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RESUMO 5p - ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL

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ÉTICA PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL
· ÉTICA & MORAL – Os conceitos de moral e ética quase sempre são utilizados como sinônimos, pois trazem em sua raiz a mesma etimologia. A moral vem do latim “mos” ou “moris”, que pode ser traduzido como “maneira de se comportar”. Já a ética vem do grego “ethos” que tem o mesmo significado de “caráter, costume”. Em outras palavras, ética e moral se referem ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros. Os termos Moral e Ética se confundem, mas são diferentes entre si. 
· MORAL – A moral é definida como o conjunto das regras ou normas de conduta admitidas por uma sociedade ou por um grupo de homens em determinada época. Assim, o homem moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras do grupo. A exterioridade da moral contrapõe-se à necessidade da interioridade, da adesão mais íntima. Portanto, o homem se torna um herdeiro, criador e recriador de cultura e terá uma vida moral se, diante da moral composta, for capaz de propor a moral desejada.
A MORAL é o conjunto dos valores legitimados pela tradição e pelos costumes como corretos, justos, bons. É uma relação minha para com a sociedade, Eu singular (singularidade) em relação com o nós. 
MORAL é o conjunto de regras que visa orientar a ação humana, submetendo-a ao dever, tendo em vista o bem e o mal. Conjunto de normas livre e consciente aceitas que visam organizar as relações dos indivíduos na sociedade.
A MORAL é definida como o conjunto das regras ou normas de conduta admitidas por uma sociedade ou por um grupo de homens em determinada época. Toda a organização social necessita de regras de convivência, por isso, desde a existência em grupo existe a moral para organizar a vida do indivíduo com a sociedade. Os homens são herdeiros desses valores e submetem-se a esses deveres de forma livre e consciente.
 
· A moral é fruto da história humana, ela está ligada a costumes, tradições, regras de convivência, algo muito cultural, algo que cada sociedade elabora e internaliza.
· A moral sempre é plural porque existem diferentes tradições e culturas. Diferentes culturas tratam certas temáticas como: trabalho, casamento e vida social de forma diferente.
· A moral é resultado de escolhas a nível mais pessoal, não são construídas com um nível mais profundo de reflexão. A moral está ligada a valores e comportamentos de senso comum, fruto de tradição, sem nenhuma reflexão.
· Moral está vinculada a vida cotidiana, a respostas imediatas, sempre com validade temporal. A moral de 1930 não é a mesma que a de hoje porque os valores, os costumes, a cultura e a tradição vão mudando com o tempo. Houve um tempo em que não se admitia mulheres usando calça comprida, mudou.
· ÉTICA – A ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana, que é o comportamento moral. A ética tem também preocupações práticas. Ela orienta-se pelo desejo de unir o saber ao fazer. Como filosofia prática, isto é, disciplina teórica com preocupações práticas, a ética busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser.
A ética estuda os valores que regem os relacionamentos interpessoais, como as pessoas se posicionam na vida e de que maneira convivem em harmonia com as demais.
· A ética também é produto da história, é uma reflexão que surge com os gregos através do filósofo Sócrates, depois Platão e Aristóteles. Com o correr da história, na Idade Média, alçança reflexões significativas nos apostolados de São Tomás de Aquino e Santo Agostinho que apelam pra união da fé e da razão. Mais tarde, a luz da razão e contrapondo a religião, alcança um cunho de cientificidade em Kant e Hegel. E tem na contemporaneidade um fundamento do pensamento crítico em Marx e Lukács, que permite e determina hoje o código de ética das profissões.
· A ética ou filosofia moral é a disciplina filosófica que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. A ética vai olhar para moral e verificar se tudo aquilo que ela acha bom ou ruim é de fato bom ou ruim para o ser humano como um todo. Vai buscar aquilo que é universal indo além da cultura e da tradição, buscando aquilo que é saudável, aquilo que é bom no convívio dos homens de forma geral (humano genérico). Assim ela supera a sua historicidade. A ética e feita na história, mas busca superar a história.
· A ética é um momento da “práxis”, ou seja, é um momento de reflexão e ação na transformação dos homens e de seus valores. A abordagem ética é prescrita por três expoentes conceituais: a estrutura do agir ético, a estrutura da vida ética e a realização histórica da vida ética.
· A ética pressupõe uma capacidade teleológica (o que se deseja?); pressupõe racionalidade (construto racional, formas); pressupõe consciência (de si e dos demais); liberdade (para escolhas) e alternativas (concretas).
· Os valores éticos, assim como os morais, padecem de temporalidade porque a medida que o ser humano vai evoluindo aquilo que é produzido de forma coletiva pelos homens vai modificando a nossa compreensão.
· A ética levou as profissões a elaboração de Códigos para defesa de seus valores, estes são produtos históricos da coletividade profissional. Esses códigos não são apenas regras aleatórias, eles são construções valorativas que legitimam ou não determinadas posturas dentro de uma profissão específica.
· ONTOLOGIA DO SER SOCIAL – ONTOLOGIA é o estudo ou conhecimento do Ser, dos entes ou das coisas tais como são em si mesmas, real e verdadeiramente. É ir além da aparência (aparência enquanto parte do real). Busca a essência das coisas ou dos seres, das ações humanas. Então a ontologia do ser social trata da essência do ser social, o que lhe é imutável, perene, o que é intrínseco a condição humana. 
Marx diz que essa condição humana é constituída nas dimensões materiais. Ele não leva em conta a relação com o cosmos, com o divino, ele não se satisfaz com essas explicações do mundo das idéias, para ele o homem, enquanto ser social, é constituído na história. Marx o homem é um ser natural, um ser animal que se humaniza a medida do TRABALHO. O homem se torna Para homem pela manipulação de instrumentos, pela regulação de técnicas, pela sua capacidade teleológica, de projetar resultados para o futuro. Para Marx o homem foi construído na história e ele constrói a história. Sua própria existência depende desta sociabilidade, tudo em si é social. A luz, o celular, a roupa, tudo é social. Isso não muda, logo, isso é ontológico no ser humano.
· TRABALHO – Para Marx o trabalho foi aquilo que diferenciou o homem dos animais lá no início. O trabalho é uma atividade essencialmente humana. A abelha, o João de Barro, a formiga e outros animais também trabalham, mas eles não tema capacidade de produzir imaterialmente na sua cabeça o resultado que se quer alcançar materialmente. Não há nos animais o ato criativo que se vê no homem. Para Marx o trabalho é a sua capacidade criativa de interação a natureza, atendendo necessidades materiais e sociais. O homem tem a capacidade, pelo trabalho, de transformar o mundo, de impactar o universo. Então o trabalho é parte da natureza humana, é o fundamento da ontologia do mundo dos homens.
Para Marx, o homem se humaniza por meio do trabalho, mas o trabalho no capitalismo desumaniza o homem porque ele separa o homem do ato criativo, ele o ALIENA. O homem é separado da sua finalidade, ele é apenas um meio, uma mercadoria para gerar outras mercadorias. No mundo capitalista eu não trabalho criando algo do início ao fim, com raras exceções, nós ficamos limitados a uma parte do processo e trabalhamos para construir algo que atende a necessidades que nos são estranhas. Você executa o seu trabalho por atos repetitivos, não usa mais sua parte criativa. O ser humano se desumanizou e na interpretação marxista se COISIFICOU.
O trabalho é puramente social, pressupõe relações humanas e mediações para sua realização, reconhecimentodos homens entre si e satisfação de novas necessidades.
· O SER SOCIAL – Somente o ser social age eticamente, o animal não age eticamente. Os fundamentos da ética são os fundamentos do ser humano genérico. A ética é atividade humana constituída pela práxis (prática livre e consciente). A práxis é uma ação refletida, não uma ação repetida. 
· CAPACIDADES HUMANAS PARA EXECUÇÃO DA PRÁXIS
a) CONSCIÊNCIA/OBJETIVAÇÃO – Ciência do que se faz, do que se projeta, conhecimento do que se vai realizar; Necessidade de conhecer a natureza para transformá-la. Intencionalidade mediada pelas circunstâncias.
b) LIBERDADE – Para escolher é necessário ser livre e possuir alternativas para o seu exercício.
c) SOCIABILIDADE – Ser humano é social – dependência recíproca. 
d) UNIVERSALIDADE – Ética dada na relação entre o singular e o genérico. O homem inserido no mundo não é um ser isolado, tudo o que faz tem rebatimento universal.
CONSCIÊNCIA, LIBERDADE, SOCIABILIDADE E UNIVERSALIDADE são coisas intrínsecas ao homem e perpassam todas as sociedade e culturas, é algo essencial do gênero humano. Então são capacidades humanas genéricas ontológicas, ou seja, essenciais do ser humano. Para agir éticamente tem que ter essas condições. Todas essas condições são desenvolvidas a partir do TRABALHO.Ontologicamente falando, este homem é um ser genérico que, ao objetivar-se no mundo por intermédio do trabalho, se auto-determina como ser universal, social, consciente e livre. Estes atributos constitutivos da essência humana são construídos historicamente pelo próprio homem no seu processo de intervenção com o mundo...
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OS CÓDIGOS DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL
· CÓDIGO DE ÉTICA & RESGATE HISTÓRICO BRASILEIRO – Olhar para os Códigos de Ética na história do Serviço Social é refletir sobre as projeções profissionais em cada período. O conteúdo ético revela assim posicionamentos coletivos dos profissionais e revelam seus conhecimentos e as teorias em que se embasam. A história de nossa profissão registra CINCO CÓDIGOS DE ÉTICA DISTINTOS. Em cada conjuntura o Serviço Social estará dispondo de um rol de atividades segundo seu embasamento como profissão interventiva.
A história brasileira é inscrita em um processo de capitalismo periférico, com relações pré-capitalistas. Se formos olhar a estrutura de Estado vamos observar 3 TIPOS CLÁSSICOS DE ESTADO: 
a) ESTADO PATRIMONIALISTA – A visão de que o Estado é uma extensão da casa do governante. O aprisionamento daquilo que é público pelo privado na pessoa do governante. É dele e ele governa como quer, sem os aparatos da impessoalidade, da burocracia e etc. Uma herança portuguesa. 
b) ESTADO BUROCRÁTICO – Iniciativa de Getúlio Vargas na tentativa de criar um Estado muito mais racional e menos pessoal. Essa busca de institucionalizar o Estado com aspectos mais legais e racionais. Esse era o tipo de Estado que o capitalismo industrial precisava. É aqui, na busca de um Estado Burocrático, quando é criado o ministério do trabalho, quando é criada a administração do Serviço Público, quando são iniciadas as políticas públicas, o Serviço Social vai ser inserido, mesmo antes da primeira Escola de serviço Social. 
c) ESTADO GERENCIAL – Introduzido por Fernando Henrique Cardoso.
Marco Aurélio Nogueira diz que estes 3 tipos clássicos de Estado convivem hoje. Nós podemos perceber claramente que ainda temos um Estado Patrimonialista que faz as regras para eles e para os outros. Um Estado Burocrático, sempre que você quer algo dele cai dentro desse aparato burocrático moroso. E sempre quando se trata de políticas públicas teremos o Estado Gerencial tentando passar para os outros a responsabilidade.
Importante lembrar que o Serviço Social é uma profissão criada por uma classe para atuar sobre outra que em determinado momento da história tomou uma organização política e começou a trazer problemas insolúveis para o conjunto da sociedade. Estamos falando da busca da alta burguesia, da igreja e do Estado que procura o Assistente Social a fim de trabalhar ideológicamente os problemas vividos com a organização do proletariado.
Da mesma forma a Inserção do Serviço Social no Brasil vem para legitimar o capital monopolista em 1930 e auxiliar nas alterações das relações sociais. Temos então a ação de uma burguesia industrial que vai, com o apoio do Estado, sancionar o serviço social a fim de trabalhar o conflito das classes. Cabia ao Assistente Social prestar ajuda material e trabalhar a questão ideológica. A base teórico filosófica tinha postulados cristãos e a incidência do positivismo com ênfase para a instrumentalidade na ação. Os 3 primeiros códigos de ética tem essa base.
Atualmente o embasamento teórico-filosófico de nossa profissão está assentado sob uma PERSPECTIVA CRÍTICA. Somente dois Códigos de Ética apresentam conteúdos de perspectiva crítica em conjunturas favoráveis (1986 e 1983). “A implantação do Serviço Social não é [...] um processo isolado. Relaciona-se diretamente às profundas transformações econômicas e sociais pelas quais a sociedade brasileira é atravessada [...]. Seu surgimento se dá no seio do bloco católico, que manterá por um período relativamente longo um quase monopólio de formação dos agentes sociais especializados, tanto a partir de sua base social, como de sua doutrina e ideologia”.
· CÓDIGO DE ÉTICA 1947 – A década de 40 é marcada por um forte processo de industrialização com a transição entre o mundo rural e urbano. Período de estruturação do Estado em Vargas e maior amparo das políticas sociais. Importante lembrar que a primeira Escola de Serviço Social do Brasil foi fundada em 1936 em São Paulo. Os fundamentos éticos naquele período eram amparados sobre a filosofia católica – NEOTOMISMO. Igreja busca recuperar sua influência sobre a população e o Estado para criar um Estado cristão. Nessa época também estava retornando aqueles bolsistas que foram fazer o seu aprofundamento de estudos nos EUA e trouxeram a influência do Serviço Social americano para o Brasil, é a influência do POSITIVISMO. A incidência do modelo norte americano travou o modelo franco-belga.
Em 1947 foi feito o primeiro Código de Ética profissional (Estado autoritário e base teórico-filosófica do humanismo cristão). Exigência de uma moral ilibada sob os preceitos cristãos. Esse código de ética é conservador, com influência neotomista e também positivista. Na década de 1950 temos a sociedade regida por Leis – analise crítica fragmentada – foco para imediaticidade – ajustamento dos indivíduos – recurso a instrumentalização e a objetividade – análise, diagnóstico e intervenção. Resultado, sai do empirismo e passa a burocratização dos processos.
· CÓDIGO DE ÉTICA 1965 – A Profissão do Assistente Social só foi regulamentada por Lei em 1957 com decreto de 1962. Nesse período o Serviço Social vai buscar uma postura desenvolvimentista. Esse é um período de grande efervescência política, econômica e Social, é o período do Desenvolvimentismo que se dá a parti da década de 1950. JK faz um plano de metas, constrói Brasília, desenvolve um parque industrial, mas quando ele sai deixa uma dívida e Jânio Quadros pega a presidência de um país endividada e com a inflação em alta. Segue a renúncia de Jânio Quadros e ascensão de João Goulart que era muito próximo dos movimentos trabalhistas e dos sindicatos. João Goular não agradava os militares que estavam alinhados ao bloco anti-comunista sob influência dos EUA. Resultado: GOLPE MILITAR 64. 
a) GOVERNO DE CASTELO BRANCO – Foi um tempo de autoritarismo e repressão. Surgiram os Atos Intitucionais (AI 1, 2, 3, 4), paralisação do congresso, se estabelece o bipartidarismo (MDB – Movimento Democrático Brasileiro e ARENA – Aliança Renovadora Nacional), fechamento de sindicatos, proibição de greves e Nova Constituição de 1967.
b) GOVERNO DE COSTA E SILVA – Planejamento visando o desenvolvimento econômico do país; novo tom para a Política Educacional; Manifestações da UNE e de organizações estudantis; Intensificação das manifestações. Períododo Seminário de Araxá.
c) GOVERNO MÉDICE – Auge da Ditadura Militar; Desenvolvimento econômico; Intensificação do crédito internacional para o Brasil e elevação das exportações (Milagre Econômico); Repressão dura; Ideologia da Segurança Nacional - SNI – DOPS – DOI - Binômio Segurança e Desenvolvimento.
d) GOVERNO DE GEISEL – Crise econômica nacional (fim do Milagre Econômico); Início da queda do regime; Política de distensão; Mobilização da população; Fim do AI 5.
e) GOVERNO DE FIGUEIREDO – Ultimo governo da Ditadura Militar. Enfraquecimento do Regime; Economia abalada; Inflação; Endividamento; Agravamento das expressões da questão social; Movimento da Reforma Sanitária; Adensamento do sindicalismo; Movimento das Diretas Já. Eleições indiretas para presidente.
Nesse contexto surge o Código de Ética de 1965. Nesse período estava acontecendo também o início do MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL. Faz-se uma crítica ao Serviço Social tradicional por sua fragilidade teórica, transferência de metodologias sem adaptação e etc. Sobre a reconceituação, Netto diz: “Reduzindo a suas expressões mais simples, o processo de reconceituação é a tentativa de superar o Serviço social tradicional, típico transplante ideológico de origem norte americana” No código e ética de 1965 pode ser vista a tentativa de dar maior operacionalidade ao Serviço Social, mas permenece a influência Neotomista e Positivista. O mesmo acontece no código de ética de 1975. Três perspectivas distintas: a) PERSPECTIVA MODERNIZADORA (1965) Serviço Social como instrumento Interventivo, Dinamizador e Integrador. Não contesta a ordem vigente. Funcionalismo como base teórica. Seminário de Araxá e Teresópolis. b) REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO (1975) Retoma o Serviço Social tradicional. Enfoque psicologizante. Fenomenologia. Seminário de Sumaré e Alto da Boa Vista. c) INTENÇÃO DE RUPTURA (1972/1979) Marco de partida em 1972 na PUC de BH (1972 a 1975) Primeiro contato com a teoria de Marx. Método BH. Rompimento com o conservadorismo. Interrupção em 1975, ressurgimento em 1979 no Congresso da Virada. Três momentos da Intenção de Ruptura: 1) EMERSÃO (1972) 2) CONSOLIDAÇÃO ACADÊMICA (1979) 3) ESPRAIAMENTO SOBRE A PROFISSÃO. Desafios: Tornar o Projeto Ético-Político guia para as ações; Não ceder as pressões neoliberais; Articulação com as forças/atores sociais.
· CÓDIGO DE ÉTICA 1975 – Também é um código de ética sob perspectiva conservador, com influência neotomista e positivista. Não revela uma prática transformadora, progressista. Não entende a sociedade de forma conflituosa, mas apenas com alguns traços que necessitam de ajustamento. O artigo 7º e 8º do código de Ética de 1975 fala em “segredo profissional”. Percebe-se que este Código foi o único até o momento que relatou com detalhes a situação do sigilo. Ele diz, por exemplo, que não constitui quebra de segredo profissional a revelação de casos de sevícias, castigos corporais, atentados ao pudor, supressão intencional de alimento e uso de tóxicos, visando à proteção do menor.
· CÓDIGO DE ÉTICA 1986 – A década de 1980 é conhecida como a década perdida pelos fatores econômicos. A riqueza do Brasil foi construída sobre a exploração de muitos, criando um abismo social entre classes. Tivemos uma crise econômica muito severa e uma nova abertura democrática sob forte incidência da sociedade civil e da falência do modelo econômico adotado pelos militares. Nesse período tivemos a Eleições de Tancredo Neves e governo de José Sarney. Depois do período da ditadura começa a reorganização da sociedade civil e a reorganização política da categoria (sindicatos e associações), busca-se um estado de bem estar social ainda que apenas nos aspectos legais. Inicia-se o período da redemocratização. O Serviço Social se nutre deste ambiente e progride com a PERSPECTIVA DE INTENÇÃO DE RUPTURA. Nesse período acontece o Congresso da virada. Avanços nos processos formativos e políticos. O Serviço Social entende que é o momento para repensar o posicionamento ético que até aquele momento se encontrava conservador. O Serviço Social se abre para novos fundamentos para o universo formativo com a TEORIA SOCIAL CRÍTICA. Nesse momento surge o quarto Código de Ética profissional. O primeiro Código de Ética com postura crítica se dá em 1986. Nesse código já se vê a ruptura com o conservadorismo. Teoria Social Crítica de Marx e seus Interpretes (Lukács e Gramsci). Nesse contexto temos um código de ética mais crítico.
Código de Ética de 1986 é um marco, [...] uma importante ruptura política com o tradicionalismo profissional: expressa um compromisso ético-político de construção de uma prática articulada àquelas que participam da sociedade por intermédio de seu trabalho, propugnando eticamente o compromisso com a classe trabalhadora e, neste sentido, rompendo com o mito da neutralidade profissional. (IAMAMOTO, 2010 p. 100)
Nesse código de ética temos o rompimento da neutralidade e posicionamento em favor da classe trabalhadora. Temos também a superação de postulados do neotomismo (pessoa humana e bem comum). São três dimensões de mudanças: a) ROMPIMENTO COM A BASE FILOSÓFICA; b) ROMPIMENTO COM OS PRESSUPOSTOS METAFÍSICOS; c) ROMPIMENTO COM O TRADICIONALISMO. O Código de 1986 esteve apoiado no Marxismo, mas apresentou debilidades teóricas e operacionais. Nesse período é promulgada a CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, conhecida como Constituição Cidadã porque tratava da garantia de direitos e da nova Seguridade Social. 
· CÓDIGO DE ÉTICA 1993 – Neste período de crise financeira, entra em debate questões como globalização e neoliberalismo, e então se começa a questionar a intervenção do Estado afirmando que foi a intervenção estatal que levou a quebra da economia. Por isso se defende um novo liberalismo. A economia está abalada, a inflação é de 80% ao mês e nesse meio surge a eleição presidencial direta onde o país faz opção por um candidato de extrema direita com a eleição de Fernando Collor de Mello. Começa então a implementação da corrente neoliberal com a resistência a regulamentações dos direitos sociais e justificativa de falta de recursos. Tudo termina com um escândalo de corrupção e o impeachment do presidente. Nesse período é elaborado o CÓDIGO DE ÉTICA DE 1993. Esse código de ética mantém os ganhos de 86, dando mais operacionalidade a esse código e trazendo algumas superações de fragilidade teórica com perspectiva crítica. Diversos encontros moldaram a nova proposta do atual Código de Ética (1993). Buscou dar mais respaldo para efetivação dos princípios que orientam a categoria profissional, dar maior aspecto normativo e não se revelou coorporativo. Vai delimitar com clareza os valores e compromissos ético do Assistente Social.
Contexto político e social do Código de Ética de 1993: - Nova Carta Constitucional (1988); - Regulamentação de Políticas Sociais (LOAS e etc); - Globalização e Neoliberalismo; - Descrédito inicial com representação política; - Nova Lei de Regulamentação da Profissão; - Nova base curricular; - Intensificação da corrente neoliberal.
No processo de amadurecimento intelectual do Serviço Social, a profissão entrou na Teoria Social Crítica de Marx e seus intérpretes. Gramsci é um deles, ele traz a concepção de “Intelectual Orgânico”. Nos Cadernos do Cárcere, Gramci define como INTELECTUAL ORGÂNICO aquele que faz a conexão histórica entre a teoria e a prática, ou seja, fica incumbido do não distanciamento entre as massas e as formulações intelectuais. É caminhando que se faz o caminho.
O Código de Ética de 1993 possui onze princípios e se expressam no cotidiano. Ações através da mediação para superação das situações alienantes (preconceito, o conformismo, o pragmatismo, a exploração do trabalho, a perda da dimensão da totalidade, entre outros) São onze princípios que precisamos conhecer:
1º) Liberdade; 2º) Defesa intransigente dos direitos humanos; 3º) Ampliação da cidadania; 4º) Democracia; 5º) Equidade e justiça social; 6º) Eliminação de qualquer forma de preconceito; 7º) Garantia do pluralismo;8º) Opção por um projeto profissional voltado para uma nova ordem social; 9º) Articulação com outras categorias; 10º) Qualidade de serviços prestados; 11º) Exercício sem discriminação.
· PRINCÍPIO DA LIBERDADE – É preciso ter uma visão crítica de liberdade superando o senso comum e a visão liberal onde se diz: “Minha liberdade vai até onde começa a sua”. Essa concepção objetiva o isolamento, como se a sua liberdade fosse um obstáculo a minha. Você não é livre comigo, você é livre até esbarrar na minha liberdade. Desse ponto de vista a minha liberdade só não é maior porque você existe. Na visão do código de ética a minha plena liberdade depende da liberdade dos demais, é preciso pensar o humano genérico, todos os seres humanos. Este sentido de liberdade projeta para uma nova sociedade, com mais autonomia, com mais justiça, com igualdade. O tipo de liberdade que o código de ética está tratando não é o mesmo tipo de liberdade da sociedade moderna. A idéia é que nós estamos aprisionados nessa sociedade desigual, mas temos direito a liberdade. Nesse sentido “A LIBERDADE É O VALOR ÉTICO CENTRAL DO NOSSO CÓDIGO DE ÉTICA”. 
· DEFESA INTRANSIGENTE DOS DIREITOS HUMANOS (Contexto das lutas de classe) – A luta por direitos humanos revela que nesta ordem social o direito ainda não é plenamente reconhecido. Enfrentamento das situações de preconceitos, opressão, dominação e exploração humana. “OS DIREITOS HUMANOS FUNDAM-SE EM REPOSTAS AO ENFRENTAMENTO DA DEGRADAÇÃO DA VIDA HUMANA EM SUA CONCRETUDE, EXISTINDO E RESISTINDO, DESTA FORMA, COMO RESPOSTA AO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA”.
· AMPLIAÇÃO DA CIDADANIA – O que é ser cidadão? Necessidade de claro discernimento entre nossos direitos e deveres. Ampliação aos direitos sociais como fruto do coletivamente produzido. Confronto com a perspectiva neoliberal tensionado no cotidiano. Ampliação para que o concreto seja na medida do necessário e não dos cortes orçamentários e financeiros mistificadores. Dimensão ético-política.
· EXERCÍCIO PROFISSIONAL E A FISCALIZAÇÃO – A primeira legislação profissional (1957) já contemplava a fiscalização do exercício profissional por meio dos CONSELHOS DE CLASSE. A fiscalização do exercício profissional é necessária, no entanto, os conselhos o faziam de forma muito autoritária e distantes da classe. Só na década de 1980 inicia-se o processo de revisão dos procedimentos de fiscalização [...] com adoção e aprimoramento de um sistema de inscrição e cadastro; instituição das Comissões de Orientação e Fiscalização; estruturação da fiscalização dos espaços ocupacionais; mapeamento de espaços de trabalho; profissionalização pela contratação de agentes fiscais; e unificação de procedimentos. Superação do disciplinamento e foco para a qualidade dos serviços. O conselho recebe novas atribuições, além de fiscalizar deveriam orientar, divulgar, ensinar e buscar uma nova relação com os colegas da mesma classe profissional, com os usuários e com as instituições. Assim a categoria vai ultrapassando aquele forma conservadora com conteúdos moralistas e autoritários. Os avanços teóricos, éticos e políticos tencionaram a regulamentação da profissão. Atualmente somos regidos pela Lei 8.662 de 1993 e prevê em seu art 7º que “a competência dos Conselhos para a disciplina e a defesa da profissão”.
PLANO NACIONAL DE FISCALIZAÇÃO (Resolução do CFESS nº. 512/2007) O PLANO TRAZ 3 DIMENSÕES: Afirmativa de princípios – normativa disciplinadora – política pedagógica. Não é só disciplinadora. ESTE PLANO TEM OBJETIVOS: Consolidação do Projeto Ético-Político – garantia da qualidade dos serviços – garantia da fiscalização – articulação política – sistematização das ações – publicização. 
Este plano apresenta o papel da COFI (COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO). A comissão é composto por três membros distintos: um é o agente fiscalizador, o outro é um membro do conselho e o outro um profissional com seus direitos garantidos. Essa comissão que vai verificar as infrações e ocorrências. A comissão tem 26 competências.
ETAPAS DE APURAÇÃO DE INFRAÇÃO DE ACORDO COM O CÓDIGO PROCESSUAL DE ÉTICA. Primeira fase: Apuração. Fase pré-processual para apurar se houve ou não a quebra dos preceitos éticos (requisitos da denúncia); Caso acate a denúncia segue para a segunda fase. Segunda fase já é processual. Direito à defesa, emissão de parecer com tempo determinado. Encaminhamento para o Conselho Pleno.
PENALIDADES CABÍVEIS (multa – advertência reservada – advertência pública – suspensão do exercício – cassação do exercício). - Reabilitação profissional após 5 anos. - Competência é dos Conselhos para julgar em primeira instância. – 
RESOLUÇÃO 493 DE 2006 DO CFESS dá as condições éticas e técnicas para o livre exercício profissional. O que uma sala tem que ter? Boa iluminação, porta, condição de sigilo, boa ventilação, espaço para atendimento individual ou coletivo, local para guardar seu material e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional... 
· A POSTURA ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL – Nas intervenções profissionais temos que ampliar os espaços para a participação, escuta atenta sobre as demandas que a população revelar, busca de democratizar e desburocratizar as relações institucionais, publicizar informações.
ARTIGO 6 – TRAZ AS VEDAÇÕES AOS ASSISTENTES SOCIAIS: É vedado ao Assistente Social exercer autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito do usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses. Aproveitar-se de situações decorrentes da relação de Assistente Social e Usuário para obter vantagens pessoais. Bloquear o acesso do usuário aos serviços oferecidos pela instituição através de atitudes que venham a desrespeitar ou coagir aqueles que buscam atendimento a seus direitos. Na relação com as Instituições destacam-se as condições de trabalho, livre acesso a população e as informações institucionais.
ARTIGO 19 – RELAÇÃO COM A JUSTIÇA: a) apresentar à Justiça, quando convocado na qualidade de perito ou testemunha, e trazer as conclusões do seu laudo ou depoimento, sem extrapolar o âmbito da competência profissional e sem violar os princípios éticos contidos neste Código. b) comparecer perante a autoridade competente quando intimado a prestar depoimento para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional nos termos deste Código e da Legislação em vigor (Código de Ética, 1993).
ARTIGO 20 – VEDA O ASSISTENTE SOCIAL: a) depor como testemunha sobre situação sigilosa do usuário que tenha conhecimento do exercício profissional, mesmo quando autorizado; b) aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia, quando a situação não se caracterizar como área de sua competência ou de sua atribuição profissional, ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou suspeição (Código de Ética, 1993).
ARTIGO 15 – 17 - O SIGILO PROFISSIONAL SE CONSTITUI EM UM DEVER E UM DIREITO. A projeção ética nos oferece um padrão de posicionamento que aponta para uma outra sociabilidade. Art. 15 Constitui direito do/a assistente social manter o sigilo profissional. Art. 16 O sigilo protegerá o/a usuário/a em tudo aquilo de que o/a assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional. Parágrafo único Em trabalho multidisciplinar só poderão ser prestadas informações dentro dos limites do estritamente necessário. Art. 17 É vedado ao/à assistente social revelar sigilo profissiona. O sigilo somente será possível de sua quebra diante do exposto no artigo 18. Art. 18 A quebra do sigilo só é admissível quando se tratarem de situações cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do/a usuário/a, de terceiros/as e da coletividade.
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PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO S. SOCIAL
· PROJETO – Indica uma forma de se atingir um objetivo, é a idealização de algo para o futuro. É pensar antecipadamente em objetivos e ações. Trata de algo que não aconteceu ainda mais que desejo fazer. O ser humano tem a capacidade de projetaruma finalidade e de desdobrar ações para que aquilo seja alcançado.
· PROJETOS COLETIVOS – Há projetos, objetivos, ideais que não são particulares, que são coletivos e envolve determinados grupos. Por exemplo: 
a) PROJETOS SOCIETÁRIOS – A sociedade é um grande grupo que sabe aquilo que quer ou não. Então Projeto Societário “Trata-se daqueles projetos que apresentam uma imagem de sociedade a ser construída, que reclamam determinados valores para justificá-la e que privilegiam certos meios (materiais e culturais) para concretizá-la” (José Paulo Netto). Ou seja, é o projeto de sociedade que queremos construir.
b) O PROJETO PROFISSIONAL – É um tipo de projeto coletivo que envolve os anseios de uma categoria profissional. Trata do que projetam sobre o que vão defender, o que querem alcançar, como desejam ser vistos, que sociedade desejam.
· PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL – Compreendemos o projeto ético-político como o conjunto de valores e concepções ético-políticas por meio das quais setores significativos da categoria dos assistentes sociais se expressam, tornando-o representativo e por vezes hegemônico, isto é, quando, democraticamente detém e direciona os espaços fundamentais da profissão no Brasil (BRAZ. Marcelo).
Nosso projeto Ético Político vem de uma construção ao longo da história. Entre os anos de 1970 e 1980, os Assistentes Sociais como categoria trabalhista, começaram a questionar o projeto societário da época que negava dimensões políticas e ideológicas. Nesse contexto, estava acontecendo dede o início de 1960 o movimento de reconceituação que buscou rever a forma como se pensava o Serviço Social no país. Devido a perseguição aos valores democráticos feito pela ditadura militar, o movimento parou em 1975 e foi retomado em 1990 com três pilares: Lei de Regulamentação da Profissão 1993, lei 8662; Código de Ética de 1993 e as Diretrizes Curriculares de 1996 aprovadas pela Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social. Quatro coisas legitimaram esse projeto: a Situação Política (democracia); a Legitimação Acadêmica (profissionais de nível superior); Debate Formativo; Debate no Interior da Profissão. O projeto teve a Hegemonia conquistada na década de 1990, ou seja, a grande maioria concordou, aceitou que abrange os anseios da grande maioria.
O projeto ético-político mostra: o compromisso político; a direção teórico-metodológica da profissão. 
Três dimensões/componentes do Projeto: 1) Produção do Conhecimento 2) Política organizativa 3) Jurídica – política
· LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL – Lei de Regulamentação da Profissão 8.662/93. Segunda Lei – Substitui a Lei de 1957. A Portaria de 1949 e Decreto de 1962 regulamentou o Serviço Social como profissional liberal. Houve a necessidade de revisão para atender à conjuntura da década de 1990 em diante. 
· COMPETÊNCIAS No Artigo 4º encontramos as COMPETÊNCIAS DO ASSISTENTE SOCIAL. Competência é aquilo que você tem excelência em fazer. Excelência aqui não pode ser desassociada daqueles princípios que estão no código de ética da profissão. Ter excelência não é meramente cumprir o que a instituição está mandando, mas ter uma perspectiva crítica. As competências outros profissionais podem fazer, não é só o Assistente Social. A competência é resultado de uma construção coletiva e que tem no âmbito acadêmico a sua iluminação. Conforme explica Iamamoto “no sentido etimológico, a competência diz respeito a capacidade de apreciar, decidir ou fazer alguma coisa”, 
· ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS No Artigo 5º encontramos as ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS DO ASSISTENTE SOCIAL. São exclusividades no fazer profissional do Assistente Social. Conforme bem explica Iamamoto: “a atribuição é uma prerrogativa, privilégio, direito e poder de realizar algo, por exemplo: realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social”. As atividades privativas constituem atribuições exclusivas dos assistentes sociais. Conforme explica Simões (2011, p. 510), a atividade privativa “é conceituada pelos atributos técnicos e éticos do próprio profissional, de forma mais ampla, em qualquer instituição, em que sejam exercidos’’. Nossa carga horária semanal é de 30 horas (Lei de 2010). Luta contra o preconceito. Emissão de pareceres. ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS: V- Assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; VI – Assumir treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; VII - Dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação.

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