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1 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Estruturas Especiais do Tegumento de Animais Centro Universitário São Francisco de Barreiras Curso de Medicina Veterinária – 3º semestre COMPONENTE: HISTOLOGIA ANIMAL AVANÇADA/ 2022.1 DOCENTE: SILVANA SANTOS MARTINS LOPES DISCENTES: Gabriella Spinola Alcântara, Gabriela Ramos da Silva Elesbão, Laura Cardoso Souto Tomazini 2 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Ouvido Externo A audição é um dos sentidos de grande importância para os seres vivos, inclusive para os animais, já que lhes permite maiores chances de sobrevivência na natureza ou também em ambientes modificados pelo homem. Ela é importante para detectar perigos, entre eles os predadores e os veículos motorizados, para responder também às verbalizações de seus semelhantes em comportamentos de acasalamento, além de outras variedades e necessidades da vida (Strain e Myers, 2006). O Ouvido e Via Auditiva é composto por três regiões dentre elas: ouvido externo (recebe ondas sonoras), ouvido médio (ondas transformadas em vibrações mecânicas) e ouvido interno (vibrações mecânicas ➔ receptores auditivos ➔ impulsos elétricos ➔ chegam ao SNC via nervo auditivo) + estruturas vestibulares – Vestíbulo (equilíbrio). Ouvido Externo: Composto por pavilhão da orelha, meato acústico, membrana do tímpano. A captação do som é feita com a ajuda do pavilhão auricular, em que tem uma forma irregular, constituído por uma placa de cartilagem elástica coberta por uma fina camada de pele, repleta de glândulas sebáceas e sudoríparas. - Pavilhão Auricular (aurícula, pina): Prega de pele fina típica Cartilagem elástica Músculo estriado esquelético (localização direcional) - Meato Acústico Externo: Penetra no osso temporal Pele fina: Glândulas sudoríparas apócrinas modificadas (ceruminosas) Folículos pilosos Glândulas sebáceas Cortes Histológicos da Região Auditiva. Fonte : Histologia Veterinária Especial,2021. 3 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB A cartilagem do pavilhão auditivo se continua com a cartilagem que vai revestir a porção cartilaginosa do meato auditivo externo. O meato auditivo externo é revestido por pele delgada contendo folículos pilosos, glândulas cebáceas e glândulas ceruminosas, essas que vão produzir a cera de ouvido. Os pelos e a cera, caracterizados por uma consistência pegajosa, ajudam a impedir a penetração profunda de objetos no meato. A membrana timpânica cobre a extremidade mais profunda do meato auditivo externo, local onde as ondas sonoras são convertidas em energia mecânica, transmitida para os ossículos do ouvido médio (RODRIGUES, 2014,p.1). Anatomia do ouvido Canino. Fonte: Fossum, 2015. É importante notar que a porção externa do ouvido possui uma macrobiota residente que é composta por cocos e bastonetes Gram-positivos, e leveduras da espécie Malassezia pachydermatis (M.pachydermatis) (OLIVEIRA, 2006). A pele do canal vertical e horizontal tem folículos pilosos e glândulas sebáceas, responsáveis pela formação de cerúmen (HEINE, 2004; SCHERER et al., 2014). 4 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB ---- Membrana Tímpânica É localizada no fundo do meato (oval) Possui 3 camadas: Externa: Faz contato com o meato, revestida pela pele do meato acústico (T.E.E.P), epitélio estratificado pavimentoso Porção medial: Centro de fibras de colágeno, fibroblastos (dupla camada) Interna: Faz contato com o ouvido médio, epitélio cúbico simples Função: Transmitir as ondas sonoras para os ossículos do ouvido Histologia do ouvido. Fonte: Passei Direto. Umas das infecções ligadas ao canal auditivo é a otite externa, em que é uma efecção do epitélio do condudo auditivo, podendo também acometer o pavilhão auricular. 5 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Pálpebras As pálpebras são dobras finas de pele e músculo que vão revestir e proteger os olhos de partículas invasoras, ao se fecharem arrastam resíduos para fora dos olhos e ao se abrirem vão ajudar a umidificar a superfície ocular com as lágrimas. A pálpebra é considerada uma estrutura importante para a proteção do globo ocular. Esquema de um olho animal com foco nas pálpebras. Fonte: Slatter, D. Fundamentos de oftalmologia Veterinária, 5 ed. 2013. 6 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Umas das principais funções das pálpebras são: Proteção: É responsável pela proteção contra agressões externas, corpos estranhos Filme lacrimal: Produção de mucina e lipídios O ato de piscar promove assim: Distribuição do filme lacrimal: nutrição Drenagem do filme lacrimal: remoção de “produtos tóxicos” Remoção física de debris da superfície ocular Além disso, a pálpebra superior é composta por cílios, porém em cães e gatos essa característica é um pouco diferente, já que a pálpebra inferior é desprovida de cílios e cercada por pelos. A terceira pálpebra possui anatomicamente bem em seu interior uma cartilagem em forma de T que vai auxiliar em sua movimentação sobre a superfície ocular. Existe uma glândula chamada glândula nictitante localizada bem abaixo da cartilagem, que vai ser responsável pela produção de 60% da fração aquosa do filme lacrimal. Todo o revestimento da cartilagem é feito por uma conjuntiva, com folículos linfoides na superfície bulbar (proteção imunológica ocular). Logo na margem da terceira pálpebra é geralmente pigmentada, exceto em alguns animais. A pigmentação é considerada normal e não pode ser confundida com conjuntivite. Ao everter a terceira pálpebra pode-se observar a superfície da conjuntiva com um tecido contendo pequenos grânulos, que podem ser denominado de tecido linfoide. Existe também uma região globosa que é a glândula nictitante. Fonte: Vet Profissional 7 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB J Seio Infraorbital Os seios cutâneos são bolsas originadas na pele e existem 4 tipos que são o seio infraorbital, seio inguinal, seio paranal e seio interdigital. Fonte: Vet Profissional Essa região possui glândulas e essas glândulas do seio infraorbital estão localizadas em um seio cutâneo rostral ao olho da face dos ovinos, servindo de marcadores territoriais, sendo maiores em carneiros. A parede do seio contém glândulas serosas e sebáceas. 8 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Focinho O sistema respiratório é capaz de desenvolver várias funções dentro do organismo animal. A mais importante delas está relacionada às trocas gasosas em que são realizadas a oxigenação sanguínea e a liberação de gás carbónico, nos alvéolos pulmonares. A troca gasosa é chamada de hematose e, para que ocorra, é necessária aaproximação do ar inalado com o sangue na barreira alvéolo-capilar. Outras funções do sistema respiratório são representadas pela manutenção do equilíbrio ácido-base, pela atuação como um dos reservatórios sanguíneos do organismo, por filtrar e provavelmente destruir êmbolos sanguíneos, metabolizar substâncias como a serotonina, prostaglandina, corticosteróides e leucotrienos, além de ativar outras substâncias como a angiotensina. Atua, ainda, como um dos órgãos importantes para as funções de termorregulação dos animais e na fonação. O sistema respiratório constitui-se, anatomicamente, de narinas, coanas, seios paranasais, laringe, traquéia, brônquios principais, brônquios segmentares, bronquíolos, alvéolos. As vias de condução do ar para as unidades fisiológicas de trocas gasosas são chamadas de vias aéreas. As vias aéreas são divididas arbitrariamente na altura da borda caudal da cartilagem cricóidea em vias aéreas anteriores e posteriores. O ar inalado entra pelas duas narinas, é aquecido e umidificado nas coanas e nos seios paranasais, vai à laringe, daí à traquéia. Essas estruturas se situam fora do tórax. A porção final da traquéia, já no tórax, divide-se em dois brônquios principais que dão origem aos brônquios lobares ou principais que, por sua vez, originam várias gerações de brônquios segmentares. Esses brônquios, próximos ao hilo pulmonar, são chamados de grandes brônquios, pois são visíveis em qualquer corte transversal do pulmão possuem cartilagem espessa em suas paredes. 9 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB VIAS DO TRATO RESPIRATÓRIO 1. Porção condutora: a. Cavidades nasais (fossa nasal); Região vestibular Região respiratória Região olfatória b. Seios paranasais ; c. Nasofaringe d. Laringe e. Traquéia f. Brônquios e bronquíolos. ( Aquece, umidifica e purifica o ar) – plexo venoso/sinusoides cavernosos. Seguido dos Brônquios primários (extrapulmonares) ; Brônquios secundários (intrapulmonares); Brônquios terciários (intrapulmonares); Bronquíolos; Bronquíolos terminais. 2. Transição: bronquíolos respiratórios, conduzem o ar e trocam gases 3. Porção respiratória: bronquíolos, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. ( Troca gasosa entre ar e sangue). Fonte: Medicina Veterinária - Unimonte. Por Thainá Ramos Cavidade Anasal Funções: Filtra, modifica a temperatura e umidifica o ar inspirado, percepção de odores. • Células de defesa. • Vasos sanguíneos (seios venosos). • Células de defesa. • Vasos sanguíneos (seios venosos). Porções: 1. Vestíbulo: porção anterior (mais externa) e mais dilatada. Formada por prega mucocutânea. (Primeira barreira de purificação). Apoia-se em placas ósseas ou de cartilagem hialina. • Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. • Lâmina própria de tecido conjuntivo denso. • Pelos (folículos pilosos) e glândulas mucosas (sebáceas) e a pigmentação. - Área respiratória: (umidificação das cavidades nasais). Mais extensa. 10 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Cavidade Anasal Funções: Filtra, modifica a temperatura e umidifica o ar inspirado, percepção de odores. • Células de defesa. • Vasos sanguíneos (seios venosos). • Células de defesa. • Vasos sanguíneos (seios venosos). Porções: 1. Vestíbulo: porção anterior (mais externa) e mais dilatada. Formada por prega mucocutânea. (Primeira barreira de purificação). Apoia-se em placas ósseas ou de cartilagem hialina. • Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. • Lâmina própria de tecido conjuntivo denso. • Pelos (folículos pilosos) e glândulas mucosas (sebáceas) e a pigmentação. 2. Área respiratória: (umidificação das cavidades nasais). Mais extensa. • Epitélio pseudoestratificado prismático ciliado com células caliciformes. • Lâmina basal. • Lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rica em glândulas seromucosas. • Células de defesa. • Vasos sanguíneos (seios venosos) Fonte: Fotografias e Legendas: Fabiana Morgado Garzoni Aluna 3º. Semestre Medicina Uni-FACEF. . 3. Área olfatória: Sensibilidade olfativa. Reveste conchas nasais e órgão vômeronasal. A área olfatória possui diversas células; dentre elas estão as células de sustentação, basais, olfatórias. Por fim, contem cílios olfatório, lâmina propia e quimiorreceptores. 11 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB 4. Epitélio respiratório: Aquecimento do ar. • Célula prismática ciliada (mais abundante) com muitas mitocôndrias embaixo dos corpúsculos basais. • Células basais indiferenciadas • Célula granular. • Célula neuroendócrina (integração das secreções serosa e mucosa) • Célula caliciforme (secretora de muco). • Células em escova. Área olfatória. Fonte: GARTNER, Leslie P. Tratado de Histologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 12 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Sacos Anais Os sacos anais, erroneamente chamados de glândulas anais, possuem um odor característico em função de reconhecimento social entre os cães, e as desordens que os afetam são enquadradas entre saculites, impactações, abscessos e neoplasias (JUNIOR, 2005). Essas condições permitem um fácil diagnóstico apenas por meio do exame clínico do animal, observando as alterações presentes nos sacos anais. Caso não seja obtido êxito no tratamento conservativo, pode ser realizado um procedimento cirúrgico para a excisão do saco anal, havendo duas técnicas citadas na literatura. O método aberto expõe o lúmen do saco anal, e no método fechado o lúmen não é exteriorizado para sua dissecção (ARONSON, 2007). No pós-operatório uma das complicações é a incontinência fecal, porém o quadro pode ser restabelecido e suas funções fisiológicas normalizadas com uma conduta pós operatória imediata correta (ARONSON, 2007). Os sacos anais são especificamente seios perianais, formados por pares de invaginações na zona interna cutânea entre os músculos interno e externo do esfíncter anal (MACPHAIL, 2008). A saculite anal é incomum em gatos, pois a espécie raramente apresenta incontinência do saco anal, resultando na frequente liberação da secreção produzida neste órgão. Ao contrário dos felinos, a saculite anal é comum na espécie canina (HEDLUND, 2008). Fonte: Maricy alexandrino- Medicina Veterinária 1- Glândula saco anal normal 2- Saco anal rompido 13 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Fonte: Tatiana M. Souza Rafael A. Fighera Glaucia D. Kommers Claudio S.L. Barro As doenças que acometem o saco anal do cão carecem de pesquisas para elucidar sua etiologia, embora o atendimento clínico para problemas associados a essas estruturas seja amplo e rotineiro. A causa exata da doença do saco anal é desconhecida, embora vários fatores predisponentes tenham sido relatados, como tamanho do animal, obesidade, doença inflamatória da pele, doença intestinal, dieta, inatividade e etnia. O tratamento clínico às vezes é ineficaz, sendo necessária intervenção cirúrgica em alguns casos. 14 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB c Glândulas Circum Anais Os tumores circum-anais são frequentes em cães, sendo a terceira neoplasia cutânea mais comum da espécie. Os adenomas de glândulas circum-anais possuem um bom prognóstico com a remoção cirúrgica associada à orquiectomia nos machos. Já os adenocarcinomas circum-anais apresentam alta taxa de recidiva, e os adenocarcinomas apócrinos de saco anal demonstram prognóstico de reservado a ruim, são altamente invasivos e metastáticos. Ainda não existe uma terapia de escolha para esses tumores, assim como, paraos adenocarcinomas circum-anais, principalmente os metastáticos. Fonte: Slide Player, Sistema Tegumentar. 15 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Glândula Supra Caudal As glândulas especiais da pele têm relações anatômicas com outras estruturas e não estão associadas aos pelos. As glândulas supra caudais dos cães e gatos estão localizadas na porção dorsal da cauda (BANKS, 1991), tal região é rica em glândulas sebáceas e apócrinas onde tem a função de produzir secreções utilizadas para marcar território. As glândulas da cauda do gato se estendem ao longo de todo o comprimento do dorso da cauda e é denominada de órgão supra-caudal ou órgão dorsal da cauda. Quando esta glândula produz secreção em excesso, ocorre o acúmulo da mesma, levando à oleosidade excessiva. Essa dermatopatia é denominada hiperplasia do órgão supra caudal, por esse motivo, a maior parte dos autores considera essa glândula, como sebácea. A alteração é classificada como sendo um defeito da ceratinização (SCOTT et al; 1996), que são anormalidades congênitas ou adquiridas no processo de formação da epiderme, como resultado ocorre à descamação excessiva da pele ou produção de seborréia podendo formar um engurduramento da região (MESSINGER, 2002). Podem ocorrer foliculite bacteriana secundária, comedões, furunculose localizada e prurido (NORSWORTHY, 2004). Fonte: Dicas Peludas – Cauda de Garanhão. 16 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB + Glândula Supra Caudal Os cães possuem uma glândula que apresenta-se como uma região oval, ligeiramente intumescida de pele, composta por folículos pilosos isolados (WILLEMSE, 1998). No cão, a glândula da cauda é uma glândula hepatóide (Scott et al. 2001). Os epiteliomas de glândulas hepatoides são neoplasias de baixo grau de malignidade e acometem, com maior frequência, machos inteiros, acima de sete anos de idade. Através do exame de citologia e histopatologia pode-se concluir o diagnóstico deste tipo de neoplasia. Para o tratamento, preconiza-se a retirada do tumor, acompanhada de orquiectomia. O prognóstico dessa neoplasia em cães é favorável, pois aproximadamente 95% dessas neoplasias regridem após a castração dos machos (MEDLEAU; HNILICA, 2003). Fonte: Espaçoderma - Dermatologia Veterinária. As glândulas prepuciais do garanhão são glândulas sebáceas ativas que elaboram o sebo. As glândulas odoríferas ou glândulas dos cornos dos caprinos são glândulas sebáceas modificadas associadas aos pelos localizados no lado caudomedial da base do corno. Os seus produtos de secreção, que incluem o ácido capróico, são os responsáveis pelo odor típico dos bodes. Fonte: Departamento de Zootecnia – ppt carrear ESCREVER AQUI FONTE: TIMES NEW ROMAM 12 17 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Órgãos Digitais e Chifes O órgão digital consiste em epiderme queratinizada, derme subjacente e uma hipoderme de espessura variável. Queratina dura ou córnea forma a parte queratinizada dos cascos de cavalos, ruminantes e porcos, e nas garras de carnívoros. Na porção mais interna está localizado o tecido conjuntivo denso, onde contém vasos sanguíneos e nervo, chamado de cório (derme). A hipoderme está ausente em algumas regiões do dedo (muralha do casco – apresenta as bordas denominadas coronário e basal, sola - é a maior parte da superfície plantar do casco, garra), mas na região que faz contato com o solo, ela fica modificada para formar o coxim digital (EURELL e FRAPPIER, 2012), que ocupa o espaço entre os ossos e os tendões do pé e a superfície do casco em contato com o solo. Este tecido conjuntivo fibroelástico, localizado profundamente à derme, absorve os choques de forma eficiente. Os ossos e seus ligamentos e os tendões associados, formam a estrutura de sustentação do dedo (BANKS,1992). 18 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Órgãos Digitais e Chifres Os chifres consistem em uma epiderme queratinizada dura, uma derme e uma hipoderme. São constituídos de um cone de células queratinizadas e fibras, que crescem a partir da epiderme. As fibras crescem a partir das papilas dérmicas, cujas células produzem uma espécie de cimento que une as fibras, mantendo-as juntas. Uma camada delgada mais externa de queratina mole, a epiquera, forma a raiz do chifre e é semelhante à epiderme do períoplo. A epiquera descama em forma de escamas queratinizadas, de maneira parecida com o que ocorre com a camada externa do casco. A derme é papilada e, juntamente à hipoderme delgada, preenche o espaço entre a epiderme e o periósteo do osso (EURELL e FRAPPIER, 2012). o Nos ruminantes, os chifres são revestimentos dos processos cornuais do osso frontal do crânio. o Em búfalos, cabras e outros ruminantes são encontrados chifres ocos, que são extensões do osso frontal do crânio, coberta por uma camada córnea. o Nos cervídeos, não tem estímulo da pele, cresce a partir do osso frontal. o As galhadas são estruturas ósseas sem qualquer cobertura epidérmica, apenas nos jovens é revestido com pele, o que confere textura aveludada. Fonte: apoiogenética.com 19 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Casco de Ruminantes e Suínos Os cascos dessas espécies é classificado como Artilodatilo, possui dois dedos. Esses dedos sustentam o peso em cada pé. É formado por: parede, sola e bulbos bem desenvolvidos. Desta forma, a parede é mais curvada para formar uma margem dorsal (que se assemelha a garra); o bulbo (coxim) é grande e recobre toda a parte caudal do casco com a função de amortizar os impactos, quando pressionado durante a distribuição do peso, expande-se axial e abaxialmente, transferindo as forças para a parede do casco; a sola entre o bulbo e a parede é pequena e as lamelas que se interdigitam são menos desenvolvidas. O Casco é a porção queratinizada da epiderme que recobre a extremidade distal do dedo, fazendo com que essas estruturas se interdigitem. Os riscos paralelos em sentido longitudinais no casco, são as queratinas tubulares produzidas pela coroa, são lâminas bem desenvolvidas, que vão fazer a adesão dessas estruturas. Observa-se que a organização na sola do casco é diferente, composta pela queratina intertubular. Ela é uma queratina mais macia, porque não é produzida, nem organizada em forma de tubos paralelos. Formada por tubos espalhados conferindo menos resistência a sola do casco. Fonte: wordpress.com 20 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Casco de Ruminantes e Suínos Epiderme Estrato córneo (avascular): o Estrato Externo - queratina tubular. o Estrato Médio – queratina tubular e intertubular (principal estrutura de sustentação). o Estrato Interno ou laminar – lâminas primárias e secundárias de queratina. Lâminas epidérmicas primárias e secundárias: o Trata-se de cerca de 600 lâminas primárias queratinizadas que se estendem do sulco. coronário para o interior a partir do estrato médio, com o qual tem continuidade. o 100 a 200 lâminas epidérmicas secundárias – repousam no tecido conjuntivo da lâmina dérmica secundária e também se fixa na lamina epidérmica primária queratinizada. Corte longitudinal de casco de feto ovino. A epiderme coronária ( C ), a lâminar ( L ), e a sola ( S ) estão indicadas. 4X. Fonte: Banks, 1992,p.416 Lâminas de casco de feto bovino. Apenas as lâminas primárias estão presentes.40X. Fonte: Banks, 1992,p.416 21 Histologia Animal Avançada Medicina Veterinária - UNIFASB Referências BANKS, William J. Histologia Veterinária Aplicada. 2ª edição. 1992,p.416 CURTI, Filipe; SAMPAIO, Gabriela Rodrigues; COSSI, Lucas Bahdour; BARROS, Rodrigo; FARIA, Luis Guilherme de. Considerações clínicas e cirúrgicas das principais afecções dos sacos anais de cães: Revisão de literatura. V&Z em Minas. Abril, 2012. ELIS, Danny. Histologia Veterinária Especial. Compilado de resumos e slides de aulas. 2021, p.197. EURELL, J.A.; FRAPPIER, B.L. Histologia veterinária de Dellman , 6 ed, Barueri, SP: Manole , 2012, p 356. FOSSUM, T.W. Cirurgia de Pequenos Animais. Tradução da 4ª edição, Rio de Janeiro. Elsevier Editora LTDA, 2015, p. 338-346. GARTNER, Leslie P. Tratado de Histologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. GONÇALVES, Roberto Calderon. Semiologia do Sistema Respiratório. Roca; 4ª edição, 2020. HEINE, P. A. Anatomy of the ear. The veterinary clinics small animal practice, v. 34, p.739-395, 2004. LIMA, A.A.; MORAES, I. A. A audição dos animais. Webvideoquest de Fisiologia Veterinária. 2017. MESSINGER, L. Distúrbios Caninos de Ceratinização, In: RHODES, K.H., Dermatologia de Pequenos Animais – Consulta em 5 Minutos, 1 ed., Rio de Janeiro: Revinter, 2002, 702p. 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