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ENERGIA EÓLICA - POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO E A APLICAÇÃO DA NR10

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
ANDRÉ LUIS NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENERGIA EÓLICA 
POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO E A APLICAÇÃO DA NR10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2017
 
 
ANDRÉ LUIS NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENERGIA EÓLICA 
POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO E A APLICAÇÃO DA NR10 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Especialização 
em Engenharia de Segurança do Trabalho 
da Universidade do Sul de Santa Catarina 
como requisito parcial à obtenção do título 
de Especialista em Segurança do 
Trabalho. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2017
 
 
ANDRÉ LUIS NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENERGIA EÓLICA 
POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO E A APLICAÇÃO DA NR10 
 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi 
julgado adequado à obtenção do título de 
Especialista em Segurança do Trabalho e 
aprovada em sua forma final pelo Curso de 
Especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho da Universidade 
do Sul de Santa Catarina. 
 
 
 
Florianópolis, ____ de ___________ de 2017 
 
 
 
______________________________________________________ 
Professor e orientador Anderson Soares André 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
______________________________________________________ 
Coordenador Pedagógico José Humberto Dias de Tolêdo 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus por estar 
sempre nos guiando e dando força para 
seguirmos em frente, a meus pais Andréa 
e Gerson pelo apoio em cada etapa, a 
minha esposa pela compreensão, aos 
professores que mesmo longe sempre 
prestaram o apoio necessário e meu irmão 
por estar sempre ao meu lado e pelos 
incentivos a continuar vencendo meus 
objetivos no decorrer desta caminhada. 
 
(André Luis Nunes) 
 
 
RESUMO 
 
A energia eólica é uma fonte natural de energia e renovável, que se for amplamente 
utilizada pode diminuir o uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), 
auxiliando na redução do efeito-estufa. A energia eólica pode produzir 12% da 
demanda energética mundial e evitar a emissão de 10 bilhões de toneladas de CO2 
em 12 anos, de acordo com o relatório Panorama de Energia Eólica Global do ano de 
2008, elaborado em parceria pelo Conselho Global de Energia Eólica e Greenpeace. 
O estudo traça cenários para o potencial de energia eólica até 2050, indicando suprir 
até 30% da eletricidade mundial até lá, evitando a emissão de 1,5 bilhão de toneladas 
de CO2 por ano. 
Levando em conta o grande potencial eólico brasileiro, a questão ambiental e o 
desenvolvimento sustentável, o Brasil tem grandes chances de sucesso se investir no 
setor eólico. 
Devido ao potencial de crescimento desta grande área, este trabalho tenta aplicar 
conceitos da norma regulamentadora NR10 em sistemas de geração eólica, com o 
objetivo de esclarecer alguns conceitos e aspectos relevantes a medidas de controle 
e sistemas preventivos destinados a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores. 
 
Palavras-chave: Energia Eólica. Potencial Eólico Brasileiro. NR10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Wind energy is a natural source of energy and renewable, which if widely used can 
reduce the use of fossil fuels (coal, oil and natural gas), helping to reduce the 
greenhouse effect. Wind power can produce 12 percent of global energy demand and 
avoid the emission of 10 billion tonnes of CO2 in 12 years, according to the Global 
Wind Energy Outlook report for 2008, developed in partnership by the Global Wind 
Energy Council and Greenpeace. The study outlines scenarios for wind power 
potential by 2050, indicating that up to 30% of the world's electricity will be supplied 
there, avoiding the emission of 1.5 billion tons of CO2 per year. 
Taking into account the great Brazilian wind potential, the environmental issue and 
sustainable development, Brazil has a great chance of success if it invests in the wind 
sector. 
Due to the growth potential of this large area, this work tries to apply concepts of the 
NR10 regulatory standard in wind power generation systems, in order to clarify some 
concepts and aspects relevant to control measures and preventive systems to ensure 
the safety and health of workers. 
 
Keywords: Wind Energy. Brazilian Wind Potential. NR10 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – Moinho de vento típico da Holanda .......................................................... 11 
Figura 2 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica ........................ 12 
Figura 3 - Aerogerador Eólico ................................................................................. 133 
Figura 4 - Parque Eólico de Osório - RS ................................................................. 166 
Figura 5 - Esquema de uma Turbina Eólica típica ..................................................... 22 
Figura 6 – Análise preliminar de risco ....................................................................... 33 
Figura 7 – Acidente com 2 funcionários em um aerogerador na Holanda devido um 
curto circuito ...............................................................................................................38 
Figura 8 – Fluxograma de operação e manutenção .................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Valores projetados da produção anual de eletricidades a partir da energia 
eólica e do consumo mundial anual de eletricidade. ................................................. 23 
Tabela 2 – Dados estatísticos de acidente com eletricidade. .................................... 25 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica 
BEN - Balanço Energético Nacional 
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva 
EPE - Empresa de Pesquisa Energética 
EPI - Equipamento de Proteção Individual 
GW - Gigawatt 
GWEC - Global Wind Energy Council 
KW - Kilowatt 
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego 
MW - Megawatt 
MWh - Megawatt hora 
NBR - Norma Brasileira 
NR - Norma Regulamentadora 
PCHs - Pequenas Centrais Hidrelétricas 
SIN - Sistema Interligado Nacional 
TWh - Terawatt hora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
1.1 MOTIVAÇÃO ............................................................................................... 14 
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 14 
1.2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 14 
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 14 
1.3 BENEFÍCIOS DO USO DA ENERGIA EÓLICA ........................................... 14 
2 ENERGIA EÓLICA NO BRASIL ............................................................................ 15 
2.1 PANORAMA DA ENERGIA EÓLICA NO BRASIL ....................................... 16 
2.2 PANORAMA DO SETOR EÓLICO NO BRASIL .......................................... 17 
2.3 BENEFÍCIOS DA GERAÇÃO EÓLICA NO BRASIL .................................... 18 
2.3.1 COMPONENTES DO SISTEMA EÓLICO ................................................... 21 
2.3.2 CENÁRIO DO MERCADO ATÉ 2020 .......................................................... 24 
3 INTRODUÇÃO A SEGURANÇA ........................................................................... 26 
3.1 TIPOS DE CHOQUES ELÉTRICOS ............................................................ 27 
3.1.1 CHOQUE ESTÁTICO ..................................................................................27 
3.1.2 CHOQUE DINÂMICO .................................................................................. 28 
3.1.3 TENSÃO DE TOQUE ................................................................................... 29 
3.1.4 TENSÃO DE PASSO ................................................................................... 29 
3.2 PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS ......................................... 30 
3.3 DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.................................. 31 
3.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS ........................................................ 33 
3.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA ....................................................... 35 
3.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ..................................................... 37 
4 A SEGURANÇA NOS PARQUES EÓLICOS ........................................................ 38 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 42 
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O primeiro registro histórico da utilização da energia eólica para 
bombeamento de água e moagem de grãos através de cata-ventos é proveniente 
da Pérsia, por volta de 200 A.C. Esse tipo de moinho de eixo vertical veio a se 
espalhar pelo mundo islâmico sendo utilizado por vários séculos. Acredita-se, 
todavia, que antes da invenção dos cata-ventos na Pérsia, a China (por volta de 
2000 A.C.) e o Império Babilônico (por volta 1700 A.C) já se utilizavam de cata-
ventos rústicos para irrigação. 
 
Figura 1 – Moinho de vento típico da Holanda. 
 
Fonte: CRESESB, 2008. 
Nos dias de hoje o governo tem papel fundamental para o crescimento da 
energia eólica, através de incentivos financeiros e estabelecendo leis, atraindo 
investimentos para o desenvolvimento do setor eólico brasileiro. Segundo dados 
da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), revelam que, até 2013, 
foram investidos no país R$ 25 bilhões em 141 projetos no setor eólico, 
espalhados pelos estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Rio 
Grande do Sul. 
A energia eólica ainda tem muito a crescer dentro da matriz energética 
brasileira, se comparado com hidrelétricas e termelétricas. De acordo com a 
12 
 
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia hidrelétrica atualmente 
representa 70,7% da matriz energética nacional, seguida da termelétrica 
(23,9%), pequenas usinas hidrelétricas (2,77%), energia termonuclear (1,88%) e 
energia eólica (0,56%). O desenvolvimento dessa fonte de energia no país ainda 
é recente, porém o setor é promissor e tudo indica um crescimento da energia 
eólica 
Aos poucos, essa tecnologia foi se espalhando no velho mundo e, 
principalmente, com o retorno das cruzadas há 900 anos. O moinho de eixo 
vertical foi muito utilizado, até que no século XII quando começou a ser 
substituído pelo moinho de vento horizontal em países como: Inglaterra, Holanda 
e França, entre outros países. (SHEFHERD, 1994) 
Com a realização de pesquisas e avanços tecnológicos os moinhos de 
ventos propiciaram a população sua utilização para várias outras finalidades que 
os auxiliassem no dia a dia. 
Figura 2 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica 
 
Fonte: Ventos do Sul Energia, 2016. 
 
O primeiro registro da utilização do vento para energia elétrica foi no final 
do século XIX, quando se utilizou da energia eólica para recarregar baterias com 
um cata vento que fornecia cerca de 12kW, para fornecer a energia a 350 
lâmpadas incandescentes. Entretanto, foi no início do século XX que surgiu com 
novas pesquisas o aproveitamento da energia eólica na rede elétrica. Em 1931, 
na Rússia, foram utilizados os primeiros aerogeradores de grande porte. 
(CHESF-BRASCEP, 1987). 
13 
 
Para entender como essa geração realmente funciona, é preciso 
mostrar como é feito um gerador eólico de uma forma simples, que consiste em 
três partes principais: 
 Pás do rotor: Servem como barreiras para o vento, e quando o 
vento força as pás a se mover uma energia é transferida para o 
rotor; 
 Eixo: É conectado ao cubo do rotor, e quando o rotor gira o eixo 
gira junto, transferindo a energia rotacional do rotor para o eixo e 
do eixo para um gerador elétrico na outra extremidade a qual está 
diretamente conectado; 
 Gerador: Através da indução elétrica o gerador transforma então a 
energia rotacional em energia elétrica. Um gerador simples 
consiste em ímãs e um condutor. O condutor é um fio enrolado na 
forma de bobina. Dentro do gerador, o eixo se conecta a um 
conjunto de imãs que circunda a bobina. Na indução 
eletromagnética, se um condutor circundado por um campo 
magnético estiver se deslocando em relação ao campo uma tensão 
induzida surgirá em suas extremidades. Quando o rotor gira o eixo, 
este gira o conjunto de imãs que, por sua vez, induzir tensão na 
bobina. 
Figura 3 - Aerogerador Eólico 
 
Fonte: Portal São Francisco, 2016 
14 
 
1.1 MOTIVAÇÃO 
 
O fato do Brasil ter um significativo crescimento do seu potencial 
eólico, contribuiu para a elaboração deste trabalho, além disso, as expectativas 
futuras apontam o aumento da diversificação da matriz energética nacional, o 
que incentivou em buscar o aprofundamento no potencial eólico brasileiro. 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 OBJETIVO GERAL 
 
O propósito foi explanar o cenário eólico mundial, assim como a 
disponibilidade de recursos disponíveis para a geração de energia eólica e os 
benefícios dessa fonte de energia limpa e renovável, juntamente com a 
interligação da segurança do trabalho no ramo eólico. 
 
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Descrever de forma básica o potencial eólico brasileiro instalado e as 
perspectivas de crescimento, tendo em vista que a energia eólica em nosso país 
ainda é pouco explorada, assim sendo, com o seu crescimento de forma 
exponencial cresce junto a importância da segurança neste ramo, onde busquei 
abranger a NR10 em paralelo com o setor eólico. 
 
1.3 BENEFÍCIOS DO USO DA ENERGIA EÓLICA 
 
A utilização da energia eólica acarreta em uma série de benefícios. 
Dentre eles: 
 Contribuição para diversificação da matriz energética brasileira, a 
partir de uma fonte renovável; 
 Impacto ambiental praticamente nulo; 
 Rápida implantação; 
 Potencial de geração de crédito de carbono; 
 
15 
 
 Fonte inesgotável; 
 Não emite gases poluentes, geram poucos ruídos; 
 Geração de investimento em zonas desfavorecidas; 
 Requer escassa manutenção (semestral); 
No entanto, algumas desvantagens podem ser verificadas quando se 
utiliza da energia eólica, por exemplo: 
 A intermitência, ou seja, nem sempre há vento quando a 
electricidade é necessária, tornando difícil a integração da sua 
produção no programa de exploração; 
 Poluição visual; 
 Área para montagem dos parques necessita ser muito ampla. 
Apesar do preço da implantação de um parque eólico ser muito alto, 
o seu custo de manutenção é muito baixo, pois ele depende de um combustível 
gratuito (vento) e que é inesgotável. 
Com isso a finalidade desse trabalho é, além relatar o histórico da 
energia eólica, o princípio do funcionamento de um aerogerador, suas vantagens 
e desvantagens, uma visão geral sobre a tecnologia de geração de energia 
eólica offshore. Será também relatado, como foi o crescimento europeu e no 
Brasil como esta tecnologia pode ser bem aproveitada, já que possuímos uma 
enorme costa litorânea. 
 
2 ENERGIA EÓLICA NO BRASIL 
 
O Balanço Energético Nacional (BEN) tem o objetivo de informar o 
panorama brasileiro de oferta e consumo de energia. Desta forma, os projetos 
térmicos ou transformadores de energia podem verificar a viabilidade deste 
consumo, definir estratégias econômicas e padrões de eficiência a fim de garantir 
o sucesso de um empreendimento.Atualmente, o Brasil apesar de ser considerado um país 
subdesenvolvido, ou em desenvolvimento, pode ser considerado rico em termos 
energéticos. O país possui diversas fontes de obtenção de energia e um 
potencial muito elevado a ser aproveitado no futuro. 
16 
 
 
2.1 PANORAMA DA ENERGIA EÓLICA NO BRASIL 
 
O Brasil encontra-se em situação privilegiada no que se refere a suas 
fontes primárias de oferta de energia. 
A Usina Eólica de Osório contribui atualmente com 150 MW de 
potência instalada a partir de 75 torres de aerogeradores de 98 metros de altura 
e 810 toneladas de peso cada uma, modelo E-70/2000 kW, sendo que com as 
hélices atinge 140 metros de altura (as pás têm 70 metros de comprimento cada). 
(Aneel, 2010) 
Os módulos das torres são construídos em Gravataí e montados em 
Osório. As pás dos aerogeradores são fabricadas em Sorocaba (SP) pela 
Wobben Windpower, subsidiária da ENERCON GmbH, da Alemanha. O Parque 
de Osório é um empreendimento da Ventos do Sul Energia, pertencente à 
espanhola Enerfin/Enervento (Grupo Elecnor) com 90%, à alemã Wobben com 
9% e à brasileira CIP Brasil, com 1%. O empreendimento envolveu um aporte de 
R$ 670 milhões, dos quais 69% financiados pelo BNDES (Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social). (Ventos do Sul Energia) 
 
Figura 4 - Parque Eólico de Osório - RS 
17 
 
 
Fonte: Ventos do Sul Energia. 2011 
 
Em 2009, a energia eólica no Brasil possui uma capacidade instalada 
de 602 MW, suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 300 mil 
residências. Os 36 parques eólicos e fazendas eólicas do país, em 2009, 
estavam localizados no Nordeste (5 estados), Sul (3 estados) e Sudeste (1 
estado). (ventos do sul energia, 2009) 
 
2.2 PANORAMA DO SETOR EÓLICO NO BRASIL 
 
A produção de energia eólica do Brasil é muito significativa, porém se 
comparada às outras fontes geradoras de energia no Brasil, esta representa 
menos de 1% do total gerado. 
As previsões de crescimento dependem de uma série de fatores, 
como: quanto o Brasil continuará crescendo, (7% de crescimento, como no ano 
de 2010). Dependendo do valor que o Brasil irá crescer, teremos uma demanda 
maior para o uso da energia elétrica. Outro fator importante é quando o país 
passará a cobrar pelas emissões de gás carbônico e qual será o impacto no setor 
de energia. Os usuários da energia elétrica hoje não pagam pela emissão de gás 
carbônico, mas estes passarão a pagar a partir de 2020, e isso trará efeitos nas 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/MW
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_e%C3%B3lico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Sul_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Sudeste_do_Brasil
http://www.ventosdosul/
18 
 
decisões dos investimentos. (Abeeólica, 2011) 
Os investimentos colocam o Brasil no topo da lista das multinacionais 
do setor. As grandes empresas, entre elas a franco suíça Alstom e a norte 
americana GE (General Electric Company), anunciaram investimentos no Brasil. 
O faturamento dessa indústria, inferior a 700 milhões de reais em 2010, deverá 
quadruplicar até 2015. Embora o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas 
de Energia Elétrica (Proinfra) tenha marcado o nascimento da indústria eólica no 
Brasil, a escala de vendas das turbinas eólicas ainda era insuficiente para atrair 
os fabricantes de aerogeradores. Os leilões de 2009 e 2010, combinados com a 
estagnação dos mercados tradicionais, deram partida a uma expansão desse 
tipo de energia. (Abeeólica, 2011) 
Muitos investidores apostam que a energia eólica pode ter um papel 
relevante na expansão da oferta de energia nos próximos anos. De acordo com 
o Plano Decenal (2010-2019) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o 
Brasil deverá aumentar em 63,4 GW a capacidade do Sistema Interligado 
Nacional (SIN). Deste montante, 14,6 GW deverão ser produzidos a partir das 
chamadas fontes alternativas: pequenas hidrelétricas, termelétricas a base de 
biomassa e usinas eólicas. Com isso, a participação dos investidores deverá 
dobrar, de 7% para 14%. (Abeeólica, 2011) 
Contudo, ainda pairam dúvidas sobre a confiabilidade da energia 
eólica. (Abeeólica, 2010) 
Em 23 de maio de 2011 iniciou as operações no parque eólico Elebrás 
Cidreira 1 no Rio Grande do Sul, com mais 70 MW, de energia eólica, vencendo 
a barreira de 1.000 MW de potência instalada no Brasil. O início dos trabalhos 
da usina foi autorizado pela Aneel, que liberou as 31 unidades geradoras da 
usina a partir do dia 21 de maio de 2011. A decisão consta no despacho 2.130 
do Diário Oficial da União. O parque está localizado no município gaúcho de 
Tramandaí. (Abeeólica, 2010) 
 
 
2.3 BENEFÍCIOS DA GERAÇÃO EÓLICA NO BRASIL 
 
As facilidades que a energia proporciona as pessoas são inúmeras, 
também é inegável o conforto que os serviços de eletricidade proporcionam aos 
19 
 
usuários. No entanto, não existe energia totalmente “limpa”, analisada sob o 
ponto de vista do ciclo de vida das materiais e processos, não se pode negar 
que a esses benefícios estão associados custos, sob a forma de externalidades, 
que podem afetar tanto o ambiente social como o natural, dependendo da fonte 
que faz a geração energética e do processo de conversão. Os aerogeradores 
têm uma vida útil, desde as turbinas, pás, até as torres de sustentações. 
(Abeeólica, 2011) 
A geração eólica apresenta alguns aspectos positivos: unidades 
geradoras com relativa descentralização, dada a distribuição dos potenciais 
eólicos no país; e o combustível, absolutamente renovável e inesgotável, o 
vento. Pelo lado negativo, impactos ambientais e visuais não são tão 
expressivos, desde que as unidades sejam utilizadas com critério e 
acompanhamento dos órgãos responsáveis. (Abeeólica, 2011) 
Do ponto de vista econômico, embora a geração eólica seja hoje cara 
em relação às fontes convencionais, há uma tendência de apresentar curva de 
aprendizado declinante em relação ao preço, devido à ampliação do uso da 
tecnologia eólica. Além disso, os avanços obtidos com os novos materiais 
contribuem para reduzir o desgaste e o incomodo com a manutenção dos 
componentes das turbinas (rotor, transmissões, gerador e torre) com reflexo nos 
custos da manutenção de pessoas extremamente especializadas. A energia 
eólica pode ser favorecida pelas pressões de natureza ambiental e geopolítica 
sobre as fontes fósseis, assim tornando-a ela cada vez mais competitivas. 
(Abeeólica, 2011) 
Um dos maiores problemas que os aerogeradores tem é em relação 
ao nível de ruídos causado pelo atrito do vento nas pás. Há crescentes 
preocupações sobre os impactos provocados nas aves. Não se podem imaginar 
pás gigantescas girando em uma rota de migração de aves. (Abeeólica, 2011) 
No Brasil, os melhores potenciais eólicos se situam na costa litorânea 
que podem ser muitas vezes em conjunto com dunas, um ambiente frágil que 
tem a vegetação protegida legalmente pelo Código Florestal e que muita delas 
cumpre papel importante na recarga dos aqüíferos de água potável e na 
estabilização das costas contra os processos erosivos. Junto com as belas 
paisagens e os ventos abundantes existe também um continuo conflito de uso 
do solo nas áreas de proteção, e colocar nelas parques eólicos colide com a 
20 
 
necessária proteção ambiental das áreas de preservação permanente e 
unidades de conservação de proteção integral gerando um conflito e fazendo 
com que os projetos tenham uma maior demora para o tempo de execução e 
funcionamento das fazendas. (Abeeólica, 2011) 
O Brasil, com seu crescimento e a necessidade de energia limpa, se 
tornou o país da vez em energia eólica, na visão das empresas que atuam no 
setor. Posição que era do país vizinho ao nosso, a Argentina, no final dos anos 
90. Essa é a razão do desembarque das grandesempresas do segmento para 
disputar os leilões que vêm sendo promovidos pelo governo federal, desde o 
final de 2009. Este último prometeu promover todo ano, pelo menos, dois leilões 
de energia eólica. Todos querem encontrar um novo país em expansão e com o 
auxílio do PROINFA, junto com governo, o Brasil está no topo da lista. 
(Abeeólica, 2011) 
A capacidade instalada de energia eólica no país era de 606 
megawatts em 2009, segundo dados da GWEC (Global Wind Energy Council), 
organização não governamental com sede em Bruxelas, na Bélgica, que trabalha 
pelo desenvolvimento do setor em todo o mundo. No ano passado, a entidade 
GWEC constatou que foram acrescentados mais 426 MWh à geração brasileira, 
elevando o total de 1GWh esse ano, quase metade do que está disponível em 
toda a América Latina. (Abeeólica, 2011). 
Em favor da ampliação do parque eólico no Brasil, existem vários 
argumentos como: 
 Os ventos nos sítios de maior potencial têm, em média, velocidades 
altas e são geralmente estáveis, permitindo menor desembolso 
com equipamentos e retorno dos gastos utilizados na instalação e 
fabricação em um menor tempo; (CNI Energia Eólica, 2016). 
 Há forte complementaridade entre os períodos de chuva e de vento 
ao longo do ano, em particular no Nordeste, o que dá margem, ao 
longo da estação seca, para que os parques eólicos possam suprir 
energia e propiciar a acumulação de água nos reservatórios das 
grandes hidrelétricas, sabendo que a água acumulada é o único 
modo de armazenamento de energia elétrica, para grande geração; 
 A geração eólica pode ser amplamente usada na universalização 
do acesso à energia, via geração distribuída (áreas rurais e 
21 
 
isoladas), o que reduziria o custo com o emprego de combustíveis 
fósseis, tendo a utilização em ilhas, serras e lugarejos isolados, 
como exemplos têm a serra do rio do rasto, iluminada através de 
um aerogerador instalado em seu topo, como também a ilha de 
Fernando de Noronha; (CNI Energia Eólica, 2016). 
 As torres eólicas podem ser instaladas mesmo em áreas de 
preservação ambiental, o que constitui ponto favorável à obtenção 
do licenciamento; (CNI Energia Eólica, 2016). 
 Os parques eólicos são modulares e admite uso múltiplo da terra, 
o que garante renda aos proprietários, que recebe pelo número de 
torres instalada em seu terreno; (CNI Energia Eólica, 2016). 
 O prazo de instalação das unidades geradoras eólicas é 
relativamente curto, entre 12 e 24 meses, se comparado com os 
outros tipos de geração de energia; (CNI Energia Eólica, 2016). 
 As unidades de geração eólica não emitem poluentes atmosféricos, 
contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito 
estufa decorrentes do sistema elétrico nacional e a gratuidade do 
combustível (vento). (CNI Energia Eólica, 2016). 
O potencial eólico brasileiro foi estimado com os mesmos modelos de 
previsão de tempo e estudos climáticos. Como esses modelos são validados 
para locais específicos das diferentes regiões do país, esse potencial eólico pode 
estar subestimado, pois assim como, no nordeste, existe também um grande 
potencial no sul do Brasil, especificamente entre o litoral de Santa Catarina e o 
meio da costa litorânea do Rio Grande do Sul. Nesta região existem ventos iguais 
a potência ou superiores que os do Nordeste Brasileiro, porém, têm uma faixa 
mais estreita em sua costa. (CNI Energia Eólica, 2016). 
 
2.3.1 COMPONENTES DO SISTEMA EÓLICA 
 
O sistema eólico possui vários componentes tais como: 
aerogeradores, torres, pás e etc. 
Cada uma das principais funções destes componentes será 
apresentada a seguir. A Figura 08 mostrará os principais componentes de uma 
22 
 
turbina eólica do tipo mais comum, isto é, de eixo horizontal e diretamente ligado 
à rede elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Esquema de uma Turbina Eólica típica 
 
Fonte: Nordex, 2011. 
 
23 
 
1. Legenda: 
2. pás do rotor; 
3. cubo do rotor; 
4. cabine; 
5. chumaceira do rotor; 
6. eixo do rotor; 
7. caixa de velocidades; 
8. freio de disco; 
9. eixo do gerador; 
10. gerador; 
11. radiador de arrefecimento; 
12. anemómetro e sensor de 
direção; 
13. sistema de controle; 
14. sistema hidráulico; 
15. amortecedor do 
mecanismo de orientação 
direcional; 
16. mecanismo de orientação 
direcional; 
17. chumaceira do mecanismo 
de orientação direcional; 
18. cobertura da cabine; 
19. torre.
24 
 
Tabela 1 - Valores projetados da produção anual de eletricidades a partir da energia eólica e do 
consumo mundial anual de eletricidade. 
 
Fonte: EWEA, 2010. 
 
2.3.2 CENÁRIO DO MERCADO ATÉ 2020 
 
A energia eólica vive agora uma nova etapa de competitividade no país, 
com previsão de investir, até 2020, mais R$ 40 bilhões. Essa nova fase, iniciada em 
2009, totaliza a contratação de 6,7 Gigawatts (GW) de potência, ao preço de R$ 100 
por megawatt/hora (MWh). (Imetex, 2016). 
Os primeiros investimentos em energia eólica no país foram feitos em 2004, 
com subsídios do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica 
(Proinfa). O objetivo era trazer novas tecnologias e formas renováveis de produção de 
energia, entre elas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), biomassa e eólica. 
(Imetex, 2016). 
A eólica é a segunda fonte mais competitiva no país. “Hoje, ela só não é 
25 
 
mais barata que as grandes hidrelétricas”, disse à Agência Brasil a presidenta 
executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo. 
Questões de tecnologia, mercado e financiamento serão debatidos pelo setor, a partir 
desta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro, durante o 3º Brazil WindPower. É o maior 
evento da indústria eólica da América Latina e se estenderá até o próximo dia 31. 
(Imetex, 2016). 
O investimento feito pela indústria eólica em todos os leilões realizados no 
Brasil, entre 2004 e 2011, alcançou R$ 25 bilhões. O potencial eólico no país soma 
300 GW e está concentrado, basicamente, no Nordeste e no Sul, com destaque para 
os estados da Bahia, do Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul, disse Elbia. 
O número foi revisto este ano, com base na nova tecnologia implantada. O primeiro 
levantamento, realizado em 2001, identificou potencial para geração eólica da ordem 
de 143 GW. (Imetex, 2016). 
Em junho de 2012, a indústria eólica completou 2 GW de capacidade 
instalada para gerar energia, distribuídos por 71 parques. Até o fim de 2016, a meta é 
inserir no sistema elétrico nacional 8,4 GW de potência eólica, o que significará 5,4% 
de participação na matriz elétrica brasileira, contra os atuais 1,5%. “Vai crescendo ao 
longo dos anos e deve chegar, em 2020, a um patamar de 15% de participação da 
fonte eólica, se nós mantivermos esse ritmo de contratação”. A previsão é vender em 
leilões cerca de 2 GW por ano. (Imetex, 2016). 
“O cenário da eólica é bastante favorável em termos de perspectivas 
futuras porque, além de inserir essa fonte na matriz, nós trouxemos a cadeia produtiva, 
de suprimentos, como um todo”, frisou. Como se trata de uma fonte intensiva em 
capital e tecnologia, o número de fabricantes de equipamentos no país passou de 
dois, em 2008, para 11, no ano passado. (Imetex, 2016). 
Questões tecnológicas explicam a grande competitividade apresentada 
pela fonte eólica, disse Elbia. As torres para produção de energia a partir dos ventos, 
que tinham 50 metros de altura até 2009, hoje têm 100 metros. Ela destacou que essa 
mudança melhorou a captação do vento e a produtividade, tornando os custos de 
produção mais baratos. (Imetex, 2016). 
 
 
 
26 
 
3 INTRODUÇÃO A SEGURANÇADevido a necessidade e gravidade da situação de segurança e saúde 
existentes nas atividades do Setor Energético, o Ministério do Trabalho em Emprego 
promoveu a atualização da Norma com o intuito de orientar os profissionais. O MTE 
empenha esforços na contínua melhoria da NR10 e espera atender as demandas 
sociais, tanto no escopo técnico, como na seara da fiscalização do ambiente laboral 
do Setor Energético. (PEREIRA, 2011). 
 
Tabela 2 – Dados estatísticos de acidente com eletricidade. 
 
Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2015. 
 
Dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mostram 
que em 2014 foram registradas 471 mortes decorrentes de acidentes de trabalho com 
eletricidade, contra apenas 53 no ano anterior. As ocorrências envolvendo eletricidade 
somam desde os choques elétricos aos incêndios por curto-circuito e acidentes com 
descargas atmosféricas. (INBEP, 2017). 
Assim podemos definir alguns conceitos interessantes entre três palavras muito 
usuais, porém com tratativas diferentes, são elas: 
 
27 
 
 Risco: Se expor ao perigo ou possibilidade de perigo, podendo 
comprometer a integridade física de pessoas e/ou animais, ou provocar 
danos as instalações. 
O item conduz, necessariamente, ao entendimento de que a adoção de 
medidas de controle seja precedida da aplicação de técnicas de análise de risco, ou 
seja, é toda vez que o indivíduo se expõe ao risco. 
 Acidente: Um evento não desejado que resulta em danos às pessoas, 
aos animais, à propriedade, perda no processo produtivo ou ao meio 
ambiente. Acidentes resultam de um contato com uma substância ou 
fonte de energia acima da capacidade limite do corpo humano ou 
estrutura. 
A palavra chave para este item podemos dizer que é PERDA, tudo que trazer 
algo relacionado a perda estará correlacionado a acidente. 
 Incidente: Um evento não desejado, que sob circunstâncias 
ligeiramente diferentes, poderia ter resultado em danos às pessoas, aos 
animais, à propriedade, perda no processo ou ao meio ambiente. 
Ou seja, a palavra chave para incidente seria o “quase acidente”, que sob 
determinada circunstância ou um pouco diferente poderia causar um acidente. 
 
3.1 TIPOS DE CHOQUES ELÉTRICOS 
 
O corpo humano, mais precisamente sua resistência orgânica à passagem da 
corrente, é uma impedância elétrica composta por uma resistência elétrica, associada 
a um componente com comportamento levemente capacitivo. Assim, o choque elétrico 
pode ser dividido em duas categorias: 
 
3.1.1 CHOQUE ESTÁTICO 
 
É o obtido pela descarga de um capacitor ou devido à descarga eletrostática. 
Descarga estática – É o efeito capacitivo presente nos mais diferentes materiais e 
equipamentos com os quais o homem convive. Um exemplo típico é o que acontece 
em veículos que se movem em climas secos. Com o movimento, o atrito com o ar gera 
cargas elétricas que se acumulam ao longo da estrutura externa do veículo. Portanto, 
entre o veículo e o solo passa a existir uma diferença de potencial. Dependendo do 
28 
 
acúmulo das cargas, poderá haver o perigo de faiscamentos ou de choque elétrico no 
instante em que uma pessoa desce ou toca no veículo. (KINDERMANN, 2000). 
 
3.1.2 CHOQUE DINÂMICO 
 
É o que ocorre quando se faz contato com um elemento energizado. Este 
choque se dá devido ao: 
• toque acidental na parte viva do condutor; 
• toque em partes condutoras próximas aos equipamentos e instalações, que 
ficaram energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura na isolação. 
Este tipo de choque é o mais perigoso, porque a rede de energia elétrica mantém a 
pessoa energizada, ou seja, a corrente de choque persiste continuadamente. 
O corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque elétrico 
nos primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente passando pelo corpo, os 
órgãos internos vão sofrendo consequências. Isto se dá pelo fato de o choque elétrico 
produzir diversos efeitos no corpo humano, tais como: 
• elevação da temperatura dos órgãos devido ao aquecimento produzido pela 
corrente de choque; 
• tetanização (rigidez) dos músculos; 
• superposição da corrente do choque com as correntes neurotransmissoras 
que comandam o organismo humano, criando uma pane geral; 
• comprometimento do coração, quanto ao ritmo de batimento cardíaco e à 
possibilidade de fibrilação ventricular; 
• efeito de eletrólise, mudando a qualidade do sangue; 
• comprometimento da respiração; 
• prolapso, isto é, deslocamento dos músculos e órgãos internos da sua devida 
posição; 
• comprometimento de outros órgãos, como rins, cérebro, vasos, órgãos 
genitais e reprodutores. 
Muitos órgãos aparentemente sadios só vão apresentar sintomas devido aos 
efeitos da corrente de choque muitos dias ou meses depois, apresentando sequelas, 
que muitas vezes não são relacionadas ao choque em virtude do espaço de tempo 
decorrido desde o acidente. Os choques dinâmicos podem ser causados pela tensão 
de toque ou pela tensão de passo. (KINDERMANN, 2000). 
29 
 
3.1.3 TENSÃO DE TOQUE 
 
Tensão de toque é a tensão elétrica existente entre os membros superiores e 
inferiores do indivíduo, devido a um choque dinâmico. Exemplo de um defeito de 
ruptura na cadeia de isoladores de uma torre de transmissão (tensão de toque): 
O cabo condutor ao tocar na parte metálica da torre produz um curto-circuito 
do tipo monofásico à terra. A corrente de curto-circuito passará pela torre, entrará na 
terra e percorrerá o solo até atingir a malha da subestação, retornando pelo cabo da 
linha de transmissão até o local do curto. No solo, a corrente de curto-circuito gerará 
potenciais distintos desde o "pé" da torre até uma distância remota. 
Uma pessoa tocando na torre no momento do curto-circuito ficará submetida a 
um choque proveniente da tensão de toque. Entre a palma da mão e o pé haverá uma 
diferença de potencial chamada de tensão de toque. (KINDERMANN, 2000). 
 
3.1.4 TENSÃO DE PASSO 
 
A tensão de passo é a tensão elétrica entre os dois pés no instante da operação 
ou defeito tipo curto-circuito monofásico à terra no equipamento. No caso da torre de 
transmissão, a pessoa receberá entre os dois pés a tensão de passo. Nos projetos de 
aterramento considera-se a distância entre os dois pés de 1 metro. 
Observe que as tensões geradas no solo pelo curto-circuito criam superfícies 
equipotenciais. Se a pessoa estiver com os dois pés na mesma superfície de 
potencial, a tensão de passo será nula, não havendo choque elétrico. A tensão de 
passo poderá assumir uma gama de valores que vai de zero até a máxima diferença 
entre duas superfícies equipotenciais separadas de 1 metro. 
Um agravante é que a corrente de choque devido à tensão de passo contrai os 
músculos da perna e coxa, fazendo a pessoa cair e, ao tocar no solo com as mãos, a 
tensão se transforma em tensão de toque no solo. Nesse caso, o perigo é maior, 
porque o coração está contido no percurso da corrente de choque. No gado, a tensão 
de passo se transforma em tensão entre patas. Essa tensão é maior que a tensão de 
passo do homem, com o agravamento de que no gado a corrente de choque passa 
pelo coração. (NEWSEG, 2017). 
 
 
30 
 
3.2 PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS 
 
O princípio que fundamenta as medidas de proteção contra choques elétricos, 
conforme a NBR 5410/2004, pode ser resumido por: 
1. partes vivas de instalações elétricas não devem ser acessíveis; 
2. massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo, seja em 
condições normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as torne 
acidentalmente vivas. 
No caso 1, o choque elétrico acontece quando se toca inadvertidamente a parte 
viva do circuito de instalação de energia elétrica. Acontece somente quando duas ou 
mais partes do corpo tocam simultaneamente duas fases ou uma fase e a massa 
aterrada do equipamento elétrico. Nesse caso,a corrente elétrica do choque é 
atenuada pela: •resistência elétrica do corpo humano; 
• resistência do calçado; 
• resistência do contato do calçado com o solo; 
• resistência da terra no local dos pés no solo; 
• resistência do aterramento da instalação elétrica no ponto de alimentação de 
energia. prover medidas de proteção básicas que visem impedir o contato com partes 
vivas perigosas em condições normais, como por exemplo: 
• Isolação básica ou separação básica; 
• Uso de barreira ou invólucro; 
• Limitação de tensão. 
No caso 2, o choque ocorre quando regiões neutras ficam com diferença de 
potencial devido a um curto-circuito na instalação ou nos equipamentos. Deve-se 
notar que nesse tipo de choque a pessoa está tocando ou pisando regiões ou 
elementos não energizados da instalação. Porém, no momento do curto-circuito, ou 
mais precisamente durante este, estas áreas neutras ficam com diferença de 
potencial, advindo daí o choque elétrico. (KINDERMANN, 2000). 
Neste caso devem-se prover medidas de proteção supletivas que visem suprir 
a proteção contra choques em caso de falha da proteção básica, como por exemplo: 
• Equipotencialização e seccionamento automático da alimentação; 
• Isolação suplementar; 
• Separação elétrica. 
Fatores determinantes da gravidade do choque 
31 
 
Os principais fatores que determinam a gravidade do choque elétrico são: 
• Percurso da corrente elétrica; 
• Características da corrente elétrica; 
• Resistência elétrica do corpo humano. (KINDERMANN, 2000). 
 
3.3 DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
 
Todas as empresas estão obrigadas a manter diagramas unifilares das 
instalações elétricas com as especificações do sistema de aterramento e demais 
equipamentos e dispositivos de proteção. (MTE, 2011). 
Devem ser mantidos atualizados os diagramas unifilares das instalações 
elétricas com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e 
dispositivos de proteção. (MTE, 2011). 
Os estabelecimentos com potência instalada igual ou superior a 75 kW devem 
constituir Prontuário de Instalações Elétricas, de forma a organizar o memorial 
contendo, no mínimo: 
a) os diagramas unifilares, os sistemas de aterramento e as especificações dos 
dispositivos de proteção das instalações elétricas; 
 Pequenos estabelecimentos raramente possuem a mais elementar 
documentação de sua instalação elétrica, diagramas unifilares, as 
grandes organizações quando a possuem, nem sempre as tem 
atualizadas, situação que impede ou dificulta o acesso e a 
imprescindível consulta pelos trabalhadores para avaliar suas 
características, sua adequação ou seu funcionamento, ou ainda para 
realizar reparos e atualizações. Na ausência ou desatualização de 
documentações são originadas as incertezas e as mais variadas 
surpresas que, invariavelmente, conduzem a eventos indesejáveis 
quando da realização de serviços. As especificações documentadas 
asseguram, que os elementos de proteção não sejam substituídos por 
outros aleatoriamente, não compatíveis com os demais elementos da 
instalação, carreando assim riscos de incêndios ou alterações 
significativas no tempo de atuação e proporcionando maior perigo aos 
usuários mantenedores. Finalmente, estabelece a obrigatoriedade de 
atualização permanente com as alterações ou atualizações ao longo do 
32 
 
tempo na instalação elétrica. (MTE, 2011). 
b) o relatório de auditoria de conformidade à NR-10, com recomendações e 
cronogramas de adequação, visando ao controle de riscos elétricos; (MTE, 2011). 
c) o conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de 
segurança e saúde, implantadas e relacionadas à NR-10 e descrição das medidas de 
controle existentes; (MTE, 2011). 
d) a documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra 
descargas atmosféricas; (MTE, 2011). 
e) os equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis 
conforme determina a NR-10; 
 A alínea e) faz anexar ao PRONTUÁRIO as especificações dos 
equipamentos de proteção coletiva e de proteção individual assim como 
o ferramental de uso dos trabalhadores envolvidos com eletricidade. 
Naturalmente, essas especificações devem ser o resultado de um 
estudo para a correta aplicação e adequação dos equipamentos à 
realidade da empresa e das instalações, que deverá ser precedido 
análise de risco da atividade. (MTE, 2011). 
f) a documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, 
autorização dos profissionais e dos treinamentos realizados; 
 Embora obrigatória desde 1983, a instrução técnica formalizada por 
meio de cursos regulares não é generalizada entre os trabalhadores da 
área elétrica. Muitos estabelecimentos mantêm os trabalhadores 
envolvidos com eletricidade, que não tiveram qualificação e capacitação 
formal, em cursos regulares e muitas vezes, desconhecem ou 
subestimam o risco inerente à eletricidade. Esta alínea estabelece a 
juntada ao prontuário, dos documentos tratados referente ao processo 
de autorização, devendo constar os documentos de qualificação (da 
instituição oficial de ensino), da habilitação (do conselho de classe), da 
capacitação (do desenvolvimento do trabalhador realizado na 
empresa), dos treinamentos de segurança (determinados na NR10) e 
da autorização formal dada pela empresa ao trabalhador (contrato). 
g) as certificações de materiais e equipamentos utilizados em área classificada. 
As empresas que operam em instalações ou com equipamentos integrantes do 
sistema elétrico de potência ou nas suas proximidades devem acrescentar ao 
33 
 
prontuário os documentos relacionados anteriormente e os a seguir listados: 
a) descrição dos procedimentos de ordem geral para contingências não 
previstas; 
b) certificados dos equipamentos de proteção coletiva e individual. 
O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido pelo 
empregador ou por pessoa formalmente designada pela empresa e permanecer à 
disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviço em eletricidade. 
O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser revisado e atualizado sempre 
que ocorrerem alterações nos sistemas elétricos. 
Os documentos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser 
elaborados por profissionais legalmente habilitados. 
No interior das subestações deverá estar disponível, em local acessível, um 
esquema geral da instalação. 
Toda a documentação deve ser em língua portuguesa, sendo permitido o uso 
de língua estrangeira adicional. (KINDERMANN, 2000) (MTE, 2011). 
 
 
3.4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS 
 
Os acidentes são materializações dos riscos associados a atividades, 
procedimentos, projetos e instalações, máquinas e equipamentos. Para reduzir a 
frequência de acidentes, é preciso avaliar e controlar os riscos. 
 
 Que pode acontecer errado? 
 Quais são as causas básicas dos eventos não desejados? 
 Quais são as consequências? 
A análise de riscos é um conjunto de métodos e técnicas que aplicado a uma 
atividade identifica e avalia qualitativa e quantitativamente os riscos que essa 
atividade representa para a população exposta, para o meio ambiente e para a 
empresa, de uma forma geral. 
Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de 
cenários de acidentes, suas frequências esperadas de ocorrência e a magnitude das 
possíveis consequências. 
A análise de riscos deve incluir as medidas de prevenção de acidentes e as 
34 
 
medidas para controle das consequências de acidentes para os trabalhadores e para 
as pessoas que vivem ou trabalham próximo à instalação ou para o meio ambiente. 
As metodologias representam os tipos de processos ou de técnicas de 
execução dessas análises de riscos da instalação ou da tarefa. 
 
 
Figura 6 – Análise preliminar de risco. 
 
Fonte: Newseg, 2017. 
 
Análise de Riscos 
É a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa(qualitativa ou 
quantitativa) dos riscos, baseada na engenharia de avaliação e técnicas estruturadas 
para promover a combinação das frequências e consequências de cenários 
acidentais. 
 
Avaliação de Riscos 
É o processo que utiliza os resultados da análise de riscos e os compara com 
os critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos. 
 
Gerenciamento de Riscos 
É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e 
administrativos que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos existentes 
35 
 
na instalação industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos requerimentos de 
segurança considerados toleráveis. 
 
Níveis de Risco 
 Catastrófico 
 Moderado 
 Desprezível 
 Crítico 
 Não Crítico 
 
Classificação dos Riscos 
Quanto à severidade das consequências: 
 
Categoria I Desprezível – Quando as consequências / danos estão restritas à 
área industrial da ocorrência do evento com controle imediato. (KINDERMANN, 2000) 
(MTE, 2011). 
 
Categoria II Marginal – Quando as consequências / danos atingem outras 
subunidades e/ou áreas não industriais com controle e sem contaminação do solo, ar 
ou recursos hídricos. (KINDERMANN, 2000) (MTE, 2011). 
 
Categoria III Crítica – Quando as consequências / danos provocam 
contaminação temporária do solo, ar ou recursos hídricos, com possibilidade de ações 
de recuperação imediatas. (KINDERMANN, 2000) (MTE, 2011). 
 
Categoria IV Catastrófica – Quando as consequências / danos atingem áreas 
externas, comunidade circunvizinha e/ou meio ambiente. (KINDERMANN, 2000) 
(MTE, 2011). 
 
3.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA 
 
As medidas de proteção coletiva são providências estratégicas 
abrangentes ao coletivo dos trabalhadores expostos à mesma condição, de forma a 
eliminar ou reduzir, com controle, as incertezas e eventos indesejáveis, destinadas a 
36 
 
preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. (MTE, 
2011). 
 
a) Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser 
previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva 
aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, 
de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. (MTE, 2011). 
 No desenvolvimento de todos serviços em instalações elétricas, 
incluindo-se implicitamente o meio ambiente de trabalho onde se 
realizam os serviços, devem ser previstas e adotadas, 
prioritariamente, medidas de proteção de caráter coletivo, que visam 
a prevenção do acidente conjunto de trabalhadores envolvidos, direta 
ou indiretamente, com a situação de risco. As medidas de proteção 
complementam-se, normalmente, com a aplicação de equipamento 
de proteção coletiva (EPC), definido como dispositivo, sistema, ou 
meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a 
integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. 
(MTE, 2011). 
 
b) As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a 
desenergização elétrica conforme estabelece a NR10 e, na sua 
impossibilidade, o emprego de tensão de segurança. (MTE, 2011). 
 Impõe-se que a desenergização elétrica, dentre todas as medidas de 
proteção coletiva ao risco elétrico, deve ser a primeira a se 
considerar, ou seja, ter a primazia de estudo da viabilidade para 
aplicação. Quando esta for impossível de aplicação, na sequencia 
seletiva de escolha da medida de controle coletiva a ser adotada, 
deve-se empregar a “tensão de segurança”. Tensão de segurança é 
a medida de proteção coletiva que emprega a extra baixa tensão, 
com tensão máxima estabelecida segundo a natureza da corrente 
elétrica, (contínua ou alternada) e influências ambientais (resistência 
elétrica do corpo e contato com potencial de terra). (MTE, 2011). 
 
c) Na impossibilidade de implementação do estabelecido no item anterior, 
37 
 
devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: 
isolação de partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de 
seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento 
automático. (MTE, 2011). 
 
d) O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme 
regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência 
desta, deve atender as Normas Internacionais vigentes. (MTE, 2011). 
 
3.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
As medidas de proteção individual são providências estratégicas que dizem 
respeito a uma só pessoa, no caso, singular a um trabalhador exposto à condição de 
risco suscetível de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho, de forma a evitar que 
eventos indesejáveis ofereçam perigo à Integridade física e a saúde do trabalhador. 
(MTE, 2011). 
 
a) Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção 
coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os 
riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual 
específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao 
disposto na NR6. (MTE, 2011). 
 
b) As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo 
contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências 
eletromagnéticas. (MTE, 2011). 
 Vestimenta de trabalho é, no caso em análise, entendida como um 
equipamento de proteção individual – EPI destinada à proteção do 
tronco e membros superiores e inferiores contra os diversos riscos 
elétricos e, especialmente, protege-los dos seus efeitos: 
Condutibilidade para proteger contra os riscos de contato, as vestimentas não 
deverão possuir elementos condutivos. 
Inflamabilidade para proteger contra os efeitos térmicos dos arcos voltaicos e 
seus flashes, que podem provocar ignição das roupas. 
38 
 
Influências eletromagnéticas para proteger contra os efeitos provocados por 
campos eletromagnéticos com intensidade que tenha potencial de risco, em certas 
circunstâncias as roupas deverão ser condutivas. (MTE, 2011). 
 
c) É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações 
elétricas ou em suas proximidades. (MTE, 2011). 
 
d) Adorno, conforme novo dicionário Aurélio, consiste num ornamento ou 
enfeite. Considerando o nível e a gravidade dos riscos que normalmente 
envolvem as atividades e os serviços objeto da norma, a proibição do uso 
de enfeites ou ornamentos torna-se uma medida de segurança individual, 
pois impede a exposição do trabalhador aos riscos característicos e na 
eventualidade de acidentes com eletricidade, as lesões poderão ser 
agravadas pela presença desses objetos. (MTE, 2011). 
 
4 A SEGURANÇA NOS PARQUES EÓLICOS 
 
Aliado a visão de sustentabilidade, devemos estar preocupados também 
com a segurança dos trabalhadores e do próprio empreendimento, 
garantindo o atendimento as Normas de Segurança estabelecidas pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). (INOVARUM, 2017). 
Ter o corpo técnico capacitado e as instalações em perfeito estado de 
conservação minimizam os riscos de acidentes. 
A energia a partir dos ventos tem crescido exponencialmente no Brasil. 
Natural para um dos países que possui as melhores características de vento 
do mundo. Os parques eólicos crescem dia a dia e nos traz ótimas 
perspectivas de um futuro energético mais tranquilo. (ABRACOPEL, 2017). 
Mas, para além da eficiência energética e as questões ambientais, existe 
um detalhe que não tem sido muito discutido na construção e gestão dos 
parques eólicos: a segurança. (ABRACOPEL, 2017). 
O gerenciamento do risco elétrico é tema extremamente importante para ser 
discutido por especialistas e profissionais inseridos no setor e para aqueles 
que pretendem trabalhar com energias renováveis. (ABRACOPEL, 2017). 
Todo e qualquer sistema que produza energia elétrica precisa se ater a 
39 
 
questões de normalizações de segurança. Em 2013, na Holanda, um 
incêndio causado por um curto circuito em um aerogerador causou a morte 
de 2 funcionários.(ABRACOPEL, 2017). 
 
Figura 7 – Acidente com 2 funcionários em um aerogerador na Holanda devido um curto circuito. 
 
Fonte: Koole Media Service, 29.10.2013 
 
Procedimentos operacionais e instruções técnicas, conforme exigência da 
NR-10, no item 10.2.4, alínea “a” as empresas devem possuir “conjunto de 
procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e 
saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de 
controle existentes; ” (INOVARUM, 2017). 
Esta padronização das atividades desenvolvidas pelo setor elétrico pode ser 
realizada descrevendo o passo a passo da operação e manutenção ou por 
meio de fluxograma, conforme figura abaixo: 
 
 
 
 
40 
 
Figura 8 – Fluxograma de operação e manutenção. 
 
Fonte: Inovarum, 2017. 
 
A Saúde e Segurança do Trabalho nos parques eólicos visa propor medidas 
que evitem acidentes e garantam um ambiente de trabalho mais controlado 
e livre de riscos para a realização de atividades ao longo do projeto. As 
orientações da NR10 devem ser consideradas e aplicadas em todas as 
fases: 
 
 Fabricação de peças de turbinas eólicas; 
 Instalação e manutenção; 
 Recuperação e tratamento de resíduos; 
 Transporte feito em todas as etapas. 
 
A criação de parques eólicos envolve muitas situações nas quais o 
indivíduo pode sofrer algum tipo de acidente, por isso é preciso cuidado e atenção às 
normas de segurança em qualquer uma das situações abaixo: 
 
 Quedas; 
 Lesões; 
 Riscos elétricos; 
 Posturas inadequadas; 
 Espaços confinados; 
41 
 
 Condições meteorológicas diversas; 
 Instalação em áreas de risco. 
 
Desde 2014 o mercado de energia eólica tem crescido muito, o que tem 
aumentado consideravelmente a demanda por profissionais que tenham formação e 
possam atuar nessa área. Atualmente são empregadas mais de 200mil pessoal e a 
previsão é que esse número continue crescendo. (ISC, 2017). 
 
42 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Através das pesquisas efetuadas para o término deste trabalho, pode-se 
perceber que a energia eólica vem expandindo no mercado de geração de energia 
elétrica. 
O investimento feito neste setor aparecerá em questão de alguns anos, 
exemplo disso são países que dependem do petróleo para a geração de energia, se 
diminuir de 10% a 30% da compra e a queima do petróleo, já seria um ganho para o 
meio ambiente e para o país, pois todo o lucro poderia ser investido em outras áreas 
ou em fontes de energia menos poluentes. O Brasil se utilizasse todo esse potencial 
de geração de energia eólica, teria energia sobrando, podendo baixar o custo para os 
consumidores, ou até mesmo leiloar esta energia que não está sendo utilizada para 
países vizinhos, gerando mais lucros para a união e consequentemente, para a 
sociedade. 
Investidores crescem a cada dia, mostrando que seu futuro é muito 
promissor. 
A norma regulamentadora nº10 – Segurança em Instalações e Serviços em 
Eletricidade, estabelecido pela portaria do MTE, dispõe sobre as diretrizes básicas 
para implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a 
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente 
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade nos seus mais diversos 
usos e aplicações e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. É 
importante considerar que neste trabalho tratou-se apenas de fornecer algumas 
orientações restritas ao texto da Norma e do Manual de Auxílio na Interpretação e 
Aplicação da NR10, não tendo a pretensão de esgotar a discussão e a amplitude 
interpretativa, tampouco fornecer soluções para as diferentes condições de segurança 
em trabalhos com eletricidade. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
REFERÊNCIAS 
 
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utilização da ciência e da tecnologia espaciais. Disponivel em <http:// www.inpe.br>. 
Acesso em: 22 jul 2016. 
 
 
Secretaria de Gestão de Estado e Planejamentos (SEPLAN): Site Mantido pelo 
governo de Goiás que apóia as energias renováveis. Disponível em: 
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National Renewable Energy Laboratory (NREL): Laboratório Nacional de Energias 
Renováveis. Disponível em: <http://www.nrel.gov/analysis/>. Acesso em: 24 ago 
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http://www.abeeolica.org.br/
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PEREIRA, Joaquim. MTE: Manual de auxílio na interpretação e aplicação da NR10. 
São Paulo: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São 
Paulo, 2011. 99p. 
 
SZABÓ, Adalberto Mohai. Manual de Segurança, Higiene e Medicina do 
Trabalho. 9ª Edição. São Paulo: Rideel, 2015. 1133p. 
 
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https://inovarum.net/energia-eolica. Acesso em: 22 set 2017. 
 
Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Salvo de Brito – 
(CRESESB). Energia Eólica Princípios e Tecnologia. Revisão, Ampliação e 
Atualização por Ricardo Marques Dutra – Maio/2008. 
 
Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade 
(ABRACOPEL): Disponível em: <abracopel.org> Acesso em: 03 nov 2017. 
https://inovarum.net/energia-eolica

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