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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS AMÉRICAS - FAM 
Engenharia Civil e Tecnologia em Construção de Edifícios 
Bruno Ayres, 020457 
Gabriela Rzatki, 021918 
Julyanna Rocha, 021036 
Mateus Gustavo, 018337 
Vitor Santos, 021366 
 
 
 
 VANE TEST - PALHETA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO-SP 
2019 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS AMÉRICAS - FAM 
Engenharia Civil e Tecnologia em Construção de Edifícios 
Bruno Ayres, 020457 
Gabriela Rzatki, 021918 
Julyanna Rocha, 021036 
Mateus Gustavo, 018337 
Vitor Santos, 021366 
 
 
 
VANE TEST - PALHETA 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de Laboratório 
Integrado de Mecânica dos Solos e Resistência 
dos Materiais no Centro Universitário das 
Américas ao Professor João 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO-SP 
2019 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução ................................................................................................................. 3 
1.1 Objetivo ................................................................................................................. 4 
2. Procedimentos ......................................................................................................... 5 
3. Resultados .............................................................................................................. 10 
3.1 Interpretação ....................................................................................................... 12 
4. Vantagens e Desvantagens ................................................................................. 16 
5. Custo ....................................................................................................................... 17 
6. Conclusão ............................................................................................................... 18 
7. Referências ............................................................................................................ 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. Introdução 
 
 O assunto sondagem embora específico dentro das mais diversas áreas 
de estudo da engenharia e geotecnia é, ao mesmo tempo, muito vasto. É de 
extrema importância o processo da obra ao qual a sondagem pertence, pois é 
nele onde podemos descobrir as propriedades mecânicas os solos e suas 
características. 
 Um dos parâmetros característicos dos solos é a resistência não drenada 
ao cisalhamento (𝑆𝑢). Esse parâmetro indica eventuais rupturas que ocorreriam 
no solo antes de ocorrer qualquer drenagem e a qual tensão de torque essas 
rupturas acontecem. 
 Existem muitos ensaios capazes de determinar essa característica do 
solo, como ensaios de compressão não confinada, ensaio de compressão triaxial 
não drenada e ensaio de palheta, conhecido na literatura internacional como 
vane test. 
 O vane test pode ser realizado tanto em laboratório quanto em campo, e 
geralmente é recomendado para solos argilosos. No seu artigo Análise 
Poroelástico Não Linear do Vane Test em Regime de Fluxo Transiente, o autor 
Adrien Fayolle cita que o ensaio de palheta em campo para a determinação da 
resistência não drenada é tão relevante quanto os ensaios de laboratório e 
justifica o uso do ensaio de palheta em campo (ou in-situ) pelas vantagens 
práticas que ele tem sobre os ensaios em laboratório. 
 O autor argumenta ainda que: 
“O ensaio em campo permite evitar o relaxamento das tensões e a 
deterioração da amostra. Além disso, a sua realização é de custo menor 
do que os ensaios sobre amostra.” (FAYOLLE, Adrien – 2016) 
O autor cita também uma referência ao texto de W. J. Eden, An Evaluation 
of the Field Vane Test in Sensitive Clay, onde aponta que: 
“A comparação apresentada por Eden (1966) é baseada em ensaios 
realizados em quatro lugares diferentes, com solos apresentando 
 
 
4 
 
características mecânicas diferentes [...] o estudo demonstrou que o 
ensaio em campo é confiável para determinar a resistência não drenada 
para solos argilosos moles.” (FAYOLLE, Adrien – 2016) 
 É importante mencionar também que o vane test é embasado tanto pela 
ABNT, através da NBR 10905:1989 (Solo - Ensaios de Palheta In Situ – Método 
de Ensaio) quanto pela ASTM (American Society for Testing and Materials), 
através da ASTM D4648-00 (Standard Test Method for Laboratory Miniature 
Vane Shear Test for SaturatedFine-Grained Clayey Soil). 
 Tendo contextualizado então a finalidade para à qual ensaio vane test é 
realizado vamos então aos procedimentos para entender mais sobre o ensaio 
propriamente dito e suas formas de executá-lo. 
1.1 Objetivo 
 
 O objetivo deste trabalho é compreender a técnica de sondagem Vane 
Test, bem como a interpretação de seus resultados. 
 
 
 
 
 
5 
 
2. Procedimentos 
 
 Como vimos, o ensaio de palheta permite determinar a 
capacidade/característica mecânica do solo não drenado resistir ao 
cisalhamento. O experimento é usualmente feito em argilas, mas também é 
realizável em outros tipos de solo de granulometria mais grossa, como os solos 
siltosos. 
 Para entendermos como funcionam os procedimentos para a execução 
do ensaio vamos primeiro à descrição do material utilizado para ele. O sistema 
é composto por uma palheta cruciforme (figura 1.0) com as quatro lâminas 
perpendiculares entre si. A largura de duas lâminas corresponde 
geometricamente ao diâmetro da palheta. As dimensões características da 
palheta, seu diâmetro d e sua altura H, são relacionadas pela razão padrão H/d 
= 2. 
 Segundo Fayolle, por serem utilizadas em diversos estudos, as 
dimensões da palheta de H = 130 mm e d = 65 mm podem ser consideradas 
como padrão para o ensaio. 
 Embora tenha características padrões o equipamento na verdade não é 
único. A norma NBR 10905:1989 salienta que existem dois equipamentos, que 
são descritos por ela como equipamentos A e B. 
 O equipamento A é caracterizado por realizar ensaios sem a necessidade 
de uma perfuração prévia, enquanto o equipamento B é caracterizado por ser 
utilizado nos ensaios onde há perfuração prévia. 
 A norma descreve as características adicionais do equipamento tipo A, 
são elas: 
“[...] O equipamento tipo A permite sua cravação estática em solos moles 
a partir do nível do terreno. Durante esta cravação, a palheta é protegida, 
permanecendo no interior de uma sapata [...] A parte inferior do 
equipamento deve conter rolamentos axiais e laterais vedados e 
lubrificados, de forma a centralizar as hastes de extensão e apoiá-las 
sobre rolamentos. O tubo de proteção da haste fina é mantido 
estacionário durante o ensaio. Tais dispositivos devem evitar o atrito solo-
 
 
6 
 
haste e reduzir os atritos mecânicos a valores desprezíveis. [...] Além 
destas características, uma vez atingida a profundidade desejada, a parte 
inferior do equipamento permite cravar a palheta 0,5 m no solo [...] as 
hastes de extensão são protegidas por um tubo ao longo de todo o seu 
comprimento.” (NBR 10905 – 1989) 
 Quanto ao equipamento tipo B, a norma aponta às seguintes 
característica adicionais: 
“Com o equipamento tipo B, o ensaio é realizado no interior de uma 
perfuração prévia [...] São utilizados espaçadores com rolamentos em 
intervalos não superiores a 3 m ao longo das hastes de extensão. O 
conjunto das hastes se apoia em um dispositivo com rolamentos instalado 
na extremidade inferior das hastes, que, por sua vez, está conectado ao 
tubo de proteção da haste fina. Este dispositivo permite que a rotação 
das hastes não seja transmitida ao tubo de proteção da haste fina, que 
permanece estacionário durante o ensaio. Com isso, tanto o atrito solo-
haste, como os atritos mecânicos, desalinhamento das hastes e 
translação da palheta são evitados ou reduzidos a valores desprezíveis.” 
(NBR 10905 – 1989) 
 Quanto às diferenças entre os equipamentos, a norma aponta que com o 
equipamento tipo A obtém-se melhor qualidade de resultados enquanto quando 
se trata do equipamentotipo B a mesma descreve que este equipamento é mais 
suscetível a erros, devido a atritos mecânicos e translação da palheta, e ressalta 
que todo esforço deve ser feito no sentido de minimizá-los, que é exatamente o 
que se busca ao dimensionar o equipamento de maneira diferente ao 
equipamento A. 
 Abaixo seguem imagens que mostram as diferenças entre os 
equipamentos A e B: 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.0 - Equipamento para ensaio de palheta in-
situ (Ortigão e Collet 1987) 
Figura 1.1 - Equipamento tipo A 
Figura 1.2 - Equipamento tipo B 
 
 
8 
 
 No artigo Avaliação da consistência das argamassas industrializadas 
projetadas utilizando o método vane os autores Bauner, Santos, Morais e Pereira 
enfatizam que no que tange aos equipamentos são considerados como uma 
aparelhagem durável, de baixo custo de fabricação e, de fácil emprego nos 
serviços de qualquer laboratório ligado a reologia, pois produz resultados rápidos 
e confiáveis. 
 A norma brasileira não se aprofunda tanto no procedimento e execução 
do método, dando apenas alguns parâmetros para serem levados em 
consideração. De igual maneira, a ASTM descreve o procedimento deste ensaio 
basicamente em: 
“Inserir uma palheta com duas lâminas montadas em forma de cruz na 
amostra do material e girar a palheta lentamente através de um 
dispositivo de rotação (60º a 90º/min) até o cisalhamento da amostra 
(torque máximo)”. (ASTM D’4648-00 - 2003) 
 Entretanto, no artigo elaborado por Fayolle, o mesmo disserta de maneira 
mais profunda sobre os métodos de execução do vane test. Fayolle descreve 
que o ensaio pode ser realizado tanto em campo quanto em laboratório, o que 
acarreta métodos e procedimentos diferentes para cada situação, além das 
variações existentes dentro de cada contexto, no laboratório ou e in-situ. 
 Para a realização do ensaio em campo temos como primeira etapa a 
introdução da palheta no solo. Existem dois métodos de inserção, que são com 
e sem pré-perfuração. Segundo Fayolle a pré-perfuração consiste em perfurar o 
solo com um diâmetro maior que o da palheta até 50 cm antes da profundidade 
de ensaio, depois a palheta inserida no solo. No caso sem perfuração, o 
equipamento é inserido diretamente no solo com uma sapata de proteção da 
palheta até 50 cm antes da profundidade de ensaio e então a palheta sai da 
proteção até a distância desejada. 
 Depois da inserção, um tempo de espera é necessário antes do início da 
rotação da palheta para dissipar o excesso de pressão gerada pela inserção. O 
tempo de espera entre a inserção da palheta e o início da rotação é considerado 
um dos parâmetros a ser observado na leitura e interpretação dos resultados. 
 
 
9 
 
 Embora a norma não especifique quais durações são aceitáveis no tempo 
de espera alguns trabalhos, como evidencia Fayolle, definem como parâmetro 
uma janela de tempo entre 1 e 5 minutos. Esses mesmos trabalhos definem uma 
velocidade de rotação padrão da palheta que também é utilizada na norma como 
padrão para a realização do ensaio (6º/min). A medição do torque diretamente 
no equipamento permite a determinação da resistência não drenada. 
 Fayolle aponta que, assim como observa a NBR, os testes sem pré-
perfuração apresentam resultados melhores do que os testes com pré-
perfuração, corroborando com aquilo que a norma afirma de que o equipamento 
tipo A, para ensaios sem pré-perfuração, é melhor que o equipamento tipo B, 
entregando resultados mais próximos à realidade e mais precisos. 
 Antônio Cristino da Conceição, na sua tese Estudo da Resistência e 
Consolidação de uma Argila Mole na Cidade de João Pessoa (1977) descreve 
um procedimento aplicado na cidade de João Pessoa com o ensaio Vane Test. 
Segundo ele: 
“Para efetuar o ensaio, um par de palhetas idênticas ligadas a uma haste 
eram penetradas em um tubo de revestimento de 75 mm de diâmetro 
cravado no solo, até atingir a profundidade desejada e de tal maneira que 
as palhetas não ficassem no interior do tubo, ficando assim livre da 
influência do mesmo. Uma vez cravadas no solo, se aplica gradualmente 
na alavanca conectada a haste no seu extremo superior, um par de 
torções horizontais necessários para fazer com que um cilindro do terreno 
gire em torno do eixo de simetria vertical das palhetas, estas ao girarem 
formam quatro diedros que tem por aresta comum vertical o eixo de 
torção. A tensão de cisalhamento desenvolvida em todos os pontos da 
superfície de revolução é originada por um par resistente que durante o 
deslizamento é igual ao momento torçor exercido.” (PESSOA, João - 
1977). 
 
 
10 
 
3. Resultados 
 
 Com base no trabalho de Fayolle, a determinação da resistência ao 
cisalhamento não drenada é diretamente relacionada ao torque medido durante 
o ensaio de palheta. Porém, para a obtenção dos resultados é necessário definir 
algumas hipóteses, hipóteses essas fundamentadas no trabalho de Flaate 
(1966) chamado Factores Influencing the Results of Vane Tests, 
 A primeira premissa a ser adotada tem base no fato de que a resistência 
é determinada para condição não drenada, então assume-se que não ocorre 
drenagem durante o ensaio. A segunda premissa nos orienta a considerar que a 
inserção da palheta não gera consolidação antes do cisalhamento do solo. A 
área onde a sondagem é executada, a zona de perturbação, não tem efeito sobre 
as propriedades do solo. 
 Partindo dessas premissas supõe-se que as resistências não drenadas 
horizontais e verticais são iguais, para permitir a determinação da resistência 
com apenas um ensaio. Por fim, é definido que a ruptura acontece ao longo da 
superfície da palheta. 
 Após chegar à definição de que a ruptura ocorre ao longo da superfície da 
palheta formula-se que: 
𝑆𝑢 = 
6𝑇𝑚𝑎𝑥
7𝜋𝑑3
 
 Onde 𝑇𝑚𝑎𝑥 é o torque máximo e 𝑑 o diâmetro da palheta. Segundo Pessoa 
O torque, obtido experimentalmente, pode ser definido como a soma algébrica 
das contribuições do cisalhamento exercido pela lateral (𝑇𝑠) e das duas 
superfícies, superior e inferior, da palheta (𝑇𝑒), conforme a equação abaixo: 
𝑇𝑚𝑎𝑥 = 𝑇𝑠 + 2𝑇𝑒 
 Além das deduções para a definição da fórmula da resistência não 
drenada ao cisalhamento (𝑆𝑢) e da definição da fórmula do torque máximo 
(𝑇𝑚𝑎𝑥) algo relevante a ser evidenciado é a relação entre os resultados obtidos 
em campo e em laboratório da resistência não drenada e da tensão de 
cisalhamento. 
 
 
11 
 
 Eden (1966) em sua obra An Evaluation of the Field Vane Test in Sensitive 
Clay apresenta a comparação do vane test em campo e em amostra (laboratório) 
e através dos resultados os seguintes gráficos são elaborados: 
 
 
 
 
 Os resultados observados na figura 1.3 mostram que os valores de 
resistência obtidos com o ensaio de palheta em campo são maiores do que os 
outros resultados. De igual modo, a tensão de cisalhamento obtida em campo é 
maior do que a tensão obtida em laboratório embora em alguns pontos de 
profundidade a tensão apresente algumas variações onde o ensaio de 
laboratório possui tensão superior à do ensaio de campo. 
Figura 1.3 - Comparação da resistência obtida pelo Vane Test em Campo e em Amostra 
Figura 1.4 - Comparação da tensão de cisalhamento obtida pelo Vane Test em Campo e em Amostra 
 
 
12 
 
 Embora haja variações em ambos ensaios a instabilidade do ensaio em 
laboratório geram dúvidas a respeito da sua precisão. Além disso, por se tratar 
de um solo argiloso, o transporte da amostra compromete as propriedades do 
solo, e, considerando esses e outros quesitos, Eden conclui que o ensaio de 
palheta em campo é mais confiável para determinar a resistência não drenada 
para solos argilosos moles. 
 Através da execução dos procedimentos indicados e da obtenção dos 
resultados evidenciados com as premissas a serem consideradas e os 
experimentos demonstrados podemos então fazer a leitura dos parâmetrosque 
podem influenciar a medida e a interpretação dos resultados do ensaio de 
palheta. 
3.1 Interpretação 
 
 Existem diversos parâmetros que podem ser utilizados para interpretar os 
significados dos resultados obtidos através do ensaio, alguns desses são 
coeficiente de remodelação, tempo de espera entre a inserção da palheta e o 
início da rotação e a influência da velocidade de rotação. 
 É importante salientar que a compreensão dos efeitos que podem 
influenciar os resultados do ensaio é necessária para que se faça a melhor 
interpretação possível dos dados na determinação da resistência, e se permita 
avaliar a adaptabilidade ou não do ensaio ao problema estudado. 
 Um primeiro parâmetro a ser considerado se relaciona com a etapa inicial 
do experimento, que é o coeficiente de remodelação (α). Uma das 
consequências da variação da geometria da palheta é a alteração das 
perturbações geradas durante sua inserção no solo. O coeficiente de 
remodelação relaciona essas perturbações à geometria da palheta, formulando: 
𝛼 = 
4𝑒
𝜋𝑑
 
 Onde “𝑑” e “𝑒” são o diâmetro e a espessura da palheta, respectivamente. 
É importante frisar que essa relação depende do tipo de argila estudada. 
 
 
13 
 
 Através desse parâmetro obtemos a relação que nos demonstra que 
quanto maior o coeficiente de remodelação α maior a resistência ao 
cisalhamento. Segundo Fayolle, a realização de ensaios com palhetas de 
diâmetro padrão 65 mm, mas com espessura diferente (1,58 mm até 6,35 mm) 
mostram que a resistência não drenada ao cisalhamento é diretamente 
relacionada a espessura das palhetas. Portanto, espessuras pequenas 
acarretaram em coeficientes de remodelação altos, e esses simbolizaram uma 
resistência maior ao cisalhamento do solo. 
 Um segundo parâmetro importante a ser destacado é a espera entre a 
inserção da palheta e o início da rotação. Segundo Flaate esse parâmetro tem 
influência sobre a resistência ao cisalhamento. O autor mostra em seu trabalho 
que a inserção do equipamento do Vane Test gera deformações na argila perto 
da palheta. Como a argila tem uma permeabilidade baixa, o fenômeno resulta 
em um aumento das tensões e um adensamento perto da palheta. 
 Ao observarmos o gráfico abaixo formulado com base nos ensaios de 
Flaate podemos perceber que quanto maior o tempo de atraso entre a inserção 
da palheta no solo e o inicio do ensaio maior é a resistência ao cisalhamento 
para uma profundidade de 7 m. 
 
 
 Flaate argumenta que a existência de um fluxo de água provoca uma 
variação de tensões efetivas. Este fenômeno coloca em evidência a influência 
da variação de tensão efetiva sobre a resistência não drenada. Fayolle evidência 
Figura 1.5 - Tempo de atraso entre a inserção da palheta no solo e o inicio do ensaio (Flaate, 1966) 
 
 
14 
 
também em seu trabalho que ensaios de palheta foram realizados em Norwegian 
marine clay para determinar a influência do tempo de espera. Os resultados 
mostram que a resistência não drenada ao cisalhamento para um tempo de 15 
minutos é maior que aquela obtida para um tempo de espera padrão de três 
minutos. 
 Depois de uma hora, o resultado volta a ser igual àquela medida para um 
tempo de três minutos. No entanto, observa-se que depois de quatro até seis 
horas as medidas de resistência são novamente maiores. O autor não apresenta 
uma explicação exata para esse fenômeno, mas ele presume que é uma 
consequência dos efeitos de consolidação e de fluxo de água na argila, na região 
da palheta. Além disso, ele indica que esse parâmetro não ocorre para todos os 
tipos de argila. 
 Além das observações obtidas através do trabalho de Flaate, Fayolle 
ressalta que experimentos de outros autores corroboram para a tese de que a 
resistência ao cisalhamento não drenada é influenciada pelo tempo de espera 
entre a inserção e o início da rotação. Algumas das interpretações desse 
fenômeno giram em torno do entendimento desses resultados como 
consequência da geração de excesso de pressão durante a inserção e da 
ocorrência de um mecanismo complexo de consolidação no contorno da palheta. 
 Um outro parâmetro que é levantado através do estudo do vane test é a 
taxa de rotação da palheta, sendo apontado em algumas literaturas como um 
fator determinante para a avaliação dos resultados. Se trata de um fenômeno 
complexo que depende da variação dos padrões de velocidades utilizado em 
campo e das características de cada material. 
 A influência da velocidade de rotação é relacionada a dois aspectos. O 
efeito viscoso é o primeiro aspecto que pode explicar o aumento da resistência 
ao cisalhamento com o aumento da velocidade de rotação. Os autores Roy e 
Leblanc (1977) indicam que esse efeito pode ser ligado à velocidade de 
deformação cisalhante. O segundo é encontrado quando a argila tem um 
coeficiente de consolidação pequeno em relação a taxa de rotação da palheta, 
caso em que a consolidação ocorre durante o ensaio tendo maior influência 
sobre a medida da resistência. 
 
 
15 
 
 Para demonstrar isso Fayolle apresenta os resultados de ensaio de 
palheta em dois tipos de argila dos estudos realizados pelos autores Roy e 
Leblanc. No estudo em questão são utilizadas como corpo de prova as argilas 
Saint Louis de Bonsecours e Saint Alban, as velocidades variam de 0,1º/s até 
2º/s. No gráfico destacado abaixo observa-se que a resistência ao cisalhamento 
aumenta para as velocidades inferiores a taxa de 0,22º/s. No entanto, para 
velocidades superiores, a resistência não apresenta um acréscimo para um tipo 
de argila, quanto para o outro tipo a resistência aumenta levemente. 
 Fayolle destaca que: 
“Os autores indicam que o aumento da resistência com o decréscimo da 
velocidade é coerente, pois, o efeito produzido é semelhante àquele 
encontrado quando o tempo de espera aumenta”. (FAYOLLE, Adrien – 
2016) 
 O autor argumenta ainda que existe um consenso de que para valores 
baixos de velocidade de rotação há um aumento da resistência ao cisalhamento. 
 
 
 
 Ainda segundo Fayolle, o efeito viscoso é o primeiro aspecto que pode 
explicar o aumento da resistência ao cisalhamento com o aumento da velocidade 
de rotação. O autor indica que esse efeito pode ser ligado à velocidade de 
deformação cisalhante. 
Figura 1.6 - Resistência não drenada ao cisalhamento em função da velocidade 
 
 
16 
 
 O autor evidência outro teste realizado na tese de Chandler (1988), onde 
o mesmo discute a influência da taxa de rotação sobre os valores de resistência 
obtida por ensaio de palheta em argila sueca. Os ensaios realizados 14 horas 
depois da inserção do vane test com taxa de rotação variando de 200 até 
0,0002º/min. Os resultados mostram que a resistência ao cisalhamento decresce 
com a diminuição da taxa de rotação. 
 Depois esse estudo é comparado ao estudo de Roy e Leblanc (1986) onde 
é observada que a consolidação ocorre durante o ensaio e consequentemente a 
resistência ao cisalhamento aumenta. 
 Um estudo que corrobora com o desenvolvido pelo Chandler é o de 
Biscontin e Pestana (2001), que estudaram o efeito da taxa de rotação sobre os 
resultados do ensaio. Para isso ensaios foram realizados em laboratório em 
argila artificial, com velocidade de ensaio variando de 2º/min até 3000º/min. Os 
resultados apontam para uma interpretação inversamente proporcional a de 
Chandler, evidenciando que a resistência ao cisalhamento é maior quanto maior 
a taxa de rotação da palheta. 
4. Vantagens e Desvantagens 
 
 Existem alguns tipos de ensaios para determinar a resistência não 
drenada de um solo, esses ensaios podem ser realizados em campo ou 
laboratório, temos o ensaio de compressão não confinada, ensaio de 
compressão triaxial não drenada e ensaio de palheta, chamada de Vane 
Test na literatura internacional, em laboratório ou em campo. 
 
 No entanto o ensaio de palheta pode ser destacado como vantajoso, 
devido sua simplicidade, facilidadede limpeza, rápida determinação da 
tensão de escoamento (τ) e mais que qualquer outra, eliminação de 
efeitos de erros graves, como a possibilidade de deslizamento da 
amostra ensaiada, comum nos diferentes tipos de instrumento com 
paredes lisas, Além de ser uma aparelhagem durável, de baixo custo de 
fabricação e, de fácil emprego nos serviços de qualquer laboratório 
 
 
17 
 
ligado a reologia, pois produz resultados rápidos e confiáveis. 
 
 No tocante à metodologia de execução dos ensaios, falta conformidade a 
respeito dos procedimentos a serem adotados, ainda há divergências em 
relação a aspectos particulares, tais como: velocidade de ensaio e 
profundidade de inserção da haste tem custo elevado e o seu uso é 
restrito à alguns tipos de solo. 
5. Custo 
 
 As empresas que realizam as análises cobram pela mobilização da equipe 
e do equipamento, pela instalação da equipe e do equipamento, pelo pré furo e 
pelo ensaio em si. Na tabela a seguir temos um orçamento feito pela empresa 
GeoSitu Sondagens, para um terreno no Município de São Paulo. 
Descrição Unidade Quantidade P. U. (R$) 
Mobilização de equipe e equipamento Um 1 1.500,00 
Instalação de equipe e equipamento Pto 1 800,00 
Pré furo paraensaio Vane Test M 1 220,00 
Ensaio Vane Test Pto 1 450,00 
Tabela 1: Orçamento da empresa GeoSitu Sondagens 
 
 
 
 
18 
 
6. Conclusão 
 
 Como vimos ao longo do trabalho o vane test é um ensaio que pode ser 
feito em laboratório ou no local da obra, e é considerado mais prático e eficaz 
por dispor dessas duas opções. O ensaio das palhetas é bem específico e se 
aplica aos solos argilosos mais moles e saturados, tem por objetivo denominar 
as características e a resistência do solo não drenado ao cisalhamento e a 
sensibilidade da argila. 
 Através das normas é possível diferenciar os tipos de aparelhos que 
podem ser utilizados em cada caso e suas finalidades, afirma na norma que o 
aparelho tipo A é o mais indicado por contar com resultados mais precisos. 
 Concluímos que apesar do vane test ser pratico, eficaz e ter um custo 
acessível, ele não é muito utilizado aqui no Brasil por ser mais técnico e objetivo, 
na maioria dos casos as empresas procuram por sondagens que sejam mais 
comuns e que posam ser aplicadas em todo tipo de obra. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
7. Referências 
 
FAYOLLE, Adrien Marie. Análise poroelástica não linear do vane test em regime de 
fluxo transiente. UFRGS, Porto Alegre, 2016. 
BAUER, Elton; SANTOS, Carla C. N.; MORAIS, Dirceu M.; PEREIRA, Cláudio H. A. F. 
Avaliação da consistência das argamassas industrializadas projetadas utilizando 
o método vane. UNB, Brasília, 2005. 
CONCEIÇÃO, Antônio Cristino. Estudo da resistência e consolidação de uma argila 
mole da cidade de João Pessoa. UFPB, Paraíba, 1977. 
EDEN, W. J. Na evaluation of the field vane test in sensitive clay. ASTM 
International, West Conshohocken, 1966. 
FLAATE, K. Factors influencing the results of vane tests. Canandian Geotechnical 
Journal, Canada, 1966. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10905: 1989. Solo – 
Ensaio de palheta in situ. Rio de Janeiro, 1989.

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