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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO - CAP 12 ANGELO MACHADO (RESUMO)

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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: ASPECTOS GERAIS (Capítulo 12 – Angelo Machado)
O Sistema nervoso pode ser dividido em somático e visceral. Por conseguinte, o sistema nervoso somático é aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente.
· Porção aferente: conduz aos centros nervosos impulsos originados dos receptores periféricos, informando esses centros sobre o que passa no meio ambiente. PATRICK MICHEL – MEDICINA UNESC
· Porção eferente: leva aos músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando movimentos que levam ao maior relacionamento ou integração com o meio externo.
O sistema nervoso visceral é responsável pela inervação das estruturas viscerais e é muito importante para a integração da atividade das vísceras, no sentido da manutenção do meio interno (homeostase).
· Porção aferente: conduz impulsos nervosos originados em receptores das vísceras (visceroreceptores) a áreas específicas do SNC. É semelhante às vias somáticas e compartilham do mesmo gânglio sensitivo. 
· Porção eferente: traz impulsos de alguns centros nervosos até as estruturas viscerais, terminando em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco, e é chamado de sistema nervoso autônomo. 
O SNA, parte eferente do sistema nervoso visceral, divide-se em simpático e parassimpático.
As fibras eferentes viscerais especiais, não fazem parte do sistema nervoso autônomo, pois inervam músculos estriados esqueléticos. Apenas as fibras eferentes viscerais gerais. 
SISTEMA NERVOSO VISCERAL AFERENTE
	As fibras viscerais aferentes conduzem impulsos originados em receptores situados nas vísceras (visceroreceptores). Em geral, essas fibras integram nervos predominantemente viscerais, juntamente com as fibras do SNA. Assim, sabe-se que a maioria das fibras aferentes que veiculam a dor visceral acompanha as fibras do sistema nervoso simpático, fazendo exceção das fibras que inervam alguns órgãos pélvicos que acompanham nervos parassimpáticos. 
Os impulsos nervosos aferentes viscerais antes de penetrar no SNC, passam por gânglios sensitivos. No caso dos impulsos que penetram pelos nervos espinhais, esses gânglios são gânglios espinhais, não havendo gânglios diferentes para fibras viscerais e somáticas. 
Ao contrário das fibras que se originam de receptores somáticos, grande parte das fibras viscerais conduz impulsos inconscientes, ou seja, impulsos que chegam ao nosso SNC sem que possamos percebe-los, como PA, teor de O2 no sangue. Isso é importante para que haja os reflexos viscerais, como o controle da PA ou da taxa de O2. Contudo, impulsos viscerais manifestam-se como forma de sensações, como sede, forme, plenitude gástrica e dor. 
A sensibilidade visceral difere da somática principalmente por ser mais difusa, não permitindo localização precisa. Assim, pode-se dizer que dói a ponta do dedo mínimo, mas não se pode dizer que dói a primeira ou a segunda alça intestinal. Por outro lado, os estímulos que determinam a dor somática são diferentes dos que determinam a dor visceral. Por exemplo, a secção da pele é dolorosa, a de uma víscera não o é. Já distensão de uma víscera é dolorosa, já com a pelo não. 
Dor referida: Certos processos inflamatórios ou irritativos de vísceras ou órgãos internos dão manifestações dolorosas em determinados territórios cutâneos, como exemplo a apendicite pode causar hipersensibilidade cutânea na parede abdominal da fossa ilíaca direita, infarto do miocárdio, no braço esquerdo. 
DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO EFERENTE E O VISCERAL AUTÔNOMO
	Os impulsos nervosos eferentes que seguem pelo sistema nervoso somático terminam no músculo estriado esqueléticos, enquanto os que seguem pelo sistema nervoso autônomo terminam em músculo cardíaco, músculo liso ou glândulas.
Sendo assim, pode-se dizer que o sistema nervoso eferente somático é voluntário e o sistema nervoso autônomo involuntário. 
Do ponto de vista anatômico, a eferência do sistema nervoso somático se dá apenas por 1 neurônio, neurônio motor somático, cujo corpo, na medula, localiza-se na coluna anterior, saindo o axônio pela raiz anterior e terminando em placas motoras nos músculos esqueléticos. 
Já a no sistema nervoso autônomo, há 2 neurônios unindo o SNC ao órgão efetuador. Um deles é tem o corpo dentro do SNC (medula ou TE), neurônios pré-ganglionar, e outro tem seu corpo localizado no SNP, neurônio pós-ganglionar. Corpos de neurônios foras do SNC tendem-se a se agrupar, formando dilatações chamadas gânglios.
ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Os corpos dos neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula e no tronco encefálico. No tronco encefálico, eles se agrupam formando núcleos de origem de alguns nervos cranianos, como o vago. 
Na medula, eles ocorrem do:
· T1-T12
· L1-L2
· S2,S3,S4 da medula sacral
Na porção T1-L2 da medula, os neurônios pré-ganglionares se agrupam, formando a coluna lateral, situada entre as colunas anterior e posterior da substância cinzenta. 
Os corpos dos neurônios pós-ganglionares estão situados nos gânglios do SNA onde são envolvidos por um tipo especial de células neurogliais denominadas anficitos. São neurônios multipolares, no que se diferenciam dos neurônios sensitivos também localizados nos gânglios, e que são pseudounipolares. As fibras pós-ganglionares terminam nas vísceras em contato com glândulas, músculo liso ou cardíaco. Nos gânglios a proporção de fibras pré e pós-ganglionares varia muito, e no SN simpático, usualmente, uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com grande número de neurônios pós-ganglionares.
Existem áreas do telencéfalo e do diencéfalo, que podem regular algumas funções viscerais, como exemplo disso o hipotálamo. Essas áreas estão relacionadas a certos tipos de comportamento, especialmente o emocional. Fibras que emergem dessa área conduzem impulsos nervosos para os neurônios pré-ganglionares localizados no TE e na ME. Sendo assim, é notório que o SNC é capaz de influenciar no controle visceral. 
DIFERENÇAS ENTRE SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
Diferenças anatômicas:
· Posição dos neurônios pré-ganglionares:
· SNAS: T1 A L2 (toracolombar);
· SNAP: TE e medula sacral - S2,S3 e S4 (craniossacral).
· Posição dos neurônios pós-ganglionares:
· SNAS: longe das vísceras e próximos da coluna vertebral, formando os gânglios paravertebrais e pré-vertebrais;
· SNAP: próximos ou dentro das vísceras
· Tamanho das fibras pré e pós-ganglionares:
· SNAS: Pré-ganglionar curta e pós-ganglionar longa;
· SNAP: Pré-ganglionar longa e pós-ganglionar curta.
· Ultraestrutura da fibra pós-ganglionar:
· SNAS: Presença de vesículas granulares pequenas;
· SNAP: Presença de vesículas agranulares.
No sistema nervoso periférico, as vesículas granulares pequenas contêm noradrenalina, e a maioria das vesículas agranulares contém acetilcolina
DIFERENÇAS FARMACOLÓGICAS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E O PARASSIMPÁTICO – NEUROTRANSMISSORES
	Drogas que se assemelham a ação do simpático são denominadas simpaticomiméticas, e as que se assemelham a ação do parassimpático são chamadas de parassimpaticomiméticas.
Sabe-se hoje que a ação da fibra nervosa sobre o efetuador (músculo ou glândula) se faz por liberação de um neurotransmissor, dos quais os mais importantes são acetilcolina e a noradrenalina. As fibras nervosas que liberam noradrenalina são chamadas de adrenérgicas e as que liberam acetilcolina são chamadas de colinérgicas. 
As fibras pré-ganglionares do simpático e parassimpático são colinérgicas. Já as pós-ganglionares do simpático são adrenérgicas, com exceção das fibras que inervam as glândulas sudoríparas e os vasos dos músculos esqueléticos, e as do parassimpático são colinérgicas.
DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E O PARASSIMPÁTICO
	De modo geral, o sistema simpático tem ação antagônica à do parassimpático em um determinado órgão, porém com exceções, como na glândula salivar, no qual os dois sistemas atuam no aumento da secreção. É importante acentuar que os dois sistemas, embora terem ações antagônicas na maioria dos casos, eles atuam de forma harmoniosana coordenação visceral, adequando o funcionamento de cada órgão às diversas situações que é submetido o organismo. 
Técnicas de microscopia mostraram que a maioria dos órgãos tem inervação autônoma mista, embora tenha alguns casos em que há apenas inervação simpática ou parassimpática.
Pode-se dizer que o parassimpático tem ações localizadas a um órgão ou setor do organismo, enquanto o simpático, embora possam se locais, tendem a ser difusas, atingindo vários órgãos. A sustentação de tal argumento se dá na base anatômica, que mostra que os gânglios parassimpáticos estão mais próximos das vísceras, fazendo com que o território de distribuição das fibras pós-ganglionares seja necessariamente restrito e, além disso, uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com número pequeno de fibras pós-ganglionares. Já no simpático é o contrário, os gânglios estão afastados das vísceras e uma fibra pré-ganglionar faz sinapse com várias fibras pós-ganglionares.
Em determinadas circunstâncias, todo o sistema simpático é ativado, produzindo uma descarga em massa, na qual a medula adrenal é também ativada, lançando adrenalina no sangue, a qual age em todo o organismo. E como, recebe inervação simpática pré-ganglionar, a medula atua como um gânglio. Nesse caso, a adrenalina vai atuar como um hormônio, pois tem ação a distância através da circulação sanguínea, amplificando os efeitos da ativação simpática. Temos assim, uma reação de alarme, que ocorre em certas manifestações emocionais e situações de emergência, em que o indivíduo deve estar preparado para lutar ou fugir. Após receber o estímulo sensitivo, do cérebro, especialmente do hipotálamo, partem impulsos nervosos que vão ativar os neurônios simpáticos pré-ganglionares na coluna lateral da medula. E essa ativação visa preparar o organismo para o esforço físico que será necessário para resolver a situação. Exibem-se tais alterações:
· Glicogenólise;
· Aumento do fluxo sanguíneo para áreas importantes, como para a musculatura esquelética;
· Aumento do ritmo cardíaco, acompanhado de aumento na circulação coronariana;
· Vasoconstrição nos vasos mesentéricos e cutâneos, de modo a mobilizar mais sangue para os músculos estriados. 
· Aumento da PA;
· Dilatação dos brônquios, melhorando a condição respiratória;
· Dilatação das pupilas;
· Diminuição do peristaltismo e fechamento de esfíncteres no tubo digestivo;
· Aumento da sudorese e ereção dos pelos

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