Buscar

Mercado Financeiro e de Capitais - Aula 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autor: Profa. Sirlei Pitteri
Colaboradores: Profa. Cristiane Nagai
 Prof. André Galhardo Fernandes
Mercado Financeiro 
e de Capitais
Professora conteudista: Sirlei Pitteri
Possui pós-doutorado em Economia das Organizações pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade 
de São Paulo (FEA -USP, 2015), graduação em Física pela mesma instituição (1975) e mestrado e doutorado em 
Administração pela Universidade de São Caetano do Sul (USCS, 2006 e 2012).
Tem experiência profissional como executiva do Citibank como gerente de projetos de TI para tesouraria, mercado 
de capitais e negócios internacionais (1975-1987), diretora administrativa e financeira em empresa de construção civil 
(1988-2003) e consultora de empresas, professora e pesquisadora em administração, com ênfase em relações entre 
organizações, inovação em gestão, gestão das informações, governança corporativa e finanças corporativas.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P688m Pitteri, Sirlei.
Mercado Financeiro e de Capitais / Sirley Pitteri. – São Paulo: 
Editora Sol, 2020.
120 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Sistema financeiro. 2. Mercados financeiros. 3. Mercado de 
capitais. I. Título.
CDU 336.76 
U507.47 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Bruno Barros
Sumário
Mercado Financeiro e de Capitais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 POLÍTICAS ECONÔMICAS E TAXAS DE JUROS ...................................................................................... 13
1.1 Como nasceu o conceito de juros ................................................................................................. 14
1.2 Políticas econômicas: fiscal, cambial e monetária ................................................................. 15
1.2.1 Política fiscal ............................................................................................................................................. 16
1.2.2 Política cambial........................................................................................................................................ 16
1.2.3 Política monetária .................................................................................................................................. 16
1.3 Política monetária e as taxas de juros ......................................................................................... 17
1.3.1 Taxa Selic .................................................................................................................................................... 18
1.3.2 Spread bancário ....................................................................................................................................... 19
1.3.3 Taxa CDI ou (DI) ....................................................................................................................................... 20
1.3.4 Taxa Referencial (TR) ............................................................................................................................. 21
1.3.5 Taxa de Longo Prazo (TLP) ................................................................................................................... 21
1.3.6 Composição das taxas de juros ......................................................................................................... 21
1.4 Inflação, deflação, estagflação e índices .................................................................................... 22
1.4.1 Índices de inflação (indexadores) ..................................................................................................... 23
2 SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO (SFB) .............................................................................................. 24
2.1 Mercados financeiros .......................................................................................................................... 25
2.1.1 Mercado monetário ............................................................................................................................... 25
2.1.2 Mercado de crédito ................................................................................................................................ 25
2.1.3 Mercado de capitais ............................................................................................................................... 26
2.1.4 Mercado de câmbio ............................................................................................................................... 26
2.2 Formação do Sistema Financeiro Brasileiro ............................................................................... 26
2.2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) ............................................................................................ 28
2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) ........................................................................ 29
2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) ................................................... 29
2.2.4 Banco Central do Brasil (BC ou Bacen) .......................................................................................... 30
2.2.5 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ........................................................................................ 30
2.2.6 Superintendência de Seguros Privados (Susep) ......................................................................... 31
2.2.7 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) ................................. 31
2.3 Entidades de apoio ao Sistema Financeiro Brasileiro ............................................................ 32
2.3.1 Banco do Brasil (BB) .............................................................................................................................. 32
2.3.2 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) .................................. 33
2.3.3 Caixa Econômica Federal (CEF) .......................................................................................................... 34
2.4 Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central ............................................................. 34
2.5 Comitê de Política Monetária (Copom) ....................................................................................... 35
2.6 Os bancos e o custo de crédito ....................................................................................................... 35
2.6.1 Inadimplência ...........................................................................................................................................36
2.6.2 Lucros ........................................................................................................................................................... 36
2.6.3 Impostos diretos ...................................................................................................................................... 37
2.6.4 Compulsório + encargos ...................................................................................................................... 37
2.6.5 Custo administrativo ............................................................................................................................. 37
3 INSTITUIÇÕES OPERADORAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .......................................... 38
3.1 Instituições bancárias e instituições não bancárias ............................................................... 39
3.1.1 Instituições bancárias ........................................................................................................................... 39
3.1.2 Instituições não bancárias .................................................................................................................. 41
3.2 Operações ativas, passivas e acessórias ....................................................................................... 42
3.2.1 Operações ativas ..................................................................................................................................... 42
3.2.2 Operações passivas ................................................................................................................................. 42
3.2.3 Operações acessórias ou especiais ................................................................................................... 42
4 OPERAÇÕES NOS MERCADOS FINANCEIROS....................................................................................... 43
4.1 Fundamentos de matemática financeira .................................................................................... 43
4.1.1 Unidade de tempo-base da taxa de juros ..................................................................................... 44
4.1.2 Taxas equivalentes e taxas proporcionais ..................................................................................... 44
4.1.3 Valor presente (PV) e valor futuro (FV)........................................................................................... 47
4.1.4 Séries de pagamentos (PGTO) ............................................................................................................ 48
4.1.5 Noções de calculadora financeira HP 12C .................................................................................... 50
4.2 Operações do mercado monetário ................................................................................................ 52
4.2.1 Letras do Tesouro Nacional (LTN) ..................................................................................................... 52
4.2.2 Certificados de Depósitos Bancários (CDB) .................................................................................. 54
4.2.3 Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) .......................................................................... 55
4.2.4 Caderneta de poupança ....................................................................................................................... 56
4.2.5 Commercial papers (notas promissórias) ...................................................................................... 57
4.2.6 Debêntures ................................................................................................................................................ 58
4.3 Operações no mercado de crédito................................................................................................. 61
4.3.1 Hotmoney .................................................................................................................................................. 61
4.3.2 Desconto simples de títulos ............................................................................................................... 63
4.3.3 Factoring .................................................................................................................................................... 64
4.4 Financiamentos com leasing ........................................................................................................... 64
Unidade II
5 VALOR DAS EMPRESAS E O MERCADO DE CAPITAIS........................................................................ 74
5.1 Valor patrimonial das empresas ..................................................................................................... 74
5.2 Valor mercadológico das empresas ............................................................................................... 75
5.3 Valor econômico das empresas ...................................................................................................... 75
5.4 Como aumentar o valor das empresas ........................................................................................ 76
5.5 Financiamentos internos e a estrutura de capital .................................................................. 78
5.5.1 Análise da estrutura de capital da empresa................................................................................. 78
5.5.2 Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) ................................................................................ 79
5.5.3 Estudo de alternativas de investimento em dois cenários .................................................... 81
5.5.4 Investimentos em cenários de expansão e recessão ................................................................ 82
5.6 A migração do valor econômico das empresas ........................................................................ 84
5.7 Entendendo o mercado de valores mobiliários ........................................................................ 86
5.7.1 Abertura do capital ................................................................................................................................ 86
5.7.2 Ofertas públicas ....................................................................................................................................... 87
5.7.3 Negociação ................................................................................................................................................ 87
5.7.4 Fechamento do capital ......................................................................................................................... 88
6 MERCADO DE CAPITAIS: ACIONÁRIO ...................................................................................................... 88
6.1 Mercado de ações ................................................................................................................................ 88
6.1.1 Ações ordinárias (ON) e ações preferenciais (PN) ...................................................................... 88
6.1.2 Mercado primário e mercado secundário ..................................................................................... 89
6.1.3 Bolsas de valores e mercado de balcão ......................................................................................... 89
6.1.4 O que são bolsas de valores? .............................................................................................................. 89
6.1.5 O que é mercado de balcão? .............................................................................................................. 90
6.1.6 O que é mercado de balcão organizado? ...................................................................................... 90
6.1.7 Quem pode intermediar as negociações? ..................................................................................... 91
6.1.8 Pregão e mercado à vista ....................................................................................................................91
6.2 Rendimento e risco das ações ....................................................................................................... 91
6.2.1 O que é risco de investimento? ......................................................................................................... 92
6.2.2 Risco de investir em ações .................................................................................................................. 92
6.3 Índices representativos do mercado de ações .......................................................................... 93
7 MERCADO DE CAPITAIS: MERCADORIAS E FUTUROS ...................................................................... 94
7.1 O que são commodities? ................................................................................................................... 95
7.2 O que são bolsas de mercadorias e futuros? ............................................................................. 97
7.3 O que são derivativos? ....................................................................................................................... 97
7.4 O que são swaps cambiais? .............................................................................................................. 98
7.5 O que é hedge cambial? ..................................................................................................................100
8 MERCADO DE CAPITAIS: FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO ........................................101
8.1 Conceito de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) ........................................................101
8.2 O produto ..............................................................................................................................................103
8.3 Direitos e deveres dos investidores em FII ...............................................................................103
8.4 Estrutura de um FII ............................................................................................................................104
8.5 Categorias de FII .................................................................................................................................105
8.6 Vantagens dos FII sobre outros investimentos .......................................................................105
8.7 Como investir em FII .........................................................................................................................106
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem por objetivo apresentar conceitos básicos sobre o funcionamento dos 
mercados financeiro e de capitais, bem como suas relações com as políticas econômicas brasileiras, 
especialmente nos efeitos da política monetária sobre as taxas de juros praticadas pelas instituições 
financeiras, públicas ou privadas.
Inicialmente, iremos apresentar o contexto econômico, político e financeiro brasileiro, situando 
as decisões externas que podem afetar a gestão das empresas. Faremos uma apresentação das 
políticas econômicas monetária, fiscal e cambial e explicaremos como os instrumentos da 
política monetária utilizados pelo governo impactam as taxas de juros praticadas no Brasil. 
Apresentaremos, ainda, as principais taxas de juros, com ênfase especial na taxa Selic, cuja 
finalidade é estabelecer padrões para o controle da liquidez da economia. Abordaremos ainda 
conceitos sobre inflação, deflação e estagflação, assim como os principais indicadores sobre a 
economia brasileira.
Na sequência, traremos uma visão geral do Sistema Financeiro Brasileiro (SFB), que pode ser 
definido como o conjunto de instituições, produtos e instrumentos que viabiliza a transferência de 
recursos ou ativos financeiros entre os investidores (poupadores ou agentes superavitários) e 
tomadores de recursos (agentes deficitários) da economia. Descreveremos os mercados monetário, 
de crédito, cambial e de capitais, bem como as instituições públicas que regulam esses mercados: 
Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do Brasil (Bacen ou BCB), Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e Comitê de Política Monetária (Copom). Abordaremos ainda o papel das 
instituições financeiras Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Trataremos também das instituições bancárias e não bancárias que compõem o SFB. A diferença 
básica entre instituições bancárias e não bancárias é a atividade de depósitos em conta corrente. Existem, 
portanto, instituições financeiras que podem receber depósitos em conta corrente, como os bancos 
comerciais e bancos múltiplos, entre outras, e aquelas que apenas atuam como intermediadoras 
dos agentes poupadores e tomadores de recursos. Abordaremos ainda as operações que são 
efetuadas nos mercados monetário e de crédito, com exemplos práticos, utilizando a calculadora 
financeira HP 12C e planilhas eletrônicas.
Abordaremos conceitos básicos sobre o mercado de valores mobiliários. Inicialmente, apresentaremos 
as instituições envolvidas nas operações do mercado de capitais, bem como as etapas de abertura de 
capital (initial public offering – IPO), a negociação e o fechamento do capital.
Posteriormente, faremos um detalhamento do mercado de capitais de ações (acionário), 
apresentando os tipos de ações, os mercados primário e secundário, as bolsas de valores e outras 
instituições envolvidas nesse mercado. Faremos ainda uma discussão sobre riscos e retornos envolvidos 
nesse mercado.
10
Abordaremos ainda o mercado de capitais voltado para mercadorias e futuros. Faremos um 
detalhamento sobre os produtos negociados nesse mercado, como as commodities e uma ênfase 
especial nos contratos de opção (derivativos) e suas variações: hedge cambial, swap cambial, 
entre outros.
Por fim, apresentaremos conceitos sobre o mercado de capitais voltados para os Fundos de 
Investimentos Imobiliários (FII). Apresentaremos o conceito do produto, os aspectos técnicos e as 
vantagens desse produto com relação a outros investimentos.
INTRODUÇÃO
No Brasil, predominam milhares de micro, pequenas e médias empresas, raríssimas grandes empresas 
e apenas cinco grandes bancos, que detêm o controle de quase todo o dinheiro que circula no país. No 
entanto, são as micro, pequenas e médias empresas que sustentam a economia brasileira.
Dados de uma pesquisa do IBGE (2019) apontam um perfil interessante sobre os empregadores 
brasileiros: existem, no Brasil, aproximadamente 5 milhões de empregadores, sendo 98,28% (4.942.765) 
micro e pequenas empresas (0 a 49 empregados); 1,33% (66.869) médias empresas (50 a 250 empregados) 
e apenas 0,39% (19.475) grandes empresas, incluídos aqui os órgãos públicos.
Por que isso é importante?
Porque observamos, com muita frequência, que as empresas, principalmente as pequenas e 
médias, têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Os empresários criticam a 
carga tributária, os encargos sociais e os juros altos. Esses fatores contribuem, sim, para debilitar 
as empresas.
A falta de conhecimento sobre como funcionam os bancos e os governos, ou seja, como as políticas 
econômicas se relacionam com o sofisticado sistema financeiro, deixam os empresários fragilizados, pois 
eles não têm tempo para estudar esses assuntos. Eles se ocupam, e devem se ocupar, em buscar clientes 
no mercado, contratar e gerenciar pessoas, produzir bens e serviços, cuidar da logística e principalmente 
preservar sua imagem corporativa na sociedade.
Vivemos em um momento em que aplicar os recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência 
tornou-se uma tarefa difícil. Exige-se um elenco de informações confiáveis para se tomar as decisões 
sobre como e onde dedicar os recursos. Desse modo, as informações reais que norteiam nossas 
decisões devem ser de responsabilidade dos advogados, economistas e contabilistas.
Vale ressaltar, entretanto, que em nosso país, em alguns segmentos da nossa economia, a função 
do contabilista foi distorcida, estandovoltada quase que exclusivamente para satisfazer as exigências 
fiscais. No entanto, o perfil do contabilista vem se modificando já há algumas décadas, visando ampliar 
a atuação dos profissionais da área contábil.
11
Compreender como funciona em profundidade o mercado financeiro e de capitais certamente irá 
contribuir, de modo relevante, na produção de informações necessárias para decidir sobre as melhores 
alternativas de investimentos, evidenciar a capacidade da empresa em gerar lucros e encontrar as 
melhores formas de adquirir financiamentos.
Este livro-texto, portanto, tem com finalidade preparar os futuros economistas e contabilistas no 
que se refere ao funcionamento do mercado financeiro e de capitais, para que possam ampliar sua 
atuação nas empresas, como consultores dos empresários, apresentando relatórios confiáveis sobre a 
empresa e tendências externas.
13
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
Unidade I
1 POLÍTICAS ECONÔMICAS E TAXAS DE JUROS
Há noventa anos, em 24 de outubro de 1929, dia que ficou conhecido como a Quinta-Feira Negra, 
aconteceu a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, fato que abalou os mercados financeiros e jogou 
os Estados Unidos na Grande Depressão de 1930.
Antes dessa Quinta-Feira Negra, os Estados Unidos apresentavam um crescimento industrial e 
urbano sem precedentes. Essa ilusão de prosperidade levou muita gente a se endividar e comprar 
ações na bolsa de valores. Só que a demanda excessiva por ações criou uma bolha especulativa – 
as ações das empresas eram supervalorizadas – e essa bolha cresceu e estourou. Assim, a economia 
dos Estados Unidos mergulhou na Grande Depressão. Famílias inteiras ficaram na miséria, 
empresas e bancos faliram e fábricas fecharam.
Hunt e Sherman (2010, p. 185) escrevem sobre esse período: “o sistema econômico 
capitalista parecia estar à beira de um colapso total. Era urgente tomar medidas drásticas que 
revertessem o processo da crise”. Assim, os economistas se dedicaram em conhecer melhor a 
natureza do problema que levou à Grande Depressao e que colocava em risco a existência do 
sistema capitalista.
Considerado o fundador da macroeconomia, John Maynard Keynes (1883-1946) mostrou que 
as economias capitalistas não tinham capacidade de promover automaticamente o pleno emprego, 
abrindo caminho, assim, para o uso da política econômica. Para a maioria dos economistas, as 
experiências realizadas durante a Segunda Guerra comprovaram, no essencial, a exatidão das 
ideias de Keynes. O capitalismo podia ser salvo desde que os governos soubessem fazer uso de 
seu poder de cobrar impostos, contrair empréstimos e gastar dinheiro (HUNT; SHERMAN, 2010). 
Assim, a razão para a existência do governo é a de guiar os agentes econômicos e também 
corrigir e complementar o sistema de mercado, o qual, sozinho, não é capaz de desempenhar 
todas as funções econômicas.
O esquema a seguir ilustra o papel do governo no fluxo circular, denominação que Keynes utilizou 
para desenvolver sua teoria:
14
Unidade I
Mercado de fatores de produção
Mercado de bens e serviços
Empresas Famílias
Recebe
- Bens
- Seviços
Oferta
- Bens
- Seviços
Impostos
Infraestrutura
Impostos
Serviços públicos
Demanda
- Bens
- Seviços
Paga
- Bens
- Seviços
Paga FP
- Salários
- Aluguel
- Juros
Recebe FP
- Salários
- Aluguel
- Juros
Demanda de FP
- Trabalho
- Terra
- Capital
Oferta de FP
- Trabalho
- Terra
- Capital
Governo
Figura 1 
Este trecho, portanto, tem como finalidade explicar a relação entre as políticas econômicas e seus 
reflexos na composição das taxas de juros e, consequentemente, nos mercados financeiro e de capitais.
Por que isso é importante?
Porque as sucessivas crises econômicas e políticas ao longo de mais de um século, bem como a 
regulação do Estado na economia, interferem na vida das empresas de modo relevante.
Desse modo, como as políticas econômicas estão intimamente relacionadas com o sistema financeiro, 
é muito importante compreender como os bancos e governos atuam em benefício das empresas e da 
sociedade. Assim, iremos apresentar o contexto econômico, político e financeiro, situando as decisões 
externas que podem afetar a gestão das empresas e dos imprevistos do macroambiente.
1.1 Como nasceu o conceito de juros
Kerr (2011) explica a intermediação financeira de modo muito simples: de um lado, temos um 
investidor (poupador) que possui uma certa quantia de dinheiro (capital) que ele não utilizou para suas 
despesas rotineiras. De outro lado, temos um tomador (de recursos), que gastou mais dinheiro do que 
possuía para suas despesas rotineiras.
Um intermediário financeiro aproxima os dois e assim ocorre uma operação em que o investidor 
empresta uma quantidade de dinheiro ao tomador por um determinado período. Após esse período, o 
tomador devolve o dinheiro ao investidor acrescido de um valor adicional, como rendimento pelo uso 
do dinheiro. Esse valor adicional corresponde aos juros.
15
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
A exigência de um encargo como pagamento, em troca de um empréstimo de 
bens ou serviços, não era um conceito socialmente aceito na vida comunitária 
das sociedades primitivas. Empréstimos tinham a função de aliviar um aperto, 
ou uma situação difícil de alguém, e o costume aceitável era não esperar nada 
mais em troca, a não ser uma retribuição do mesmo tipo. Tirar vantagem da 
dificuldade circunstancial de outro membro da mesma comunidade não era, 
com razão, um comportamento bem-visto (KERR, 2011, p. 59).
Essa prática de comercializar dinheiro com cobrança era denominada usura, termo utilizado como 
sinônimo de juros até a Idade Média. Assim, surgem as primeiras normas legais que estabeleciam o 
que era considerado uma cobrança adequada e legal, diferenciando-a daquela considerada “extorsiva”. 
O termo usura passa a designar as cobranças abusivas, e juro passa a designar uma cobrança legal. 
Esse conceito de imoralidade da cobrança de um valor em troca de um empréstimo levou os antigos 
legisladores a distinguir quantitativamente o ilegal do legal por meio da limitação do valor cobrado. 
Buscava-se traçar uma linha divisória, separando o que seria uma cobrança de juros legal e justa daquilo 
que seria uma cobrança de juros abusiva.
A intensificação das trocas, do comércio e da produção forçou as sociedades a rever o conceito 
ético dessas cobranças por empréstimos, embora ainda demorasse muito tempo até que se percebesse 
a importante função social do crédito e, consequentemente, dos juros.
No período da Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX), em que prevaleceu a ideologia do liberalismo, 
a Inglaterra e a maioria dos países europeus abandonaram completamente o controle sobre as taxas de 
juros, embora a preocupação com cobranças ilegais ainda existissem. Os contratos individuais passaram 
a fazer uso dos dispositivos que possibilitavam a renegociação dos contratos, quando os juros eram 
considerados abusivos pelo devedor.
 Observação
No Brasil, houve períodos de maior liberalismo, com a cobrança dos 
juros, alternados com períodos de menor tolerância. Em 1933, no governo 
provisório de Getúlio Vargas, foi decretado, pela primeira vez no Brasil, um 
valor máximo legal para as taxas de juros. A Constituição Federal de 1988 
estabeleceu um limite para os juros em 12% ao ano, porém, em 2003, a 
Emenda Constitucional n. 40 revogou esse artigo da CF, de modo que a 
limitação dos juros deixou de existir.
1.2 Políticas econômicas: fiscal, cambial e monetária
Os juros são de extrema importância no processo de intermediação financeira. Quando são altos, 
estimulam a poupança; quando são baixos, estimulam o consumo. Por sua vez, o consumo alto estimula 
o aumento da produção e, consequentemente, dos investimentos.
16
Unidade I
Assim, a gestão da economia pelos órgãos do governo encarregados dessa tarefa tem vários objetivos, 
como atingir o pleno emprego, distribuir riqueza, defender o poder aquisitivo da moeda e permitir que 
a economia cresça. As ações do governo para essefim são denominadas políticas econômicas, que se 
dividem em: política fiscal, política cambial e política monetária.
1.2.1 Política fiscal
A política fiscal é o principal instrumento do setor público, pela qual o governo gerencia o orçamento 
do Estado.
A política fiscal aborda o conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e realiza despesas de 
modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos.
A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego 
e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função 
alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado.
 Saiba mais
O orçamento do Estado tem tudo a ver com o nosso dia a dia. Para saber 
como o orçamento público é elaborado, consulte o link:
ORÇAMENTO público: entenda como é definido. Politize!, [s.d.]. 
Disponível em: https://www.politize.com.br/orcamento-publico-como-e-
definido/. Acesso em: 23 mar. 2020.
1.2.2 Política cambial
A política cambial é utilizada para controlar as relações comerciais e financeiras que envolvem 
países diferentes, principalmente nas operações de exportação e importação.
Quando o Brasil exporta bens e serviços, ocorre uma entrada de dólares na economia e quando 
importa, ocorre uma saída de dólares. A situação de equilíbrio é avaliada pela balança comercial, ao 
gerar saldo positivo ou negativo entre a exportação e importação de bens e serviços.
Já no âmbito financeiro, o equilíbrio é mensurado entre a quantidade de recursos (dólares) atraídos 
para o mercado interno para pagamento das contas em dólares. A soma dos dois fatores resulta em 
superávit ou déficit da chamada balança de pagamentos.
1.2.3 Política monetária
A política monetária é a parte da política econômica que cuida do controle da oferta da moeda e das 
taxas de juros, visando manter a estabilidade do valor da moeda, manter uma balança de pagamentos 
equilibrada e buscar o pleno emprego.
17
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
O principal órgão do governo executor da política monetária é o Banco Central (BC ou Bacen), 
encarregado da emissão da moeda, da regulação do crédito, da manutenção do padrão monetário e 
do controle do câmbio. Ele atua diretamente sobre o controle da quantidade de moeda em circulação, 
buscando defender o poder de compra.
A política monetária pode ser restritiva ou expansionista. O objetivo da política restritiva é reduzir a 
quantidade de moeda em circulação e tornar os empréstimos mais caros, por meio de uma taxa básica 
de juros mais elevada. Ou seja, o Banco Central busca diminuir a quantidade de dinheiro em circulação 
a fim de desaquecer a economia e evitar a inflação.
Por sua vez, o objetivo da política expansionista é tomar medidas que aumentem a quantidade 
de dinheiro em circulação, diminuindo a taxa básica de juros e desonerando os empréstimos. Assim, o 
aumento da quantidade de dinheiro em circulação aquece a economia e, consequentemente, ocorre 
o crescimento econômico.
1.3 Política monetária e as taxas de juros
Os instrumentos mais usuais de que o Banco Central dispõe para executar a política monetária são: 
depósito compulsório, open market e redescontos bancários.
O impacto que as alterações no recolhimento de depósitos compulsórios causam na economia está 
relacionado com o efeito multiplicador bancário. Os bancos comerciais e as instituições que atuam 
com depósitos à vista criam moeda ao fazer empréstimos. A essa moeda criada denomina-se moeda 
escritural, ou moeda bancária.
O efeito multiplicador bancário e a criação de moeda escritural ocorrem porque os bancos recebem 
depósitos à vista, mas sabem que não precisam ter todo o dinheiro disponível o tempo todo para os 
correntistas. Estatisticamente, apenas uma parte pequena do total de recursos precisa estar disponível. 
Assim, os bancos podem emprestar o restante, se não houver qualquer impedimento para que isso 
aconteça (por exemplo, depósitos compulsórios).
A mesma moeda em circulação, que é de propriedade do correntista, agora está nas mãos dos 
bancos, aumentando a quantidade de dinheiro na economia. Por conta disso, o Banco Central controla 
a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos nos bancos, por meio de depósitos compulsórios, 
limitando, assim, o efeito multiplicador bancário. Quanto maior o depósito compulsório, menos 
dinheiro sobra para o banco emprestar e menor será o efeito multiplicador bancário e da criação da 
moeda escritural.
O processo de colocação de títulos da dívida pública no mercado financeiro é feito por meio do 
mercado aberto, mais conhecido como open market. A colocação de títulos no mercado retira moeda de 
circulação e, portanto, reduz a liquidez da economia.
Quanto mais títulos lançados, menor a liquidez (menos dinheiro na economia) e maior a taxa de 
juros (lei da oferta e da procura). Em sentido contrário, quando o governo recompra seus títulos, injeta 
18
Unidade I
dinheiro na economia. Quanto mais títulos forem recomprados, mais aumenta a liquidez (mais dinheiro 
na economia) e menor será a taxa de juros. Entre os instrumentos de política monetária, esse é o que 
causa efeito mais rapidamente.
Quando os bancos comerciais necessitam tomar recursos, podem recorrer ao Banco Central, em uma 
operação chamada redesconto. A garantia desses empréstimos geralmente é feita por meio de títulos 
emitidos por instituições financeiras. O Banco Central aceita esses títulos e os desconta a uma taxa 
pré-fixada, definindo o prazo de liquidação da operação, que é geralmente um dia (overnight).
O controle da liquidez da economia por meio desse instrumento ocorre pela alteração das taxas 
cobradas, dos prazos máximos para liquidação e dos limites máximos (volume de dinheiro) permitidos 
para redesconto. Também são controlados quais títulos são aceitos como garantia.
Quanto mais rígido for o Banco Central nas operações de redesconto, mais reservas os bancos 
terão que manter em caixa, menos dinheiro estará disponível para emprestar e menor será a criação 
de moeda escritural.
1.3.1 Taxa Selic
Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e 
pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Anbima) com o objetivo de tornar mais 
transparente e segura a negociação de títulos públicos.
Na década de 1970, a custódia dos títulos públicos no Brasil ainda era feita por processo manual, o 
que incluía desde o arquivamento por instituição até a movimentação física nos cofres dos bancos, com 
grande risco de fraude e de extravio dos papéis. Com o sistema Selic, títulos e cheques foram substituídos 
por simples registros eletrônicos, gerando ganhos em eficiência e agilidade, já que as operações são 
fechadas no mesmo dia em que se realizam.
É interessante distinguir a meta da taxa Selic (Selic Meta), definida pelo Comitê de Política Econômica 
(Copom), da taxa Selic determinada pela média ponderada das taxas de operações no mercado aberto 
(Selic Efetiva), entre o Banco Central e as instituições financeiras, ou seja, determinada pela oferta e 
procura. No Brasil, essa diferença é razoavelmente grande e é denominada spread bancário.
O Copom foi instituído em 1996 e é formado pelo presidente do Banco Central, seus diretores e alguns 
chefes de departamento. Ele é responsável pelo estabelecimento da taxa básica de juros da economia.
Nas reuniões do Copom, que ocorrem no mínimo a cada 45 dias, estabelece-se a meta para a taxa 
Selic. A mesa de operações do Banco Central procura atuar nos leilões do mercado aberto para atingir 
essa meta. Após a reunião do comitê, publica-se uma ata da reunião. Ela costuma ser lida com atenção 
pelos diversos agentes econômicos, com o intuito de entender o que foi discutido. Nessa ata, o Copom 
informa também o viés da taxa.
19
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
Um viésde alta autoriza o presidente do Banco Central a determinar um aumento da taxa antes 
da próxima reunião, sem consultar o comitê. Um viés de baixa é o oposto e o viés neutro indica que 
somente na próxima reunião do Copom a taxa básica de juros da economia será reavaliada.
1.3.2 Spread bancário
A palavra spread vem do inglês e significa extensão, largura, envergadura. A palavra é utilizada no 
mercado financeiro justamente com o sentido de extensão (distância) entre duas taxas de juros. Quando 
se fala em spread bancário, geralmente refere-se à distância entre a taxa básica e as taxas praticadas 
pelos bancos.
Uma redução ou aumento na taxa básica de juros não implicará automaticamente em um aumento 
ou redução nas taxas de juros cobradas pelos bancos dos consumidores. Isso porque vários fatores estão 
envolvidos na determinação do spread bancário além da taxa básica de juros. Além da instabilidade 
econômica e política em determinados períodos, outros fatores são o percentual de depósitos 
compulsórios exigidos pelo Banco Central, a carga tributária incidente nos empréstimos, o risco de 
inadimplência e o grau de concorrência existente no mercado financeiro.
O gráfico a seguir exemplifica a relação entre a taxa Selic média e as taxas de juros praticadas no mercado 
de crédito brasileiro para cheque especial no período entre agosto de 1994 e maio de 2019. Na parte inferior 
do gráfico, existem duas tabelas comparando as reduções da taxa do cheque especial e respectivo spread 
no mês de janeiro de 2020 a partir das novas regras do Banco Central para essa modalidade de empréstimo:
330
300
270
240
210
180
150
120
90
60
30
Cheque especial Spread cheque especial
Taxa de juros: cheque especial x taxa Selic média
Selic média
ag
o/
94
m
ai
/9
5
fe
v/
96
no
v/
96
ag
o/
97
m
ai
/9
8
fe
v/
99
no
v/
99
ag
o/
00
m
ai
/0
1
fe
v/
02
no
v/
02
ag
o/
03
m
ai
/0
4
fe
v/
05
no
v/
05
ag
o/
06
m
ai
/0
7
fe
v/
08
no
v/
08
ag
o/
09
m
ai
/1
0
fe
v/
11
no
v/
11
ag
o/
12
m
ai
/1
3
fe
v/
14
no
v/
14
ag
o/
15
m
ai
/1
6
fe
v/
17
no
v/
17
ag
o/
18
m
ai
/1
90
Mês Taxa Spread
Var. mês atual
Taxa Spread
jan/20 165,60 154,41
dez/19 247,57 232,24 -81,97 -77,83
jan/19 267,25 245,16 -101,65 -90,75
Histórico Valor Mês Var. mês atual
Maior taxa 330,64 nov/16 -165,04
Menor taxa 136,47 mai/13 29,13
Maior spread 297,29 jan/18 -142,88
Menor spread 67,83 jul/94 86,57
Figura 2 
20
Unidade I
O gráfico a seguir apresenta a relação entre a taxa Selic média e a taxa do rotativo de cartão de 
crédito, que continua sendo a mais alta do mercado – com a queda da taxa do cheque especial, ela 
chega a ser quase o dobro desta.
Observa-se que a taxa de juros começou a se distanciar da taxa Selic no período de instabilidade 
política que culminou com o impedimento da presidente Dilma Roussef, ocorrido entre maio de 2013 e 
31 de agosto de 2016, quando atingiu a maior amplitude.
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
Cartão de crédito rotativo Spread cartão rotativo
Taxa de juros: cartão de crédito rotativo x taxa Selic média
Selic média
m
ar
/1
1
ju
n/
11
se
t/1
1
de
z/
11
m
ar
/1
2
ju
n/
12
se
t/1
2
de
z/
12
m
ae
/1
3
ju
n/
13
se
t/1
3
de
z/
13
m
ar
/1
4
ju
n/
14
se
t/1
4
de
z/
14
m
ar
/1
5
ju
n/
15
se
t/1
5
de
z/
15
m
ar
/1
6
ju
n/
16
se
t/1
6
de
z/
16
m
ar
/1
7
ju
n/
17
se
t/1
7
de
z/
17
m
ar
/1
8
ju
n/
18
se
t/1
8
de
z/
18
m
ar
/1
9
ju
n/
19
se
t/1
9
de
z/
19
0
Mês Taxa Spread
Var. mês atual
Taxa Spread
jan/20 316,79 299,22
dez/19 318,75 300,28 -1,96 -1,06
jan/19 287,07 263,79 29,72 35,44
Histórico Valor Mês Var. mês atual
Maior taxa 497,73 dez/16 -180,94
Menor taxa 250,18 jan/13 66,61
Maior spread 427,80 jan/17 -128,57
Menor spread 226,91 jan/13 72,31
Figura 3 
1.3.3 Taxa CDI ou (DI)
A taxa CDI (ou DI) é uma referência muito importante da taxa de juros para o mercado financeiro 
brasileiro. Ela é amplamente utilizada para, por exemplo, servir como meta de rentabilidade para fundos 
de renda fixa, referência em outras operações do mercado financeiro, como operações de hotmoney, e 
para indexar outros tipos de operações financeiras, como o CDB-DI. Desde 1998, a taxa DI é anunciada 
como taxa efetiva anual.
Essa taxa é obtida por meio da média ponderada das operações efetuadas em Certificados de 
Depósitos Interbancários (CDI). Essas operações são registradas na Central de Custódia e Liquidação 
Financeira de Títulos (Cetip). Do mesmo modo que ocorre com os títulos públicos no Selic, a Cetip 
calcula a taxa média ponderada dessas operações realizadas a cada dia e publica a taxa média de 
depósitos interbancários (DI) do dia anterior.
21
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
Devido à importância da taxa DI para o mercado financeiro, a Anbima calcula uma prévia da 
taxa DI, levando em consideração apenas as maiores transações do dia, e as publica no mesmo 
dia à noite.
1.3.4 Taxa Referencial (TR)
A Taxa Referencial (TR) foi criada em 1991 com a intenção de ser uma taxa básica referencial de 
juros para substituir os Bônus do Tesouro Nacional (BTN), indexador utilizado até então e que havia 
sido extinto. Essa taxa foi criada para servir como base para reajustes de contratos antigos (em OTN ou 
BTN), remuneração em cadernetas de poupança e do dinheiro bloqueado pelo Plano Collor e na correção 
de débitos de impostos, taxas e demais obrigações fiscais. Atualmente ela é utilizada para remunerar 
cadernetas de poupança, FGTS e títulos da dívida agrária (TDA-E).
1.3.5 Taxa de Longo Prazo (TLP)
A Taxa de Longo Prazo (TLP) é a taxa de juros utilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES) nos empréstimos que concede. Como tem foco no apoio à criação e expansão 
de novos negócios, essa modalidade de cálculo afeta especialmente os empreendedores, incluindo aqui 
também as pessoas físicas.
A TLP é relativamente nova, visto que foi criada em 2018, em substituição à Taxa de Juros de 
Longo Prazo (TJLP). É considerada uma adequação: enquanto a TJLP, por vezes, possuía uma taxa 
abaixo da praticada pelos bancos comerciais e da própria taxa Selic (criando um déficit), a TLP 
promove o nivelamento.
Entre outras vantagens da sua implementação, a principal delas diz respeito à desassociação das 
taxas de juros do BNDES do direcionamento político, ou seja, o uso dela (como poderia acontecer no 
TJLP) com outros interesses que não a sustentabilidade financeira da instituição e os objetivos que ela 
promove (TAXAS..., [s.d.]).
1.3.6 Composição das taxas de juros
A composição das taxas de juros obedece o esquema a seguir:
In
ce
rt
ez
a 
no
 re
to
rn
o 
do
 c
ap
ita
l i
nv
es
tid
o
Taxa de juros
Taxa real
Taxa livre de risco
Taxa nominal
Taxa de risco
Inflação
Figura 4 
22
Unidade I
O gráfico apresenta a função que determina as taxas de juros. Quanto maior a incerteza no retorno 
do capital investido, maior é a taxa de juros. A incerteza no retorno do capital investido depende de 
muitos fatores na composição do spread bancário. A taxa nominal é composta pela taxa de risco somada 
à taxa livre de risco (spread bancário) e inclui, ainda, a inflação no período. Para conhecermos a taxa real 
do investimento ou do financiamento, precisamos descontar a inflação do período.
1.4 Inflação, deflação, estagflação e índices
Inflação, em uma definição informal, é o aumento generalizado de preços em uma economia, que 
provoca a redução do poder aquisitivo da moeda. Deflação, por sua vez, seria o contrário, uma redução 
generalizada de preços na economia.
Em geral, inflação alta está ligada a crescimento alto. Quando as coisas vão bem, as pessoas 
consomem mais e, se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, há espaço para o aumento 
de preços, gerando inflação.
Crescimento alto é algo desejável, mas inflação alta, não. Para lidar com esses dois objetivos 
conflitantes (controlar a inflação e estimular crescimento) o Brasil adota, desde 1999, o sistema demetas de inflação e garante autonomia ao Banco Central para combater apenas a inflação, ainda que 
isso possa significar sacrifício ao crescimento econômico.
Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o termo inflação passou a ser amplamente 
empregado como sinônimo de enormes aumentos de preços e da base monetária nos países da Europa, 
principalmente Alemanha, Áustria e Rússia.
Até a década de 1930, a inflação geralmente era definida como um aumento anormal na oferta 
de dinheiro sem um correspondente aumento na oferta de bens e serviços. Após os estudos de John 
Maynard Keynes, entretanto, os economistas passaram a dar menos ênfase à quantidade de dinheiro 
como principal determinante dos preços e do consumo total. O consumo corrente passou a ser 
considerado mais como uma função da renda, e, assim, o foco da definição de inflação passou para o 
aumento de preços.
A consequência direta da definição de inflação como um aumento no nível geral de preços e da 
deflação como uma redução foi definir um índice de preços (ou média ponderada de preços individuais) 
que sirva para medir a variável inflação. Porém, os diversos preços individuais em uma economia variam 
diferentemente. Desse modo, qualquer índice de preços fornecerá apenas uma tendência central das 
variações dos diversos preços individuais da economia.
Como o nome indica, estagflação combina estagnação econômica com a inflação. A estagflação na 
economia corresponde a uma situação de recessão econômica, com a diminuição do nível de emprego. 
Essa situação se caracteriza pela ausência de instrumentos da política econômica que regulem a economia. 
Diz-se que um país está em estagflação quando registra uma estagnação no desenvolvimento 
econômico seguida de inflação persistente.
23
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
Esse termo surgiu na década de 1970 para descrever a crise econômica mundial. As suas causas 
estavam no superaquecimento das economias dos países desenvolvidos, com a explosão da procura 
por bens e serviços, mas com a diminuição da oferta, por conta das limitações colocadas pelos países 
produtores de petróleo e, consequentemente, pela diminuição de atividades em setores dependentes 
do petróleo. Isso levou a um aumento de desemprego e depreciação das moedas (ESTAGFLAÇÃO..., 2016).
1.4.1 Índices de inflação (indexadores)
Existem vários índices de preços no mercado brasileiro, apurados por diversas entidades. 
Embora todos busquem medir a inflação, cada índice tem um objetivo, calculado de acordo com 
sua metodologia própria.
O gráfico a seguir apresenta a evolução da inflação calculada pelos Índice Geral de Preços do 
Mercado (IGP-M) no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao longos dos últimos 25 anos, no 
período de agosto de 1995 a agosto de 2019:
IGP-M
Evolução IGP-M e IPCA - janela de 12 meses
Variação do IPCA para fev/20 baseada na expectativa média apurada pelo Comitê de Acompanhamento Macroeconômico ANBIMA
IPCA
ag
o/
95
ag
o/
98
ag
o/
01
ag
o/
04
ag
o/
07
ag
o/
10
ag
o/
13
ag
o/
16
ag
o/
19
m
ai
/9
6
m
ai
/9
9
m
ai
/0
2
m
ai
/0
5
m
ai
/0
8
m
ai
/1
1
m
ai
/1
4
m
ai
/1
7
fe
v/
97
fe
v/
00
fe
v/
03
fe
v/
06
fe
v/
09
fe
v/
12
fe
v/
15
fe
v/
18
no
v/
97
no
v/
00
no
v/
03
no
v/
06
no
v/
09
no
v/
12
no
v/
15
no
v/
18
IPCA IGP-M
fev/20 3,90% 6,82%
há um mês 4,19% 7,81%
há um ano 3,89% 7,60%
IPCA IGP-M
Variação Mês Variação Mês
Maior variação 26,36% ago/95 32,97% abr/03
Menor variação 1,65% jan/99 -1,72% dez/09
33%
30%
27%
24%
21%
18%
15%
12%
9%
6%
3%
0%
-3%
Figura 5 
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido mensalmente pelo IBGE, foi criado com 
o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final. O IPCA é considerado o 
índice oficial de inflação do país.
24
Unidade I
Outro índice importante é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), divulgado pela Fundação 
Getúlio Vargas. Esse índice foi concebido para equalizar correções de alguns títulos do governo. 
Atualmente, é utilizado para correções de tarifas de energia elétrica e contratos.
 Saiba mais
A reportagem a seguir traz um detalhamento das aplicações do IGP-M, 
especialmente sobre contratos:
IGP-M: o que é e como funciona o IGPM acumulado. Toro Investimentos, 
[s.d.]. Disponível em: https://artigos.toroinvestimentos.com.br/igpm-o-que-
e-indice-acumulado. Acesso em: 13 abr. 2020.
2 SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO (SFB)
O Sistema Financeiro Nacional (SFN), também denominado Sistema Financeiro Brasileiro (SFB), é o 
ambiente que agrega todas as instituições que viabilizam a intermediação financeira no país.
Mas o que é intermediação financeira?
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais 
(ANBIMA, [s.d.]a), a intermediação financeira é a atividade que consiste em transferir recursos de agentes 
superavitários para os agentes deficitários.
Agentes superavitários são pessoas, empresas, instituições de modo geral, que possuem dinheiro, 
porém pretendem guardar para gastar no futuro. Assim, eles emprestam esse dinheiro e cobram juros, 
aumentando seus recursos. Poderão gastar, no futuro, quando recebem de volta o dinheiro com os juros.
Já os agentes deficitários (a maioria da população) são aquelas pessoas, empresas ou organizações 
que não têm dinheiro, porém querem gastar agora e não se importam de pagar mais por isso, porém no 
futuro. Assim, eles tomam dinheiro emprestado para pagar no futuro o valor que tomaram emprestado 
mais os juros.
Intermediação financeira
Agentes superavitários
Recebem juros Pagam juros
Poupadores
Investidores
Depositam R$
Tomadores
Emprestadores
Recebem R$
Instituições financeiras Agentes deficitários
Figura 6 
25
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
A intermediação financeira ocorre quando as instituições financeiras tomam dinheiro emprestado 
dos agentes superavitários, ou seja, poupadores ou investidores, mediante a promessa de pagar 
juros após um determinado tempo e, por outro lado, elas emprestam esse dinheiro para os agentes 
deficitários, cobrando juros.
Se a taxa de juros que as instituições financeiras oferecem aos investidores for igual à taxa de juros 
que elas cobrarem dos tomadores de empréstimos, a instituição financeira não ganha nada pelo serviço 
de intermediação.
Assim, as taxas cobradas dos emprestadores é sempre maior que as taxas oferecidas aos investidores, 
criando assim, o spread bancário, cuja finalidade é gerar dinheiro para as instituições financeiras. É a 
remuneração que elas recebem pelo serviço prestado.
Mas e se o tomador do dinheiro não pagar conforme o combinado? Pode acontecer; porém, as 
instituições financeiras possuem instrumentos que as permitem emprestar dinheiro reduzindo o risco 
envolvido. Elas fazem uma avaliação do cliente antes de emprestar. Quanto maior o nível de inadimplência 
avaliado pelo banco, maior o juro que o tomador de empréstimo terá de pagar (ANBIMA, [s.d.]a).
2.1 Mercados financeiros
Kerr (2011) escreve que o mercado financeiro costuma ser dividido em segmentos, apenas por 
questões didáticas, pois na prática muitas vezes esses segmentos se confundem. Alguns autores dividem 
o mercado financeiro em dois únicos segmentos, de acordo com o prazo das operações: mercado de 
crédito e mercado de capitais. Outros autores ampliam essa segmentação e dividem o mercado financeiro 
em quatro mercados, como veremos a seguir.
2.1.1 Mercado monetário
É o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros 
de curto prazo com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil atua nesse mercado 
praticando a chamada política monetária. O controle da liquidez da economia pode ser efetuado pela 
venda ou recompra de títulos públicos, como Letras do Tesouro Nacional (LTN), por exemplo.
No mercado monetário, também são negociados títulos privados emitidos por bancos e por empresas. 
Os mais importantes são os Certificados de Depósito Interbancários(CDI), negociados exclusivamente 
entre instituições financeiras, e os Certificados de Depósito Bancário (CDB), que são vendidos ao público 
em geral. As empresas, por sua vez, emitem debêntures e commercial papers (notas promissórias).
2.1.2 Mercado de crédito
Atuam nesse mercado diversas instituições financeiras e não financeiras, prestando serviços de 
intermediação de recursos de curto e médio prazo para tomadores que necessitam de recursos para 
consumo ou capital de giro. O Banco Central do Brasil (Bacen) é o principal órgão responsável pelo 
controle, normatização e fiscalização desse mercado.
26
Unidade I
Nele, as instituições financeiras podem atuar na intermediação de forma direta ou indireta. 
Quando atua de forma direta, a instituição recebe recursos de investidores (poupadores ou agentes 
superavitários), assumindo a obrigação de devolver, ao investidor, o montante investido (capital inicial 
acrescido de juros). A instituição fica devedora dos recursos captados (posição passiva).
De posse desses recursos, a instituição realiza empréstimos e financiamentos a tomadores de 
crédito (agentes deficitários). A instituição fica credora dos recursos emprestados (posição ativa). Os 
juros cobrados pelo banco na posição ativa são mais altos do que os pagos na posição passiva, cuja 
diferença de taxas é denominado spread. Na intermediação indireta, as instituições atuam apenas como 
intermediários, cobrando uma comissão pelos serviços.
2.1.3 Mercado de capitais
Tem como objetivo canalizar recursos de médio e longo prazo para agentes deficitários, através das 
operações de compra e de venda de títulos e valores mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores 
e intermediários.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o principal órgão responsável pelo controle, normatização 
e fiscalização desse mercado.
2.1.4 Mercado de câmbio
Esse mercado é aquele onde são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por reais (R$). O Banco 
Central do Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e controle das operações de câmbio e 
da taxa de câmbio atuando através de sua política cambial.
2.2 Formação do Sistema Financeiro Brasileiro
O SFB é um dos mais avançados do mundo, e sua solidez se deve a uma gestão macroeconômica 
comprometida com a estabilidade.
A formação do Sistema Financeiro Brasileiro começou em 1808, por meio da fundação da primeira 
instituição financeira nacional, o Banco do Brasil, uma das poucas instituições da espécie no mundo, 
naquela época, ao lado do Riksbank, da Suécia (1694), e do Banco de França (1800).
Nas décadas de 1950, 1960 e 1970, novas instituições e estruturas de regulação foram criadas, como 
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), hoje entre as maiores agências de 
fomento do mundo, e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), dedicado a financiamentos imobiliários.
Também foram instituídos o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão federal superior responsável 
pela fixação das diretrizes da política monetária brasileira, o Banco Central, encarregado da execução 
das políticas monetárias e da regulação e supervisão do sistema financeiro, e a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), dedicada à regulação e supervisão do mercado de valores mobiliários.
27
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
A estrutura do SFN pode ser classificada em três subsistemas. O primeiro é o subsistema normativo, 
que estabelece as normas do sistema financeiro e fiscaliza suas aplicações. O segundo é o subsistema 
supervisor, composto por entidades que supervisionam o cumprimento das normas. O terceiro é o 
subsistema operador, que concentra todas as instituições que fazem a intermediação financeira entre 
os agentes superavitários e os agentes deficitários.
O esquema a seguir ilustra como as instituições normativas, supervisoras e operadoras se relacionam. 
Na sequência, apresentaremos uma breve descrição de cada uma dessas instituições, iniciando pelos 
órgãos normativos e, posteriormente, apresentaremos as entidades supervisoras. Por fim, faremos uma 
breve descrição das principais instituições operadoras, classificando-as em instituições bancárias, não 
bancárias e acessórias.
Composição e seguimento do Sistema Financeiro Nacional
CMN
Conselho Monetário 
Nacional
BCB
Banco Central do Brasil
CVM
Comissão de 
Valores Mobiliários
Susep
Superintendência 
de Seguros 
Privados
Previc
Superintendência 
Nacional de 
Previdência 
Complementar
Bancos e 
caixas econômicas
Administradoras de 
consórcios Bolsa de Valores
Seguradoras e 
resseguradores
Entidades fechadas 
de previdência 
complementar 
(fundos de pensão)
Cooperativas 
de crédito
Instituições de 
pagamento**
Demais instituições 
não bancárias
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes 
estabelecidas pelo CMN.
Sociedades de 
capitalização
Corretoras e 
distribuidoras*
Entidades abertas 
de previdência
Bolsa de 
mercadorias e 
futuros
CNSP
Conselho Nacional de 
Seguros Privados
CNPC
Conselho Nacional 
de Previdência 
Complementar
Moeda, crédito, capitais e câmbio Seguros privados
Op
er
ad
or
es
Su
pe
rv
is
or
es
Ó
rg
ão
s 
no
rm
at
iv
os
Previdência fechada
Figura 7 
28
Unidade I
2.2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo mais importante do Sistema Financeiro 
Nacional e tem a responsabilidade de formular as políticas monetárias, cambial e de crédito, objetivando 
a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Foi criado pela Lei n. 4.595, 
de 31 de dezembro de 1964.
Ao CMN compete:
• estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia;
• regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras;
• disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial.
Tradicionalmente, o Conselho Monetário Nacional era composto por apenas três integrantes: o 
ministro da Fazenda, que ocupa o lugar de presidente do CMN; o presidente do Bacen; e o ministro do 
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
É importante notar que, em 2019, houve uma reorganização nos ministérios. Com isso, a composição 
do CMN passou a ser: ministro da Economia, presidente do Bacen, secretário especial de Fazenda 
(ANBIMA, [s.d.]b).
 Observação
No governo de 2019 a 2022, o nome do cargo ministro da Fazenda foi 
trocado para ministro da Economia e acumulou outros ministérios.
Os objetivos do CMN são os seguintes:
• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu 
processo de desenvolvimento;
• regular o valor interno da moeda, corrigindo ou prevenindo os surtos inflacionários ou 
deflacionários, de ordem interna ou externa;
• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do país, tendo em vista 
a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
• orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras, públicas ou privadas, visando 
proporcionar, nas diversas regiões do país, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico 
da economia nacional;
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros com a finalidade de 
aumentar a eficiência do sistema de pagamentos e mobilização de recursos;
29
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
• zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
• coordenar as políticas monetária, de crédito, orçamentária, fiscal e das dívidas públicas, interna e 
externa (KERR, 2011, p. 15).
2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas 
da política de seguros privados, operacionalizadas pelos setores de seguros, resseguros, previdência 
complementar aberta e capitalização.
O conselho é composto por representantesdo Ministério da Fazenda (presidente), do Ministério da 
Justiça, do Ministério da Previdência e Assistência Social, da Superintendência de Seguros Privados, do 
Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) tem como uma de suas funções assessorar o representante 
do Ministério da Fazenda no Conselho Nacional de Seguros Privados (BRASIL, [s.d.]).
2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) tem como função regular o regime de 
previdência complementar, cuja operação é executada pelas entidades de previdência complementar.
O CNPC é constituído atualmente pelo ministro da Economia, atuando como Presidente do Conselho 
e pelo superintendente da Susep, como presidente substituto. Suas atribuições são as seguintes:
• fixar diretrizes e normas da política de seguros privados;
• regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem 
atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação 
das penalidades previstas;
• fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização 
e resseguro;
• estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
• conhecer dos recursos de decisão da Susep e do IRB;
• prescrever os critérios de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades 
de previdência privada aberta e resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das 
respectivas operações;
• disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor (BRASIL, [s.d.]).
30
Unidade I
2.2.4 Banco Central do Brasil (BC ou Bacen)
O Banco Central do Brasil é o órgão executor das políticas do Sistema Financeiro Nacional. 
Foi criado pela Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações 
do Conselho Monetário Nacional (CMN) e responsável por garantir o poder de compra da moeda 
nacional (KERR, 2011).
O objetivos do Banco Central do Brasil são os seguintes:
• zelar pela adequada liquidez da economia;
• manter as reservas internacionais em nível adequado;
• estimular a formação de poupança;
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
2.2.5 Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão normativo responsável pelo desenvolvimento, 
disciplina e fiscalização do mercado de valores mobiliários. Sua principal atribuição é a fiscalização da 
emissão e negociação de títulos emitidos pelas sociedades por ações de capital aberto, para que as 
bolsas de valores funcionem de acordo com os princípios éticos e legais.
A CVM é um órgão colegiado composto de um presidente e quatro diretores, nomeados pelo 
presidente da República. Tem como principais funções:
• assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;
• proteger os titulares de valores mobiliários;
• evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;
• assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as 
companhias que os tenham emitido;
• assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
• estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;
• promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular 
aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas (KERR, 2011).
31
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
2.2.6 Superintendência de Seguros Privados (Susep)
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) é o órgão responsável pelo controle e fiscalização 
dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. É uma autarquia 
vinculada ao Ministério da Economia e foi criada pelo Decreto-lei n. 73, de 21 de novembro de 1966. 
Tem como missão desenvolver os mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos 
do consumidor.
A Susep está constituída por representantes do Ministério da Justiça, do Ministério da Previdência e 
Assistência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários. Tem como atribuições:
• fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das sociedades seguradoras, 
de capitalização, entidades de previdência privada aberta e resseguradores, na qualidade de 
executora da política traçada pelo CNSP;
• atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações 
de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
• zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
• proporcionar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles 
vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema 
Nacional de Capitalização;
• promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o 
funcionamento das entidades que neles operem;
• zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
• disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens 
garantidores de provisões técnicas;
• cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas;
• prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP (SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS 
PRIVADOS, [s.d.]).
2.2.7 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia de natureza 
especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério 
da Economia, com sede e foro no Distrito Federal (DF), tendo atuação em todo o território nacional. Sua 
missão é fiscalizar e supervisionar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar 
(fundos de pensão) e executar as políticas para o regime de previdência complementar.
32
Unidade I
A Previc, de acordo com o Decreto n. 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, é dirigida por uma Diretoria 
Colegiada, composta por: diretor-superintendente, diretor de administração, diretor de licenciamento, 
diretor de fiscalização e monitoramento e diretor de orientação técnica e normas. Possui ainda, em sua 
estrutura, gabinete, assessoria de comunicação social e parlamentar, coordenação-geral de suporte à 
diretoria colegiada, ouvidoria, coordenação-geral de inteligência e gestão de riscos, coordenação-geral 
de gestão estratégica e inovação institucional, corregedoria, auditoria interna, procuradoria federal, 
além de cinco escritórios de representação em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e 
Rio Grande do Sul (SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, [s.d.]).
2.3 Entidades de apoio ao Sistema Financeiro Brasileiro
Além das instituições apresentadas, existem três instituições criadas com finalidade social: Banco 
do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica 
Federal (CEF). O principal objetivo dessas entidades seria atuar nos mercados financeiros, promovendo o 
desenvolvimento econômico, por meio de financiamentos subsidiados e outras atividades de natureza 
social. Entretanto, elas foram perdendo sua função social ao longo do tempo, como veremos a seguir.
2.3.1 Banco do Brasil (BB)
O Banco do Brasil é uma instituição financeira brasileira, atualmente constituída na forma de 
sociedade por ações, em que a União Federal participa com 50% das ações; 0,49% são ações em 
tesouraria e as demais ações, totalizando 49,51%, são negociadas nas bolsas de valores Brasil e Estados 
Unidos, sendo 23,91% de capital brasileiro e 25,6% de capital estrangeiro.
Sua criação ocorreu em 1808, ano em que a família real portuguesa veio ao Brasil. Após muitas 
fusões com outras instituições e mudanças na sua orientação, ocorreu sua consolidação por meio daLei n. 4.595, de dezembro de 1964 (a Lei da Reforma Bancária), que marcou o início de um processo de 
transformação dos diversos papéis até então desempenhados pelo Banco do Brasil enquanto instituição 
financeira e partícipe na formulação e execução da política financeira e creditícia do governo. Essa 
legislação criou o Banco Central (BC), transferindo-lhe aquelas funções que lhe são típicas, antes em 
parte exercidas pelo BB.
O modelo institucional definido para o Banco do Brasil conservou a sua natureza mista de banco 
de governo e banco comercial. Atuou como um banco de governo por realizar volumosas operações 
lastreadas em recursos supridos por ordem e conta do Tesouro. Continuou com a função de agente 
financeiro do Tesouro, além de desempenhar diversas tarefas, como administração do sistema de 
compensação de cheques e suprimento de numerário para o sistema bancário – estas por delegação 
do Banco Central –, administração do comércio exterior brasileiro, via Carteira do Comércio Exterior 
(Cacex), e gestor de diversos fundos e programas oficiais.
Executou, também, operações típicas de banco comercial, mas mesmo nestas operou sob forte influência 
das políticas governamentais, dada a visão de um banco voltado ao financiamento do desenvolvimento 
do país. Concentrou sua atuação no financiamento de atividades produtivas, especialmente no setor 
agropecuário, e estendeu sua rede de agências preferencialmente pelo interior do país.
33
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
2.3.2 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) foi criado em 1952, com o objetivo de 
formular e executar a política nacional de desenvolvimento econômico. Investiu muito em infraestrutura, 
mas a criação de estatais, aos poucos, liberou o banco para investir mais na iniciativa privada e na 
indústria. Durante a década de 1960, o setor agropecuário e as pequenas e médias empresas passaram 
a contar com linhas de financiamento do BNDE.
Em 1964, o Banco já descentralizava suas operações, por meio da abertura de escritórios regionais 
em São Paulo, Recife e Brasília. Passou, ainda, a operar em parceria com uma rede de agentes financeiros 
espalhados por todo o Brasil.
O BNDE se tornou uma empresa pública em 1971, possibilitando maior flexibilidade na contratação 
de pessoal, bem como uma maior liberdade nas operações de captação e aplicação de recursos, com 
menos interferência política.
Na década de 1970, o BNDE foi fundamental na política de substituição de importações. Os setores 
de bens de capital e insumos básicos passaram a receber mais investimentos, contribuindo para a 
consolidação, no Brasil, do maior parque industrial da América Latina. Começaram os investimentos em 
segmentos ainda incipientes, como a informática e a microeletrônica.
Em 1974, o banco estabeleceu três subsidiárias para atuar no mercado de capitais, de modo a ampliar 
as formas de capitalização das empresas brasileiras. Elas se fundiriam, em 1982, na BNDESPar.
O início dos anos 1980 foi marcado pela integração das preocupações sociais à política de 
desenvolvimento. A mudança se refletiu no nome do banco, que, em 1982, passou a se chamar Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Durante a década de 1980, o conceito da integração competitiva se fortaleceu, por meio da expansão 
do mercado interno e, ao mesmo tempo, o incentivo às exportações, mediante um programa específico, 
criado em 1983.
Ainda na década de 1980, o BNDES passou a utilizar o planejamento estratégico, com a finalidade 
de efetuar análises e formulação de políticas públicas com foco social.
Nos anos 1990, o BNDES teve papel importante na privatização das grandes estatais brasileiras. O banco foi 
o órgão responsável pelo suporte administrativo, financeiro e técnico do Programa Nacional de Desestatização, 
iniciado em 1991.
Em 1993, o BNDES iniciou a atuação em novos campos, com estímulo à descentralização regional, 
com o incremento dos investimentos em projetos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O programa 
de exportações passou a incluir as micro, pequenas e médias empresas. O setor de comércio e serviços 
começou a receber investimentos do banco, e a preocupação com o meio ambiente ganhou força, com a 
classificação do risco ambiental dos projetos. A área social também deu início ao programa de microcrédito.
34
Unidade I
Em 1995, o banco ampliou sua atuação com apoio ao setor cultural, com investimentos na produção 
de filmes e na preservação do patrimônio histórico e artístico nacional. A partir de 2006, o BNDES 
passou a investir na economia da cultura, com financiamentos para todas as etapas de sua cadeia 
produtiva (BNDES, [s.d.]).
2.3.3 Caixa Econômica Federal (CEF)
A Caixa Econômica Federal (CEF) foi fundada em 1861 pelo imperador dom Pedro II. Desde 
então, a Caixa caminha lado a lado com a trajetória do país, acompanhando seu crescimento e o 
de sua população.
Em 1931, iniciou a oferta de operações de empréstimo por consignação para pessoas físicas; três 
anos depois, por determinação do Governo Federal, assumiu a exclusividade dos empréstimos sob 
penhor, o que extinguiu as casas de prego operadas por particulares. No dia 1º de junho do mesmo ano, 
foi assinada a primeira hipoteca para a aquisição de imóveis da Caixa do Rio de Janeiro.
A CEF incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH) em 1986 e assumiu definitivamente a 
condição de maior agente nacional de financiamento da casa própria e de importante financiadora do 
desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico. No mesmo ano, com a extinção do BNH, 
tornou-se o principal agente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), administradora 
do FGTS e de outros fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Quatro anos depois, em 1990, 
iniciou ações para centralizar todas as contas vinculadas do FGTS, que, à época, eram administradas por 
mais de 70 instituições bancárias.
Seus principais produtos são caderneta de poupança, empréstimos, gestão do FGTS, do Programa de 
Integração Social (PIS), do Seguro-Desemprego, do crédito educativo e do financiamento habitacional 
e transferência de benefícios sociais e das Loterias Federais, das quais detém o monopólio desde 1961 
(CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, [s.d.]).
2.4 Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central
Castro (2016) escreve que os dois cargos públicos mais importantes do SFN são o do ministro da 
Fazenda e do presidente do Banco Central. O ministro da Fazenda é quem cuida de toda a receita do 
Governo Federal e organiza a maneira como o dinheiro é gasto.
Em última instância, é o ministro da Fazenda que libera as verbas para os outros ministérios e para os 
governos estaduais e municipais e também quem faz o pagamento de emendas parlamentares. As conversas 
com empresários e investidores sobre impostos e desonerações, a proposição de medidas e sua negociação com 
o Congresso, a formulação de planos econômicos, entre outros, fazem parte do trabalho.
Todo esse processo envolve negociação, seja com o Congresso, governadores, prefeitos, empresários 
ou com outros ministros. A política está no dia a dia do cargo, e seu ocupante responde diretamente 
ao presidente da República. As funções do ministro da Fazenda são auxiliar o presidente da República e 
administrar as contas do governo. É um cargo técnico e político.
35
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
O presidente do Banco Central é o responsável por zelar pela solidez do sistema bancário do 
país e pela condução das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o 
exterior. Quando se fala de política monetária, o principal instrumento que o BC tem para cumprir 
seu maior objetivo – que é o combate à inflação – é a decisão sobre a taxa básica de juros da 
economia, a taxa Selic.
O presidente do Banco Central tem autonomia operacional. Isso significa que, apesar de ser 
nomeado e demitido pelo presidente da República, não deve aceitar ingerências

Outros materiais