Velocidade de hemossedimentação / velocidade de sedimentação das hemácias - VSH VHS

Prévia do material em texto

VHS 
Velocidade de hemossedimentação 
 
VHS → Velocidade de hemossedimentação 
VSH → Velocidade de sedimentação das hemácias
 
Princípio: Consiste em medir a velocidade 
de separação entre os glóbulos vermelhos e o 
plasma. 
- O exame consiste na medida da altura da 
camada de hemácias de uma amostra de 
sangue venoso antigocoagulado (EDTA) que 
se sedimenta em um tubo de vidro graduado 
em um determinado período de tempo. 
 
Mecanismo: Os glóbulos vermelhos 
possuem a propriedade de se agregarem 
formando pilhas quando deixados em 
repouso. Portanto, o VSH varia diretamente 
com a velocidade de formação desses 
agregados e indiretamente com a 
viscosidade do plasma. 
 
A sedimentação eritrocitária depende da 
agregação das hemácias e da formação 
de rouleaux. 
Quando as hemácias se agregam ao longo de 
um mesmo eixo, formando o rouleaux, o peso 
da partícula aumenta em relação à sua 
superfície, aumentando sua densidade e 
promovendo uma sedimentação mais 
rápida. 
A formação de rouleaux é limitada pela 
carga negativa das hemácias que tendem a 
se repelir. 
 
Ocorre por neutralização das cargas 
eletronegativas da membrana eritrocitária 
por cargas eletropositivas dos coloides 
plasmáticos com consequente formação de 
agregados globulares eritróides (rouleaux) 
que vão se depositando no fundo do tubo. 
 
Numerosas macromoléculas plasmáticas, 
dentre elas várias proteínas, são carregadas 
positivamente e, assim, são capazes de 
neutralizar a carga da superfície 
eritrocitária, levando à maior agregação das 
hemácias e à consequente formação de 
rouleaux. 
Quanto maior e mais assimétrica for a 
macromolécula, maior o seu poder de 
promover agregação eritrocitária. Assim, 
dentre as proteínas plasmáticas, o 
fibrinogênio produz o maior efeito 
agregante, seguido das globulinas e da 
albumina. 
 
Hemácias macrocíticas apresentam uma 
diminuição da relação superfície/volume da 
hemácia, o que reduz sua carga elétrica em 
relação à sua massa, facilitando a agregação. 
 
Desta forma, macrócitos sedimentam-se 
mais rapidamente (maior VSH) e micrócitos 
sedimentam mais lentamente (menor VSH). 
Hemácias com formas irregulares 
(poiquilocitos) impedem a formação 
adequada de rouleaux, diminuindo a VHS. 
 
 
 
 
 
FATORES QUE INTERFEREM NA VSH 
 
FATORES PLASMATICOS: 
- Fibrinogênio, globulinas, colesterol e 
íons H. 
 
1. Fibrinogênio → ocorre neutralização 
das cargas. 
Alta [ ] : acelera a VSH 
Baixa [ ] ou ausente: retarda o VSH 
 
2. Globulinas → aceleram a VSH 
 *Albumina → retarda o VSH pois 
apresenta carga negativa. 
 
3. Colesterol → acelera a VSH 
 
4. Íons hidrogênio → retarda a VSH. Pois 
na acidose, a carga elétrica dos 
eritrócitos é modificada. 
 
FATORES ERITROCITÁRIOS: 
- Quantidade, tamanho e forma dos 
eritrócitos. 
 
1. Anemia: acelera a VSH. 
Exceto na anemia falciforme → 
drepanócitos neutralizados não formam 
agregados e não sedimentam. 
 
2. Poliglobulias: retarda a VSH. 
 
OUTROS: 
- Sangue mal homogeneizado 
- Inclinação do tubo 
- Tempo de leitura 
- Temperatura (22-27ºC) 
- Anticoagulantes (EDTA e citrato) 
 
INDICAÇÕES 
 
- É útil para detecção e monitoramento de 
processos inflamatórios agudos, crônicos ou 
neoplásicos, auxiliando também no 
diagnostico diferencial de algumas 
patologias. 
 
- Ainda hoje, a VHS vem sendo utilizada com 
frequência na prática clínica como marcador 
inespecífico de doenças. 
 
- Atualmente, mesmo com a disponibilidade 
de exames complementares mais 
sofisticados, o VSH continua sendo 
solicitado com muita frequência pelos 
reumatologistas, que utilizam no 
diagnostico e no acompanhamento clinico de 
doenças como artrite reumatoide, lúpus 
eritematoso sistêmico e a doença reumática. 
 
- O VSH também tem utilidade para outros 
especialistas, incluindo cardiologistas, 
hematologistas, infectologistas e clínicos, 
além daqueles profissionais que estejam 
atuando em localidades com recursos 
laboratoriais mais precários. 
 
- É um teste inespecífico na documentação 
de processo inflamatório, infeccioso ou 
neoplásico, servido também para inferência 
de sua intensidade e, considerando 
limitações, da resposta à terapia. 
 
 
 
 
TÉCNICAS 
-Para medirmos o VSH podemos utilizar: 
- Tubo de Wintrobe 
- Pipeta Westergen 
- Automação (tubos à vácuo) 
 
MÉTODO DE WINTROBE 
- Realizar a punção utilizando EDTA como 
anticoagulante, homogeneizar. 
- Aspirar parte do sangue com seringa 
munida do agulhão. (cerca de 1mL) 
- Colocar o agulhão no fundo de um tubo de 
Wintrobe e enchê-lo com o sangue até a 
marca 0 ou 10 da escala. (lentamente para 
não formar bolhas, ir depositando o sangue 
e levantando o agulhão). 
- Após enchimento do tubo, coloca-lo em 
estante apropriada, no qual o mesmo ficará 
rigorosamente em posição vertical. 
- Marcar 60 minutos 
- Realizar a leitura correspondente ao 
volume plasmático até o encontro deste com 
a massa eritrocitária. (volume plasmático) 
- Expressar o resultado em mm. Unidade 
utilizada neste método. 
VALORES DE REFÊNCIA – MÉTODO 
DE WINTROBE 
Crianças 0 – 13 mm 
Mulheres 0 – 19 mm 
Homens 0 – 15mm 
 
INTERPRETAÇÕES 
 
- Condições em que o VSH encontra-se 
aumentado: 
1. Gravidez e menstruação 
2. Infecções em geral, hemorragias, 
traumatismos, anemias (exceto a 
falciforme), leucemias, colagenoses, 
quimioterapia, radioterapia. 
 
- Condições em que o VSH encontra-se 
diminuído: 
 
1. Fibrinogeniopenia e poliglobulias. 
 
➔ IMPORTANTE: a VSH é útil para 
monitorar a resposta terapêutica de 
doenças em que ocorre produção de 
proteínas de fase aguda como: 
fibrinogênio, PCR, ferretina, hepcitina e 
globulinas. 
 
MÉTODO DE WESTERGREN 
- Neste método, 1,6mL de uma mistura de 
sangue venoso + 0,4mL de citrato de sódio a 
3,8% são colocados em um tubo transparente 
com diâmetro interno de 2,5mm e graduado 
em mm. 
- A marca zero da graduação fica na 
extremidade superior, exatamente a 200mm 
da ponta da pipeta. A técnica exige que o 
tubo com a amostra de sangue seja mantido 
exatamente na vertical e permaneça de 
repouso pelo menos durante uma hora. 
- A leitura é dada pela altura da coluna de 
plasma, no limite de separação com as 
hemácias sedimentadas. O resultado, 
expresso em mm por hora (mm/h), mede a 
VHS. 
- Dentre as falhas técnicas que podem 
aumentar o VSH, citam-se a demora (+ de 
1h) entre a coleta da amostra e a realização 
do exame. Além disso, uma posição não 
vertical no tubo de teste. A quantidade e o 
tipo de anticoagulante usado também podem 
influenciar no resultado do exame.