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Glândula adrenal - ANATOMIA

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
OBJETIVOS 
1. Rever a anatomia e fisiologia da glândula adrenal 
2. Arrolar sobre o mecanismo de ação dos glicocorticóides (anti-inflamatórios esteroidais) 
3. Entender as manifestações clínicas da Síndrome de Cushing e doença de Addison 
Glândula adrenal 
ASPECTOS GERAIS DA ALTERAÇÃO DA 
FUNÇÃO ENDÓCRINA 
Os distúrbios da função endócrina podem ser 
habitualmente divididos em duas categorias: 
HIPOFUNÇÃO 
Caracteriza-se pela ausência ou comprometimento do 
desenvolvimento da glândula ou ausência de uma enzima 
necessária para a síntese de hormônios, proveniente de 
defeitos congênitos. 
Defeitos dos receptores, produção de hormônio 
biologicamente inativo ou hormônio destruído por 
anticorpos circulantes antes que possa exercer a sua ação 
também são possíveis causas para a deficiência endócrina. 
A glândula pode ser destruída por interrupção do fluxo 
sanguíneo, infecção, inflamação, respostas autoimunes ou 
crescimento neoplásico. Pode-se observar um declínio da 
função com o envelhecimento, ou a glândula pode sofrer 
atrofia em consequência de tratamento farmacológico ou 
por razões desconhecidas. 
HIPERFUNÇÃO 
A hiperfunção está habitualmente associada a produção 
excessiva de hormônio. Isso pode ocorrer devido a 
estimulação excessiva e hiperplasia da glândula 
endócrina, ou devido a um tumor produtor de hormônio. 
Um tumor pode produzir hormônios que normalmente não 
são secretados pelo tecido a partir do qual se origina o 
tumor (constituindo a denominada produção ectópica de 
hormônio); por exemplo, certos tumores broncogênicos 
produzem certos hormônios, como o hormônio 
antidiurético (ADH) e o hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH). 
DISTÚRBIOS PRIMÁRIOS, SECUNDÁRIOS E 
TERCIÁRIOS 
Os distúrbios endócrinos da função endócrina podem ser 
divididos em grupos primários, secundários e terciários 
Defeitos primários originam-se na glândula-alvo 
responsável pela produção do hormônio. 
Distúrbios secundários, a glândula-alvo está 
essencialmente normal, porém a sua função encontra-se 
alterada devido a níveis deficientes de hormônios 
estimulantes ou de fatores de liberação do sistema 
hipofisário. Por exemplo, a tireoidectomia total produz 
uma deficiência primária de hormônios da tireoide. A 
remoção ou a destruição da hipófise elimina a estimulação 
do córtex suprarrenal pelo ACTH, levando a uma 
deficiência secundária. 
Distúrbio terciário resulta de disfunção hipotalâmica, em 
consequência, tanto a hipófise quanto o órgão-alvo estão 
subestimulados. 
ANATOMIA 
As glândulas endócrinas suprarrenais, também chamadas 
de glândulas adrenais, encontram-se acima do polo 
superior dos rins no espaço retroperitoneal, logo abaixo do 
diafragma sobrejacente, revestidas por uma cápsula de 
tecido conjuntivo. 
As duas glândulas apresentam diferenças entre si. A 
glândula suprarrenal direita é menor e exibe um formato 
triangular/piramidal devido ao contado com as estruturas 
presentes no seu meio (fígado ântero-lateralmente, veia 
cava ântero-medialmente e face renal, formando o 
triângulo), enquanto a glândula suprarrenal esquerda é 
maior e alongada expondo um formato semilunar (meia 
lua) 
 
VASCULARIZAÇÃO 
Exibe uma vasta vascularização, assim como a glândula 
tireoide. Composta pelas artérias suprarrenais superiores 
proveniente da artéria frênica inferior, artéria suprarrenal 
média oriunda da aorta abdominal no nível da artéria 
mesentérica superior e artéria suprarrenal inferior derivada 
da artéria renal. Todas as artérias se ramificam livremente 
com um total de 50 a 60 pequenos vasos penetrando cada 
uma das glândulas. 
A drenagem venosa é realizada pela veia suprarrenal, à 
esquerda drena para a veia renal e à direita drena para a 
veia cava inferior visto que a glândula está em contato 
direto com o vaso. 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
INERVAÇÃO 
Constituída pelo plexo celíaco e pelos nervos esplâncnicos 
torácicos, formando uma rede composta por fibras 
simpáticas pré-ganglionares mielinizadas que derivam no 
corno lateral da medula espinhal e vão se distribuindo ate 
atingir cada célula formando o gânglio simpático. 
HISTOLOGIA 
A glândula pode ser dividida em duas camadas: córtex e 
medula. 
CÓRTEX DA GLÂNDULA SUPRARRENAL 
A camada corresponde 80 a 90% da glândula e produz 
hormônios esteroides essenciais à vida. A perda total dos 
hormônios adrenocorticais leva à morte por desidratação e 
desequilíbrios eletrolíticos, a não ser em situações de 
terapia de reposição hormonal. 
O córtex pode ser dividido em 3 regiões distinguíveis 
histologicamente, as quais secretam hormônios: 
 
Funcionalmente, as células do córtex adulto produzem 
principalmente cortisol, importante na maturação de 
diferentes sistemas enzimáticos essenciais para o 
desenvolvimento de pulmões, cérebro, retina, pâncreas, 
trato gastrointestinal e depósito de glicogênio no fígado, 
além de facilitar a síntese de adrenalina pelas células 
cromafins da medular. O principal corticosteroide 
produzido pelo córtex fetal é a sulfato de-
hidroepiandrosterona (DHAS), que dá origem a estrona, 
estradiol e estriol, este último o principal estrógeno da mãe 
durante a gestação. 
 
MEDULA DA GLÂNDULA SUPRARRENAL 
A medular é constituída por células cromafins, derivadas 
do sistema nervoso autônomo simpático paravertebral 
(elementos pós-ganglionares), que secretam 
catecolaminas, principalmente adrenalina, com importante 
papel na reposta adaptativa rápida ao estresse e 
modificações do meio ambiente – resposta de “luta” ou 
“fuga”. Essa camada produz três hormônios 
catecolaminas: norepinefrina, epinefrina/adrenalina e uma 
pequena quantidade de dopamina. 
− Epinefrina: responsável por aproximadamente 80% das 
secreções da medula 
− Norepinefrina: 20% das secreções da medula, mas tem 
um amplo papel como um neurotransmissor no SNA 
OBS.: Em vez de liberar um neurotransmissor, devido a 
sua origem do SNA, as células da medula da glândula 
suprarrenal secretam hormônios. 
As células produtoras de hormônio (células cromafins) são 
inervadas por neurônios pré-ganglionares simpáticos do 
SNA. Uma vez que o SNA exerce controle direto sobre as 
células cromafins, a liberação de hormônio pode ocorrer 
com muita rapidez. 
A medular da suprarrenal não é essencial para a vida, nem 
se conhecem síndromes clínicas causadas por sua 
insuficiência. Aliás, os limites da real importância 
funcional da medular são de determinação difícil, porque, 
embora ela sintetize e libere a quase totalidade da 
adrenalina do organismo, a produção e a liberação da 
noradrenalina ocorrem nas terminações sinápticas pós-
ganglionares adrenérgicas e apenas em quantidade muito 
menor na medular da suprarrenal. Após 
suprarrenalectomia bilateral, a excreção urinária de 
adrenalina cai rapidamente, enquanto é pouco modificada 
a de noradrenalina e de seus metabólitos. De outro lado, a 
perda da medular das duas glândulas tem pouco efeito 
sobre o funcionamento do sistema nervoso autônomo 
simpático. 
FISIOLOGIA 
 
MINERALOCORTICOIDE 
A aldosterona é o principal mineralocorticoide, o qual 
regula a homeostasia dos íons sódio (Na+) e potássio (K+) 
e ajuda a ajustar a pressão arterial e o volume de sangue. 
Além disso, promove a excreção de H+ na urina, evitando 
a acidose (pH < 7,35). Resumindo, os mineralocorticoides 
modulam o balanço de água e eletrólitos. 
Quando o líquido extracelular e o volume sanguíneo estão 
reduzidos (p. ex., por causa de diarreia ou hemorragia), a 
renina é liberada pelos rins, aumentando os níveis de 
angiotensina II. A angiotensina II é um potente 
estimulador da secreção da aldosterona, a qual então atua 
nas glândulas sudoríferas, glândulas salivares, intestinos e 
rins para reter o sódio e a água em uma tentativa de 
aumentar o líquido extracelular e o volume sanguíneo. 
•A região mais externa com células pequenas,núcleos hipercromáticos, em arranjo alveolar que 
ficam situadas logo abaixo da capsula de tecido 
conjuntivo da glândula (subcapsular) e produzem 
mineralocorticoides (aldosterona);
Zona glomerulosa
•Uma região media e mais larga constituída por 
colunas de células com citoplasma amplo, em geral 
vacuolizado, rico em lipídeos que secretam 
glicocorticoides, principalmente cortisol (afetarem 
a homeostasia da glicose), mas também 
corticosterona e cortisona; 
Zona fasciculada
•Região mais interna do córtex formada por células 
com citoplasma compacto e acidófilo, as quais 
podem conter pigmento de lipofuscina, granuloso e 
acidófilo, no citoplasma. Sintetizam pequenas 
quantidades de androgênios fracos, que são 
hormônios esteroides sexuais que exercem efeitos 
masculinizantes.
Zona reticulada
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
CONTROLE DA SECREÇÃO DE ALDOSTERONA A via renina-angiotensina-aldosterona (RAA) controla a 
secreção de aldosterona: 
GLICOCORTICOIDE 
Os glicocorticoides, que regulam o metabolismo e a 
resistência ao estresse, são o cortisol, a corticosterona e a 
cortisona. Desses três hormônios secretados pela zona 
fasciculada, o cortisol é o mais abundante, responsável por 
cerca de 95% da atividade glicocorticoide. 
Os glicocorticoides exercem os seguintes efeitos: 
Degradação de proteína 
Os glicocorticoides intensificam a taxa de degradação 
de proteína, principalmente nas fibras musculares e, 
dessa forma, aumentam a liberação de aminoácidos na 
corrente sanguínea. Dessa forma, os aminoácidos 
podem ser usados pelas células corporais na síntese de 
novas proteínas ou na produção de ATP. 
Formação de glicose 
Ao serem estimulados pelos glicocorticoides, os 
hepatócitos convertem determinados aminoácidos ou 
ácido láctico em glicose, que será usada por neurônios 
e outras células para produzir ATP. Tal conversão, de 
uma substância que não seja o glicogênio ou outro 
monossacarídio em glicose, é chamada de 
gliconeogênese. 
Lipólise 
Os glicocorticoides estimulam a lipólise, degradação 
dos triglicerídios e liberação de ácidos graxos do tecido 
adiposo para o sangue. 
Resistência ao estresse 
Os glicocorticoides trabalham de muitas maneiras para 
promover a resistência ao estresse. A glicose extra 
fornecida pelos hepatócitos oferece aos tecidos uma 
pronta fonte de ATP para combater inúmeros estresses, 
inclusive exercício, jejum, medo, temperaturas 
extremas, altitudes elevadas, sangramento, infecção, 
cirurgia, traumatismo e doença. Uma vez que tornam os 
vasos sanguíneos mais sensíveis a outros hormônios 
que causam vasoconstrição, os glicocorticoides elevam 
a pressão sanguínea. Esse efeito é vantajoso nos casos 
de perda significativa de sangue, que faz com que a 
pressão arterial caia. 
Efeitos anti-inflamatórios 
Os glicocorticoides inibem a participação dos 
leucócitos nas respostas inflamatórias. Infelizmente, os 
glicocorticoides também atrasam o reparo tecidual; em 
consequência disso, retardam a cicatrização de feridas. 
Embora em doses elevadas possam ocasionar 
transtornos mentais graves, os glicocorticoides são 
muito úteis no tratamento de condições inflamatórias 
crônicas como artrite reumatoide. 
Depressão das respostas imunes 
Doses elevadas de glicocorticoides deprimem as 
respostas imunes. Por esse motivo, os glicocorticoides 
são prescritos para receptores de órgãos transplantados 
com objetivo de retardar a rejeição tecidual promovida 
pelo sistema imune. 
 
CONTROLE DA SECREÇÃO DE 
GLICOCORTICOIDE 
O controle da secreção de glicocorticoide ocorre por meio 
de um sistema de feedback negativo. Níveis sanguíneos 
baixos de glicocorticoides, principalmente cortisol, 
estimulam as células neurossecretoras no hipotálamo a 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
secretarem hormônio liberador da corticotrofina (CRH). O 
CRH (junto com a baixa concentração de cortisol) 
promove a liberação de ACTH da adeno-hipófise. O 
ACTH flui no sangue para o córtex da glândula 
suprarrenal onde estimula a secreção de glicocorticoide 
(em grau muito menor, o ACTH também estimula a 
secreção de aldosterona). 
 
O cortisol ou hidrocortisona é o principal GC natural 
circulante no ser humano. Sua síntese é regulada pelo 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), secretado pela 
hipófise anterior em resposta à liberação, pelo hipotálamo, 
do neuropeptídeo denominado fator liberador de 
corticotrofina (CRH). O hormônio antidiurético (ADH), a 
ocitocina e as catecolaminas podem influenciar o ritmo 
circadiano da secreção de ACTH, assim como estados de 
febre, hipoglicemia, estresse e alteração do ciclo de sono-
vigília. 
O cortisol tem tanto ações diretas quanto indiretas em uma 
variedade de tecidos, sendo considerado um hormônio que 
é liberado durante o estresse: 
− Provoca dano muscular 
− Deposição de tecido adiposo 
− Hiperglicemia 
− Resistência à insulina 
− Osteoporose 
− Supressão imunológica (anti-inflamatória) e ações 
antialérgicas 
− Diminuição da produção de tecido conjuntivo 
levando a um prejuízo na cicatrização 
− Aumento da excitabilidade neural 
− Aumento da taxa de filtração glomerular (diurese 
aquosa), retenção de sódio e perda de potássio 
ANDROGÊNIO 
Tanto em homens quanto em mulheres, o córtex da 
glândula suprarrenal secreta pequena quantidade de 
androgênios fracos. O principal androgênio secretado pela 
glândula suprarrenal é a desidroepiandrosterona (DHEA). 
Nos homens, depois da puberdade, o androgênio 
testosterona também é liberado, e em quantidade muito 
maior, pelos testículos. Dessa forma, a quantidade de 
androgênios secretada pela glândula suprarrenal 
masculina é normalmente tão baixa que seus efeitos são 
insignificantes. Nas mulheres, no entanto, os androgênios 
suprarrenais desempenham funções importantes e são a 
principal fonte dos andrógenos circulantes. Eles 
promovem a libido (desejo sexual) e são convertidos em 
estrogênios (esteroides sexuais feminilizantes) por outros 
tecidos corporais. Após a menopausa, quando a secreção 
ovariana de estrogênios cessa, todos os estrogênios 
femininos são provenientes da conversão dos androgênios 
suprarrenais. Os androgênios suprarrenais também 
estimulam o crescimento de pelos axilares e púbicos nos 
meninos e nas meninas e contribuem para o estirão de 
crescimento pré-puberal. Embora o controle da secreção 
suprarrenal de androgênio não seja totalmente 
compreendido, o principal hormônio que estimula sua 
secreção é o ACTH. 
Em geral, os efeitos dos andrógenos são anabólicos, 
levando ao aumento da massa muscular e da formação 
óssea. Eles também provocam a hipertrofia das glândulas 
sebáceas (levando à acne), queda de cabelo e o 
crescimento de pelos faciais. 
 
EPINEFRINA E NOREPINEFRINA 
CONTROLE DA SECREÇÃO DE EPINEFRINA E 
NOREPINEFRINA 
Em situações de estresse e durante a prática de exercícios, 
impulsos provenientes do hipotálamo acionam os 
neurônios pré-ganglionares simpáticos que, por sua vez, 
estimulam as células cromafins a secretarem epinefrina e 
norepinefrina. Esses dois hormônios intensificam a 
resposta de luta ou fuga. Ao aumentar a frequência e a 
força de contração cardíacas, a epinefrina e a norepinefrina 
elevam o débito cardíaco e a pressão arterial. Além disso, 
aumentam o fluxo de sangue para o coração, o fígado, os 
músculos esqueléticos e o tecido adiposo; dilatam as vias 
respiratórias para os pulmões e elevam os níveis 
sanguíneos de glicose e ácidos graxos.

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