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ESTUDOS DA TEORIA LITERÁRIA PROVA A2

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Local: Sala 2 - 1º andar / Andar / Polo EAD Vitória da Conquista / EAD - UNIDADE VITÓRIA DA CONQUISTA
Acadêmico: 030LPL1AM
Aluno: CARINA CARVALHO BARBOSA
Avaliação: A2
Matrícula: 193002610
Data: 23 de Novembro de 2019 - 11:00 Finalizado
Correto Incorreto Anulada ! Discursiva " Objetiva Total: 5,75/10,00
1 " Código: 25907 - Enunciado: “O discurso poético é aquele que não apenas sente o impacto dessa crise, não
apenas deixa ler em seu corpo as marcas da violência característica da época, mas que, a partir dessas marcas,
nomeia a crise.” (Fonte: SISCAR, Marcos. Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia” como topos da
modernidade. Campinas: Editora da Unicamp, 2010, p. 10.) Avaliando o exposto, notam-se conexões entre a
citação apresentada e a obra poética do escritor:
# a) João Cabral de Melo Neto (1920-1999), pois o autor fala sobre crise da linguagem e representa essa crise
na estrutura do poema.
 b) Olavo Bilac (1865-1918), pois o autor discorre sobre problemas de natureza social e sobre o contexto
político da época.
 c) Casimiro de Abreu (1839-1860), pois seus poemas apresentam a perspectiva de um sujeito atormentado
pela saudade e pela doença.
 d) Luís de Camões (1524-1580), pois seus poemas apresentam, como temáticas, o desengano, a amargura e
desilusão.
 e) Claudio Manuel da Costa (1729-1789), pois seus escritos apresentam como tema o desejo de liberdade e
emancipação.
Alternativa marcada:
a) João Cabral de Melo Neto (1920-1999), pois o autor fala sobre crise da linguagem e representa essa crise na
estrutura do poema.
Justificativa: Resposta correta: João Cabral de Melo Neto (1920-1999), pois o autor fala sobre crise da
linguagem e representa essa crise na estrutura do poema. João Cabral de Melo Neto é um dos poetas brasileiros
canônicos do século XX no Brasil que melhor trabalharam a forma e o conteúdo pelo viés da 'crise' da palavra
poética, uma problemática presente sobretudo em autores modernos. Distratores: Casimiro de Abreu (1839-
1860), pois seus poemas apresentam a perspectiva de um sujeito atormentado pela saudade e pela
doença. Errada. Casimiro de Abreu é um poeta romântico, e o excerto reflete sobre a crise da modernidade,
presente, no Brasil, na poesia do século XX. Claudio Manuel da Costa (1729-1789), pois seus escritos apresentam
como tema o desejo de liberdade e emancipação. Errada. Claudio Manuel da Costa é um poeta arcadista;
portanto, seu tom é muito diverso do sentimento de crise na vida moderna. Luís de Camões (1524-1580), pois
seus poemas apresentam, como temáticas, o desengano, a amargura e desilusão. Errada. Camões é um poeta
português, um dos maiores da tradição ocidental. Apesar de tecer considerações sobre injustiças sofridas pelo
sujeito, ainda dialoga com questões clássicas. Olavo Bilac (1865-1918), pois o autor discorre sobre problemas de
natureza social e sobre o contexto político da época. Errada. A poesia de Olavo Bilac não apresenta uma forte
relação com o sentimento de crise. Pelo contrário, no geral, o eu lírico é confiante de seu potencial. 
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2 " Código: 26488 - Enunciado: O argumento central do ensaio “O direito à literatura”, que foi escrito por um dos
mais importantes intelectuais brasileiros de todos os tempos, destaca a importância da fruição da arte por todos
os cidadãos. O autor desse texto é:
# a) Antonio Candido (1918-2017).
 b) Roberto Schwarz (1938).
 c) Mário de Andrade (1893-1945).
 d) Oswald de Andrade (1890-1954).
 e) José de Alencar (1829-1877).
Alternativa marcada:
a) Antonio Candido (1918-2017).
Justificativa: Resposta correta: Antonio Candido (1918-2017).O texto consolida ideias centrais de valor literário e
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de sociedade democrática, muito presentes na obra de Candido (CANDIDO, A. O direito à literatura. In: ______.
Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2013, p. 193). Distratores:Oswald de Andrade (1890-1954).
Incorreta. O ensaio “O direito à literatura” é de autoria de Antonio Candido. Observe-se que Oswald de Andrade
não elabora com parâmetros de “justiça” e de “valor literário” nos moldes de Candido.Roberto Schwarz (1938).
Incorreta. Roberto Schwarz, embora possua pontos em comum com o pensamento de Candido, não é o autor do
ensaio.Mário de Andrade (1893-1945). Incorreta. Mário de Andrade faleceu em 1944, quando ainda não se
discutiam os “direitos humanos” tal como a comunidade global os elabora hoje.José de Alencar (1829-1877).
Incorreta. José de Alencar é, de todos, o mais distante dessa perspectiva, muito embora tenha sido um autor
engajado na sociedade de seu tempo.
3 " Código: 25937 - Enunciado: “Jauss começava por lembrar quem eram seus adversários: de um lado, o
essencialismo, erigindo em modelos intemporais as obras-primas, de outro, o positivismo, reduzindo-
as a pequenas histórias genéticas. A seguir ele descrevia, com uma benevolência severa, as abordagens meritóri
as cuja
incompatibilidade pretendia resolver: de um lado, o marxismo, que faz do texto um puro produto histórico, anim
ado por um interesse judicioso pelo contexto, mas limitado por reconhecer à teoria do
reflexo; de outro, o formalismo, carente de dimensão histórica, preocupado, num esforço louvável, com a dinâmi
ca do procedimento, mas não levando em conta o contexto.” (COMPAGNON, A. O demônio da teoria: literatura e
senso comum. Trad. Cleonice P. B. Mourão; Consuelo F. Santiago. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006, p. 209-
210). A partir do fragmento descrito, pode-se inferir que:
# a) A teoria da recepção baseou-se na ideia de que a autonomia do texto é relativa, pois dialoga com o
social. 
 b) A teoria da recepção aprofundou as críticas que seriam direcionadas ao formalismo e com ele rompeu.
 c) A teoria da recepção se desfez de qualquer relação com o marxismo no âmbito da teoria literária.
 d) A teoria da recepção se desfez de relações com a tradição teórica consolidada até o momento de sua
ascensão.
 e) A teoria da recepção eliminou o receptor da análise do texto, dando primazia à estrutura.
Alternativa marcada:
e) A teoria da recepção eliminou o receptor da análise do texto, dando primazia à estrutura.
Justificativa: Resposta: A teoria da recepção baseou-se na ideia de que a autonomia do texto é relativa, pois
dialoga com o social.A teoria da recepção, que tem como um de seus principais expoentes o intelectual Hans
Robert Jauss, enfatiza, conforme o excerto em destaque, que há oscilações no modo de compreender e
interpretar o texto literário. Assim sendo, não há necessariamente uma ênfase formal do texto, muito embora
possa ocorrer, em determinados momentos, uma valorização dos procedimentos. Distratores:A teoria da
recepção se desfez de qualquer relação com o marxismo no âmbito da teoria literária. Incorreta. A teoria da
recepção dialoga com o marxismo.A teoria da recepção aprofundou as críticas que seriam direcionadas ao
formalismo e com ele rompeu. Incorreta. A teoria da recepção revê o legado do formalismo, mas não rompe com
ele.A teoria da recepção eliminou o receptor da análise do texto, dando primazia à estrutura. Incorreta. A teoria
da recepção não oferece primazia ao texto, mas ao receptor.A teoria da recepção se desfez de qualquer
relação com a tradição teórica consolidada até o momento de sua ascensão. Incorreta. A teoria da recepção, pelo
contrário, recupera e relê o legado da tradição teórica já consolidada até aquele momento.
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4 " Código: 26314 - Enunciado: “Com isso, a reflexão sobre a literatura se afasta do normativismo, orientando-se
para atitudes mais especulativas; daí o aparecimento das mais diversas teorias, empenhadas em propor
explicações adequadas para os rumos tomados pela produção literária romântica e pós-romântica,
crescentemente diversificados e destoantes de padrões já fixados”. (SOUZA, R. A. de. Teoria da literatura. São
Paulo: Ática, 1986, p. 16). Analisando o excerto destacado, é possível verificar que:
# a) O normativismo engloba as teorizações clássicas e neoclássicas que aprofundavam vertentes
dogmáticas dedicadasaos estudos literários. 
 b) O normativismo é avaliado como confluente e complementar ao descritivismo das vertentes pré-
românticas, sobretudo durante a Idade Média. 
 c) A retórica e a poética, exemplos presentes do descritivismo pós-romântico no campo da teoria literária,
não prosperou nos estudos da Antiguidade.
 d) A atitude normativa, crescentemente abandonada no Romantismo, volta a advogar como a literatura
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deve ser julgada na pós-modernidade e na contemporaneidade.
 e) Os padrões diversificados, de tendência descritiva, da época clássica e neoclássica entram em
decadência com a expansão da modernidade.
Alternativa marcada:
e) Os padrões diversificados, de tendência descritiva, da época clássica e neoclássica entram em decadência
com a expansão da modernidade.
Justificativa: Resposta correta: O normativismo engloba as teorizações clássicas e neoclássicas que
aprofundavam vertentes mais dogmáticas dedicadas aos estudos literários.Para responder corretamente, o
estudante deverá considerar que nem todas as abordagens clássicas são normativistas. Por exemplo, Platão e
Aristóletes também foram autores “especulativos”, a época, entretanto — sobretudo após Aristóteles —, é
marcada pelo “tom normativo”. Distratores:O normativismo é avaliado como complementar ao descritivismo
das vertentes pré-românticas, sobretudo durante a Idade Média. Incorreta. A resposta não pode considerar que a
Idade Média seja descritivista; pelo contrário, foi um período marcadamente normativista.A retórica, exemplo do
descritivismo pós-romântico no campo da teoria literária, nunca prosperou nos estudos da Antiguidade.
Incorreta. A retórica delineou-se na Antiguidade e prosperou na Idade Média, sendo um campo frutífero até a
época moderna, quando começou a declinar.Os padrões diversificados, de tendência descritiva, da época
clássica e neoclássica entram em decadência com a expansão da modernidade. Incorreta. Os padrões
diversificados são típicos da época moderna e pós-moderna; portanto não se conectam com a época clássica e
neoclássica.A atitude normativa, crescentemente abandonada no Romantismo, volta a advogar como a
literatura deve ser julgada na pós-modernidade e na contemporaneidade. Incorreta. A atitude normativa passa a
ser questionada até seu completo desaparecimento na pós-modernidade.
5 " Código: 26684 - Enunciado: “Uma poesia que fala do ato criativo, da dificuldade de seu material — palavra —,
do conflito pedregoso diante da folha branca como ‘uma pedra no meio do caminho’ (Drummond), na
dificuldade desconfiada do ato de poetar, da palavra que é uso de todos e que, no poema, necessita ser singular
e exata para bem dizer-se, dizendo sua natureza” (CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. 11. ed. São Paulo:
Ática, 2001). Com base no fragmento apresentado, marque a alternativa que identifica corretamente as duas
principais funções da linguagem (conforme definição de Roman Jakobson – sobre as quais a autora discorre).
 a) Função emotiva e função referencial.
 b) Função fática e função poética.
# c) Função poética e função metalinguística.
 d) Função apelativa e função fática.
 e) Função referencial e função metalinguística.
Alternativa marcada:
e) Função referencial e função metalinguística.
Justificativa: Resposta correta: Função poética e função metalinguística. Samira Chalhub elabora, sim, uma
reflexão sobre a relação estreita entre os elementos “mensagem” e “código”. Distratores:Função fática e função
poética. Errada. Samira Chalhub não coloca em destaque o canal, embora destaque, sim, o trabalho com a
mensagem.Função referencial e função metalinguística. Errada. Samira Chalhub não destaca o referente,
embora destaque, sim, o trabalho poético com o código.Função emotiva e função referencial. Errada. Samira
Chalhub não enfoca, nessa apreciação crítica, nem o emissor da mensagem, nem o referente.Função apelativa e
função fática. Errada. Samira Chalhub não reflete, nesse trecho, sobre o receptor ou sobre o canal da
comunicação.
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6 " Código: 25936 - Enunciado: “Sabemos que, para devolver à escrita ao seu devir, é preciso inverter o seu mito: o
nascimento do leitor tem de pagar-se com a morte do Autor”. (BARTHES, R. A morte do autor. In: ______. O rumor
da língua. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 70). Segundo a concepção de escrita defendida pelo intelectual
francês Roland Barthes no ensaio “A morte do autor”, de 1968, pode-se afirmar que: 
 a) A intenção última do texto é ser ideológica, ao mesmo tempo em que defende a importância da razão.
 b) A escrita moderna é para ser decifrada, compreendida, elucidada; portanto, a vontade do autor é central.
 c) O leitor tem uma história, uma biografia, e é sobre esse leitor específico, com sua ideologia, que Barthes
escreve.
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 d) A linguagem que fala no texto é a do autor e da sua vida; por isso, é fundamental estudar suas escolhas.
# e) A linguagem que se articula em um texto não pertence ao autor, em evidente destaque para a escrita e o
leitor.
Alternativa marcada:
e) A linguagem que se articula em um texto não pertence ao autor, em evidente destaque para a escrita e o leitor.
Justificativa: Resposta correta: A linguagem que se articula em um texto não pertence ao autor, em evidente
destaque para a escrita e o leitor. Barthes destaca o texto e a recepção, de modo diferente de certa tradição, que
teria valorizado demasiadamente a imagem do autor. Distratores:A linguagem que fala no texto é a do autor e da
sua vida; por isso, é fundamental estudar suas escolhas. Incorreta. Pelo contrário, Barthes defende que não se
deve estudar a vida de um autor, sua biografia, sua ideologia.A escrita moderna é para ser decifrada,
compreendida, elucidada; portanto, a vontade do autor é central. Incorreta. Barthes distancia-se da ideia de
decifração, como se houvesse uma verdade a ser descoberta.A intenção última do texto é ser ideológica, ao
mesmo tempo em que defende a importância da razão. Incorreta. O texto não é construído para ser ideológico,
mas contraideológico.O leitor tem uma história, uma biografia, e é sobre esse leitor específico, com sua
ideologia, que Barthes escreve. Incorreta. Barthes não pensa o leitor como historicamente situado.
7 ! Código: 26324 - Enunciado: Leia o excerto a seguir da peça de José Alencar, O demônio familiar. “Todos
devemos perdoar-nos mutuamente; todos somos culpados por havermos acreditado ou consentido no fato
primeiro, que é a causa de tudo isso. O único inocente é aquele que não tem imputação, e que fez apenas uma
travessura de criança, levado pelo instinto de amizade. Eu o corrijo, fazendo do autômato um homem; restituo-o
à sociedade, porém expulso-o do seio de minha família e fecho-lhe para sempre a porta de minha casa. [a Pedro]
Toma: é a tua carta de liberdade, ela será a tua punição de hoje em diante, porque as tuas faltas recairão
unicamente sobre ti; porque a moral e a lei te pedirão conta severa de tuas ações. Livre, sentirás a necessidade
do trabalho honesto e apreciarás os nobres sentimentos que hoje não compreendes”. (ALENCAR, J. de. O
demônio familiar. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, p. 226). Com base no exposto, elabore um texto sobre o
teatro de Alencar e a representação, na peça, do drama da escravidão. Seu texto deve conter os seguintes
aspectos: Representação da escravidão na literatura brasileira. Relação entre forma literária e visão crítica da
sociedade.
Resposta:
Justificativa: Expectativa de resposta: A peça cômica de José de Alencar (1829-1877) intitulada O demônio
familiar (1857) é considerada a mais famosa do autor e uma das mais importantes do século XIX. Foi vista por
alguns como uma condenação do cativeiro (por exemplo, para Machado de Assis, a peça é um exemplo de
protesto contra essa vergonhosa instituição). Críticos contemporâneos, como João Roberto Faria, destacam que,
embora a escravidão doméstica tivesse recebido atenção de modo inaugural em uma obra literária, não há um
aprofundamento da crítica a essa instituição. Alencar, por meio desituações engraçadas, às vezes beirando o
caricatural, aborda os inconvenientes da escravidão doméstica, que ainda estava presente em boa parte dos
lares brasileiros da época (muito embora a família pertença aos extratos burgueses de profissionais liberais). 
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8 ! Código: 25888 - Enunciado: Leia os trechos destacados a seguir: “Saci inda para neste mundo espalhando
fogueira e trançando crina de bagual... A Ursa Maior é Macunaíma. É mesmo o herói capenga que, de tanto penar
na terra sem saúde e com muita saúva, se aborreceu de tudo, foi-se embora e banza solitário no campo vasto do
céu.” (Fonte: ANDRADE, Mário de. Macunaíma – o herói sem nenhum caráter. Ed. crítica coord. Telê Porto Ancona
Lopez. Revista USP, São Paulo, n.65, p. 125-130, março/maio 2005.) “Compreendido isso, o destino do príncipe é
perder a audiência, decair. A comunidade o abandona: com toda a razão, sugere o filme. A queda de Macunaíma
é implacável. Rejeitado pelos irmãos, solitário, ele recebe o golpe final da natureza. Em sua jornada, o herói
enfrentou desafios e não foi engolido pela cidade. No retorno, é engolido por Uiara. Morre porque não consegue
mais adesão do seu próprio mundo de origem.” (Fonte: XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento:
cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. São Paulo: Cosac Naify, 2012, p. 255.) (ANDRADE, Joaquim Pedro
de. Macunaíma, 1969. Longa-metragem.) Analisando o exposto, redija um texto dissertativo sobre as relações
entre os trechos destacados. Seu texto deve conter os seguintes aspectos: Relações entre literatura e cinema.
Contraste entre perspectivas modernas e pós-modernas.
Resposta:
Justificativa: Expectativa de resposta: A questão possibilita que o estudante empregue conceitos relacionados à
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literatura comparada e aos estudos interartes (por exemplo, 'intertextualidade') para compreender aspectos do
diálogo entre o livro Macunaíma (1928), de Mário de Andrade, e o filme homônimo de Joaquim Pedro de Andrade
(1969). Ambos os excertos procuram dar destaque a elementos de aproximação e de deslocamento entre texto e
filme. Deve-se observar que o fechamento do livro de Mário de Andrade permite uma abertura interpretativa
distante da cena final trágica do filme. Observamos, pelo trecho citado, que Macunaíma 'vira estrela', 'foi-se
embora e banza solitário no campo vasto do céu'. Desse modo, ao mesmo tempo em que Joaquim Pedro de
Andrade perfaz uma homenagem ao personagem mais emblemático da prosa modernista brasileira da década
de 1920, distancia-se da matriz geradora, em evidente perspectiva pós-moderna de citação e invenção. É
possível notar, por exemplo, a invenção de Joaquim Pedro de Andrade por meio da análise de Ismail Xavier, que
destaca 'a queda implacável de Macunaíma'. Aqui não se escolhe o fechamento do livro, como em Mário de
Andrade; mas Macunaíma é subitamente 'engolido por Uiara' quando entra no lago. No primeiro momento, a
trajetória do herói consiste em uma escolha; no segundo momento, é uma queda, um final trágico, que pode ser
pensado em paralelo com o momento político brasileiro, cheio de obstáculos, dificuldades. Essas e outras
considerações podem ser apontadas pelo estudante.
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