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VADE
MECUM
COMENTADO
DE NOVIDADES
LEGISLATIVAS
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS
SUMÁRIOSUMÁRIO
JANEIRO E FEVEREIRO 5
MARÇO 37
ABRIL 90
MAIO 111
JUNHO 133
JULHO 152
AGOSTO 183
SETEMBRO 244
OUTUBRO 291
NOVEMBRO 337
DEZEMBRO 358
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS
SUMÁRIO
Como é difícil se manter atualizado e atualizada com a profusão de atos legislativos no 
Brasil, não é verdade?
Pensando nisso, o Curso Ênfase presenteia você com um material incrível: o Vade 
Mecum Comentado de Novidades Legislativas.
São mais de 400 páginas, com as principais inovações normativas do ano de 2021, 
agrupadas por mês e, dentro de cada um, separadas por disciplina, dentre as 
seguintes:
• Direito Administrativo
• Direito Ambiental
• Direito Civil
• Direito Constitucional
• Direito da Pessoa com Deficiência
• Direito do Consumidor
• Direito do Trabalho
• Direito Educacional
• Direito Eleitoral
• Direito Empresarial
• Direito Financeiro
• Direitos Humanos
• Direito Internacional
• Direito Penal
• Direito Previdenciário
• Direito Processual Civil
• Direito Processual do Trabalho
• Direito Processual Penal
• Direito Tributário
• Direitos Difusos e Coletivos
• Legislação Penal e Processual Penal Extravagante
APRESENTAÇÃO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS
SUMÁRIO
Nosso Vade Mecum traz para você as novidades legislativas que importam para a sua 
futura prova e, ainda, cada uma delas é apresentada de maneira pensada para a sua 
preparação, pois tem: 
a) Ficha Normativa: nela constam as informações básicas da norma como ementa, 
data de publicação e início de vigência, o link para o texto legal e os destaques, parte 
que fornece uma visão geral sobre os pontos principais do novo ato; 
b) Comentário: aqui nosso time de especialistas discorre sobre o que há de mais 
relevante no novo ato normativo, trazendo, inclusive, trechos literais dele; 
c) Questão inédita: por fim, para simular como a novidade pode ser cobrada no seu 
próximo concurso, há uma questão inédita sobre ela e, melhor, comentada!
Trata-se de material riquíssimo para a sua preparação, que nós do Curso Ênfase 
elaboramos para você, pois, com ele, além de ficar em dia com as novidades legislativas 
do ano de 2021, você antevê como elas podem ser questionadas no seu concurso. 
E, assim como nós, você sabe que as bancas adoram cobrar inovações. 
Então, use muito o Vade Mecum Comentado de Novidades Legislativas como o seu 
novo aliado na busca pela sua aprovação e, principalmente, dentro do número de 
vagas nos concursos de alto desempenho.
Lembre-se: vamos com você até a posse!
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
Janeiro e Fevereiro 
2021
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS6
1. Lei Complementar (LC) nº 179/2021 - Objetivos do Banco Central do 
Brasil (BACEN)
1.1. Ficha normativa
LC Nº 179/2021
Ementa: Define os objetivos do Banco Central do Brasil (BACEN) e dispõe sobre sua 
autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu Presidente e de seus 
Diretores; e altera artigo da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
Data de publicação: 25.02.2021
Início de vigência: 25.02.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp179.htm>
Destaques:
• A lei prevê expressamente que o objetivo fundamental do BACEN é assegurar a esta-
bilidade dos preços e elenca outros objetivos possíveis.
• Confere autonomia ao BACEN.
• Define que a diretoria colegiada do BACEN será composta por nove membros, nomeados 
pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, com mandato de quatro 
anos, observando-se a escala e as hipóteses de recondução e exoneração previstas na lei. 
• Dispõe que as metas de política monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário 
Nacional (CMN) e que compete privativamente ao BACEN conduzir a política monetária 
necessária para o cumprimento dessas metas que foram estabelecidas pelo CMN.
1.2. Comentário
Em 25.02.2021 foi publicada a LC nº 179, com início imediato de vigência.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “define os objetivos do Banco Central do 
Brasil e dispõe sobre sua autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu Presidente e de seus 
Diretores; e altera artigo da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964”.
O BACEN é uma autarquia federal criada pela Lei nº 4.595/1964, cujo objetivo fundamental é 
assegurar a estabilidade de preços. Embora este seja o escopo principal de qualquer Banco Central 
de um país, o art. 1º da LC nº 179/2021 traz previsão expressa nesse sentido, prevendo também 
que “sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o BACEN também tem por objetivos zelar pela 
estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade 
econômica e fomentar o pleno emprego”.
DIREITO ADMINISTRATIVO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp179.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS7
A principal inovação do diploma normativo em comento foi conferir, expressamente, autonomia 
ao BACEN, o que se deu com a previsão de que o Banco deixa de ter vinculação com ministérios e 
seus dirigentes passam a ser definidos através de mandatos fixos a cada quatro anos sem que este 
período seja coincidente com o do presidente da República, conforme dispõe o art. 6º da lei:
Art. 6º O Banco Central do Brasil é autarquia de natureza especial caracterizada 
pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação 
hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, 
pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante 
seus mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei 
Complementar ou de leis específicas destinadas à sua implementação. 
(Grifos nossos.)
Quanto à nomeação dos dirigentes, de acordo com o art. 3o da LC nº 179/2021, a “Diretoria 
Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu Presidente, 
todos nomeados pelo Presidente da República entre brasileiros idôneos, de reputação ilibada e 
de notória capacidade em assuntos econômico-financeiros ou com comprovados conhecimentos 
que os qualifiquem para a função”. Em complemento, o art. 4o prevê que estes dirigentes “serão 
indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação de seus nomes pelo 
Senado Federal”.
Os mandatos serão, como já mencionado, fixos, com duração de quatro anos, sendo que o do 
Presidente terá início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República, e 
o dos demais Diretores observarão a seguinte escala, prevista no § 2º do art. 4o da lei:
I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do 
primeiro ano de mandato do Presidente da República;
II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do 
segundo ano de mandato do Presidente da República;
III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do 
terceiro ano de mandato do Presidente da República; e
IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do 
quarto ano de mandato do Presidente da República.
Além disso, de acordo como § 3º do mesmo dispositivo “o Presidente e os Diretores do Banco 
Central do Brasil poderão ser reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República”. 
DIREITO ADMINISTRATIVO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS8
Outra garantia dos dirigentes que reforça a autonomia do BACEN é a previsão de que o 
Presidente da República não poderá demitir um dirigente do Banco por vontade própria sem a 
validação do Senado, o que reduz as chances de interferências políticas na condução da política 
monetária. Veja, nesse sentido, a redação do art. 5º da LC nº 179/2021:
Art. 5º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão 
exonerados pelo Presidente da República:
I - a pedido;
II - no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para 
o exercício docargo;
III - quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado 
ou proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade 
administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, 
a proibição de acesso a cargos públicos;
IV - quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho 
insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil.
§ 1º Na hipótese de que trata o inciso IV do caput deste artigo, compete 
ao Conselho Monetário Nacional submeter ao Presidente da República 
a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento ficará condicionado à 
prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal. (Grifos nossos.)
Por fim, importante ressaltar que a autonomia conferida ao BACEN não é sinônimo de 
independência, já que, conforme determina o art. 2º da lei em comento, “as metas de política 
monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, competindo privativamente 
ao Banco Central do Brasil conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas 
estabelecidas”. Assim, o BACEN deverá perseguir as metas definidas pelo CMN. 
1.3. Questão inédita comentada
Relativamente ao BACEN, autarquia federal que tem por objetivo fundamental assegurar a 
estabilidade de preços, assinale a alternativa incorreta:
A) O BACEN é uma autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira.
B) Os dirigentes do BACEN não podem ser exonerados livremente pelo Presidente da República.
C) O mandato de todos os membros da Diretoria Colegiada do BACEN tem a mesma duração e 
início simultâneo.
D) O BACEN é uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Economia. 
E) Cabe ao BACEN, privativamente, conduzir a política monetária necessária para cumprimento 
das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. 
DIREITO ADMINISTRATIVO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS9
Alternativa correta: letra D. Nos termos do art. 6º da LC nº 179/2021, o “Banco Central do Brasil 
é autarquia de natureza especial caracterizada pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela 
ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela 
investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos, bem como 
pelas demais disposições constantes desta Lei Complementar ou de leis específicas destinadas à 
sua implementação”. 
Demais alternativas:
Alternativa A. A afirmação está correta porque, nos termos do contido no art. 6º da LC nº 
179/2021, o “Banco Central do Brasil é autarquia de natureza especial caracterizada pela ausência 
de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, 
operacional, administrativa e financeira”.
Alternativa B. A competência para exonerar o presidente e os diretores do Banco Central 
do Brasil é do Presidente da República. Porém, não se admite a livre-exoneração e, nesse sentido, 
as hipóteses de exoneração estão expressas no art. 5º, incisos I a IV, da LC nº 179/2021, e são as 
seguintes: “I - a pedido; II - no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para 
o exercício do cargo; III - quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade administrativa ou de crime cuja 
pena acarrete, ainda que temporariamente, a proibição de acesso a cargos públicos; IV - quando 
apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do 
Banco Central do Brasil”.
Alternativa C. A duração dos mandatos dos diretores é a mesma, qual seja, quatro anos. 
Todavia, não há simultaneidade no início porque os incisos I a IV do § 2º do art. 4º estabelecem uma 
escala: “I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato 
do Presidente da República; II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do 
segundo ano de mandato do Presidente da República; III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início 
no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e IV - 2 (dois) Diretores 
terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República”.
Alternativa E. A afirmação está correta, conforme estabelece o art. 2º da LC nº 179/2021, cujo 
teor é o seguinte: “As metas de política monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário 
Nacional, competindo privativamente ao Banco Central do Brasil conduzir a política monetária 
necessária para cumprimento das metas estabelecidas”.
DIREITO ADMINISTRATIVO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS10
1. Lei nº 14.119, de 13 de janeiro de 2021 - Política Nacional de 
Pagamento por Serviços Ambientais
1.1. Ficha normativa
LEI Nº 14.119, DE 13 DE JANEIRO DE 2021
Ementa: Institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais; e altera as Leis 
nºs 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e 6.015, de 31 de 
dezembro de 1973, para adequá-las à nova política.
Data de publicação: 14.01.2021 e retificada em 15.01.2021
Início de vigência: 15.01.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14119.htm>  
Destaques:
• A lei disciplina importantes instrumentos de preservação ambiental, de forma sistemati-
zada, instituindo o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais, concretizando 
o art. 225 da CF/1988 por meio da atividade de fomento do Poder Público. 
• Além de trazer novos conceitos, como o de pagador e provedor de serviços ambientais, 
trata das modalidades de pagamento, como os títulos verdes (green bonds) e as cotas de 
reserva ambiental (CRA). 
• Traz um rol explicitando os casos que podem ser objeto do Programa Federal de Pagamento 
por Serviços Ambientais, em seu art. 8º, merecendo destaque as terras indígenas, os 
territórios quilombolas e outras áreas legitimamente ocupadas por populações tradicionais, 
mediante consulta prévia, nos termos da Convenção nº 169 da Organização Internacional 
do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais.
1.2. Comentário
Em 14.01.2021 foi publicada a Lei nº 14.119, com texto retificado em 15.01.2021, passando a viger 
a partir de sua publicação. 
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “institui a Política Nacional de Pagamento 
por Serviços Ambientais; e altera as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.629, de 25 de fevereiro de 
1993, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973, para adequá-las à nova política”. 
Trata-se de mais um importante passo do Estado brasileiro em direção à concretização do art. 
225 da CF/1988, notadamente o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
preservando-a para as presentes e futuras gerações. 
DIREITO AMBIENTAL
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14119.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14119.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS11
A Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais funcionará de forma integrada às 
demais políticas já existentes, nos termos do § 1º do art. 4º da lei:
§ 1º A PNPSA deverá integrar-se às demais políticas setoriais e ambientais, 
em especial à Política Nacional do Meio Ambiente, à Política Nacional da 
Biodiversidade, à Política Nacional de Recursos Hídricos, à Política Nacional 
sobre Mudança do Clima, à Política Nacional de Educação Ambiental, às 
normas sobre acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso 
ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios 
para conservação e uso sustentável da biodiversidade e, ainda, ao Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e aos serviços de 
assistência técnica e extensão rural.
A lei traz as diretrizes, delimita o objeto, explicita o funcionamento do Programa Federal 
de Pagamento Ambiental (PFPSA), menciona as ações a serem implementadas,traz os critérios de 
aplicação menciona o contrato de pagamento por serviços ambientais, dentre outras questões.
Desses pontos, o objeto do PFPSA e as modalidades de pagamento pelos serviços ambientais 
merecem maior atenção. 
Art. 8º Podem ser objeto do PFPSA:
I - áreas cobertas com vegetação nativa;
II - áreas sujeitas a restauração ecossistêmica, a recuperação da cobertura 
vegetal nativa ou a plantio agroflorestal;
III - unidades de conservação de proteção integral, reservas extrativistas e 
reservas de desenvolvimento sustentável, nos termos da Lei nº 9.985, de 18 
de julho de 2000;
IV - terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas legitimamente 
ocupadas por populações tradicionais, mediante consulta prévia, nos 
termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
sobre Povos Indígenas e Tribais;
V - paisagens de grande beleza cênica, prioritariamente em áreas especiais 
de interesse turístico;
VI - áreas de exclusão de pesca, assim consideradas aquelas interditadas ou 
de reservas, onde o exercício da atividade pesqueira seja proibido transitória, 
periódica ou permanentemente, por ato do poder público;
VII - áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, assim definidas 
por ato do poder público.
DIREITO AMBIENTAL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS12
§ 1º (VETADO).
§ 2º Os recursos decorrentes do pagamento por serviços ambientais pela 
conservação de vegetação nativa em terras indígenas serão aplicados em 
conformidade com os planos de gestão territorial e ambiental de terras 
indígenas, ou documentos equivalentes, elaborados pelos povos indígenas 
que vivem em cada terra.
§ 3º Na contratação de pagamento por serviços ambientais em áreas 
de exclusão de pesca, podem ser recebedores os membros de comu-
nidades tradicionais e os pescadores profissionais que, historicamente, 
desempenhavam suas atividades no perímetro protegido e suas adjacências, 
desde que atuem em conjunto com o órgão ambiental competente na 
fiscalização da área. 
Cabe ressaltar, todavia, que sua eficácia interna ocorrerá apenas após o decreto do presidente 
da República, na forma do art. 84, IV, da CF/1988.
As modalidades de pagamento pelos serviços ambientais são assim explicitadas no art. 3º da lei: 
Art. 3º São modalidades de pagamento por serviços ambientais, entre 
outras:
I - pagamento direto, monetário ou não monetário;
II - prestação de melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas;
III - compensação vinculada a certificado de redução de emissões por 
desmatamento e degradação;
IV - títulos verdes (green bonds);
V - comodato;
VI - Cota de Reserva Ambiental (CRA), instituída pela Lei nº 12.651, de 25 de 
maio de 2012.
§ 1º Outras modalidades de pagamento por serviços ambientais poderão ser 
estabelecidas por atos normativos do órgão gestor da PNPSA.
§ 2º As modalidades de pagamento deverão ser previamente pactuadas 
entre pagadores e provedores de serviços ambientais.
DIREITO AMBIENTAL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS13
1.3. Questão inédita comentada
Em 14.01.2021, publicou-se a Lei nº 14.119/2021, que instituiu a Política Nacional de Pagamento 
por Serviços Ambientais. 
Em relação a ela, não podemos afirmar com correção que:
A) Traz como modalidade de pagamento os chamados green bonds (títulos verdes).
B) Pessoas físicas poderão se beneficiar de recursos públicos por serviços ambientais, ainda que 
inadimplentes em relação a termo de ajustamento de conduta.
C) Podem ser objeto do Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais áreas cobertas 
com vegetação nativa.
D) De acordo com a lei, serviços ecossistêmicos são benefícios relevantes para a sociedade 
gerados pelos ecossistemas, em termos de manutenção, recuperação ou melhoria das con-
dições ambientais.
E) Uma das modalidades de pagamento por serviços ambientais é o comodato. 
Alternativa correta: letra B, porquanto a questão pede a incorreta. Nos termos do art. 10, I, fica 
vedado nesse caso. 
Art. 10. É vedada a aplicação de recursos públicos para pagamento por 
serviços ambientais:
I - a pessoas físicas e jurídicas inadimplentes em relação a termo de 
ajustamento de conduta ou de compromisso firmado com os órgãos 
competentes com base nas Leis nos 7.347, de 24 de julho de 1985, e 12.651, 
de 25 de maio de 2012;
II - referente a áreas embargadas pelos órgãos do Sisnama, conforme 
disposições da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012.
Alternativa A. Sim, em seu art. 3º, IV. 
Art. 3º São modalidades de pagamento por serviços ambientais, entre 
outras:
I - pagamento direto, monetário ou não monetário;
II - prestação de melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas;
DIREITO AMBIENTAL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS14
DIREITO AMBIENTAL
III - compensação vinculada a certificado de redução de emissões por 
desmatamento e degradação;
IV - títulos verdes (green bonds);
V - comodato;
VI - Cota de Reserva Ambiental (CRA), instituída pela Lei nº 12.651, de 25 
de maio de 2012.
§ 1º Outras modalidades de pagamento por serviços ambientais poderão ser 
estabelecidas por atos normativos do órgão gestor da PNPSA.
§ 2º As modalidades de pagamento deverão ser previamente pactuadas 
entre pagadores e provedores de serviços ambientais. (Grifos nossos.)
Alternativa C. Sim, conforme o art. 8º, I. 
Art. 8º Podem ser objeto do PFPSA:
I - áreas cobertas com vegetação nativa;
II - áreas sujeitas a restauração ecossistêmica, a recuperação da cobertura 
vegetal nativa ou a plantio agroflorestal;
III - unidades de conservação de proteção integral, reservas extrativistas e 
reservas de desenvolvimento sustentável, nos termos da Lei nº 9.985, de 18 
de julho de 2000;
IV - terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas legitimamente 
ocupadas por populações tradicionais, mediante consulta prévia, nos 
termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
sobre Povos Indígenas e Tribais;
V - paisagens de grande beleza cênica, prioritariamente em áreas especiais 
de interesse turístico;
VI - áreas de exclusão de pesca, assim consideradas aquelas interditadas ou 
de reservas, onde o exercício da atividade pesqueira seja proibido transitória, 
periódica ou permanentemente, por ato do poder público;
VII - áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, assim definidas 
por ato do poder público.
§ 1º (VETADO).
§ 2º Os recursos decorrentes do pagamento por serviços ambientais pela 
conservação de vegetação nativa em terras indígenas serão aplicados em 
conformidade com os planos de gestão territorial e ambiental de terras 
indígenas, ou documentos equivalentes, elaborados pelos povos indígenas 
que vivem em cada terra.
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS15
§ 3º Na contratação de pagamento por serviços ambientais em áreas de 
exclusão de pesca, podem ser recebedores os membros de comunidades 
tradicionais e os pescadores profissionais que, historicamente, desem-
penhavam suas atividades no perímetro protegido e suas adjacências, desde 
que atuem em conjunto com o órgão ambiental competente na fiscalização 
da área. (Grifos nossos.)
Alternativa D. Sim, conforme o art. 2º, II, abrangendo as espécies de serviços de provisão, de 
suporte, de regulação e culturais. 
Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - serviços ecossistêmicos: benefícios relevantes para a sociedade gerados 
pelos ecossistemas, em termos de manutenção, recuperação ou melhoria 
das condições ambientais, nas seguintes modalidades:
a) serviços de provisão: os que fornecem bens ou produtos ambientais 
utilizados pelo ser humano para consumo ou comercialização, tais como 
água, alimentos, madeira, fibras e extratos, entre outros;
b) serviços de suporte: os que mantêm a perenidade da vida na Terra, tais 
como a ciclagem de nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, 
a manutenção ou a renovação da fertilidade do solo, a polinização, a 
dispersão de sementes, o controle de populações depotenciais pragas e de 
vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação solar 
ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético;
c) serviços de regulação: os que concorrem para a manutenção da estabilidade 
dos processos ecossistêmicos, tais como o sequestro de carbono, a purificação 
do ar, a moderação de eventos climáticos extremos, a manutenção do equilíbrio 
do ciclo hidrológico, a minimização de enchentes e secas e o controle dos 
processos críticos de erosão e de deslizamento de encostas;
d) serviços culturais: os que constituem benefícios não materiais providos 
pelos ecossistemas, por meio da recreação, do turismo, da identidade 
cultural, de experiências espirituais e estéticas e do desenvolvimento 
intelectual, entre outros;
Alternativa E. Exatamente, nos termos do art. 3º, V.
Art. 3º São modalidades de pagamento por serviços ambientais, entre 
outras:
V - comodato; (...). (Grifos nossos.)
DIREITO AMBIENTAL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS16
1. Lei nº 14.118/2021 - Programa Casa Verde e Amarela
1.1. Ficha normativa
LEI Nº 14.118/2021
Ementa: Institui o Programa Casa Verde e Amarela; altera as Leis nºs 8.036, de 11 de maio de 
1990, 8.100, de 5 de dezembro de 1990, 8.677, de 13 de julho de 1993, 11.124, de 16 
de junho de 2005, 11.977, de 7 de julho de 2009, 12.024, de 27 de agosto de 2009, 
13.465, de 11 de julho de 2017, e 6.766, de 19 de dezembro de 1979; e revoga a Lei nº 
13.439, de 27 de abril de 2017.
Data de publicação: 13.01.2021
Início de vigência: 13.01.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14118.htm>
Destaques:
• A lei possui a finalidade de promover o direito à moradia a famílias residentes em áreas 
urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em 
áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais).
• Disciplina o objetivo do programa em ampliar e promover a melhoria do estoque de 
moradias; estimular a modernização do setor da construção e a inovação tecnológica; 
promover o desenvolvimento institucional e a capacitação dos agentes públicos e privados 
responsáveis pela promoção do programa; estimular a inserção de microempresas, de 
pequenas empresas e de microempreendedores individuais do setor da construção civil e 
de entidades privadas sem fins lucrativos.
• Disponibiliza as unidades habitacionais aos beneficiários sob a forma de cessão, doação, 
locação, comodato, arrendamento ou venda, mediante financiamento ou não, em contrato 
subsidiado ou não, total ou parcialmente.
• Determina que o contrato e o registro do imóvel serão feitos, preferencialmente, em 
nome da mulher. Se for chefe de família não necessitará da concordância do marido. Na 
dissolução de união estável, separação ou divórcio, o título de propriedade do imóvel será 
registrado em nome da mulher ou a ela transferido, independentemente do regime de 
bens aplicável, excetuadas as operações firmadas com recursos do FGTS, e na hipótese da 
guarda dos filhos exclusiva do homem. Eventuais prejuízos sofridos decorrentes da regra 
serão solucionados em demandas indenizatórias.
• Estabelece no prazo máximo de cinco dias da ciência do ato de turbação ou esbulho 
do empreendimento habitacional, que poderão ser empregados atos de defesa ou de 
desforço diretos, inclusive por meio do auxílio de força policial.
• Considerou amplamente o rol de responsáveis para fins de parcelamento do solo urbano 
e permitiu a prorrogação, por igual período, do prazo de quatro anos para a execução das 
obras necessárias ao loteamento.
DIREITO CIVIL
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14118.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14118.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS17
1.2. Comentário
Em 13.01.2021, em razão da conversão da Medida Provisória nº 996/2020, foi publicada a Lei nº 
14.118, com início imediato de vigência.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “institui o Programa Casa Verde e Amarela; 
altera as Leis nºs 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.100, de 5 de dezembro de 1990, 8.677, de 13 de julho 
de 1993, 11.124, de 16 de junho de 2005, 11.977, de 7 de julho de 2009, 12.024, de 27 de agosto de 
2009, 13.465, de 11 de julho de 2017, e 6.766, de 19 de dezembro de 1979; e revoga a Lei nº 13.439, de 
27 de abril de 2017”.
Em seu art. 1º a lei estabeleceu a sua principal “finalidade de promover o direito à moradia 
a famílias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a 
famílias residentes em áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil 
reais), associado ao desenvolvimento econômico, à geração de trabalho e de renda e à elevação dos 
padrões de habitabilidade e de qualidade de vida da população urbana e rural”.
Ainda, a lei relacionou os objetivos do Programa Casa Verde e Amarela, nos incisos do seu 
art. 3º, in verbis:
Art. 3º São objetivos do Programa Casa Verde e Amarela:
I - ampliar o estoque de moradias para atender às necessidades habita-
cionais, sobretudo da população de baixa renda;
II - promover a melhoria do estoque existente de moradias para reparar as 
inadequações habitacionais, incluídas aquelas de caráter fundiário, edilício, 
de saneamento, de infraestrutura e de equipamentos públicos;
III - estimular a modernização do setor da construção e a inovação tecno-
lógica com vistas à redução dos custos, à sustentabilidade ambiental e à 
melhoria da qualidade da produção habitacional, com a finalidade de ampliar 
o atendimento pelo Programa Casa Verde e Amarela;
IV - promover o desenvolvimento institucional e a capacitação dos agentes 
públicos e privados responsáveis pela promoção do Programa Casa Verde 
e Amarela, com o objetivo de fortalecer a sua ação no cumprimento de suas 
atribuições; e
V - estimular a inserção de microempresas, de pequenas empresas e de 
microempreendedores individuais do setor da construção civil e de entidades 
privadas sem fins lucrativos nas ações do Programa Casa Verde e Amarela.
DIREITO CIVIL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS18
Por sua vez, a lei definiu que “as unidades habitacionais produzidas pelo Programa Casa Verde 
e Amarela poderão ser disponibilizadas aos beneficiários sob a forma de cessão, de doação, de 
locação, de comodato, de arrendamento ou de venda, mediante financiamento ou não, em contrato 
subsidiado ou não, total ou parcialmente, conforme previsto em regulamento”, nos termos do que 
dispõe o art. 8º, § 6º.
Será vedada a concessão de subsídios econômicos para aquisição de unidade habitacional por 
pessoa física, titular de contrato de financiamento obtido com recursos do FGTS ou para pessoa 
que seja proprietária, promitente compradora ou titular de direito de aquisição, de arrendamento, 
de usufruto ou de uso de imóvel residencial, ou ainda que tenha recebido, nos últimos dez anos, 
benefícios similares, dispositivo tratado no art. 12 da lei:
Art. 12. É vedada a concessão de subvenções econômicas com a finalidadede 
aquisição de unidade habitacional por pessoa física que:
I - seja titular de contrato de financiamento obtido com recursos do FGTS 
ou em condições equivalentes às do Sistema Financeiro da Habitação, 
emqualquer parte do País;
II - seja proprietária, promitente compradora ou titular de direito de aqui-
sição, de arrendamento, de usufruto ou de uso de imóvel residencial, regular, 
com padrão mínimo de edificação e de habitabilidade definido pelas regras 
da administração municipal, e dotado de abastecimento de água, de solução 
de esgotamento sanitário e de atendimento regular de energia elétrica, em 
qualquer parte do País; ou
III - tenha recebido, nos últimos 10 (dez) anos, benefícios similares oriundos 
de subvenções econômicas concedidas com o orçamento geral da União e 
com recursos do FAR, do FDS ou de descontos habitacionais concedidos 
com recursos do FGTS,excetuados as subvenções ou os descontos 
destinados à aquisição de material de construção ou o Crédito Instalação, 
disponibilizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
(Incra), na forma prevista em regulamento.
§ 1º O disposto no caput deste artigo, observada a legislação específica 
relativa à fonte de recursos, não se aplica à família que se enquadre em uma 
ou mais das seguintes hipóteses:
I - tenha tido propriedade de imóvel residencial de que se tenha desfeito, 
por força de decisão judicial, há pelo menos 5 (cinco) anos;
DIREITO CIVIL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS19
II - tenha tido propriedade em comum de imóvel residencial, desde que dele 
se tenha desfeito, em favor do coadquirente, há pelo menos 5 (cinco) anos;
III - tenha propriedade de imóvel residencial havida por herança ou doação, 
em condomínio, desde que a fração seja de até 40% (quarenta por cento), 
observada a regulamentação específica da fonte de recurso que tenha 
financiado o imóvel;
IV - tenha propriedade de parte de imóvel residencial, em fração não supe-
rior a 40% (quarenta por cento);
V - tenha tido propriedade anterior, em nome do cônjuge ou do compa-
nheiro do titular da inscrição, de imóvel residencial do qual se tenha desfeito, 
antes da união do casal, por meio de instrumento de alienação devidamente 
registrado no cartório competente; e 
VI - tenha nua propriedade de imóvel residencial gravado com cláusula de 
usufruto vitalício e tenha renunciado a esse usufruto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica às subvenções econômicas 
destinadas a:
I - realização de obras e serviços de melhoria habitacional para assistênciaa 
famílias;
II - atendimento de famílias envolvidas em operações de reassentamento, 
de remanejamento ou de substituição de moradia; e
III - atendimento de famílias desabrigadas que tenham perdido o seu único 
imóvel em razão de situação de emergência ou de estado de calamidade 
pública reconhecidos pela União.
Cabe ressaltar que o art. 13 da lei estabeleceu que “os contratos e os registros efetivados no 
âmbito do Programa Casa Verde e Amarela serão formalizados, preferencialmente, em nome da 
mulher e, na hipótese de esta ser chefe de família, poderão ser firmados independentemente da 
outorga do cônjuge, afastada a aplicação do disposto nos arts. 1.647, 1.648 e 1.649 da Lei nº 10.406, 
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil)”.
No mesmo sentido, estabeleceram os arts. 14 e 15, que seguem:
Art. 14. Nas hipóteses de dissolução de união estável, separação ou divórcio, 
o título de propriedade do imóvel adquirido, construído ou regularizado 
pelo Programa Casa Verde e Amarela na constância do casamento ou 
da união estável será registrado em nome da mulher ou a ela transferido, 
independentemente do regime de bens aplicável, excetuadas as operações 
de financiamento habitacional firmadas com recursos do FGTS.
DIREITO CIVIL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS20
Parágrafo único. Na hipótese de haver filhos do casal e a guarda ser 
atribuída exclusivamente ao homem, o título da propriedade do imóvel 
construído ou adquirido será registrado em seu nome ou a ele transferido, 
revertida a titularidade em favor da mulher caso a guarda dos filhos seja a 
ela posteriormente atribuída.
Art. 15. Os prejuízos sofridos pelo cônjuge ou pelo companheiro em razão 
do disposto nos arts. 13 e 14 desta Lei serão resolvidos em perdas e danos.
A citada preferência já constava da Lei nº 11.977/2009 (posteriormente alterada pela Lei nº 
12.693/2012), mas foi reproduzida com a intenção de promover o bem-estar da família. Insta frisar 
que há quem defenda a inconstitucionalidade do regramento por favorecer a mulher, violando o art. 
5º, inciso I, da Constituição Federal (CF) de 1988.
A lei também destaca que “para garantia da posse legítima dos empreendimentos habitacionais 
adquiridos ou construídos pelo Programa Casa Verde e Amarela ainda não alienados aos beneficiários 
finais que venham a sofrer turbação ou esbulho, poderão ser empregados atos de defesa ou de 
desforço diretos, inclusive por meio do auxílio de força policial”, nos termos do que dispõe seu art. 16, 
bem como disciplinam os §§ 1º e 2º, in verbis:
§ 1º O auxílio de força policial a que se refere o caput deste artigo poderá estar 
previsto no instrumento firmado ou em outro que venha a ser estabelecido 
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 2º Os atos de defesa ou de desforço a que se refere o caput deste artigo 
não poderão ir além do indispensável à manutenção ou à restituição da 
posse e deverão ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) dias, contado da data 
de ciência do ato de turbação ou de esbulho.
Por fim, a nova legislação também trouxe alterações à Lei nº 6.766/1979, passando a considerar 
amplamente o rol de responsáveis para fins de parcelamento do solo urbano, bem como permitiu a 
prorrogação, por igual período, do prazo de quatro anos para a execução das obras necessárias ao 
loteamento, nos termos do que dispõe o seu art. 24.
1.3. Questão inédita comentada
A Lei nº 14.118/2021 instituiu o Programa Casa Verde e Amarela, visando promover o direito 
à moradia a famílias residentes em áreas urbanas e rurais. Quanto à renda das famílias, assinale a 
alternativa correta:
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS21
A) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí- 
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias 
residentes em áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais).
B) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí- 
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 10.000,00 (dez mil reais) e a famílias 
residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
C) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí- 
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 10.000,00 (dez mil reais) e a famílias 
residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 64.000,00 (sessenta e quatro mil reais).
D) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí- 
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e a famílias 
residentes em áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais).
E) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí- 
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias 
residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
 Alternativa correta: letra “A”. Conforme dispõe o art. 1º da Lei nº 14.118/2021, o Programa Casa 
Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia a famílias residentes em 
áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em área 
rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais), associado ao desenvolvimento 
econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a elevação dos padrões de habitabilidade 
e da qualidade de vida da população rural e urbana.
Alternativa B. Está incorreta, tendo em vista o que dispõe o art. 1º da Lei nº 14.118/2021. 
O Programa Casa Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia 
a famílias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) 
e a famílias residentes em área rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil 
reais), associado ao desenvolvimento econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a 
elevação dos padrões de habitabilidade e da qualidade de vida da população rural e urbana.
DIREITO CIVIL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS22
AlternativaC. Está incorreta. Conforme dispõe o art. 1º da Lei nº 14.118/2021. O Programa Casa 
Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia a famílias residentes em 
áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em área 
rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais), associado ao desenvolvimento 
econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a elevação dos padrões de habitabilidade e 
da qualidade de vida da população rural e urbana.
Alternativa D. Está incorreta, pois, segundo o art. 1º da Lei nº 14.118/2021, o Programa Casa Verde 
e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia a famílias residentes em áreas 
urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em área rurais 
com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais), associado ao desenvolvimento 
econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a elevação dos padrões de habitabilidade e 
da qualidade de vida da população rural e urbana.
Alternativa E. Está incorreta, pois está em desacordo com o que dispõe a literalidade do o art. 
1º da Lei nº 14.118/2021. O Programa Casa Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover 
o direito à moradia a famílias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 
(sete mil reais) e a famílias residentes em área rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e 
quatro mil reais), associado ao desenvolvimento econômico, à geração de renda e de trabalho, bem 
como a elevação dos padrões de habitabilidade e da qualidade de vida da população rural e urbana.
DIREITO CIVIL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS23
1. Medida Provisória (MP) nº 1.029, de 10 de fevereiro de 2021 - 
Exercício da profissão de tripulante de aeronave
1.1. Ficha normativa
MP Nº 1.029, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2021
Ementa: Altera a Lei nº 13.475, de 28 de agosto de 2017, que dispõe sobre o exercício da 
profissão de tripulante de aeronave, denominado aeronauta.
Data de publicação: 10.02.2021
Início de vigência: 10.02.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Mpv/mpv1029.htm>
Destaque:
• A Medida Provisória (MP) nº 1.029/2021, acrescentou um parágrafo ao art. 20 da Lei nº 
13.475/17 (Lei do Aeronauta), para admitir a terceirização dos tripulantes a bordo de 
aeronave quando o operador da aeronave for órgão ou entidade da administração pública, 
no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia. 
1.2. Comentário
A Lei nº 13.475/2017 (Lei do Aeronauta) dispõe sobre o exercício das profissões de piloto de 
aeronave, comissário de voo e mecânico de voo, denominados aeronauta.
O art. 20 estabelece que o contrato de trabalho dos tripulantes a bordo deve ser firmado 
diretamente com o operador da aeronave, obrigatoriamente.
No entanto, a MP nº 1.029, de 2021, acrescentou um parágrafo ao art. 20 da Lei do Aeronauta, 
estabelecendo que o disposto acima “não se aplica quando o operador da aeronave for órgão ou 
entidade da administração pública, no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia”. 
Com isso, possibilita a terceirização de tripulantes quando o operador da aeronave for órgão 
ou entidade da administração pública, no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia. 
As alterações promovidas admitem que, nesse caso, o contrato de trabalho seja firmado não com o 
órgão público contratante, chamado na lei de “operador”, mas, sim, diretamente com as empresas 
donas da aeronave.
DIREITO DO TRABALHO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Mpv/mpv1029.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Mpv/mpv1029.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS24
1.3. Questão inédita comentada
Sobre o exercício da profissão de tripulante de aeronave, denominado aeronauta, é 
correto afirmar:
A) A função remunerada dos tripulantes a bordo de aeronave deverá ser sempre formalizada por 
meio de contrato de trabalho firmado diretamente com o operador da aeronave.
B) Nos casos em que o operador da aeronave é órgão ou entidade da administração pública, no 
exercício de missões institucionais, a função remunerada dos tripulantes deve ser formalizada 
por meio de contrato de trabalho firmado diretamente com o operador da aeronave.
C) Nos casos em que o operador da aeronave é órgão ou entidade da administração pública, no 
exercício de poder de polícia, a função remunerada dos tripulantes deve ser formalizada por meio 
de contrato de trabalho firmado diretamente com o operador da aeronave.
D) Nos casos em que o operador da aeronave for órgão ou entidade da administração pública, no 
exercício de missões institucionais ou de poder de polícia, a função remunerada dos tripulantes a 
bordo de aeronave deve ser formalizada por meio de contrato de trabalho firmado diretamente 
com a empresa dona da aeronave.
Alternativa correta: letra D (responde a todas as alternativas). Nos termos do art. 20, § 4º, da 
Lei nº 13.475/2017, nos casos em que o operador da aeronave for órgão ou entidade da administração 
pública, no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia, a função remunerada dos 
tripulantes a bordo de aeronave deverá sempre ser formalizada por meio de contrato de trabalho 
firmado diretamente com a empresa dona da aeronave, e não mais com o órgão público contratante:
Art. 20. A função remunerada dos tripulantes a bordo de aeronave deverá, 
obrigatoriamente, ser formalizada por meio de contrato de trabalho firmado 
diretamente com o operador da aeronave. (...)
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica quando o operador da aeronave 
for órgão ou entidade da administração pública, no exercício de missões 
institucionais ou de poder de polícia. (Incluído pela MP nº 1.029, de 2021.)
DIREITO DO TRABALHO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS25
1. Lei Complementar (LC) nº 178 - Programa de Acompanhamento e 
Transparência Fiscal e Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal
1.1. Ficha normativa
LC Nº 178
Ementa: Estabelece o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal e o Plano de 
Promoção do Equilíbrio Fiscal; altera a LC nº 101, de 4 de maio de 2000, a LC nº 156, 
de 28 de dezembro de 2016, a LC nº 159, de 19 de maio de 2017, a LC nº 173, de 27 
de maio de 2020, a Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, a Lei nº 12.348, de 15 de 
dezembro de 2010, a Lei nº 12.649, de 17 de maio de 2012, e a MP nº 2.185-35, de 24 
de agosto de 2001; e dá outras providências.
Data de publicação: 13.01.2021
Início de vigência: 13.01.2021
Diferenciada:
Art. 51 da LC nº 101/2000 – vigência a partir de 2022
Art. 42 da LC nº 101/2000 – vigência a partir de 2023
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16> 
Destaques:
• Os entes federativos que ultrapassem o teto de limite de gastos com pessoal devem realizar 
a redução em 10% anualmente a partir de 2023 do excesso no dispêndio laboral.
• Com relação ao cálculo com despesa de pessoal a LC nº 178/2021 alterou a Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF) definindo que o cálculo deve ser realizado adotando-se o 
regime de competência independentemente de empenho, e a referida apuração da renda 
bruta total com pessoal não contabiliza dedução ou retenção, salvo o valor que extrapola 
o teto salarial do funcionalismo público. 
• Tratou também das deduções brutas com os pensionistas desde que custo esteja coberto 
pelos recursos pertencentes ao regime próprio de previdência. E em caso de desequilíbrio 
no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) a transferência de aportes atuariais à 
entidade ou fundo são obrigatórios, com posterior e gradativo desconto na forma definida 
pelo Ministério da Previdência.
• Os entes podem alterar a finalidade da operação de crédito sem a necessidade de nova 
verificação pelo Ministério da Economia.
• Realização de consulta públicaprévia para que os entes se manifestem sobre alteração de 
metodologia com relação à classificação da capacidade de pagamento pelos entes. 
• Com relação à fiscalização da gestão fiscal o diploma legal considerou que os controles 
interno e externo fiscalizarão a gestão fiscal considerando a padronização do Conselho 
Nacional de Gestão Fiscal.
DIREITO FINANCEIRO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS26
1.2. Comentário
Em 13.01.2021, a LC nº 178 foi publicada pela Lei nº 14.065, com início imediato de vigência, 
ressalvados os arts. 42 e 51. O art. 42 tem vigência prevista para o ano 2023, enquanto o art. 51 tem 
vigência prevista para o ano de 2022, conforme o disposto no art. 32 da LC nº 178. 
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo autoriza “Estabelece o Programa de 
Acompanhamento e Transparência Fiscal e o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal; altera a Lei 
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a Lei Complementar nº 156, de 28 de dezembro de 
2016, a Lei Complementar nº 159, de 19 de maio de 2017, a Lei Complementar nº 173, de 27 de maio 
de 2020, a Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, a Lei nº 12.348, de 15 de dezembro de 2010, a Lei 
nº 12.649, de 17 de maio de 2012, e a Medida Provisória nº 2.185-35, de 24 de agosto de 2001; e dá 
outras providências”.
Trata-se de lei que objetiva estabelecer o Programa de Ajuste Fiscal e com o agravamento 
das contas públicas causado pelo advento da pandemia da Covid-19, o referido programa visa 
oportunizar o reequilíbrio das contas.
Dentre os pontos transformadores trazidos pelo diploma, neste momento abordaremos as 
inovações que tocam o direito financeiro, de forma especial, as alterações geradas na LRF.
Em relação à despesa pública com pessoal, estabelece alteração nos arts. 18, §§ 2º e 3º; 19, VI, 
c e § 3º; 20, § 7º; e 23, § 3º, III.
Em primeiro momento, o ente federativo que extrapolar o teto de gasto com o regime de 
pessoal deverá realizar a redução em 10% anualmente a partir de 2023 do excesso no dispêndio 
laboral. E as penalidades pelo não ajuste das contas passam a ser aplicados no ano de 2023. Dentre 
as penalidades encontram-se: não recebimento de transferência voluntária; impossibilidade de 
contratar operações de crédito e rejeição do balanço anual. Esta previsão está esculpida no art. 15 
da LC nº 178.
Art. 15. O Poder ou órgão cuja despesa total com pessoal  ao término do 
exercício financeiro da publicação desta Lei Complementar estiver acima 
de seu respectivo limite  estabelecido no  art.  20  da Lei Complementar 
nº 101, de 4 de maio de 2000, deverá eliminar o excesso à razão de, pelo 
menos, 10% (dez por cento) a cada exercício a partir de 2023, por meio da 
adoção, entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23 daquela Lei 
Complementar, de forma a se enquadrar no respectivo limite até o término 
do exercício de 2032.
DIREITO FINANCEIRO
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11247310/artigo-20-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11245982/artigo-22-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11245674/artigo-23-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS27
§ 1º A inobservância do disposto no caput no prazo fixado sujeita o ente às 
restrições previstas no § 3º do art. 23 da Lei Complementar nº 101, de 4 de 
maio de 2000.
§ 2º A comprovação acerca do cumprimento da regra de eliminação do 
excesso de despesas com pessoal prevista no caput deverá ser feita no último 
quadrimestre de cada exercício, observado o art. 18 da Lei Complementar 
nº 101, de 4 de maio de 2000.
§ 3º Ficam suspensas as contagens de prazo e as disposições do art. 23 da 
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, no exercício financeiro de 
publicação desta Lei Complementar.
§ 4º Até o encerramento do prazo a que se refere o caput, será considerado 
cumprido o disposto no art. 23 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 
2000, pelo Poder ou órgão referido no art. 20 daquela Lei Complementar 
que atender ao estabelecido neste artigo.(Grifos nossos.)
Por outro lado, a LC nº 178/2021, ainda ao tratar da despesa de pessoal, desconsiderou do 
cálculo da renda bruta dedução ou retenção, ressalvado os valores que ultrapassarem ao teto 
do funcionalismo público previsto no art. 37, XI, da CF/1988. Ademais, o cálculo deve ser realizado 
adotando-se o regime de competência independentemente de empenho. Por fim, com relação 
às deduções de renda bruta referentes aos pensionistas, há previsão da cobertura dos recursos 
pertencentes ao regime próprio de previdência e aportes em caso de desequilíbrio no RPPS. 
Os Poderes possuem o dever de apurar a aplicação dos limites de gastos independentemente de 
o custeio estar a cargo de outro Poder ou órgão. Então, sobre a despesa com pessoal, as alterações 
encontram-se nos dispositivos da LC nº 101/2000:
Art. 18.  Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como 
despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação 
com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, 
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com 
quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, 
fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de 
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas 
pelo ente às entidades de previdência.
(...)
DIREITO FINANCEIRO
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11245551/par%C3%A1grafo-3-artigo-23-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11245674/artigo-23-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11248133/artigo-18-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11245674/artigo-23-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11245674/artigo-23-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11247310/artigo-20-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS28
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada 
no mês em referência com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores, 
adotando-se o regime de competência, independentemente de empenho.
(Redação dada pela LC nº 178, de 2021.)
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a 
remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, 
ressalvada a redução para atendimento ao disposto no art. 37, inciso XI, da 
Constituição Federal. (Incluído pela LC nº 178, de 2021.)
Art. 19.  Para os fins do disposto no  caput  do art. 169 da Constituição, a 
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da 
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, 
a seguir discriminados:
(...)
VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de unidade 
gestora única ou fundo previsto no art. 249 da Constituição Federal, quanto 
à parcela custeada por recursos provenientes:  (Redação dada pela LC nº 
178, de 2021.)
(...)
c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regime 
de previdência, na forma definida pelo órgão do Poder Executivo federal 
responsável pela orientação, pela supervisão e pelo acompanhamento dos 
regimes próprios de previdência social dosservidores públicos.  (Redação 
dada pela LC nº 178, de 2021.)
(...)
§ 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, é 
vedada a dedução da parcela custeada com recursos aportados para a 
cobertura do déficit financeiro dos regimes de previdência.(Incluído pela 
LC nº 178, de 2021.)
Art. 20.  A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os 
seguintes percentuais: 
(...)
§ 7º Os Poderes e órgãos referidos neste artigo deverão apurar, de forma 
segregada para aplicação dos limites de que trata este artigo, a integralidade 
das despesas com pessoal dos respectivos servidores inativos e pensionistas, 
mesmo que o custeio dessas despesas esteja a cargo de outro Poder ou 
órgão. (Incluído pela LC nº 178, de 2021.) (Grifos nossos.)
DIREITO FINANCEIRO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS29
Por sua vez, os entes podem alterar a finalidade da operação de crédito dos estados, Distrito 
Federal e municípios, sem que para tanto haja nova verificação pelo Ministério da Economia se houver 
autorização prévia na lei orçamentária ou lei específica. Neste caso, será necessário demonstrar o 
interesse econômico e social da alteração. É o previsto no novo parágrafo do art. 32 da LRF:
§ 7º Poderá haver alteração da finalidade de operação de crédito de Estados, 
do Distrito Federal e de Municípios sem a necessidade de nova verificação 
pelo Ministério da Economia, desde que haja prévia e expressa autorização 
para tanto, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou em 
lei específica, que se demonstre a relação custo-benefício e o interesse 
econômico e social da operação e que não configure infração a dispositivo 
desta Lei Complementar. (Incluído pela LC nº 178, de 2021.)
Ademais, a nova lei exige a realização de consulta pública prévia para alteração de metodologia 
com relação à classificação da capacidade de pagamento pelos entes. Veja!
Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito 
internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as normas do art. 
32 e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo 
Senado Federal e as normas emitidas pelo Ministério da Economia acerca 
da classificação de capacidade de pagamento dos mutuários. (Redação 
dada pela LC nº 178, de 2021.)
(...)
§ 11 A alteração da metodologia utilizada para fins de classificação da 
capacidade de pagamento de Estados e Municípios deverá ser precedida 
de consulta pública, assegurada a manifestação dos entes. (Incluído pela 
LC nº 178, de 2021.)
Por fim, no exercício da fiscalização da gestão fiscal o controle interno e externo precisa 
considerar a padronização do Conselho Nacional de Gestão Fiscal.
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais 
de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério 
Público fiscalizarão o cumprimento desta Lei Complementar, consideradas 
as normas de padronização metodológica editadas pelo conselho de que 
trata o art. 67, com ênfase no que se refere a: (Redação dada pela LC nº 178, 
de 2021.)
DIREITO FINANCEIRO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS30
1.3. Questão inédita comentada
Conforme estabelece a LRF sobre a despesa de pessoal é correto afirmar:
A) A apuração da despesa total de pessoal depende de empenho.
B) Na apuração da despesa total de pessoal são observadas as reduções decorrentes do excedente 
do teto remuneratório do funcionalismo público.
C) Na apuração do limite com despesa de pessoal são computadas as despesas com inativos e 
pensionistas ainda que pago por unidade gestora. 
D) O Ministério Público não pode de forma segregada do Poder Judiciário apurar o limite de gastos 
com pessoal.
E) A parcela custeada com recursos aportados para a cobertura do déficit financeiro dos regimes de 
previdência não entra no cálculo da verificação do limite das despesas com pessoal. 
Alternativa correta: letra B. Nos termos da nova redação do § 3º, art. 18, incluído pela LC nº 
178/2021, no qual, para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a remuneração 
bruta do servidor sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução para atendimento ao 
disposto no art. 37, inciso XI, da CF/1988.
Alternativa A. A LRF prevê independe de empenho a apuração de despesa total com pessoal 
(art. 18, § 2º, com redação dada pela LC nº 178/2021).
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como 
despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação 
com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, 
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com 
quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, 
fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de 
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas 
pelo ente às entidades de previdência.
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada 
no mês em referência com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores, 
adotando-se o regime de competência, independentemente de empenho. 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021.)
DIREITO FINANCEIRO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS31
Alternativa C. Quanto à apuração do limite de despesa de pessoal, não serão computadas as 
despesas com os inativos e pensionistas, ainda que o pagamento seja realizado por unidade gestora 
única ou fundo (art. 19, § 1º, VI, da LRF, com redação dada pela LC nº 178/2021). 
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a 
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da 
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, 
a seguir discriminados: 
§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não 
serão computadas as despesas: 
VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de unidade 
gestora única ou fundo previsto no art. 249 da Constituição Federal, quanto 
à parcela custeada por recursos provenientes: (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 178, de 2021.)
Alternativa D. O Ministério Público deve realizar a fiscalização da gestão fiscal e tem 
independência para tanto (art. 59 da LRF, com redação dada pela LC nº 178/2021). 
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais 
de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério 
Público fiscalizarão o cumprimento desta Lei Complementar, consideradas 
as normas de padronização metodológica editadas pelo conselho de 
que trata o art. 67, com ênfase no que se refere a: (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 178, de 2021.)
Alternativa E. Fica vedada a dedução dos recursos aportados para a cobertura do déficit 
financeiro dos regimes de previdência na verificação do atendimento do limite com despesa de 
pessoal (art. 19, § 3º, da LRF, com redação dada pela LC nº 178/2021).
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a 
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da 
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, 
a seguir discriminados:
§ 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, é 
vedada a dedução da parcela custeada com recursos aportados para a 
cobertura do déficit financeiro dos regimes de previdência. (Incluído pela 
Lei Complementar nº178, de 2021.)
DIREITO FINANCEIRO
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS32
1. Decreto Legislativo CN nº 01/2021 - Convenção Interamericana 
contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas 
de Intolerância
1.1. Ficha normativa
DECRETO LEGISLATIVO CN Nº 01/2021
Ementa: Aprova o texto da Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação 
Racial e Formas Correlatas de Intolerância, adotada na Guatemala, por ocasião da 
43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, 
em 5 de junho de 2013.
Data de publicação: 19.02.2021
Início de vigência: 19.02.2021
Link do texto normativo: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-legislativo-30 
4416057>
Destaques:
• A Convenção foi aprovada na forma do § 3º do art. 5º da Constituição Federal (CF/1988), e 
terá status de emenda constitucional.
• O texto segue para ratificação pelo presidente da República nos termos do art. 84, IV, da 
CF/1988, passando a ter força cogente no plano interno a partir daqui. 
• Ao lado das Convenções de Nova York sobre Pessoas com Deficiência e do Tratado de 
Marraqueche sobre inclusão de pessoas com deficiência visual, será o terceiro tratado de 
direitos humanos aprovado na forma qualificada do § 3º do art. 5º da CF/1988: aprovação 
por 3/5 em cada uma das Casas do Congresso Nacional, em dois turnos. 
1.2. Comentário
Em 19.02.2021 foi promulgado pelo Congresso Nacional o Decreto Legislativo nº 01, de 2021. 
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “aprova o texto da Convenção 
Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, 
adotada na Guatemala, por ocasião da 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização 
dos Estados Americanos, em 5 de junho de 2013”.
Trata-se de mais um importante passo do Estado brasileiro no combate ao racismo, crimina-
lizado no plano interno por meio da Lei nº 7.716/1989, a partir de mandamento de criminalização 
presente na própria CF/1988, art. 5º, XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”; além de representar, o combate ao 
racismo, um princípio da República Federativa do Brasil em suas relações internacionais, nos termos 
do inciso VIII do art. 4º. 
DIREITO INTERNACIONAL
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-legislativo-304416057
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-legislativo-304416057
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS33
O Brasil já é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas 
de Discriminação Racial, no âmbito da Organização das Nações Unidas, internalizada por meio 
do Decreto nº 65.810/1969, ostentando status supralegal, nos termos do Recurso Extraordinário 
nº 466.343, por ser tratado de direitos humanos não internalizado nos termos do art. 5º, § 3º, da 
CF/1988, assim como o Pacto de São José da Costa Rica. 
A Convenção ora aprovada pelo Poder Legislativo faz parte do Sistema Regional Interame-
ricano, ao passo que a Convenção aprovada anteriormente faz parte do Sistema Global ou Onusiano. 
Desse modo, a proteção de direitos humanos, em específico quanto às questões raciais, ganha mais 
um reforço expresso, somando-se de forma salutar a todo o arcabouço normativo já existente. 
A Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de 
Intolerância é importantíssimo instrumento para a proteção dos direitos humanos e está a um passo 
de ser incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro. O decreto legislativo em comento corporifica 
a aprovação pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 49, I, da CF/1988, faltando agora a 
ratificação pelo presidente da República e, em consequência, a publicação do decreto presidencial, 
quando será considerada internalizada ao direito brasileiro.
Em relação à mencionada Convenção, dois pontos merecem maior atenção: a forma de sua 
aprovação e seu conceito de discriminação racial.
Quanto à forma de aprovação, ela se deu como previsto no art. 5º, § 3º, da CF/1988, cujo teor é 
o seguinte:
Art. 5º (...)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais.
O conceito de discriminação racial da Convenção Interamericana é bastante largo, envolvendo 
quaisquer áreas da vida pública ou privada, a exemplo da orientação sexual, em que pese o enfoque 
principal diga respeito a raça, cor, ascendência ou origem nacional ou étnica, conforme deixa entrever 
a parte final do artigo 1.1.
Artigo 1. Para os efeitos desta Convenção: 1. Discriminação racial é 
qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, em qualquer área 
da vida pública ou privada, cujo propósito ou efeito seja anular ou restringir 
o reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um 
ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais consagrados nos 
instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados Partes.
DIREITO INTERNACIONAL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS34
A discriminação racial pode basear-se em raça, cor, ascendência ou origem 
nacional ou étnica. (Grifos nossos.)
1.3. Questão inédita comentada
Em 19.02.2021, o Congresso Nacional, por meio do Decreto nº 01/2021, aprovou o texto 
da Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de 
Intolerância, adotada na Guatemala, por ocasião da 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da 
Organização dos Estados Americanos, em 5 de junho de 2013, nos termos do § 3º do art. 5º da CF/1988. 
Assim, podemos afirmar com correção que:
A) O texto aprovado considera-se automaticamente promulgado no âmbito interno.
B) Por se tratar de Convenção sobre Direitos Humanos, ostentará status supralegal, conforme 
decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no RE nº 466.344.
C) Já produz efeitos para o Brasil em âmbito internacional.
D) Passa a substituir a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de 
Discriminação Racial, promulgada pelo Decreto Presidencial nº 65.810/1969, vez que trata do 
mesmo tema, sendo posterior.
E) Não poderá sofrer controle de convencionalidade em âmbito interno, ainda que devidamente 
internalizado. 
Alternativa correta: letra C. Nos termos do art. 49, I, da CF/1988, uma vez aprovadas pelo 
Congresso Nacional, as Convenções que acarretem encargos ao Brasil passam a ostentar validade 
no âmbito internacional, produzindo efeitos para o Brasil em relação aos compromissos assumidos.
Alternativa A. Para que seja promulgado, ostentando cogência no plano interno, necessita de um 
decreto presidencial, na forma do art. 84, IV, CF/1988, vez que o Brasil adota a Teoria Dualista Moderada. 
Alternativa B. O STF entendeu no recurso extraordinário referido pelo status supralegal da 
Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), vez que não 
aprovado na forma do § 3º do art. 5º da CF/1988, mas por tratar de direitos humanos. 
Alternativa D. Não substitui, mas se soma a ela na proteção aos direitos humanos, porquanto 
coexistentes os sistemas de proteção global e regionais de direitos humanos. 
Alternativa E. Não somente poderá, como deverá servir de parâmetro para as normas internas 
em controle de convencionalidade.
DIREITO INTERNACIONAL
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS35
1. Medida Provisória (MP) nº 1.023 - Benefício de prestação continuada
1.1. Ficha normativa
MP Nº 1.023
Ementa: Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para dispor sobre o benefício de 
prestação continuada.
Data de publicação: 31.12.2020
Início de vigência: 01.01.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/
Mpv/mpv1023.htm>
Destaque:
• A medida provisória trata do requisito da renda familiar para fins de obtençãodo benefício 
do amparo assistencial. 
1.2. Comentário
Em 31.12.2020, a MP nº 1.023/2020 foi publicada, com início de vigência em 01.01.2021.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 
1993, para dispor sobre o benefício de prestação continuada”.
Trata-se de mais uma inovação legal promovida na Lei da Assistência Social (LOAS). O benefício 
de prestação continuada é devido às pessoas portadoras de deficiência e ao idoso que comprovem 
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. No ano de 
2020 o critério objetivo de renda mensal per capita mensal da família para fins do benefício foi alvo 
de muitas mudanças. 
Em relação à renda per capita mensal familiar para fins de obtenção do benefício, atualmente 
a referida MP, estabelece no art. 20, § 3º, I, da LOAS, que:
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja:
I - inferior a um quarto do salário mínimo;
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Mpv/mpv1023.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Mpv/mpv1023.htm
VADE MECUM COMENTADO DE NOVIDADES LEGISLATIVAS36
De modo sistemático, observe a evolução legislativa sobre o critério objetivo da renda per capita:
Redação 
original da Lei nº 
8.742/1993
Art. 20, § 3º
Renda mensal 
per capita inferior 
a 1/4 do salário 
mínimo
Redação dada 
pela Lei nº 
13.981/2020
Art. 20, § 3º
Renda mensal 
per capita inferior 
a 1/2 do salário 
mínimo
Redação dada 
pela Lei nº 
13.982/2020
Art. 20, § 3º, I
Renda mensal 
per capita igual 
ou inferior a 1/4 
do salário mínimo 
até 31.12.2020
Redação dada 
pela MP nº 
1.023/2020
Art. 20, § 3º, I
Renda mensal 
per capita 
inferior a 1/4 do 
salário mínimo 
Portanto, guarde a tratativa legal do critério objetivo de renda per capita familiar para fins da 
concessão do benefício assistencial levando em consideração que estamos diante de uma MP que 
pode ser ou não convertida em lei.
1.3. Questão inédita comentada
O benefício de prestação continuada que garante um salário mínimo mensal à pessoa porta-
dora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e 
nem de tê-la provida por sua família, exigindo-se, a comprovação de renda per capita familiar:
A) 1/6 do valor do salário mínimo;
B) igual a 1/4 do salário mínimo;
C) inferior a 1/4 do salário mínimo;
D) igual a 1/4 do salário mínimo;
E) inferior a 1/3 do salário mínimo.
Alternativa correta: letra C (responde a todas as alternativas). Nos termos da atual redação 
do art. 20, § 3º, I, da Lei nº 8.742/1993, o valor da renda per capita familiar deve ser inferior a 1/4 do 
salário mínimo. 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Caderno de novidades legislativas
SUMÁRIO
Março
2021
Caderno de novidades legislativas38
1. Lei nº 14.124/2021 – Medidas excepcionais destinadas à vacinação 
contra Covid-19
1.1. Ficha normativa
LEI Nº 14.124/2021
Ementa: Dispõe sobre as medidas excepcionais relativas à aquisição de vacinas e de insumos 
e à contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia da informação e 
comunicação, de comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados 
à vacinação contra a Covid-19, e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da 
Vacinação contra a Covid-19.
Data de publicação: 10.03.2021
Início de vigência: 10.03.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14124.htm>
Destaques:
• A lei autoriza dispensa de licitação para que a Administração Pública direta e indireta 
celebre contratos de aquisição de vacinas e insumos para vacinação contra a Covid-19, 
mesmo que antes do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou 
autorização temporária de uso emergencial.
• Autoriza dispensa de licitação para que a Administração Pública direta e indireta celebre 
contratos de bens e serviços necessários para implementação da vacinação contra a 
Covid-19.
• Autoriza compra, distribuição e aplicação de vacinas contra a Covid-19 por estados, 
Distrito Federal e municípios, caso a União tenha atuação intempestiva.
• Autoriza, de forma excepcional e temporária, a importação e distribuição de vacinas, 
medicamentos e outros insumos para combate à Covid-19 sem registro na Anvisa, desde 
que haja aprovação ou registro por outras autoridades sanitárias, entre outros requisitos.
1.2. Comentário
No dia 10.03.2021 foi publicada e entrou em vigor a Lei nº 14.124/2021, com o objetivo de auxiliar 
o enfrentamento à pandemia. 
Conforme ementa da lei, o novel texto legislativo trata “sobre as medidas excepcionais relativas 
à aquisição de vacinas e de insumos e à contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14124.htm
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da informação e comunicação, de comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados à 
vacinação contra a Covid-19 e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a 
Covid-19”.
Tendo em vista a Covid-19 como medida excepcional, a lei autoriza a dispensa de licitação para 
aquisição de vacinas, insumos para vacinação e para contratação de bens e serviços necessários 
para implementação da vacinação. 
Art. 2º Fica a administração pública direta e indireta autorizada a celebrar 
contratos ou outros instrumentos congêneres, com dispensa de licitação, 
para:
I ‒ ‒ a aquisição de vacinas e de insumos destinados à vacinação contra a 
Covid-19, inclusive antes do registro sanitário ou da autorização temporária 
de uso emergencial; e
II ‒ ‒ a contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia da informação 
e comunicação, de comunicação social e publicitária, de treinamentos e de 
outros bens e serviços necessários à implementação da vacinação contra a 
Covid-19.
Em relação à formalização da contratação direta, o art. 2º, § 1º, da lei dispõe que a dispensa de 
licitação “não afasta a necessidade de processo administrativo que contenha os elementos técnicos 
referentes à escolha da opção de contratação e à justificativa do preço ajustado” (grifos nossos).
Todas as aquisições ou contratações feitas com base na nova lei deverão ser publicizadas, no 
prazo máximo de 5 dias úteis, “contado da data da realização do ato em sítio oficial da internet” (art. 
2º, § 2º), devendo haver a divulgação de todas as informações elencadas nesse dispositivo:
Art. 2º (...)
I ‒ o nome do contratado e o número de sua inscrição na Secretaria Especial 
da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia ou identificador 
congênere no caso de empresa estrangeira que não funcione no País;
II ‒ o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de aquisição ou de 
contratação;
III ‒ o ato que autoriza a contratação direta ou o extrato decorrente do 
contrato;
IV ‒ a discriminação do bem adquirido ou do serviço contratado e o local de 
entrega ou de prestação do serviço;
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V ‒ o valor global do contrato, as parcelas do objeto, os montantes pagos e 
o saldo disponível ou bloqueado, caso exista;
VI ‒ as informações sobre eventuais aditivos contratuais;
VII ‒ a quantidade entregue ou prestada em cada ente federativo durante a 
execução do contrato, nas contratações de bens e serviços; e
VIII ‒ as atas de registros de preços das quais a contratação se origine, se 
houver.
A fim de justificar a situação de dispensa, o legislador presumiu, no art. 3º, a presunção da 
comprovação da “ocorrência de situação de emergência em saúde pública de importância nacional 
decorrente do coronavírus responsável pela Covid-19 (SARS-CoV-2)”; “necessidade de pronto 
atendimento à situação de emergência em saúde pública de importância

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