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TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

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@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
1 
 
Tutoria 
DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO 
 HUMOR: emoção ou um tom de sentimento difuso e 
persistente que influencia o comportamento de uma 
pessoa e colore sua percepção de ser no mundo. 
 TRANSTORNOS DEPRESSIVOS: 
o Transtorno disruptivo da desregulação do 
humor 
o Transtorno depressivo maior 
o Transtorno disfórico pré-menstrual 
o Transtorno depressivo persistente (distimia) 
o Transtorno depressivo induzido por 
substância/medicamento 
o Transtorno depressivo devido a outra condição 
médica 
o Outro transtorno depressivo especificado 
o Transtorno depressivo não especificado. 
 Sinais e sintomas de transtorno do humor incluem 
mudanças no nível de atividade, nas capacidades 
cognitivas, na fala e nas funções vegetativas (p. ex., 
sono, apetite, atividade sexual e outros ritmos 
biológicos). 
 A sintomatologia clínica permite identificar os 
subtipos depressivos em melancólicos, psicóticos 
ou atípicos. Classifica-os, ainda, quanto a sua 
polaridade (unipolar ou bipolar), a sua intensidade 
(distimia), o seu curso (breve, recorrente ou 
persistente), os seus fatores desencadeantes 
(sazonal ou puerperal) e a sua gravidade (leve, 
moderada ou grave). 
 TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR OU 
DEPRESSÃO UNIPOLAR: Pacientes apenas com 
episódios depressivos maiores 
 TRANSTORNO DEPRESSIVO MENOR: não 
atende a todos os critérios para um transtorno 
depressivo maior, mas pelo menos a dois sintomas. 
 TRANSTORNO BIPOLAR: episódios tanto 
maníacos quanto depressivos ou somente com 
episódios maníacos 
 Os termos “mania unipolar” e “mania pura” às vezes 
são usados para pacientes bipolares que não têm 
episódios depressivos 
Categorias adicionais de transtornos do humor: 
 HIPOMANIA é um episódio de sintomas maníacos 
que não satisfaz os critérios para episódio maníaco 
 CICLOTIMIA: forma menos grave de transtorno 
bipolar 
 DISTIMIA: transtorno depressivo persistente 
o Humor deprimido por 2 anos 
o Mudança em 2 ou mais dos seguintes 
aspectos: apetite, sono, energia, 
autoestima, concentração ou decisões, 
desesperança 
o Sem remissão 
o Sem mania ou hipomania 
o Início mais precoce e insidioso 
EPIDEMIOLOGIA 
 O transtorno depressivo maior tem a prevalência 
mais alta ao longo da vida (quase 17%) de todos os 
transtornos psiquiátricos. 
 Prevalência duas vezes maior de transtorno 
depressivo maior em mulheres do que em homens. 
As mulheres também têm uma taxa mais alta de 
ciclagem rápida, definida como quatro ou mais 
episódios maníacos no período de um ano 
 A prevalência em indivíduos de 18 a 29 anos é três 
vezes maior do que em indivíduos acima dos 60 
anos. 
 Indivíduos com transtornos depressivos maiores 
têm maior risco de apresentar um ou mais 
transtornos comórbidos. Os mais frequentes são 
abuso ou dependência de álcool, transtornos de 
pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e 
transtorno de ansiedade social. 
FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DEPRESSIVO 
 A correlação sugerida por estudos de ciências 
básicas entre a down regulation dos receptores 
beta-adrenérgicos e as respostas clínicas aos 
antidepressivos é provavelmente a evidência 
isolada mais convincente indicando um papel direto 
do sistema noradrenérgico na depressão. Outras 
evidências implicaram também os receptores beta2 
pré-sinápticos na depressão, visto que sua ativação 
resulta em redução da quantidade de norepinefrina 
liberada. Esses receptores também estão 
localizados nos neurônios serotonérgicos e regulam 
a quantidade de serotonina liberada. 
 Duas teorias recentes sobre dopamina e depressão 
são que a via mesolímbica da dopamina pode ser 
disfuncional e que seu receptor D1 pode ser 
hipoativo na depressão. 
 O GABA tem um efeito inibidor sobre as vias 
ascendentes monoaminérgico, particularmente os 
sistemas mesocortical e mesolímbico. 
 Reduções dos níveis plasmático, do LCS e cerebral 
de GABA foram observadas na depressão. Estudos 
com animais também revelaram que o estresse 
 
@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
2 
 
crônico pode reduzir e, por fim, esgotar os níveis de 
GABA 
 História de trauma precoce está associada com 
atividade HHS aumentada acompanhada de 
alterações estruturais (i.e., atrofia ou diminuição de 
volume) no córtex cerebral. 
 Hipercortisolemia na depressão sugere um ou mais 
dos seguintes distúrbios centrais: tônus inibitório de 
serotonina diminuído; impulso aumentado de 
norepinefrina, ACh ou hormônio liberador de 
corticotrofina (CRH); ou diminuição da inibição do 
feedback do hipocampo. 
 Níveis de somatostatina do LCS diminuídos foram 
relatados na depressão 
 A depressão está associada com perda prematura 
do sono profundo (de onda lenta) e aumento no 
despertar noturno. Foi verificado que pacientes que 
manifestam um perfil de sono caracteristicamente 
anormal são menos responsivos a psicoterapia e 
apresentam um risco maior de recaída ou recidiva e 
podem se beneficiar, sobretudo, da farmacoterapia. 
 Doenças prevalentes como diabetes, obesidade 
mórbida e doença cardiovascular são 
frequentemente complicadas por episódios 
depressivos, e esses episódios têm mais 
probabilidade de se tornarem crônicos do que os 
episódios depressivos em indivíduos saudáveis. 
FATORES BIOLÓGICOS: 
 Das aminas biogênicas, a norepinefrina e 
serotonina são os neurotransmissores mais 
implicados na fisiopatologia dos transtornos de 
humor. 
 A diminuição na concentração de serotonina ou 
de dopamina e a redução da liberação de 
norepinefrina e da sua ação em seus receptores 
são motivadores da depressão; 
 O estresse crônico é capaz de desencadear 
alterações neuroendócrinas que culminam na 
diminuição da neurotransmissão “normal”; 
 Distúrbios imunológicos que comprometem a 
imunidade celular podem gerar a liberação de 
interleucinas associadas a hipercortisolemia; 
 Pode-se ocorrer desregulações nas emoções 
humanas por mudanças neuroanatômicas (no 
córtex pré-frontal, no cingulado anterior, no 
hipocampo e na amígdala); 
FATORES GENÉTICOS: 
 Ser filho de genitor com transtorno de humor, 
sendo somente 1 afetado, tem a chance de 10 
a 25% de apresentar esses transtornos; 
 Se ambos os genitores são afetados, o risco 
duplica para a criança vir apresentar esse 
transtorno; 
 Quanto mais membros da família forem 
afetados, maior o risco para um filho. 
 O risco é maior se os afetados forem parentes 
em primeiro grau do que mais distantes. 
 Os genes explicam apenas 50 a 70% da 
etiologia dos transtornos do humor. O ambiente 
ou outros fatores não hereditários devem 
explicar o restante. Portanto, é uma 
predisposição ou suscetibilidade à doença que 
é herdada. 
 Indivíduos com eventos de vida adversos em 
geral tinham risco aumentado para depressão. 
Destes, entretanto, aqueles com uma variante 
no gene transportador de serotonina 
apresentavam o maior aumento no risco. Esse 
é um dos primeiros relatos de uma interação 
gene-ambiente específica em um transtorno 
psiquiátrico 
 Os estudos de genética molecular não 
conseguiram ainda identificar um locus gênico 
específico para a depressão, possivelmente por 
se tratar de uma enfermidade com 
heterogeneidade etiológica 
 A herdabilidade é de aproximadamente 40%, e 
o traço de personalidade neuroticismo 
representa uma parte substancial dessa 
propensão genética. 
FATORES PSICOSSOCIAIS: 
 Acontecimentos da vida e o estresse ambiental 
frequentemente precedem os primeiros 
episódios de transtornos de humor. Como se 
explica isso? - o estresse que acompanha o 
primeiro episódio resulta em mudanças 
duradouras na biologia do cérebro. Essas 
mudanças podem alterar os estados funcionais 
de vários neurotransmissores e sistemas 
sinalizadores intraneuronais,mudanças que 
podem incluir mesmo a perda de neurônios e 
uma redução excessiva de contatos sinápticos. 
Como resultado, uma pessoa tem alto risco de 
desenvolver episódios subsequentes de um 
transtorno do humor, mesmo sem um estressor 
externo. 
 Os dados mais convincentes indicam que o 
evento de vida associado com mais frequência 
ao desenvolvimento da depressão é a perda de 
um dos genitores antes dos 11 anos de idade. 
O estressor ambiental mais associado ao início 
de um episódio de depressão é a perda do 
cônjuge. Outro fator de risco é o desemprego 
 Pessoas com transtornos da personalidade – 
obsessivo-compulsiva, histriônica e borderline – 
podem ter um risco maior de depressão do que 
indivíduos com personalidade antissocial ou 
paranoide. 
 A cronicidade dos sintomas depressivos 
aumenta de modo substancial a probabilidade 
de transtornos da personalidade, ansiedade e 
@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
3 
 
abuso de substância subjacentes e diminui a 
probabilidade de que o tratamento seja seguido 
pela resolução completa dos sintomas. 
Portanto, é útil pedir que os indivíduos que 
apresentam sintomas depressivos identifiquem 
o último período de pelo menos dois meses 
durante o qual estiveram inteiramente livres de 
sintomas depressivos. 
 
MUDANÇAS ANATOMOPATOLÓGICAS: 
 Aumento de ventrículos e discreta atrofia cortical. 
 Participação de estruturas pertencentes aos 
circuitos que conectam os lobos frontais aos 
gânglios da base (circuitos córtex-gânglios da base-
tálamo-corticais) na fisiopatologia da depressão, 
principalmente do circuito pré-frontal e do circuito do 
cíngulo ("circuito límbico"). 
 Aumento de hiperintensidades periventriculares e 
nos gânglios da base em pacientes deprimidos 
unipolares, isso pode aumentar a predisposição do 
indivíduo à manifestação de quadros depressivos. É 
possível que essas lesões na substância branca 
estejam interrompendo os fronto-estriatais, 
contribuindo na etiopatogenia do quadros 
depressivos e aumentando o risco de resistência ao 
tratamento farmacológico. 
 Há redução global no fluxo sangüíneo cortical na 
depressão maior, principalmente nas regiões 
frontais 
 Taxas relativamente baixas de metabolização da 
glicose nos lobos frontais e nos gânglios da base de 
pacientes deprimidos 
 Taxas metabólicas diminuídas no córtex pré-frontal 
anterolateral esquerdo em pacientes deprimidos 
 Diminuição de fluxo em caudado e aumento de fluxo 
em amígdala e lobo frontal. 
 Moore et al detectaram uma diminuição nos níveis 
de atp nos gânglios da base de pacientes com 
depressão maior 
 Quatro regiões cerebrais na regulação das emoções 
normais: o córtex pré-frontal (cpf), o cingulado 
anterior, o hipocampo e a amígdala. O cpf é 
considerado a estrutura que contém representações 
de objetivos e as respostas adequadas para 
alcançá-los. Pensa-se que o córtex cingulado 
anterior (cca) sirva como ponto de integração de 
estímulos atencionais e emocionais. O hipocampo 
está mais claramente envolvido em várias formas de 
aprendizagem e memória, incluindo o 
condicionamento do medo, bem como na regulação 
inibitória da atividade do eixo hhs. A aprendizagem 
emocional ou contextual parece estar relacionada 
com uma conexão direta entre o hipocampo e a 
amígdala. A amígdala parece ser um local crucial 
para o processamento de estímulos novos de 
significado emocional e para a coordenação e 
organização de respostas corticais 
DIAGNÓSTICO 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
 É caracterizado por episódios depressivos maiores 
distintos e remissões interepisódicas 
 Ocorre sem uma história de um episódio maníaco, 
misto ou hipomaníaco. 
 Sintoma recente ou em piora de pré-episódico 
 Déficit congnitivo 
 Humor disfórico (crianças e adolescentes) 
 Início na puberdade 
 Remissão: paciente teve o episódio depressivo 
maior, deixou de ter por 2 meses ou teve 2 sintomas 
leves e após esse tempo teve outro episódio 
 A cada novo episódio aumenta o risco de 
recorrência 
PARA DIAGNÓSTICO: 
 Critérios clínicos (DSM-5) 
 Hemograma completo, eletrólitos, níveis de 
hormônio tireoestimulante (thyroid-stimulating 
hormone, TSH), vitamina B12 e folato para 
descartar enfermidades físicas que provocam 
depressão. Em idosos, níveis de testosterona. 
Algumas vezes, testes para uso de drogas ilícitas 
são apropriados. 
 Testes de triagem: questionários breves estão 
disponíveis para triagem da depressão. Eles 
ajudam a identificar alguns sintomas depressivos, 
mas não podem ser usados isoladamente para o 
diagnóstico. Mas muitas dessas ferramentas são 
úteis para identificar pessoas em risco que 
precisam de avaliação mais detalhada. Algumas 
das ferramentas de triagem mais amplamente 
utilizadas são o Patient Health Questionnaire-
9 (PHQ-9) e o Beck Depression Inventory (BDI). 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram 
presentes durante o mesmo período de duas semanas e 
representam uma mudança em relação ao funcionamento 
anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido 
ou (2) perda de interesse ou prazer. 
https://www.mdcalc.com/phq-9-patient-health-questionnaire-9
https://www.mdcalc.com/phq-9-patient-health-questionnaire-9
https://www.ismanet.org/doctoryourspirit/pdfs/Beck-Depression-Inventory-BDI.pdf
@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
4 
 
*Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra 
condição médica. 
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase 
todos os dias, conforme indicado por relato 
subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem 
esperança) ou por observação feita por outras 
pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em 
crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.) 
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em 
todas ou quase todas as atividades na maior 
parte do dia, quase todos os dias (indicada por 
relato subjetivo ou observação feita por outras 
pessoas). 
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar 
fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% 
do peso corporal em um mês), ou redução ou 
aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em 
crianças, considerar o insucesso em obter o ganho 
de peso esperado.) 
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os 
dias (observáveis por outras pessoas, não 
meramente sensações subjetivas de inquietação ou 
de estar mais lento). 
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva 
ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase 
todos os dias (não meramente autorrecriminação ou 
culpa por estar doente). 
8. Capacidade diminuída para pensar ou se 
concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por 
relato subjetivo ou observação feita por outras 
pessoas). 
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente 
medo de morrer), ideação suicida recorrente sem 
um plano específico, uma tentativa de suicídio ou 
plano específico para cometer suicídio. 
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo 
ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma 
substância ou a outra condição médica. 
*Nota: Os Critérios A-C representam um episódio 
depressivo maior. 
*Nota: Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína 
financeira, perdas por um desastre natural, uma doença 
médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos 
de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta 
de apetite e perda de peso observados no Critério A, que 
podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais 
sintomas possam ser entendidos ou considerados 
apropriadosà perda, a presença de um episódio depressivo 
maior, além da resposta normal a uma perda significativa, 
também deve ser cuidadosamente considerada. Essa 
decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento 
clínico baseado na história do indivíduo e nas normas 
culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma 
perda.* 
D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem 
explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, 
transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro 
transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno 
psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro 
transtorno psicótico não especificado. 
E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio 
hipomaníaco. 
*Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do 
tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por 
substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de 
outra condição médica. 
* Ao diferenciar luto de um episódio depressivo maior (EDM), 
é útil considerar que, no luto, o afeto predominante inclui 
sentimentos de vazio e perda, enquanto no EDM há humor 
deprimido persistente e incapacidade de antecipar felicidade 
ou prazer. A disforia no luto pode diminuir de intensidade ao 
longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas 
como “dores do luto”. Essas ondas tendem a estar 
associadas a pensamentos ou lembranças do falecido. O 
humor deprimido de um EDM é mais persistente e não está 
ligado a pensamentos ou preocupações específicos. A dor do 
luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos 
que não são característicos da infelicidade e angústia 
generalizadas de um EDM. O conteúdo do pensamento 
associado ao luto geralmente apresenta preocupação com 
pensamentos e lembranças do falecido, em vez das 
ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no EDM. 
No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo 
que no EDM os sentimentos de desvalia e aversão a si 
mesmo são comuns. Se presente no luto, a ideação 
autodepreciativa costuma envolver a percepção de falhas em 
relação ao falecido (p.ex., não ter feito visitas com frequência 
suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um 
indivíduo enlutado pensa em morte e em morrer, tais 
pensamentos costumam ter o foco no falecido e 
possivelmente em “se unir” a ele, enquanto no EDM esses 
pensamentos têm o foco em acabar com a própria vida por 
causados sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo 
ou da incapacidade de enfrentar a dor da depressão. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Episódios maníacos com humor irritável 
 TDAH - distratibilidade e a baixa tolerância à 
frustração podem ocorrer tanto em um transtorno de 
déficit de atenção/hiperatividade quanto em um 
episódio depressivo maior; 
 Tristeza 
@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
5 
 
 Transtorno do humor devido a outra condição 
médica. 
 Transtorno depressivo ou bipolar induzido por 
substância/medicamento. 
 Transtorno de adaptação 
o Resposta inadequada a um estressor (ex.: 
término de relacionamento, luto, 
descoberta de doença grave) 
o Início: em até 3 meses após evento 
estressor 
o Final: em até 6 meses 
o Não satisfaz critérios para outro transtorno 
TRATAMENTO DO TRANSTORNO DEPRESSIVO 
SUPORTE 
 Até que melhora clara comece, um médico pode 
precisar ver o paciente semanalmente ou a cada 
duas semanas a fim de fornecer suporte e 
educação, além de monitorar o progresso 
 Incentivar os pacientes a gradualmente aumentar 
atividades simples (p. ex., caminhar, exercitar-se 
regularmente) e elevar interações sociais deve ser 
balanceado com o reconhecimento do seu desejo 
de evitar atividades. 
PSICOTERAPIA 
 Terapia psicossocial pode ser oferecida como uma 
terapia cognitiva (em uma tentativa de tirar a 
atenção seletiva aos aspectos negativos das 
circunstâncias e inferências mórbidas não realistas), 
interpessoal ou de comportamento, ao se avaliar as 
necessidades do sujeito. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
A escolha do fármaco pode ser orientada pela resposta 
anterior a um antidepressivo específico. De outra maneira, 
os ISRS costumam ser os fármacos de escolha inicial. Ainda 
que os diferentes ISRS sejam igualmente efetivos para 
casos típicos, certas propriedades dos fármacos os tornam 
menos ou mais apropriados para certos pacientes 
 Classes disponíveis: 
o Inibidores seletivos de recaptação de 
serotonina 
o Moduladores da serotonina (bloqueadores 5-
HT2) 
o Inibidores de recaptação de serotonina e 
noradrenalina 
o Inibidor de recaptação de dopamina e 
noradrenalina 
o Antidepressivos heterocíclicos 
o Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) 
o Antidepressivo melatonérgico 
o Fármacos do tipo cetamina 
 Os antidepressivos podem levar de 3 a 4 semanas 
para exercer efeitos significativos. 
 A duração do tratamento farmacológico tem de ser 
de pelo menos 6 meses, ou mais do que o tempo de 
duração de um episódio depressivo anterior. 
 Pode haver indicação de tratamento profilático. 
 Na fase inicial do tratamento, deve-se observar 
alguma remissão nos sintomas após 4-6 semanas 
de tratamento. 
 Caso haja resposta precária à medicação ou uma 
gravidade extrema dos sintomas, pode-se indicar a 
eletroconvulsoterapia (ECT) ou Estimulação 
Magnética Transcraniana (EMT). 
 Os fármacos mais utilizados atualmente, de modo 
bem sintético, são: ISRS – Fluoxetina e Sertralina; e 
antidepressivos tricíclicos (como o Amitriptilina, 
Clomipramina, Imipramina), pelo fato de serem mais 
baratos e mais disponíveis na rede pública. 
ELETROCONVULSOTERAPIA 
 Envolve a indução elétrica de uma convulsão sob 
condições controladas. 
 Seu mecanismo de ação é incerto, mas a produção 
de atividade convulsiva parece ser essencial para 
seus efeitos antidepressivos. 
 A ECT moderna, administrada sob sedação 
profunda/anestesia geral, costuma ser bem 
tolerada, mas agudamente podem ocorrer 
confusão mental e comprometimento da memória. 
Parte disso melhora e desaparece em 6 meses 
depois do tratamento com ECT, mas a amnésia 
retrógrada pode persistir a longo prazo 
 
FOTOTERAPIA 
 É mais conhecida por seus efeitos na depressão 
sazonal, mas parecer ser igualmente eficaz para 
depressão não sazonal. 
 O tratamento pode ser fornecido em casa com uma 
unidade de luz especial que fornece 2.500 a 10.000 
lux a uma distância de 30 a 60 cm que os pacientes 
olham por 30 a 60 minutos/dia (mais tempo com 
uma fonte de luz menos intensa). 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413138_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413030_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413030_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413064_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413079_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413079_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413090_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413090_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413096_pthttps://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413109_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413132_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v43524408_pt
@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
6 
 
PSICOESTIMULANTES 
 (p. ex., dextroanfetamina, metilfenidato) são 
usados algumas vezes, frequentemente, com 
antidepressivos. 
ERVAS MEDICINAIS 
 A erva-de-são-joão pode ser eficaz para tratar 
depressão leve, embora os dados sejam 
contraditórios. 
ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA 
REPETITIVA (EMTR) 
 Para o tratamento agudo do transtorno depressivo 
maior tem suporte substancial de estudos 
controlados. 
 EMTr de baixa frequência pode ser aplicada ao 
córtex pré-frontal dorsolateral direito (CPDL), e 
EMTr de alta frequência pode ser aplicada ao 
CPDL esquerdo. 
 Os efeitos adversos mais comuns são dores de 
cabeça e desconforto no couro cabeludo; ambos 
ocorrem mais frequentemente quando EMTr de alta 
frequência em vez de baixa freqüência é usada 
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE SUICÍDIO 
A possibilidade de comportamento suicida existe 
permanentemente durante os episódios depressivos maiores. 
O fator de risco descrito com mais consistência é história 
prévia de tentativas ou ameaças de suicídio, porém deve 
ser lembrado que a maioria dos suicídios completados não é 
precedida por tentativas sem sucesso. Outras características 
associadas a risco aumentado de suicídio completado 
incluem sexo masculino, ser solteiro ou viver sozinho e 
ter sentimentos proeminentes de desesperança. A 
presença de transtorno da personalidade borderline 
aumenta sensivelmente o risco de tentativas de suicídio 
futuras. 
A realização do diagnóstico de doenças clínicas e de 
transtornos mentais, assim como avaliar a crise emocional do 
momento em que há o risco de suicídio são passos 
fundamentais. Portanto, é importante avaliar se há presença 
de ideação suicida, planejamento do suicídio, acesso à forma 
como planejou, se houve tentativas anteriores, se usa de 
modo problemático álcool ou outras drogas, se considera que 
tem razões para viver ou se tomou providências após sua 
morte. 
Considera-se que quadros depressivos com risco de suicídio, 
dependendo da gravidade, podem ser preferencialmente 
tratados na própria atenção primária. No entanto, aqueles 
pacientes que apresentam sintomas psicóticos 
(pensamentos, sensações e experiências fora da realidade) 
serão manejados prioritariamente pelos Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS), mantendo parte de seu cuidado na APS 
 
¹ Paciente com ideação suicida e sinais de: Envenenamento, intoxicação ou abstinência de drogas, Delirium – confusão mental, 
desorientação, flutuação da consciência, da atenção, podendo haver alucinações. 
² Paciente com ideação suicida, sem sinais de delirium, intoxicação ou abstinência de drogas, mas COM SINTOMAS PSICÓTICOS: 
pensamento desorganizado (fala confusa), alucinações auditivas, ideias delirantes (fora da realidade) de cunho místico, persecutório 
(entre outras) 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/t%C3%B3picos-especiais/suplementos-alimentares/erva-de-s%C3%A3o-jo%C3%A3o
@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 
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REFERÊNCIAS 
 Compêndio de psiquiatria 
 DSM-5 
 Sanarflix 
 LAFER, Beny ; VALLADA FILHO, Homero Pinto. Genética e fisiopatologia dos transtornos depressivos. Revista Brasileira 
de Psiquiatria, v. 21, n. suppl 1, p. 12–17, 1999. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/j/rbp/a/7YBWGD6DJdkRJcyCPZz43dr/?lang=pt>. Acesso em: 11 ago. 2022. 
 GUIA, Coleção ; RÁPIDA, Referência. SMS -RJ / SUBPAV / SAP Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção 
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE -SMS. [s.l.: s.n., s.d.]. 
Disponível em: <https://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf>. 
 https://www.sanarmed.com/resumo-depressao-ligas 
 https://www.youtube.com/watch?v=szOmMUIenpM 
 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-
depressivos#:~:text=O%20tratamento%20geralmente%20consiste%20em,leia%20mais%20.) 
https://www.sanarmed.com/resumo-depressao-ligas
https://www.youtube.com/watch?v=szOmMUIenpM
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#:~:text=O%20tratamento%20geralmente%20consiste%20em,leia%20mais%20
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#:~:text=O%20tratamento%20geralmente%20consiste%20em,leia%20mais%20

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