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EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 15 Capítulo 0: Iniciação ao tratamento de esgoto e ao meio ambiente. 0.1. Introdução O aluno participante deste curso deve ter uma visão global e cibernética que o leve a entender a natureza de maneira diferente. Tentaremos aqui formar um tipo de profissional que além de ótimo técnico, consiga entender que apesar da ciência, a natureza é a mãe da sabedoria. O aluno perceberá com uma visão ampla, que a natureza regula as nossas vidas e nos dá todas as possibilidades de desenvolvimento. No contexto deste curso será mostrado que o entendimento do meio ambiente é um tanto quanto complexo, sendo necessária noções de matemática, educação, engenharia, biologia, química, sociologia, geologia, advocacia, economia, psicologia, agronomia e filosofia. Perceber o que é um desequilíbrio ecológico, é fator importante neste curso e saber a diferença entre crescimento e desenvolvimento é fundamental para um profissional da área de tratamento de esgotos e meio ambiente. Por fim, tratamento de esgoto é política, técnica e filosofia, sendo que nunca um profissional da área conseguirá bons frutos, apenas com estações de tratamento de esgoto. São necessárias leis, educação e principalmente respeito pelo meio em que se vive. Apesar da técnica necessária para projetar os reatores, o entendimento das leis é essencial para a escolha da área a ser implantada, da eficiência exigida e consequentemente do tipo de tratamento. Verificam-se várias estações de tratamento de esgoto com ótimo projeto e desempenho não enquadradas na lei devido a erros de localização e desconhecimento das leis. No item seguinte serão abordadas as leis necessárias para aprovação de um empreendimento que cause danos ao meio ambiente. Deve-se entender principalmente o “É de fundamental importância conhecer a diferença entre crescimento e desenvolvimento” EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 16 CONAMA n º 20, não preocupando-se com a memorização deste, mas sim com o entendimento de seu contexto. 0.2 Leis Ambientais. Um dos principais pontos para o sucesso ecológico de um país são as leis existentes que regularizam o uso do meio. Para isso no capítulo zero será demonstrada a situação das principais leis que regem os recursos hídricos e o meio ambiente. A constituição promulgada em 05/10/1988 aborda um capítulo inteiro sobre a proteção ambiental. Constituição Brasileira: capítulo sobre meio ambiente. Art. 21º Compete a união criar o sistema nacional de gerenciamento de Recursos Hídricos (Criado através da lei n º 9433) Art. 22º Compete à união legislar sobre águas, energia, jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia. Art. 23º Compete aos municípios, estados e união proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. Art. 24º Compete à união e estados legislar sobre florestas, defesa do solo, dos recursos naturais e controle da poluição. Os municípios podem legislar. Art. 225º Retrata a lei 6938/81: política nacional do meio ambiente. É importante salientar que em esfera nacional existe uma autorização para que os estados e municípios legislem sobre a proteção dos Recursos Naturais. A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo a compatibilização do desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e equilíbrio ecológico. Para isso a lei n º 6938/81 revogada pelo decreto 99274 de 06/06/90 estabelece instrumentos de apoio. Instrumentos de apoio à Política Nacional do Meio Ambiente são: Conselho de Governo (acessora o Presidente da República), Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (órgão que define as normas), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – “O CONAMA 20 estabelece a classificação das águas de acordo com seus usos preponderantes” EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 17 IBAMA (órgão executor) e órgãos Estaduais e Municipais ligados à proteção do meio ambiente. Todos os instrumentos de apoio a Política Nacional do Meio Ambiente estão subordinados ao ministério do Meio Ambiente. A Política Nacional do Meio Ambiente estabelece (artigo 17/22 do Decreto 99274/90) o sistema de tríplice licença: Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação. Devem ser submetidas às licenças as obras ou atividades consideradas poluidoras. As licenças são expedidas pelos órgãos estaduais ou através do IBAMA para atividades de significativo impacto ambiental. Para a aprovação de estações de tratamento de esgoto, uma das principais normas é estabelecida pelo CONAMA n º 20 de 08 de junho de 1986 que será mais bem abordada no item 0.3 deste capítulo. A Lei Federal n º 9433 de 08 de janeiro de 1997 veio dispor sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos. Ela disciplina a cobrança pelo uso, sua outorga, rateio de custos e institui penalidades através do sistema nacional de gerenciamento de Recursos Hídricos. Existe também a Lei dos Crimes Ambientais n º 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que penaliza crimes contra o meio ambiente. Como por exemplo, o artigo 33 do capítulo 5 “Provocar, pela emissão de efluentes ou carregamento de materiais, o perecimento de espécies da fauna aquática existente em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: pena de detenção de um a três anos inafiançável e ou multas cumulativamente”. A lei dos crimes ambientais é uma ferramenta da cidadania. Cabe a nós, cidadãos, exercitá-la, implementá-la, dar-lhe vida, através do seu amplo conhecimento e da vigilância constante. Sabe-se que os municípios têm promotores ligados ao meio ART 66 “Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnicos científicos em procedimentos de licenciamento ambiental: Pena de 1 até 3 anos de detenção e multa de 50 até 50 milhões de reais.” EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 18 ambiente, sendo assim devemos procurá-los e denunciar, somente assim será valorizada a nossa cidadania. É necessário saber-se que: 1) Temos leis que disciplinam o uso do solo; 2) Nenhum empreendimento poluidor pode ser aprovado sem a tríplice licença (Prévia, Instalação e Operação); 3) Para determinar qual será o nível de tratamento desejado para uma estação de tratamento de esgoto deve-se obedecer à resolução 20 do CONAMA. Constituição Brasileira Capítulo sobre Meio Ambiente Política Nacional do Meio Ambiente Ministério do Meio Ambiente Política Nacional dos Recursos Hídricos IBAMA CONAMA Conselho de Governo Órgãos Municipais e Estaduais Outorgas Uso das águas Comitês de Bacias Agências Hidrográficas EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 19 0.3 Resolução CONAMA n º 20 O CONAMA n º 20 diz que os esgotos devem ser tratados, para que os rios mantenham um padrão de acordocom o uso do homem, ou seja, um rio que serve somente para navegação não tem a necessidade de ter uma qualidade para a recreação de contato direto ou para o abastecimento humano. A polêmica é gerada pois esta lei protege o homem e não o meio ambiente. Percebe- se que os rios de classe 4 praticamente não têm restrições quanto ao lançamento de esgotos. Os córregos urbanos em sua maioria têm classificação n º 4, e são as principais vias de doenças, já que estão próximos a população e são a única opção para a dessedentação dos animais urbanos. Todo rio deverá ter uma classificação de acordo com o padrão de qualidade desejado. Padrão de qualidade é a condição que o rio ao receber um efluente tem de se comportar. O CONAMA n º 20 estabelece um padrão de emissão que se pode lançar em qualquer corpo d’água independente do seu padrão de qualidade. A cobrança pelo uso da água será um instrumento de ajuda à despoluição dos córregos, pois quem jogar esgoto no rio pagará por esta poluição, mesmo que esteja dentro da legislação. Esta cobrança deverá ser normauizada e regularizada pelas Agências de Bacias que estão sendo formadas pelos Comitês de Bacias Hidrográficas. A discussão no momento é sobre a forma de cobrança; se será pela classe do rio, vazão, carga orgânica, etc. A problemática está na forma de controle, pois a estrutura fiscalizadora é pequena para a demanda existente. Simplificando, quem não estiver enquadrado no CONAMA 20 será autuado e responderá por processos criminais; já quem estiver enquadrado no CONAMA 20 pagará somente pela poluição remanescente da Estação de Tratamento de Esgoto. “Todo empreendimento, cidade, indústria ou qualquer estabelecimento que despeje efluentes nos rios deverão estar enquadrados dentro do padrão de qualidade do rio atingido e do padrão de emissão do órgão poluidor” EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 20 Resolução 020/86 - CONAMA D.O.U. Executivo – 30/7/86 Pág. 11356 ART 1º - São Classificadas, segundo seus usos preponderantes, em nove classes, as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional: Águas doces: I. Classe Especial – águas destinadas: a) Ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção; b) À preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas. II. Classe 1- águas destinadas: a) Ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado; b) À proteção de comunidades aquáticas; c) À recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) À irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvem rentes aos solos e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e) À criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. III. Classe 2- águas destinadas: a) Ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; b) À proteção de comunidades aquáticas; c) À recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) À irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvem rentes aos solos e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 21 e) À criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. IV. Classe 3 – águas destinadas: a) Ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; b) À irrigação de culturas arbóreas, cerealistas e forrageiras; c) A dessedentação de animais. V. Classe 4 – águas destinadas: a) À navegação; b) À harmonia paisagística; c) Aos usos menos exigentes; Águas salinas: VI. Classe 5 – águas destinadas: a) À recreação de contato primário; b) À proteção das comunidades aquáticas; c) À criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana; VII. Classe 6 – águas destinadas: a) À navegação comercial; b) À harmonia paisagística; c) À recreação de contato secundário. Águas salobras VIII. Classe 7 – águas destinadas: a) À recreação de contato primário; b) À proteção das comunidades aquáticas; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 22 c) À criação de espécies (aquicultura) destinadas à alimentação humana. IX. Classe 8 – águas destinadas: a) À navegação comercial; b) À harmonia paisagística; c) À recreação de contato secundário. ART 2º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: a) Classificação: Qualificação das águas doces, salobras e salinas com base nos seus usos preponderantes (sistema de classes de qualidade). b) Enquadramento: Estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou mantido em um segmento de corpo d’água ao longo do tempo. c) Condição: Qualificação do nível de qualidade apresentado por um segmento de corpo d’água, num determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada. d) Efetivação do Enquadramento: Conjunto de medidas necessárias para colocar e/ou manter a condição de um segmento de corpo d’água em correspondência com a sua classe. e) Águas Doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %o. f) Águas Salobras: águas com salinidade variando entre 0,5 e 30%o. g) Águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 %o. ART 3º - Para Classe Especial são estabelecidos os limite e/ou condições seguintes: - Coliformes: Ausentes em qualquer amostra ART 4º - Para as águas classe 1, são estabelecidos os limites e/ou condições seguintes: a) Material Flutuante, inclusive espumas não naturais: Virtualmente ausentes; b) Óleos e graxas: Virtualmente ausentes; c) Substâncias que comuniquem gosto ou odor: Virtualmente ausentes; d) Corantes naturais: Virtualmente ausentes; e) Substâncias que formem depósitos objetáveis: Virtualmente ausentes; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 23 f) Coliformes: para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o Art. 26 desta Resolução. As águas utilizadas para a irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas que se desenvolvem rentes ao solo e que são consumidas cruas, sem remoção de casca ou película, não devem ser poluídas por excrementos humanos, ressaltando-se a necessidade de inspeções sanitárias periódicas. Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes fecais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver na região meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de 1000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês. g) DBO5dias a 20º C até 3 mg/l O2; h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/l O2; i) Turbidez: até 40 unidades nefelométricas de turbidez (UNT); j) Cor: Nível de cor natural do corpo d’água em mgPt/l; k) pH: 6,0 a 9,0; l) Substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos): Alumínio: 0,1 mg/l Al Amônia não ionizável: 0,02 mg/l NH3 Arsênio: 0,05 mg/l As Bário: 1,0 mg/l Ba Berílio: 0,1 mg/l Be Boro: 0,75 mg/l B Benzeno: 0,01 mg/l Benzo-a-pireno:0,00001 mg/l Cádmio: 0,001 mg/l Cd Cianetos: 0,01 mg/l CN Chumbo: 0,03 mg/l Pb Cloretos: 250 mg/l Cl Cloro Residual: 0,01 mg/l Cl Cobalto: 0,2 mg/l Co Cobre: 0,02 mg/l Cu Cromo Trivalente: 0,05 mg/l Cr Cromo Hexavalente: 0,05 mg/l Cr 1,1 dicloroeteno: 0,0003 mg/l 1,2 dicloroetano: 0,01 mg/l Estanho: 2,0 mg/l Sn EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 24 Índice de Fenóis: 0,001 mg/l C6H5OH Ferro solúvel: 0,3 mg/l Fe Fluoretos: 1,4 mg/l F Fosfato Total: 0,025 mg/l P Lítio: 2,5 mg/l Li Manganês: 0,1 mg/l Mn Mercúrio: 0,0002 mg/l Hg Níquel: 0,025 mg/l Ni Nitrato: 1,0 mg/l N Nitrito: 1,0 Mg/l N Prata: 0,01 mg/l Ag Pentaclorofenol: 0,01 mg/l Selênio: 0,001 mg/l Se Sólidos Dissolvidos Totais: 500 mg /l Sulfatos: 250 mg/l SO4 Sulfetos (H2S não Dissociado): 0,002 mg/l S Tetracloroeteno: 0,01 mg/l Tricloroeteno: 0,03 mg/l Tetracloreto de Carbono: 0,003 mg/l 2, 4, 6 triclorofenol: 0,01 mg/l Urânio Total: 0,02 mg/l U Vanádio: 0,1 mg/l V Zinco: 0,18 mg/l Zn Aldrin: 0,01 µg/l Clordano: 0,04 µg/l DDT: 0,002 µg/l Dieldrin: 0,005 µg/l Endrin: 0,004 µg/l Endossulfan: 0,056 µg/l Epóxido de heptacloro: 0,01 µg/l Heptacloro: 0,01 µg/l Lindano ( gama – BHC): 0,02 µg/l Metoxicloro: 0,03 µg/l Dodecloro + Nonacloro: 0,001 µg/l Bifenilas policloradas: (PCB’s): 0,001 µg/l Toxafeno: 0,01 µg/l Demeton: 0,1 µg/l Gution: 0,005 µg/l Mauation: 0,01 µg/l Paration: 0,04 µg/l Carbaril: 0,02 µg/l Compostos organofosforados e carbamatos totais: 10 µg/l em Paration 2,4 – D: 4,0 µg/l EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 25 2,4,5 – TP: 10,0 µg/l 2,4,5 – T: 2,0 µg/l ART 5 º - Para as águas de classe 2, são estabelecidos os mesmos limites ou condições da Classe 1, à exceção dos seguintes: a) Não será permitida a presença de corantes artificiais que não sejam removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais; b) Coliformes: para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o ART 26 º desta resolução. Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 1000 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de até 5000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; c) Cor: até 75 mg/l Pt/l; d) Turbidez: até 100 UNT e) DBO5 dias a 20 º C até 5 mg/l; f) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/l O2. ART 6º - Para as águas de Classe 3 são estabelecidos os limites ou condições seguintes: a) Materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausente; b) Óleos e graxas: virtualmente ausentes; c) Substâncias que comuniquem gosto ou odor: Virtualmente ausentes; d) Não será permitida a presença de corantes artificiais que não sejam removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais; e) Substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes; f) Número de coliformes fecais até 4000 por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de até 20000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 26 g) DBO5 dias a 20 º C até 10 mg/l O2; h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/l O2; i) Turbidez: até 100 UNT; j) Cor: até 75 mg Pt/l; k) pH: 6,0 a 9,0; l) Substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos): Alumínio: 0,1 mg/l Al Arsênio: 0,05 mg/l As Bário: 1,0 mg/l Ba Berílio: 0,1 mg/l Be Boro: 0,75 mg/l B Benzeno: 0,01 mg/l Benzo-a-pireno: 0,00001 mg/l Cádmio: 0,01 mg/l Cd Cianetos: 0,2 mg/l CN Chumbo: 0,05 mg/l Pb Cloretos: 250 mg/l Cl Cobalto: 0,2 mg/l Co Cobre: 0,5 mg/l Cu Cromo Trivalente: 0,5 mg/l Cr Cromo Hexavalente: 0,05 mg/l Cr 1,1 dicloroeteno: 0,0003 mg/l 1,2 dicloroetano: 0,01 mg/l Estanho: 2,0 mg/l Sn Índice de Fenóis: 0,3 mg/l C6H5OH Ferro solúvel: 5,0 mg/l Fe Fluoretos: 1,4 mg/l F Fosfato Total: 0,025 mg/l P Lítio: 2,5 mg/l Li Manganês: 0,5 mg/l Mn Mercúrio: 0,002 mg/l Hg Níquel: 0,025 mg/l Ni Nitrato: 10 mg/l N Nitrito: 1,0 Mg/l N Nitrogênio Amoniacal: 1,0 mg/l N Prata: 0,05 mg/l Ag Pentaclorofenol: 0,01 mg/l Selênio: 0,01 mg/l Se Sólidos Dissolvidos Totais: 500 mg /l Substâncias tenso - ativas que reagem com azul de metilênio: 0,5 mg/l LAS Sulfatos: 250 mg/l SO4 Sulfetos (H2S não Dissociado): 0,3 mg/l S EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 27 Tetracloroeteno: 0,01 mg/l Tricloroeteno: 0,03 mg/l Tetracloreto de Carbono: 0,003 mg/l 2, 4, 6 triclorofenol: 0,01 mg/l Urânio Total: 0,02 mg/l U Vanádio: 0,1 mg/l V Zinco: 5,0 mg/l Zn Aldrin: 0,03 µg/l Clordano: 0,3 µg/l DDT: 1,0 µg/l Dieldrin: 0,03 µg/l Endrin: 0,2 µg/l Endossulfan: 150 µg/l Epóxido de heptacloro: 0,1 µg/l Heptacloro: 0,1 µg/l Lindano ( gama – BHC): 3,0 µg/l Metoxicloro: 30,0 µg/l Dodecloro + Nonacloro: 0,001 µg/l Bifenilas policloradas: (PCB’s): 0,001 µg/l Toxafeno: 5,0 µg/l Demeton: 14,0 µg/l Gution: 0,005 µg/l Mauation: 100,0 µg/l Paration: 35,0 µg/l Carbaril: 70,0 µg/l Compostos organofosforados e carbamatos totais: 100 µg/l em Paration 2,4 – D: 20,0 µg/l 2,4,5 – TP: 10,0 µg/l 2,4,5 – T: 2,0 µg/l ART 7º - Para as águas Classe 4, são estabelecidos os limites ou condições seguintes: a) Materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: Virtualmente ausentes; b) Odor e aspecto: não objetáveis; c) Óleos e graxas: toleram-se incidências; d) Substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação: virtualmente ausentes; e) Índice de fenóis até 1 mg/l C6H5OH; f) OD superior a 2,0 mg/l em qualquer amostra; g) PH: 6 a 9. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 28 ART 8º - Para as águas Classe 5, são estabelecidos os limites ou condições seguintes: a) Materiais flutuantes: Virtualmente ausentes; b) Substância que produzem odor e turbidez: Virtualmente ausentes; c) Óleos e graxas: Virtualmente ausentes; d) Corantes artificiais: Virtualmente ausentes; e) Substâncias que formem depósitos objetáveis: Virtualmente ausentes; f) Coliformes: para uso de recreação de contato primário, deverá ser obedecido o art. 26 desta Resolução. Para uso de criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana e que serão ingeridas cruas, não deverá ser excedida uma concentração média de 14 coliformes fecais por 100 mililitros, com não mais de 10 % das amostras excedendo 43 coliformes fecais por 100 mililitros. Para os demais usos, não deverá ser excedido o limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês;no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de até 5000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; g) DBO5 dias a 20 º C até 5 mg/l O2; h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/l O2; i) pH: 6,0 a 9,0; j) Substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos): Alumínio: 1,5 mg/l Al Amônio não ionizável: 0,4 mg/l NH3 Arsênio: 0,05 mg/l As Bário: 1,0 mg/l Ba Berílio: 1,5 mg/l Be Boro: 5,0 mg/l B Cádmio: 0,065 mg/l Cd Cianetos: 0,005 mg/l CN Cloro Residual: 0,01 mg/l Cl Cobre: 0,05 mg/l Cu EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 29 Cromo Hexavalente: 0,05 mg/l Cr Estanho: 2,0 mg/l Sn Índice de Fenóis: 0,001 mg/l C6H5OH Ferro solúvel: 1,4 mg/l Fe Fluoretos: 0,1 mg/l F Manganês: 0,1 mg/l Mn Mercúrio: 0,001 mg/l Hg Níquel: 0,1 mg/l Ni Nitrato: 10 mg/l N Nitrito: 1,0 Mg/l N Prata: 0,005 mg/l Ag Selênio: 0,01 mg/l Se Substâncias tenso - ativas que reagem com azul de metilênio: 0,5 mg/l LAS Sulfetos (H2S não Dissociado): 0,002 mg/l S Tálio: 0,1 mg/l Ti Urânio Total: 0,5 mg/l U Zinco: 0,17 mg/l Zn Aldrin: 0,003 µg/l Clordano: 0,004 µg/l DDT: 0,001 µg/l Demeton: 0,1 µg/l Dieldrin: 0,003 µg/l Endossulfan: 0,034 µg/l Endrin: 0,004 µg/l Epóxido de heptacloro: 0,001 µg/l Heptacloro: 0,001 µg/l Metoxicloro: 0,03 µg/l Lindano (gama-BHC) 0,004 µg/l Dodecloro + Nonacloro: 0,001 µg/l Gution: 0,01 µg/l Mauation: 0,1 µg/l Paration: 0,04 µg/l Toxefano: 0,005 µg/l Compostos organofosforados e carbamatos totais: 10,0 µg/l em Paration 2,4 – D: 10,0 µg/l 2,4,5 – TP: 10,0 µg/l 2,4,5 – T: 10,0 µg/l ART 9º - Para as águas de Classe 6, são estabelecidos os limites ou condições seguintes: a) Materiais Flutuantes: Virtualmente ausentes; b) Óleos e graxas: Virtualmente ausentes; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 30 c) Substâncias que produzem odor e turbidez: Virtualmente ausentes; d) Corantes artificiais: Virtualmente ausentes; e) Substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes; f) Coliformes: não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes fecais por 100 ml em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver na região meio disponível para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de 20000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; g) DBO5dias 20º C até 5 mg/l O2. h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/l O2; i) PH: 6,5 a 8,5, não devendo haver mudança do pH natural maior que 0,2 unidade. ART 10º - Para águas de Classe 7, são estabelecidos os limites ou condições seguintes: a) DBO5 dias a 20 º C até 5 mg/l O2; b) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/l O2; c) pH: 6,5 a 8,5; d) Óleos e graxas: Virtualmente ausentes; e) Materiais Flutuantes: Virtualmente ausentes; f) Substâncias que produzem cor, odor e turbidez: Virtualmente ausentes; g) Substâncias que formem depósitos objetáveis: Virtualmente ausentes; h) Coliformes: Para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o ART 26º desta Resolução. Para o uso de criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana e que serão ingeridas cruas, não deverá ser excedido uma concentração média de 14 coliformes fecais por 100 mililitros com não mais de 10 % das amostras excedendo 43 coliformes fecais por 100 mililitros. Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 1000 coliformes fecais em 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais, colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 31 até 5000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras, colhidas em qualquer mês; i) Substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos): Amônia: 0,4 mg/l N Arsênio: 0,05 mg/l As Cádmio: 0,005 mg/l Cd Cianetos: 0,005 mg/l CN Chumbo: 0,01 mg/l Cl Cobre: 0,05 mg/l Cu Cromo Hexavalente: 0,05 mg/l Cr Índice de Fenóis: 0,001 mg/l C6H5OH Fluoretos: 1,4 mg/l F Mercúrio: 0,0001 mg/l Hg Níquel: 0,1 mg/l Ni Sulfetos (H2S não Dissociado): 0,002 mg/l S Zinco: 0,17 mg/l Zn Aldrin: 0,003 µg/l Clordano: 0,004 µg/l DDT: 0,001 µg/l Demeton: 0,1 µg/l Dieldrin: 0,003 µg/l Endossulfan: 0,034 µg/l Endrin: 0,004 µg/l Epóxido de heptacloro: 0,001 µg/l Heptacloro: 0,001 µg/l Metoxicloro: 0,03 µg/l Lindano (gama-BHC) 0,004 µg/l Dodecloro + Nonacloro: 0,001 µg/l Gution: 0,01 µg/l Mauation: 0,1 µg/l Paration: 0,04 µg/l Toxefano: 0,005 µg/l Compostos organofosforados e carbamatos totais: 10,0 µg/l em Paration 2,4 – D: 10,0 µg/l 2,4,5 – TP: 10,0 µg/l 2,4,5 – T: 10,0 µg/l ART 11º - Para as águas Classe 8, são estabelecidos os limites ou condições seguintes: a) pH: 5 a 9; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 32 b) OD em qualquer amostra não inferior a 3,0 mg/l O2; c) Óleos e graxas: toleram-se iricidências; d) Materiais flutuantes: Virtualmente ausentes; e) Substâncias que produzem cores cor, odor e turbidez: Virtualmente ausentes; f) Substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação: Virtualmente ausentes; g) Coliformes: Não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes fecais por 100 ml em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês, no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice será de 20000 coliformes totais por 100 mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês. ART 12º - Os padrões de qualidade das águas estabelecidos nesta Resolução constituem- se em limites individuais para cada substância. Considerando eventuais ações sinergéticas entre as mesmas, estas ou outras não especificadas, não poderão conferir as águas capazes de causarem efeitos letais ou alteração de comportamento, reprodução ou fisiologia da vida. $ 1º - As substâncias potencialmente prejudiciais a que se refere esta Resolução, deverão ser investigadas sempre que houver suspeita de sua presença. $ 2º - Considerando as limitações de ordem técnica para a quantificação dos níveis dessas substâncias, os laboratórios dos organismos competentes deverão estruturar-se para atenderem às condições propostas. Nos casos onde a metodologia analítica disponível for insuficiente para qualificar as concentrações dessas substâncias nas águas, os sedimentos e/ou biota aquática deverão ser investigados quanto à presença eventual dessas substâncias. ART 13º – Os limites de DBO, estabelecidos para as classes 2 e 3, poderão ser elevados, caso o estudo da capacidade de autodepuração do corpo receptor demonstre que os teores mínimos de OD, previstos, não serão desobedecidos em nenhum ponto do mesmo, nas EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresade Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 33 condições críticas de vazão (Qcrit = Q7,10 onde Q7,10 é a média das mínimas de 7 dias consecutivos em 10 anos de recorrência de cada seção do corpo receptor). ART 14º – Para os efeitos desta resolução, considera-se “Virtualmente ausentes” e “não objetiváveis” teores desprezíveis de poluentes, cabendo aos órgãos de controle ambiental, quando necessário, quantificá-los para cada caso. ART 15º – Os órgãos de controle ambiental poderão acrescentar outros parâmetros ou tornar mais restritos os estabelecidos nesta resolução, tendo em vista as condições locais. ART 16º – Não há impedimento no aproveitamento de águas de melhor qualidade em usos menos exigentes, desde que tais usos não prejudiquem a qualidade estabelecida para essas águas. ART 17º – Não será permitido o lançamento de poluentes nos mananciais sub- superficiais. ART 18º – Nas águas de Classe Especial não serão tolerados lançamentos de águas residuárias, domésticas e industriais, lixo e outros resíduos sólidos, substâncias potencialmente tóxicas, defensivos agrícolas, fertilizantes químicos e outros poluentes, mesmo tratados. Caso sejam utilizadas para o abastecimento doméstico deverão ser submetidas a uma inspeção sanitária preliminar. ART 19º – Nas águas de Classe 1 a 8 serão tolerados lançamentos de despejos, desde que, além de atenderem ao disposto no artigo 21 desta Resolução, não venham a fazer com que os limites estabelecidos para as respectivas classes sejam ultrapassados. ART 20º – Tendo em vista os usos fixados para as classes, os órgãos competentes enquadrarão as águas e estabelecerão programas permanentes de acompanhamento de sua condição, bem como programas de controle de poluição para a efetivação dos respectivos enquadramentos, obedecendo ao seguinte: EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 34 a) corpo de água que, na data de enquadramento, apresentar condição em desacordo com a sua classe (qualidade inferior à estabelecida), será objeto de providências com prazo determinado visando a sua recuperação, excetuados os parâmetros que excedem aos limites devido às condições naturais; b) O enquadramento das águas Federais na classificação será procedido pela SEMA, ouvidos o Comitê Especial de Estudos Integrados de Bacias Hidrográficas – CEEIBH e outras entidades públicas ou privadas interessadas; c) O enquadramento das águas estaduais será efetuado pelo órgão Estadual competente, ouvidas outras entidades públicas ou privadas interessadas; d) Os órgãos competentes definirão as condições específicas de qualidade dos corpos de água intermitentes; e) Os corpos de água já enquadrados na legislação anterior, na data da publicação desta resolução, serão objetos de reestudo a fim de a ela se adaptarem; f) Enquanto não forem feitos os enquadramentos, as águas doces serão consideradas Classe 2, as salinas Classe 5 e as salobras Classe 7; porém, aquelas enquadradas na legislação anterior permanecerão na mesma classe até reenquadramento; g) Os programas de acompanhamento da condição dos corpos de água seguirão normas e procedimentos a serem estabelecidos pelo conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA. ART 21º – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeça às seguintes condições: a) pH entre 5 a 9; b) Temperatura: inferior a 40 º C, sendo que a elevação de temperatura do corpo receptor não deverá exceder a 3 º C; c) Materiais sedimentáveis: Até 1 ml/litro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes; d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vez a vazão média do período de atividade diária do agente poluidor; EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 35 e) Óleos e Graxas: óleos minerais até 20 mg/l e óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/l; f) Ausência de materiais flutuantes; g) Valores máximos admissíveis das seguintes substâncias: Amônia: 5,0 mg/l N Arsênio total: 0,5 mg/l As Bário: 5,0 mg/l Ba Boro: 5,0 mg/l B Cádmio: 0,2 mg/l Cd Cianetos: 0,2 mg/l CN Chumbo: 0,5 mg/l Pb Cobre: 1,0 mg/l Cu Cromo Hexavalente: 0,5 mg/l Cr Cromo Trivalente: 2,0 mg/l Cr Estanho: 4,0 mg/l Sn Índice de Fenóis: 0,5 mg/l C6H5OH Ferro solúvel: 15,0 mg/l Fe Fluoretos: 10 mg/l F Manganês Solúvel: 1,0 mg/l Mn Mercúrio: 0,01 mg/l Hg Níquel: 2,0 mg/l Ni Prata: 0,1 mg/l Ag Selênio: 0,05 mg/l Se Sulfetos: 1,0 mg/l S Sulfitos: 1,0 mg/l SO3 Zinco: 5,0 mg/l Zn Compostos organofosforados e carbonatos totais: 1mg/l em Paration Sulfeto de Carbono: 1,0 mg/l Tricloroeteno: 1,0 mg/l Clorofórmio: 1,0 mg/l EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 36 Tetracloreto de carbono: 1,0 mg/l Dicloroeteno: 1,0 mg/l h) Tratamento especial se provierem de hospitais e outros estabelecimentos nos quais haja despejos infectados com microorganismos patogênicos. ART 22º – Não será permitida a diluição de efluentes industriais com águas não poluídas, tais como água de abastecimento, água de mar e água de refrigeração. ß único – Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes despejos ou emissões individualizadas, os limites constantes desta regulamentação aplicar-se-ão a cada um deles ou ao conjunto após a mistura, a critério do órgão competente. ART 23º – Os efluentes não poderão conferir ao corpo receptor características em desacordo com o seu enquadramento nos termos desta Resolução. ß único – Resguardados os padrões de qualidade do corpo receptor, demonstrado em estudo de impacto ambiental realizado pela entidade responsável pela emissão, o órgão competente poderá autorizar lançamentos acima dos limites estabelecidos no Artigo 21, fixando o tipo de tratamento e as condições para esse lançamento. Artigo 24º – Os métodos de coleta e análise das águas devem ser os especificados nas normas aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normauização e Qualidade Industrial – INMETRO ou, na ausência delas, no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater – APHA – AWWA – WPCF, última edição, ressalvado o disposto no artigo 12. O índice de Fenóis deverá ser determinado conforme o método 510 B do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 16ª edição, de 1985. Dos artigos 26º a 34º a Resolução trata sobre Balneabilidade. ART 35º – Aos órgãos de controle ambiental compete a aplicação desta resolução, cabendo-lhes a fiscalização para o cumprimento da legislação, bem como a aplicação das penalidades previstas, inclusive a interdição de atividades industriais poluidoras. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 37 ART 36º – Na inexistência de entidade Estadual encarregada do controle ambiental ou se, existindo, apresentar falhas, omissões ou prejuízos sensíveis aos usos estabelecidospara as águas, a secretaria especial do meio ambiente poderá agir diretamente, em caráter supletivo. ART 37º – Os órgãos estaduais de controle ambiental manterão a Secretaria Especial do Meio Ambiente informada sobre os enquadramentos dos corpos de água que efetuarem, bem como das normas e padrões complementares que estabelecerem. ART 38º – Os estabelecimentos industriais, que causam ou possam causar poluição das águas devem informar ao órgão de controle ambiental, o volume e o tipo de seus efluentes, os equipamentos e dispositivos antipoluidores existentes, bem como seus planos de ação de emergência sob pena das sanções cabíveis, ficando o referido órgão obrigado a enviar cópia dessas informações a SEMA, a STI (mic), ao IBGE (SEPLAN) e ao DNAEE (MME). ART 39º – Os Estados, Territórios e o Distrito Federal, através dos respectivos órgãos de controle ambiental, deverão exercer sua atividade orientadora, fiscalizadora e punitiva das atividades potencialmente poluidoras instaladas em seu território, ainda que os corpos de água prejudicados não sejam de seu domínio ou jurisdição. ART 40º – O não cumprimento ao disposto nesta Resolução acarretará aos infratores as sanções previstas na Lei n º 6938, de 31 de agosto de 1981, e sua regulamentação pelo Decreto nº 88 351, de 01 de junho de 1983. Caso o estudo de impacto ambiental não mostre o resguardo do padrão de qualidade, pode-se enquadrar os responsáveis pelo lançamento nas leis penais sobre o meio ambiente. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 38 0.4 Despoluição de córregos Urbanos. Um rio natural é aquele que não tem a interferência do homem, ou seja, não existe matéria poluidora despejada. Nele convivem num total equilíbrio diversos tipos de peixes, algas, plantas, microrganismos, bactérias e etc. Com o despejo de esgoto nas águas, a quantidade de matéria orgânica aumenta intensamente. Matéria orgânica de forma simplificada é considerada alimento para muitas formas de seres vivos, o grande problema é que a taxa de reprodução de algumas espécies é maior que a das outras. O crescimento acelerado de algumas bactérias e microrganismos leva a mudança brusca no pH e a diminuição do nível de oxigênio no rio, onde sem oxigênio poucas espécies vivem no sistema aquático. Rio totalmente limpo Rio com início de poluição Rio poluído Rio totalmente poluído EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 39 Na figura anterior verificamos que quando o rio está totalmente limpo, vivem em equilíbrio, peixes, plantas e bactérias. O rio apresenta parâmetros suficientes para a sobrevivência de cada espécie, mas quando inicia-se o despejo de esgoto, as bactérias que estavam controladas pela falta de “alimentação” crescem demasiadamente, por estarem recebendo matéria orgânica que é sua fonte de crescimento. Estas bactérias em ambiente propício irão consumir o oxigênio, causando a morte dos peixes mais sensíveis. Outro problema é o aumento da cor da água devido ao aumento da poluição, que impossibilitará a entrada de luz solar e, portanto acarretará na morte das plantas submersas. Com o aumento da matéria orgânica e constante diminuição dos níveis de oxigênio, ocorrerá cada vez mais, uma queda no número de espécies. Na fase crítica onde o rio é considerado totalmente morto, o nível de Oxigênio Dissolvido é menor que 2 mg/l e as bactérias aeróbias apresentam dificuldades de sobrevivência. Nessa fase o rio está em estado de anaerobiose, onde somente vivem espécies de microrganismos que não necessitam de oxigênio para sua sobrevivência. O rio fica negro, borbulha devido a liberação de gases, dentro dele já não existe mais luz e oxigênio. Poucos animais conseguem sobreviver sob ele. Apenas algumas espécies de bactérias e vírus são capazes de viver e o que era um meio em equilíbrio, transforma-se em desequilíbrio ecológico. O tratamento de esgoto depende de fatores políticos, e hoje com a mídia abrindo espaço para eventos ligados à preservação ambiental ficam atraentes, as obras de saneamento básico. A construção de estações de tratamento de esgotos juntamente com seus respectivos coletores têm se tornado um fato, mas o problema é que os córregos urbanos continuam poluídos após estes grandes e divulgados investimentos, levando a um descrédito da população em relação ao órgão realizador. Acontece que os sistemas de coletas são deficientes, e grande parte dos esgotos que deveriam estar indo para as estações tratamento de esgoto são lançados nos córregos urbanos, sem um devido tratamento. As principais formas de lançamentos irregulares são extravasores instalados “Desequilíbrio ecológico é o aumento de habitantes de uma única espécie e conseqüente desaparecimento de outras.” EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 40 em poços de visitas, que entopem em época de chuva; Sub-bacias sem cota com o interceptor obrigando ao lançamento direto no córrego; ligações prediais de esgoto sanitário em galerias de águas pluviais; entupimento e rompimento de interceptores levando o esgoto a galeria mais próxima; construções e aterros sobre vielas sanitárias. Um trabalho deste porte deveria ser rotineiro nas empresas de Saneamento, mas infelizmente poucas cidades do Brasil o realizam. Emerson Marçal Júnior realizou este trabalho pioneiro e jamais visto na Cidade de Campinas atuando como coordenador do grupo de despoluição de córregos urbanos da Sanasa - Ambiental. O grupo era formado por 6 estagiários e o desafio era a limpeza de um córrego que já apresentava interceptores por toda a sua extensão. “Ao monitorarmos todo o córrego percebemos que num determinado trecho a DBO alterava-se de 30 mg/l para 180 mg/l. Percebemos também que conseguiríamos ter acesso ao local, devido a mata que existia nas margens do córrego e verificamos que o cadastro existente estava incompleto; sendo assim resolvemos implantar o uso de um compressor de fumaça a fim de detectar os pontos de lançamento. A partir deste dia começamos a descobrir ligações clandestinas e através da conscientização e de obras reparadoras conseguimos baixar a DBO de 30 para 8 mg/l no ponto 1 e de 180 para 18 mg/l no ponto 2”. Através de tecnologia de baixo custo como o injetor de fumaça, bolinhas de isopor, corantes para a água, trabalho de conscientização e medidas restauradoras consegue-se realmente transformar esgoto “a céu aberto” em córregos urbanos de boa aparência. “Acontece que grande parte dos esgotos que deveriam estar indo para as Estações de Tratamento de Esgotos estão sendo lançados nos corpos d’água através de ligações irregulares. O órgão público responsável fica em descrédito com a população devido ao alto valor investido e retorno visual inexistente. Com o trabalho de despoluição de córregos urbanos os resultados são visíveis e a população aprova a obra.” EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 41 0.5 Principais parâmetros analisados para diagnosticar um esgoto. PH (Potencial Hidrogênico) A medida do pH é a concentração hidrogênica das águas,o mesmo deve se encontrar entre 6,0 e 8,0. Valores fora desta faixa tornam o meio extremamente seletivo para vários seres vivos. OD (Oxigênio Dissolvido) Concentração de oxigênio dissolvido na água. Alcalinidade Em geral, quanto maior o valor da alcalinidade, maior será a capacidade da água residuária manter seu pH próximo do neutro. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) A DBO expressa a quantidade de oxigênio utilizada por microrganismos aeróbios para oxidar biologicamente a matéria orgânica. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 42 Demanda Química de Oxigênio (DQO) A DQO expressa a quantidade de oxigênio utilizada para oxidar quimicamente a matéria orgânica. Sólidos Sedimentáveis (SS). A análise de SS permite determinar o volume ocupado pelos sólidos após sedimentação em cone Inhoff, por uma hora. Sólidos Totais (ST) e Sólidos Suspensos Totais (SST) Resíduo Total ou Sólidos Totais (ST) é o termo empregado para material que permanece em um cadinho após evaporação da água da amostra e sua subsequente secagem em estufa, a 103ºC - 105°C. Sólidos Suspensos Totais (SST) constituem-se da fração dos ST que fica retida em um filtro. Sólidos Fixos Totais (SFT) e Sólidos Suspensos Fixos (SSF). Resíduo Fixo ou Sólidos fixos Totais (SFT) é o termo empregado para a fração de ST após incineração em mufla a 600°C. Nessas condições, toda matéria orgânica é transformada em CO2 e água, restando, no cadinho, apenas os sólidos inorgânicos. Sólidos Suspensos Fixos (SSF) é o termo empregado para a fração de SFT filtrada em membrana, após calcinação a 600°C. O SSF mede aproximadamente a quantidade de areia presente. Sólidos Voláteis Totais (SVT) e sólidos Suspensos Voláteis (SSV). Resíduo Volátil de Sólidos Voláteis Totais (SVT) é o termo empregado para a fração de ST que se perde após calcinação em mufla a 600°C. Sólidos Suspensos Voláteis (SSV) correspondem à fração de SST, que se perde após calcinação em mufla a 600°C. Para lodos biológicos a concentração de SSV é relacionada à quantidade de biomassa presente. Para lodos primários, a concentração de SSV, é relacionada ao conteúdo de matéria orgânica morta presente. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 43 Nitrogênio O nitrogênio apresenta-se principalmente como nitrogênio orgânico, nitrogênio amoniacal, nitrito e nitrato. O nitrogênio orgânico ocorre em esgotos sanitários, principalmente devido à presença de proteínas ou seus produtos de degradação como poliptiptídeos e aminoácidos. A degradação desses compostos e de uréia gera nitrogênio amoniacal. O nitrogênio amoniacal, pode estar presente em águas residuárias industriais que utilizam sais de amônia ou uréia. As formas oxidadas de nitrogênio, (nitritos e nitratos) podem estar presentes em efluentes de sistemas de tratamento aeróbios, ou nas águas residuárias industriais. A presença excessiva de nitrogênio causa a eutrofização dos corpos d’água, que é a proliferação de algas. Fósforo O fósforo encontra-se presente em águas residuárias, principalmente como ortofosfatos e polifosfatos, bem como na forma de fósforo orgânico. A presença excessiva de fósforo causa a eutrofização dos corpos d’água. Sulfatos O íon sulfato é um dos principais ânions presentes em águas naturais. Em ambiente anaeróbio, os sulfatos geram sulfetos que são responsáveis por problemas de corrosão, pela emissão de odor desagradável e que, dependendo da concentração podem causar inibição a determinados processos biológicos como a metanogênese. Óleos e Graxas O termo óleos e graxas aplica-se a grande variedade de substâncias orgânicas que são extraídas das soluções ou suspensões aquosas por hexana ou triclorofluoretano (Freon). Hidrocarbonetos, ésteres, óleos, gorduras, ceras e ácidos orgânicos de cadeia longa são os principais materiais que são dissolvidos por esses solventes. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 44 0.6 Relações importantes ao tratamento de esgoto: a) indicação de tratamento biológico ou físico – químico: DBO/DQO > 0,6 Tratamento por processo biológico; 0,2 < DBO/DQO < 0,6 Tratamento biológico possível; DBO/DQO < 0,2 Tratamento biológico muito difícil. Outras relações importantes são aquelas entre sólidos fixos e sólidos voláteis. Relações SF/SV, SSF/SSV, SDF/SDV elevadas indicam a predominância absoluta de material inerte na água residuária e a necessidade de sua separação prévia a fim de se efetivar o tratamento biológico. b) indicação da necessidade de desarenador: A concent ração de SSF fornece a estimativa grosseira da concentração de partículas inertes (por exemplo, a areia) podendo ser utilizada, na ausência de dados mais precisos, no projeto de certas unidades destinadas a remover essas partículas. c) indicação de alta salinidade: Concentrações elevadas de sólidos dissolvidos fixos (SDF) em comparação com sólidos dissolvidos voláteis (SDV) indicam água residuária com alta salinidade e a provável necessidade de tratamento físico-químico, uma vez que esses sais não são efetivamente removidos em processos biológicos. d) Indicação de processo biológico aeróbio ou anaeróbio: As relações nutricionais entre carbono, nitrogênio e fósforo são de extrema importância como verificação prévia da necessidade de se adicionar nutrientes à água residuária a ser tratada por processo biológico. Processos aeróbios: DBO:N:P de 100:5:1. Processos anaeróbios: DQO:N:P de 500:5:1 EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 45 e) Indicação da necessidade de decantador primário: A presença de Sólidos Sedimentáveis é indicativa da necessidade de unidade de sedimentação antecedendo as unidades de tratamento biológico convencionais aeróbias, ou os reatores anaeróbios, principalmente se o teor de SSF é elevado. f) Indicação da necessidade de caixa de gordura: Em geral, concentrações de óleos e graxas superiores a 50 mg/l são consideradas elevadas, podendo prejudicar o tratamento biológico. g) balanço de sólidos: ST = SST + SDT = SSV + SSF + SDV + SDF = SVT + SFT; SVT = SSV + SDV e SFT = SSF + SDF; SST = SSV + SSF e SDT = SDV + SDF; Sólidos Totais (ST) Sólidos Dissolvidos Totais ( SDT)Sólidos Suspenso Totais (SST) Sólidos Suspensos Voláteis (SSV) Sólidos Suspenso Fixos (SSF) Sólidos Dissolvido Voláteis (SDV) Sólidos Dissolvidos Fixos (SDF) Sólidos Voláteis Totais (SVT) Sólidos Fixos Totais (SFT) EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 46 As relações descritas servem para o profissional fazer uma análise geral da estação de tratamento de esgoto, podendo aplicá-las de forma prática e rápida. Como objetivo deste curso demonstram-se parâmetros e tabelas para facilitar o entendimento e o trabalho em futuras consultorias. Não temos o objetivo que o aluno termine o curso sabendo fazer um projeto executivo, mas que eletenha condições de ser um ‘clínico geral’ na área de tratamento de esgoto, conseguindo realizar um estudo de concepção e de alternativas, sabendo os caminhos necessários para aprovação de uma estação e principalmente sabendo fundamentos operacionais dos principais tipos de tratamento. Não será comum neste curso o uso de exemplos com respostas, pois acreditamos que esta metodologia ‘vicia’ o estudante ao erro e inibe a forma de raciocínio. Todas as respostas das questões serão analisadas com comentários, avaliando-se as respostas individualmente. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 47 0.7 Questões: 1) Caso verifique-se um crime ambiental, deve se dirigir a quem? a) Procurador do meio ambiente ( ); b) Política Nacional do Meio Ambiente ( ); c) IBAMA ( ); d) Órgão Estadual fiscalizador ( ); e) As respostas a , c, d estão corretas ( ). 2) Uma indústria altamente poluidora quer se instalar próximo a uma área de proteção ambiental, onde existe uma numerosa variedade de espécies. Se uma indústria lhe contratar, qual decisão você defenderia? a) Aceitaria o desafio de tratar os esgotos desta firma próximo a área escolhida ( ); b) Tentaria convencê-los de que seria ideal um estudo de viabilidade ambiental ( ); c) Negaria o pedido por ser perto de área de proteção Ambiental ( ); d) Mostraria que eles não conseguiriam as licenças de instalação ( ); e) NDA ( ); 3) O que é desequilíbrio ecológico? a) O homem, a barata e os ratos em uma cidade ( ); b) Os mosquitos, corujas, ratos, morcegos, grilos, sapos e outros ( ); c) Muitas espécies, com número de habitantes equilibrados ( ); d) Poucas espécies com um número excessivo de habitantes ( ); e) As respostas a e d estão corretas ( ); 4) Responda se a afirmação é correta: a) O esgoto daquela indústria não tem o padrão de qualidade dentro da legislação ( ) correta ( ) incorreta b) O esgoto daquela indústria não tem o padrão de Emissão dentro da legislação ( ) correta ( ) incorreta c) O efluente daquela indústria vai tirar o enquadramento daquele rio ( ) correta ( ) incorreta d) O efluente daquela indústria misturado ao rio não atenderá o padrão de qualidade estabelecido ( ) correta ( ) incorreta EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 48 5) Escreva o que é padrão de qualidade? Qual a sua importância? 6) Escreva o que é padrão de Emissão? Qual a sua importância? 7) Quais as principais leis que regulamentam os recursos hídricos? 8) Explique as fases de poluição de um rio? 9) O que você entende por desenvolvimento sustentável? Crescer e se desenvolver são sinônimos? 10) Uma cidade para ter qualidade de vida, necessariamente tem que ser desenvolvida? 11) Você acha que as pessoas morrem mais de diarréias, câncer e AIDS em cidades grandes ou pequenas proporcionalmente? Justifique a sua resposta? 12) Você acha que as pessoas morrem mais de diarréias, câncer e AIDS em cidade desenvolvidas ou subdesenvolvidas? 13) Somente as estações de tratamento de esgoto salvariam a qualidade de nossos rios? Justifique? 14) Em 1950 praticamente não tínhamos nenhum rio poluído, quantos anos você acha que levaríamos para despoluí-los? 15) Se você fosse o Presidente da República qual seria seu plano para Despoluição de Córregos? Você mudaria alguma das leis? 16) Qual é a diferença fundamental entre os parâmetros DQO e DBO? 17) Que problemas ao Rio podem ser causados pela presença de nitrogênio e fósforo? 18) Faça um esquema de uma ETE completa (será questão do primeiro teste). 19) Quanto de areia aproximadamente existe neste esgoto doméstico? ST = 200 mg/l; SFT = 80 mg/l; SDF = 50 mg/l EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 49 20) Calcule a concentração de SST em mg/l? SSV = 100 mg/l; SDV = 100 mg/l; SDF = 100 mg/l; SFT = 200 mg/l 21) Calcule a concentração de ST em mg/l? SVT = 100 mg/l; SDV = 50 mg/l; SSF = 800 mg/l; SDF = 200 mg/l 22) Que tipo de tratamento você indicaria para os seguintes esgotos: a) DBO = 180 mg/l; DQO = 180 mg/l; N = 20 mg/l; P = 10 mg/l b) DBO = 1800 mg/l; DQO = 5000 mg/l; N = 60 mg/l; P = 10 mg/l c) DBO = 1800 mg/l; DQO = 5000 mg/l; N = 100 mg/l; P = 200 mg/l d) DBO = 180 mg/l; DQO = 1800 mg/l; N = 100 mg/l; P = 100 mg/l e) DBO = 180 mg/l; DQO = 350 mg/l; N = 20 mg/l; P = 1 mg/l f) DBO = 180 mg/l; DQO = 180 mg/l; N = 9 mg/l; P = 2 mg/l 23) Preencha: Nome completo: Data de nascimento: Sexo: Profissão: Formação: Onde Trabalha: Endereço do trabalho: Telefone para contato: Obs.: Todos os exercícios deverão ser feitos e enviados para a correção, o envio do capítulo seguinte depende da correção dos exercícios. Dúvidas referentes ao texto e sugestões devem ser escritas juntamente com as respostas dos capítulos. EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br Curso de Tratamento de Esgoto – texto oferecido gratuitamente pela Empresa de Engenharia Ambiental - EEA Divulgação neste site (www.comitepcj.sp.gov.br) por iniciativa da Câmara Técnica de Saneamento (CT-SA) dos Comitês PCJ 50 0.7 Bibliografias consultadas: 01. VIEIRA, S.M.M. (1992). Tratamento Anaeróbio de esgotos domésticos. Ambiente - Revista Cetesb de tecnologia. 6 (1), 16-23. 02. CAMPOS, J.R.(1990). Alternativas para Tratamento de Esgotos Sanitários. Consórcio Intermunicipal das bacias dos rios Piracicaba e Capivari. 03 03. FORESTI, E.(1993). Controle de processos de tratamento de despejos. notas de aula de pós-graduação em hidráulica e saneamento na EESC-USP 04. FORESTI, E.(1998) – “Notas da aula de Processos e Operações em Tratamento de Resíduos SHS-705”, Pós Graduação em Hidráulica e Saneamento na Escola de Engenharia de São Carlos. 05. IMHOFF, K. R.(1986) – Manual de Tratamento de Águas Residuárias. São Paulo. 06. METCALF & EDDY(1979) – “Wastewater engineering – treatment, disposal, reuse”2nd ed.. New York. McGraw-Hill, p. 920. 07. NUNES, J.A.(1996) - Tratamento Físico Químico de Águas Residuárias Industriais. 2ª edição Editora J. Andrade. 08. POVINELLI, J.(1993) - Técnicas Experimentais em Saneamento Ambiental. Relatório 3 - Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de São Carlos - Departamento de Hidráulica e Saneamento.
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