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1 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi Avaliação do recém-nascido e do acompanhamento de prematuridade na atenção primária à saúde Definição A puericultura é o acompanhamento periódico e sistemático da criança cujo foco é a prevenção e a educação em saúde com vistas a intervenção efetiva e apropriada. Na prática: Anamnese, exame físico, orientações e prescrição; Atenção personalizada Visita domiciliar Adequado preenchimento da caderneta de saúde da criança. Pergunta: como que a consulta de puericultura interfere nos indicadores de saúde? Reduz a mortalidade e morbidade infantil Só a pediatria pode fazer consulta de puericultura? Não, a equipe multidisciplinar; envolve: consulta de enfermagem, médico, dentista... Relembrando alguns pontos: Classificação do recém-nascido pré- termo Baixo peso ao nascer: menor que 2.500g. Muito peso o nascer: <1.500g Extremo baixo peso ao nascer < 1000g Alerta vermelho: Situação de risco para a saúde da criança acompanhada pela equipe de AB com indicação periódica e encaminhamento. Planejamento e agendamento : É necessário planejar o fluxo de atendimento de consulta de puericultura para agendamento Periodicidade de consultas de puericultura no primeiro ano de vida • PRIMEIRA SEMANA DE VIDA • 1 mês • 2 meses • 4 meses • 6 meses • 9 meses • 12 meses Reservar 2 horários de consultas normais para 1ª consulta. Consulta de puericultura Professor: Elaine Santos Data: 17/08/2022 2 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi Conteúdo da consulta: Anamnese, exame físico completo avaliações e orientações. Anamnese Anamnese é uma conversa com os pais. Não utilizar jargões técnicos. Deixar em aberto durante toda a consulta a oportunidade para perguntas dos pais. A caderneta de saúde da criança é um instrumento de trabalho e deve ser utilizada. Deve-se investigar: Condições de nascimento: Tipo do parto, local, peso ao nascer, IG, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados. Antecedentes familiares As condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o número de irmãos; Índice de APGAR: No 5º minuto entre 7 e 10 é considerado normal; 4,5 ou 6 é considerado intermediário; 0 a 3 no quinto minuto relacionam-se a maior risco de mortalidade e leve aumento de risco para paralisia cerebral; Exame físico Consulta de puericultura → exame físico completo Olhar a criança Observar o sono/vigília, postura, sinais vitais, verificar padrão respiratório. Cabeça aos pés: • Fontanelas • Face • Olhos • Nariz • Ouvidos • Bora • Pescoço • Tórax • Abdome • Dorso • Genitália • Orifício anal • Membros • Reflexos (sucção, moro, mão-boca, preensão palmar, preensão plantar, cutâneo-plantar extensor) Reflexo de Moro Reflexo cutâneo plantar extensor • Anotar peso, perímetro cefálico e comprimento • Irritabilidade ou choro fraco; • Febre ou temperaturas baixas; • Vômitos; • Pouca urina; • Perda de peso; • Tremores; • Convulsão; • Aumento rápido do perímetro cefálico; • Hérnia inguinal; Uso de imunobiológicos 3 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi Triagem neonatal O rastreamento de doenças no período neonatal compreende: O TESTE DO PEZINHO serve de triagem neonatal para doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo, doença falciforme, hemoglobinopatias e fibrose cística TESTE DO REFLEXO VERMELHO (TRV) detecta alterações que podem comprometer a transparência da córnea, vítreo e cristalino. RETINOPATIA DA PREMATURIDADE (ROP): É uma doença vaso proliferativa da retina que pode causar perda visual e até cegueira. TESTE DO CORAÇÃOZINHO É utilizado para a detecção precoce de cardiopatia grave do recém-nascido. TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL (TAN) Deve ser realizada em todos recém-nascidos, preferencialmente entre 24 e 48 horas de vida. Avaliação e orientações: 1. Situações de vulnerabilidade; 2. Avalie e oriente os pais sobre os sinais de perigo na criança com menos de 2 meses e sobre a necessidade de procurar atendimento de emergência; 3. Promova e apoie o aleitamento materno exclusivo e auxilie a formação ou o fortalecimento do vínculo entre os pais e o bebê; 4. Orientações gerais sobre os cuidados com o recém-nascido; 5. Prevenção de acidentes; 6. Realização do teste do pezinho; 7. Orientações para o calendário vacinal; 8. Combine o calendário de consultas; Ao finalizar, perguntar se há dúvidas ou esclarecimentos. Encaminhar para a imunização. Por fim, agendar a próxima consulta. Acompanhamento do RN prematuro 4 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi Agenda de acompanhamento do bebê e sua família À alta hospitalar, a criança é agendada para acompanhamento periódico. Sugerem-se três consultas na primeira semana, duas na segunda semana e uma consulta semanal a partir da terceira semana, até que atinja 2.500 g, quando recebe alta da terceira etapa. Logo que chegar em casa, na primeira semana, a criança e sua mãe deverão receber visita domiciliar da equipe da Atenção Básica e ter garantido o primeiro retorno ao hospital em até 72 horas. A terceira avaliação da primeira semana poderá ocorrer na UBS ou novamente no hospital, dependendo da necessidade do bebê. Na segunda semana após a alta, recomenda-se um retorno hospitalar e uma consulta na UBS. A partir da terceira semana, até alcançar 2.500 g, a criança deverá ser acompanhada semanalmente. Essa consulta pode ocorrer na UBS ou no hospital de origem, de acordo com as condições clínicas da criança. É importante, também, que visitas domiciliares regulares aconteçam neste período. Na avaliação do crescimento e do desenvolvimento do RN pré-termo, é necessário considerar a idade corrigida (IC) até, no mínimo, 2anos de idade. Vínculo e rede de apoio 5 Gabriela Vieira 2/22 MEDFipGbi É importante considerar que: A participação das equipes da Atenção Básica, mesmo presentes no processo dinâmico de uma rede de apoio ampla, na qual a família se apoia, qualifica- se por funções especiais e diferenciadas, podemos afirmar que o sucesso do tratamento de um RN internado em Unidade Neonatal não é determinado apenas pela sua sobrevivência e alta hospitalar.
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