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PEDRO SANTOS – DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS TUBERCULOSE PULMONAR INFECÇÃO – DOENÇA – TRATAMENTO – CONTROLE Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis. INFECÇÃO Contato: Bacilífero X Suscetível Doença urbana. PRIMOINFECÇÃO 1º Contato com o bacilo geralmente na infância. Até 3 semanas: não há imunidade específica (ocorre disseminação). 3 – 8 semanas: imunidade celular (Monócitos, Macrófagos, Linfócitos). Formação de Granuloma Caseoso ‘’Cordão de isolamento’’ Granuloma Caseoso: Controla, mas não elimina o bacilo. Resposta intensa (necrose). Tende a involuir (calcificação). Na Radiografia de Tórax, quando o Granuloma Caseoso se expressa denomina-se: Nódulo de Ghon. A imunidade deve permanecer forte a todo tempo. 90% Nunca adoecem Infecção Latente (Não é doença) 10% adoecem TB Primária (No primeiro contato) TB Pós-Primária (Anos após: reativação ou reinfecção) Reativação: quando ocorre uma queda transitória da imunidade. Reinfecção: novos bacilos desequilibram a resposta imune. Granuloma caseoso -> tem que pensar em tuberculose. TUBERCULOSE PRIMÁRIA Mais comum: Criança (1º Contato). CLÍNICA Pneumonia ‘’ arrastada’’ (não responsiva a ATB). RADIOLOGIA Adenopatia hilar (unilateral). ‘’ Aumento de hilo pulmonar unilateral’’. Ocorre multiplicação dos bacilos em um lado, e esses bacilos estão sendo drenados para o linfonodo hilar. O linfonodo hilar fica aumentado. TRANSMISSIBILIDADE Paucibacilífera. COMPLICAÇÃO Tuberculose Miliar (‘’sepse’’): replicação do bacilo em todo o organismo. Quem dá o nome a essa condição é o padrão radiológico que apresenta vários pontinhos no parênquima pulmonar. Micronódulos difusos bilaterais. (Parece grão de milho). < 2 anos, imunodeprimidos e não vacinados com BCG. TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA Mais comum: adultos (reativação ou reinfecção). CLÍNICA Tosse ≥ 3 semanas, Febre e Perda Ponderal. Umas das citocinas liberadas é o TNF-α, Catequexina. A pessoa que tem o TNF-α liberado não sente fome, fica em anorexia, perdendo peso. Febre vespertina, com sudorese noturna. RADIOLOGIA Infiltrado (no começo) /cavitação. A pessoa inicia com inflamação intensa que vai derretendo o tecido ao redor do foco bacilar. Derretido o tecido, o pulmão literalmente viva um caseum. A pessoa tosse esse pulmão, e no lugar fica a cavitação. PEDRO SANTOS – DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Por que a lesão fica no 1/3 superior do pulmão? Em geral, a TB acontece nos terços superiores dos pulmões, pois o bacilo é avido por oxigênio, quanto mais O2, mais ele consegue se replicar. Dentro dos pulmões, as áreas mais oxigenadas são as áreas mais altas. TRANSMISSIBILIDADE Bacilífera: pessoas que têm baciloscopia positiva no escarro. COMPLICAÇÃO Invasão de um fungo denominado Aspergillus, formando uma bola fúngica. Bola fúngica (Aspergillus): Hemoptise. A expressão radiológica é um branco dentro da cavitação. Sinal da Lua Crescente na TC. (O ar parece a lua crescente) TUBERCULOSE PLEURAL Extrapulmonar mais comum no Brasil. CLÍNICA Sintomas respiratórios arrastados. Febre. TORACOCENTESE (Derrame Pleural) Exsudato / Glicose baixa / ADA > 40 U/L (Adenosina Deaminase). Infiltrado polimorfonuclear -> linfomononuclear Não há eosinófilos ou células mesoteliais. **Células mesoteliais estão aumentadas em carcinomas da pleura. JUMP OF THE CAT DIAGNÓSTICO Biópsia pleural: Padrão-Ouro. Baciloscopia < 5% / Cultura < 40%. Transudato x Exsudato Transudato: ocorre devido por causa do aumento da Pressão Hidrostática. Ex: Insuficiência Cardíaca. Quando o paciente está muito congesto, o líquido ultrapassa sob forte pressão a parede vascular e cai no terceiro espaço. Exsudato: inflamação causa aumento da permeabilidade do vaso, isso permite que o líquido, células, proteínas ultrapassem. TUBERCULOSE MENÍNGEA Crianças não vacinadas / Imunodeprimidos. CLÍNICA Subaguda / Par Craniano / Sequelante. PUNÇÃO LOMBAR: Proteínas / Glicose baixa. Glicose no líquor = 2/3 da glicemia, ou seja, inferior a 2/3. PMN: Linfomonuclear DIAGNÓSTICO Baciloscopia < 15% / Cultura 50-80%. DIAGNÓSTICO ≥ 10 ANOS Clínica Rx de tórax Escarro TESTE RÁPIDO (TRM-TB): Teste Rápido Molecular p/ TB Procura DNA da bactéria. Leva 2 horas para ficar pronto. Escolha (1 amostra / 2h / avalia resistência à Rifampicina). Rifampicina: principal remédio no Brasil indicado contra TB. BACILOSCOPIA (BAAR): TRM indisponível (≥ 2 amostras) 1 amostra no momento da consulta 1 amostra no dia seguinte em jejum Autorizam tratamento se escarro (-) / casos graves Se a clínica indicar TB e a radiografia também. CULTURA: Dúvida / Casos Positivos / Falência DIAGNÓSTICO < 10 ANOS Sistema de pontuação (tabela): Clínica (15 pontos) Rx de tórax (15 pontos) Contato com TB (10 pontos) Prova Tuberculínica (PPD reator) (5 pontos) Desnutrição (5 pontos) ≥ 40 pontos: Tratar! PEDRO SANTOS – DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Cultura do lavado gástrico. TRATAMENTO Fármacos: Rifampicina (R) Isoniazida (I) Pirazinamida (P) Etambutol (E) Esquemas Básico: RIPE por 6 meses (2 RIPE + 4 RI) = 2 meses (Rifampicina (R) + Isoniazida (I) + Pirazinamida (P) + Etambutol (E)), + 4 meses (Rifampicina + Isoniazida). < 10 anos: não prescrever Etambutol (E). **Faz o esquema RIPE sem o Etambutol. Meníngea: RIPE 12 meses (2 meses RIPE + 10 meses RI). Corticoide 1 – 3 meses: reduzir sequelas. Falência/Multidroga Resistência (MDR) (R+I). C L E P T 18 meses. Capreomicina + Levofloxacino + Etambutol + Pirazinamida + Terizidona. ACOMPANHAMENTO Tratamento Diretamente Observado (TDO): Solicitar para que o paciente vá a unidade para ser observado tomando os remédios. Baciloscopia Mensal (ideal) ou 2º/4º/6º mês (mínimo): O teste rápido não serve para acompanhar a resposta ao tratamento, pois ele detecta o DNA de bactérias vivas ou mortas, logo, a persistência da positividade não necessariamente significa falha terapêutica. (Pode-se detectar o DNA de bactérias mortas, mesmo com tratamento eficaz). Critérios de falência: BAAR (+) ao final do tratamento, ou BAAR (+2/+3) até o 4º mês, ou BAAR volta a ser (+) e se mantém por 2 meses. Cultura c/ teste de sensibilidade antibiótica. EFEITOS ADVERSOS Todos Intolerância gástrica. R – Gripe, alergia (Nefrite Intersticial Aguda, Asma), Suor laranja. I – Neuropatia periférica: Piridoxina (Isoniazida depleta os estoques dessa Vitamina). P - Hiperuricemia: pode precipitar gota. E - Neurite Óptica. L - lesão aórtica e ruptura tendínea. INTOLERÂNCIA Lesão Hepática (R/I/P) No início, antes de começar os remédios coleta um perfil hepático (AST e ALT). É normal que elas aumentem no início, mas só quando o aumento for muito pronunciado. **Suspender RIPE por até 30 dias, se: Icterícia, ou TGO/TGP > 3x + sintomas (dor, queimação epigástrica, vômitos), ou TGO/TGP > 5x. Melhorou: REIntroduzir: R E + I + P (intervalos: 3-7 dias) ordem de menor hepatotoxidade. Não melhorou / TB grave / Cirrose: utiliza o esquema alternativo. C E L: Capreomicina + Etambutol + Levofloxacino (12 meses). SITUAÇÕES ESPECIAIS GESTANTE R I P E + Piridoxina (50mg/dia). A gestante já divide a Piridoxina com o bebê. Conduta: administrar suplemento de Piridoxina. HIV (Sem tratamento) R I P E -> T A R V (2 semanas após) Conduta: Tratar inicialmente tuberculose; Tratar HIV. PEDRO SANTOS – DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS CONTROLE Tratamento dos Bacilíferos. Vacinação com BCG. Não impede a infecção, impede que a pessoa tenha formas graves da doença: Miliar e Meníngea. Não impede a transmissão. Avaliaçãodos contactantes. Contactantes: pessoas que vivem com tuberculínicos. Clínica + Rx Sintomático e/ou Rx alterado: Investigar adoecimento (TRM – TB/ BAAR) Assintomático com Rx normal: Investigar infecção latente (PPD) Derivado Proteico Purificado, injeta na derme do paciente. INFECÇÃO LATENTE É a infecção sem manifestações clínicas. DIAGNÓSTICO (Ta doente? Tá infectado?) Fazer Prova tuberculínica (PPD): Derivado Proteico Purificado Injeta na derme do paciente, geralmente no antebraço. Resultados: Mede o tamanho da bolinha em 48 horas. < 5 mm (não reator): não infectado. Repetir em 8 semanas (viragem?) ≥ 5 mm (reator): infectado Tratar infecção latente Alternativa de exame: IGRA (+) TRATAMENTO Isoniazida 270 doses (9 a 12 meses). Alternativa: Rifampicina 120 doses (4 a 6 meses). Novidade: Isoniazida + Rifampicina 12 doses (1x/semana por 3 meses). SITUAÇÕES ESPECIAIS Profissionais de saúde: Viragem (↑ PPD ≥ 10 mm em 1 ano). RN contactante com bacilífero: Não vacinar com BCG ao nascer. Isoniazida ou Rifampicina por 3 meses. PPD < 5 mm: BCG + suspender I/R. ≥ 5 mm: não vacinar + 3 meses de I ou 1 mês de R. Qual a conduta para um RN não vacinado contra tuberculose e que é coabitante de caso índice bacilífero? Iniciar quimioprofilaxia e, após três meses, se PT negativo ou < 5 mm, suspender quimioprofilaxia e fazer BCG.
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