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Clínica de pequenos animais Distúrbios Neurológicos Anatomia Funcional do Sistema Nervoso e localização da lesão ENCÉFALO: O encéfalo consiste em cérebro, tronco encefálico e cerebelo. O tronco encefálico é subdividido em diencéfalo (tálamo e hipotálamo), mesencéfalo, ponte e bulbo. PROSENCÉFALO: O prosencefálo inclui o córtex cerebral, a substância branca do cérebro, os núcleos basais e o diencéfalo. O córtex cerebral é importante para o comportamento, visão, audição, atividade motora refinada, percepção consciente de tato, dor, temperatura e posição do corpo (propriocepção). A substância branca cerebral transmite informação sensorial ascendente e sinais motores descendentes, e os núcleos basais estão envolvidos na manutenção do tônus muscular e na iniciação e controle da atividade motora voluntária. O diencéfalo é importante na integração do impulso sensorial, manutenção da consciência e atenção, e controle das funções autonômicas e endócrinas como apetite, sede, temperatura e balanço hídrico e eletrolítico. CEREBELO: O cerebelo controla o ritmo, a extensão e a força dos movimentos. Serve para coordenar a atividade muscular, regular os movimentos refinados e modular o tônus muscular. Lesões no cerebelo resultam em postura com ampla base de sustentação, ataxia (incoordenação) com força normal e reações posturais normais, e aumento de tônus muscular (espasticidade). Lesões cerebelares podem ainda resultar em tremor fino da cabeça, que se torna mais pronunciado durante o movimento voluntário, como durante obtenção do alimento (tremor de intenção). MEDULA ESPINHAL: A medula espinhal situa-se inteiramente dentro da coluna óssea vertebral. Ela é composta por um núcleo central de substância cinzenta em forma de H circundado por substância branca. A substância branca é composta de fibras nervosas organizadas em colunas de tratos ascendentes e descendentes. Esses longos tratos transmitem informação sensorial ascendente (propriocepção, tato, temperatura, pressão e dor) e sinais motores descendentes entre os centros superiores encefálicos e os neurônios da medula espinhal. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA: Uma vez localizada a lesão, é necessário formular uma lista de prováveis diagnósticos diferenciais. Essa lista deve levar em conta a predisposição, dados históricos, localização neuroanatômica da lesão, e a natureza do início e progressão dos sinais clínicos. É importante considerar todos os possíveis mecanismos ou causas de doenças que podem afetar o sistema nervoso. Uma vez desenvolvida uma lista de possíveis diagnósticos diferenciais, testes diagnósticos podem ser realizados para confirmar ou excluir cada um deles. HISTÓRICO DO ANIMAL: A idade, gênero, raça e estilo de vida do paciente podem prover informações a respeito da doença em curso. Os animais jovens são mais propensos a apresentar doenças congênitas ou hereditárias; eles também são mais expostos ao risco de intoxicações e doenças infecciosas. Animais idosos são mais suscetíveis a doenças neoplásicas e muitos dos distúrbios degenerativos conhecidos. INÍCIO E PROGRESSÃO DA DOENÇA: O início e progressão dos sinais neurológicos são de fundamental importância para priorizar a lista de diagnósticos diferenciais. Os sinais podem ser hiperagudos e não progressivos, ou podem se tornar progressivamente mais graves com o tempo. ANORMALIDADES SISTÊMICAS: A identificação de anormalidades sistêmicas concomitantes pode auxiliar no diagnóstico de doenças neoplásicas, metabólicas ou inflamatórias do sistema nervoso. Um exame físico completo e avaliação oftálmica, incluindo exame de fundoscopia, devem ser realizados em todos os animais com suspeita de doença neurológica. Avaliação laboratorial de triagem é indicada em animais com crises epiléticas ou alterações comportamentais sugestivas de disfunções no Prosencéfalo. Bibliografia: Medicina interna de pequenos animais – Nelson e Couto Isadora borges
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