Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 1/26 SEMIÓTICA SEMIÓTICA E PERCEPÇÃO VISUALE PERCEPÇÃO VISUAL Me. Luís Gustavo Luz IN IC IAR 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 2/26 introdução Introdução A semiótica serve de guia para a compreensão do design, uma área que possui seu próprio corpo de conhecimento. Então, para poder aplicar a semiótica ao estudo do design é importante que se conheça ambas as disciplinas. A primeira, uma ciência que pretende esclarecer a semiose; a segunda, uma área projetual que também produz conhecimento e que tem se estruturado como disciplina há pouco menos de um século. Começaremos discorrendo sobre a epistemologia e os métodos que são utilizados pelo design, com o �m de esclarecer como essa área do conhecimento atua, em seguida, apresentaremos algumas formas que foram encontradas para a compreensão dos objetos a partir do design, �nalizando com aproximações entre a semiótica e essas tentativas. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 3/26 O design, como qualquer outra disciplina, funda-se em seus métodos e em sua epistemologia. Métodos são caminhos rigorosos para chegar aos objetivos propostos e epistemologia diz respeito aos meios de tal disciplina para a obtenção do conhecimento. Bases Epistemológicas Design é um campo autônomo ou um território interdisciplinar? Bem, é um pouco dos dois. Design, ao longo de seu desenvolvimento adquiriu meios próprios de produzir conhecimentos e desenvolveu métodos particulares para tratar de seus objetos, ainda que precise do suporte de outras disciplinas, o que torna sua atividade interdisciplinar. Assim, o design também se fundamenta na sua relação com outras disciplinas. Com as artes , compartilha a exploração das possibilidades estéticas e semióticas, sobretudo, em linguagem visual. Devido a vagas e sempre imprecisas delimitações do conceito de arte, é difícil estabelecer limites claros entre esses campos de conhecimento. Epistemologia e MétodosEpistemologia e Métodos do Designdo Design 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 4/26 Áreas tecnológicas também dão suporte aos conhecimentos empregados na atividade projetual do designer. Enquanto o design de produto é suportado por informações advindas das engenharias , o design grá�co e de interação costumam atuar em conjunto com as tecnologias da informação . Ciências que falam sobre o ser humano a partir das mais variadas perspectivas também contribuem para que o designer compreenda melhor seu objeto e para que possa explorar as possibilidades oriundas das descobertas nessas áreas. Semiótica, psicologia, sociologia, biologia, neurociência, ergonomia, marketing, comunicação , dentre outras, contribuem para complementar a visão do design a partir de suas perspectivas. Para tratar da relação dos designers de produto com pro�ssionais de outras áreas, Bernhard E. Bürdek (2006) parte da distinção entre especialista (expert) e conhecedor, na qual o primeiro é o pro�ssional que conhece em profundidade algo e o segundo é aquele com conhecimento su�ciente para resolver problemas concretos. Na prática do design, esta diferença tem um signi�cado importante. Assim, o designer como "Expert" é o responsável pelos aspectos con�gurativos e comunicativos dos produtos, e no que se atém as questões da ergonomia, da produção, do cálculo ou semelhantes ele atua como "Conhecedor", já que para isto existem inúmeros outros especialistas. (BÜRDEK, 2006, p. 277) No design grá�co, as questões que o designer atua como conhecedor são relacionadas à programação web, à geometria, à psicologia da percepção, às artes visuais etc. Dessa forma, o designer acaba por ser um pro�ssional com uma visão generalista do processo produtivo e especializada no que concerne à busca de soluções de comunicação visual. Metodologia 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 5/26 Métodos em design, bem como nas engenharias e em outras áreas que concentrem-se em atividades projetuais, diferem-se dos métodos nas ciências empíricas (sem entrar no mérito do que é ou não é ciência). Nessas ciências, se um experimento for replicado em condições ideais, a qualquer tempo, em qualquer parte do mundo, espera-se que os mesmos resultados sejam obtidos. A não obtenção de resultados iguais é indício de que há algum tipo de problema no experimento realizado ou na hipótese que lhe deu origem. Já nas áreas tecnológicas, há inúmeras respostas para o mesmo problema. Não há uma resposta correta, mas muitas que são adequadas e outras tantas que são inadequadas. Por extensão, é certo dizer que não há um só método para o design, já que problemas de design distintos requerem caminhos distintos. Isso não quer dizer, contudo, que o processo dispense o rigor metodológico, igualando-se à prática do senso comum. Design é uma disciplina que possui corpo de conhecimento próprio e métodos que orientam sua atividade. O design trabalha com técnicas de variação, que fornecem panoramas diversos sobre os problemas abordados, permitindo que soluções sejam criadas e reconhecidas como tal. Figura 3.1 - Caminhos Fonte: James Wheeler / Pexels. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 6/26 praticar Vamos Praticar O design estruturou-se como disciplina no século XX, portanto, trata-se de um campo teórico relativamente novo, de modo que diversas questões sobre o fazer do designer ainda estão em aberto. Sobre a epistemologia do design, avalie as asserções abaixo e a relação entre elas. I. No design não há uma resposta correta para cada problema. Portanto, II. Não é possível elaborar metodologias para o design. Assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II estão corretas e a II decorre da I. b) As asserções I e II estão corretas, mas a II não decorre da I. c) Apenas a asserção I está correta. d) Apenas a asserção II está correta. e) Ambas asserções são incorretas. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 7/26 A classi�cação que se segue baseia-se em um modelo estruturalista, proposto por Jan Mukařovský e, posteriormente, rearranjadas por Jochen Gros. Nela, as funções dos produtos são divididas em prática, estética e simbólica. Na prática, essas funções se encontram, em certo grau, presentes em todos os produtos, o que varia é que em alguns casos há a predominância de uma ou outra função. Função Prática Funções práticas são as funções relacionadas aos “aspectos �siológicos do uso” (LÖBACH, 2001, p. 58). É uma função ligada à prática, ao desempenho do produto naquilo que ele se propõe a fazer por de�nição. Um relógio serve para ver as horas, logo, sua função prática é toda aquela que se relaciona com exibir as horas. Função Estética Fundamentos do Design:Fundamentos do Design: as Funções dos Produtosas Funções dos Produtos 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 8/26 No grego (GOBRY, 2007), aísthesis (αἴσθησις) tem dois sentidos, um se refere à faculdade de sentir ou sensibilidade e o outro ao ato de sentir ou à sensação. “Além disso, contém não somente o que chamamos de sensação (conhecimento sensorial de uma qualidade), mas também o que chamamos de percepção (conhecimento sensorial de um objeto” (GOBRY, 2007, p.14). Atualmente, há pelo menos três de�nições de estética. Em uma delas, estética é a ciência que estuda o belo, tanto na natureza quanto nas obras realizadas pelo homem; em outra, estética é a ciência que estuda a obra de arte e o fazer artístico. A última se aproxima do sentido grego, pois trata daquilo que percebemos com os sentidos. A função estética dos produtos de design “é um aspecto psicológico da percepção sensorial durante o seu uso” (LÖBACH, 2001, p. 60). Assim, podemos compreendê-la no sentido mais amplo, uma vez que não é apenas o belo que está em jogo, tampouco o estudo das artes, mas o efeito que o objeto de design produz nos sentidos. Função Simbólica Função simbólica é aquela que é “determinada por todos os aspectos espirituais, psíquicos e sociais de uso” (LÖBACH, 2001, p. 64). Trata-se de uma função que está ligada a associações com experiências vividas que provenham da experiência com o produto. Quando um determinado grupo de pessoas que possui um status social bem de�nido prefere e utiliza exclusivamente um tipo de produto industrial, pode-se dizer que esse produto passa a representar o status do usuário. Isso acontece, por exemplo, com talheres de prata, cristais da Boêmia, gravatas de seda e certas marcas de carro (LÖBACH, 2001, p.66). 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 9/26 Figura 3.2: automóvel de luxo Fonte: Maria Geller / Pexels. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 10/26 ti reflita Re�ita O designer Victor Papanek e o �lósofo Wolfgang Fritz Haug �zeram algumas críticas ao design. Há pro�ssões que são mais perniciosas dos que as dos designers. Mas são poucas. Em verdade só uma é mais questionável, a do publicitário. Quem consegue fazer alguém adquirir um objeto supér�uo com dinheiro não disponível, somente para se impor ao outro, tem a fórmula mais perniciosa de se ganhar o pão de cada dia" (PAPANEK apud BÜRDEK, 2006, p. 275). "No mundo capitalista o design tem uma função que pode ser igualada à da Cruz Vermelha nos tempos de guerra. Ele cuida de algumas poucas nunca as piores - feridas que o capitalismo ocasiona. Ele cuida das feridas visíveis e prolonga assim, no momento em que as deixa mais bonitas e melhora, a moral do capitalismo, como a Cruz Vermelha, a da guerra" (HAUG apud BÜRDEK, 2006, p. 276). Há caminhos para o design que se esquivam das críticas apontadas por Haug e Papanek? Quer dizer, há um papel relevante para a produção de design em nossa sociedade, que não se resuma ao estímulo à ansiedade de consumo? Fonte: Bürdek (2006). 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 11/26 praticar Vamos Praticar O veículo de Helena não era confortável, tampouco era bonito, gastava muito combustível e custava, muitas vezes, o preço de um bom carro. Contudo, era um exemplar raro que poucos colecionadores poderiam ter. Na descrição do produto apresentado, percebe-se a prevalência de qual das funções estudadas? Assinale a alternativa correta: a) Função simbólica. b) Função prática. c) Função estética. d) Não há prevalência de nenhuma função. e) Nenhuma função é atendida pelo produto descrito. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 12/26 O pesquisador em ciência cognitivas e professor Donald Arthur Norman propõe a classi�cação de três níveis de design, o visceral, o comportamental e o re�exivo, que se referem à maneira com a qual o usuário se relaciona com os produtos. Nível Visceral O nível visceral é o que possui maior contato com a história evolutiva da espécie humana. Diz respeito às nossas características adaptativas e como elas nos �zeram sentir o que sentimos, da maneira que sentimos. Diz respeito às emoções irre�etidas, àquilo que antecede qualquer racionalização. De�ne, à primeira vista, o que é atraente ou repulsivo, o que é acolhedor ou assustador. Pode ser compreendido como a programação natural do ser humano para reagir da maneira que reage diante do que lhe é apresentado. Fundamentos do Design: oFundamentos do Design: o Design EmocionalDesign Emocional 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 13/26 Figura 3.3 - O nível visceral remete-se às sensações básicas. Fonte: Ana Bregantin / Pexels. Quando achamos alguma coisa "bonitinha", este julgamento vem diretamente do nível visceral. No mundo do design, "bonitinho" é de maneira geral reprovado, denunciado como banal, trivial, ou carente de profundidade e substância mas esse é o nível re�exivo do designer falando (claramente tentando superar uma atração visceral imediata). Como designers querem que seus colegas os reconheçam como sendo imaginativos, criativos e profundos, fazer alguma coisa "bonitinha", "engraçadinha" ou "divertida" não é bem aceito. Mas existe um lugar em nossas vidas para essas coisas, ainda que sejam simples. Você pode encontrar design visceral na propaganda, no artesanato popular e em produtos para crianças. Desse modo, brinquedos de criança, roupas e mobília costumam re�etir princípios viscerais: cores primárias, alegres, altamente saturadas. Isso é obra de arte? Não, mas é prazeroso (NORMAN, 2008, p. 88-89). O nível visceral é, portanto, carente de so�sticação. Associa-se ao gosto infantil, justamente porque este ainda não foi “contaminado” pela cultura. Nível Comportamental 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 14/26 O nível comportamental se refere aos objetos que funcionam bem, que se comportam da maneira esperada (ou surpreendem as expectativas), sendo úteis para a execução de sua tarefa. Nesse sentido, esse nível se assemelha à função prática. Alguns itens muito bem concebidos em termos de design erram o alvo quando se trata de cumprir seu propósito, portanto, merecem fracassar. Se um descascador de batatas não consegue descascar batatas, ou se um relógio não marca o tempo com precisão, nada mais importa. Desse modo, o primeiríssimo teste comportamental pelo qual um produto deve passar é satisfazer necessidades (NORMAN, 2008, p. 92). No design grá�co, o nível comportamental pode estar associado à usabilidade de uma interface, à compreensão das informações contidas em um cartaz ou em uma sinalização. Nível Re�exivo O nível re�exivo também se aproxima da função simbólica, tratando-se da crescente complexidade que a noção de gosto adquire quando sai de um nível visceral para se relacionar com elementos da cultura. Assim, algo que antes era interpretado apenas como feio passa a ser uma bela representação do feio; sabores doces dão lugar às nuances do agridoce; o inusitado deixa de ser estranho e passa a parecer atraente e desa�ador. A atratividade é um fenômeno de nível visceral - a resposta está inteiramente no aspecto super�cial de um objeto. A beleza vem do nível re�exivo. A beleza examina por baixo da superfície. A beleza vem da re�exão consciente e da experiência. Ela é in�uenciada pelo conhecimento, pelo aprendizado e pela cultura. Objetos que não são atraentes na superfície podem dar prazer. Música dissonante, por exemplo, pode ser bonita. Arte feia pode ser bonita (NORMAN, 2008, p. 111). 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 15/26 Aqui, também não há fronteiras bem delimitadas entre os três níveis. Dada a complexidade das situações cotidianas, há casos em que os níveis irão coexistir. praticar Vamos Praticar O cientista cognitivo Donald Norman propôsque se examinasse o design a partir das emoções que ele provoca nas pessoas. A partir dessa noção, de�niu os níveis comportamental, visceral e re�exivo. Sobre os três níveis de design, assinale (V) para as a�rmações verdadeiras e (F) para as falsas. I. ( ) A relação do sujeito com a cultura nada tem a ver com o nível re�exivo, pois a re�exão requer a autonomia do sujeito em relação ao grupo. II. ( ) No nível comportamental, leva-se em conta o fato do produto desempenhar ou não sua função adequadamente. III. ( ) O nível visceral está intimamente ligado à história evolutiva do homem e à maneira como nossos comportamentos se adaptaram ao longo do tempo. IV. ( ) No nível re�exivo, a relação com a cultura e as vivências do sujeito modi�cam seu comportamento, fazendo com que ele adquira gostos mais complexos. a) V, V, V, V. b) V, V, F, V. c) V, V, F, F. d) F, F, V, V. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 16/26 e) F, V, V, V. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 17/26 As possibilidades de aplicação dos conceitos estudados pela semiótica ao design são vastas. Três deles, em particular, alinham-se às tentativas de sistematizar a análise de produtos a partir do estruturalismo e do design centrado no usuário. Os Três Pontos de Vista Semióticos. A análise semiótica para compreensão do que os objetos de design comunicam pode adotar uma estrutura semelhante às três funções do produto e dos três níveis de design, na perspectiva centrada no usuário. O ponto de vista qualitativo-icônico trata da observação à primeira vista das qualidades do objeto de design, de suas texturas, dos materiais que o constituem, das suas cores, das suas formas e de seus traços etc. “Essas qualidades visíveis [...] também sugerem qualidades abstratas, tais como leveza, so�sticação, fragilidade, pureza, severidade, elegância, delicadeza, força, monotonia etc.” (SANTAELLA, 2007, p. 70). Semiótica Aplicada aoSemiótica Aplicada ao DesignDesign 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 18/26 O ponto de vista singular-indicativo trata da existência material do produto, como um objeto único. “As qualidades de que esse existente se compor- cores, forma, tamanho, matéria passam a ser vistas em função da sua manipulação e uso” (SANTAELLA, 2007, p. 70). Já o ponto de vista convencional-simbólico analisa o objeto de design a partir de sua categoria de produto, levando em conta os aspectos simbólicos e culturais, de maneira análoga à de�nição de design re�exivo. Tradução Intersemiótica: do Conceito para a Imagem A tradução intersemiótica é a transposição de conteúdo de um meio para o outro, como de um livro para um �lme, respeitando as características peculiares a cada suporte. Um procedimento para essa tradução é a roteirização a partir da interpretação semiótica do sentido da obra original, de modo que ela possa ser transcrita para o novo meio, respeitando suas principais características. É claro que, como em toda tradução, algo se perde. Contudo, também há ganhos que devem ser considerados. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 19/26 A elaboração de uma imagem a partir de um conceito segue um caminho semelhante. Basta que esse conceito seja analisado a partir das ferramentas que a teoria semiótica oferece, para, então, remontá-lo como imagem. Criação a Partir de Referências Os conhecimentos em semiótica podem ajudar o estudante na formação de seu repertório visual. É comum que, para se manter atualizado, o designer faça pesquisas em páginas de portfólios digitais ou busque inspiração em trabalhos premiados ou em destaque. O risco de se fazer isso é o de assimilar o trabalho de terceiros sem ter consciência de que se está fazendo uma cópia. A compreensão dos signos que constituem um material permite que o designer possa fazer uso de referências sem deixar-se contaminar pelo que não importa. O uso da linguagem especializada da semiótica permite que os conceitos contidos nas referências sejam resgatados com originalidade. Derrick de Kerckhove chama o design de “pele da cultura” (1997, p. 212), uma vez que pelos traços do design presentes no cotidiano, conseguimos reconhecer os períodos e as mudanças culturais. Para o designer, estar imerso em signos que correspondem a essas transformações culturais é necessário para que seu trabalho possa ser identi�cado dentro desse Figura 3.4 - Edição de vídeo Fonte: Alex Fu / Pexels. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 20/26 movimento de constante mudança. A troca com os demais designers é essencial para manter essa linguagem sempre renovada e a análise semiótica de signos referentes a esses momentos facilitam a atualização da linguagem visual. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 21/26 saiba mais Saiba mais Existem inúmeras plataformas on-line nas quais os artistas grá�cos podem disponibilizar os seus portfólios. É provável que você já conheça o Behance, uma plataforma da Adobe, aberta à visitação, que armazena uma quantidade imensa de excelentes portfólios. Visitar portfólios de plataformas como essa e exercitar o exame crítico dos trabalhos, além da análise semiótica, é útil para que o designer comece a pensar a sua linguagem, a partir daquilo que é comum aos demais. A comunicação é sempre para o outro, portanto, devemos estar sempre atentos ao interpretante, isto é, àquele que irá ler a mensagem que produzimos como designers. Estar familiarizado com a linguagem visual corrente permite que nos utilizemos de signos mais acessíveis ao interpretante, aumentando o nosso controle sobre o efeito que almejamos produzir no outro. Se os seus trabalhos não estão em um nível que você considera bom, não desanime. É natural que percamos o ânimo diante de trabalhos muito bem feitos, mas todos que estão ali tiveram de passar por um aprimoramento de suas técnicas. É com o treino do olhar e com a análise das técnicas que os outros têm empregado que poderemos chegar ao nível que pretendemos. ACESSAR https://www.behance.net/ 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 22/26 praticar Vamos Praticar Uma das principais funções da disciplina do design é a função de comunicar algo ao usuário do objeto de design. O estudo da semiótica pelos designers contribui para que esse processo de comunicação seja melhor compreendido. Sobre o emprego da semiótica ao design, analise as assertivas abaixo. I. Do ponto de vista qualitativo-icônico, observam-se qualidades, como a textura, a cor e a forma. II. O ponto de vista qualitativo-icônico sugere qualidades, como a pureza, a força e a monotonia. III. Do ponto de vista singular-indicativo, a associação à primeira vista é a base para a percepção de signos da primeiridade. IV. Do ponto de vista singular-indicativo, o objeto é visto como um objeto único, em sua existência material. Assinale a resposta que contém as assertivas corretas: a) I e II, apenas. b) II e IV, apenas. c) I, II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 23/26 indicações Material Complementar LIVRO Isso Signi�ica Isso, Isso Signi�ica Aquilo: Guia de Semiótica para Iniciantes Sean Hall ISBN: 9788588343719Comentário: O livro de Sean Hall trata da semiótica a partir de uma série de exemplos ilustrados e de uma linguagem acessível, útil para a �xação do conteúdo. Também é um material excelente para ajudar na compreensão daqueles conceitos que não �caram muito claros, devido às di�culdades que são próprias de uma disciplina que possui muitos termos com signi�cados bem especí�cos. 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 24/26 FILME A Hora da Estrela Ano: 1985 Comentário: Adaptação do romance homônimo de Clarice Lispector. Essa dica vale para quem já leu o livro. Também é válido assistir a qualquer outro �lme que você já tenha lido o livro. Pode ser da série Harry Potter ou da saga do Senhor dos Anéis. O importante é assistir ao �lme comparando com o que foi lido, analisando o que se perdeu e se houve ganhos na tradução intersemiótica. TRA ILER 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 25/26 conclusão Conclusão O design pretende comunicar com imagens e a semiótica é a disciplina capaz de contribuir para a leitura e a compreensão dessa linguagem que se baseia na visualidade. Espera-se que as classi�cações apresentadas auxiliem o estudante a começar a re�etir sobre como a disciplina é sistematizada e que as problematizações expostas possam estimular a re�exão sobre a su�ciência do corpo de conhecimento que temos disponível. Também espera-se que as sugestões acerca da análise e da tradução intersemiótica possam ser úteis para que o designer, que estuda por este material, seja capaz de aproveitar melhor as referências na elaboração de trabalhos autênticos, sem perder a conexão com as linguagens visuais emergentes. referências Referências Bibliográ�cas 03/09/2022 17:56 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 26/26 BÜRDEK, B. E. Design : história, teoria e prática do design de produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. GOBRY, I. Vocabulário grego da �loso�a . São Paulo: Martins Fontes, 2007. KERCKHOVE, D. A pele da cultura . Lisboa: Relógio D’Água, 1997. LÖBACH, B. Design industrial : bases para a con�guração de produtos industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. NORMAN, D. A. Design emocional : por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. SANTAELLA, L. Semiótica Aplicada . São Paulo: Thomsons Learning, 2007. IMPRIMIR
Compartilhar