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Introdução aos princípios gerais do processo penal brasileiro -resumo

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Introdução aos princípios gerais do processo penal brasileiro.
Antes de iniciar a síntese sobre a importância dos princípios, tanto para o Direito Processual Penal como para o Direito em si, acho importante abortar sobre os sistemas processuais que temos e qual é aplicado no Direito Brasileiro.
Primeiramente, temos o Sistema Inquisitório que vem da inquisição, a forma de julgamento utilizada pela Igreja Católica, na idade Média, para condenar e punir as pessoas que descumpriam as normas de conduta implementadas pela própria igreja. Neste sistema, o juiz tem o papel de acusar, julgar e defender o investigado, ou seja, o juiz é quem produz e dirige todas as provas. Além desta unificação de poder nas mãos do juiz, o processo ocorre tem total sigilo e inexiste garantias ao réu, pois ele é tratado apenas como um objeto do processo; e por conta deste tratamento dado, o réu é considerado culpado até que se prove o contrário (provas estás produzidas pelo juiz que também tem o dever de acusar o réu e condená-lo).
Não é difícil observar, é como sabemos pela história, este sistema jurídico utiliza do juiz como uma representação de Deus na terra, já que o mesmo acusa, produz as provas e julga o réu, em total sigilo, a fim de condená-lo pelos crimes que ele acredita que o acusado cometeu. Nota-se que, principalmente na Idade Média, este sistema não garante uma segurança jurídica ao próprio sistema.
Já o Sistema Acusatório, a uma separação entre as funções de acusar, julgar e defender, onde o juiz apenas julga de forma imparcial as provas produzidas contra o réu. Neste Sistema, as partes são responsáveis por produzir as provas (tanto da acusação, quando da defesa), o processo corre de forma pública para que todos tenham conhecimento dos procedimentos adotados e o réu é tratado como um sujeito, e não mais como um objeto, e, portanto, tem seus direitos assegurados e a presunção de inocência sendo o principal deles.
Hoje no Brasil, utilizamos o chamado Sistema Misto, já que o Direito é uma construção histórica social, cultural e de doutrinas baseadas em regras e princípio socias e jurídicos, portanto, não existe um sistema puro. Portanto, o Sistema Brasileiro utiliza em seus procedimentos ambos os sistemas processuais apresentados, tendo sua parte inquisitória, podendo ser considerado a parte da investigação preliminar e a parte acusaria, onde ocorre a fase processual, que o réu é considerado um sujeito do processo e colabora para que o mesmo corra de forma capaz.
Entendido o Sistema utilizado no Brasil, podemos abordar sobre os princípios, que são de suma importância para o devido processo legal, para a segurança jurídica e principalmente para a compreensão do próprio Direito Processual Penal. Estes princípios estão presentes em nossa Constituição Federal e no Código de Processo Penal para assegurar os direitos a sociedade como um todo, de forma equalitaria. 
Sobre os princípios expostos no texto, creio que primeiramente, é importante salientar o princípio da imparcialidade e o do juiz natural, que são concepções que asseguram, tanto a sociedade como um todo como também, aos sujeitos inseridos no processo proteção ao devido processo legal e a segurança jurídica, ou seja, garante que o juiz que irá apreciar o processo haja de forma imparcial sobre as partes (na medida que lhe é possível, já que sabemos que é impossível alguém não analisar uma situação proposta sem lhe impor a forma que foi apresentada a sociedade) e a garantia de que aquele juiz é competente conforma a lei implica pra julgar o que lhe for apresentado.
O Livre Convencimento também é um importante princípio nos processos penais, já que garante que o juiz tenha a liberdade de analisar e ponderar as provas que lhe foram apresentadas, a fim de garantir uma fundamentação adequada para a sua sentença, que deve sempre obedecer ao princípio da imparcialidade e do juiz natural.
Um dos princípios mais importantes, na minha opinião, é o do contraditório que assegura ao acusado o direito a responder as acusações proferidas contra ele utilizando todos os meios de defesa empregados pelo direito. Junto ao princípio da Ampla Defesa, esse princípio garante que todos aqueles que forem acusados tem direito de se defender e que estes não serão considerados culpados sem que esse amparo seja feito, portanto não há possibilidade de revelia no Direito Processual Penal. 
Além dos princípios acima citados, existem diversos outros que são aplicados no Direito Processual Penal, apenas citei alguns que me parecem importantes e relevantes para a segurança jurídica e o devido processo legal; mas assim como os já citados, temos por exemplo a legalidade ou a obrigatoriedade, que basicamente assegura que ninguém será culpado por algo que não tem descrição explicita em lei. Enfim, os princípios que regem o Direito Processual Penal são tão importantes quantos as normas que os regulam.

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