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Anna Beatriz Carvalho Araújo Semiologia Cirúrgica Aparelho Respiratório Aspectos Anatômicos: • Ventilação normal: pressão negativa intratorácica (fornecida pela expansibilidade da caixa torácica e a mobilidade diafragmática simultâneas), permitindo, assim, o fluxo de ar para o interior das cias aéreas. • Toda a árvore respiratória, bronquial, traqueia , Carina com sua bifurcação, brônquios principais e suas ramificações até os bronquíolos terminais e vendo depois os alvéolos. • Sons respiratórios: são ligados a anatomia do pulmão e corresponde onde é colocado o estetoscópio. o A passagem de ar por outras estruturas que não são os alvéolos também determina sons que podem ser auscultados. • Excesso de líquidos se acumulam nos alvéolos ou outras regiões menores como bronquíolos – crepitações ou estertores, surgem em situações patológicas como atelectasia e situações inflamatórias e infecciosas – estruturas aéreas de menor dimensão – sons discretos que surgem da reabertura das vias aéreas parcialmente fechadas por causa dos processos inflamatórios ou infecciosos. • Se observar esse acúmulo em regiões mais calibrosas vai ter a presença de roncos, sons não fisiológicos – sons grosseiros e graves. • Sibilos: tanto vias de maiores calibres como pequenas, som musical geralmente mais perceptível (característica musical) no momento expiratório. • Atrito pleural: pleura parietal recobre por dentro a caixa torácica, cavidade pleural tem quantidade mínima de líquido para ter um bom movimento entre pleura visceral e parietal, mas se tiver infecções caracterizando a pleurite vai ter sons de rangido que vai ser mais perceptível entre a inspiração e expiração. Sons vocais: • A caixa torácica – é uma caixa de reverberação. • Ressonância vocal → sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica. ** as modificações dessa ressonância coincide com as modificações encontradas no frêmito toracovocal. • Ressonância vocal normal → sons incompreensíveis, isso acontece porque o parênquima pulmonar absorve muitos componentes sonoros. • Ressonância vocal diminuída → atelectasias, derrame pleural e espessamento pleural. • Ressonância vocal aumentada: o Broncofonia – ausculta-se a voz sem nitidez → condensação pulmonar. ▪ Egofonia – broncofonia de qualidade nasalada e metálica (parte superior dos derrames pleurais e pode ser observada na condensação pulmonar) o Pectorilóquia fônica – ausculta-se a voz nitidamente. o Pectorilóquia afônica – ausculta-se a voz mesmo se cochichada. - Hepatização pulmonar → ressonância aumentada Endurecimento do pulmão, que aparece nas pneumonias, que fica com consistência no fígado. Pede a um paciente, que apresenta hepatização pulmonar, que fale e repita o número 33, vai perceber um ressonância local aumentada, pois a coluna de ar entra na árvore brônquica entra nessa área de hepatização pulmonar e causa uma maior reverberação. Isso acontece pois o som se propaga melhor em meios sólidos, e esse ar consegue chegar naquele local que apresenta uma parede mais dura, logo, propaga melhor o som. - Derrame pleural (líquido na pleura): ressonância vocal diminuída Pois haverá uma interfase interpondo a capacidade vibratória daquela coluna de ar que entra naquela arvore brônquica vibratória. O ar acaba não chegando naquele local, pois ele estará substituído por líquido fora do pulmão. Anna Beatriz Carvalho Araújo Semiologia Cirúrgica Consolidação Pulmonar: • Caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato. • Manifestações clínicas: dispneia e tosse (seca ou produtiva) • Principais achados físicos: FTV aumentado, submacicez ou macicez à percussão e a presença de estertoração fina (final da inspiração e tem frequência alta - agudos) • Pneumonias, infarto pulmonar e a tuberculose são as principais causas de consolidação pulmonar. Tiragem: • Depressões nos espações intercostais decorrentes de obstruções brônquicas, com colapso e aumento da pressão negativa. • Difusa ou localizada: o Supraclavicular o Infraclavicular o Intercostal o Epigástrica • Por circunstância obstrutivas que podemos lançar mão da ideia de uma pneumonia, se nessa tem um infiltrado de um parênquima pulmonar negativa e cria-se uma tendencia ao colabamento pulmonar – atelectasia. • Se tem áreas de atelectasia por problemas agudos (pneumonia) ou crônicos (DPOC) vão existir tiragens. Atelectasia: • Desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudato • Principais achados: o Redução do FTV e macicez • Causas mais comuns: o Neoplasias e os corpos estranhos que ocluem o lúmen de brônquios o Se a oclusão ocorrer em um brônquio principal → atelectasia do pulmão inteiro o Oclusão em brônquios lobares ou segmentar → atelectasia lobar (restrita ao lobo) • Manifestações clínicas: dispneia, tosse seca e sensação de desconforto. Derrames pleurais: • Lembrar: a cavidade pleural é uma cavidade virtual preenchida por uma pequena quantidade de líquido (suficiente) para possibilitar a dinâmica de expansibilidade e retração do tórax do paciente. • O derrame pleural é quando ocorre um aumento do líquido na cavidade pleural. • História da doença atual: o Dor insidiosa ou súbita; o Exacerbação como tosse e movimentos respiratórios; o Tosse seca ou produtiva; o Dispneia variável; o Decúbito sobre o lado acometido; • O paciente que tem derrame pleural pode perceber uma dor insidiosa ou súbita (ruptura de uma bolha aérea pulmonar – leva ao pneumotórax) • Paciente pode apresentar uma tosse seca ou produtiva como em um pneumonia que evolua para um derrame pleural. • Como seria uma evolução de uma pneumonia para um derrame pleural: o Aumento de pressão hidrostática → decréscimo da pressão osmótica → alterações dos capilares subpleurais. o Explicando: nos processos inflamatórios infecciosos vai ter uma pressão hidrostática maior fazendo com que componentes dos fluidos passem dos vasos para o interstício pulmonar e possibilite a questão do processo inflamatório do edema parenquimatosos pulmonar assim como a passagem desses líquidos por contiguidade para o espaço pleural. • A depender do volume desse derrame que estará retido a cavidade pleural terá uma dispneia variável no paciente. • Quando tem muita dificuldade, o paciente assume a posição de decúbito lateral para o lado acometido, a fim de que o lado não acometido trabalhe de forma mais eficaz em relação ao comprometimento do tórax contralateral pela presença do derrame. • Exame físico: o Diminuição da expansibilidade pulmonar; o Desvio do ictus para o lado oposto; o Abaixamento do diafragma com deslocamento de vísceras; o Murmúrio vesicular e FTV diminuídos ou abolidos; o Percussão: timpanismo (pneumotórax), submacicez e macicez (derrames líquidos) o A interface na cavidade pleural interpondo-se na ressonância do ar para a parede torácica do paciente – FTV diminuídos ou até mesmo abolidos. • Transudato -> líquido transparente com conteúdo mais fluido e com menos proteína. • Exsudato -> líquido turvo com presença significante de proteínas e células. Líquido com características catarral. • Diagnóstico diferencial: agulha de COPE para biópsia pleural: o Essa agulha é posicionada entre os espaços intercostais. Anna Beatriz Carvalho Araújo Semiologia Cirúrgica o Serve para que saibamos a etiologia dos processos inflamatórios e infecciosos na pleura. o Atinge o espaçopleural, faz a aspiração do conteúdo e análise histológica daquele conteúdo. Pneumotórax: • Sinais e sintomas: o Ausência ou diminuição da expansibilidade do hemitórax comprometido. o Murmúrio vesicular reduzido ou abolido; o A percussão → hiper timpanismo. • Toda cavidade pleural esta muito preenchida de volume aéreo rechaçando o parênquima pulmonar para o mediastino. • Os sacos alveolares por circunstâncias patológicas como a DPOC pode ter a ruptura dos conglomerados determinando o pneumotórax do paciente. • Espontâneos → secundários a uma doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, cisto congênitos. • Traumáticos → traumatismos fechados e penetrantes. • Iatrogênico (ventilação mecânica, a pressão pode causar uma ruptura de alvéolos e causar pneumotórax). Enfisema pulmonar • Rebaixamento e retificação do diafragma – por causa do acúmulo crônico dessas bolhas; • Aumento do espaço retroesternal; • Ângulo costofrênico obtuso; • Coração verticalizado (pulmão visualizado abaixo do coração). • Muito presente em pacientes com DPOC e tabagistas. • Característica de retenção aérea faz com que seus diâmetros ântero posterior e látero lateral se igualem – tórax em barril. • Retificação da cúpula do diafragma – tórax em barril. Hemotórax: • Acúmulo de sangue na cavidade pleural • Sinais e sintomas: o Ausência ou diminuição da expansibilidade do hemitórax comprometido. o Murmúrio vesicular reduzido ou abolido; o A percussão: macizes ou submacizes • Causas comuns: o Ruptura de vasos (feixe intercostal e artéria mamária). o Fraturas costais. Piotórax (empiema): • Presença de secreção purulenta na cavidade pleural decorrente de processos infecciosos. • Sinais e sintomas: o Sintomas de infecção pulmonar primária: tosse, febre produção de escarro. o Sintomas de derrame pleural: dor torácica e dispneia. o Fases do empiema: ▪ Agudo: coleção purulenta (descompressão através da parede torácica, por meio de uma punção direta feita pela parede torácica pela agulha COPE). ▪ Crônico: encarceramento com restrição pulmonar - aquele pus inicialmente mais fluido vai determinar a formação de travas fibróticas que vão aderir e limitar a expansibilidade pulmonar por aderência com a parede do tórax o Sistema: anorexia, mal-estar, sudorese. • Diagnóstico: o Curva de damoiseau: curva que se forma pela presença de líquidos em determinado continente. o Pela percussão do hemitórax do paciente pode ter a delimitação de áreas de macicez de áreas que correspondam essa curva que ao ser realizada a radiografia dá para ver o derrame com essa parábola. Anna Beatriz Carvalho Araújo Semiologia Cirúrgica • Se tem a presença da parábola (fase aguda) é porque tem conteúdo purulento ainda líquido sem a formação de travas fibrótica. • Quando o empiema já se prolonga no tempo formando essas aderências entre o parênquima pulmonar e revestimento interno do tórax do paciente existem áreas de encarceramento pulmonar e pode também surgir áreas com conglomerados septados de secreção purulenta. Derrames pleurais parapneumônicos: • É o acúmulo de fluido pleural exsudativo, associado à pneumonia e ocorre quando a produção de líquido pleural excede a capacidade de drenagem linfática da pleura parietal. • Tem processo que se da inicialmente no parênquima (pneumonia por exemplo) e por continuidade a pneumonia pode levar a um acometimento na pleura e cavidade pleural com o acúmulo de secreções (purulentas). • Para as situações complicadas de visualização de pequenos derrames, o paciente deve adotar a posição de laurel, que consiste no paciente estar em decúbito lateral do lado acometido/a ser examinado e esse pequeno volume de líquido presente na cavidade pleural vai ser melhor visualizado • Complicação de pneumonia → derrame pleural parapneumônico → empiema/septações. • Desse derrame pleural pode ter uma fase mais agua que vai ser uma fase mais líquida, onde não tem septação, mas com o evoluir d tempo essas bandas fibróticas vão encarcerar o pulmão criando saculações de secreção. • A depender da evolução o empiema pode ter características mais líquidas ou que condizem com a presença de septações e conglomerados de pus no tórax do paciente. Hernias de hiato paraesofágico e por deslizamento: • Sinais e sintomas: o Dor; o Disfagia; o Pirose (sensação de queimor retroesternal); o Regurgitação; o Dispneia; • Pode interferir na dinâmica respiratória • Hiato esofágico, por esse pode ter a herniação de conteúdo estomacal do conteúdo, esse deslocamento pode se dar por deslizamento ou a hérnia pode se dar paraesofagiana. • Por deslizamento -→ o conteúdo gástrico deslisa para o esôfago, se acumula e forma a hernia. • Paraesofagiana: conteúdo estomacal esta paralelo ao esôfago do paciente. • Mista: um componente por deslizamento e um por paraesofagiano. Hernias diafragmáticas traumáticas: • Sinais e sintomas: o De ordem asfixica: dispneia e cianose. o De ordem oclusiva: vômitos e dores (encarceramento digestivo) o De ordem hemorrágica: hemoptise e hemotórax (fraturas de costelas). • um trauma torácico pode causar a ruptura da cúpula diafragmática fazendo com que o conteúdo abdominal va para o espaço torácico, tendo a compressão das estruturas respiratórias e intestinais. • Pode ter a dispneia por causa do encarceramento pulmonar, podendo levar a uma cianose (por causa da má oxigenação sanguínea). • Sinais e sintomas de ordem oclusiva, conteúdo estomacal/intestinal entrarão no tórax do paciente e esse encarceramento digestivo levará a possibilidade de dores e vômitos. • Hemorragia: trauma direto no tórax, fratura de arcos costais, exteriorização do sangue atras de hemoptoicos e presença de sangue no espaço pleural. Contusões torácicas: Anna Beatriz Carvalho Araújo Semiologia Cirúrgica • Sinais e sintomas: o De ordem asfixica: dispneia e cianose; o De ordem hemorrágica: hemoptise e hemotórax (fraturas de costelas). • Características: o Potencialmente letal. o Casos graves: insuficiência respiratória significativa o Traumas fechados e penetrantes. • Acidente automobilístico: choque direto do tórax do paciente no volante. • Hemorragia: possibilidade de hemoptise e fratura de arcos costais e feixes entre essas costelas, podendo ter sangramento para o espaço pleural (hemotórax). • Podem ser potencialmente letais. • Exame físico: o Inspeção: respiração superficial, tosse, agitação (por um quadro de hipoxemia), afundamentos de parede do tórax. o Audição: murmúrio vesicular diminuído ou abolido. o Palpação e percussão: enfisema cutâneo (presença de ar no espaço do subcutâneo), percussão em virtude de um hemotórax pode percutir e observar macicez, se tiver ar na cavidade pleural na percussão vai encontrar timpanismo ou sonoridade do pneumotórax. • Reparar na marca do cinto de segurança: choque direto e pressão exercida sobre o tórax e abdômen do paciente por causa do impacto. • Tórax instável: inspiração deveria ter expansibilidade, essas áreas que tiveram múltiplas faturas se retraem, e quando expira, esperando que o tórax fosse retraído, ele se abaúla – movimentos paradoxais/distintos – decorrente de fraturas múltiplas de arco costais que pela perda de congruência dos segmento osteo muscular e articular o que se espera do arcabouço torácico no movimento respiratório é contrário do que seria fisiológico. • O que se pode achar em um exame radiológico de um paciente que sofreu contusão torácica? o Lesões costais; o Derrames pleurais; o Deslocamento mediastinal; o Hematomasintrapulmonares; o Ruptura de cúpula diafragmática.
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