos ante do casamento, 
obrigações anteriores ao casamento (dívidas anteriores), obrigações provenientes de atos ilícitos, bens de uso pessoal, 
livros e instrumentos de profissão, proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge (entendimento do STJ – verbas 
trabalhistas e FGTS recebidos durante o casamento celebrado por comunhão parcial de bens são comuns mesmo que não 
haja o saque), as pensões, os soldos. 
• Bens comunicáveis (Art. 1660) – integram o patrimônio comum – aquisição onerosa independentemente no nome de quem 
esteja, bens adquiridos por fato eventual (ganho de loteria), benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge, frutos de 
bens comuns ou particulares (aluguéis). 
1.2. Separação obrigatória de bens – Incide nas hipóteses (Art.1641): 
1.2.1. Casamento celebrado com inobservância a cláusula suspensiva (Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva 
que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou 
a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do 
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casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada 
ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.) 
Súmula 377 STF - No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. Determina 
que no regime de separação obrigatória os bens que tenham sido adquiridos durante o casamento de forma onerosa e com prova 
do esforço comum sejam considerados bens comuns. 
1.2.2. Casamento do maior de 70 anos 
1.2.3. De todos os que dependerem para casar desse suprimento judicial de consentimento 
2. Convencionais – exigem a realização do Pacto antinupcial que tem que ser feito por escritura pública para que sea válido, 
precisa do casamento para que produza efeito entre as partes, e precisa do registro no Registro de imóveis para produzir 
efeitos perante terceiros. 
2.1. Comunhão universal de bens 
2.2. Separação convencional de bens ou separação absoluta de bens 
2.3. Participação final nos aquestos 
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da 
comunhão parcial. 
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. 
Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas 
demais escolhas. 
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Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: 
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações 
estabelecida no inciso I do art. 1.647; 
II - administrar os bens próprios; 
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento 
judicial; 
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com 
infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; 
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que 
provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco 
anos; 
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. 
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: 
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12344.htm#art1Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. 
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. 
Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros. 
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito 
regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da 
separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. 
• Não interessa se o regime é de comum parcial e o bem é particular porque o agente recebeu de herança e quer vender – é 
necessário a autorização do outro. 
• REGRA: necessidade de anuência – EXCEÇÃO: Regime de separação absoluta de bens 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo 
justo, ou lhe seja impossível concedê-la. 
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Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, 
podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. Se ocorrer a venda 
do bem sem anuência o negócio jurídico é anulável. 
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado. 
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só 
poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros. 
Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, 
caberá ao outro: 
I - gerir os bens comuns e os do consorte; 
II - alienar os bens móveis comuns; 
III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial. 
Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, será para com este e seus herdeiros responsável: 
I - como usufrutuário, se o rendimento for comum; 
II - como procurador, se tiver mandato expresso ou tácito para os administrar; 
III - como depositário, se não for usufrutuário, nem administrador. 
2. Alimentos 
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Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de 
modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
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§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. 
§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem 
os pleiteia. 
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à 
própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a 
obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. 
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos 
irmãos, assim germanos como unilaterais. 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão 
chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na 
proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. 
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, 
poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. 
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694. 
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Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem 
prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor. 
Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação. 
Art. 1.702. Na separação judicial litigiosa, sendo um dos cônjuges inocente e desprovido de recursos, prestar-lhe-á o outro a 
pensão alimentícia que o juiz fixar, obedecidos os critérios estabelecidos no art. 1.694. 
Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos. 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los 
mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial. 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, 
nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência. 
Art. 1.705. Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo facultado ao juiz determinar, a 
pedido de qualquer das partes, que a ação se processe em segredo de justiça. 
Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual. 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível 
de cessão, compensação ou penhora. 
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Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos. 
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao 
devedor. 
Art. 1.709. O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante da sentença de divórcio. 
Art. 1.710. As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice oficial regularmente estabelecido. 
• Os alimentos são devidos em relação do parentesco ou da existência de vínculo (casamento ou união estável). Aquele que 
pede não possui mediante seu trabalho custear suas despesas. 
• Os alimentos precisam ser fixados por um acordo ou por uma sentença judicial 
• O dever familiar de sustento é automático que decorre do poder familiar 
• Os alimentos não cessam automaticamente 
• Na fixação são levados em consideração os pressupostos do Art. 1694, § 1º - necessidade de quem recebe e possibilidade 
de quem paga. 
• Os alimentos são fixados contra: 
1. Ascendentes 
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2. Descendentes 
3. Irmãos 
• Os alimentos avoengos – obrigação não solidária – Súmula 596 STJ - A obrigação alimentar dos avós tem natureza 
complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos 
pais. EXCEÇÃO: alimentos para o idoso – obrigação solidária. 
• Alimentos gravídicos – em benefício da mulher gestante para custeio das despesas pré parto, obrigação do suposto pai – 
prazo para contestaçãodos alimentos gravídicos = 5 dias – em nascida a criança há uma conversão dos alimentos para o 
filho. 
• Fixados os alimentos, se ocorrer mudança na situação financeira de quem paga ou quem recebe é possível se pleitear a 
revisional de alimentos – Súmula 358 STJ - O cancelamento de pensão alimentícia de fi lho que atingiu a maioridade está 
sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 
• Exoneração dos alimentos em benefício do maior de 18 anos – ação judicial mediante contraditório. 
• Súmula 621 STJ - Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da 
citação, vedadas a compensação e a repetibilidade. Os efeitos da sentença nas revisionais de alimentos retroagem a data 
da citação. 
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• Alimentos são devidos a partir da citação. Prazo prescricional = 2 anos de cobrança dos alimentos vencidos e não pagos. 
SUCESSÕES 
 
Morte presumida com decretação de ausência 
 
Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador 
a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não 
possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for 
aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. 
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Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da 
declaração da ausência, será o seu legítimo curador. 
§ 1 o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo 
impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
§ 2 o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3 o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
• Neste caso presume-se a morte do ausente quando o juiz autoriza a abertura da sucessão definitiva. 
• A sucessão do ausente se dá em três fases: 
1. Arrecadação dos bens do ausente – de REGRA se faz a arrecadação, é publicado o edital, passado o prazo constante no 
edital ser pedida a sucessão provisória e 10 anos após transitada em julgado que abre a sentença provisória se pedir a 
sucessão definitiva. 
2. Sucessão provisória 
3. Sucessão definitiva – quando o ausente será considerado morto. Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, 
provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. Pode se pedir a 
sucessão definitiva quando o ausente tiver mais de 80 anos e há mais de cinco anos não se tiver notícia dele. 
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Morte presumida sem decretação de ausência 
 
Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e 
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
Ausente é aquele que desaparece de seu domicílio sem deixar notícia ou aquele que deixa o procurador mais este renuncia a 
procuração ou seus poderes. 
• São duas as hipóteses: 
1. Quando ficar provado a morte de quem estava em iminente perigo de vida 
2. Daquele que desapareceu em guerra ou foi feito prisioneiro – não reaparecendo até dois anos após o término da guerra. 
 
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Comoriência 
 
• Quando duas ou mais pessoas falecem ao mesmo tempo sem que se possa determinar qual delas precedeu as outras. 
Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu 
aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
LIBERDADE DE DISPÔR 
 
 
• A liberdade de dispor será: 
1. Plena – se não houverem herdeiros necessários – a lei permite que o agente disponha de 100% da sua herança. (Redução 
de disposições testamentárias e rompimento de testamento – se quando o agente elabora seu testamento o agente sabe 
que possui herdeiros necessários e ultrapassa o limite é caso de redução testamentária – o testamento é cumprindo, mas 
será reduzido no limite de 50%. Entretanto, se quando o agente elaborou seu testamento não tinha ou não sabia que 
existiam herdeiros testamentários necessários, aparecendo o herdeiro necessário posteriormente o testamento é rompido 
em todas as disposições – ele não será cumprido) 
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• Restrita – quando se tiver herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge) – neste caso o agente somente 
poderá dispor de 50% da sua herança 
ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA E CONCORRÊNCIA DO SOBREVIVENTE 
 
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
 
 
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
 
• Se o falecido for solteiro - Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 
646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da 
comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão 
parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
• Chama-se a sucessão os mais próximos excluindo os mais remotos, lembrando a possibilidade de representação. 
• Se não houverem descendentes chama-se os ascendentes – os mais próximos excluem os mais remotos, entretanto não há 
direito de representação. Ex.: João que possui pai e mãe, e avôs paternos e maternos – nessa situação cada um dos seus 
genitores em caso de sua morte, receberá a metade da herança. Se o pai já for falecido a mãe receberá 100% da herança. 
Se pai, mãe e avó materna já são falecidos – a divisão será feita em linha ascendente materna e paterna – a linha 
ascendente materna, neste caso receberá 50% e a linha ascendente paterna receberá os outros 50%. 
• No caso dos colaterais – são chamados a sucessão primeiramente os irmãos, depois os sobrinhos – existe a representação 
somente para os sobrinhos. 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4100069
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4100069
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4744004
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que 
cada um daqueles herdar. Ex.: João possui 4 irmãos A, B, C e D. João + A + B são filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Já C e 
D são filhos somente da mesma mãe. João vem a falecer, sendo seus pais pré mortos – ocorre a sucessão dos colaterais – Para 
os irmãos bilaterais = genitores comuns valem 2 cada um, já o C e D que são irmãos unilaterais possuem peso 1 cada – 2+2+1+1 
= 6 (seis partes será dividida a herança) – cada um dos irmãos unilaterais receberá 1/6 (uma parte de seis) e cada um dos 
bilaterais receberá 2 partes de seis referentes a herança. 
Sandra Mara Dobjenski - CriminalistaEx.: João é casado com Maria e possuem dois filhos, Pedro e Paulo. João vem a falecer. Nesse caso a concorrência é 
condicionada ao regime de bens. REGRA. 
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Não existirá concortência quando o regime de bens for a comunhão universal de bens, separação obrigatória, comunhão parcial 
quando o tutor da herança não tiver deixado bens particulares. 
• Na concorrência do companheiro com os herdeiros, o companheiro receberá meação sobre os bens comuns e herdará 
sobre os bens particulares. 
• Percentual de concorrência - Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge 
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for 
ascendente dos herdeiros com que concorrer. Divisão igualitaria na existência de até 3 filhos. Divisão igualitária se os filhos 
forem individuais em qualquer número. Reserva de ¼ da herança se existirem mais de 3 filhos comuns. Essa reserva será 
para o cônjuge sobrevivente ( Maria receberá ¼ e ¼ restante para os filhos) 
• Se não existem descendentes são chamados os ascendentes para a concorrência – concorrência em qualquer regime de 
bens. O sobrevivente receberá meação sobre bens comuns e herda sobre a totalidade da herança (bens comuns + 
particulares) 
• Percentual de concorrência – 1/3 na concorrência com pai e mãe e ½ se concorrer somente com pai ou só com mãe ou se 
maior for o grau de parentesco. 
OBRIGAÇÕES 
 
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• As obrigações estão divididas em: 
1. Modalidades 
2. Transmissão 
3. Adimplemento 
4. Inadimplemento 
• As obrigações se relacionam ao credor e ao devedor 
1. Devedor = aquele que se obrigou a alguma coisa (dar, fazer, ou não fazer algo) 
INADIMPLEMENTO 
 
 
Pessoa não cumpre com a sua obrigação ou pode estar em atraso. 
• O inadimplemento pode ser: 
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1. Absoluto – Ex.: Patrícia, que faz aniversário no dia 6 de julho, contrata uma banda para tocar em seu aniversário, sendo 
essa banda devedora, pois ela se obrigou a ir cantar no aniversário de Patrícia. Na data combinada a banda não apareceu. 
Quando a prestação se tornar inútil para o credor = inadimplemento absoluto. 
Art. 395 - Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação 
das perdas e danos. Se pede perdas e danos 
2. Relativo = mora – a pessoa consegue cumprir a obrigação depois. Ex.: A conta de luz de Lucas venceu no dia 10, sendo 
que este não a pagou devido a um esquecimento. Essa obrigação pode ser cumprida posteriormente. 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e 
forma que a lei ou a convenção estabelecer. Conceito – a mora pode ser tanto do devedor quanto do credor 
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou 
de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso (Ex.: João é credor e Maria é devedora. Maria pegou um carro de João 
emprestado e se comprometeu a devolvê-lo no dia 10 de junho (contrato de comodato). Na data estipulada Maria não devolve o 
carro a João, deixando o carro estacionado, dia 23 de junho, nas proximidades da UFPR, o carro veio a ser furtado. O carro 
possuía o valor estipulado de R$ 100.000,00. Maria terá que pagar o valor do carro a João. Se o furto tivesse ocorrido no dia 05 de 
junho, Maria não teria que pagar o carro a João - Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do 
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia 
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da perda.); salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente 
desempenhada. 
Art. 401. Purga-se a mora: (Pagamento da mora é feito posteriormente a data de vencimento = purgação) 
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; 
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. 
 
CLÁUSULA PENAL 
 
• Pune o devedor que não cumpriu com sua obrigação. 
• A cláusula penal para que tenha aplicação tem que estar no contrato. 
• A cláusula penal pode ser de dois tipos: 
1. Cláusula penal moratória – Ex.: Tem-se um contrato de locação, no qual é estipulado um aluguel de R$ 5.000,00 que deve 
ser pago até o dia 5 de cada mês, entretanto no contrato consta uma cláusula penal que no caso de atraso pelo locatário 
(multa moratória) no valor de 10% sobre o aluguel. (No CDC o limite da cláusula penal é de 2%). Da Cláusula Penal 
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Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se 
constitua em mora. 
Obrigação principal + multa 
2. Cláusula penal compensatória – pré fixação de perdas e danos – a cláusula penal compensatória não poderá passar daquilo 
que esta sendo contratado. 
 Obrigação principal e multa 
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em 
alternativa a benefício do credor. Total inadimplemento. 
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. 
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o 
montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. 
• Não cabe multa compensatória cumulada com perdas e danos (se não for convencionado). 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
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Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se 
assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo 
excedente. 
ARRAS ou SINAL 
 
 
ARRAS COMPENSATÓRIA 
 
 
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão 
as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal. Arras 
confirmatória - Quando não consta a possibilidade de arrependimento. Uma das funções é confirmar o contrato. (Agente dá 
dinheiro ou outro bem móvel para que possa ou se confirmar ou ter o direito de arrependimento). Ex.: Patrícia compra um carro de 
Cristiano, esse carro vale R$ 100.000,00. Patrícia dá um sinal para Cristiano para efetivar a compra, no valor de R$ 10. 0000,00. 
Patrícia posteriormente se arrepende da compra. 
 
 
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Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de 
quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. Estipula que a parte 
compradora que deu o contrato por desfeito poderá a parte contrária reter as arras – assim Cristiano fica com os R$ 10.000,000. 
Entretanto, se Cristiano se arrepender da venda, ele perderá 20% (devolução + equivalente). 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. 
Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da 
indenização. 
• Parte inocente pode pedir indenização suplementar(perdas e danos) provando prejuízo. 
ARRAS PENITENCIAIS 
 
 
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função 
unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, 
mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. 
• Quando consta a possibilidade de arrependimento. Neste caso, para os dois lados, as arras terão função somente 
indenizatória. 
• Não cabe pedido de indenização suplementar. 
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RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, 
não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
• Na responsabilidade civil primeiramente se trata: 
A. Obrigação de indenizar 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a 
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou 
não dispuserem de meios suficientes. 
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Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou 
as pessoas que dele dependem. 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á 
direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação 
regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem 
independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em 
razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, 
pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos 
atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o 
causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre 
quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, 
cuja necessidade fosse manifesta. 
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Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas 
em lugar indevido. 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a 
esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas 
em dobro. 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que 
for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do 
que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo 
ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se 
a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932. 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
B. Indenização 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a 
indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo 
inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar. 
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente. 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 
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Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a 
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá 
pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de 
atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, 
ou inabilitá-lo para o trabalho. 
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, alémda restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das 
suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao 
prejudicado. 
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo 
de afeição, contanto que este não se avantaje àquele. 
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido. 
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na 
conformidade das circunstâncias do caso. 
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, 
e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. 
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: 
I - o cárcere privado; 
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé; 
III - a prisão ilegal. 
 
• Responsabilidade civil extracontratual – as pessoas que se encontram nessa situação não possuíam um contrato. Ex.: Uma 
pessoa atropela outra. 
• A Responsabilidade do CC é subjetiva 
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1. Subjetiva – conduta antijurídica + nexo de causalidade + dano + culpa. Ex.: Maria que fora atropelada por João deverá 
demonstrar o dano, a culpa, o nexo de causalidade e a conduta antijurídica. A culpa é subdivida em dolo e culpa. 
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
2. Objetiva – conduta antijurídica + nexo causal + dano (Exceção). A responsabilidade será objetiva quando a lei disser ou 
quando o risco da atividade do causador do dano disser. Ex.: Empresa que transporta valores em causando dano 
responderá de forma objetiva. A culpa não precisa ser demonstrada. 
Art. 927, Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
• Casos de responsabilidade objetiva – não é necessário a demonstração da culpa 
1. Responsabilidade por fato de terceiro - Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em 
razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, 
pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos 
atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o 
causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se 
a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932. (Todos os 
sujeitos apontados no Art. 932 respondem solidariamente, sendo que a solidariedade é um benefício no qual o agente atingido 
poderá escolher entrar contra a ação contra o devedor principal ou somente contra aquele que cometeu o dano. Ex.: Maria é 
atingida por uma câmera, que estava mediante o porte de Cristiano, sendo que este trabalhava para o Positivo – Assim, Maria 
poderá escolher se entrará contra a empresa Positivo ou somente contra Cristiano ou ainda entrar no polo passivo contra a 
empresa + Cristiano) 
• Obs.: Incapaz: responsabilidade subsidiária - Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por 
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização 
prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. Ex.: Pedro tem 10 anos está jogando bola em sua casa, dá um chute com muita força e quebra a vidraça da 
vizinha Flávia, de maneira a quebrar a vidraça e a estatueta de R$ 20.000,00 que se encontrava logo atrás – os pais 
responderão pelo dano. No caso de incapaz não existe a solidariedade. Assim como não existe o direito de regresso. 
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
2. Fato de animal - Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima 
ou força maior. Ex.: Se o cachorro de Carlos morder alguma pessoa, ao escapar, quem responderá pelo fato será Carlos, 
seu dono ou detentor. O dono conseguiria se safar dessa responsabilidade se o dono ou detentor provar culpa exclusiva da 
vítima ou força maior. Ex.: Um cachorro preso, vem uma pessoa e coloca a mão na boca dele 
3. Ruína de um prédio em construção - Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de 
sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. Ex.: No caso de um prédio que passa por 
reparação e dele cai um tijolo atingindo uma pessoa quem responderá pelo fato será o dono. 
4. Objetos caídos ou lançados - Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas 
que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Ex.: Um vaso de flores cai da janela de um apartamento, vindo a 
atingir uma pessoa que por ali passava, quem responderá pelo dano será quem ali habitar (dono, locatário, comodatário, 
etc.). Se o local da onde caiu o objeto for desconhecido quem responderá será o condomínio. 
• Enunciado 557 - Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível 
identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso. 
DA INDENIZAÇÃO 
 
 
• Quanto maior o dano maior será a indenização. A indenização não se refere somente a dinheiro. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Sandra Mara Dobjenski - Criminalista 
 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a 
indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Em caso de culpa por fato exclusivo da vítima, o causador do dano 
não responde. Ex.: Paulo está dirigindo seu carro numa velocidade compatível com a via e Márcia se atira na frente do caro de 
Paulo, vindo esta a se machucar. Paulo não terá que pagar nada. 
• Na responsabilidade concorrente. Ex.: João andava a 100 km/h e Maria faz uma conversão proibida – Maria sofre danos de 
maneira a contribuir para o evento danoso – se configura a obrigação de indenizar por parte de João, entretanto a 
indenização será menor, pois Maria contribuiu. 
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo 
inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar. 
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente. 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização

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