Buscar

E-BOOK 3 - Semiótica e percepção visual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 1/26
SEMIÓTICA SEMIÓTICA 
E PERCEPÇÃO VISUALE PERCEPÇÃO VISUAL
Me. Luís Gustavo Luz
IN IC IAR
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 2/26
introdução
Introdução
A semiótica serve de guia para a compreensão do design, uma área que
possui seu próprio corpo de conhecimento. Então, para poder aplicar a
semiótica ao estudo do design é importante que se conheça ambas as
disciplinas. A primeira, uma ciência que pretende esclarecer a semiose; a
segunda, uma área projetual que também produz conhecimento e que tem se
estruturado como disciplina há pouco menos de um século.
Começaremos discorrendo sobre a epistemologia e os métodos que são
utilizados pelo design, com o �m de esclarecer como essa área do
conhecimento atua, em seguida, apresentaremos algumas formas que foram
encontradas para a compreensão dos objetos a partir do design, �nalizando
com aproximações entre a semiótica e essas tentativas.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 3/26
O design, como qualquer outra disciplina, funda-se em seus métodos e em
sua epistemologia. Métodos são caminhos rigorosos para chegar aos
objetivos propostos e epistemologia diz respeito aos meios de tal disciplina
para a obtenção do conhecimento.
Bases Epistemológicas
Design é um campo autônomo ou um território interdisciplinar? Bem, é um
pouco dos dois. Design, ao longo de seu desenvolvimento adquiriu meios
próprios de produzir conhecimentos e desenvolveu métodos particulares
para tratar de seus objetos, ainda que precise do suporte de outras
disciplinas, o que torna sua atividade interdisciplinar.
Assim, o design também se fundamenta na sua relação com outras
disciplinas. Com as artes , compartilha a exploração das possibilidades
estéticas e semióticas, sobretudo, em linguagem visual. Devido a vagas e
sempre imprecisas delimitações do conceito de arte, é difícil estabelecer
limites claros entre esses campos de conhecimento.
Epistemologia e MétodosEpistemologia e Métodos
do Designdo Design
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 4/26
Áreas tecnológicas também dão suporte aos conhecimentos empregados na
atividade projetual do designer. Enquanto o design de produto é suportado
por informações advindas das engenharias , o design grá�co e de interação
costumam atuar em conjunto com as tecnologias da informação .
Ciências que falam sobre o ser humano a partir das mais variadas
perspectivas também contribuem para que o designer compreenda melhor
seu objeto e para que possa explorar as possibilidades oriundas das
descobertas nessas áreas. Semiótica, psicologia, sociologia, biologia,
neurociência, ergonomia, marketing, comunicação , dentre outras,
contribuem para complementar a visão do design a partir de suas
perspectivas.
Para tratar da relação dos designers de produto com pro�ssionais de outras
áreas, Bernhard E. Bürdek (2006) parte da distinção entre especialista (expert)
e conhecedor, na qual o primeiro é o pro�ssional que conhece em
profundidade algo e o segundo é aquele com conhecimento su�ciente para
resolver problemas concretos.
Na prática do design, esta diferença tem um signi�cado
importante. Assim, o designer como "Expert" é o responsável pelos
aspectos con�gurativos e comunicativos dos produtos, e no que se
atém as questões da ergonomia, da produção, do cálculo ou
semelhantes ele atua como "Conhecedor", já que para isto existem
inúmeros outros especialistas. (BÜRDEK, 2006, p. 277)
No design grá�co, as questões que o designer atua como conhecedor são
relacionadas à programação web, à geometria, à psicologia da percepção, às
artes visuais etc. Dessa forma, o designer acaba por ser um pro�ssional com
uma visão generalista do processo produtivo e especializada no que concerne
à busca de soluções de comunicação visual.
Metodologia
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 5/26
Métodos em design, bem como nas engenharias e em outras áreas que
concentrem-se em atividades projetuais, diferem-se dos métodos nas ciências
empíricas (sem entrar no mérito do que é ou não é ciência). Nessas ciências,
se um experimento for replicado em condições ideais, a qualquer tempo, em
qualquer parte do mundo, espera-se que os mesmos resultados sejam
obtidos. A não obtenção de resultados iguais é indício de que há algum tipo
de problema no experimento realizado ou na hipótese que lhe deu origem. Já
nas áreas tecnológicas, há inúmeras respostas para o mesmo problema. Não
há uma resposta correta, mas muitas que são adequadas e outras tantas que
são inadequadas.
Por extensão, é certo dizer que não há um só método para o design, já que
problemas de design distintos requerem caminhos distintos. Isso não quer
dizer, contudo, que o processo dispense o rigor metodológico, igualando-se à
prática do senso comum. Design é uma disciplina que possui corpo de
conhecimento próprio e métodos que orientam sua atividade.
O design trabalha com técnicas de variação, que fornecem panoramas
diversos sobre os problemas abordados, permitindo que soluções sejam
criadas e reconhecidas como tal.
Figura 3.1 - Caminhos 
Fonte: James Wheeler / Pexels.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 6/26
praticar
Vamos Praticar
O design estruturou-se como disciplina no século XX, portanto, trata-se de um
campo teórico relativamente novo, de modo que diversas questões sobre o fazer do
designer ainda estão em aberto.
Sobre a epistemologia do design, avalie as asserções abaixo e a relação entre elas.
I. No design não há uma resposta correta para cada problema.
Portanto,
II. Não é possível elaborar metodologias para o design.
Assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II estão corretas e a II decorre da I.
b) As asserções I e II estão corretas, mas a II não decorre da I.
c) Apenas a asserção I está correta.
d) Apenas a asserção II está correta.
e) Ambas asserções são incorretas.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 7/26
A classi�cação que se segue baseia-se em um modelo estruturalista, proposto
por Jan Mukařovský e, posteriormente, rearranjadas por Jochen Gros. Nela, as
funções dos produtos são divididas em prática, estética e simbólica. Na
prática, essas funções se encontram, em certo grau, presentes em todos os
produtos, o que varia é que em alguns casos há a predominância de uma ou
outra função.
Função Prática
Funções práticas são as funções relacionadas aos “aspectos �siológicos do
uso” (LÖBACH, 2001, p. 58). É uma função ligada à prática, ao desempenho do
produto naquilo que ele se propõe a fazer por de�nição. Um relógio serve
para ver as horas, logo, sua função prática é toda aquela que se relaciona com
exibir as horas.
Função Estética
Fundamentos do Design:Fundamentos do Design:
as Funções dos Produtosas Funções dos Produtos
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 8/26
No grego (GOBRY, 2007), aísthesis (αἴσθησις) tem dois sentidos, um se refere à
faculdade de sentir ou sensibilidade e o outro ao ato de sentir ou à sensação.
“Além disso, contém não somente o que chamamos de sensação
(conhecimento sensorial de uma qualidade), mas também o que chamamos
de percepção (conhecimento sensorial de um objeto” (GOBRY, 2007, p.14).
Atualmente, há pelo menos três de�nições de estética. Em uma delas, estética
é a ciência que estuda o belo, tanto na natureza quanto nas obras realizadas
pelo homem; em outra, estética é a ciência que estuda a obra de arte e o
fazer artístico. A última se aproxima do sentido grego, pois trata daquilo que
percebemos com os sentidos.
A função estética dos produtos de design “é um aspecto psicológico da
percepção sensorial durante o seu uso” (LÖBACH, 2001, p. 60). Assim,
podemos compreendê-la no sentido mais amplo, uma vez que não é apenas o
belo que está em jogo, tampouco o estudo das artes, mas o efeito que o
objeto de design produz nos sentidos.
Função Simbólica
Função simbólica é aquela que é “determinada por todos os aspectos
espirituais, psíquicos e sociais de uso” (LÖBACH, 2001, p. 64). Trata-se de uma
função que está ligada a associações com experiências vividas que
provenham da experiência com o produto.
Quando um determinado grupo de pessoas que possui um status
social bem de�nido prefere e utiliza exclusivamente um tipo de
produto industrial, pode-se dizer que esse produto passa a
representar o status do usuário. Isso acontece, por exemplo, com
talheres de prata, cristais da Boêmia, gravatas de seda e certas
marcas de carro (LÖBACH, 2001, p.66). 
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 9/26
Figura 3.2: automóvel de luxo 
Fonte: Maria Geller / Pexels.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 10/26
ti
reflita
Re�ita
O designer Victor Papanek e o �lósofo Wolfgang Fritz Haug
�zeram algumas críticas ao design.
Há pro�ssões que são mais perniciosas dos que
as dos designers. Mas são poucas. Em verdade só
uma é mais questionável, a do publicitário. Quem
consegue fazer alguém adquirir um objeto
supér�uo com dinheiro não disponível, somente
para se impor ao outro, tem a fórmula mais
perniciosa de se ganhar o pão de cada dia"
(PAPANEK apud BÜRDEK, 2006, p. 275).
"No mundo capitalista o design tem uma função
que pode ser igualada à da Cruz Vermelha nos
tempos de guerra. Ele cuida de algumas poucas
nunca as piores - feridas que o capitalismo
ocasiona. Ele cuida das feridas visíveis e prolonga
assim, no momento em que as deixa mais bonitas
e melhora, a moral do capitalismo, como a Cruz
Vermelha, a da guerra" (HAUG apud BÜRDEK,
2006, p. 276).
Há caminhos para o design que se esquivam das críticas
apontadas por Haug e Papanek? Quer dizer, há um papel
relevante para a produção de design em nossa sociedade, que
não se resuma ao estímulo à ansiedade de consumo?
Fonte: Bürdek (2006).
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=uz… 11/26
praticar
Vamos Praticar
O veículo de Helena não era confortável, tampouco era bonito, gastava muito
combustível e custava, muitas vezes, o preço de um bom carro. Contudo, era um
exemplar raro que poucos colecionadores poderiam ter. Na descrição do produto
apresentado, percebe-se a prevalência de qual das funções estudadas?
Assinale a alternativa correta:
a) Função simbólica.
b) Função prática.
c) Função estética.
d) Não há prevalência de nenhuma função.
e) Nenhuma função é atendida pelo produto descrito.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 12/26
O pesquisador em ciência cognitivas e professor Donald Arthur Norman
propõe a classi�cação de três níveis de design, o visceral, o comportamental e
o re�exivo, que se referem à maneira com a qual o usuário se relaciona com
os produtos.
Nível Visceral
O nível visceral é o que possui maior contato com a história evolutiva da
espécie humana. Diz respeito às nossas características adaptativas e como
elas nos �zeram sentir o que sentimos, da maneira que sentimos. Diz respeito
às emoções irre�etidas, àquilo que antecede qualquer racionalização. De�ne,
à primeira vista, o que é atraente ou repulsivo, o que é acolhedor ou
assustador. Pode ser compreendido como a programação natural do ser
humano para reagir da maneira que reage diante do que lhe é apresentado. 
Fundamentos do Design: oFundamentos do Design: o
Design EmocionalDesign Emocional
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 13/26
Figura 3.3 - O nível visceral remete-se às sensações básicas. 
Fonte: Ana Bregantin / Pexels.
Quando achamos alguma coisa "bonitinha", este julgamento vem
diretamente do nível visceral. No mundo do design, "bonitinho" é de
maneira geral reprovado, denunciado como banal, trivial, ou
carente de profundidade e substância mas esse é o nível re�exivo
do designer falando (claramente tentando superar uma atração
visceral imediata). Como designers querem que seus colegas os
reconheçam como sendo imaginativos, criativos e profundos, fazer
alguma coisa "bonitinha", "engraçadinha" ou "divertida" não é bem
aceito. Mas existe um lugar em nossas vidas para essas coisas,
ainda que sejam simples.
Você pode encontrar design visceral na propaganda, no artesanato
popular e em produtos para crianças. Desse modo, brinquedos de
criança, roupas e mobília costumam re�etir princípios viscerais:
cores primárias, alegres, altamente saturadas. Isso é obra de arte?
Não, mas é prazeroso (NORMAN, 2008, p. 88-89).
O nível visceral é, portanto, carente de so�sticação. Associa-se ao gosto
infantil, justamente porque este ainda não foi “contaminado” pela cultura.
Nível Comportamental
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 14/26
O nível comportamental se refere aos objetos que funcionam bem, que se
comportam da maneira esperada (ou surpreendem as expectativas), sendo
úteis para a execução de sua tarefa. Nesse sentido, esse nível se assemelha à
função prática.
Alguns itens muito bem concebidos em termos de design erram o
alvo quando se trata de cumprir seu propósito, portanto, merecem
fracassar. Se um descascador de batatas não consegue descascar
batatas, ou se um relógio não marca o tempo com precisão, nada
mais importa. Desse modo, o primeiríssimo teste comportamental
pelo qual um produto deve passar é satisfazer necessidades
(NORMAN, 2008, p. 92).
No design grá�co, o nível comportamental pode estar associado à usabilidade
de uma interface, à compreensão das informações contidas em um cartaz ou
em uma sinalização.
Nível Re�exivo
O nível re�exivo também se aproxima da função simbólica, tratando-se da
crescente complexidade que a noção de gosto adquire quando sai de um
nível visceral para se relacionar com elementos da cultura. Assim, algo que
antes era interpretado apenas como feio passa a ser uma bela representação
do feio; sabores doces dão lugar às nuances do agridoce; o inusitado deixa de
ser estranho e passa a parecer atraente e desa�ador.
A atratividade é um fenômeno de nível visceral - a resposta está
inteiramente no aspecto super�cial de um objeto. A beleza vem do
nível re�exivo. A beleza examina por baixo da superfície. A beleza
vem da re�exão consciente e da experiência. Ela é in�uenciada pelo
conhecimento, pelo aprendizado e pela cultura. Objetos que não
são atraentes na superfície podem dar prazer. Música dissonante,
por exemplo, pode ser bonita. Arte feia pode ser bonita (NORMAN,
2008, p. 111).
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 15/26
Aqui, também não há fronteiras bem delimitadas entre os três níveis. Dada a
complexidade das situações cotidianas, há casos em que os níveis irão
coexistir. 
praticar
Vamos Praticar
O cientista cognitivo Donald Norman propôsque se examinasse o design a partir
das emoções que ele provoca nas pessoas. A partir dessa noção, de�niu os níveis
comportamental, visceral e re�exivo.
Sobre os três níveis de design, assinale (V) para as a�rmações verdadeiras e (F) para
as falsas.
I. (  ) A relação do sujeito com a cultura nada tem a ver com o nível re�exivo, pois a
re�exão requer a autonomia do sujeito em relação ao grupo.
II. (  ) No nível comportamental, leva-se em conta o fato do produto desempenhar
ou não sua função adequadamente.
III. (  ) O nível visceral está intimamente ligado à história evolutiva do homem e à
maneira como nossos comportamentos se adaptaram ao longo do tempo.
IV. (  ) No nível re�exivo, a relação com a cultura e as vivências do sujeito modi�cam
seu comportamento, fazendo com que ele adquira gostos mais complexos.
a) V, V, V, V.
b) V, V, F, V.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, V.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 16/26
e) F, V, V, V.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 17/26
As possibilidades de aplicação dos conceitos estudados pela semiótica ao
design são vastas. Três deles, em particular, alinham-se às tentativas de
sistematizar a análise de produtos a partir do estruturalismo e do design
centrado no usuário.
Os Três Pontos de Vista Semióticos.
A análise semiótica para compreensão do que os objetos de design
comunicam pode adotar uma estrutura semelhante às três funções do
produto e dos três níveis de design, na perspectiva centrada no usuário.
O ponto de vista qualitativo-icônico trata da observação à primeira vista das
qualidades do objeto de design, de suas texturas, dos materiais que o
constituem, das suas cores, das suas formas e de seus traços etc. “Essas
qualidades visíveis [...] também sugerem qualidades abstratas, tais como
leveza, so�sticação, fragilidade, pureza, severidade, elegância, delicadeza,
força, monotonia etc.” (SANTAELLA, 2007, p. 70).
Semiótica Aplicada aoSemiótica Aplicada ao
DesignDesign
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 18/26
O ponto de vista singular-indicativo trata da existência material do produto,
como um objeto único. “As qualidades de que esse existente se compor-
cores, forma, tamanho, matéria passam a ser vistas em função da sua
manipulação e uso” (SANTAELLA, 2007, p. 70).
Já o ponto de vista convencional-simbólico analisa o objeto de design a partir
de sua categoria de produto, levando em conta os aspectos simbólicos e
culturais, de maneira análoga à de�nição de design re�exivo.
Tradução Intersemiótica: do Conceito para
a Imagem
A tradução intersemiótica é a transposição de conteúdo de um meio para o
outro, como de um livro para um �lme, respeitando as características
peculiares a cada suporte.
Um procedimento para essa tradução é a roteirização a partir da
interpretação semiótica do sentido da obra original, de modo que ela possa
ser transcrita para o novo meio, respeitando suas principais características. É
claro que, como em toda tradução, algo se perde. Contudo, também há
ganhos que devem ser considerados.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 19/26
A elaboração de uma imagem a partir de um conceito segue um caminho
semelhante. Basta que esse conceito seja analisado a partir das ferramentas
que a teoria semiótica oferece, para, então, remontá-lo como imagem.
Criação a Partir de Referências
Os conhecimentos em semiótica podem ajudar o estudante na formação de
seu repertório visual. É comum que, para se manter atualizado, o designer
faça pesquisas em páginas de portfólios digitais ou busque inspiração em
trabalhos premiados ou em destaque. O risco de se fazer isso é o de assimilar
o trabalho de terceiros sem ter consciência de que se está fazendo uma cópia.
A compreensão dos signos que constituem um material permite que o
designer possa fazer uso de referências sem deixar-se contaminar pelo que
não importa. O uso da linguagem especializada da semiótica permite que os
conceitos contidos nas referências sejam resgatados com originalidade.
Derrick de Kerckhove chama o design de “pele da cultura” (1997, p. 212), uma
vez que pelos traços do design presentes no cotidiano, conseguimos
reconhecer os períodos e as mudanças culturais. Para o designer, estar
imerso em signos que correspondem a essas transformações culturais é
necessário para que seu trabalho possa ser identi�cado dentro desse
Figura 3.4 - Edição de vídeo 
Fonte: Alex Fu / Pexels.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 20/26
movimento de constante mudança. A troca com os demais designers é
essencial para manter essa linguagem sempre renovada e a análise semiótica
de signos referentes a esses momentos facilitam a atualização da linguagem
visual.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 21/26
saiba mais
Saiba mais
Existem inúmeras plataformas on-line nas
quais os artistas grá�cos podem
disponibilizar os seus portfólios. É provável
que você já conheça o Behance, uma
plataforma da Adobe, aberta à visitação, que
armazena uma quantidade imensa de
excelentes portfólios.
Visitar portfólios de plataformas como essa e
exercitar o exame crítico dos trabalhos, além
da análise semiótica, é útil para que o
designer comece a pensar a sua linguagem, a
partir daquilo que é comum aos demais. A
comunicação é sempre para o outro,
portanto, devemos estar sempre atentos ao
interpretante, isto é, àquele que irá ler a
mensagem que produzimos como designers.
Estar familiarizado com a linguagem visual
corrente permite que nos utilizemos de
signos mais acessíveis ao interpretante,
aumentando o nosso controle sobre o efeito
que almejamos produzir no outro.
Se os seus trabalhos não estão em um nível
que você considera bom, não desanime. É
natural que percamos o ânimo diante de
trabalhos muito bem feitos, mas todos que
estão ali tiveram de passar por um
aprimoramento de suas técnicas. É com o
treino do olhar e com a análise das técnicas
que os outros têm empregado que
poderemos chegar ao nível que
pretendemos.
ACESSAR
https://www.behance.net/
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 22/26
praticar
Vamos Praticar
Uma das principais funções da disciplina do design é a função de comunicar algo ao
usuário do objeto de design. O estudo da semiótica pelos designers contribui para
que esse processo de comunicação seja melhor compreendido.
Sobre o emprego da semiótica ao design, analise as assertivas abaixo.
I. Do ponto de vista qualitativo-icônico, observam-se qualidades, como a textura, a
cor e a forma.
II. O ponto de vista qualitativo-icônico sugere qualidades, como a pureza, a força e a
monotonia.
III. Do ponto de vista singular-indicativo, a associação à primeira vista é a base para
a percepção de signos da primeiridade.
IV. Do ponto de vista singular-indicativo, o objeto é visto como um objeto único, em
sua existência material.
Assinale a resposta que contém as assertivas corretas:
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 23/26
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Isso Signi�ica Isso, Isso Signi�ica Aquilo:
Guia de Semiótica para Iniciantes
Sean Hall
ISBN: 9788588343719Comentário: O livro de Sean Hall trata da semiótica a
partir de uma série de exemplos ilustrados e de uma
linguagem acessível, útil para a �xação do conteúdo.
Também é um material excelente para ajudar na
compreensão daqueles conceitos que não �caram
muito claros, devido às di�culdades que são próprias
de uma disciplina que possui muitos termos com
signi�cados bem especí�cos.
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 24/26
FILME
A Hora da Estrela
Ano: 1985
Comentário: Adaptação do romance homônimo de
Clarice Lispector. Essa dica vale para quem já leu o livro.
Também é válido assistir a qualquer outro �lme que
você já tenha lido o livro. Pode ser da série Harry Potter
ou da saga do Senhor dos Anéis. O importante é assistir
ao �lme comparando com o que foi lido, analisando o
que se perdeu e se houve ganhos na tradução
intersemiótica.
TRA ILER
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 25/26
conclusão
Conclusão
O design pretende comunicar com imagens e a semiótica é a disciplina capaz
de contribuir para a leitura e a compreensão dessa linguagem que se baseia
na visualidade.
Espera-se que as classi�cações apresentadas auxiliem o estudante a começar
a re�etir sobre como a disciplina é sistematizada e que as problematizações
expostas possam estimular a re�exão sobre a su�ciência do corpo de
conhecimento que temos disponível.
Também espera-se que as sugestões acerca da análise e da tradução
intersemiótica possam ser úteis para que o designer, que estuda por este
material, seja capaz de aproveitar melhor as referências na elaboração de
trabalhos autênticos, sem perder a conexão com as linguagens visuais
emergentes.
referências
Referências
Bibliográ�cas
03/09/2022 17:56 Ead.br
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=HUdTSlI6D%2fUiNQqBWndeNQ%3d%3d&l=xcPLeLbS7dMYGu65LbBTvA%3d%3d&cd=u… 26/26
BÜRDEK, B. E. Design : história, teoria e prática do design de produtos. São
Paulo: Edgard Blücher, 2006.
GOBRY, I. Vocabulário grego da �loso�a . São Paulo: Martins Fontes, 2007.
KERCKHOVE, D. A pele da cultura . Lisboa: Relógio D’Água, 1997.
LÖBACH, B. Design industrial : bases para a con�guração de produtos
industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.
NORMAN, D. A. Design emocional : por que adoramos (ou detestamos) os
objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.
SANTAELLA, L. Semiótica Aplicada . São Paulo: Thomsons Learning, 2007.
IMPRIMIR

Outros materiais