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@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 1 Tutoria DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO HUMOR: emoção ou um tom de sentimento difuso e persistente que influencia o comportamento de uma pessoa e colore sua percepção de ser no mundo. TRANSTORNOS DEPRESSIVOS: o Transtorno disruptivo da desregulação do humor o Transtorno depressivo maior o Transtorno disfórico pré-menstrual o Transtorno depressivo persistente (distimia) o Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento o Transtorno depressivo devido a outra condição médica o Outro transtorno depressivo especificado o Transtorno depressivo não especificado. Sinais e sintomas de transtorno do humor incluem mudanças no nível de atividade, nas capacidades cognitivas, na fala e nas funções vegetativas (p. ex., sono, apetite, atividade sexual e outros ritmos biológicos). A sintomatologia clínica permite identificar os subtipos depressivos em melancólicos, psicóticos ou atípicos. Classifica-os, ainda, quanto a sua polaridade (unipolar ou bipolar), a sua intensidade (distimia), o seu curso (breve, recorrente ou persistente), os seus fatores desencadeantes (sazonal ou puerperal) e a sua gravidade (leve, moderada ou grave). TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR OU DEPRESSÃO UNIPOLAR: Pacientes apenas com episódios depressivos maiores TRANSTORNO DEPRESSIVO MENOR: não atende a todos os critérios para um transtorno depressivo maior, mas pelo menos a dois sintomas. TRANSTORNO BIPOLAR: episódios tanto maníacos quanto depressivos ou somente com episódios maníacos Os termos “mania unipolar” e “mania pura” às vezes são usados para pacientes bipolares que não têm episódios depressivos Categorias adicionais de transtornos do humor: HIPOMANIA é um episódio de sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco CICLOTIMIA: forma menos grave de transtorno bipolar DISTIMIA: transtorno depressivo persistente o Humor deprimido por 2 anos o Mudança em 2 ou mais dos seguintes aspectos: apetite, sono, energia, autoestima, concentração ou decisões, desesperança o Sem remissão o Sem mania ou hipomania o Início mais precoce e insidioso EPIDEMIOLOGIA O transtorno depressivo maior tem a prevalência mais alta ao longo da vida (quase 17%) de todos os transtornos psiquiátricos. Prevalência duas vezes maior de transtorno depressivo maior em mulheres do que em homens. As mulheres também têm uma taxa mais alta de ciclagem rápida, definida como quatro ou mais episódios maníacos no período de um ano A prevalência em indivíduos de 18 a 29 anos é três vezes maior do que em indivíduos acima dos 60 anos. Indivíduos com transtornos depressivos maiores têm maior risco de apresentar um ou mais transtornos comórbidos. Os mais frequentes são abuso ou dependência de álcool, transtornos de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de ansiedade social. FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DEPRESSIVO A correlação sugerida por estudos de ciências básicas entre a down regulation dos receptores beta-adrenérgicos e as respostas clínicas aos antidepressivos é provavelmente a evidência isolada mais convincente indicando um papel direto do sistema noradrenérgico na depressão. Outras evidências implicaram também os receptores beta2 pré-sinápticos na depressão, visto que sua ativação resulta em redução da quantidade de norepinefrina liberada. Esses receptores também estão localizados nos neurônios serotonérgicos e regulam a quantidade de serotonina liberada. Duas teorias recentes sobre dopamina e depressão são que a via mesolímbica da dopamina pode ser disfuncional e que seu receptor D1 pode ser hipoativo na depressão. O GABA tem um efeito inibidor sobre as vias ascendentes monoaminérgico, particularmente os sistemas mesocortical e mesolímbico. Reduções dos níveis plasmático, do LCS e cerebral de GABA foram observadas na depressão. Estudos com animais também revelaram que o estresse @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 2 crônico pode reduzir e, por fim, esgotar os níveis de GABA História de trauma precoce está associada com atividade HHS aumentada acompanhada de alterações estruturais (i.e., atrofia ou diminuição de volume) no córtex cerebral. Hipercortisolemia na depressão sugere um ou mais dos seguintes distúrbios centrais: tônus inibitório de serotonina diminuído; impulso aumentado de norepinefrina, ACh ou hormônio liberador de corticotrofina (CRH); ou diminuição da inibição do feedback do hipocampo. Níveis de somatostatina do LCS diminuídos foram relatados na depressão A depressão está associada com perda prematura do sono profundo (de onda lenta) e aumento no despertar noturno. Foi verificado que pacientes que manifestam um perfil de sono caracteristicamente anormal são menos responsivos a psicoterapia e apresentam um risco maior de recaída ou recidiva e podem se beneficiar, sobretudo, da farmacoterapia. Doenças prevalentes como diabetes, obesidade mórbida e doença cardiovascular são frequentemente complicadas por episódios depressivos, e esses episódios têm mais probabilidade de se tornarem crônicos do que os episódios depressivos em indivíduos saudáveis. FATORES BIOLÓGICOS: Das aminas biogênicas, a norepinefrina e serotonina são os neurotransmissores mais implicados na fisiopatologia dos transtornos de humor. A diminuição na concentração de serotonina ou de dopamina e a redução da liberação de norepinefrina e da sua ação em seus receptores são motivadores da depressão; O estresse crônico é capaz de desencadear alterações neuroendócrinas que culminam na diminuição da neurotransmissão “normal”; Distúrbios imunológicos que comprometem a imunidade celular podem gerar a liberação de interleucinas associadas a hipercortisolemia; Pode-se ocorrer desregulações nas emoções humanas por mudanças neuroanatômicas (no córtex pré-frontal, no cingulado anterior, no hipocampo e na amígdala); FATORES GENÉTICOS: Ser filho de genitor com transtorno de humor, sendo somente 1 afetado, tem a chance de 10 a 25% de apresentar esses transtornos; Se ambos os genitores são afetados, o risco duplica para a criança vir apresentar esse transtorno; Quanto mais membros da família forem afetados, maior o risco para um filho. O risco é maior se os afetados forem parentes em primeiro grau do que mais distantes. Os genes explicam apenas 50 a 70% da etiologia dos transtornos do humor. O ambiente ou outros fatores não hereditários devem explicar o restante. Portanto, é uma predisposição ou suscetibilidade à doença que é herdada. Indivíduos com eventos de vida adversos em geral tinham risco aumentado para depressão. Destes, entretanto, aqueles com uma variante no gene transportador de serotonina apresentavam o maior aumento no risco. Esse é um dos primeiros relatos de uma interação gene-ambiente específica em um transtorno psiquiátrico Os estudos de genética molecular não conseguiram ainda identificar um locus gênico específico para a depressão, possivelmente por se tratar de uma enfermidade com heterogeneidade etiológica A herdabilidade é de aproximadamente 40%, e o traço de personalidade neuroticismo representa uma parte substancial dessa propensão genética. FATORES PSICOSSOCIAIS: Acontecimentos da vida e o estresse ambiental frequentemente precedem os primeiros episódios de transtornos de humor. Como se explica isso? - o estresse que acompanha o primeiro episódio resulta em mudanças duradouras na biologia do cérebro. Essas mudanças podem alterar os estados funcionais de vários neurotransmissores e sistemas sinalizadores intraneuronais,mudanças que podem incluir mesmo a perda de neurônios e uma redução excessiva de contatos sinápticos. Como resultado, uma pessoa tem alto risco de desenvolver episódios subsequentes de um transtorno do humor, mesmo sem um estressor externo. Os dados mais convincentes indicam que o evento de vida associado com mais frequência ao desenvolvimento da depressão é a perda de um dos genitores antes dos 11 anos de idade. O estressor ambiental mais associado ao início de um episódio de depressão é a perda do cônjuge. Outro fator de risco é o desemprego Pessoas com transtornos da personalidade – obsessivo-compulsiva, histriônica e borderline – podem ter um risco maior de depressão do que indivíduos com personalidade antissocial ou paranoide. A cronicidade dos sintomas depressivos aumenta de modo substancial a probabilidade de transtornos da personalidade, ansiedade e @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 3 abuso de substância subjacentes e diminui a probabilidade de que o tratamento seja seguido pela resolução completa dos sintomas. Portanto, é útil pedir que os indivíduos que apresentam sintomas depressivos identifiquem o último período de pelo menos dois meses durante o qual estiveram inteiramente livres de sintomas depressivos. MUDANÇAS ANATOMOPATOLÓGICAS: Aumento de ventrículos e discreta atrofia cortical. Participação de estruturas pertencentes aos circuitos que conectam os lobos frontais aos gânglios da base (circuitos córtex-gânglios da base- tálamo-corticais) na fisiopatologia da depressão, principalmente do circuito pré-frontal e do circuito do cíngulo ("circuito límbico"). Aumento de hiperintensidades periventriculares e nos gânglios da base em pacientes deprimidos unipolares, isso pode aumentar a predisposição do indivíduo à manifestação de quadros depressivos. É possível que essas lesões na substância branca estejam interrompendo os fronto-estriatais, contribuindo na etiopatogenia do quadros depressivos e aumentando o risco de resistência ao tratamento farmacológico. Há redução global no fluxo sangüíneo cortical na depressão maior, principalmente nas regiões frontais Taxas relativamente baixas de metabolização da glicose nos lobos frontais e nos gânglios da base de pacientes deprimidos Taxas metabólicas diminuídas no córtex pré-frontal anterolateral esquerdo em pacientes deprimidos Diminuição de fluxo em caudado e aumento de fluxo em amígdala e lobo frontal. Moore et al detectaram uma diminuição nos níveis de atp nos gânglios da base de pacientes com depressão maior Quatro regiões cerebrais na regulação das emoções normais: o córtex pré-frontal (cpf), o cingulado anterior, o hipocampo e a amígdala. O cpf é considerado a estrutura que contém representações de objetivos e as respostas adequadas para alcançá-los. Pensa-se que o córtex cingulado anterior (cca) sirva como ponto de integração de estímulos atencionais e emocionais. O hipocampo está mais claramente envolvido em várias formas de aprendizagem e memória, incluindo o condicionamento do medo, bem como na regulação inibitória da atividade do eixo hhs. A aprendizagem emocional ou contextual parece estar relacionada com uma conexão direta entre o hipocampo e a amígdala. A amígdala parece ser um local crucial para o processamento de estímulos novos de significado emocional e para a coordenação e organização de respostas corticais DIAGNÓSTICO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR É caracterizado por episódios depressivos maiores distintos e remissões interepisódicas Ocorre sem uma história de um episódio maníaco, misto ou hipomaníaco. Sintoma recente ou em piora de pré-episódico Déficit congnitivo Humor disfórico (crianças e adolescentes) Início na puberdade Remissão: paciente teve o episódio depressivo maior, deixou de ter por 2 meses ou teve 2 sintomas leves e após esse tempo teve outro episódio A cada novo episódio aumenta o risco de recorrência PARA DIAGNÓSTICO: Critérios clínicos (DSM-5) Hemograma completo, eletrólitos, níveis de hormônio tireoestimulante (thyroid-stimulating hormone, TSH), vitamina B12 e folato para descartar enfermidades físicas que provocam depressão. Em idosos, níveis de testosterona. Algumas vezes, testes para uso de drogas ilícitas são apropriados. Testes de triagem: questionários breves estão disponíveis para triagem da depressão. Eles ajudam a identificar alguns sintomas depressivos, mas não podem ser usados isoladamente para o diagnóstico. Mas muitas dessas ferramentas são úteis para identificar pessoas em risco que precisam de avaliação mais detalhada. Algumas das ferramentas de triagem mais amplamente utilizadas são o Patient Health Questionnaire- 9 (PHQ-9) e o Beck Depression Inventory (BDI). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. https://www.mdcalc.com/phq-9-patient-health-questionnaire-9 https://www.mdcalc.com/phq-9-patient-health-questionnaire-9 https://www.ismanet.org/doctoryourspirit/pdfs/Beck-Depression-Inventory-BDI.pdf @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 4 *Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a outra condição médica. 1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.) 2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado.) 4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento). 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente). 8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas). 9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. *Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior. *Nota: Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira, perdas por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observados no Critério A, que podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriadosà perda, a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda.* D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco. *Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos de outra condição médica. * Ao diferenciar luto de um episódio depressivo maior (EDM), é útil considerar que, no luto, o afeto predominante inclui sentimentos de vazio e perda, enquanto no EDM há humor deprimido persistente e incapacidade de antecipar felicidade ou prazer. A disforia no luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas como “dores do luto”. Essas ondas tendem a estar associadas a pensamentos ou lembranças do falecido. O humor deprimido de um EDM é mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações específicos. A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos que não são característicos da infelicidade e angústia generalizadas de um EDM. O conteúdo do pensamento associado ao luto geralmente apresenta preocupação com pensamentos e lembranças do falecido, em vez das ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no EDM. No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo que no EDM os sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo são comuns. Se presente no luto, a ideação autodepreciativa costuma envolver a percepção de falhas em relação ao falecido (p.ex., não ter feito visitas com frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um indivíduo enlutado pensa em morte e em morrer, tais pensamentos costumam ter o foco no falecido e possivelmente em “se unir” a ele, enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco em acabar com a própria vida por causados sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor da depressão. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Episódios maníacos com humor irritável TDAH - distratibilidade e a baixa tolerância à frustração podem ocorrer tanto em um transtorno de déficit de atenção/hiperatividade quanto em um episódio depressivo maior; Tristeza @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 5 Transtorno do humor devido a outra condição médica. Transtorno depressivo ou bipolar induzido por substância/medicamento. Transtorno de adaptação o Resposta inadequada a um estressor (ex.: término de relacionamento, luto, descoberta de doença grave) o Início: em até 3 meses após evento estressor o Final: em até 6 meses o Não satisfaz critérios para outro transtorno TRATAMENTO DO TRANSTORNO DEPRESSIVO SUPORTE Até que melhora clara comece, um médico pode precisar ver o paciente semanalmente ou a cada duas semanas a fim de fornecer suporte e educação, além de monitorar o progresso Incentivar os pacientes a gradualmente aumentar atividades simples (p. ex., caminhar, exercitar-se regularmente) e elevar interações sociais deve ser balanceado com o reconhecimento do seu desejo de evitar atividades. PSICOTERAPIA Terapia psicossocial pode ser oferecida como uma terapia cognitiva (em uma tentativa de tirar a atenção seletiva aos aspectos negativos das circunstâncias e inferências mórbidas não realistas), interpessoal ou de comportamento, ao se avaliar as necessidades do sujeito. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO A escolha do fármaco pode ser orientada pela resposta anterior a um antidepressivo específico. De outra maneira, os ISRS costumam ser os fármacos de escolha inicial. Ainda que os diferentes ISRS sejam igualmente efetivos para casos típicos, certas propriedades dos fármacos os tornam menos ou mais apropriados para certos pacientes Classes disponíveis: o Inibidores seletivos de recaptação de serotonina o Moduladores da serotonina (bloqueadores 5- HT2) o Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina o Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina o Antidepressivos heterocíclicos o Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) o Antidepressivo melatonérgico o Fármacos do tipo cetamina Os antidepressivos podem levar de 3 a 4 semanas para exercer efeitos significativos. A duração do tratamento farmacológico tem de ser de pelo menos 6 meses, ou mais do que o tempo de duração de um episódio depressivo anterior. Pode haver indicação de tratamento profilático. Na fase inicial do tratamento, deve-se observar alguma remissão nos sintomas após 4-6 semanas de tratamento. Caso haja resposta precária à medicação ou uma gravidade extrema dos sintomas, pode-se indicar a eletroconvulsoterapia (ECT) ou Estimulação Magnética Transcraniana (EMT). Os fármacos mais utilizados atualmente, de modo bem sintético, são: ISRS – Fluoxetina e Sertralina; e antidepressivos tricíclicos (como o Amitriptilina, Clomipramina, Imipramina), pelo fato de serem mais baratos e mais disponíveis na rede pública. ELETROCONVULSOTERAPIA Envolve a indução elétrica de uma convulsão sob condições controladas. Seu mecanismo de ação é incerto, mas a produção de atividade convulsiva parece ser essencial para seus efeitos antidepressivos. A ECT moderna, administrada sob sedação profunda/anestesia geral, costuma ser bem tolerada, mas agudamente podem ocorrer confusão mental e comprometimento da memória. Parte disso melhora e desaparece em 6 meses depois do tratamento com ECT, mas a amnésia retrógrada pode persistir a longo prazo FOTOTERAPIA É mais conhecida por seus efeitos na depressão sazonal, mas parecer ser igualmente eficaz para depressão não sazonal. O tratamento pode ser fornecido em casa com uma unidade de luz especial que fornece 2.500 a 10.000 lux a uma distância de 30 a 60 cm que os pacientes olham por 30 a 60 minutos/dia (mais tempo com uma fonte de luz menos intensa). https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413138_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413030_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413030_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413064_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413079_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413079_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413090_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413090_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413096_pthttps://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413109_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v27413132_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/tratamento-farmacol%C3%B3gico-da-depress%C3%A3o#v43524408_pt @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 6 PSICOESTIMULANTES (p. ex., dextroanfetamina, metilfenidato) são usados algumas vezes, frequentemente, com antidepressivos. ERVAS MEDICINAIS A erva-de-são-joão pode ser eficaz para tratar depressão leve, embora os dados sejam contraditórios. ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA REPETITIVA (EMTR) Para o tratamento agudo do transtorno depressivo maior tem suporte substancial de estudos controlados. EMTr de baixa frequência pode ser aplicada ao córtex pré-frontal dorsolateral direito (CPDL), e EMTr de alta frequência pode ser aplicada ao CPDL esquerdo. Os efeitos adversos mais comuns são dores de cabeça e desconforto no couro cabeludo; ambos ocorrem mais frequentemente quando EMTr de alta frequência em vez de baixa freqüência é usada ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE SUICÍDIO A possibilidade de comportamento suicida existe permanentemente durante os episódios depressivos maiores. O fator de risco descrito com mais consistência é história prévia de tentativas ou ameaças de suicídio, porém deve ser lembrado que a maioria dos suicídios completados não é precedida por tentativas sem sucesso. Outras características associadas a risco aumentado de suicídio completado incluem sexo masculino, ser solteiro ou viver sozinho e ter sentimentos proeminentes de desesperança. A presença de transtorno da personalidade borderline aumenta sensivelmente o risco de tentativas de suicídio futuras. A realização do diagnóstico de doenças clínicas e de transtornos mentais, assim como avaliar a crise emocional do momento em que há o risco de suicídio são passos fundamentais. Portanto, é importante avaliar se há presença de ideação suicida, planejamento do suicídio, acesso à forma como planejou, se houve tentativas anteriores, se usa de modo problemático álcool ou outras drogas, se considera que tem razões para viver ou se tomou providências após sua morte. Considera-se que quadros depressivos com risco de suicídio, dependendo da gravidade, podem ser preferencialmente tratados na própria atenção primária. No entanto, aqueles pacientes que apresentam sintomas psicóticos (pensamentos, sensações e experiências fora da realidade) serão manejados prioritariamente pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), mantendo parte de seu cuidado na APS ¹ Paciente com ideação suicida e sinais de: Envenenamento, intoxicação ou abstinência de drogas, Delirium – confusão mental, desorientação, flutuação da consciência, da atenção, podendo haver alucinações. ² Paciente com ideação suicida, sem sinais de delirium, intoxicação ou abstinência de drogas, mas COM SINTOMAS PSICÓTICOS: pensamento desorganizado (fala confusa), alucinações auditivas, ideias delirantes (fora da realidade) de cunho místico, persecutório (entre outras) https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/t%C3%B3picos-especiais/suplementos-alimentares/erva-de-s%C3%A3o-jo%C3%A3o @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 UNIT - AL 7 REFERÊNCIAS Compêndio de psiquiatria DSM-5 Sanarflix LAFER, Beny ; VALLADA FILHO, Homero Pinto. Genética e fisiopatologia dos transtornos depressivos. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, n. suppl 1, p. 12–17, 1999. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbp/a/7YBWGD6DJdkRJcyCPZz43dr/?lang=pt>. Acesso em: 11 ago. 2022. GUIA, Coleção ; RÁPIDA, Referência. SMS -RJ / SUBPAV / SAP Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE -SMS. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: <https://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf>. https://www.sanarmed.com/resumo-depressao-ligas https://www.youtube.com/watch?v=szOmMUIenpM https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos- depressivos#:~:text=O%20tratamento%20geralmente%20consiste%20em,leia%20mais%20.) https://www.sanarmed.com/resumo-depressao-ligas https://www.youtube.com/watch?v=szOmMUIenpM https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#:~:text=O%20tratamento%20geralmente%20consiste%20em,leia%20mais%20 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#:~:text=O%20tratamento%20geralmente%20consiste%20em,leia%20mais%20
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