Nutrição em atividade fisica2

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09/05/2022 19:42 Nutrição na Atividade Física
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Autoria: Dr. Daniel Vicentini de Oliveira - Revisão técnica: Dra. Marina Yazigi Solis
NUTRIÇÃO NA ATIVIDADE FÍSICA
UNIDADE 2
- AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL E
NECESSIDADES
ENERGÉTICAS
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Introdução
Seja bem-vindo(a) à unidade Avaliação nutricional e necessidades energéticas,
da disciplina Nutrição e Atividade Física. Para uma boa e e�ciente orientação e
prescrição nutricional, é importante, primeiramente, que o praticante de exercício
físico e esporte passe por uma avaliação da composição corporal e do estado
nutricional, de modo que os pro�ssionais conheçam a base das necessidades
energéticas desse praticante. Você sabe o que compreende a avaliação da
composição corporal? E qual a diferença para a avaliação do estado nutricional?
Nesta unidade, veremos algumas das formas de avaliação da composição
corporal e do estado nutricional, assim como as necessidades energéticas
(carboidratos e lipídios) para os praticantes de exercício físico. Quais são essas
necessidades? Vamos lá. Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 46 minutos.
A avaliação da composição corporal é fundamental na avaliação nutricional.
Com o decorrer do tempo, o estudo da composição corporal permitiu que uma
maior quantidade de variáveis do corpo humano fosse mensurada. Diante disso,
surgiram avaliações diretas, indiretas e duplamente indiretas, cada uma delas
apresentando suas vantagens e desvantagens (PASCHOAL; NAVES, 2014).
A composição corporal pode ser entendida como o estudo da quantidade e da
distribuição dos diferentes componentes corpóreos. A avaliação dessa
composição pode ser utilizada tanto para populações quanto para indivíduos,
sendo essencial ao conhecimento do estado de saúde, em termos nutricionais,
de crescimento e de desenvolvimento. Além disso, a partir dessa avaliação, é
possível propor recomendações dietéticas, investigar a efetividade de
estratégias nutricionais de intervenção e acompanhar a evolução da atividade
física na alteração da composição corporal.
2.1 Avaliação da composição corporal
2.1.1 Princípios da avaliação física e da composição corporal
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Os modelos de composição corporal foram, recentemente, divididos em cinco
níveis: modelo atômico, modelo molecular, modelo celular, modelo órgão-
tecidual e modelo corpo inteiro. Conheça-os!
A avaliação da composição corporal pode ser útil para de�nir melhores
tratamentos nos casos de atraso de crescimento, transtornos
alimentares, condições neurológicas crônicas, doenças gastrointestinais,
entre outras condições patológicas. Por exemplo, em indivíduos obesos, a
avaliação da composição corporal nos trará respostas quanto à
quantidade de gordura e de massa muscular. Após um período de
intervenção nutricional, reavaliações são realizadas e os resultados são
comparados com os anteriores.
VOCÊ SABIA?
Considera que a composição de quase 100% do peso corporal é
caracterizada pela presença de elementos como oxigênio,
carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e fósforo. 
Concebe os componentes como água, lipídio, proteína,
carboidrato, minerais ósseos e extraósseos. 
1. Nível atômico 
2. Nível molecular 
3. Nível celular 
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Na teoria, a massa livre de gordura, ou peso livre de gordura é, ligeiramente,
diferente da massa magra, já que na massa magra está considerada a presença
da gordura proveniente de lipídeos essenciais (existentes na parede celular, entre
�bras musculares, e também no sistema nervoso central, no sistema nervoso
periférico, entre outros). Na prática, porém, esses dois termos são usados como
sinônimos devido à baixa representatividade da gordura essencial no peso
corporal total. 
Um grande equívoco ocorre em relação ao uso indiferenciado dos termos massa
magra  e  massa muscular. É importante distinguir que, no primeiro termo, está
incluso tudo aquilo que não é gordura, por exemplo, água, massa óssea e massa
residual. Contrariamente, o termo massa muscular corresponde, apenas, ao
tecido muscular, tendo em comum com a massa magra, unicamente, a presença
de água. Por essa razão, há a extrapolação da composição corporal levando em
consideração a presença ou ausência de água.
São inúmeros os métodos utilizados, atualmente, para a avaliação dos
componentes corporais. Eles se baseiam em diferentes tipos de modelos
corporais e se bene�ciam de princípios variados, com o objetivo de caracterizar
Trata das células, do �uido extracelular e dos sólidos
extracelulares como componentes.
Representa a soma dos tecidos muscular, conectivo, epitelial e
nervoso.
Observa a composição se baseando na cabeça, no tronco e nos
membros (superiores e inferiores). 
4. Nível órgão-tecidual 
5. Nível corpo inteiro 
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a composição corporal como um todo ou de maneira especí�ca. Tais métodos
foram desenvolvidos e validados para uso em diferentes populações e com
inúmeras �nalidades.
No contexto dos estudos nutricionais, sabemos que o
organismo humano é composto por diversas células, assim
como tecidos e órgãos que, juntos, formam os sistemas
orgânicos, como o esquelético, o nervoso, o muscular etc. Além
disso, o conhecimento sobre a composição do corpo humano é
importante para diversas áreas da saúde.
 
Considerando essas informações e o conteúdo estudado sobre
a composição corporal, analise as a�rmativas a seguir.
 
I.  Na massa magra estão inclusos água, massa óssea e massa
residual, apenas.
II. Na massa óssea estão inclusos osso e massa residual.
III. Na massa muscular estão inclusos músculos e água.
IV. A água está presente em todos os componentes da
composição corporal.
 
 
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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Cada método apresenta suas vantagens e desvantagens devido às
características técnicas e informações que fornece, podendo, assim, ser
indicado ou não, dependendo de diversas situações especí�cas, como o estágio
da vida, de saúde, a acessibilidade, entre outros. Portanto, o método mais
adequado na avaliação quantitativa e distributiva dos compartimentos corporais
pode variar conforme a sua segurança, velocidade, simplicidade, custo, precisão
e reprodutibilidade, dependendo, inclusive, se a avaliação é destinada a
indivíduos ou populações (PASCHOAL; NAVES, 2014).
É possível classi�car os métodos de avaliação da composição corporal em
direto, indiretos e duplamente indiretos. Acompanhe!
Está correto o que se a�rma em:
a) I, III e IV.
b) III e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
e) II e III.
VERIFICAR
O único método direto corresponde à dissecação
física de cadáveres, em que ocorre a
manipulação dos componentes de forma
individualizada. 
Indiret
o 
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A pesagem hidrostática é um método de avaliação da composição corporal que
se baseia no princípio de Arquimedes em que, a partir da imersão de um
indivíduo em uma piscina ou tanque de água, é possível conhecer a sua
densidade corporal, pois o volume de água deslocada, quando o indivíduo está
imerso, representa o volume corporaldele (PASCHOAL; NAVES, 2014). Com a
determinação do volume e o conhecimento prévio da massa (peso corporal fora
da água), pode-se calcular a densidade corporal do sujeito. Embora seja um
método de referência, existem limitações relativas à falta de praticidade e difícil
aplicabilidade, além da necessidade de treinamento e cooperação por parte do
indivíduo, motivos que contribuem com a impossibilidade de sua utilização
rotineira na prática clínica. Por isso, a pesagem hidrostática é utilizada,
prioritariamente, em estudos cientí�cos. 
O método de aferição da composição corporal por  ultrassom  utiliza ondas de
som de alta frequência para avaliar a espessura de diferentes tecidos que
apresentam densidades diferentes. Quando os tecidos se encontram (tecido
adiposo e tecido muscular), há a produção de um som, re�etindo e se
transformando em sinal elétrico. No vídeo, acoplado ao aparelho, esse re�exo vai
perdendo a intensidade de acordo com a profundidade dos diferentes tecidos
(PASCHOAL; NAVES, 2014).
O equipamento utilizado, no caso da composição corporal, é o mesmo usado
para o diagnóstico de patologias especí�cas, detecção e acompanhamento de
gestação. Todavia, geralmente, é manuseado um aparelho de ultrassom portátil,
cuja metodologia avalia, basicamente, a extensão da gordura subcutânea e do
São métodos validados a partir do uso do
método direto e têm como objetivo a
extrapolação dos componentes principais do
peso corporal (pesagem hidrostática, ultrassom,
ressonância magnética, tomogra�a
computadorizada, DEXA e bioimpedância
elétrica). 
São aqueles validados a partir de métodos
indiretos, como é o caso de equações preditivas
que utilizam a antropometria e a bioimpedância. 
Indiret
os 
Dupla
mente
indiret
os 
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tecido muscular, por isso, é bastante associada à medida das dobras cutâneas,
por se tratar de uma análise mais localizada. Como vantagens, há o fato de não
ser um procedimento invasivo e não radioativo. Como limitações, pode-se citar o
custo e o treinamento dos operadores, além de não ser um método amplamente
validado e reconhecido (PASCHOAL; NAVES, 2014).
Figura 1 - Ultrassom
Fonte: SofikoS, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há uma pro�ssional de saúde usando jaleco branco,
sentada em um banco. Ela está de frente para um equipamento de ultrassom.
A  ressonância magnética  e a  tomogra�a computadorizada  são dois métodos
semelhantes e comumente utilizados para diagnósticos médicos, mas que
também apresentam aplicabilidade no que diz respeito à avaliação da
composição corporal. Nesse sentido, os métodos servem para avaliar a
quantidade e distribuição de tecido adiposo (subcutâneo ou intra-abdominal)
presente no corpo. Eles podem realizar análises tridimensionais do corpo inteiro
ou de segmentos e utilizam-se de equações matemáticas programadas no
sistema, porém, apesar da grande semelhança, diferenciam-se pela forma de
captação das imagens (PASCHOAL; NAVES, 2014).
Acerca das vantagens dos métodos, a ressonância magnética ganha destaque
em relação à tomogra�a computadorizada devido à ausência de radiação
ionizante, podendo ser utilizada em crianças e mulheres em idade fértil, bem
como no caso da necessidade de medidas repetidas. Os limites de ambos os
métodos estão relacionados ao alto custo dos exames e à disponibilidade
limitada dos equipamentos.
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A  absorciometria de Raios-X de dupla energia (DEXA)  foi, inicialmente,
empregada apenas para a determinação da densidade mineral óssea do corpo
humano, diagnosticando casos de osteopenia e osteoporose. Posteriormente,
foi reconhecida como um método capaz de determinar a quantidade e
distribuição de tecidos moles, massa adiposa e massa livre de gordura ou
massa magra. O princípio utilizado é o de que um tecido biológico se opõe a um
feixe de radiação, de acordo com a espessura, densidade e composição química
dele mesmo.
Figura 2 - DEXA
Fonte: LStockStudio, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há um homem deitado em um equipamento DEXA. Ao
seu lado, em pé, está um pro�ssional da saúde utilizando jaleco branco.
O método de DEXA para o estudo da massa adiposa e dos tecidos moles, em
geral, tem como base o princípio de que esses tecidos determinam uma
atenuação constante na emissão de duas radiações de energia. Assim, é
baseado no modelo de três compartimentos, permitindo uma avaliação mais
precisa da composição corporal. Por essa razão, tem grande potencial de se
tornar um padrão de referência, e seu uso vem sendo amplamente empregado.
Como vantagens, a DEXA é de fácil utilização e possui um tempo de análise
relativamente curto, quando comparada a outros equipamentos. Um ponto forte
também são os baixos níveis de radiação emitidos pelo equipamento. Contudo,
o custo do exame ainda não é muito acessível, mas a disponibilidade do
equipamento tem aumentado consideravelmente, além de os estados alterados
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de hidratação poderem afetar as medidas apuradas. Outra limitação é relativa ao
tamanho da maca e à largura do escâner, que di�cultam a avaliação de obesos
ou indivíduos muito altos (PASCHOAL; NAVES, 2014).
A bioimpedância elétrica possui o princípio da condutividade elétrica, em que os
diferentes tecidos corporais oferecem oposições variadas à passagem da
corrente elétrica que �ui pelo corpo por meio da movimentação dos íons. Seu
funcionamento ocorre a partir da passagem de uma corrente elétrica pelo corpo,
pois ela possui pequena intensidade, baixa amplitude e alta frequência, por
causa de quatro elétrons: dois emissores e dois detectores de corrente
(TIRAPEGUI, 2012).
Um excelente exemplo de utilização da DEXA é nos praticantes de
exercício físico ou esporte do sexo feminino e com idade mais avançada.
Sabe-se que, após a menopausa, os níveis de alguns hormônios
relacionados à manutenção da massa óssea caem (como estrógeno),
aumentando o risco de desenvolvimento de osteopenia e,
consequentemente, osteoporose, mesmo na mulher que pratica exercício.
ESTUDO DE CASO
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Figura 3 - Bioimpedância elétrica
Fonte: Bolbik, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer:  na imagem, são mostradas as pernas de uma mulher. Ela está
deitada sobre uma maca. Nas suas pernas estão conectados eletrodos de
bioimpedância.
A oposição a essa corrente elétrica é conhecida como impedância, sendo
composta por duas variáveis (vetores): a resistência e reatância. O
posicionamento dos elétrons emissores deve ser feito distalmente na superfície
dorsal da mão e do pé, na direção do terceiro metacarpo e do terceiro metatarso,
respectivamente. Já os elétrons receptores são colocados próximos, um no
pulso e outro na região dorsal da articulação da tíbio-társica (TIRAPEGUI, 2012).
A resistência corporal, ou resistência condutiva, é a capacidade da massa
corporal intra e extracelular de se opor à passagem de corrente elétrica, sendo
inversamente proporcional à quantidade de �uidos corporais, ou seja, quanto
maior a quantidade de �uidos, menor é o valor da resistência. Assim, quanto
maior a quantidade de massa adiposa, maior será o valor da resistência, já que a
gordura, bem como o osso, a pele e os pulmões, não são bons condutores de
corrente elétrica. A reatância corporal ou resistência à capacitância é, por outro
lado, a capacidade do corpo de se comportar como um condutor reativo e,
portanto, opor-se à passagem de corrente elétrica devido à capacitância das
membranas celulares.A reatância re�ete, assim, a permeabilidade das
membranas celulares.
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A partir desse método duplamente indireto, a utilização de equações
matemáticas é necessária a �m de se estimar a quantidade de componentes
corporais, como:
Existem diferentes tipos de dispositivos de impedância, os mais comuns são os
chamados monofrequenciais, pois fornecem corrente alternada a uma
frequência constante de 50 kHz. Atualmente, também são usados medidores de
impedância que trabalham em múltiplas frequências, chamados
multifrequências. A partir desses últimos, é possível determinar a chamada
frequência característica, que é introduzida em fórmulas mais complexas do que
a fórmula fundamental, permitindo a determinação de valores mais precisos de
hidratação corporal (isto é, água total, intra e extracelular) e, consequentemente,
de massa magra.
As grandes vantagens do método são a segurança, a rapidez, a facilidade de
utilização, a possibilidade de transporte, a boa reprodutibilidade e o custo. Como
limitações, há in�uência do estado de hidratação, da temperatura do ambiente,
da temperatura do corpo, do ciclo menstrual e do posicionamento dos eletrodos,
bem como a ausência de avaliação do tecido ósseo. Por isso, a interpretação
dos resultados da bioimpedância, que ocorre a partir da decomposição das
variáveis resistência e reatância aliadas às informações como sexo, etnia e
idade, deve ser realizada com atenção e prudência.
Medidas antropométricas podem ser utilizadas para avaliar a composição
corporal de indivíduos e coletividades. As principais medidas efetuadas com
esse intuito são as dobras cutâneas e as circunferências. É um método
considerado duplamente indireto e que se utiliza de equações matemáticas
a água corporal total;
a água intracelular;
a água extracelular;
a massa magra;
a massa celular metabolicamente ativa;
a massa adiposa.
2.1.2 Antropometria
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preditivas para estimar a quantidade e distribuição local de gordura, bem como
para avaliar a massa muscular e as perdas de substâncias vitais, nos casos de
desnutrição.
Figura 4 - Adipômetro
Fonte: Jeniffer Fontan, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, é apresentada uma mão segurando um adipômetro,
nas cores cor cinza e preto.
As  dobras cutâneas  são medidas a partir de um instrumento chamado
adipômetro, ou plicômetro. Esse instrumento veri�ca a espessura da gordura
subcutânea de locais especí�cos do corpo. Dessa forma, no método, é admitida
a existência de uma associação entre quantidade de gordura subcutânea e
quantidade de gordura corporal total, de acordo com características relativas à
faixa etária, ao sexo e ao grupo populacional (PASCHOAL; NAVES, 2014).
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Os quatro locais mais utilizados, em razão da boa correspondência à estimativa
da gordura corporal total, são as dobras cutâneas: tricipital, bicipital,
subescapular (�gura seguinte) e suprailíaca, mas há também abdominal, peitoral,
coxa e panturrilha.
Figura 5 - Avaliação da dobra cutânea subescapular
Fonte: Microgen, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, é apresentada a parte das costas de uma mulher. Ela
está utilizando uma blusa regata rosa. Atrás dela, aparece parte do corpo de um
homem avaliando, com um adipômetro, a dobra cutânea subescapular dessa
mulher.
Caro(a) estudante, assista ao vídeo “Avaliação Antropométrica –
Protocolo Demarcação de Pontos Antropométricos” e entenda mais sobre
o protocolo de demarcação dos pontos antropométricos. 
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=iGQqEFTvKiE&t=3s)
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=iGQqEFTvKiE&t=3s
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Posteriormente, as medidas apuradas devem ser aplicadas em equações para a
estimativa da densidade corporal, a partir do sexo e da idade. Após o
estabelecimento da densidade corporal, deve-se aplicar tal variável em equações
preditivas de percentual da gordura corporal.
É importante salientar que essa quanti�cação se torna variável entre gêneros e
idade. Por isso, cabe ao pro�ssional escolher qual fórmula matemática será
utilizada, visto que existem inúmeras fórmulas diferentes, de acordo com quais
serão as regiões anatômicas avaliadas.
Inicialmente, é preciso estimar a densidade corporal, geralmente, por meio da
equação de Siri. De posse da densidade corporal, as equações mais utilizadas
para estimar o percentual de gordura corporal total, em adultos, são as equações
de Durnin e Womersly, sendo também aplicadas as de Jackson e Pollock. Em
crianças e adolescentes, as mais empregadas são equações de Slaughter, que
utilizam apenas duas dobras cutâneas, as dobras tricipital e subescapular. Tal
equação leva em consideração o importante impacto da puberdade nessa fase
da vida e a sua relação com a distribuição de gordura corporal.
Os processos de avaliação da composição corporal, tanto pelo
pro�ssional de educação física quanto pelo nutricionista, são
importantes para que ambos os pro�ssionais possam orientar
melhor a intervenção a ser feita futuramente, seja por meio da
dieta (nutricionista), seja por meio do exercício físico (educação
física).
 
 
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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Para que a estimativa do percentual de gordura corporal seja mais precisa, é
aconselhável que a equação escolhida para utilização, entre as tantas
disponíveis, tenha sido previamente validada no grupo populacional de interesse,
respeitando, ainda, questões como sexo, idade e etnia (TIRAPEGUI, 2012).
Considerando o exposto e o conteúdo estudado sobre a
avaliação da composição corporal, podemos a�rmar que as
dobras cutâneas são medidas:
a) pelo adipômetro.
b) pelo frequencímetro.
c) pela �ta métrica.
d) pela �ta antropométrica.
e) pelo dinamômetro.
VERIFICAR
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As vantagens da utilização do método antropométrico das dobras cutâneas para
estimativa do percentual da gordura corporal são, principalmente, o baixo custo
e a facilidade de transporte do instrumento medidor. Essas características
permitem a ampla utilização do método, tanto na prática clínica quanto em
estudos populacionais. As limitações estão ligadas à necessidade de
treinamento intensivo, por parte do avaliador, à di�culdade e falta de precisão da
medição de indivíduos obesos, bem como condições relativas à hidratação do
indivíduo. Além disso, são feitas críticas com relação às equações preditivas, já
que na utilização delas se assume uma constância equivocada das proporções e
densidades dos compartimentos corporais (TIRAPEGUI, 2012). 
Com relação às circunferências, as mais utilizadas são a circunferência do braço
e a da panturrilha. Para a avaliação da composição corporal, por intermédio da
utilização da circunferência do braço, algumas passagens importantes são
usadas para veri�car não apenas a massa adiposa ou massa magra, e sim a
massa muscular em si. Essa medida antropométrica é, portanto, capaz de
O pro�ssional de educação física pode realizar
as avaliações de composição corporal dos seus
alunos, seja daqueles praticantes de exercício
físico para saúde e/ou para o desempenho,
como os atletas. Juntamente com o pro�ssional
da nutrição,pode estabelecer os objetivos do
trabalho interdisciplinar para esses alunos.
Lembre-se de atuar cada um em sua área.
Pensando nisso, pesquise quais são as dobras
cutâneas que podem ser avaliadas. 
VAMOS PRATICAR?
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indicar o estado nutricional e de saúde do indivíduo, de acordo com a a�rmação
das reservas de massa adiposa e massa muscular (MCARDLE; KATCH; KATCH,
2011a).
Geralmente, a referida circunferência é utilizada juntamente à dobra cutânea
tricipital para estimar a área muscular e a área de gordura do braço,
indiretamente. A área muscular do braço (corrigida) determina a reserva de
tecido muscular, corrigindo a área óssea. É encontrada por meio de fórmulas
especí�cas para cada sexo.
Homem:
Mulher:
Já a área de gordura do braço identi�ca a reserva adiposa e aponta o excesso,
ou não, de gordura corporal.
Essas medidas são práticas e de fácil mensuração, por isso, são úteis na
avaliação da composição corporal do indivíduo, em um primeiro momento, como
uma triagem, ou no acompanhamento em longo prazo.
Outras circunferências, como a da cintura, abdome, do quadril e do pescoço,
auxiliam na avaliação da composição corporal no que diz respeito à distribuição
da gordura corporal, já que se relacionam com a concentração de gordura na
região abdominal (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011a). Lembre-se que
a  circunferência de cintura  é feita com a �ta abaixo da última costela, já
a circunferência de abdome é feita com a �ta em cima da cicatriz umbilical.
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Figura 6 - Avaliação da circunferência do abdome
Fonte: Ariadna Cortes, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há uma pro�ssional da saúde utilizando jaleco branco,
em pé, avaliando a circunferência abdominal de um homem obeso. Ele está com
uma camiseta cinza.
Com isso, as medidas de circunferência podem ser utilizadas em populações,
pois são as mais acessíveis, além de outras medidas antropométricas,
como peso e altura (das quais falaremos mais à frente).
De acordo com estudos cientí�cos, baseados na avaliação da composição
corporal, os valores de referência para massa magra e massa adiposa têm sido
estimados com o propósito de possibilitar a classi�cação do per�l nutricional de
indivíduos e populações.
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A avaliação da composição corporal, que vimos anteriormente, tem relevância
signi�cativa no momento da necessidade do diagnóstico sobre o estado
nutricional de indivíduos ou coletividades, além da recomendação dietoterápica
especí�ca.
Os valores de referência, também chamados valores de normalidade ou pontos
de corte, devem ser cada vez mais desenvolvidos e propostos para grupos
populacionais especí�cos, diminuindo, assim, os erros na estimativa e evitando
determinações equivocadas do estado nutricional do indivíduo. Com indivíduos
singulares são apresentadas quantidades e densidades diferentes em relação a
compartimentos corporais.
O próprio Índice de Massa Corporal (IMC), por si só, já vem sendo criticado por
não re�etir, de modo preciso, o risco nutricional associado à presença de
gordura corporal total. Lembre-se de que o IMC é calculado dividindo o peso
corporal (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado.
Figura 7 - Fórmula do IMC
Fonte: Vitalii Vodolazskyi, Shutterstock, 2021.
2.2 Avaliação do estado nutricional
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#PraCegoVer: na imagem, há um caderno com folha amarela em cima de uma
mesa, e nele está escrita a fórmula do IMC. Ao seu redor, há uma maçã-verde,
uma �ta métrica rosa e óculos de grau.
Diversos indivíduos apresentam um IMC dentro dos valores adequados, porém,
possuem elevado percentual de gordura corporal, o que leva a um risco de
desenvolverem doenças crônicas associadas. Esses indivíduos, também
considerados “falsos magros”, geralmente, não estão cientes dos riscos que
sofrem, já que seu estereótipo é o de uma pessoa saudável.
Portanto, para classi�car o estado nutricional de um indivíduo, o pro�ssional da
saúde deve pesar todas as variáveis relacionadas a possíveis erros e,
principalmente, descartar a probabilidade de não haver subestimação do risco à
saúde. Veja na �gura a seguir a classi�cação do IMC, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), para homens e mulheres (MCARDLE; KATCH; KATCH,
2011a).
Associação do índice de massa corporal com a aptidão funcional de
idosas participantes de um programa de atividade física
Autor: Vagetti, G. C. et al.
Ano: 2017.
Comentário: Quer saber mais sobre IMC e aptidão física de idosos? Leia o
artigo “Associação do índice de massa corporal com a aptidão funcional
de idosas participantes de um programa de atividade física” e veja a
aplicação dessas variáveis de composição corporal em pessoas idosas.
Acesse (https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-
98232017000200214&script=sci_arttext&tlng=pt)
VOCÊ QUER LER?
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-98232017000200214&script=sci_arttext&tlng=pt
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Figura 8 - Classificação do IMC
Fonte: MicroOne, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer: na imagem, há um esquema que mostra a classi�cação do IMC
em desenhos de pessoas nas cores azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.
Quanto à porcentagem de gordura corporal, normalmente, em âmbito
internacional, são aceitos valores de 10 a 25%, em indivíduos do sexo masculino,
e de 20 a 30%, em indivíduos do sexo feminino para classi�car a normalidade da
gordura corporal em adultos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011b).
Existem também tabelas com valores de normalidade propostos para a gordura
corporal que não se baseiam, necessariamente, em equações que envolvam a
densidade corporal, e sim a soma direta das quatro dobras cutâneas mais
difundidas.
Quanto à distribuição da gordura corporal avaliada pelo método antropométrico,
que é capaz de veri�car o risco de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares com base na presença de gordura visceral (intra-abdominal), o
ponto de corte para a circunferência de cintura corresponde a 80 cm para
mulheres e 94 cm para homens (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011b).
Já os pontos de corte da relação cintura/quadril não deve superar 1 para os
homens e 0,85 para as mulheres. Por sua vez, os valores de circunferência do
pescoço devem estar abaixo de 37 cm em homens e abaixo de 34 cm em
mulheres (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011b).
Com relação à massa magra, assim como para a massa adiposa, os valores de
referência vão variar conforme a metodologia de medição empregada. No geral,
baseando-se em modelos bicompartimentais, a massa magra é calculada pela
diferença entre o peso corporal total e o peso proveniente da massa adiposa. Na
sequência, é realizada uma regra de três para determinar qual percentual do
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peso total representa a massa magra em quilos. Indivíduos que apresentem um
elevado percentual de massa adiposa, consequentemente, apresentarão um
baixo percentual de massa magra e vice-versa.
A avaliação das áreas do braço apresenta valores de referência diferenciados,
que fazem relação com o estado de nutrição do indivíduo, pois demonstram a
preservação ou perda dos depósitos de tecido adiposo e muscular, em situações
de enfermidade relevantes, de fato,na análise dos valores de referência para o
componente corporal livre de gordura.
Os valores da área muscular do braço corrigida e da área de gordura do braço
podem ser confrontados com valores especí�cos para sexo e idade e
interpretados segundo a tabela seguinte.
Tabela 1 - Valores de massa muscular e de tecido adiposo
Fonte: Elaborada pelo autor baseada em PASCHOAL; NAVES (2014).
#PraCegoVer: na tabela, são apresentados os valores de referência de massa
muscular e de tecido adiposo.
Passemos agora ao estudo do recordatório alimentar de 24 horas e do diário
nutricional.
O recordatório alimentar de 24 horas tem o objetivo de auxiliar na obtenção de
informações verbais do paciente em relação a sua ingestão alimentar do último
dia, mais precisamente das últimas 24 horas anteriores à avaliação. Nesse
“documento”, devem ser anotadas informações sobre os alimentos e bebidas
consumidos atualmente, inclusive a forma de preparo, informações sobre
tamanho e peso das porções.
Existem algumas vantagens da utilização desse instrumento:
2.2.1 Recordatório alimentar de 24 horas
é barato;
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Esse método avalia a dieta atual e estima valores absolutos ou relativos da
ingestão de energia e nutrientes amplamente distribuídos no total de alimentos
oferecidos ao indivíduo (TIRAPEGUI, 2012).
Já o diário alimentar é uma estratégia e�caz que visa identi�car os hábitos
alimentares do paciente e, dessa forma, veri�car o que deve ser mantido ou o
que pode ser melhorado para que se obtenha uma vida mais saudável e,
referente à atividade física, que possa contribuir para que a pessoa atinja seus
objetivos. É importante que a pessoa faça o registro de todas as refeições
realizadas, incluindo a hora em que comeu, o alimento consumido e a
quantidade.
Além de ser interessante para que o pro�ssional e o paciente tenham mais
controle na alimentação do dia a dia, o diário alimentar pode também ser
recomendado pelo nutricionista antes de indicar um plano alimentar para perda
de peso, ganho de peso, reeducação alimentar etc., e, assim, poder traçar
estratégias para atingir o objetivo, sem a existência de de�ciências nutricionais.
de rápida e fácil aplicação;
permite ser aplicado em pessoas não alfabetizadas e que
pouco alteram o comportamento alimentar.
2.2.2 Diário nutricional
A energia de que o organismo necessita para manter as atividades orgânicas em
repouso e durante o exercício é obtida por meio dos macronutrientes, que são
representados pelos carboidratos, pelas proteínas e pelos lipídios. Você se
recorda disso?
Especi�camente na prática esportiva, os principais compostos nutricionais
utilizados como substrato energético são os carboidratos, sob a forma de
glicogênio e os lipídios, na forma de ácidos graxos, sendo que a intensidade do
exercício é um dos principais fatores que de�ne qual desses substratos será a
2.3 Necessidades energéticas
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fonte preferencial de energia. Por isso, acompanhe agora os estudos sobre as
necessidades energéticas durante a prática de exercício físico e esporte
(TIRAPEGUI, 2012).
Qualquer exercício físico exige contração muscular para gerar movimento, em
maior ou menor escala e, para que os músculos possam se contrair, torna-se
necessário um dispêndio de energia. A base �siológica e nutricional aplicada ao
exercício físico é exatamente a mesma, tanto para atletas quanto para os
praticantes de exercício, sendo que a intensidade e a duração da atividade é que
farão a diferença e determinarão os cuidados especí�cos (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2011b). Assim, percebe-se que a contração muscular é que inicia o
processo de solicitação de energia aos músculos e, a partir das reservas
corporais, essa energia é liberada por meio de processos oxidativos dos
macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas) para gerar ATP.
A atividade esportiva, seja com o objetivo de promoção e manutenção do estado
de saúde, seja com o de alto rendimento, promove aumento no gasto energético,
que será diretamente proporcional à frequência, duração e intensidade da
atividade realizada. Dessa maneira, caso o consumo energético não seja
pertinente a tal demanda, ocorrerá um desequilíbrio energético, com
consequente alteração no peso e na composição corporal, podendo provocar
comprometimento da performance esportiva e da condição de saúde.
A energia proveniente dos alimentos é metabolizada e armazenada sob a forma
de substratos para poder ser utilizada quando necessário. Por meio da
alimentação diária, devem ser oferecidos ao organismo quantidades e tipos de
nutrientes capazes de suprir as demandas de energia e reposição de seus
estoques de glicogênio, otimizando a recuperação muscular, a construção e a
reparação de tecidos, bem como a manutenção da competência imunológica,
assim como o equilíbrio do sistema endócrino e a melhora do desempenho
desportivo (TIRAPEGUI, 2012).
Nesse contexto, os carboidratos representam a principal fonte de energia
contínua para os músculos, tanto para manter as atividades do dia a dia quanto
para realizar o exercício físico. A quantidade de energia fornecida em cada
grama de carboidrato é 4 kcal, que é prontamente disponibilizada para todas as
células do corpo ou armazenada sob a forma de glicogênio no fígado e nos
músculos. O carboidrato será responsável por maximizar seus estoques antes
do exercício, fornecer energia durante e também terá um papel fundamental no
período de recuperação depois do exercício (TIRAPEGUI, 2012).
2.3.1 Necessidades energéticas em praticantes de exercício
físico
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Um adequado aporte de carboidrato na alimentação melhora o desempenho
durante o exercício, ao passo que uma ingestão inadequada desse nutriente
pode resultar em cansaço e fadiga, com consequente queda no desempenho
esportivo. Isso porque os estoques desse nutriente no nosso organismo são
bastante limitados, ao contrário dos estoques de gordura, por exemplo.
A alimentação de um praticante de atividade física precisa ser composta, em
sua maior parte, por alimentos fonte de carboidratos, devendo corresponder até
65% do total de calorias fornecidas pela alimentação diária (média de 60%)
(TIRAPEGUI, 2012). Em geral, para aqueles indivíduos que treinam de três a
quatro vezes por semana, durante 30 a 60 minutos, suas necessidades de
carboidratos são atendidas consumindo, em média, de 3 a 5 gramas/kg
peso/dia. Já para aqueles programas mais intensos de treinamento, que
compreendem de cinco a seis vezes por semana, com duração de duas a três
horas por sessão, as demandas podem ser atingidas com um consumo entre 5 a
8 gramas/kg peso/dia, sendo que, frequentemente, faz-se necessário o uso de
suplementos especí�cos para contemplar tais demandas (TIRAPEGUI, 2012).
Para exempli�car, um homem de 95 kg que pratica musculação seis vezes por
semana, com sessões de 1h30min, precisaria consumir de 3 a 5g/kg/dia de
carboidratos ao dia, o que daria um total de 294 a 475g de carboidratos. Isso é
equivalente ao consumo de 8 a 12 pratos rasos de macarrão (na prática,
percebe-se que é um tanto difícil realizar tal consumo, assim, os suplementos
favoreceriam o suprimento das necessidades).
Depois dos carboidratos, os lipídios são o principal substrato energético durante
o exercício, sendo que sua utilização é mais acentuada durante as atividades
prolongadas e de baixa ou moderada intensidade. Em tais atividades, depois que
se esgotarem os estoques de glicogênio, até 90% da energia poderá ser
proveniente das gorduras. Em geral, cerca de metade da energia usada pelo
corpo em repouso e durante atividades leves é provenientedos ácidos graxos
(TIRAPEGUI, 2012). Entretanto, os lipídios são mobilizados (oxidados) para a
liberação de energia quando a oferta de glicose está bem reduzida ou sequer
existe. Lembre-se: uma molécula lipídica fornece o dobro da quantidade de
calorias em relação ao que oferece uma molécula glicídica (carboidrato).
As reservas energéticas de gordura são bem mais abundantes quando
comparadas às reservas dos carboidratos. Portanto, de maneira teórica, é mais
vantajoso contar com os lipídios do que com os carboidratos para o
fornecimento de energia. Porém, mesmo que os lipídios sejam utilizados de
forma permanente, sua oxidação é um processo dispendioso para a maioria dos
praticantes esportivos, sobretudo quando o esforço acontece em ritmo
acelerado, fazendo com que os carboidratos sejam a primeira opção de uso.
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Nesse contexto, você pode compreender que um alto consumo de lipídios pelo
corpo em exercício é fruto do treinamento, principalmente porque o treino de
resistência intensi�ca a e�ciência em queimar gordura, sobretudo pelo aumento
no número e no tamanho das mitocôndrias. Assim, quanto mais treinado estiver
o praticante, maior será a sua capacidade em usar gordura como substrato
energético, poupando os carboidratos (TIRAPEGUI, 2012).
Uma alimentação com quantidades excessivas de lipídios não é favorável para a
maioria dos indivíduos, pois pode causar sobrepeso e obesidade, assim como
favorecer o aparecimento de todas as comorbidades relacionadas a essas
condições. Conheça algumas!
Na prática esportiva, isso não é diferente. O consumo excessivo de lipídios é
desaconselhável e deve ser individualizado conforme o nível de treinamento e os
objetivos estabelecidos para a composição corporal. Em geral, as
recomendações para os praticantes de atividade física e esportes devem ser as
mesmas utilizadas para a população sedentária. O percentual de lipídios em
relação ao valor energético total diário (VET) deve corresponder a cerca de 20 a
30%, quantidade considerada su�ciente para proporcionar ácidos graxos e
triglicerídeos para a obtenção de energia durante o exercício físico (TIRAPEGUI,
2012).
Hipertensão arterial.
Diabetes mellitus.
Hiperlipidemias.
Doenças cardiovasculares.
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Vale ressaltar que o tipo de gordura também deve ser levado em consideração –
o recomendado é evitar as fontes alimentares de gorduras saturadas e colesterol
e priorizar o consumo de alimentos fonte de gorduras insaturadas, como aqueles
de origem vegetal (soja, óleo de soja, amêndoas, castanhas em geral, abacate,
chia etc.). 
A orientação é que se deve atentar para o tipo de lipídio a ser consumido,
mantendo um percentual considerado “normal” de lipídios em relação ao valor
calórico total da dieta diária, que �ca entre 20 e 30% e cerca de 1 g de lipídio/kg
de peso corporal. Tais recomendações de consumo são as mesmas para a
população em geral, pois não há recomendação diferenciada ou especí�ca para
os praticantes de atividade física.
Concluímos esta unidade, em que foi possível estudar sobre a avaliação da
composição corporal e do estado nutricional dos praticantes de exercício físico
e esporte. Você ainda pode estudar sobre as necessidades energéticas oriundas
dos carboidratos e lipídios.
CONCLUSÃO
A prática de atividade física com o objetivo de
reduzir os depósitos de gordura corporal deve
ser acompanhada de uma dieta com baixa
ingestão de lipídios, pois, assim, os resultados
são obtidos mais rapidamente. Algumas
modalidades esportivas adotam dietas restritas
em gorduras. Pesquise quais são essas
modalidades. 
VAMOS PRATICAR?
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
avaliar o estado nutricional de indivíduos/grupos, em
diferentes modalidades esportivas;
comparar os diferentes métodos de avaliação nutricional;
compreender as necessidades energéticas para os
praticantes de exercício físico e esporte;
elaborar o diagnóstico nutricional, bem como o
planejamento dietético/dietoterápico, adequado à
modalidade esportiva.
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CLARK, N. Guia de nutrição desportiva: alimentação para uma vida ativa.
5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
KRAEMER, W. J.; FLECK, S. J.; DESCHENES, M. R. Fisiologia do exercício:
teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Nutrição para o esporte e o
exercício. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011a.
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício:
nutrição, energia e desempenho humano. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011b.
Referências
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NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 5. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2011.
PASCHOAL, V.; NAVES, A. Tratado de nutrição esportiva funcional. São
Paulo: Roca, 2014.
TIRAPEGUI, J. Nutrição, metabolismo e suplementação na atividade
física. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2012. 
VAGETTI, G. C. et al. Associação do índice de massa corporal com a
aptidão funcional de idosos participantes de um programa de atividade
física. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 20,
n. 2, mar.-abr. 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbgg/a/cFXmLDM3XnNtbxgL3DBFgfj/?lang=pt.
Acesso em: 8 jun. 2021.