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O divórcio no Ordenamento Jurídico Brasileiro

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O Divórcio no Ordenamento Jurídico Brasileiro 
 
A evolução história do divórcio e sua linha do tempo. 
1934 - A indissolubilidade do casamento torna-se preceito constitucional na Constituição do Brasil 
de 1934. 
Emenda Constitucional nº 9/1977 e a Lei nº 6.515/1977 – Lei do Divórcio: 
Em um País onde o casamento era indissolúvel, foi em 1977 que houve a aprovação da Emenda n. 
09 reconhecendo o divórcio no Brasil. Nesse mesmo ano foi a aprovada a Lei 6.515/77, permitindo 
o divórcio como forma de rompimento do vínculo matrimonial e extinção da sociedade conjugal. 
A Lei do Divórcio, aprovada em 1977, concedeu a possibilidade de um novo casamento, mas 
somente por uma vez. O 'desquite' passou a ser chamado de 'separação' e permanecia como um 
estágio intermediário até a obtenção do divórcio. Foi com a Constituição de 1988 que passou a ser 
permitido divorciar e descasar quantas vezes fosse interessante. 
Lei nº 11.441/2007 – Divórcio extrajudicial; 
O divórcio e a “separação consensuais” podem ser requeridos por via administrativa. Dispensa a 
necessidade de ação judicial, bastando que as partes compareçam assistidas por um advogado, a 
um cartório de notas, e o faça por escritura pública, perante o tabelião, formalizando o pedido. 
Tal facilidade só é possível quando o casal não possui filhos menores de idade ou incapazes e desde 
que não haja litígio sobre divisão de bens e alimentos. 
Mesmo não sendo necessária a homologação da escritura de divórcio por um juiz, deve ser ela 
averbada no Cartório de Registro Civil para que haja a modificação do estado civil dos ex-cônjuges. 
Emenda Constitucional nº 66/2010 – PEC do Divórcio 
O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sendo suprimido o requisito de prévia 
separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) 
anos. 
A distinção entre divórcio e separação; 
O instituto da separação judicial era considerado uma etapa antes do divórcio, depois da qual os 
ex-cônjuges não precisam mais manter os deveres do casamento, como deveres de coabitação e 
fidelidade recíproca, contudo só após o divórcio é que a pessoa poderá se casar novamente. 
• Separação de fato ou separação de corpos - Até 2010, a separação de corpos era requisito 
para que houvesse o divórcio ou a dissolução de união estável. Assim, o divórcio só 
aconteceria após 1 ano da separação judicial do casal, ou comprovada separação de fato por 
mais de dois anos. 
• A inexistência da separação judicial e ruptura do sistema binário após a EC nº 66/2010 – A 
EC 66/2010 eliminou os prazos antes necessários para o divórcio. O casal pode optar pelo 
divórcio direto, a qualquer tempo, independente do prazo mínimo de casamento ou de 
prévia separação. 
Aprovado, finalmente, o divórcio direto no Brasil, sem necessidade de requerer a separação de 
direito. O divórcio é um direito potestativo, por considerar a autonomia da vontade; 
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens. 
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente competirá aos cônjuges. 
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-lo o 
curador, o ascendente ou o irmão. 
Resolução 35/2007 - Resolução do Conselho Nacional de Justiça dispensa o comparecimento das 
partes quando da lavratura de escritura pública de divórcio consensual. 
O DIVÓRCIO PÕE FIM A SOCIEDADE CONJUGAL 
• PONTOS PARA APROFUNDAR ... 
• EXITE PRAZO PARA PEDIR O DIVÓRCIO? 
• OCORRE A alteração do estado civil dos cônjuges, APÓS DIVORCIO? E, EM CASO DE 
MORTE DO EX-CONJUGUE, QUAL O ESTADO CIVIL DO SOBREVIVENTE? 
• Ocorrendo a dissolução do casamento, COMO FICA A SITUAÇÃO JURIDICA DO 
EMANCIPADO? 
• É OBRIGATORIO TRATAR SOBRE pensão alimentícia NO DIVORCIO? (aos conjugues se 
reservam o direito de pleitear alimentos em ação autônoma/ Renuncia ao direito de alimentos 
em virtude do divorcio) 
• deliberação a respeito do nome, pedido administrativo 
• (in)dispensável a participação do Ministério Público 
• DIVÓRCIO CONSENSUAL 
Ausência de litígio 
Havendo filhos menores de idade ou incapazes, ou no curso de uma gestação, o MP deverá ser 
intimado para tomar ciência do feito e acompanhará todos os atos 
A petição inicial deve ser assinada pelo advogado do casal e por ambas as partes. 
A PI deve constar todos os termos do acordo que dizem respeito ao divórcio consensual, a saber: 
guarda dos filhos e regime de convivência com estes; existência ou não de bens a serem partilhados; 
pensão alimentícia dos filhos e/ou entre os cônjuges; opção de utilização ou não do nome de casado 
pelo cônjuge que adicionou o sobrenome do outro. 
A sentença que delibera o divórcio serve de mandado de averbação junto ao Cartório de Registro 
Civil. 
 
DIVÓRCIO litigioso 
A possibilidade de resolução parcial de mérito no divórcio litigioso 
É juridicamente possível a concessão do divórcio mediante simples medida liminar, mediante 
sentença parcial de mérito (CPC 356), a ser levada a registro quando de seu trânsito em julgado, 
enquanto tramita o procedimento para o julgamento final dos demais pedidos cumulados, 
promovendo a instrução. 
IBDFAM - Enunciado 18: Nas ações de divórcio e de dissolução da união estável, a regra deve ser 
o julgamento parcial do mérito, para que seja decretado o fim da conjugalidade, seguindo a 
demanda com a discussão de outros temas. 
Matérias objeto de discussão: 
• A (des)necessidade da discussão da culpa pelo fim da relação conjugal; 
• É indispensável definir alimentos e o regime de convivência a favor dos filhos menores, e, se o 
filho for nascituro, faz jus a alimentos gravídicos 
• A guarda compartilhada e o princípio do melhor interesse do menor; 
• Possibilidade de pedidos cumulados: divórcio dos pais; alimentos a favor dos filhos; guarda e 
regime de convivência. 
• O papel das sessões de conciliação e mediação: Na tentativa de obter solução consensual, deve 
o juiz valer-se do auxílio de profissionais de outras áreas do conhecimento (CPC 694). 
• A cópia da inicial não deve acompanhar o mandado de citação (CPC 695 S 1.º). Salutar medida 
para evitar o acirramento do estado de animosidade entre as partes. 
• Sobre as possibilidades de intervenção do Ministério Público: Somente participa se houver 
interesse de incapaz (CPC 178 II e 698) ou quando a parte é vítima de violência doméstica (CC 
698 parágrafo único). 
• Fixação de alimentos em caráter provisório e, ao término, determinação do valor definitivo; 
• As provas relativas aos alimentos; 
• Partilha do patrimônio do casal;

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