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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UEVA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO CIVIL IV PROFA°: OSVANIA PINTO, Ma. EQUIPE 3: DIKSOM DA SILVA SOUSA GILMAR MARQUES DE ARAUJO SEVERIANO LUCAS KENNAN PARENTE DO NASCIMENTO LYGIA SILVEIRA LIMA ROCHA MARIA VALCILANIA FONTENELE LIMA; E RUAN SILVA RABELO TUTELA SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO DA QUESTÃO 2 TUTELA 2.1 CONCEITO 2.2 LEGITIMADOS A EXERCER A TUTELA 2.3 INCAPAZES DE EXERCER A TUTELA 2.4 ESCUSA DOS TUTORES 2.5 MODALIDADES DE TUTELA 2.6 EXERCÍCIO DA TUTELA 2.7 PODERES E DEVERES DO TUTOR 2.8 CESSAÇÃO DA TUTELA 2.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3 RESOLUÇÃO DA QUESTÃO - Ruan Silva Rabelo - Ruan Silva Rabelo - Ruan Silva Rabelo - Dikson da Silva Sousa - Dikson da Silva Sousa - Dikson da Silva Sousa - Lygia Silveira Lima Rocha - Gilmar Marques de Araújo Severiano - Lucas Kennan Parente do Nascimento - Maria Valcilania Fontenele Lima - Maria Valcilania Fontenel Lima - Maria Valcilania Fontenele Lima 1 APRESENTAÇÃO DA QUESTÃO Maurício e Sílvia, falecem deixando dois filhos menores impúberes, vasto patrimônio, mas sem deixar testamento. Diante da grave situação dos menores, os avós maternos, o avô paterno e um tio passam a disputar o exercício da tutela das crianças, ajuizando, todos, medida judicial competente. No curso do processo em que se decidirá sobre quem exercerá a tutela dos menores, constata-se que o avô paterno não tem a livre administração de seus bens, em razão de interdição judicial. Verifica-se também que os avós maternos são pessoas de pouca instrução e de poucos recursos financeiros, apesar de manterem a vida econômica equilibrada e o casamento estável. O tio dos menores, por sua vez, tem vasto patrimônio e uma família equilibrada. Considerando os dados fornecidos pelo problema, quem melhor terá condições de exercer a tutela? A tutela e a curatela são fenômenos de proteção e de cuidado com pessoas que precisam de proteção e de cuidado. Esses institutos, tanto da tutela como da curatela, remetem-nos a ideia de cuidado, zelo, solidariedade e, evidentemente, a pauta dessa preocupação é a dignidade da pessoa humana. Nesse momento, reportemo-nos aos aprendizados obtidos na parte geral do Direito Civil, feito por meio de uma contextualização utilizando imagens. Artigos 1.728 ao 1.766, do Código Civil 2.1 CONCEITO adquire personalidade jurídica e capacidade de direito (civil) Nascimento com vida nascituro Personalidade jurídica + capacidade de direito + capacidade de fato = plenamente capaz Personalidade jurídica + capacidade de direito - capacidade de fato = incapaz CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 CONCEITO Absolutamente menores de 16 anos (art. 3°) maiores de 16 e menores de 18 anos ébrios habituais Relativamente toxicômanos (art. 4°) aqueles que não podem exprimir vontade, por causa transitória ou permanente pródigos Incapaz CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 CONCEITO Pois bem, de acordo com o que foi explanado, faço a seguinte pergunta: Como já sabemos, o incapaz possui personalidade jurídica, capacidade de direito, mas não possui capacidade de fato, o que implica dizer que ele não pode exercer SOZINHO os atos da vida civil. Ocorre que a pergunta era se o incapaz pode praticar os atos da vida civil. A resposta é positiva, mas, para tanto, precisa estar devidamente representado. É a partir da representação que adentraremos em nosso estudo sobre tutela. O incapaz pode praticar os atos da vida civil? A representação é um gênero que comporta espécies: a assistência e a representação. Os absolutamente incapazes são representados e os relativamente são assistidos. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 CONCEITO A quem cabe a representação? Aqui temos três figuras: Representantes Genitores Tomam conta dos filhos menores em virtude do poder familiar Tutores Tomam conta dos menores que não contam com o poder familiar Curadores Tomam conta dos maiores incapazes CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 CONCEITO Os genitores: tomam conta dos filhos menores em virtude do poder familiar. Ocorre que esse poder pode chegar ao fim. E quando é que chega? Pode ser com a maioridade (porque alcança a capacidade de fato), com a emancipação (porque alcança a capacidade de fato), com a morte dos pais ou com a destituição dos mesmos desse poder. Quando ocorre a perda do poder familiar nesses últimos dois casos, os menores vão ficar no vácuo? Não. Ora, se isso acontecer, designa-se um tutor. Portanto, a tutela é um instituto de cuidado em relação aos menores que não tenham sobre eles a égide do poder familiar, seja por falecimento, seja por perda nos moldes do art. 1.638. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 CONCEITO ▪ TUTELA LEGÍTIMA ➢ PROJETO DE LEI N. 699/2011 • Deseja introduzir uma paragrafo único no artigo 1.732 para conceder ao juiz o poder de alterar a ordem de preferência do respectivo artigo. Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor, por esta ordem: I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; II - Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. 2.2 LEGITIMADOS A EXERCER A TUTELA ▪ TUTELA DATIVA: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE • Devem ser atendidas também as “disposições gerais” para colocação em família substituta previstas nos arts. 28 a 32 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor: I - Na falta de tutor testamentário ou legítimo; II - Quando estes forem excluídos ou escusados da tutela; III - Quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário. 2.2 LEGITIMADOS A EXERCER A TUTELA ▪ IRMÃOS ÓRFÃOS Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor. § 1º No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem indicação de precedência, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento. § 2º Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela. Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou serão incluídos em programa de colocação familiar, na forma prevista pela Lei n o 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009). 2.2 LEGITIMADOS A EXERCER A TUTELA ▪ Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela; IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena; V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela. 2.3 INCAPAZES DE EXERCER A TUTELA ▪ Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: I - mulheres casadas; II - maiores de sessenta anos; III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer atutela; VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII - militares em serviço. ▪ Art. 1.737. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente idôneo, consanguíneo ou afim, em condições de exercê-la. Art. 1.738. A escusa apresentar-se- á nos dez dias subsequentes à designação, sob pena de entender- se renunciado o direito de alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do em que ele sobrevier. Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer. 2.4 ESCUSA DOS TUTORES ▪ Enunciado 136 da I Jornada de Direito Civil do CJF. ▪ Não há qualquer justificativa de ordem legal a legitimar que as mulheres casadas, apenas por essa condições, possam se escusar da tutela". ▪ Projeto de Lei nº 3.610/2019. ▪ Supressão do referido dispositivo do Código Civil. ▪ Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) ▪ “Destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos”. 2.4 ESCUSA DOS TUTORES Com base no art. 1.729 do Código de 2002, é possível vislumbrar diferentes tipos de tutela no ordenamento jurídico brasileiro: Desse modo, a tutela poderá ser: Art. 1729. “O direito de nomear tutor compete aos pais, com conjunto. Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico”. 2.5 MODALIDADES DE TUTELA Farias (2017) 1 – Tutela Documental Dá-se quando os pais, sozinhos ou conjuntamente, através de instrumento público ou particular, indicam a pessoa habilitada a servir como tutor de seus filhos menores. Qualquer manifestação de vontade escrita Não se exige instrumento público 2.5 MODALIDADES DE TUTELA Farias (2017) Instituída por ato de última vontade, por meio de testamento ou codicilo. Será necessária a elaboração de um testamento por cada um dos genitores. Há nulidade absoluta da tutela testamentária se feita por pai ou mãe que não tinha o poder familiar no momento da sua morte (art .1.730 do CC) 2 – Tutela Testamentária Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar. 2.5 MODALIDADES DE TUTELA Farias (2017) Concretizada na falta de tutor nomeado pelos pais, vide art. 1.731 do CC, será deferida por força de lei. Tutor é escolhido entre os parentes da criança ou do adolescente, de acordo com o rol estampado no referido artigo. Respeito ao vínculo de afetividade e afinidade. Essa lista não é taxativa, de modo que o critério que deve se sobressair aos olhos do juiz é o de melhor interesse da criança ou adolescente e sua proteção integral. 3 – Tutela Legítima Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem: I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. 2.5 MODALIDADES DE TUTELA Farias (2017) Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor: I - na falta de tutor testamentário ou legítimo; II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela; III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário. Caráter subsidiário (art. 1.732 do CC). Falta de tutor testamentário ou legítimo ou quando estes forem excluídos ou escusados da tutela, ou, ainda, quando forem removidos por não serem idôneos. Decorre de deliberação judicial após a ouvida do Ministério Público. A doutrina, traz ainda, a hipótese de o juiz nomear tutor dativo diante da falta de afetividade ou afinidade entre a criança ou adolescente e o tutor nomeado documentalmente, ou por testamento, ou nomeado por força de lei. 4. Tutela Dativa 2.5 MODALIDADES DE TUTELA Farias (2017) Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor. § 1 o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem indicação de precedência, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento. § 2 o Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela. Em se tratando de irmãos órfãos, dar-se-á um só tutor a ambos (art. 1.733 do CC). Inexiste em nosso sistema jurídico a modalidade de tutela de fato ou irregular, caracterizada quando uma pessoa cuida de uma criança ou adolescente, e de seus bens, independente de nomeação judicial. 2.5 MODALIDADES DE TUTELA Farias (2017) Responsabilidades do tutor Art. 1.746. Se o menor possuir bens, será sustentado e educado a expensas deles, arbitrando o juiz para tal fim as quantias que lhe pareçam necessárias, considerado o rendimento da fortuna do pupilo quando o pai ou a mãe não as houver fixado. Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor: I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condição; II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correção; (Poder de Correção) III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor, se este já contar doze anos de idade. EDUCAÇÃO, DEFEFA e SUSTENTO do tutelado 2.6 EXERCÍCIO DA TUTELA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DO TUTELADO Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado. Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz condicionar o exercício da tutela à prestação de caução bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade. Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé CONTROLE JUDICIAL ▪ Declaração dos bens do tutelado ▪ Prestação de caução bastante 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES PROTUTOR Protutor: indivíduo nomeado pelo juiz, para fiscalizar os atos do tutor, com a incumbência de defender os direitos do tutelado. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor.. 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Art. 1.743. Se os bens e interesses administrativos exigirem conhecimentos técnicos, forem complexos, ou realizados em lugares distantes do domicílio do tutor, poderá este, mediante aprovação judicial, delegar a outras pessoas físicas ou jurídicas o exercício parcial da tutela. “Como comenta Maria Helena Diniz, o poder do tutor é uno e indivisível, sendo o encargo pessoal. Entretanto, isso não obsta a cessão da tutela, uma concessão parcial do encargo, o que se denomina tutela parcial ou cotutoria”. (TARTUCE, 2021). 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Ausência ou demora na nomeação de tutor pode vir a gerar prejuízos ao menor Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será: I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver feito oportunamente; II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, tanto que se tornou suspeito. Juiz deixa de exigir garantia do tutor e o menor vem a ter um dado prejuízo Obs: primeiro responde quem diretamente causou o dano (tutor). Responsabilidade do Juiz 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Art. 1.747. Compete mais ao tutor: I - representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte; II - receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas; III - fazer-lheas despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e melhoramentos de seus bens; IV - alienar os bens do menor destinados a venda; V - promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz. Compete mais ao tutor: Representar (menor impúbere) Assistir (menor púbere) Venda dos bens predestinados e arrendamento dos bens de raiz. Receber os valores pagos ao menor Ex: Aluguel de imóveis, verbas previdenciárias, valores herdados em relação a terceiro. Investimentos em subsistência e educação, administração dos bens, aplicação dos valores para a conservação e melhoramento de bens. 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Atos Permitidos com Autorização Judicial Atos Permitidos com Autorização Judicial Compete ao tutor: Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz: I - pagar as dívidas do menor; II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos; III - transigir; IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido; V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos. Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulterior do juiz. Pagamentos de dívidas a depender de sua natureza Venda dos bens móveis de difícil conservação e dos imóveis quando permitido Aceitar os bens em benefício ao menor Transação (eliminar litígios) Ajuizar ou assistir o menor em ações, defendê-lo nos pleitos contra o mesmo Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz. 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES 1 2 3 Adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; Dispor dos bens do menor a título gratuito; constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor Art. 1.749 - Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: OBS: Ação de nulidade é imprescritível! Art. 169 do CC Art. 1.750 - Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz. Princípio do melhor interesse da criança Gonçalves Hermenêutica Alvará Judicial Vara de Família Sem vantagem ou aprovação do juiz Tartuce Nulidade Virtual 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor declarará tudo o que o menor lhe deva, sob pena de não lhe poder cobrar, enquanto exerça a tutoria, salvo provando que não conhecia o débito quando a assumiu. Não conhecendo do débito Aditivo ao inventario de bens do menor Art. 1.752 O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; Mas tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exercício da tutela, salvo no caso do art. 1.734; E a perceber remuneração proporcional à importância dos bens administrados. tutelado responsabilidade civil subjetiva terceiros responsabilidade civil objetiva Súmula 37 do STJ: “SÃO CUMULAVEIS AS INDENIZAÇÕES POR DANO MATERIAL E DANO MORAL ORIUNDOS DO MESMO FATO.” Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Art. 1.752 §1º: § 1º Ao protutor será arbitrada uma gratificação módica pela fiscalização efetuada. “ A gratificação do tutor e protutor não é uma contraprestação pelo serviço ofertado, e sim uma espécie de indenização ou compensação diante de sua atuação” Maria Helena Diniz. Art. 1.753. Os tutores não podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados. Sustento Administração dos bens Educação Objeto de Ouro Pedras Preciosas Móveis Avaliação Autorização Judicial Alienação Títulos Obrigações Letras de responsabilidade direta Imóveis 2.8 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Art. 1.754. Os valores que existirem em estabelecimento bancário oficial, na forma do artigo antecedente, não se poderão retirar, senão mediante ordem do juiz, e somente: sustento educação do tutelado administração de seus bens; bens imóveis títulos Obrigações letras para se empregarem em conformidade com o disposto por quem os houver doado, ou deixado; aos órfãos, quando emancipados, ou maiores, ou, mortos eles, aos seus herdeiros. “ O requerimento para levantamento do valor deve ser bem fundamentado, pois mera alegações genéricas, sem qualquer prova, não dão ensejo ao deferimento do requerido” Flávio Tartuce,2021 EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE INTERDIÇÃO - AUTORIZAÇÃO PARA MOVIMENTAÇÃO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS DA CURATELADA - NECESSIDADE NÃO COMPROVADA - DESCABIMENTO. Os valores que existirem em estabelecimento bancário oficial não se poderão retirar, senão mediante ordem do juiz, e somente para as despesas com o sustento do curatelado e/ou a administração de seus bens. Dessa forma, não é cabível autorizar a movimentação em aplicações financeiras da interditanda porquanto não comprovada a efetiva necessidade de utilização dos valores, cautela necessária e indispensável para resguardar o interesse da incapaz. (TJ-MG - AI: 10000210801502001 MG, Relator: Edilson Olímpio Fernandes, Data de Julgamento: 03/08/2021, Câmaras Cíveis / 6ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 09/08/2021) 2.8 PODERES E DEVERES DOS TUTORES Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tivessem disposto os pais dos tutelados, são obrigados a prestar contas da sua administração. Art. 1.756. No fim de cada ano de administração, os tutores submeterão ao juiz o balanço respectivo, que, depois de aprovado, se anexará aos autos do inventário. Art. 1.757. Os tutores prestarão contas de dois em dois anos, e também quando, por qualquer motivo, deixarem o exercício da tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente. Parágrafo único. As contas serão prestadas em juízo, e julgadas depois da audiência dos interessados, recolhendo o tutor imediatamente a estabelecimento bancário oficial os saldos, ou adquirindo bens imóveis, ou títulos, obrigações ou letras, na forma do § 1 o do art. 1.753. “Há na tutela um múnus público, ou seja, uma atribuição imposta pelo estado para atender a interesses públicos e sociais” Maria Helena Diniz 2.7 PODERES E DEVERES DOS TUTORES 2.8 CESSAÇÃO DA TUTELA 34 Representá-lo até os 16 anos e assisti-lo até os 18 anos, após isso (art. 1763,CC), cessação da tutela. Emancipação do menor ou adoção (art. 1763, CC) Cair o menor sob o poder familiar (art. 1763, CC) CESSAM AS FUNÇÕES DO TUTOR (art. 1764, CC) Ao expirar o termo; escusa legítima; e remoção - negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade A serviço pelo prazo de 2 anos ou mais (art. 1765, CC) OBS: A quitação do menor (feita pelo próprio tutor, herdeiros ou representantes (art. 1.759,CC)) NÃO PRODUZIRÁ EFEITO ANTES DE APROVADAS AS CONTAS PELO JUIZ As despesas justificadas e reconhecidamente proveitosas ao menor (Art. 1760, CC) serão pagas pelo tutelado (Art. 1761,CC). Com ocorrência de juros desde o julgamento definitivo das contas (Art. 1762, CC). 2.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35 PRIMAZIA PELO MELHOR INTERESSE DO MENOR PODER FAMILIAR PODER FAMILIAR (limitações e inspeção judicial) NÍTIDO CARÁTER ASSISTENCIAL – PREVISÃO REMUNERAÇÃO Críticas à unipessoalidade do tutor, tutor no singular (LIMA, 2013) Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo já proferiu decisão conferindo a tutela dúplice aos avós do menor, apesar da insurgência do Ilmo (BRASIL, 2022) 36 Maurício e Sílvia, falecem deixando dois filhos menores impúberes, vasto patrimônio, mas sem deixar testamento.Diante da grave situação dos menores, os avós maternos, o avô paterno e um tio passam a disputar o exercício da tutela das crianças, ajuizando, todos, medida judicial competente. No curso do processo em que se decidirá sobre quem exercerá a tutela dos menores, constata-se que o avô paterno não tem a livre administração de seus bens, em razão de interdição judicial. Verifica-se também que os avós maternos são pessoas de pouca instrução e de poucos recursos financeiros, apesar de manterem a vida econômica equilibrada e o casamento estável. O tio dos menores, por sua vez, tem vasto patrimônio e uma família equilibrada. Considerando os dados fornecidos pelo problema, quem melhor terá condições de exercer a tutela? 3 RESOLUÇÃO DA QUESTÃO VAMOS PATRICAR O QUE APRENDEMOS? ▪ BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406 compilada.htm>. Acesso em: 14 jul 2022. ▪ BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo. Relator: Desembargador Elpídio José Duque. Processo 0008669-39.2006.8.08.0000, Data do Julgamento: 30/01/2007, Disponível em: http://aplicativos.tjes. jus.br/consultaunificada/faces/pages/pesquisaSimplificada.xhtml. Acesso em: 14 jul. 2022. ▪ FARIAS, Cristiano Chaves de et al. Manual de Direito Civil: Volume Único. Salvador: JusPODIVM, 2021, p. 1.351. ▪ LIMA, Júlia Silva Fernandes de. A admissão da tutela dúplice em observância ao melhor interesse do menor. Curso de Pós Graduação Lato Sensu da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/ trabalhos_12013/JuliaSilvaFernandesLima.pdf. Acesso em: 14 jul 2022. ▪ PEREIRA, Rodrigo da cunha. Direito das Famílias: prefácio Min. EdsonFachin, 2ª ed.,Rio de Janeiro: Editora Forense, 2020. ▪ TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 12 ed.,Riode Janeiro: Editora Método, 2021. 37 REFERÊNCIAS UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UEVA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO CIVIL IV PROFA°: OSVANIA PINTO, Ma. EQUIPE 3: DIKSOM DA SILVA SOUSA GILMAR MARQUES DE ARAUJO SEVERIANO LUCAS KENNAN PARENTE DO NASCIMENTO LYGIA SILVEIRA LIMA ROCHA MARIA VALCILANIA FONTENELE LIMA; E RUAN SILVA RABELO OBRIGADO!
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