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Prévia do material em texto

Psicologia Geral
Prof. Esp. João Vitor Galbiati Zucco
Prof. Me. Frank Duarte 
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
Carlos Eduardo Firmino de Oliveira
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
Z94p Zucco, João Vitor Galbiati 
 Psicologia geral / João Vitor Galbiati Zucco 
 Pereira. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 
 64 p. : il. Color. 
 
 
 
1. Psicologia. 2. Psicologia ambiental. 3. Psicologia forense. 
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a 
 Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 150 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTOR
Professor Esp. João Vitor Galbiati Zucco 
 
● Pós Graduando em Psicologia da Saúde e Hospitalar (FPP);
● Graduado em Psicologia (UNICESUMAR);
● Atualmente Psicólogo Hospitalar e Professor e supervisor universitário 
(UNIFATECIE).
 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4845475235697753
Professor Me. Frank Duarte
● Doutorando em Educação - UNR - Universidad Nacional de Rosário-AR
● Mestre em Educação -UDEL (Universidad Del Atlantico). 
● Bacharel em Psicologia (Centro Universitário Fametro). 
● Bacharel em Pedagogia (Centro universitário Integrado).
● Especialista em Neurociências da Educação (UNISA). 
● Especialista em Neuropsicologia (Instituto Pedagógico Brasileiro).
● Especialista em Neuropsicopedagogia (UNIBF).
● Especialista em Neuromarketing (FACULMINAS).
● Especialista em Educação 5.0: Metodologias Inovadoras - Unifatecie.
● Professor (convidado) de Pós Graduação - UNICAMPO.
● Professor Conteudista (UNIFATECIE).
● Coordenador Pedagógico e Neurocientista do CEPEN. 
● Palestrantes e consultor.
Experiência nas áreas da educação, gestão, neurociências e saúde mental. Autor de 
livros que versam sobre a educação, práticas pedagógicas, neuroeducação e metodologias 
ativas. Um compartilhador de ideias e um eterno aprendiz.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/0763208597603303
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Prezado (a) aluno (a), 
Seja muito bem-vindo à disciplina de Psicologia. Se você está cursando esta 
disciplina em seu curso, significa que de algum modo a ciência Psicológica pode te auxiliar 
durante sua carreira profissional. Por isso, te convido para juntos conhecermos um pouco 
desta ciência. 
Na unidade I começaremos nossos estudos descobrindo a epistemologia e as 
concepções psicológicas do ser humano. Vamos estudar a história da ciência Psicologia, 
seus pressupostos filosóficos, principais autores e toda sua base histórica. Além disso, 
iremos estudar a subjetividade do ser humano, sendo esta, o principal foco da Psicologia, 
olhar o ser de forma subjetiva e individual. 
Já na unidade II, vamos estudar a psicologia como ciência, bem como, conhecer um 
pouco sobre a teoria da psicanálise, uma das linhas teóricas da Psicologia. Iremos entender 
todo caminho traçado pela Psicologia até atingir o rigor científico, estudando também alguns 
aspectos voltados para a Psicologia enquanto profissão, seus mitos e individualidades. Nesta 
unidade ainda, conheceremos a psicanálise, a famosa teoria proposta por Sigmund Freud, 
sendo esta uma das principais linhas teóricas e também formas de compreender o ser humano. 
Depois, na unidade III, vamos ampliar os conhecimentos sobre as escolas de 
pensamentos, estudando sobre a análise experimental do comportamento. Esta teoria, 
auxiliou a psicologia a adquirir seu rigor científico como estudado na unidade anterior. 
Sendo assim, iremos passear pela história da análise do comportamento, bem como, 
conhecer seus principais pensadores. 
Por fim, na unidade IV, finalizaremos nossa disciplina estudando e conhecendo um 
pouco da psicologia social. Iniciaremos a unidade conhecendo mais sobre as teorias sociais, 
e posteriormente suas principais contribuições em nossa sociedade, a fim de apresentar a 
você uma visão social da psicologia, aplicada ao ser humano e a sociedade. 
Espero que esta disciplina lhe traga contribuições positivas para sua jornada aca-
dêmica e futuramente profissional. Aproveite os conteúdos e materiais e se jogue de cabeça 
para conhecer um pouco sobre o universo da psicologia. 
Muito obrigado e bons estudos!!!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 4
Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
UNIDADE II ................................................................................................... 20
A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
UNIDADE III .................................................................................................. 32
Analise Experimental do Comportamento 
UNIDADE IV .................................................................................................. 44
Psicologia Juridica e Hospitalar
4
Plano de Estudo:
● História da Psicologia;
● A Psicologia e seu objeto: a subjetividade. 
.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a psicologia, suas raízes, além de estudar 
a história da ciência, seus marcos históricos e desenvolvimento;
● Estabelecer a importância da subjetividade, estudando e compreendendo
 a mesma como foco e objetivo da psicologia dentro da 
compreensão do ser humano.
UNIDADE I
Epistemologia e Concepções 
Psicológicas do Ser Humano
Prof. Esp. João Vitor Galbiati Zucco 
Prof. Me. Frank Duarte
5UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
INTRODUÇÃO
Olá Fatecianos (as)!
O ser humano encontra-se em constante movimento e transformação, sendo 
assim, a Psicologia tem se tornado uma ciência estudada por diversas áreas. Tendo como 
principal foco a compreensão do ser humano, a psicologia contribui para que outros saberes 
consigam desenvolver um olhar individual, e assim compreender diversos fenômenos 
através da compreensão psicológica do ser humano.
Nesta primeira unidade começaremos nossos estudos descobrindo a epistemologia 
e as concepções psicológicas do ser humano. Vamos estudar a história da ciência Psicologia, 
seus pressupostos filosóficos, principais autores e toda sua base histórica. Além disso, 
iremos estudar a subjetividade do ser humano, sendo esta, o principal foco da Psicologia, 
olhar o ser de forma subjetivae individual. Espero que tenha um ótimo estudo!
Aproveite!
6UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
1. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
1.1 História Da Psicologia E Suas Raízes Filosóficas 
Segundo Bock (2001, p. 18) poderíamos até mesmo dizer que “de psicólogo e de 
louco todo mundo tem um pouco”. Aqui parafraseia-se um ditado popular bem peculiar na 
década de 80, quando se diz, que de médico e de louco, todos nós temos um pouco. De 
forma genérica cada sujeito apresenta sua forma de pensar e expressar, interpretando as 
vivências. Você já deve ter ouvido falar em algum momento de sua vida sobre a psicologia, 
ou, quem sabe até já se beneficiou com algumas das contribuições desta ciência, seja de 
forma individual, na realização de sua carteira de motorista, no processo seletivo de seu 
emprego, enfim, a psicologia tem se tornado uma ciência que contribui com o ser humano 
de diversas formas. Mas você sabe como ela surgiu? 
 
FIGURA 1 - MARCOS HISTÓRICOS DA PSICOLOGIA
 
7UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Para entender a origem desta ciência, é necessário voltar alguns séculos atrás, na 
Grécia antiga. De acordo com Bock (2001), o marco de tentar sistematizar a psicologia, 
deu-se entre os filósofos gregos, fecundando os termos originário da psicologia. A palavra 
grega psyché, que significa alma, bem como logos, denominando de razão. Sendo assim, 
pode-se descrever o significado de psicologia como o “estudo da alma”. 
Vários filósofos contribuíram para os pensamentos a respeito da psicologia, mas 
alguns deles deixaram sua marca na contribuição e no desenvolvimento. Os filósofos pré-
socráticos, já apresentavam uma preocupação na busca de definir a relação do homem 
com o mundo, sendo esta observada através da percepção. 
Diversos questionamentos foram realizados neste período, mas foi com Sócrates 
no período de (469-399 a.C.) que se começou a pensar e criar consistência da psicologia. 
Tal filósofo se preocupou em estudar a razão, sendo esta, postulada por ele como 
característica principal do ser humano, buscando entender esta como principal diferença 
entre o homem e os animais (BOCK, 2001). 
Posteriormente, o filósofo Platão, considerado discípulo de Sócrates, dando 
continuidade aos estudos sobre a razão, buscou localizá-la em nosso próprio corpo. Após 
suas postulações, definiu que a razão se encontrava na cabeça do ser humano, sendo o 
local que segundo ele também abrigava a alma do homem. Para ele, alma e corpo eram 
separados, sendo ligados apenas pela medula, porém, quando ocorria a morte do corpo, 
sua alma encontrava-se livre para ocupar o lugar em qualquer outro corpo (BOCK, 2001). 
Ainda estudando os principais filósofos que contribuíram para o desenvolvimento 
da psicologia, Aristóteles foi um filósofo importante, recebendo o reconhecimento de ter 
sido o primogênito na escrita a respeito da psicologia, com o título “Acerca da Alma”. 
Sendo assim, Aristóteles teve como foco de pensamento investigar e buscar entender 
o funcionamento do ser humano que se escondia atrás de sua razão. Ele estudou as 
similaridades e divergências sobre a razão, sensação e percepções, sendo futuramente 
organizado no seu livro em latim “Da Anima” (traduzido para “Da alma”), reconhecido como 
o primeiro tratado em Psicologia (BOCK, 2001). 
Além das contribuições dos filósofos na Grécia antiga, a psicologia também pode 
ser vista no período da idade média. Voltando neste período, recordamos que a principal 
característica desse momento foi o aparecimento do cristianismo, sendo esta, uma força 
religiosa que ultrapassa a força política dominante na época, sendo considerada neste 
período, a principal religião (BOCK, 2001).
8UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Mas você deve estar se perguntando: como a psicologia aparece neste contexto? 
Segundo Bock (2001), neste período falar em psicologia relacionava-se também ao 
conhecimento principal da época, sendo este, a religião, uma vez que, com a economia e o 
setor político, o cristianismo, através da igreja católica, também monopolizava os saberes. 
Sendo assim, o estudo do psiquismo não foi diferente. 
Neste período, dois grandes filósofos se destacaram através de seus pensamentos. 
O primeiro deles é Santo Agostinho, que inspirado nas ideias já postuladas por Platão, 
realizava a cisão entre alma e corpo. Porém, os pensamentos do santo não se faziam em 
tudo iguais ao de Platão, visto que, para ele, além da alma ser a sede da razão, ela era 
a prova de que através dela o homem manifesta sua divindade. O filósofo considerava 
a alma como um elemento imortal, sendo ainda o elo entre o homem e a divindade: 
Deus. Considerando então a alma como fonte do pensar do ser, as instituições religiosas 
direcionam sua preocupação na compreensão da Alma do Homem (BOCK, 2001). 
Outro Santo que contribuiu para os pensamentos a respeito da psique e do funcionamento 
do ser humano foi São Tomás de Aquino. O santo vivenciou períodos importantes e que 
demarcaram rupturas durante os séculos. Aquino vivenciou a ruptura da igreja católica, sendo 
este movimento executado com o surgimento do protestantismo, além de presenciar outros 
acontecimentos, como a transição do capitalismo e a revolução industrial (BOCK, 2001). 
Todos estes movimentos desencadearam uma crise econômica e social, sendo 
assim, a igreja começa a questionar sobre os conteúdos produzidos por ela na época. Não 
conseguindo encontrar as respostas necessárias para tal cenário, iniciou-se uma busca 
para encontrar novos pensamentos que justificassem a relação estabelecida entre Deus 
e o homem. Diante disso, São Tomás de Aquino encontra em Aristóteles a diferença entre 
essência e existência. Para Aristóteles, o homem na sua essência, busca o estado de 
perfeição através de sua existência, sendo assim, o santo, dotado de sua religiosidade e 
partindo da ideia do filósofo, passa a afirmar sobre a possibilidade de apenas Deus, ter a 
capacidade de congregar a essência e o existir, colocando-se assim, ambas em igualdade, 
desencadeando como solução para esse estado a busca por Deus, encontrando argumentos 
raciais para explicar os paradigmas sacros, garantindo assim o monopólio da igreja acerca 
do estudo do psiquismo (BOCK, 2001). 
9UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
FIGURA 2 - INFLUÊNCIA DO RENASCENTISMO NA PSICOLOGIA
 
Outro período importante para o desenvolvimento da psicologia segundo Bock 
(2001) foi o renascimento. Neste período o grande nome foi René Descartes, filósofo que 
postula a ideia de cisão de mente e corpo. Segundo ele, o homem possui uma substância 
pensante, sendo o corpo um elemento desprovido do espírito, sendo apenas uma máquina. 
De acordo com Bock (2001), foi o dualismo de Descartes que proporcionou o estudo 
do corpo humano morto, situação até então impossível de acontecer nos séculos anteriores, 
uma vez que, o corpo era considerado pela igreja como sagrado, por ser morada da alma. 
Diante disso, um grande avanço no estudo da anatomia e fisiologia acontece, contribuindo 
assim para o progresso da psicologia. 
Após conhecer um pouco sobre as raízes filosóficas da psicologia, passaremos 
agora a estudar o caminho traçado pela psicologia para atingir o nível científico, bem como, 
estudaremos as escolas de pensamentos que deram origem a diversas linhas teóricas na 
compreensão do ser humano. 
1.2 A busca da Psicologia científica 
Segundo Bock (2001), o contexto econômico e social sempre impulsionou e moveu 
a vida do homem. O capitalismo trouxe ao homem a necessidade de desenvolver métodos 
rigorosos, deixando de lado somente a fé. A burguesia dava as condições através de suas 
exigências, para que a ciência moderna se desenvolvesse. Diante disso, começou-se a 
busca por um método rigoroso, no qual fosse possível a observação para descoberta, 
levando o homem a desenvolvernovas formas de produzir conhecimento, não mais através 
do viés religioso ou autoridades, mas sim, através de métodos científicos. 
A partir desse novo cenário em que à ciência tornou-se referência para se construir 
uma visão de mundo, nada mais era decidido ou postulado sem o cunho científico. Surge a 
partir daí a necessidade de adaptação da própria filosofia, sendo observadas por diversos 
filósofos, como a teoria do positivismo postulada por Augusto Comte (BOCK, 2001). 
10UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Segundo a autora, por volta do século 19, os temas e problemáticas da psicologia, 
que até este momento eram estudados por filósofos, passam devido a essa nova 
necessidade a serem estudados pela fisiologia e neurofisiologia. Esses estudos originaram 
diversas teorias a respeito do Sistema Nervoso Central (SNC), partindo do pressuposto que 
a cognição, a capacidade de perceber, os sentimentos poderiam ser considerados produtos 
do sistema nervoso central (BOCK, 2001).
Metaforicamente, estando em evidência as máquinas herdadas do capitalismo, o ser 
humano passa a ser comparado com tal instrumento. Para compreender o psiquismo humano, 
se faz necessário compreender o funcionamento da máquina que existia no pensar do homem, 
sendo esta, equivalente a seu cérebro, abrindo a partir desse estudo o caminho para que a 
fisiologia, neuroanatomia e neurofisiologia começassem a estudar a psicologia (BOCK, 2001).
Diversos acontecimentos marcaram a transição da psicologia para uma ciência, porém, 
segundo Bock (2001), foi Wilhelm Wundt (1938-1926) que realizou um marco importante 
neste desenvolvimento. Wundt desenvolve na Alemanha, na cidade de Leipzig, o primeiro 
laboratório de psicologia experimental. Partindo do estudo da psicofisiologia, o cientista marca 
a história da psicologia, sendo postulado como pai da psicologia moderna e científica. 
FIGURA 3 - PSICOLOGIA CIENTÍFICA
 
Wundt tem como objeto de pesquisa a consciência do homem, desenvolvendo como 
método a introspecção. Seu objetivo era identificar e estudar as questões mais básicas da 
consciência e das sensações, por meio da introspecção organizada, em que no laboratório 
cientistas treinados discorriam sobre seus experimentos conscientes na mesma proporão 
da intensidade e permanência dos estímulos. (BOCK, 2001). 
1.3 Escolas em Psicologia 
Descobrimos no tópico acima que a Alemanha, foi considerada o grande berço da 
psicologia moderna. 
11UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Sendo assim, segundo Bock (2001) outros teóricos a partir de Wundt começaram 
a agregar à psicologia um status de ciência, estando estes, sempre pautados nos critérios 
básicos para desenvolver a metodologia científica, buscando assim a neutralidade do 
conhecimento científico, a comprovação dos dados, e também ser ponto de partida para 
outros estudos experimentar que possam haver na área. Esses pesquisadores tinham como 
objetivo atingir os critérios científicos para assim, conseguir formular uma teoria, sendo 
inicialmente estudos voltados para questões metodológicas. 
Sendo assim, a psicologia sai da Alemanha e ganha força nos Estados Unidos, 
encontrando lá um campo para um rápido crescimento, dando origem aos primeiros 
estudos das escolas, teorias e abordagens psicológicas, que futuramente originariam 
outras teorias que estudamos atualmente (BOCK, 2001), como a psicanálise e o 
behaviorismo que iremos estudar em outras unidades. 
A primeira abordagem que iremos estudar é o Funcionalismo. Desenvolvida por 
William James, o funcionalismo busca dar respostas sobre o que os homens fazem e 
como consequência “por que fazem”. Partindo do estudo da consciência, James busca 
compreender esse funcionamento observando as estratégias que o homem utiliza para se 
adaptar ao meio, ou seja, ao mundo (BOCK, 2001). 
Outra escola desenvolvida foi o Estruturalismo. Tendo como seu pensador 
Edward Titchner, a teoria segue em busca da mesma compreensão do fenômeno do 
funcionalismo, sendo este a consciência. Embora Titchner também se propôs a estudar 
a consciência, diferente de James, o teórico se propõe a estudar a mesma em seus 
aspectos estruturais, desenvolvendo um direcionamento par as estruturas do sistema 
nervoso central, bem como os elementos conscientes. O estruturalismo deu-se início com 
Wundt, porém Titchner sendo seu seguidor usou o termo pela primeira vez e diferenciou 
o estruturalismo do funcionalismo. Seu método de investigação foi o introspeccionismo, 
sendo esse reproduzido e observado em laboratório (BOCK, 2001). 
Além das duas teorias estudadas acima, surge também o Associacionismo. Segundo 
Bock (2001), o principal representante dessa teoria era Edward L Thorndike. O autor 
postulou a primeira teoria da aprendizagem da psicologia, tendo como origem o princípio 
de que o fenômeno da aprendizagem, ocorre por meio de uma síntese e associação de 
pensamentos e ideias, partindo dos mais simples ao mais elaborados e complexos. Partido 
de seu ponto de vista, para que o indivíduo aprenda um conteúdo de alta complexidade, é 
necessário que primeiro ele aprenda as ideias mais simples pertinentes àquele conteúdo. 
12UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Sua principal formulação foi a lei do efeito. Nela, o cientista enfatiza que qualquer 
comportamento de um ser vivo, seja ele de qual espécie for, tende a se repetir se for 
recompensado sempre que emitir seu comportamento. Porém, quando o organismo é castigado 
quando emite um comportamento, este tende a não acontecer. Através de sua teoria, Thorndike 
propôs diversos experimentos passíveis de observar esses fenômenos (BOCK, 2001). 
SAIBA MAIS
Em 1931, essa primeira lei foi reformulada e substituída por uma segunda Lei do Efeito, 
da qual ele excluiu o princípio da punição e manteve apenas o da recompensa. Isto tendo 
como base a constatação de que, em estudos de punição, com escolha de palavras, 
punir escolhas incorretas com a palavra “Errado” não afetava, significativamente, a 
frequência de ocorrência dessas respostas (GONGORA; MAYER e MOTA, 2009).
Diante disso você pode conhecer as teorias básicas da psicologia, servindo de alicerce 
para que novas teorias fossem pensadas posteriormente. Para facilitar seus estudos, 
observe a tabela a seguir, nela, você consegue encontrar um resumo dos principais 
aspectos de cada uma das teorias estudadas. Aproveite!
Fonte: GONGORA, Maura Alves Nunes; MAYER, Paulo César Morales e MOTA, Carolina Martinez 
Sampaio. Construção terminológica e conceitual do controle aversivo: período Thor e divergências-
Skinner e divergências remanescentes. Temas psicol. [conectados], 2009.
TABELA 1 - RESUMINDO AS ESCOLAS
Fonte: O Autor (2021).
1.4 As principais teorias psicológicas desenvolvidas no século 20
Estudamos no tópico anterior as três principais teorias, que embasam as teorias 
que vamos conhecer neste tópico. A psicologia realizou um caminho em busca de seu rigor 
científico. Segundo Bock (2001), no século 20 essas vertentes foram substituídas por novas 
teorias, sendo as três principais o Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise.
ESCOLA TEÓRICO OBJETO DE ESTUDO MÉTODO
Funcionalismo William James Consciência Observação 
Introspectiva
Estruturalismo Edward Titchner Estrutura da 
consciência
Introspecção qualitativa
Associacionismo Edward Thorndike comportamento aprendido Lei do efeito
13UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Neste tópico será apresentado a vocês de modo sintetizado cada uma delas, e 
aprofundaremos mais sobre a Psicanálise e o Behaviorismos em unidades específicas. 
Vamos conhecer cada uma delas? 
O Behaviorismo tem como seu precursor Watson, surgindo nos Estados Unidos, 
esta abordagem ganhou força por suas aplicações práticas. O principal objetivo da teoria 
consiste em definir o fator psicológico e forma concreta, tendo como base o comportamento 
(BOCK,2001). 
A abordagem nomeada de Gestalt surge na Europa, com o objetivo de ir na 
contramão das ideias permanecentes ao fragmentarismo de atividades de processos da 
humanidade. Tendo como principal eixo temático a compreensão do homem como uma 
totalidade, sendo uma teoria com maior proximidade da filosofia (BOCK, 2001). 
SAIBA MAIS
A teoria da Gestalt ficou famosa também por suas imagens, que a todo tempo nos 
provoca e desencadeia percepções diferente de uma mesma imagem. O que você 
consegue ver nesta imagem abaixo? 
FIGURA 4 - AGRUPAMENTO PERCEPTIVO
 
Por fim, conheceremos a Psicanálise. Famosa por seu fundador, a teoria da Psicanálise 
foi fundada por Freud na Austrália. Freud partiu da medicina, sua principal formação, para 
enfatizar a importância da afetividade e assim, teorizar o inconsciente como principal 
objeto de estudo. Nesta teoria, Freud rompia com a sequência de estudos até então 
desenvolvido a respeito da consciência e da razão (BOCK, 2001). 
Deste modo conhecemos as teorias desenvolvidas no século 20. Ficou curioso para 
saber mais? Calma! Aprofundaremos nossos conhecimentos nas próximas unidades da 
nossa disciplina. 
Fonte: BOCK, Ana Mercês Bahia et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª edição. 
São Paulo: Saraiva, 2001.
14UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
2. PSICOLOGIA E SEU OBJETO: A SUBJETIVIDADE. 
 
 Após conhecermos a história da psicologia, suas raízes filosóficas e todo seu 
caminho para se tornar uma ciência, chegou a hora de conhecer as pesquisas que 
resultaram no centro dos estudos da psicologia, enquanto ciência. Em especial, neste 
tópico conheceremos sobre a subjetividade, aspecto este importante para os psicólogos 
na aplicação dessa ciência. 
Todo conhecimento para receber a certificação de ciência, ou seja, ser considerado 
científico, necessita obrigatoriamente de um objeto de estudos. De acordo com Bock (2009) 
a psicologia não possui um objeto de estudo único, uma vez que, como vimos no tópico 
anterior, diversos teóricos se propuseram a estudar aspectos diferentes de formas diferentes, 
elegendo cada qual o seu objeto de estudo. Essas diversidades de objetos são atreladas 
ao fato de a psicologia ter se desenvolvido como ciência recentemente, afinal, podemos 
relembrar que este fato ocorreu no final do século XIX. Devido a isso, estudiosos mencionam 
que não se fez possível o desenvolvimento de um único paradigma (BOCK, 2009).
Pouco são as chances da psicologia se tornar um único paradigma confiável, que 
será adotado por todos os autores e seus questionamentos. Se faz necessário tal reflexão 
pois a psicologia é considerada uma ciência humana, sendo assim, modificada toda vez 
que está em contato com o que se estuda, ou seja, o próprio ser humano. Sendo assim, 
precisamos lembrar que nós, seres humanos, somos históricos e estamos em constante 
movimento de mudanças (BOCK, 2009).
15UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
A autora ainda pensando na ideia de movimento e crescimento do ser humano, se 
torna inviável pensá-lo como um objeto único e natural, que possui verdades absolutas e 
imutáveis. Sendo assim, encontramos neste ponto as diversidades de teorias, explicações 
e objetos apresentados pela psicologia. 
2.1 A subjetividade como objeto
A psicologia possui sua própria identidade, sendo está o que a diferencia das demais 
ciências humanas. Cada uma das ciências possui seu modo de olhar o indivíduo de maneira 
particular, construindo cada qual o seu modo. Já a psicologia tem seu olhar voltado para os 
estudos da subjetividade, sendo essa a particularidade que contribui para a compreensão 
dos aspectos totais da vida humana. Diante disso, a psicologia trabalha com o ser humano 
e suas expressões, aquelas possíveis de serem vistas através do comportamento humano, 
bem como as que possuem caráter interno, como os sentimentos. Ainda, se contempla 
dentro do estudo da subjetividade as questões singulares do ser humano, além de suas 
características genéricas. Podemos compreender assim, que a subjetividade é considerada 
a junção entre os pensamentos, afetos e ações (BOCK, 2009).
A subjetividade deve ser entendida como singular e individual de cada um, sendo 
essa uma síntese de quem nós somos, seu desenvolvimento se dá a partir das vivências e 
experiências sociais e culturais do indivíduo. Através dele, podemos identificar dois lados, 
sendo um a possibilidade de identificar o ser humano, pois ela é única, e do outro lado a 
igualdade, na medida que estamos dentro de uma sociedade. 
Segundo Vygotsky (1931/2000) a constituição da personalidade como um todo 
do sujeito até o desenvolvimento de cada função psicológica superior deve ser entendida 
através de sua subjetividade, com base no processo de internalização das construções 
sociais. Diante disso, ressaltamos a importância do contexto na construção da subjetividade. 
Gonzalez Rey (2005) afirma que a subjetividade é a categoria-chave para a 
compreensão do psiquismo, definindo-a como “um sistema complexo capaz de expressar 
através dos sentidos subjetivos a diversidade de aspectos objetivos da vida social que 
concorrem em sua formação”. Sendo assim, conseguimos entender a importância do estudo 
da subjetividade para a psicologia. 
16UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
Conseguimos compreender então através deste tópico como a subjetividade 
proporciona para a psicologia um olhar individual e único sobre cada ser humano, sendo a 
psicologia a ciência que se propõe a estudar o indivíduo e compreender seu funcionamento
REFLITA 
Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, 
seja apenas outra alma humana. Carl Jung.
Fonte: Carl Jung.
17UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, apresentamos a ciência psicologia. Podemos estudar um pouco 
sobre sua história, raízes filosóficas. Estudamos também o principal objeto de estudo, sendo 
este a subjetividade do ser humano, compreendendo assim, como algo que nos diferencia 
e nos torna únicos ao olhar da psicologia. Agora você já consegue conhecer essa ciência 
na qual estudaremos durante nossa disciplina. 
Na sequência, vamos adentrar ao universo da psicologia enquanto ciência e 
profissão, saber mais sobre a prática do psicólogo, suas áreas de atuação. Além disso, 
conheceremos uma das principais linhas teóricas dentro da psicologia, entraremos no 
mundo da Psicanálise, teoria tão conhecida por seu fundador Freud.
Como material complementar, deixo para vocês dois livros e um filme, para que 
através desses materiais você consiga mergulhar ainda mais no universo da psicologia. 
18UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
LEITURA COMPLEMENTAR
Psicologia, uma nova introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência
Este livro reflete sobre as condições socioculturais que propiciaram o aparecimento 
de diferentes teorias psicológicas e sua difusão, sobretudo na área clínica. A estrutura do 
texto e suas finalidades didáticas não foram alteradas, mas todo o escrito foi revisto, muitas 
pequenas complementações puderam ser feitas e surgiram duas seções inteiramente 
novas e alguns acréscimos substanciais a seções existentes. O livro continua, a nosso 
ver, de um bom tamanho e nível de complexidade capazes de torná-la útil para o início 
da formação em psicologia e também para uma apresentação da psicologia em áreas 
afins. Pode, igualmente, como temos notícia de já ter acontecido, servir para apresentar a 
Psicologia a colegiais avançados.
Fonte: FIGUEIREDO, L. C. M.; SANTI, P. L. R. Psicologia, uma nova introdução: 
uma visão histórica da psicologia como ciência. [S.l: s.n., 2002.
19UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título. História da psicologia moderna
Autor.Duane P. Schultz, Sydney Ellen Schultz.
Editora. Cengage Learning.
Sinopse: O tema central deste livro é a história da psicologia 
moderna, especificamente o período que se inicia no fim do 
século quando a psicologia se torna uma disciplina separada e 
independente. Apesar de recapitular, de forma resumida, os 
pensamentos filosóficos anteriores, o livro concentra-se nas 
questões relacionadas ao estabelecimento da psicologia como um 
novo e distinto campo de estudo. Entre as novidades desta edição 
estão informações sobre sites que fornecem material adicional 
sobre pessoas, teorias, movimentos e pesquisas discutidos 
no livro. Foi incluído um capítulo que relata um pouco sobre a 
pesquisa da psicologia no Brasil. Exploramos centenas de sites 
e escolhemos os mais informativos, confiáveis e atualizados. No 
início de cada capítulo, há uma breve narrativa desenvolvida a 
partir de uma pessoa ou de um evento, com o objetivo de introduzir 
o tema principal do capítulo. Essas seções definem prontamente o 
assunto e transmite ao aluno a ideia de que a história é sobre uma 
pessoa verdadeira e a respeito de situações reais.
FILME/VÍDEO
Título. Ilha do Medo
Ano. 2010
Sinopse. Na década de 50, a fuga de uma assassina leva o detetive 
Teddy Daniels e seu parceiro a investigarem o seu desaparecimento 
de um quarto trancado em um hospital psiquiátrico. Lá, uma rebelião 
se inicia e o agente terá que enfrentar seus próprios medos.
20
Plano de Estudo:
● Psicologia como ciência e profissão;
● A teoria da Psicanálise.
Objetivos da Aprendizagem:
● Entender a Psicologia como uma ciência e profissão;
● Conhecer as áreas de atuação do psicólogo; 
● Conhecer a história e o desenvolvimento da psicanálise; 
● Apresentar os principais conceitos dessa teoria. 
UNIDADE II
A Psicanalise e a Psicologia 
Como Ciência e Profissão 
Prof. Esp. João Vitor Galbiati Zucco 
Prof. Me. Frank Duarte
21UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 21UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
INTRODUÇÃO
Olá Fatecianos (as), 
Você pode conhecer na unidade anterior sobre a história da psicologia, suas 
raízes filosóficas, além de conhecer sobre seu caminho para tornar uma ciência. 
Estudamos também sobre o principal objeto de estudo e prática da psicologia, sendo ele 
a subjetividade do ser humano.
Nesta Unidade II, iniciaremos nossos estudos entendendo a psicologia enquanto 
uma profissão, sua regulamentação, funcionamento e também suas principais áreas de 
atuação. Posteriormente, conhecemos a tão famosa teoria postulada por Freud, no qual ele 
nomeou de Psicanálise, como esta teoria foi criada e seus principais conceitos. 
Espero que você aproveite esta unidade e mergulhe ainda mais no universo da 
psicologia.
Bons estudos!
22UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 22UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
1. A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA E PROFISSÃO 
1.1 A regulamentação da psicologia no Brasil
A Psicologia teve sua regulamentação no Brasil no ano de 1962, através da lei n°4.119, 
tendo seu reconhecimento como profissão no país após demonstrar sua importância. O Brasil 
encontrava-se em um contexto de modernização do país, sendo toda tecnologia utilizada para 
realizar intervenções um grande diferencial. Diante disso, a psicologia apresenta os famosos 
testes psicológicos, desenvolvidos a partir da segunda guerra mundial, e posteriormente 
estendendo-se a outros contextos necessários como, ambientes educacionais, empresas e 
demais espaços na qual o psicólogo estivesse inserido (BOOK, 2008).
O saber psicológico sempre teve seu diferencial das demais áreas por apresentar inter-
venções objetivas e sendo estas, baseadas em evidências científicas, desencadeando assim, 
uma necessidade social para com a psicologia. Porém, diante desse contexto, a psicologia se 
viu sem ter sua categoria classificada dentro de uma classe profissional, uma vez que, segundo 
a autora recebeu sua certidão de nascimento antes mesmo de nascer (BOOK, 2008).
Após sua regulamentação, a ciência foi ganhando forma e normas nos diversos 
contextos na qual foi inserida. Atualmente, podemos observar que o psicólogo ocupa 
diversos lugares, para além do contexto tradicionalmente conhecido da clínica. Sendo 
assim, a psicologia como profissão visa a prática ética e comprometida, mantendo seu 
compromisso com as urgências e necessidades da população Brasileira (BOOK, 2008).
23UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 23UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
1.2 Áreas de atuação do Psicólogo 
Após conhecermos a psicologia como profissão anterior, iremos agora conhecer 
algumas das diversas possibilidades de atuação do psicólogo.
O Psicólogo na clínica: Este talvez seja o ambiente que você mais conheça sobre 
a atuação do psicólogo. O profissional dentro desse contexto, realizará a psicoterapia, 
sendo este, um processo no qual o objetivo principal é reduzir o sofrimento e proporcionar 
o autoconhecimento do paciente. Na maioria das vezes, este atendimento inicia-se através 
de um psicodiagnóstico, sendo este uma ferramenta que auxilia o profissional a identificar 
as necessidades do paciente e planejar suas intervenções. Dentro do ambiente clínico, 
cada psicólogo se guiará por sua abordagem psicológica como: Psicanálise, análise do 
comportamento, Gestalt, entre outras (BOOK, 2008). 
REFLITA
O autoconhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que 
se tornou consciente de si mesma, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em 
melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento.
Fonte: SKINNER, B. F. Sobre o behaviorismo. Trad. de Maria da Penha Villalobos. São Paulo, Cultrix. 
1974/1982, p. 31.
O Psicólogo na educação: É comum a atuação do psicólogo dentro dos ambientes 
educacionais, como creches, escolas, e tantos outros contextos que engloba o aprendizado. 
Seu trabalho acontecerá de acordo com a demanda estabelecida pela instituição, ou através 
da observação do próprio profissional, tendo seu olhar voltado sempre para a subjetividade 
do indivíduo, o profissional dentro desse contexto auxilia no processo do aprender, uma vez 
que este, envolve diversos fatores. Além disso, o psicólogo pode atuar com os professores 
e demais profissionais presentes no ambiente, tendo como foco a educação (BOOK, 2008). 
O Psicólogo na Empresa: Quem nunca se deparou com um psicólogo em um 
processo seletivo de uma vaga de trabalho? Provavelmente sua resposta será sim. O 
psicólogo se faz presente no ambiente organizacional realizando diversas ações, sendo 
as principais os processos seletivos para contratação de novos colaboradores, e também 
desenvolvendo treinamento e desenvolvimento com os colaboradores (BOOK, 2008). 
 
24UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 24UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
2. A TEORIA DA PSICANÁLISE
 
Com a proposta de atuar junto ao tratamento de desequilíbrios psíquicos, foi 
que o austríaco e neurologista Sigmund Freud, criou a Psicanálise. Responsável por 
descortinar e descobrir o inconsciente, já pesquisado antecipadamente por Leibniz 
e Hegel, porém não no mesmo sentido, e tornou-se a abordar este campo promissor, 
com o intuito de desenhar e entender seus mecanismos e formatos originais, resultando 
no plano psíquico. A psicanálise tem por objetivo analisar a forma de comportar-se do 
humano, decodificando a organização da psique humana e propor a cura de patologias 
sem fonte de causa orgânica (SCHULTZ, 2014).
FIGURA 1 - SIGMUND FREUD
 
25UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 25UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
Freud embasou-se nos achados científicos do Dr. Josef Breuer, um fisiologista 
que deu os primeiros passos rumo a hipnose, marcando significativamenteos manejos de 
trabalho dos psicanalistas, mesmo que posteriormente não deu continuidade à terapêutica 
e incorporou ao seu trabalho a associação livre. Platão e Schopenhauer foram os filósofos 
que também influenciaram Freud na organização da sua teoria, interessando-se por 
questões de distúrbios emocionais como histeria, em que Freud empenhou-se para validar 
suas teorias e manejos clínicos. Um destes menos mais impactante foi a utilização da cura 
por meio da fala, desvendando os segredos dos desejos, vontades, fantasias sexuais que 
moram na mente do humano sejam esquecidas, reprimidos, emergentes da consciência 
humana representado por sintomas não permitidos e desejados, por análise e repressão do 
inconsciente (SCHULTZ, 2014).
As publicações de Freud na construção da psicanálise podem ser divididas em 
dois em dois períodos, sendo eles o período pré-psicanalítico e período psicanalítico. 
Dentro do período pré-psicanalítico destacam-se três trabalhos escritos por Freud. O 
primeiro trabalho consiste no projeto para uma psicologia científica em que muitas das 
ideias contidas no projeto persistiam e se transformaram em conceitos fundamentais 
da teoria freudiana como: associação livre, interpretação, transferência e, sobretudo os 
sonhos. Posteriormente publica seus estudos sobre a histeria, um dos maiores focos de 
seu trabalho, neste estudo quatro conceitos importantes surgem, como associação livre, 
ab-reação e catarse (MABILDE, 2015).
Em seu outro trabalho sobre mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos, Freud 
descorda de Breuer e impõe sua ideia de que os conteúdos não suportados no inconsciente 
eram colocados ou convertidos em sintomas histéricos, sendo assim surge a repressão. 
A ab-reação e o método catártico constituíram uma reação ao trauma, o qual era posto 
em palavras e, assim, descarregado, desaparecendo os sintomas. Ainda nesse texto 
Freud descobre a associação livre, ou seja, a fala do paciente livremente, sem roteiro ou 
direcionamento do terapeuta, postulando essa técnica como fundamental na pratica clínica 
psicanalítica (MABILDE, 2015).
Dentro do período pré – psicanalítico consiste nas neuroses de defesas, no 
presente texto Freud discute as defesas em atividade em nosso funcionamento, dá mais 
importância para o papel da fantasia, abrindo as portas para descoberta da sexualidade 
infantil e para o complexo de édipo. Além disso aparece pela primeira vez os mecanismos 
obsessivos e a projeção definidos como retorno do reprimido, considerada um fracasso 
da defesa (MABILDE, 2015).
26UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 26UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
O próximo período dentro da construção da psicanalise se dá como período 
psicanalítico. O período com o trabalho publicado por Freud chamado a interpretação dos 
sonhos. Este trabalho foi considerado por Freud o estudo mais importante, além de apresentar 
conceitos fundamentais como inconsciente e regressão, processo primário e secundário. O 
segundo e último trabalho que se localiza dentro desse período, consiste nos três ensaios da 
sexualidade, neste trabalho Freud explica um de seus conceitos fundamentais a sexualidade 
infantil. O complexo de édipo já era pensado por Freud, além do conceito de ansiedade 
castratória quando a criança diferencia os sexos (MABILDE, 2015).
Através desse tópico então, podemos entender a história da psicanálise, bem como 
entender o desenvolvimento desta teoria. 
2.1 Conceitos Básicos
Após conhecer sobre a teoria da psicanálise, a seguir através de tópicos, iremos 
estudar os conceitos básicos para compreender melhor esta teoria. 
● Inconsciente: O inconsciente foi uma das principais descobertas de Freud. 
No primeiro construto de Freud o inconsciente ganha forma substantivada 
para indicar um lugar no aparelho psíquico. Porém na segunda tópica, quando 
Freud postula a estrutura, o inconsciente passa a ser um adjetivo, ou seja, como 
característica do id. No inconsciente se encontra os conteúdos desconhecidos, 
muitas vezes que foram recalcados, devido a intensidade do mesmo, para 
preservação do ego. Os conteúdos presentes nessa estrutura, se manifestam 
de alguns modos em nossa consciência, podendo aparecer em sonhos e atos 
falhos (MABILDE, 2015).
● Sublimação: A sublimação consiste em um mecanismo de defesa bem-sucedido 
do ego, movido através da dessexualização da meta pulsional, ou seja, a pulsão 
é satisfeita de modo que seja aceitável pela cultura, dentro dos padrões do 
superego. Quando nossa pulsão está voltada para algo não permitido pelo 
superego através da sublimação esse desejo pode ser convertido e realizado 
de outra forma (MABILDE, 2015).
● Libido: A libido segundo Freud, consiste na energia sexual que nos move, sendo 
assim, essa energia movimenta o indivíduo para as atividades prazerosas de 
seu dia a dia, não necessariamente as atividades ligadas ao sexo. 
27UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 27UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
● Id, ego e superego: As três instâncias descobertas por Freud, consistem no id, 
ego e superego. Em sua primeira tópica, o autor postula como estrutura, ou seja, 
seriam partes, locais. Já em sua segunda tópica, Freud dá a essas estruturas 
adjetivos, sendo assim o id possui conteúdos inconscientes, pois o mesmo é 
movido pelo princípio de prazer, ou seja, a satisfação dos desejos. O ego possui 
a função de mediar os conflitos entre id e superego, sendo consciente, sendo 
movido pela realidade. O superego é o detentor das leis, sendo movido pelo 
princípio de realidade, o oposto do id, por isso resulta em conflito com o mesmo, 
pois um quer a satisfação imediata dos desejos, mas o outro não aceita que 
esses desejos sejam atendidos imediatamente (ZIMERMAN, 2004). 
● Associação livre: A associação livre consiste em um conceito fundamental 
postulado por Freud. Para o criador da psicanálise, o paciente deveria lhe 
dizer tudo o que vier a sua mente para o terapeuta, deste modo o contato com 
o inconsciente se manifesta com maior facilidade. Segundo Zimerman, na 
atualidade a linguagem não verbal, fala muito mais livre, sem necessariamente 
produzir associações. Paciente é livre para aceitar ou não a associação, diferente 
da época de Freud que consistia em uma imposição (ZIMERMAN, 2004).
● Atenção flutuante: A atenção flutuante para Freud, consiste no exercício do 
terapeuta em tentar manter a atenção em todo o discurso do paciente, sendo 
assim, o psicólogo não deve se manter preso a um uma informação, pois sua 
atenção se torna seletiva, deixando conteúdos importantes de lado. 
 
Nesta técnica não se almeja realizar nenhuma anotação, haja visto que sua 
condição se dá apenas no oferecimento em tudo que é ouvido na sintonia da atenção 
flutuante (FREUD, 2010).
Para Zimerman, não há nenhum inconveniente que o terapeuta sinta desejos ou 
quaisquer outros sentimentos, assim como a memória de fatos ou teorias prévias, desde que 
ele esteja seguro que a sua mente não está saturada pelos aludidos desejos, memorias e 
conhecimentos. Impossível sustentar a condição de atenção flutuante em todas as sessões 
(ZIMERMAN, 2004).
● Transferência: A transferência consiste em um fenômeno observável na clínica 
psicanalítica, resulta de um translado do afeto de vivências do passado para 
o presente, sendo assim dirigido para o psicanalista. Sendo assim, ocorre um 
deslocamento de uma energia libidinal de uma representação objetal inconsciente 
do paciente (EIZIRIK, 2015).
28UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 28UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
No início, Freud trabalhava a transferência como um deslocamento, não encontrando 
nela elementos terapêuticos para serem trabalhados em análise, posteriormente entende 
que a transferência acontece, pois, o paciente repete na relaçãoanalítica as próprias 
imagos, sendo as mais observadas as imagos maternas e fraternas (MABILDE, 2015). Freud 
(2010, p. 35) pontua ainda que, “[…] quando algo do material do complexo (do conteúdo do 
complexo) se presta transferido para a pessoa do médico, ocorre essa transferência”.
● Contratransferência: A contratransferência acontece com a transferência, sendo 
ela um movimento do analista sobre o paciente, sendo assim os conteúdos 
depositados pelo paciente sobre o terapeuta, lhe causa sentimentos e reações. No 
início a contratransferência não era bem vista pela psicanálise, pois consistia em uma 
fragilidade do terapeuta, hoje, ela é vista como um canal de possível comunicação, 
através desses sentimentos gerados o analista pode entender o que o paciente está 
lhe transferindo, o lugar que ocupa para o mesmo (ZIMERMAN, 2004). 
● Resistência: As resistências eram vistas por Freud como um obstáculo para 
análise. Na psicanálise atual, elas são representações de como o paciente se 
comporta no fora do ambiente terapêutico, ou seja, como reage frente as situações. 
Um paciente resiste é aquele que possui dificuldade de entrar em contato com 
seus conteúdos externos, podendo ser expressa de várias formas, entre elas 
quando o paciente não comparece à terapia depois de uma sessão dolorosa 
para o mesmo. Esses conteúdos são pontos de interpretação do analista, para 
junto com o paciente descobrir o motivo das mesmas (ZIMERMAN, 2004).
●	 Insight: O insight consiste na tomada de consciência sobre determinado fato, o 
mesmo é alcançado pelo analisando através das interpretações do terapeuta. A 
composição do termo engloba o termo iluminação, ou seja, dentro do analisando 
acontece uma iluminação, obtendo então uma compreensão do fenômeno. 
Sendo assim o paciente através dos insights consegue perceber as situações a 
sua volta, entendendo a situação real. Existem vários tipos de insight, entre eles o insight 
intelectivo, cognitivo, afetivo, reflexivo e pragmático. Todos eles promovem o crescimento 
mental do sujeito (ZIMERMAN, 2004).
● Ab-reação: Consiste em uma reação ao trauma vivido, ou seja, um fluxo de 
desenvolvimento emocional, liberando a afeição conectado com a lembrança 
de um evento traumático, anulando os efeitos patogênicos (MABILDE, 2015).
29UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 29UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
● Catarse: A catarse ou método catártico foi postulado por Freud após o uso 
da hipnose. Após um tempo Freud percebeu que hipnose possuía efeito 
momentâneo, ou seja, os sintomas só desapareciam enquanto o indivíduo se 
encontrava em estado hipnótico, sendo assim postulou o método catártico, que 
consistia na cura pela fala, no qual os pacientes falavam aquilo que estavam 
sentindo, de forma consciente sem alteração da consciência como na hipnose, 
tendo seus sintomas diminuídos. 
● Interpretação: A interpretação consiste na base da teoria psicanalítica, através 
dela, o terapeuta do significado ao discurso do paciente, buscando interpretar 
para que o paciente obtenha insight e compreenda de maneira consciente o que 
precisa ser entendido no processo terapêutico. A técnica deve ser utilizada com 
bastante cuidado e sabedoria por parte do analista, nem todos só conteúdos 
são passiveis de interpretação, além disso o paciente precisa estar pronto para 
receber e compreender a interpretação dada pelo paciente, necessita de um 
vínculo estabelecido, uma relação terapêutica fortificada (ZIMERMAN, 2004).
SAIBA MAIS
O conceito de inconsciente, especialmente estudado pela corrente psicanalítica e 
psicodinâmica. De fato, o inconsciente é um dos pilares básicos usados por Sigmund 
Freud para elaborar suas conhecidas teorias. Mas, embora a psicanálise possa ser um 
tanto complexa de entender, às vezes as metáforas ou comparações têm sido usadas 
com outros aspectos da realidade para facilitar a compreensão do que teoria propõe. Um 
exemplo é a metáfora do iceberg de Freud, através dela o autor explica o aparelho psíquico.
 
Para saber mais acesse: https://doi.org/10.1590/S0101-60832010000600005.
https://doi.org/10.1590/S0101-60832010000600005
30UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 30UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade conhecemos a psicologia enquanto profissão. Foi possível 
estudarmos e entendermos como surgiu a necessidade de profissionalizar esta ciência, 
bem como, o modo que este fato ocorreu em nosso país. 
Além disso, você pode conhecer as três áreas clássicas de atuação do psicólogo, 
diferenciando a particularidade de cada área no qual este profissional está inserido. 
Você também explorar uma das teorias mais estudadas e conhecidas dentro e fora 
da psicologia, a psicanálise. Ao estudar a teoria proposta por Freud, conhecemos um pouco 
de seu desenvolvimento, além de passear por seus principais conceitos. 
No próximo módulo, você continuará conhecendo sobre as teorias presentes na 
psicologia. Vamos juntos estudar um pouco sobre a análise experimental do comportamento, 
conhecendo assim sua história e os principais pensadores dessa teoria.
Como material complementar, deixo para vocês livros dinâmicos e interessantes 
para você conhecer ainda mais sobre a psicologia, além de um filme que retrata um pouco 
sobre o autor da teoria estudada aqui. 
31UNIDADE I Epistemologia e Concepções Psicológicas do Ser Humano 31UNIDADE II A Psicanalise e a Psicologia Como Ciência e Profissão 
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título. O palhaço e o psicanalista 
Autor. Christian Dunker e Cláudio Thebas
Editora. Planeta. 
Sinopse: Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, de 
psicanalista e palhaço todo mundo tem um pedaço. Christian 
Dunker e Cláudio Thebas abordam neste livro, com bom humor 
e profundidade, um tema comum para ambos os ofícios: como 
escutar os outros como escutar a si mesmo E como a escuta pode 
transformar pessoas mesclando experiências, testemunhos, casos 
e reflexões filosóficas, os autores compartilham o que aprenderam 
sobre a arte da escuta, um tema tão urgente no mundo atual, onde 
ninguém mais se escuta.
FILME/VÍDEO 
Título: Freud, Além da Alma
Ano: 1962.
Sinopse: Biografia romanceada do pai da psicanálise, Sigmund 
Freud. Os seus casos mais célebres e o envolvimento com os 
pacientes.
32
Plano de Estudo:
● Epistemologia da analise Experimental do comportamento;
● Técnicas de intervenção. 
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer as Teoria da Analise experimental; 
● Apresentar os principais conceitos dessa teoria;
● Estudar a aplicação dessa teoria dentro 
do processo psicoterapêutico;
● Conhecer as técnicas de intervenção 
desenvolvidas dentro da teoria.
UNIDADE III
Analise Experimental 
do Comportamento 
Prof. Esp. João Vitor Galbiati Zucco 
Prof. Me. Frank Duarte
33UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
INTRODUÇÃO
Olá prezados (as) alunos (as),
Dando continuidade em nossos estudos sobre as principais abordagens teóricas da 
psicologia, nesta unidade, você irá conhecer uma das principais linhas teóricas. Estudaremos 
a seguir a Análise Experimental do comportamento ou Behaviorismo. 
Para iniciarmos nossa viagem nesse universo, conheceremos a história desta 
abordagem, conhecendo os principais teóricos, passeando por seu desenvolvimento e 
estudando os principais conceitos desenvolvidos e observados pelos teóricos de referência 
Por fim, conheceremos algumas técnicas desenvolvidas dentro da análise do 
comportamento, entendo as mesmas como passiveis de serem observadas e aplicadas 
dentro do processo de autoconhecimento.
 Aproveite! 
Bons estudos!
34UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
1. EPISTEMOLOGIA DA ANALISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
Para entendermos um pouco a respeito do Behaviorismo, precisamos ir até suas 
raízes. E de acordo com Baum (2006) todas as ciências tiveram suaorigem na filosofia, e 
se separaram dela casualmente. Assim foi com a psicologia, que na segunda metade do 
século XIX passou a ser chamada de “ciência da mente” e a partir disso foram criadas duas 
correntes de pensamento: a Psicologia Comparativa e objetiva.
A primeira consistia na utilização de métodos objetivos no lugar da introspecção 
empírica, o que traria diferenças de procedimento podendo explicar resultados diferentes 
e uma maior fidedignidade quanto às relações explicitadas, como conhecemos I. P. (1908) 
desenvolveu um método para o estudo da aprendizagem e associação através da medida 
de um reflexo simples que foi transferido para novos sinais apresentados no laboratório. 
A segunda traz uma noção de continuidade da espécie, ou seja, elas se 
assemelhavam entre si e então nasceu a ideia de fazer comparações entre espécies a fim 
de conhecer melhor a nossa própria. Watson publicou um artigo, em 1913, que manifestava 
a sua insatisfação com os métodos introspectivos e a analogia. A ideia era a de evitar os 
termos relacionados a consciência e a mente, deixando a psicologia livre para estudar o 
comportamento humano. Essa ciência não usaria os termos considerados tradicionais e 
evitaria a subjetividade, estudando somente o comportamento observável objetivamente. 
35UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
Para Watson, a psicologia deveria ser definida como ciência do comportamento, 
partindo do realismo definido por Barros (1999, p. 75) que: “no contexto do realismo, um 
mecanismo compreensível significa um mecanismo real, que existe fora do sujeito, e que 
vimos a conhecer à medida que o estudamos [...] Sua existência fora do sujeito, torna-o 
objetivo”. Ou seja, o behaviorismo metodológico nos fornece somente dados sensoriais sobre o 
comportamento real, portanto, nunca conheceremos o mundo real diretamente, o acessaremos 
indiretamente através de nossos sentidos. E os behavioristas metodológicos descrevem os 
eventos comportamentais da forma mais mecânica possível e o mais próximo da fisiologia.
Baum (2006) ainda nos explica que por se basear no realismo, o behaviorismo 
metodológico considerava que o único trilho para as condições da ciência que estuda o 
comportamento seria através dos métodos objetivos, aqueles que coletassem dados 
sensoriais sobre o mundo fora do sujeito, que poderiam concordar potencialmente.
Dentro da ciência do comportamento, Baum (2006) traz à tona a questão do Livre 
Arbítrio X Determinismo, que, enquanto um dizia que a capacidade do indivíduo em fazer 
escolhas supõe de algo dentro de si mesmo, considerando a hereditariedade e o ambiente, 
mas sendo livres para escolherem suas respostas, o outro dizia que o comportamento 
é determinado unicamente pela hereditariedade e pelo ambiente. Isso trouxe algumas 
discussões, pois os behavioristas tiveram que superar a ideia de que “uma causa não-
natural leva a eventos naturais.”
Pós Watson, conhecemos B. F. Skinner (1904-1990) cujas ideias a respeito da ciência 
do comportamento são contrastadas com a visão de outros behavioristas, pois enquanto 
os outros se preocupavam com os métodos das ciências naturais, Skinner se preocupava 
com a explicação científica, rotulando a visão oposta de behaviorismo metodológico, e se 
posicionando como behaviorismo radical.
O Behaviorismo radical segundo Matos, é baseado no pragmatismo, em uma leitura 
da filosofia de informações encontradas, por meio de investigações comportamentais, que 
descreve as relações do funcionamento do comportamento e do ambiente. É possível 
observar que o behaviorista radical rejeita o metalismo, e nega o dualismo, porque acredita 
que o comportamento é função biológica do organismo vivo.
Matos segue dizendo que o behaviorismo radical propõe duas formas de dinâmicas 
entre ambiente e o comportamento, o primeiro é chamado de consequências seletivas, essas 
que acontecem após o comportamental e alteram a probabilidade de futuramente ocorrerem 
comportamentos equivalentes; o segundo tipo trata-se de contextos que dão oportunidade 
para que os comportamentos fossem afetados por consequências, acontecendo antes do 
comportamento, o que afetaria a probabilidade do mesmo.
36UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
1.1 Conceitos Básicos
Segundo Moreira e Medeiros (2007) os comportamentos produzem consequências 
e são controlados por elas e algumas consequências crescem as possibilidades de o 
comportamento retornar, estas ocorrências são denominadas de reforço. 
Ainda no que diz respeito ao reforço, temos a relação do organismo e ambiente, o 
que fará com que o organismo emita um comportamento – resposta – e produza alterações 
no ambiente. Essas alterações aumentarão a probabilidade do comportamento ocorrido, 
ocorrer novamente, formando-se então a contingência de reforço, resulta-se no “se...então”. 
Existem duas formas de viver o reforço: sendo positivo ou negativo. O positivo 
parte da ideia de que no primeiro, o reforçador é adicionado ao ambiente, e no segundo, o 
estímulo aversivo deixa de estar no ambiente. Esses comportamentos que são reforçados 
negativamente enquadram-se na ideia de comportamento de fuga e esquiva. A fuga 
acontece quando o estimulo aversivo é encontrado no ambiente e o organismo emite uma 
resposta de forma a retirá-lo do ambiente. E a esquiva acontece quando o comportamento 
cancela ou adia o surgimento do estímulo aversivo.
Partindo disso, Moreira e Medeiros (2007) nos apresentam modelos de reforçadores 
naturais e de reforçadores arbitrários. O primeiro trata-se de que a consequência 
reforçadora do comportamento é um produto direto do próprio comportamento, já a 
arbitrária parte da ideia de que a consequência reforçadora do comportamento é um 
produto indireto do próprio comportamento.
Diante desses modelos de reforçadores, Moreira e Medeiros (2007) nos alertam 
sobre um reforçamento diferencial, que é a modelagem. Ela é um procedimento que faz 
com que haja aproximações repetidas do comportamental, até o momento em que exista 
um novo resultado de comportamento. Isso acontece quando se reforçam, na qual existem 
respostas que seguem um padrão de critérios e não se reforçam respostas similares.
Mas não se pode falar de conceitos básicos da análise do comportamento sem falar 
em punição, pois ela tem o papel de diminuir a probabilidade de que determinada resposta 
ocorra, e assim como o reforço, ela pode ser tanto positiva, quanto negativa. Apresentar 
um estímulo que gere aversão, é denominado de punição positiva, enquanto a punição 
negativa remove um estímulo reforçador.
Não menos importante, a análise do comportamento traz o modelo de comportamento 
respondente e o operante, que Borges (2012) define o primeiro como uma relação coesa, 
no qual se produz, por meio do estímulo uma resposta peculiar a um organismo fisicamente 
sadio, e por isso ele se define pela relação estímulo e resposta (S-R), não se definindo por 
algum dos dois individualmente. 
37UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
Já o comportamento operante se caracteriza pela relação entre a classe de estímulo 
que é definido por um conjunto de estímulos anteriores que tem condições de evocar a 
resposta, além de fortalecê-la num classe de respostas, chamada de operante (R-Sr), ou 
seja, R é a classe de respostas SR é a classe de estímulos reforçadores, o que produz SR 
através de R. Com o tempo, o comportamento operante representa-se em determinadas 
ocorrências, ou seja, só ocorre em situações nas quais a emissão de comportamento 
respondente produz o reforçamento.
Há também o comportamento verbal que segundo Barros (2003) é constituído em 
boa parte pela complexidade do comportamento humano e nos leva a entender que o 
comportamento verbal, é o comportamento operante, que é mantido pelas consequências 
mensuradas por um sujeito ouvinte, com treinamento por sua comunidade verbal para 
operar de tal modo.
Borges (2012) nostraz ainda um conceito interessante a respeito da análise 
do comportamento, que é a psicopatologia na análise do comportamento. A análise do 
comportamento não observa nem julga a forma de comportar-se das pessoas, como 
algo problemáticas ou patológico. Apenas, os fenômenos são percebidos com causas e 
naturezas idênticas aos outros comportamentos, assim sendo, as causas motivadoras 
que desencadeiam no sujeito a procura pelo psicólogo, estão fundadas na busca pelo 
autoconhecimento ou circunstancias que a pessoa não consegue lidar ou enfrentar de 
forma solitárias, dentre eles estão os transtornos psiquiátricos.
38UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
2. TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Após conhecermos os pressupostos teóricos dessa teoria, passaremos agora a 
estudar sua aplicabilidade conhecendo algumas técnicas desenvolvidas e passíveis de 
aplicação dentro da análise do comportamento. 
2.1 Análise Funcional
Quando falamos em técnicas de intervenção, em primeiro lugar pensamos na análise 
funcional, que segundo Moreira e Medeiros (2007, p. 56) “é a busca dos determinantes 
da ocorrência do comportamento.” Considerando isso, os determinantes predispõem os 
mecanismos interacionais do organismo com o meio e que está provocando nivelamento 
distintos de comportamento pelo fato de ocorrer a seleção a partir das suas consequenciais. 
Neste sentido, todo comportamento tem funções no meio da bagagem e repertório do próprio 
comportamento do sujeito, compreendendo que a procura pelas variáveis que estão fora do 
processo, chamadas de independentes, tem finalidade de analisar o seu funcionamento.
Nas circunstâncias da terapia, o alvo do processo de análise funcional se dá no 
comportamento do sujeito podendo ser utilizado em momentos diferentes no manejo clínico, 
como na avaliação, na intervenção e na alta (DELLITI, 2001 apud MOREIRA e MEDEIROS, 
2007). Assim sendo, ao compreender um comportamento por meio da análise funcional, 
observamos a sua função não a estrutura do comportamento em si.
39UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
2.2 Modelagem
Como um projeto terapêutico, ela tem o propósito de reforçar os fatores ambientais 
sucessivos, com o foco de manter um comportamento desejável, o que dá origem ao seu 
nome, ou também conhecido como “método das aproximações sucessivas”.
A modelagem então, é o método que, por meio do reforço positivo, inaugura novo 
repertório de respostas através do processo gradual de aprender, com a proposta de alcançar 
um comportamento final. Diante disso, pode-se dizer que modelagem é criar um padrão de 
comportamento, fazendo com que esse seja seguido por aquele indivíduo que se deseja que 
se comporte de uma maneira diferente da qual é acostumada a agir em seu cotidiano.
2.3 Dessensibilização Sistemática
A Dessensibilização Sistemática (DE) reconhecida como um instrumento muito 
eficiente na suavização na extinção de reflexos condicionadores ou comportamento 
desadaptativo, amenizando o sofrer do sujeito (MOREIRA e MEDEIROS, 2007) 
generalizando o fator respondente, a DE busca fazer a divisão do processo de extinguir em 
pequenos degraus, ou seja, torna-o em formato gradual dos passos, colocando a pessoa 
gradativamente diante do estímulo que geram as respostas sempre de menos impacto até 
que alcance o estímulo condicionante original.
De acordo com Knapp e Caminha (2003) a dessensibilização sistemática refere-
se a um aglomerado de técnicas de aproximação ou exposição à eventos traumáticos, 
envolvendo algumas etapas básicas, organizadas em três, sendo: I) preparo e treinamento 
do cliente par alcançar o relaxamento físico, construindo um grau hierárquico da ansiedade, 
diante do objeto/estímulo que gera a fobia e contrariamente ao condicionamento do 
relaxamento com a resposta diante do estímulo, neste formato, iniciando com o objeto 
menos potente na geração de ansiedade até o mais alto de potência já estabelecido. 
Moreira e Medeiros (2007) apresentam suas percepções a respeito da técnica no 
manejo clínico, sendo necessário de imediato, a construção de uma escala de intensidades 
referente ao estímulo (graus diferentes do menor para o maior), afim de identificar que 
comportamentos estímulos estão relacionados ao objeto ou comportamento fóbico, que 
geram no sujeito o medo. Na sequência, prepara o cliente para um comportamento de 
respostas, contraditória a ansiedade, solicitando que pense em várias situações de 
ansiedade, na condição profunda de relaxamento (REMOR, 2000).
40UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
Outro fator de intervenção e processo terapêutico é a técnica de relaxamento, no 
qual Filho (2009 apud BORGES, 2012) conceitua como um conjunto de procedimentos 
de intervenção que pode ser usado em diversos campos da psicologia, pois ela tem 
sido efetiva no alívio da ansiedade e em uma variedade de settings. Se formos pelo 
lado histórico, o relaxamento teve origem no início do século XX, com as técnicas de 
relaxamento de Shultz e o relaxamento progressivo de Jacobson, mas já é possível 
encontrar resquícios no tratamento de doenças mentais no século VXIII quando falamos 
em hipnose e magnetismo animal. As técnicas, usadas tanto na área clínica como em 
outras áreas faz com que o paciente obtenha algumas vantagens, como a regulação do 
tônus muscular, a reintegração das partes doentes à sua imagem, entre outros. É uma 
ferramenta muito importante para o profissional da saúde pois os seus resultados são 
significativos, há um baixo custo e não há contraindicações.
2.4 Comportamento Verbal
O comportamento verbal constitui-se na sua gênese do comportamento humano, 
podendo ser compreendido e entendido por meio da análise do seu funcionamento, ou seja, 
através do tipo de análise primário em busca de conquistar a compreensão e controladoria 
do comportamento do simples e dos motores.
Pode-se conceituar o comportamento verbalizado, como forma de comportamento 
operante, já que altera o meio modificando as alterações. A diferenciação do comportamento 
de verbalização e do operante, sendo que o primeiro é operante em que as consequências 
não armazenam relações mecanizadas que são contingenciais. Assim, os resultados são 
organizados por meio do interlocutor, com o comportamento teve previa do treinamento da 
comunidade verbal. O comportamento verbal é um comportamento operante sendo mantido 
como frequência resultante do ouvinte, e em especial treinado para a finalidade do operar. 
41UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
SAIBA MAIS
A produção sobre análise comportamental aplicada com impacto internacional ainda é 
bastante escassa no Brasil. A maioria dos trabalhos aplicados tem sido desenvolvida em 
institutos privados de formação, cujo número tem também crescido no país, mas sem o 
compromisso com a divulgação/ publicação. Essa é uma lacuna que uma comunidade 
tão grande deveria investir esforços para reduzir, especialmente devido à qualidade das 
muitas intervenções realizadas. Para melhorar o cenário da contribuição de impacto 
internacional, os institutos necessitam divulgar suas atividades e os resultados obtidos e/
ou as universidades precisam assumir a tarefa de criar institutos voltados para a aplicação. 
Para saber mais acesse: https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000500013.
REFLITA
Não considere nenhuma pratica imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. 
Não aceite verdade eterna. Experimente. 
Fonte: SKINNER.
https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000500013
42UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade podemos conhecer a teoria da análise Experimental do 
comportamento. Estudamos seu surgimento, pressupostos teóricos e o caminho dessa 
teoria no desenvolvimento de seus aspectos. 
 Além disso, conhecemos os principais conceitos e técnicas dessa teoria. Algumas 
formas de entender e intervir no ser humano dentro do processo de autoconhecimento.Cada teoria dentro da psicologia tem seu modo de ver o ser humano, assim como 
já conhecemos a psicanalise no capítulo anterior. Diante disso, a analise experimental do 
comportamento oferece sua visão de ser partindo da observação do comportamento e suas 
possibilidades. 
Espero que você, a partir de todos os aspectos estudados tenha conhecido um 
pouco desse universo da análise do comportamento. Como complemento, deixo a vocês 
livros e filmes relacionados a essa teoria, que irão agregar ainda mais em seus estudos. 
43UNIDADE III Analise Experimental do Comportamento
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Princípios Básicos de Análise do Comportamento
Autor: Márcio Borges Moreira e Carlos Augusto de Medeiros.
Editora: Artmed; 2ª edição. 
Sinopse: Esta é uma obra abrangente, ricamente ilustrada e com 
uma linguagem dinâmica sobre a psicologia comportamental. Os 
autores apresentam como lidar efetivamente nos mais variados 
campos de atuação da psicologia, proporcionando ao leitor uma 
visão global do comportamento humano. Este livro enriquecerá 
o profissional das mais diversas áreas: psicologia clínica, 
organizacional, esportiva, hospitalar, jurídica, escolar.
FILME/VÍDEO 
Título: Laranja Mecânica
Ano: 1972
Sinopse: O jovem Alex passa as noites com uma gangue de amigos 
briguentos. Depois que é preso, se submete a uma técnica de 
modificação de comportamento para poder ganhar sua liberdade.
44
Plano de Estudo:
● A psicologia Jurídica: história e possíveis campus de atuação; 
● A psicologia hospitalar: o surgimento da atuação do psicólogo dentro do hospital. 
Objetivos da Aprendizagem:
● Entender a psicologia jurídica; 
● Conhecer as principais áreas de atuação; 
● Estudar a atuação do psicólogo dentro do hospital. 
UNIDADE IV
Psicologia Jurídica 
e Hospitalar
Prof. Esp. João Vitor Galbiati Zucco 
Prof. Me. Frank Duarte
45UNIDADE IV Psicologia Juridica e Hospitalar
INTRODUÇÃO
Olá prezados (as) acadêmicos (as), 
 
Chegamos ao último capítulo da nossa disciplina. Neste capítulo estudaremos 
duas áreas incríveis dentro da psicologia. Primeiramente iremos estudar a psicologia 
jurídica, como se deu o caminho desse profissional dentro desse ambiente, as principais 
características dessa atuação, bem como as possibilidades de atuação.
Posteriormente, conheceremos a atuação do psicólogo dentro do hospital. Será 
possível entender a importância do psicólogo dentro do hospital, o objetivo e as principais 
características dessa prática. 
Espero que vocês gostem e curtam todos os conteúdos e desfrutem dessas duas 
áreas incríveis de atuação do psicólogo.
Bons estudos!
46UNIDADE IV Psicologia Juridica e Hospitalar
1. A PSICOLOGIA JURÍDICA: HISTÓRIA E POSSÍVEIS CAMPUS DE ATUAÇÃO 
Analisaremos o conceito de justiça pela visão do filósofo escocês David Hume. 
Sua teoria avalia o formato de justiça como uma capacidade não própria do ser humano, 
pois é através da educação e das convenções humanas que, mesmo que artificialmente, 
mas, necessariamente, ela surge. Ele classifica esse tipo de virtude como artificiais pois 
elas “produzem prazer e aprovação mediante um artifício ou invenção resultantes das 
particularidades e necessidades da humanidade” (HUME, 1978, p. 85). A moral (que mais 
relaciona-se ao livre arbítrio que a justiça), segundo ele, seria uma virtude natural, buscando 
o caminho retórico e natural das relações apaixonantes. A justiça e o governo surgem a partir 
das convenções humanas, de acordo com a necessidade da sociedade e seu auto interesse, 
assim sendo, como caráter de virtude artificial, derivando da utilidade para o público, “...
daqui se originam-se seu mérito e seu caráter moralmente obrigatório” (HUME, 2004, p. 43).
A noção de justiça teve sempre, segundo Barbara (2012), função importante na 
sociedade. Nas civilizações pré-clássicas, seria ordem dependente e legítima conferida pelos 
deuses. É tema em todas as épocas, por diversos escritores, filósofos e afins. Suas bases 
ocidentais construíram-se na Grécia e também em Roma, com influência da vida cotidiana 
e também da religião, sendo os sacerdotes os primeiros a lhe exercerem (SANTOS, 2014).
47UNIDADE IV Psicologia Juridica e Hospitalar
1.1 Estado, Direito e Justiça
O Estado, em seu enfoque político dado pelo Império Romano, remete à ideia de 
estabilidade, firmeza. O termo, porém, é extremamente complexo para ser definido de forma 
tão simplista quanto etologia da palavra. Sua fundação é resultado da grande complexidade 
alcançada pela vida em sociedade e o conflito entre comandantes e comandados, que 
ameaça a concentração de poder em apenas um indivíduo. Consolidou-se após a crise do 
Sistema Feudal, no qual cada senhor Feudal possuía autonomia para gerir seu próprio feudo. 
Após a instalação do Estado, houve também, segundo Ferreira (2012 apud GUIMARAES et 
al. 2017), uma preocupação quanto a preservação dos direitos dos cidadãos. 
A elaboração de pressupostos materiais quanto a sua formação, buscando 
racionalizar sua atuação, deveriam embasar-se nas ideias de juridicidade, supremacia 
da constituição, direitos fundamentais, com foco na liberdade, separação dos poderes 
e garantia de uma administração local autônoma. Com advento das guerras mundiais, 
temeu-se o Estado tornando-se totalitário, podendo apresentar-se de diversas formas: 
ditaduras, fascistas ou comunistas. Inicia-se então o diálogo quanto sua construção, 
preocupando-se a construção de um Estado social de direito, que preocupar-se-ia não 
em garantir apenas segurança jurídica, mas também quanto à justiça, igualdade, garantia 
de direitos econômicos, sociais e culturais. Apesar de não possuir uma concordância 
quanto ao termo, acrescenta-se o elemento democrático, surgindo então o Estado 
Democrático de Direito, que é o modelo de organização de nosso país na atualidade. 
Para a sustentação desse modelo de Estado, é imprescindível a separação dos poderes, 
que, de forma clássica, ocorre em tripartite: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder 
Judiciário, conforme elaborado por Montesquieu (GUEDES, 2008).
Focaremos em nossa discussão exclusivamente o Poder Judiciário, que possui 
como incumbência a aplicação do direito em casos concretos, com objetivo de eliminar 
conflitos de interesse, na tentativa de mantar a ordem social. A Constituição de 1988, segundo 
Mendes (2012, apud SANTOS, 2014), delegou a esse poder autonomia institucional, bem 
como independência funcional de seus magistrados. O autor afirma ainda que, a partir da 
Ementa Constitucional nº 45, de dezembro de 2004, que altera o artigo 5º da Constituição, 
assegurando celeridade nos processos jurídicos, bem como renovação em todo o sistema, 
buscando transparência e eficiência, bem como maior segurança. Uma das mudanças 
foi a criação do CNJ – Conselho Nacional Justiça, com a função de formular a política e 
estratégia de todo o Poder Judiciário.
48UNIDADE IV Psicologia Juridica e Hospitalar
Com grande importância para o acesso à justiça por toda a sociedade, podemos 
pontuar a criação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, em 1995, principalmente em 
função da população mais pobre da população, considerando a informalidade e o fácil 
acesso a eles, a dispensabilidade de advogado, de pagamento de custas, conferindo assim, 
mais cidadania e acesso aos menos favorecidos.
1.2 Dos tipos de justiça
Sena (2007) afirma que o poder Judiciário vem assumindo cada dia mais sua função 
de efetivado do Estado Democrático de Direito e Guardião da Constituição, promovendo 
assim a preservação de princípios e valores que lhe fundamentam (questões sociais, 
trabalhistas, do comportamento cidadão, múltiplos pensamentos políticos e da dignidade 
humana). Ainda segundo a autora, a função do Poder Judiciário é “aplicar o direito com 
independência, impondo a sua observância indistinta e na busca da pacificação social” 
(SENA, 2007, p. 02), de forma imparcial.
A humanidade, segundo Cintra (2017), vivenciou

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