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Governança de TI
LUCIANA DO AMARAL TEIXEIRA
1ª Edição
Brasília/DF - 2022
Autores
Luciana do Amaral Teixeira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução ..............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
Governança de Tecnologia da Informação ............................................................................................................7
Capítulo 2
O Modelo de Governança de Tecnologia da Informação .............................................................................. 19
Capítulo 3
Planejamento, Implementação e Gerenciamento da Governança de Tecnologia da Informação .. 31
Capítulo 4
COBIT: Control Objectives for Information and Related Technology ...............................................................42
Capítulo 5
ITIL: Information Technology Infrastructure Library ............................................................................................56
Capítulo 6
Outros modelos de suporte à governança de TI ............................................................................................. 70
Referências .......................................................................................................................................................................... 85
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORGanIzaçãO DO LIvRO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Gotas de Conhecimento
Partes pequenas de informações, concisas e claras. Na literatura há outras 
terminologias para esse termo, como: microlearning, pílulas de conhecimento, 
cápsulas de conhecimento etc.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Neste livro didático, apresentaremos os conceitos relacionados à Governança da Tecnologia 
da Informação (TI). Para tanto, discutiremos os vários processos a ela relacionados que 
permitem aos profissionais dessa área gerenciar de maneira mais adequada os riscos e 
operar de forma mais eficiente para o benefício da organização.
atenção
Antes de darmos início à nossa leitura, reflita um instante sobre a palavra “governança”. Qual é o seu significado?
A definição de governança que melhor se aplica ao contexto da Tecnologia da 
Informação diz respeito ao conjunto de medidas adotadas de modo a garantir 
transparência, igualdade, efetividade e eficiência na administração dos serviços 
e recursos relacionados à TI.
A Governança de TI é um elemento da governança corporativa que busca melhorar 
a gestão geral de TI e obter maior retorno sobre o investimento em informação 
e tecnologia. Sua estruturação permite que as organizações gerenciem seus 
riscos de TI com eficácia e garantem que as atividades associadas à informação 
e tecnologia estejam alinhadas com os objetivos gerais do negócio.
Ao longo deste livro didático, abordaremos temas associados aos fatores motivadores 
da Governança de TI, bem como seus objetivos e componentes principais. 
Além disso, discutiremos seu modelo mais genérico, que pode ser adequado a 
diferentes tipos de organização, e suas funções típicas. Em seguida, veremos de 
que maneira um programa de Governança de TI deve ser planejado, implementado 
e gerenciado de forma a garantir sua efetividade. Por fim, conheceremos alguns 
dos principais modelos de apoio à Governança de TI, como COBIT, ITIL, CMMI, 
MPS.BR, PMBOK e outros.
Objetivos
 » Apresentar os objetivos, os componentes e o conceito da Governança de TI.
 » Discutir o Modelo de Governança de TI e suas diferentes áreas.
 » Explicar o planejamento e a implementação do Programa de Governança de TI.
 » Orientar sobre o gerenciamento da Governança de TI.
 » Examinar diferentes modelos de suporte à Governança de TI.
7
Introdução
A Governança de TI (GTI) se preocupa com o controle e a supervisão dos recursos e 
serviços de TI. Isso demanda o alinhamento do gerenciamento e das operações com 
as necessidades e requisitos do negócio e a garantia de que a organização esteja em 
conformidade com as políticas e regulamentos internos e externos. 
A governança também é responsável pela visão de TI a ser adotada pela organização. 
Assim, ela é tradicionalmente uma responsabilidade da alta gestão, embora seja cada 
vez mais comum que partes dessa atividade sejam delegadas a níveis hierárquicos 
mais baixos. É importante ressaltar que a GTI acontece de forma separada da Gestão 
de TI. Na verdade, elas são complementares: a gestão determina “como” as coisas 
devem ser feitas, enquanto a governança determina “quem” deve fazê-las.
Neste capítulo, discutiremos o conceito de GTI e refletiremos sobre os motivos pelos 
quais é importante que ela faça parte do plano de gestão geral das organizações. 
Além disso, veremos quais são os objetivos da Governança de TI e quais componentes 
contribuem para que eles sejam alcançados.
Objetivos
 » Refletir sobre o conceito de Governança de TI.
 » Discutir os fatores motivadores da Governança de TI.
 » Conhecer os objetivos da Governança de TI.
 » Identificar os componentes da Governança de TI.
1
CAPÍTULO
GOvERnança DE TECnOLOGIa Da 
InFORMaçãO
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8
CAPÍTULO 1 • GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
1.1. Conceito de Governança de TI
A Governança de TI pode ser definida de diferentes maneiras. Segundo o Glossário 
Gartner de Tecnologia da Informação, a GTI pode ser definida como o conjunto de 
processos que garantem o uso eficaz e eficiente da TI de modo a permitir que uma 
organização atinja seus objetivos. Pode-se, entretanto, definir a governança de forma 
mais ampla, considerando-a como a alocação de direitos de decisão e responsabilidades 
pela empresa:quem tem autoridade para tomar decisões importantes que influenciam 
a necessidade e o valor derivado da tecnologia e se responsabilizar por elas?
Para o IT Governance Institute (ITGI – Instituto de Governança de TI), a GTI se preocupa 
com dois aspectos principais: a entrega de valor da TI para o negócio e a mitigação dos 
riscos de TI. Para tanto, é preciso alinhar estrategicamente a TI ao negócio e proceder 
a inclusão da responsabilidade na empresa. Ambas iniciativas precisam ser apoiadas 
por recursos adequados para garantir que os resultados sejam obtidos.
atenção
O IT Governance Institute foi criado em 1998 pela Information Systems Audit and Control Association – ISACA (Associação 
de Auditoria e Controle de Sistemas de Informação). Seu objetivo é promover padrões internacionais de gestão e controle 
da tecnologia da informação de uma organização. O ITGI fornece pesquisas, publicações e recursos sobre governança 
de TI e tópicos relacionados para ajudar os líderes empresariais a garantir que a estratégia de TI apoie a missão e os 
objetivos do negócio.
1.1.1 as cinco áreas de foco da Governança de TI
Introduzir a Governança de TI na organização pode ser uma experiência desafiadora, 
pois cada especialista na área pode ter uma maneira diferente de implementá-la. O 
preocupante é que uma interpretação livre da GTI pode ameaçar a integridade da 
organização e resultar em uma aplicação ineficaz. 
Um dos principais desafios das organizações é definir onde e como a TI deve ser 
empregada para atender às demandas de hoje e se preparar para as necessidades 
de amanhã. De modo a ajudar as empresas a se concentrarem nos aspectos que 
podem ser mais críticos para que se trilhe o caminho adequado no que diz respeito 
aos esforços direcionados à tecnologia, a GTI define cinco áreas principais de foco, 
conforme mostra a figura 1.
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9
GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 1
Figura 1. Cinco áreas de foco da Governança em TI.
Governança 
de TI
1.
Alinhamento 
Estratégico
2.
Entrega de 
Valor
3.
Gestão de 
Riscos
4.
Gestão de 
Recursos
5.
Medição de 
Desempenho
Fonte: elaborada pela autora.
 » Essas cinco áreas de foco foram definidas pela ISACA de modo a determinar um 
conjunto de diretrizes para a prática imparcial da GTI. A preocupação de cada 
uma delas é descrita a seguir.
 » Alinhamento estratégico: para ser eficaz ao permitir e apoiar a realização dos 
objetivos de negócios, a estratégia de negócios deve orientar a estratégia de 
TI. Diante disso, pode-se afirmar que as estratégias de negócios e TI estão 
intrinsecamente relacionadas e as operações de negócios eficientes e eficazes, 
bem como o crescimento da organização, dependem do alinhamento adequado 
das duas. Os objetivos organizacionais e os planos de Governança de TI devem 
estar alinhados de forma a permitir que os dois elementos trabalhem juntos como 
um só e gerem benefícios para a empresa. A proposta de valor de TI deve ser bem 
definida, mantida e validada para que o alinhamento real possa ganhar vida.
 » Entrega de valor: a Governança de TI ajuda a empresa a obter benefícios comerciais 
otimizados por meio do gerenciamento eficaz de investimentos habilitados para 
TI. Frequentemente, há uma preocupação considerável em um conselho ou nível 
de gerenciamento sênior de que as iniciativas de TI não estejam se traduzindo em 
benefícios. É importante se ater à proposta de valor ao longo de todo o ciclo de 
entrega. Isso se deve ao fato de que as metas organizacionais, provavelmente, só 
serão realizadas se a TI cumprir as promessas relacionadas à estratégia. A gestão 
deve tomar medidas cruciais para otimizar custos e aumentar o valor da TI.
anagu
Realce
10
CAPÍTULO 1 • GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
 » Gestão de riscos: no contexto empresarial, cada vez mais repleto de recursos 
tecnológicos, identificar, avaliar, mitigar, gerenciar, comunicar e monitorar 
riscos de negócios relacionados à TI deve ser parte integral das atividades de 
governança. A alta administração assume a liderança no que se refere ao aumento 
da consciência de risco na organização, influenciada por uma variedade de 
fatores internos e externos. As partes responsáveis devem desenvolver um senso 
aguçado de riscos iminentes que podem afetar as estratégias organizacionais. 
Além disso, a administração deve garantir a transparência dos riscos a terceiros 
e incutir responsabilidades de gerenciamento de risco nos funcionários.
 » Gestão de recursos: para ser eficaz, a TI requer recursos suficientes e competentes 
(pessoas, informações, infraestrutura e aplicativos) para atender às demandas 
de negócios e viabilizar as atividades necessárias para atender aos objetivos 
estratégicos atuais e futuros. Assim, a otimização do conhecimento e da 
infraestrutura é importante para que se atinjam os objetivos de negócio. O 
investimento em recursos de TI é necessário para reunir todos os elementos e 
colocá-los para trabalhar em sincronia uns com os outros. Além disso, a gestão 
adequada de tais recursos também é necessária para garantir que não haja 
desperdício e que todos os recursos estejam prontamente disponíveis.
 » Medição de desempenho: várias técnicas podem ser usadas para rastrear e 
monitorar a implementação da estratégia de TI. Elas ajudam a fornecer insights 
sobre o uso de recursos e a entrega de serviços. Isso permite que medidas 
corretivas sejam tomadas antes que as falhas ocorram. 
 » O que talvez seja mais importante observar, no entanto, não é que todas as cinco 
áreas de foco da Governança de TI estejam totalmente presentes na empresa, mas 
que recomendações, padrões e melhores práticas referenciados nos domínios 
sejam considerados e aplicados de acordo com as necessidades, requisitos e 
recursos do negócio. Assim, a categorização sugerida pela ISACA é mais útil 
quando considerada uma diretriz básica para introduzir as melhores práticas de 
Governança de TI no negócio quando e onde elas são necessárias. No entanto, 
é aconselhável que, independentemente do tamanho e do nível de maturidade 
do negócio, pelo menos alguns elementos de cada domínio estejam presentes 
para garantir uma Governança de TI eficaz.
1.2. Fatores motivadores da Governança de TI
A Governança de TI requer que os recursos tecnológicos sejam distribuídos de forma 
responsável pela organização com vistas a priorizar o sucesso geral dos negócios. 
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11
GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 1
Isto é, a GTI exige que a TI não seja alocada com base nas necessidades individuais 
da equipe, mas sim em metas organizacionais coletivas. Para tanto, alguns aspectos 
principais motivam a presença da Governança de TI nas organizações, conforme 
apresentado na figura 2.
Figura 2. Fatores motivadores da Governança em TI.
Governança 
de TI
1.
TI como 
serviço
2.
Integração 
tecnológica
3.
Segurança da 
informação
4.
Dependência 
do negócio
em relação à 
TI
5.
Marcos de 
regulação
Fonte: adaptada de Fernandes; abreu, 2014, p. 7.
Observe a seguir a descrição das características desses fatores que motivam a presença 
da GTI nas empresas.
 » TI como serviço: trata-se de um método de entrega que vê a Tecnologia da 
Informação como um produto e, portanto, fornece para a empresa exatamente 
a quantidade de hardware, software e suporte de que ela necessita por uma 
taxa mensal previamente acordada. Do inglês “IT as a service” (ITaaS), nesse 
contexto, a TI engloba todas as tecnologias para criar, armazenar, trocar e usar 
dados dos negócios. De acordo com seus proponentes, a ITaaS oferece vários 
benefícios, dentre eles: 
 › investimento inicial mínimo em TI;
 › despesas regulares e previsíveis;
 › transparência financeira nos investimentos de TI;
 › monitoramento contínuo de serviços;
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12
CAPÍTULO 1 • GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
 › suporte técnico especializado;
 › escalabilidade;› atualizações regulares de software e patches;
 › garantia de hardware atualizado.
atenção
A escalabilidade é uma característica que permite o aumento da capacidade e das funcionalidades de recursos de hardware 
e software de acordo com a demanda de seus usuários. Um serviço escalável pode permanecer estável enquanto se adapta a 
mudanças, atualizações, revisões e ampliação ou redução de recursos.
Saiba mais
O termo “patch” – que, em português, significa “remendo” – refere-se a um programa de computador criado com o objetivo 
de corrigir problemas ou incluir melhorias em outros programas já existentes.
 » Integração tecnológica: diferentes setores da organização podem ser integrados 
via TI de modo a contribuírem uns com os outros. Segundo Fernandes e Abreu 
(2014), algumas das integrações mais significativas acontecem entre:
 › cadeias de suprimento;
 › gestão da empresa e seu chão de fábrica;
 › funções administrativas e padronização dos aplicativos nas filiais;
 › redes de distribuição de produtos;
 › processos de desenvolvimento e manufatura de produtos;
 › processos de gestão de clientes;
 › gestão estratégica com a gestão tática e operacional.
Nas integrações descritas anteriormente, diferentes tipos de recursos tecnológicos 
podem ser necessários, como infraestrutura de rede e internet, aplicações do tipo 
Enterprise Resource Planning (ERP), Manufacturing Execution System (MES) e Customer 
Relationship Management (CRM), além de recursos de data warehouse, data mining 
e de inteligência organizacional.
13
GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 1
Saiba mais
Um sistema do tipo Enterprise Resource Planning (ERP) é um sistema integrado de gestão empresarial que interliga, em um 
único sistema, os dados e processos de uma organização.
Uma aplicação do tipo Manufacturing Execution System (MES) refere-se a um sistema de execução de manufatura que 
conecta, monitora e controla sistemas de fabricação complexos e fluxos de dados no chão de fábrica. O principal objetivo de 
um MES é garantir a execução eficaz das operações de manufatura e melhorar a produção.
Um sistema de Customer Relationship Management (CRM) compila dados de clientes de vários canais, incluindo site da 
empresa, registros de telefone, chat ao vivo, mala direta, materiais de marketing e mídia social. Esses sistemas podem 
oferecer grandes benefícios para as empresas.
Um data warehouse – que, em português, significa “armazém de dados” – ajuda os usuários a compreender e aprimorar o 
desempenho de sua organização. A necessidade de armazenar dados evoluiu à medida que os sistemas computacionais se 
tornaram mais complexos e precisaram lidar com quantidades crescentes de informações.
O termo data mining – que, em português, significa “mineração de dados” – faz referência ao processo de localização 
de padrões potencialmente úteis em grandes conjuntos de dados. Demanda abordagem multidisciplinar que recorre a 
aprendizado de máquina, estatística e inteligência artificial para extrair informações de modo a avaliar a probabilidade de 
determinados eventos futuros.
 » Segurança da informação: um aspecto que assombra todos os profissionais 
de segurança da informação é que nunca haverá recursos suficientes para 
mitigar todos os riscos potenciais de segurança. É função do Chief Information 
Security Officer (CISO) tomar as decisões críticas sobre onde alocar os recursos 
da organização para a redução máxima de risco relacionado à informação. É 
extremamente importante considerar a governança de segurança de TI de forma 
a priorizar riscos e criar suporte para proteger a organização.
Saiba mais
O Chief Information Security Officer (CISO) é o executivo responsável pelos dados e necessidades de segurança cibernética de 
uma organização.
 » Dependência do negócio em relação à TI: a teoria da dependência baseia-se no 
princípio de que uma organização deve se envolver em transações com outros 
atores e organizações em seu ambiente para adquirir recursos. Embora tais 
transações possam ser vantajosas, elas também podem criar dependências que 
não as são. Os recursos de que a organização precisa podem ser escassos, nem 
sempre prontamente obtidos ou estar sob o controle de atores não cooperativos. 
As trocas desiguais resultantes geram diferenças de poder, autoridade e acesso a 
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Realce
14
CAPÍTULO 1 • GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
recursos adicionais. No que diz respeito à TI, quanto maior o número de processos 
e serviços organizacionais que dependem da tecnologia para serem realizados 
e/ou ofertados, maior será o papel estratégico da TI nessa organização.
 » Marcos de regulação: comumente chamados de “compliance” – que, em 
português, significa “conformidade” – referem-se aos processos por meio 
dos quais as organizações mostram que estão obedecendo os requisitos de 
contratos, regulamentos, políticas e leis. A conformidade é uma preocupação 
predominante nos negócios, em parte por causa de um número cada vez maior 
de regulamentações que exigem que as empresas estejam atentas para manter 
um entendimento completo de seus requisitos de conformidade regulamentar. 
Um exemplo na área de TI é a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), 
que busca proteger os dados pessoais contra vulnerabilidades e vazamentos.
Saiba mais
Se quiser saber mais sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, visite o site https://www.serpro.gov.br/lgpd/. Acesso 
em: 7 maio 2021.
1.3. Objetivos da Governança de TI
A Governança de TI engloba aspectos relacionados a liderança, estruturas e processos 
que permitem que a organização tome decisões para garantir que sua TI sustente e 
amplie suas estratégias e objetivos. A GTI é parte integrante da governança corporativa 
geral e, portanto, demanda compreensão clara das metas e objetivos estratégicos da 
empresa, além de uma estrutura com processos passíveis de repetição para apoiar 
as decisões. Tudo isso visa garantir o alinhamento dos investimentos em TI com as 
metas e objetivos da organização. 
De modo geral, conforme apresentam Fernandes e Abreu (2014, pp. 15-16), a GTI 
reforça que as decisões de TI se concentrem em promover:
 » o posicionamento mais claro e consistente da TI em relação às demais áreas;
 » o alinhamento e a priorização das iniciativas de TI com a estratégia do negócio;
 » o alinhamento da arquitetura de TI, sua infraestrutura e aplicações às necessidades 
do negócio;
15
GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 1
 » a implantação e a melhoria dos processos operacionais e de gestão necessários ao 
atendimento dos serviços de TI segundo os padrões que atendem às necessidades 
da organização;
 » a TI de estrutura de processos que viabilize a gestão dos riscos e compliance 
para garantia da continuidade operacional da empresa;
 » o emprego das regras para as responsabilidades sobre decisões e ações relativas 
à TI no contexto organizacional.
atenção
O termo “compliance” foi definido na seção anterior, na qual foram apresentados os fatores motivadores da Governança de 
TI. Se deixou de ler essa definição, volte à seção anterior antes de prosseguir.
Em resumo, a Governança de TI trata da tomada de decisões de maneira estruturada e 
passível de repetição para apoiar o investimento e o uso de TI com vistas a atingir os 
objetivos de uma organização. A intenção da GTI é, então, garantir que os investimentos 
em TI gerem valor comercial e mitiguem os riscos relacionados à tecnologia. 
É importante ressaltar que a GTI influencia o grau em que uma organização obterá 
valor de seus investimentos em TI. Pesquisas entre organizações do setor privado 
descobriram que as empresas de alto desempenho são bem-sucedidas na obtenção 
de valor de TI onde outras falham porque, em grande parte, realizam implementação 
eficaz da GTI para apoiar suas estratégias e institucionalizar boas práticas. Esse 
princípio pode ser estendido aos objetivos da empresa como um todo. 
Considerando que o objetivo da governança corporativaé, em última instância, derivar 
valor dos recursos da empresa para todos os seus constituintes com base nas metas e 
estratégias corporativas definidas, pode-se dizer que o objetivo da Governança de TI 
é garantir a gestão eficaz e eficiente, bem como a entrega de bens e serviços alinhado 
às estratégias da empresa.
1.4. Componentes da Governança de TI
A Governança de TI compreende diferentes domínios que, quando integrados de 
maneira adequada, permitem que se apliquem as estratégias de TI de forma a garantir 
a entrega de produtos e serviços a ela relacionados. Observe na figura 3 a maneira 
como Fernandes e Abreu (2014, p. 17) apresentam a organização desses componentes 
e domínios. 
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16
CAPÍTULO 1 • GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
Figura 3. Domínios da Governança de TI.
ALINHAMENTO
ESTRATÉGICO E
COMPLIANCE
DECISÃO,
PRIORIZAÇÃO E
ALOCAÇÃO DE
RECURSOS
ESTRUTURA,
PROCESSOS,
OPERAÇÃO E
GESTÃO
GESTÃO DO
VALOR E DO
DESEMPENHO
DOMÍNIOS DA GOVERNANÇA DE TI
Fonte: adaptada de Fernandes; abreu, 2014, p. 17.
No primeiro domínio, o alinhamento estratégico de TI envolve a combinação de 
estratégias, planos, processos, investimentos e decisões das unidades de TI para 
apoiar a funcionalidade geral e o propósito das metas e objetivos da organização. A 
execução desse alinhamento requer a fusão de todos os componentes organizacionais 
da empresa, incluindo operações, finanças, recursos humanos e departamentos 
de TI. Já a conformidade em TI refere-se a um conjunto de requisitos e práticas de 
segurança digital. Segui-los é uma forma de garantir que os processos de negócios de 
uma empresa sejam seguros e que dados confidenciais (incluindo dados de clientes) 
não sejam acessados por partes não autorizadas. 
Para estar em conformidade, é necessário implementar medidas de segurança 
adequadas para proteger os dados contra acesso não autorizado, exposição, ataques 
cibernéticos e outras ameaças. Ao implementar fortes práticas de segurança de TI, 
não apenas cumprem-se as leis, mas também protege-se a empresa das consequências 
negativas das violações de dados. Além disso, estar em conformidade é uma boa 
maneira de aumentar a confiança entre a empresa e seus clientes.
Quanto ao segundo domínio, há muitos aspectos da tomada de decisão de Governança 
de TI que precisam ser considerados. Governança tem tudo a ver com decidir “quem, 
o quê, quando, por que e como” tomar decisões. Por exemplo: que tipo de decisões 
de TI precisam ser feitas todos os dias? Quem tem os direitos de tomada de decisão? 
Como as decisões são formadas e implementadas? Além disso, é preciso considerar 
também como as decisões exigidas pela organização são tomadas, as funções na 
empresa que são responsáveis por quais decisões, as políticas que orientam como 
essas decisões são tomadas e em que ponto do processo de governança elas acontecem 
apropriadamente. Uma estrutura adequada pode realmente ajudar as empresas a 
alocar direitos de decisão de TI de modo que essas decisões individuais se alinhem 
aos objetivos estratégicos.
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GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 1
No terceiro domínio, estrutura, processos, operação e gestão são elementos 
importantes da Governança de TI. A estrutura envolve a definição de papéis e 
responsabilidades dentro de cada divisão da organização. Os processos englobam a 
tomada de decisões, bem como o planejamento e o monitoramento que garante que 
as políticas de TI sejam adequadas às necessidades do negócio. A operação refere-se 
à troca entre TI e negócios, diálogos, conhecimento compartilhado e comunicação. 
Por fim, a gestão é a responsável por acompanhar as etapas anteriores e garantir 
que aconteçam conforme planejado.
A gestão do valor, citada no quarto domínio, se preocupa com a criação de valor 
sustentável, seja em nível de projeto, seja em nível de produto, processo, organizacional 
ou social. Ela se concentra em melhorar e manter um equilíbrio desejável entre as 
necessidades e desejos dos stakeholders e os recursos necessários para satisfazê-los. 
Os princípios centrais do valor de TI podem ser vistos como compartilhamento da 
informação e entrega dentro do cronograma e do orçamento, levando à obtenção dos 
benefícios prometidos. 
Saiba mais
O termo “stakeholders” – que, em português, significa “partes interessadas” – não costuma ser traduzido e está muito 
presente na literatura sobre projetos. Ele faz referência a uma parte que tem interesse em uma empresa e pode afetar ou ser 
afetada pelo negócio. Os principais interessados em uma organização típica são seus investidores, funcionários, clientes e 
fornecedores. No entanto, com a crescente atenção voltada à responsabilidade social corporativa, o conceito foi estendido 
para incluir comunidades, governos e associações comerciais.
A gestão do desempenho, por sua vez, é um sistema de trabalho que começa quando 
um trabalho é definido conforme necessário e se encerra quando um funcionário deixa 
a organização para encontrar um novo emprego ou se aposentar. O gerenciamento de 
desempenho define como se dá a interação com um funcionário e transforma cada 
oportunidade de interação em uma ocasião de aprendizagem.
Para refletir
Existem muitas maneiras de implementar a Governança de TI, mas os princípios permanecem os mesmos. Embora seja 
possível debater o método de implementação, não há como questionar ou discutir o valor essencial da GTI nas organizações. 
Independentemente do tamanho da empresa, alguma forma de governança de TI deve fazer parte dos procedimentos 
organizacionais. Com certeza, trata-se de um processo burocrático, mas definitivamente essencial.
anagu
Realce
18
CAPÍTULO 1 • GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
Sintetizando
Neste capítulo, abordamos: 
 » o conceito de Governança de TI;
 » os fatores motivadores da Governança de TI;
 » os objetivos da Governança de TI;
 » os componentes da Governança de TI.
19
Introdução
Nos últimos anos, a atenção da gestão corporativa tem se concentrado cada vez mais 
na governança de TI. Em conjunto com a governança da empresa como um todo, a TI 
deve estar integrada em uma estrutura holística que seja orientada para o objetivo 
corporativo e que defina diretrizes e padrões com relação aos recursos de tecnologia 
da informação. A eficiência, os riscos e os custos associados a esses recursos devem ser 
gerenciados tão profissionalmente quanto qualquer outro fator crítico de sucesso de 
uma empresa. Para tanto, as organizações costumam recorrer a modelos que ajudem 
na orientação da implementação adequada dos aspectos relacionados à governança 
de TI.
O Modelo de Governança de Tecnologia da Informação (MGTI) define as formas e os 
métodos pelos quais uma organização pode implementar, gerenciar e monitorar a 
governança de TI. Ele estabelece princípios, regras e processos que permitem uma 
tomada de decisão eficaz e viabiliza formas para abordar como as decisões são tomadas, 
quem tem autoridade para tomá-las e como elas serão comunicadas. 
O MGTI deve ser adequado e flexível, de modo que possa se adaptar prontamente 
às mudanças nos requisitos de negócios. Esse modelo precisa ser multicamadas, 
idealmente em três níveis: executivo, comercial e operacional. Isso não apenas garante 
uma tomada de decisão eficaz, mas também fornece um caminho de escalonamento 
claro para a resolução de conflitos. 
Neste capítulo, discutiremos uma visão geral do MGTI e refletiremos acerca do 
alinhamento estratégico da área de TI com as outras da organização. Além disso, 
conheceremos os aspectos principais do plano de TI e do portfólio de TI e conheceremos 
os serviços de tecnologia da informação. Por fim, abordaremos alguns aspectos 
principais relacionados à gestão do desempenho da TI.
2
CAPÍTULO
O MODELO DE GOvERnança DE 
TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
anagu
Realce
20
CAPÍTULO 2 • O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
Objetivos
 » Conhecer uma visão geral do Modelo de Governançade TI.
 » Refletir sobre o alinhamento estratégico de TI.
 » Identificar os principais aspectos do plano de TI.
 » Discutir as características do portfólio de TI.
 » Especificar os serviços de TI.
 » Apreciar a finalidade da gestão de desempenho de TI.
2.1. visão geral do Modelo de Governança de TI
O MGTI é um tipo de estrutura que define as formas e os métodos pelos quais uma 
organização pode implementar, gerenciar e monitorar a governança de TI. O MGTI ajuda 
as organizações a estabelecerem e avaliarem aspectos relacionados ao desempenho e 
à eficácia dos processos de governança de TI e preocupa-se com questões relacionadas 
à conformidade legal e regulatória dos recursos de TI.
Para o desenvolvimento, a introdução e o controle da governança de TI, em um sentido 
mais preciso, a gestão da empresa deve criar um modelo organizacional específico 
para TI, com especificações acerca da tomada de decisão, papéis e responsabilidades. 
Além disso, o modelo precisa definir as características dos cinco domínios principais 
da GTI. São eles:
 » alinhamento estratégico: a estratégia de TI deve estar alinhada com a estratégia 
da organização como um todo;
 » entrega de valor: a contribuição de valor da TI para o sucesso de uma organização 
deve ser medida e avaliada;
 » gestão de riscos: os riscos devem ser identificados e gerenciados;
 » gestão de recursos: as decisões devem ser tomadas considerando o uso eficiente 
e orientado para objetivos de recursos;
 » medição de desempenho: o grau de implementação dos primeiros quatro domínios 
deve ser medido e avaliado.
O MGTI, em específico, deve estar baseado em três elementos principais: a estrutura, 
o processo e a comunicação, conforme veremos na figura a seguir.
21
O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 2
Figura 4. Elementos principais do Modelo de Governança de TI.
Estrutura Processo Comunicação
MODELO DE GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Fonte: elaborada pela autora.
As especificidades de cada elemento são as seguintes.
 » Estrutura: Quem deve tomar as decisões? Que organizações estruturais serão 
criadas, quem fará parte dessas organizações e que responsabilidades assumirão?
 » Processo: Como são tomadas as decisões relacionadas a investimentos em TI? 
Quais são os processos de tomada de decisão para propor investimentos, revisar 
investimentos, aprovar investimentos e priorizar investimentos?
 » Comunicação: Como os resultados dos processos e decisões serão monitorados, 
medidos e comunicados? Quais mecanismos serão usados para comunicar as 
decisões de investimento em TI ao conselho de administração, gestão executiva, 
gestão de negócios, gestão de TI, funcionários e acionistas?
Um aspecto relevante com relação a um modelo genérico de governança de TI é que 
ele é adaptável a diferentes contextos. Isso significa que seus componentes podem 
ser combinados de maneiras distintas com vistas a se adequarem às necessidades da 
organização na qual o modelo será implantado. Aragon e Ferraz (2014, p. 41) sugerem 
um modelo genérico que pode ser usado como ponto de partida para a implantação 
da GTI. A sequência inicial básica de estruturação, segundo os autores, pode ser a 
que se vê na figura a seguir.
Figura 5. Modelo Genérico de Governança de TI.
Riscos e compliance Avaliação independente
Gestão de mudança 
organizacional
Alinhamento
estratégico
Entrega de valor
Gestão de 
desempenho
Comunicação
Fonte: adaptada de aragon; Ferraz, 2014, p. 41.
22
CAPÍTULO 2 • O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
Conforme esclarecido anteriormente, o modelo apresentado na figura 5 serve apenas 
como um norte na definição do MGTI específico de cada empresa. Todas as áreas 
descritas podem ser consideradas ou apenas algumas delas. Isso deve ser definido 
segundo o contexto da organização.
Existem alguns modelos específicos, também chamados de frameworks, bastante 
utilizados na área de Governança de TI. Veja alguns deles:
 » COBIT: este é o modelo mais popular de GTI e será discutido em detalhes no 
Capítulo 4. A sigla significa Control Objectives for Information and Related 
Technology – em português, “Objetivos de controle para informação e tecnologia 
afim”. Ele especifica 37 processos de TI, cada um deles com entradas e saídas de 
processo, objetivos, métodos para medir o desempenho e muito mais;
 » ISO/IEC 38500: tem como objetivo auxiliar aqueles no topo da organização a 
compreender melhor suas obrigações legais e éticas no que se refere ao uso de 
TI pela empresa. Será detalhado no Capítulo 6;
 » ITIL: a sigla significa Information Technology Infrastructure Library – em 
português, “Biblioteca de Infraestrutura de Tecnologia da Informação”. Trata-se de 
um modelo que inclui cinco boas práticas de gerenciamento que visam garantir 
que a TI ofereça suporte às principais operações de negócios da organização. 
Esse modelo será apresentado em detalhes no Capítulo 5;
 » CMMI: este processo usa uma escala de 1 a 5 para entender melhor como a 
organização está se saindo e amadurecendo ao longo do tempo. A sigla significa 
Capability Maturity Model Integration – em português, “Integração do modelo 
de maturidade de capacidade”. Será detalhado no Capítulo 6.
A lista anterior não está completa. Existem diversos modelos de governança de TI que 
oferecem uma visão completa ou parcial dos aspectos relacionados à GTI e que podem 
ser úteis quando se trata da aplicação de um processo de governança sólido e eficaz.
Saiba mais
O termo framework é bastante utilizado na área de Computação. Em geral, um framework tem como principal objetivo 
sugerir resoluções para problemas recorrentes de uma área com uma abordagem genérica, permitindo que o profissional 
concentre seus esforços na resolução do problema em si.
Adaptado de https://tableless.github.io/iniciantes/manual/js/o-que-framework.html. Acesso em: 18 maio 2021.
23
O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 2
2.2. O alinhamento estratégico de TI
Em qualquer segmento, algumas empresas se saem melhor do que outras. O alinhamento 
estratégico é uma das principais diferenças entre as organizações que apresentam um 
bom desempenho e aquelas que não o fazem. Trata-se, portanto, de uma característica 
fundamental para qualquer empresa que deseje atingir seus objetivos.
A compreensão do alinhamento estratégico começa com a compreensão do conceito 
de estratégia. É muito comum que se pense em estratégia como “declarações de visão” 
ou “declarações de missão”, mas essas características são apenas uma pequena parte 
da estratégia geral. A missão e a visão são declarações que ajudam a definir para que 
serve a organização e para onde os executivos gostariam de levá-la.
No contexto do alinhamento estratégico, a estratégia define o “como”. Por exemplo, a 
visão ou missão pode definir algo como: “Queremos ser o fabricante de widgets mais 
lucrativo do mundo”. A pergunta-chave que precisa ser respondida antes que qualquer 
ação para implementação dessa visão estratégica seja implementada é: “Como devemos 
fazer isso?”. No caso do fabricante de widgets, é possível dizer: “Seremos o fornecedor 
de menor custo e teremos uma grande participação no mercado”.
A definição de “como” leva à definição dos objetivos estratégicos, ou seja, os alvos 
específicos que precisam ser atingidos para que se alcance a visão/missão. No exemplo 
anterior, no qual a organização decide ser um fabricante de widgets de baixo custo e 
grande participação no mercado, alguns dos objetivos estratégicos podem ser: reduzir 
os custos para fornecimento de widgets; aumentar os canais de distribuição; gerenciar 
o fluxo de caixa, pois, conforme o volume aumenta, a organização precisará de mais 
dinheiro para manter o estoque, por exemplo.
Saiba mais
O termo “widget” pode ter três definições distintas. Veja:
 » um pequeno dispositivo mecânico, como um botão ou interruptor, especialmente aquele cujo nome não é conhecido ou 
não podeser lembrado; gadget: “uma fileira de widgets no painel de instrumentos”;
 » algo considerado típico ou representativo, a partir de produtos de um fabricante: “os widgets saindo da linha de 
montagem”;
 » em tecnologia, um módulo em um site, em um aplicativo ou na interface de um dispositivo que permite aos usuários 
acessar informações ou executar uma função: “adicionei um widget de previsão do tempo à minha tela”.
Adaptado de https://www.dictionary.com/browse/widge. Acesso em: 19 mai. 2021.
24
CAPÍTULO 2 • O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
Definir uma estratégia, entretanto, não é suficiente, pois somente ela não é capaz de 
causar um efeito real no desempenho da organização. É o alinhamento das atividades 
com as estratégias que faz a diferença. Pense na seguinte situação: decidir que deseja 
uma xícara de café (estratégia) não é o mesmo que se levantar e fazer uma xícara de 
café (alinhar ações à estratégia).
É comum que se pense em alinhamento estratégico como um substantivo (o estado de 
ter tudo alinhado à estratégia), mas é melhor que o termo seja considerado um verbo, 
visto que demanda ação. Assim, pode-se definir o alinhamento estratégico como o 
processo de alinhar as decisões e ações de uma organização de forma que apoiem 
a realização dos objetivos estratégicos. Veja que a definição cita tomada de decisão 
e ações. As ações normalmente seguem as decisões; logo, se a organização não tem 
a capacidade de tomar decisões bem alinhadas, possivelmente não será capaz de 
implementar ações bem alinhadas.
No que se refere à GTI, pode-se dizer que o alinhamento estratégico entre negócios 
e TI é um dos conceitos de gestão modernos mais populares nas organizações, pois 
se refere ao grau de congruência entre as estratégias de negócios e a TI. Houve 
aumento significativo da importância do papel dos sistemas de informação e da TI nas 
organizações e diversas oportunidades surgiram a partir da presença da tecnologia 
nas empresas.
O uso estratégico da TI tornou-se uma questão fundamental para todos os negócios. 
A utilização eficaz e eficiente dos recursos de tecnologia requer o alinhamento 
das estratégias de TI com as estratégias de negócios, o plano de negócios e suas 
implementações. Isso viabilizará melhoria na competitividade e na produtividade, 
além de aprimorar os principais processos de negócios e explorar as oportunidades 
fornecidas pela TI para redesenhá-los.
atenção
Lembre-se: “o alinhamento estratégico é bidirecional, ou seja, da estratégia do negócio para a estratégia de TI, e vice-versa, 
pois a TI pode potencializar estratégias que seriam impossíveis de ser implementadas sem o auxílio da tecnologia da 
informação” (ARAGON; FERRAZ, 2014, p. 46).
2.3. O Plano de Tecnologia da Informação
Um Plano de TI, também conhecido como Plano Estratégico de TI (PETI), detalha as 
etapas a serem percorridas para a implementação da estratégia de TI da organização, 
bem como os prazos para a realização de cada uma delas. Essas etapas são necessárias 
25
O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 2
para que a estratégia de TI seja implementada e devem ter sua prioridade estabelecida. 
São fases distintas, mas iterativas, ou seja, pode-se retornar a uma etapa sempre que 
for necessário.
Um PETI visa definir os recursos de TI disponíveis na organização de modo a alinhar a 
infraestrutura tecnológica e da informação aos objetivos estratégicos. Não se trata de 
uma prescrição, mas de uma estrutura para permitir que os gerentes tomem decisões 
e implementem soluções que apoiem o plano estratégico geral. Um plano de TI não 
deve ser estático. Portanto, recomenda-se que ele seja construído de modo a permitir 
atualizações e se adaptar às mudanças advindas do contexto.
Conforme explicam Aragon e Ferraz (2014, p. 51), o plano de TI é um dos diversos 
planos estratégicos existentes na organização. Desse modo, ele precisa estar alinhado 
não apenas com a estratégia empresarial e competitiva da organização, mas também 
com os outros planos funcionais existentes. Veja a relação entre o PETI e os demais 
níveis da organização na figura a seguir.
Figura 6. Relação do Plano Estratégico de TI com outros planos funcionais.
Fonte: aragon; Ferraz, 2014, p. 51.
Um plano estratégico de TI é uma ferramenta muito importante. Ter um plano 
documentado permite que se converse com os executivos sobre os objetivos. Mais 
que isso, o PETI fornece à liderança a oportunidade de redirecionar qualquer um de 
seus esforços que possam não estar totalmente alinhados com a visão estratégica da 
organização. Ele permite que a liderança estabeleça compreensão acerca do trabalho 
do departamento de TI sem que seja necessário se envolver nas operações cotidianas.
26
CAPÍTULO 2 • O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
2.4. O portfólio de TI
Quando um supermercado introduz o self-checkout, seu objetivo pode ser cortar 
custos para obter mais lucro. Quando um restaurante de fast-food, como o Burger 
King ou o McDonalds, introduz a possibilidade de realizar pedidos por meio de um 
aplicativo móvel, seu objetivo pode ser fornecer um serviço aos nativos digitais de 
modo a permanecer como uma escolha relevante em um mundo cada vez mais on-line. 
Saiba mais
O sistema de self-checkout permite que os clientes escaneiem os produtos que desejam comprar e paguem por conta própria, 
ou seja, sem a presença de um funcionário na função de caixa. Se quiser ver um exemplo desse tipo de sistema, assista ao 
vídeo do Grupo Elgin, disponível em https://youtu.be/xYbNdHYTj24. Acesso em: 20 mai. 2021.
Os exemplos mostram que um mesmo investimento em TI pode agregar valores de 
negócio diferentes, dependendo do objetivo subjacente. Assim, as organizações podem 
escolher diferentes investimentos em TI para atender a diferentes objetivos e para se 
alinharem com seus modelos e metas de negócios. Assim como os investidores abordam 
seus objetivos de risco e retorno usando portfólios de investimentos financeiros, 
algumas organizações também usam o portfólio de TI para combinar de forma mais 
adequada os investimentos em TI com os objetivos estratégicos.
atenção
Quanto mais alinhado estiver o portfólio de TI ao modelo de negócios, maiores as chances de sucesso da organização.
Em um estudo de 2006, alguns pesquisadores da Escola de Administração do 
Massachussets Institute of Tecnhnology investigaram investimentos em TI em um grupo 
de empresas americanas. Eles identificaram quatro tipos de investimentos em TI que 
contribuem para formação de um portfólio adequado, conforme detalhado a seguir.
 » Investimentos transacionais: recomendados para reduzir custos ou aumentar 
o rendimento sem que haja aumento de custo. A TI dá suporte às operações 
básicas e repetitivas da empresa. 
 » Investimentos informacionais: recomendados para que se obtenham informações 
que apoiem a tomada de decisões e o controle da gestão, como contabilidade, 
relatórios, compliance, comunicação ou análise. Usa infraestrutura de TI e 
sistemas transacionais.
27
O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 2
 » Investimentos estratégicos: recomendados para que se alcance vantagem 
competitiva, apoiando a entrada em novos mercados ou ajudando no 
desenvolvimento de produtos, serviços ou processos de negócios inovadores. É 
importante observar que investimentos estratégicos podem se tornar transacionais 
ou infraestruturais com o passar do tempo. Os caixas eletrônicos, por exemplo, 
eram uma iniciativa estratégica de TI, mas se tornaram transacionais.
 » Investimentos em infraestrutura: representam os serviços de TI compartilhados 
por vários aplicativos, por exemplo, servidores, redes, notebooks, bancos de 
dados etc. Dependendo do serviço, os investimentos em infraestrutura atuam 
como base para futuras iniciativas de negócios ou servem para reduzir os custos 
de TI de longo prazo.
É possível perceber, a partir das categorias listadas, que a teoria do portfólio de TI é 
uma abordagemsofisticada de decisão de investimento que permite à organização 
classificar, estimar e controlar o tipo e a quantidade de risco e retorno esperados. 
Pensar em investimentos em TI como um portfólio ou um conjunto equilibrado de 
investimentos fornece uma abordagem abrangente para diferentes tipos de retornos 
de valor para o negócios, conforme se vê na tabela a seguir.
Tabela 1. Tipos de investimento em um portfólio de TI.
Tipo de Investimento Valor Agregado Grau de Risco/Retorno
Informativo 
(17% do investimento)
Maior controle; melhor informação; 
melhor integração; qualidade 
aprimorada.
Risco e retorno moderados.
Inovação estratégica de produto 
(11% do investimento)
Inovação de processos; vantagem 
competitiva; entrega de serviço 
renovada; aumento de vendas; 
posicionamento de mercado.
alto risco, retorno potencialmente alto.
Transacional 
(26% do investimento)
Corte de custos; aumento do 
rendimento Baixo risco, retorno sólido.
Infraestrutura
 (46% do investimento)
Integração de negócios; flexibilidade 
de negócios; custo marginal reduzido 
de TI da unidade de negócios; custos 
de TI reduzidos; padronização.
Risco e retorno moderados.
Fonte: elaborada pela autora.
atenção
As tecnologias de informação e comunicação são os principais facilitadores de negócios, pois impactam grande parte da 
organização e contribuem para seu sucesso geral. Qualquer investimento em tecnologia da informação precisa gerar um 
retorno ou agregar valor – conhecido como valor de negócio.
28
CAPÍTULO 2 • O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
2.5. Os serviços de TI 
O conjunto de serviços de TI de uma organização constituem um catálogo com 
informações detalhadas desses serviços em uma linguagem capaz de ser compreendida 
pelos clientes. Esse catálogo pode ser impresso ou virtual, disponibilizado na intranet 
da empresa ou por meio de uma mídia que o contenha. Independentemente do formato, 
o ideal é que ele seja de fácil acesso e compreensão.
O catálogo de serviços de TI pode variar, mas seu conteúdo deve levar em consideração 
os procedimentos relacionados à segurança da informação que tenham sido adotados 
pela organização. Normalmente, ele é composto por uma parte mais geral e outra 
mais específica. Aragon e Ferraz (2014, p. 75) apresentam uma estrutura e a sugerem 
como modelo para a definição do catálogo de serviços de TI. 
Figura 7. Modelo para o Catálogo de Serviços de TI.
CATÁLOGO DE 
SERVIÇOS DE TI 
Como usar o 
catálogo de 
serviços 
Estrutura de TI Quem é quem na 
TI 
Tecnologia de TI 
SERVIÇOS A 
USUÁRIOS SERVIÇOS À TI 
SERVIÇOS A 
CLIENTES E 
FORNECEDORES 
Service Desk Serviços de 
suporte 
Procedimentos de 
aceitação de sistemas 
Service Desk Procedimentos de 
gestão do TI 
Equipamentos 
homologados 
Solicitação de 
projetos 
Solicitação de 
manutenções 
Solicitações 
emergenciais 
Solicitação de 
extração de 
informações 
Eventos e 
treinamentos 
programados 
Catálogo de 
equipamentos 
homologados 
Serviços de segurança 
da informação 
Disponibilidade 
de aplicações 
Disponibilidade 
da rede 
Disponibilidade 
da infraestrutura 
Níveis de 
serviços 
Softwares 
homologados 
Serviços não 
disponíveis 
Procedimentos de 
gestão da mudança 
Solicitação de estudos 
de viabilidade 
Solicitação de 
documentos 
Banco de dados de 
problemas conhecidos 
Serviços de 
gestão de TI 
Serviços de 
sistemas 
Serviços de 
suporte 
Serviços de 
segurança da 
informação 
Serviços de 
infraestrutura 
Solicitação de 
documentos 
Procedimentos 
de sistemas 
Procedimentos de 
segurança da 
informação 
Procedimentos de 
gestão da 
infraestrutura 
Procedimentos de 
suporte 
Gestão de 
fornecedores 
Softwares 
homologados 
Níveis de serviços 
Banco de dados de 
problemas 
conhecidos 
Serviços não 
disponíveis 
Service Desk 
Uso dos 
sistemas 
Treinamentos 
disponíveis 
Níveis de 
serviços 
Bancos de dados 
de problemas 
conhecidos 
Fonte: aragon; Ferraz, 2014, p. 51.
Um aspecto importante relacionado aos serviços de TI é a sua gestão. O gerenciamento 
de serviços de TI abrange todas as atividades envolvidas no planejamento, no 
projeto, na transição, na entrega e na melhoria contínua dos serviços de TI. Muitas 
vezes limitado à nomenclatura “suporte de TI” ou “service desk”, o gerenciamento de 
serviços de TI vai além do gerenciamento de incidentes do dia a dia e do atendimento 
de solicitações de serviço.
29
O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 2
A implementação de um sistema de gerenciamento de serviços de TI pode formalizar 
todas as práticas, estabelecendo funções e responsabilidades, políticas e procedimentos. 
Isso resulta em planejamento, projeto e entrega mais estruturados. Além disso, ele 
economiza custos ao adicionar previsibilidade e fornece insights que ajudam a melhorar 
a tomada de decisões.
Saiba mais
O gerenciamento, ou gestão, de serviços de TI (GSTI) engloba o conjunto de processos que abrangem o planejamento, 
a execução e o monitoramento dos serviços de TI. Ele pode ser também referenciado pelo seu nome em inglês, que é 
Information Technology Service Management (ITSM).
O gerenciamento de serviços de TI visa garantir que os clientes tenham acesso a serviços de qualidade e que estes atendam 
às necessidades de negócio. Para isso, é necessário investir em pessoas, processos e tecnologia.
Fonte: https://www.euax.com.br/2019/10/gerenciamento-de-servicos-de-ti/. Acesso em: 4 jun. 2021.
2.6. a gestão do desempenho de TI
A gestão de desempenho de TI é a área responsável pela supervisão da infraestrutura 
de tecnologia da informação presente na organização. Seu objetivo é garantir que os 
principais indicadores de desempenho bem como os níveis de serviço e os orçamentos 
estejam alinhados aos objetivos da organização. O termo engloba as decisões de 
compra, a padronização dos equipamentos de TI e a orientação sobre capital e recursos 
humanos.
O gerenciamento de desempenho de TI também se refere a uma classe de ferramentas 
de software que permitem ao grupo de operações de TI monitorar e controlar aspectos 
relacionados à infraestrutura. Além de monitorar o desempenho, essas ferramentas 
ajudam a equipe de operações de TI a reunir e analisar métricas de desempenho, 
prever demandas futuras e identificar recursos abandonados ou subutilizados.
O desempenho de TI abrange áreas como desempenho geral dos sistemas, virtualização 
de servidor e gerenciamento de nuvem, monitoramento de desempenho de aplicativos, 
gerenciamento de rede e gerenciamento de automação. As ferramentas de gerenciamento 
de desempenho são especialmente necessárias à medida que mais aspectos do ambiente 
de TI se tornam virtualizados e complexos. A virtualização de aspectos da infraestrutura 
pode ser fácil de fazer, mas significa que a infraestrutura pode crescer dez vezes, razão 
pela qual as ferramentas de monitoramento são essenciais para o gerenciamento. 
Existem ferramentas específicas para monitorar aplicativos executados na nuvem.
anagu
Realce
30
CAPÍTULO 2 • O MODELO DE GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
Ferramentas mais simples fornecem dados brutos, o que significa que as equipes 
de operações de TI devem primeiro entender as informações para só então agirem. 
Cada vez mais, as ferramentas de gerenciamento de desempenho de TI analisam os 
dados coletados para encontrar possíveis erros ou irregularidades que possam levar 
ao fracasso. As ferramentas de gerenciamento de desempenho de TI preditivas, por 
exemplo, buscam descobrir o início dos problemas e corrigi-los antes que eles ocorram.
É importante frisar que a gestão eficaz do desempenho é essencial para as organizações. 
Por meio de processos formais e informais, ela ajuda a alinhar funcionários, recursos 
e sistemas para que se alcancem os objetivos estratégicos. Ela também funciona como 
um sinalizador, avisando antecipadamente sobre problemas em potencial e permitindo 
que os gerentes saibam quando devem fazer ajustes para manter o negócionos trilhos.
Sintetizando
Neste capítulo, abordamos: 
 » uma visão geral do Modelo de Governança de TI;
 » o alinhamento estratégico de TI;
 » os principais aspectos do plano de TI;
 » as características do portfólio de TI;
 » as operações de serviços de TI;
 » a finalidade da gestão de desempenho de TI.
31
Introdução
A Governança de TI diz respeito à tomada de decisões de maneira estruturada para 
apoiar o investimento e o uso de TI para atingir os objetivos de uma organização. Seus 
objetivos são garantir que os investimentos em TI gerem valor comercial e mitiguem 
os riscos de TI. 
A Governança de TI ajuda na implementação de boas práticas que garantem às empresas 
um desempenho de destaque no que diz respeito ao emprego dos recursos de TI. Para 
que isso seja uma realidade no contexto organizacional, é preciso que a governança 
seja implementada de forma planejada e, depois disso, siga sendo monitorada e 
ajustada conforme novas demandas da organização surgirem.
Neste capítulo, discutiremos a relevância do planejamento da Governança de TI e a 
importância de definição de um plano para sua implementação. Refletiremos também 
acerca do alinhamento necessário entre o plano planejado e a efetiva implantação do 
programa de Governança de TI. Concluiremos o capítulo abordando alguns aspectos 
essenciais relacionados à gestão da Governança de TI.
Objetivos
 » Conhecer os aspectos envolvidos no planejamento da Governança de TI.
 » Discutir o modo de implementação da Governança de TI.
 » Refletir sobre o gerenciamento da Governança de TI.
3.1. Planejamento da Governança de TI
A Governança de TI existe para ajudar os líderes das organizações em sua responsabilidade 
de tornar a TI eficaz no suporte aos objetivos e missão da empresa. Ela auxilia esses 
profissionais a pensarem sobre questões essenciais relacionadas à TI e a estabelecerem 
3
CAPÍTULO
PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E 
GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança 
DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
32
CAPÍTULO 3 • PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
uma compreensão mais apurada entre a equipe com relação aos recursos de tecnologia. 
Tal governança também ajuda diretoria, gerentes executivos e CIOs a garantirem que 
a TI atenda e supere as expectativas da organização.
Saiba mais
O cargo de CIO (sigla em inglês para Chief Information Officer) surgiu inicialmente como uma evolução do cargo de diretor 
de TI das organizações. Originalmente, essa mudança de nomenclatura visava traduzir o aumento da importância de uma 
posição que antes focava apenas no planejamento da área de TI das empresas. 
Tal readequação foi necessária na medida em que as tecnologias evoluíram e acabaram permeando, de maneira 
contundente, todas as áreas de negócio de uma organização ao ponto de muitas vezes ser impossível dissociar os processos 
críticos de uma companhia das ferramentas que os instrumentalizam. 
Fonte: https://canaltech.com.br/carreira/o-novo-papel-do-cio-80957/. Acesso em: 17 jun. 2021.
Estabelecer a Governança de TI em uma organização é uma maneira importante de 
garantir que as políticas e os procedimentos de TI sejam cumpridos. Para tanto, é 
essencial que se faça um planejamento com vistas a estruturar um plano de governança 
a ser seguido. Nesse plano, muitas reflexões são essenciais. Algumas delas serão 
elencadas e discutidas a seguir.
 » Planeje o rumo da governança de TI da organização: nessa primeira etapa, 
o objetivo deve ser identificar e descrever as funções e responsabilidades 
estratégicas e táticas da governança de TI. Nesse momento, é importante:
 › certificar-se de que a organização possui funções e responsabilidades bem definidas 
para os integrantes do conselho, bem como para seus executivos e membros do 
comitê de estratégia de TI;
 › descrever como as prioridades são definidas, como os recursos são alocados e por 
quem, e como os projetos são monitorados;
 › trabalhar em conjunto com os gerentes sêniores das divisões de TI e de negócios, 
pois eles atuam como os principais apoiadores para distribuir e promover a adoção 
de procedimentos e políticas de governança de TI.
 » Estabeleça um plano de implementação da governança de TI: A organização 
precisa de um plano de ação eficaz e que alinhe as características específicas 
com as necessidades do negócio. É crucial que o conselho de Diretivo se aproprie 
do plano de governança de TI e auxilie na definição da direção que os gerentes 
devem seguir. Essas decisões são formuladas de forma eficaz e visam garantir que 
o conselho opere com os objetivos da governança de TI em mente, que incluem:
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PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 3
 › certificar-se de que as questões relacionadas à TI estejam na agenda do conselho;
 › auxiliar os gerentes a alinhar iniciativas de TI com necessidades de negócios tangíveis;
 › analisar o impacto potencial dos riscos relacionados à TI sobre os negócios;
 › exigir que o desempenho de TI seja medido e relatado à diretoria;
 › estabelecer um comitê de estratégia de TI que seja responsável por comunicar os 
problemas de TI às partes interessadas;
 › insistir para que a organização use uma metodologia comum para empregar uma 
estrutura de gerenciamento para governança de TI.
 » Estabeleça um plano de Governança de TI para estratégias de longo prazo: a 
governança de TI deve ser coordenada com os objetivos de governança corporativa 
mais amplos e estratégicos. Uma metodologia de governança de TI auxilia o 
conselho e a gerência a compreender as principais sugestões e ramificações 
da TI e garante que a organização possa manter suas operações e executar as 
estratégias necessárias para ampliar suas operações para crescimento futuro.
 » Almeje objetivos e marcos de Governança de TI de curto prazo: depois que a 
organização tiver definido um roteiro estratégico de Governança de TI, identifique 
os problemas de curto prazo que podem ser resolvidos de forma mais rápida e, 
assim, fazer com que a organização dê início à sua política de Governança de 
TI. Essas resoluções funcionarão como marcos importantes e darão um bom 
sinal dos resultados potenciais e das dificuldades associadas à execução de um 
plano de Governança de TI sólido. Esses marcos ajudam a revelar as barreiras 
corporativas que precisam ser derrubadas antes que as estratégias de longo prazo 
possam ser implementadas. Essas conquistas também ajudarão a evidenciar os 
procedimentos e políticas de Governança de TI que podem ajudar e proteger a 
organização, bem como estabelecer a credibilidade para a implementação de 
políticas de Governança de TI.
 » Reconheça e administre riscos e oportunidades relacionados à TI: pesquise 
o que os usuários desejam e descubra como essas necessidades influenciam 
os diferentes usos da TI na organização. Ao fazer isso, pode-se descobrir 
riscos e oportunidades relacionados à tecnologia da informação. Uma sugestão 
para identificar riscos ou oportunidades para a TI corporativa é pesquisar ou 
conduzir uma avaliação dos usuários. Eles podem ser uma das melhores fontes 
de informações para identificar lacunas de segurança ou uso impróprio de TI.
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CAPÍTULO 3 • PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
 » Reavalie as políticas de governança de TI em uma base consistente: Depois 
que uma organização constrói um conjunto de práticas de Governança de TI, o 
processo pode permanecer em vigor até que uma mudança na direção estratégica 
ou uma oportunidade de negócios reavalie o que a organização considera um uso 
desejável dos recursos de TI. No entanto, às vezes surgem oportunidades que não 
são totalmente (ou parcialmente) abordadas nas políticas e procedimentos de 
Governança de TI. Quando essa situação ocorre, as políticas devem ser revisadas 
para tratar essas situações.
 » Aumente a transparência da Governança de TI: um dos fatores mais importantes 
que podeminfluenciar o sucesso da política e dos procedimentos de Governança 
de TI é o número de funcionários que podem descrever com precisão as políticas 
da organização relacionadas à tecnologia da informação. Os executivos de TI e 
seu pessoal devem se envolver em conversas proativas com executivos e usuários 
de TI para compreender melhor as necessidades corporativas. Uma sugestão 
para promover a política de Governança de TI em uma organização é aprimorar 
os esforços de relações públicas do departamento de TI. Por exemplo, considere 
gerar e distribuir um relatório anual do departamento de TI que explique e 
compartilhe aspectos relacionados à Governança de TI da organização e seus 
objetivos e planos estratégicos futuros.
 » Estabeleça exceções para os processos de governança: de vez em quando, ocorrem 
circunstâncias de negócios ou oportunidades que não são legisladas ou abordadas 
pelas políticas de Governança de TI da organização. Esses eventos surgem 
porque o planejamento pode negligenciar ações específicas ou as abordagens 
de governança podem estar desatualizadas. Pense em um procedimento a ser 
seguido pela organização se aparecer a necessidade de atualizar ou dar um 
tratamento diferenciado a uma exceção às políticas de Governança de TI que 
estão em vigor.
Observe a seguir uma figura que resume as principais recomendações para o 
planejamento eficiente de um programa de Governança de TI para as organizações. Vale 
ressaltar que esta é uma lista de sugestões apenas. Outros aspectos podem ser incluídos 
de modo a adequar as recomendações aos diferentes contextos organizacionais.
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PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 3
Figura 8. Recomendações para o planejamento eficiente da Governança de TI.
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TI Planeje o rumo da Governança de TI da organização.
Estabeleça um plano de implementação da Governança de TI.
Estabeleça um plano de governança de TI de longo prazo.
Almeje objetivos e marcos de governança de TI de curto prazo.
Reconheça e administre riscos e oportunidades relacionados à TI.
Reavalie as políticas de governança de TI em uma base consistente.
Aumente a transparência da Governança de TI.
Estabeleça exceções para os processos de governança.
Fonte: elaborada pela autora.
3.2. Implementação da Governança de TI
No tópico anterior, vimos que é essencial que se estabeleça um plano para a 
implementação da Governança de TI na organização. Esse plano pode ser estruturado 
de diferentes maneiras, a depender do contexto organizacional. Como exemplo, 
observe as etapas de implementação sugeridas por Aragon e Ferraz (2014, p. 598) e 
apresentadas na figura 9.
Trata-se de um roteiro com 20 etapas que variam desde a sensibilização da alta direção 
com relação à importância de um programa de governança até a revisão e a evolução 
desse programa para que ele continue atendendo às necessidades da empresa. A 
seguir, falaremos um pouco mais sobre cada uma das etapas sugeridas no roteiro.
 » Sensibilizar a alta direção: é bastante provável que o plano de Governança de 
TI não saia do papel se a alta direção não o apoiá-lo. A primeira tarefa deve ser, 
então, conscientizar os tomadores de decisão sobre a relevância do programa. 
Para tanto, diferentes ações podem ser implementadas, tais como: realizar 
encontros para apresentação de casos de sucesso de outras empresas; visitar 
empresas que possuam um programa de Governança de TI já implementado 
e sólido; discutir os riscos que a organização corre diante da ausência de um 
programa de Governança de TI; refletir sobre as vulnerabilidades relacionadas 
à segurança da informação etc.
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CAPÍTULO 3 • PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
 » Estabelecer o foco do programa: conforme já discutido, um programa 
de Governança de TI somente terá valor se estiver alinhado aos objetivos 
organizacionais. Assim, é preciso definir o foco do programa a ser implantado 
para que ele esteja em conformidade com as estratégias da organização. Você 
se lembra da análise estratégica? Ela será de suma importância neste momento, 
pois identifica os fatores de sucesso da organização que deverão ser pontos de 
interesse do programa de Governança de TI. 
 » Definir papéis, estrutura e relacionamento com os interessados relevantes: parte 
das preocupações da implementação de um programa de Governança de TI inclui 
decidir sobre a estrutura organizacional que se envolverá com esse programa. 
Uma nova área específica será criada? A responsabilidade pela Governança de 
TI será compartilhada com os executivos já existentes? Um novo profissional 
receberá a incumbência de gerir a área de Governança de TI? E mais, quem 
são as pessoas com poder decisório com relação aos investimentos da área de 
tecnologia da informação? Essas questões precisam ser pensadas e respondidas 
para que se assegure a boa implementação do programa de governança.
 » Estruturar preliminarmente o programa: a estruturação do programa de 
Governança de TI pode seguir algum padrão já existente, como o do Project 
Management Body Of Knowledge – PMBOK (em português literal, “Corpo de 
Conhecimento de Gestão de Projetos”). No documento, um programa é definido 
como um grupo de projetos afins que são gerenciados de forma coordenada com 
o objetivo de obter benefícios e controle não disponíveis se os projetos fossem 
gerenciados individualmente. Aqui, então, devem ser descritos os processos a 
serem implementados no gerenciamento desses projetos distintos da área de TI. 
 » Implantar a estrutura e as responsabilidades: não será possível implementar o 
programa de Governança de TI sem que exista uma estrutura mínima de recursos 
e um conjunto de responsabilidades já relacionadas a um grupo de pessoas. 
As definições deste momento devem ser comunicadas às partes interessadas 
para que não haja conflito de interesses com relação às responsabilidades e os 
profissionais a elas associados.
 » Estabelecer os direitos decisórios: é preciso definir quem toma as decisões, 
quem decide as prioridades, a quem pertence o orçamento, quem aprova 
investimentos etc. Essas definições, entretanto, devem ser feitas em conjunto 
com a alta administração a fim de evitar possíveis conflitos entre os stakeholders.
 » Realizar avaliação dos processos-foco: um programa de Governança de TI pode 
começar com uma abrangência reduzida e ir ampliando seu escopo aos poucos, 
à medida que vai se solidificando. Para tanto, será necessário decidir sobre os 
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PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 3
processos organizacionais que farão parte do programa nos curtos, médio e 
longo prazos. 
 » Estabelecer metas e indicadores de progresso e de resultado: avaliar um programa 
de Governança de TI e seus resultados é tão importante quanto implementá-
lo. Para que isso seja possível, contudo, é preciso definir metas que possam ser 
avaliadas com base em indicadores. 
 » Estabelecer um roadmap de implementação: um roadmap é uma espécie de 
mapa de percurso que visa estabelecer a ordem para execução das melhorias e 
implantação dos processos planejados. Se um dos objetivos envolver implantar 
práticas de gerenciamento de serviços (ARAGON; FERRAZ, 2014), pode-se definir 
o seguinte roadmap: estruturar a central de serviços e de gerenciamento de 
incidentes; implantar a gestão de mudanças e o gerenciamento de capacidade 
e disponibilidade; implantar o processo de gestão da continuidade dos serviços.
 » Elaborar o plano do programa: uma vez definido o roadmap, já estarão bem 
delineados todos os projetos a serem contemplados no plano. Assim, o plano 
precisará estabelecer uma ordem de prioridade para execução dos projetos, bem 
como uma previsão da estrutura de TI necessária para que sejam conduzidos. 
Além disso, será preciso definir uma previsão com relação à implantação desses 
projetos.Outros pontos a serem definidos incluem: plano de recursos e serviços, 
orçamento, benefícios esperados, modelo e estrutura de gestão do programa, 
mapa de responsabilidades, riscos, estratégias de gestão de mudanças, plano de 
comunicação, critérios de qualidade, métricas de progresso etc.
 » Definir parcerias (auditoria, riscos e compliance): a criação de parcerias com 
as áreas de auditoria interna e externa bem como com as áreas responsáveis 
por riscos e compliance tem muito valor para os responsáveis pelo programa 
de Governança, pois essas áreas normalmente mantêm bom relacionamento 
com a alta direção. Além disso, elas também podem auxiliar a identificar áreas 
críticas a serem tratadas pela Governança de TI, em especial no que diz respeito 
aos riscos operacionais.
 » Aprovar o programa: a efetiva implementação do programa de Governança 
de TI somente terá início após a aprovação da alta direção. Além do aval desse 
nível, será necessário dispor do orçamento previsto para que sejam alocados 
os recursos necessários, realizem-se os treinamentos de pessoal, adquiram-se 
ferramentas e consultorias etc.
 » Elaborar o plano de gerenciamento da mudança da cultura organizacional de 
TI: de acordo com Aragon e Ferraz (2014, p. 604), “a cultura de uma organização 
é formada pelo comportamento coletivo das pessoas mais um conjunto de 
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CAPÍTULO 3 • PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
símbolos, sistemas e processos”. Preocupar-se com essa cultura é essencial 
para garantir o sucesso do programa de Governança de TI, pois sem mudanças 
comportamentais corre-se o risco de comprometer aspectos essenciais do plano 
de implantação da GTI. É importante pensar que a cultura desejada levará aos 
resultados desejados; portanto, deve-se planejar com cuidado a transição de 
uma cultura a outra. 
 » Elaborar o plano de projetos de implantação de Governança de TI: cada uma 
das ações previstas para a implantação da Governança de TI demandará um 
projeto. Para criar os diferentes projetos necessários, é possível recorrer ao 
PMBOK, explicado no tópico 4 – Estruturar preliminarmente o programa.
 » Implantar as ações do plano de gerenciamento da mudança da cultura 
organizacional: o plano de gerenciamento da mudança da cultura organizacional 
explicado no tópico 13 precisa não apenas ser redigido, mas também implementado. 
Essa implementação pode acontecer em paralelo ao tópico 14 – Elaborar o plano 
de projetos de implantação de Governança de TI.
 » Executar os projetos de implantação da Governança de TI: a execução dos 
diferentes projetos previstos para a implantação da Governança de TI deve 
também seguir as recomendações do PMBOK, explicado no tópico 4 – Estruturar 
preliminarmente o programa.
 » Monitorar a execução dos projetos de implantação da Governança de TI: embora 
a implantação dos diferentes projetos previstos pelo programa de Governança de 
TI seja de responsabilidade de diferentes setores, o monitoramento desses projetos 
para controle de sua execução é encargo da área de GTI apenas. É importante 
conhecer a metodologia de gestão de projetos adotada pela organização para 
segui-la também neste momento. 
 » Avaliar os resultados dos projetos de implementação da Governança de TI: 
um projeto é um planejamento para que se alcancem determinados objetivos. 
Ao conclui-lo, é importante que se verifique se os objetivos planejados foram, 
de fato, alcançados. 
 » Comunicar o valor gerado pela TI ao negócio: é muito importante que o valor 
agregado pela TI ao negócio seja divulgado. Os executivos precisam saber que 
os investimentos geraram retorno e é possível fazer isso por diferentes meios: 
como entregar projetos de acordo com os requisitos levantados e dentro do 
cronograma e orçamento previstos, manter aplicações e serviços disponíveis 
segundo os níveis de serviço previamente combinados, resolver com eficiência 
os imprevistos relacionados à TI que possam impactar os negócios etc.
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PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 3
 » Revisar e evoluir o programa: a finalização de alguns projetos relacionados 
ao programa de Governança de TI acarretará mudança desejada na cultura 
organizacional. Embora isso seja bastante positivo, é preciso manter esse 
programa atualizado e alinhados aos negócios. Para tanto, é necessário revisar e 
evoluir o programa de GTI com a frequência necessária para que ele se mantenha 
útil para a organização.
Figura 9. Sugestão de roteiro para implementação da Governança de TI.
Fonte: aragon; Ferraz, 2014, p. 598.
É importante ressaltar que existem muitas soluções possíveis para Governança 
de TI, mas nenhuma delas realmente cobre a ampla gama de problemas que você 
enfrentará ao lidar com todo o espectro de questões de governança dessa área. Isso 
não é necessariamente algo ruim, pois garante que as organizações tenham liberdade 
para adequar a solução ao seu perfil.
3.3. Gerenciamento da Governança de TI
A Governança de TI é extremamente importante porque ajuda a atingir os resultados 
e comportamentos desejados na organização. A relação entre ela e a criação de valor 
efetiva dos investimentos em TI é bastante reconhecida e citada como a razão para 
alcançar a excelência na gestão de TI. 
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CAPÍTULO 3 • PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO
A GTI permite comunicação eficaz entre clientes e fornecedores, estabelecendo 
responsabilidade conjunta para investimentos em TI. A aplicação dos processos 
de governança é articulada pelo gerenciamento de portfólio de TI e é usada pelos 
líderes de TI para gerenciar investimentos, projetos e recursos de TI em um esforço 
para revisar oportunidades, reduzir a redundância em todo o ambiente de TI e gerar 
economia de custos. 
A governança oferece um caminho para o sucesso e permite que os líderes sejam 
ativos na gestão estratégica de TI e garantam que os seguintes elementos básicos 
estejam em vigor.
 » Alinhamento e capacidade de resposta: a governança trabalha lado a lado com 
o gerenciamento de portfólio para alinhar os investimentos em TI aos objetivos 
da organização, permitindo que os gerentes melhorem a capacidade de resposta 
aos desafios e gerenciem os investimentos de TI atuais e futuros. Ela garante 
transparência aos investimentos de TI e garante que o dinheiro seja gasto de 
acordo com a missão da organização.
 » Tomada de decisão objetiva: a governança permite que a liderança se comprometa 
ativamente com a melhoria da gestão e do controle das atividades de TI na 
organização.
 » Balanceamento de recursos: o gerenciamento adequado de recursos críticos 
permite o controle do planejamento e da organização de iniciativas de TI. Isso 
dá aos gerentes a capacidade de garantir que o suporte de TI adequado esteja 
disponível para investimentos de TI atuais e futuros.
 » Gerenciamento de risco organizacional: o gerenciamento proativo de risco 
garante que os gerentes de TI e a liderança estejam cientes do risco associado 
às iniciativas de TI e fornece a base para implementar estratégias de mitigação 
de risco.
 » Execução e fiscalização: a governança fornece aos gestores a estrutura para 
gerenciar todas as iniciativas e demandas de TI por meio de um único ponto onde 
são priorizadas e atendidas. Ela permite padronizar as plataformas de tecnologia 
e ajuda os gerentes a tomar decisões informadas sobre as iniciativas de TI.
 » Prestação de contas: a governança eficaz significa prestação de contas. Isso permite 
que os gerentes cumpram as responsabilidades relacionadas ao gerenciamento 
do programa de TI.
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PLanEJaMEnTO, IMPLEMEnTaçãO E GEREnCIaMEnTO Da GOvERnança DE TECnOLOGIa Da InFORMaçãO • CAPÍTULO 3
Figura 10. aspectos básicos a serem garantidos pela GTI.
Alinhamento e 
capacidade de 
resposta
Tomada de decisão
objetiva
Balanceamento de
recursos
Gerenciamento de 
risco organizacional
Execução e 
fiscalização
Prestação de contas

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