Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
XXXV EXAME DA OAB DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Danilo Santana https://www.instagram.com/cejascurso/ https://www.facebook.com/cursocejas https://www.youtube.com/channel/UCborv6CABv7Qdq1mT9Y4zMQ https://open.spotify.com/show/3yYCkW4Nb80xFsbLx9bLWT?si=3lzQsaAZT7S-iUrgZZLpqw&dl_branch=1 https://api.whatsapp.com/send/?phone=5571996006480&text&app_absent=0 https://t.me/s/cejasoab ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 2 2 Estimados Guerreiros e Guerreiras! É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito do Consumidor do preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos! Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas! Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e Concursos) e vamos juntos! Espero que vocês tenham um excelente proveito! Receba o nosso sincero abraço! APRESENTAÇÃO ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 3 3 O Direito do Consumidor como garantia fundamental. Art. 5º, inciso XXXII, CF/88: O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. Art. 48, ADCT: O Congresso Nacional, dentro de 120 dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor. o O prazo foi cumprido com atraso, mas o CDC está livre de vícios. Art. 170, inciso V, CF/88: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os princípios de defesa do consumidor. o Em regra, para ser empresário/fornecedor, não é necessária autorização especial, mas a livre iniciativa é regulamentada, obedecendo ao CDC. Art. 81, CDC: A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. DIREITO DO CONSUMIDOR ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 4 4 Art. 1, CDC: O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. o Ou seja, no processo do consumidor, o juiz poderá declarar as normas do CDC de ofício, sem necessidade de pedido específico, com exceção: I. Súmula 381/STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. II. Se tratando de pedido de desconsideração da personalidade jurídica, a FGV entende que há necessidade da instauração do incidente (pedido é necessário e o juiz não pode agir de ofício). ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 5 5 A relação de consumo é aquela na qual existe um consumidor, um fornecedor e um produto/serviço que ligue um ao outro. É requisito objetivo de existência, de modo que, para haver relação de consumo, necessariamente, deve haver, concomitantemente, os três elementos, formando um tripé. estrutura da relação de consumo Os elementos fundamentais da relação de consumo são: a) Fornecedor (art. 3, CDC): Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. - Fornecedor é quem desenvolve a atividade econômica e oferta produtos ou serviços ao mercado de consumo, de forma não eventual (com habitualidade), na qualidade de fabricante, produtora, transformadora, montadora ou ainda, na condição de distribuidora ou simples comerciante. Fornecedor Produto/ServiçoConsumidor RELAÇÃO DE CONSUMO ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 6 6 - Tais características excluem a aplicação do Código de Defesa do Consumidor dos contratos firmados entre dois consumidores (não profissionais). b) Consumidor (art. 2, CDC): O CDC adota a teoria finalista. O CDC define consumidor como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. - O CDC define a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que intervenham nas relações de consumo como consumidores equiparados. - Todas as vítimas do dano causado pelo fato do produto e do serviço > consumidor por equiparação (art. 17, CDC). - Todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas de comércio e, obviamente, fazem jus à proteção do contrato > consumidor por equiparação (art. 29, CDC). c) Produto ou Serviço (art. 3, § 1º e 2º, do CDC): Qualquer bem adquirido na relação de consumo é considerado produto. - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. - Serviço é a atividade humana que proporciona benefícios ou satisfações para o adquirente, mediante remuneração. - As atividades do artigo 3º do CDC não são taxativas > podem abarcar situações de gratuidade na oferta de bens, como nas amostras grátis ou na prestação do serviço. Ou seja, existem situações em que não há, necessariamente, remuneração por parte do adquirente. E ainda assim, terão a proteção/aplicação do CDC. Qual a vulnerabilidade do consumidor na relação de consumo? o A vulnerabilidade do consumidor consiste na desigualdade deste com o fornecedor > consequência dos monopólios, oligopólios, falta de informação sobre qualidade, preço, outras características tangentes ao produto ou ao serviço e a publicidade. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 7 7 o O consumidor é a parte frágil contratual e economicamente, na relação com os fornecedores e os titulares dos bens de produção. Desse modo, o CDC objetiva proteger/manter/restabelecer o equilíbrio contratual na relação de consumo, cujos elementos veremos no tópico a seguir. o A vulnerabilidade pode ser técnica (o adquirentenão compreende o funcionamento), jurídica (termos jurídicos) ou econômica (porte financeiro) > aplicação do CDC, visando reequilibrar a relação jurídica. Estado e suas concessionárias como prestadores de serviços: o É importante destacar que o art. 37, § 6º, da Constituição Federal (1988) adotou a teoria do risco administrativo > dever de indenizar, basta que o ofendido demonstre o nexo causal entre o resultado danoso e a atividade omissiva ou comissiva do agente. o O Estado pode apresentar contraprova, buscando se isentar, caso apresente as tradicionais excludentes da responsabilidade civil. Além do direito de regresso contra o causador do dano, se provado dolo ou culpa. BOA-FÉ OBJETIVA NA RELAÇÃO DE CONSUMO A boa-fé objetiva divide-se nos pilares da lealdade e da confiança. A boa-fé possui funções nas relações de consumo, como interpretar, integrar e controlar. Plano de saúde pode/deve custear doença preexistente? Depende do momento da contratação. Se no momento da contratação, o plano passou os exames necessários, o consumidor fez e os resultados apontaram a doença em questão, aí o plano não será obrigado a cumprir. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 8 8 Mas, se no momento da contratação, o plano não passou exames e o consumidor só assinou uma declaração desconhecendo doenças, aí o plano será obrigado a cumprir > exceto comprovada má-fé do consumidor. O controle da boa-fé serve para evitar o abuso de direito. o A teoria do adimplemento substancial tem por objetivo precípuo impedir que o credor resolva a relação contratual em razão de inadimplemento de ínfima parcela da obrigação, por exemplo, de 24 parcelas totais, 23 foram pagas e falta 1. o Em virtude do cumprimento da maior parte do contrato, partindo da boa-fé, existem outros modos de resolução, que não a retomada do bem. o A via judicial para esse fim é a ação de resolução contratual. o O STJ entende que a teoria do adimplemento substancial não é cabível para compra e venda de veículo automotor (financiamento). ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 9 9 1) EFETIVA REPARAÇÃO O Código não permite a indenização tarifada do dano > teoricamente, o consumidor possui direito de ser reparado integralmente por todos os danos que vier a sofrer. Reparação do dano com base no caso concreto. O STJ traz algumas disposições sobre os danos nas Súmulas: Observação: ➢ Súmulas relacionadas aos planos de saúde: DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 10 10 2) MODIFICAÇÃO OU REVISÃO DOS CONTRATOS Modificação ou revisão dos contratos em caso de excessiva onerosidade. o Modifica-se o contrato que nasceu desequilibrado e causa lesão a parte. O contrato pode nascer desequilibrado por dois motivos: i) a parte era inexperiente em relação ao objeto; ou ii) a parte assinou o contrato em estado de necessidade. o O contrato pode ficar desequilibrado em razão de fato superveniente e imprevisível, precisando ser revisado. - Aplicação da teoria da imprevisão. O consumidor precisa pedir a modificação ou a revisão > não é feita de ofício. 3) INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA O CDC autoriza a inversão do ônus da prova se houver hipossuficiência do consumidor e verossimilhança. A inversão deve ser realizada no momento inicial da instrução processual, e não no momento do julgamento. O art. 6, VIII do CDC (inversão ope judicis), determina que haverá a inversão do ônus da prova ao consumidor, quando, no processo civil, for verossímil a alegação ou quando for o consumidor hipossuficiente na relação de consumo. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 11 11 o Ex.: Hipótese em que o consumidor pede indenização por conta da queda de energia que danifica aparelhos domésticos. Quando a própria lei determina a inversão, chamamos de “inversão ope legis”, como por exemplo, art. 12 do CDC. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 12 12 → Para se falar em responsabilidade civil, a falha da relação de consumo precisa ser identificada. Essa falha pode ser um: a) Vício: Produto ou serviço é inadequado para consumo. - Ex.: Televisão que não liga, não funciona. b) Defeito: Produto ou serviço que causa dano ou risco a saúde e a segurança do consumidor. - Ex.: Televisão que liga, mas explode. - O defeito divide-se em: b.1. Fato do produto b.2. Fato do serviço 1) RESPONSABILIDADE POR DEFEITO O defeito é um acidente de consumo. FATO = DEFEITO = ACIDENTE Produto Serviço - Acidente causado por defeito de fato de um produto. - A responsabilidade objetiva, em regra, é do fornecedor, excluindo o comerciante. - Produto de melhor qualidade colocado no mercado não torna o anterior defeituoso. - O fabricante pode se eximir da responsabilidade se provar: i) que o produto não teve defeito, que foi mau uso do consumidor; ii) que não colocou o produto no mercado (produto falso). - Se o fabricante prova que o produto é falso, que o produto é perecível, ou não possui a identificação do fabricante, o comerciante será responsável e responderá. i) Se a conservação cabe ao comerciante, ele responde sozinho. - Em regra, a responsabilidade é objetiva, podendo variar em razão da obrigação. i) Obrigação de meio > responsabilidade subjetiva. ii) Obrigação de resultado > responsabilidade objetiva. - O consumidor precisará ser reparado/indenizado. RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 13 13 - Responsabilidade sempre objetiva. O prazo prescricional para ação de reparação de dando decorrente de acidente de consumo é de 5 anos, contados a partir do conhecimento do dano. 2) RESPONSABILIDADE POR VÍCIO Produto Serviço - O fornecedor tem o direito de reparar o vício, desde que este, seja apontado em um prazo decadencial de 30 dias (produtos não duráveis) e 90 (produtos duráveis) dias, contados a partir da descoberta do vício. Se o consumidor reclama no prazo, o fornecedor poderá reparar. - Se o produto for essencial, a substituição tem que ser imediata. - Se o reparo não for feito no prazo, gera para o consumidor um direito, podendo escolher se quer a substituição do produto por outro, o dinheiro de volta (corrigido monetariamente), ou o abatimento em razão do vício. - O vício pode ser de: a) Qualidade: o produto ou serviço não corresponde a legitima expectativa do consumidor. b) Quantidade: o conteúdo líquido do produto é inferior àquele que deveria constar. - Quando a falha é só do comerciante, apenas ele responde pelo dano. - O vício pode ser de: a) Qualidade: Não tem prazo, a reparação tem que ser imediata. Caso não seja reparado, o fornecedorpaga nova execução. b) Quantidade: Aplica-se a mesma hipótese do vício por produto. 3) GARANTIA A garantia legal é o recebimento do produto sem vícios. O prazo de 1 (um) ano dado de garantia por muitos comerciantes é baseado em contrato, e não previsão legal. O prazo de reclamação de 30 ou 90 dias é contado sempre após o encerramento das garantias contratadas. A garantia estendida trata-se de outro contrato. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 14 14 → Os serviços públicos são abarcados pelas relações de consumo. → O Sistema Único de Saúde não é relação de consumo, pois, não há remuneração direta do consumidor ao SUS. o Quando há o pagamento direto, incide relação de consumo. → Caso o consumidor fique inadimplente desse pagamento direto, o serviço poderá ser suspenso, mediante alguns requisitos cumulativos: i. Atualidade da dívida; e ii. Se a adimplência for oportunizada ao consumidor (notificação). Observação: SERVIÇOS PÚBLICOS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 15 15 → O único requisito do CDC para desconsiderar a personalidade jurídica é o empecilho ao ressarcimento do consumidor. → Se por algum motivo, a não desconsideração impedir o ressarcimento do consumidor, será possível desconsiderar, inverter e abarcar na responsabilidade dos sócios. → A desconsideração inversa da personalidade jurídica é a busca pela responsabilização da sociedade no tocante às dívidas ou aos atos praticados pelos sócios, utilizando-se par a isto, a quebra da autonomia patrimonial. o A desconsideração inversa ocorre, portanto, quando o sócio utiliza a pessoa jurídica para proteger bens que seriam do patrimônio pessoal. Na prática, isso é feito por meio da transferência, ou da própria aquisição em nome da pessoa jurídica. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Base legal: Artigo 28 do CDC ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 16 16 Publicidade Propaganda - Disponibilizar algo no mercado de consumo e anunciar as características daquele produto. - Tem a intenção de promover empresas, produtos e serviços. - Difusão de ideias, e não produtos ou serviços. - Utiliza estratégias de persuasão para fins ideológicos. A publicidade enganosa é quando há mentira. A publicidade abusiva ofende valores da sociedade como um todo. Observação: O puffing, também conhecido como o exagero publicitário, é técnica de publicidade que se baseia na prestação de informações de forma extravagante para convencer o consumidor a adquirir determinado produto ou serviço. - É o elogio do produto. - Não é considerada enganosa. - Podem ser feitas comparações entre produtos, sem problemas. → O que gera problema na publicidade é a OFERTA > o princípio da vinculação da oferta, que faz parte do contrato. o Esse princípio não pode ser mitigado, em razão do erro grosseiro. o O erro grosseiro desobriga a oferta. Atenção: Precisa ser erro grosseiro mesmo! o O fornecedor é obrigado a manter o que foi dito em orçamento > vincula o preço, por pelo menos 10 dias, salvo disposição em contrário sobre o prazo do orçamento. PUBLICIDADE ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 17 17 → A responsabilidade de provar que a propaganda é verdadeira é quem patrocina/paga a propaganda para anunciar o produto. o Inversão do ônus da prova ope legis. o Quem patrocina a propaganda precisa guardar consigo as especificações (informações técnicas) do produto anunciado, caso seja requisitado pelos órgãos de fiscalização. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 18 18 → Possibilidade do fornecedor de inserir o nome e cadastro do consumidor em um banco de dados restritivo de crédito. o O consumidor fica rotulado como mau pagador. → Banco de natureza pública, administrado por entidades privadas. → O banco de dados é mantido pelo Mantenedor, que é pessoa responsável por sustentar o banco de dados. o Em regra, o mantenedor é figura distinta do fornecedor. o O debito do consumidor é com o fornecedor, que solicita para o mantenedor inserir o consumidor no cadastro do banco de crédito, inaugurando uma nova relação jurídica entre o mantenedor e o consumidor. o O mantenedor tem obrigação de notificar o consumidor, comunicando que o nome dele será incluído no banco de dados > dispensa o aviso de recebimento (AR). - Caso o consumidor deseje pagar, o fará em face do fornecedor, que fará nova solicitação ao mantenedor, visando cancelar a inclusão do nome. o A responsabilidade pela inclusão ou manutenção indevida do nome do consumidor é sempre do fornecedor. O mantenedor somente responderá em caso de não procedência à notificação para o consumidor. BANCO DE DADOS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 19 19 → Prazo de 5 anos para manutenção. Prazo de 5 dias para o restante dos prazos > pagamentos ou exclusão de cadastro. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 20 20 Art. 39, CDC. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; X - elevar semjusta causa o preço de produtos ou serviços; PRÁTICAS ABUSIVAS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 21 21 XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999; XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido; XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS Art. 51, CDC. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor-pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste Código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; V - (VETADO); VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 22 22 VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias; XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário; XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir da purgação da mora ou do acordo com os credores; XIX - (VETADO). § 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio contratual; III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 23 23 § 2º - A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. § 3º - (VETADO). § 4º - É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste Código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 24 24 Art. 42, CDC. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Anteriormente, a hipótese do engano justificável abarcava tudo, porém, o STJ definiu o entendimento para “salvo conduta contrária a boa-fé”. Atualmente, quem cobra é o responsável por provar a boa-fé. - Cobrou indevido, restitui em dobro, salvo se a parte comprovar o engano justificável. Art. 42-A, CDC. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. Observação: → Cobrança em parcela indevida confere o direito de restituição em dobro. COBRANÇA DE DÍVIDAS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 25 25 → DIREITO DE ARREPENDIMENTO: O consumidor tem 7 dias de prazo para se arrepender da compra de um produto, ou contratação de um serviço pela internet, telefone, catálogo, reembolso postal ou vendedor na porta de casa, isto é, fora da loja ou estabelecimento comercial. o É direito estabelecido no art. 49 do CDC. o Não precisa justificar o arrependimento. o Restituição imediata. → O CONTRATO DE ADESÃO é permitido nas relações de consumo. É o contrato redigido somente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. Para estes contratos, a lei determina que as cláusulas que limitam o direito do consumidor sejam redigidas com destaque. Observação: O recall comunica que algum defeito no veículo foi identificado pela montadora e precisa ser reparado de maneira urgente e gratuita, já que pode acarretar acidentes fatais para os ocupantes do veículo. o O recall não exime o fornecedor da responsabilidade. PROTEÇÃO CONTRATUAL ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 26 26 → Se o consumidor adquire as dívidas com intenção de não pagar, não está protegido para fins de superendividamento, por conta da premissa da boa-fé. Art. 54-A, § 1º, CDC: Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor, pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termosda regulamentação. o § 2º: As dívidas englobam quaisquer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada. o § 3º: Dívidas contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o propósito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo de alto valor, não terão aplicação da sistemática do superendividamento. Art. 54-B, CDC. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momento da oferta, sobre: I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem; II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento; PREVENÇÃO E TRATAMENTO AO SUPERENDIVIDAMENTO O capítulo VI-A do CDC foi incluído pela Lei 14.181/2021. Artigos 54-A ao 54-G, CDC. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 27 27 III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 2 dias; IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor; V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da regulamentação em vigor. § 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no caput deste artigo devem constar de forma clara e resumida do próprio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso ao consumidor. § 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da operação de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem prejuízo do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema financeiro. § 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem financiamento. Art. 54-F, CDC. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros, o contrato principal de fornecimento de produto ou serviço e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o financiamento quando o fornecedor de crédito: I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito; II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do fornecedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato principal for celebrado. § 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas neste Código, no contrato principal ou no contrato de crédito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja conexo. § 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 28 28 produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao consumidor: I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de produto ou serviço a prazo; II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades pertencentes a um mesmo grupo econômico. § 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 29 29 Art. 55, CDC. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços. o A regulamentação da produção é competência concorrente da União, Estados e DF. O Município é responsável somente pela fiscalização. - Regulamentar a produção é competência da União, dos Estados e do DF. - Fiscalizar as relações de consumo é competência da União, dos Estados, do DF e dos Municípios Art. 56, CDC. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas: I - multa; II - apreensão do produto; III - inutilização do produto; IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente; V - proibição de fabricação do produto; VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; VII - suspensão temporária de atividade; VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa; XII - imposição de contrapropaganda. Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 30 30 ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 31 31 → Artigo 81 do CDC e seguintes. → O CDC possui viés multidisciplinar > normas administrativas, processuais, penais, individuais e coletivas. Divisibilidade do bem jurídico Identificação dos titulares Direito Difuso Bem jurídico indivisível Não identificáveis Direito Coletivo Bem jurídico indivisível Os titulares são identificáveis Direito Individual Homogêneo Bem jurídico divisível Os titulares são identificáveis Art. 81, CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária poruma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Art. 82, CDC. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público, DIREITO COLETIVO – DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 32 32 II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código; IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear. § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. Art. 91, CDC. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. o O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei. Art. 93, CDC. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local: I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 33 33 Art. 94, CDC. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. Art. 95, CDC. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. Art. 97, CDC. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82. Art. 98, CDC. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. § 1. A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado. § 2. É competente para a execução o juízo: I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual; II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 34 34 ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 35 35 Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo- se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81; III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. § 1. Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe. § 2. Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual. § 3. Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. COISA JULGADA ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 36 36 Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada, erga omnes ou ultra partes, a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 37 37 se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 38 38 1) Eloá procurou o renomado Estúdio Max para tratamento de restauração dos fios do cabelo, que entendia muito danificados pelo uso de químicas capilares. A proposta do profissional empregado do estabelecimento foi a aplicação de determinado produto que acabara de chegar ao mercado, da marca mundialmente conhecida Ops, que promovia uma amostragem inaugural do produto em questão no próprio Estúdio Max. Eloá ficou satisfeita com o resultado da aplicação pelo profissional no estabelecimento, mas, nos dias que se seguiram, observou a queda e a quebra de muitos fios de cabelo, o que foi aumentando progressivamente. Retornando ao Estúdio, o funcionário que a havia atendido informou-lhe que poderia ter ocorrido reação química com outro produto utilizado por Eloá anteriormente ao tratamento, levando aos efeitos descritos pela consumidora, embora o produto da marca Ops não apontasse contraindicações. Eloá procurou você como advogado(a), narrando essa situação. Neste caso, assinale a opção que apresenta sua orientação. A) Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo ao Estúdio Max e ao fabricante do produto da marca Ops, em responsabilidade solidária, responderem pelos danos suportados pela consumidora. B) Há evidente fato do produto; por esse motivo, aação judicial poderá ser proposta apenas em face da fabricante do produto da marca Ops, não havendo responsabilidade solidária do comerciante Estúdio Max. C) Há evidente fato do serviço, o que vincula a responsabilidade civil subjetiva exclusiva do profissional que sugeriu e aplicou o produto, com base na teoria do risco da atividade, excluindo-se a responsabilidade do Estúdio Max. D) Há evidente vício do produto, sendo a responsabilidade objetiva decorrente do acidente de consumo atribuída ao fabricante do produto da marca Ops e, em caráter subsidiário, ao Estúdio Max e ao profissional , e não do profissional que aplicou o produto. QUESTÕES PARA TREINO ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 39 39 2) Antônio é deficiente visual e precisa do auxílio de amigos ou familiares para compreender diversas questões da vida cotidiana, como as contas de despesas da casa e outras questões de rotina. Pensando nessa dificuldade, Antônio procura você, como advogado(a), para orientá-lo a respeito dos direitos dos deficientes visuais nas relações de consumo. Nesse sentido, assinale a afirmativa correta. A) O consumidor poderá solicitar às fornecedoras de serviços, em razão de sua deficiência visual, o envio das faturas das contas detalhadas em Braille. B) As informações sobre os riscos que o produto apresenta, por sua própria natureza, devem ser prestadas em formatos acessíveis somente às pessoas que apresentem deficiência visual. C) A impossibilidade operacional impede que a informação de serviços seja ofertada em formatos acessíveis, considerando a diversidade de deficiências, o que justifica a dispensa de tal obrigatoriedade por expressa determinação legal. D) O consumidor poderá solicitar as faturas em Braille, mas bastará ser indicado o preço, dispensando-se outras informações, por expressa disposição legal. 3) O Ministério Público ajuizou ação coletiva em face de Vaquinha Laticínios, em função do descumprimento de normas para o transporte de alimentos lácteos. A sentença condenou a ré ao pagamento de indenização a ser revertida em favor de um fundo específico, bem como a indenizar os consumidores genericamente considerados, além de determinar a publicação da parte dispositiva da sentença em jornais de grande circulação, a fim de que os consumidores tomassem ciência do ato judicial. João, leitor de um dos jornais, procurou você como advogado(a) para saber de seus direitos, uma vez que era consumidor daqueles produtos. Nesse caso, à luz do Código do Consumidor, trata-se de hipótese A) de interesse difuso; por esse motivo, as indenizações pelos prejuízos individuais de João perderão preferência no concurso de crédito frente ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 40 40 às condenações decorrentes das ações civis públicas derivadas do mesmo evento danoso. B) de interesses individuais homogêneos; nesses casos, tem-se, por inviável, a liquidação e execução individual, devendo João aguardar que o Ministério Público, autor da ação, receba a verba indenizatória genérica para, então, habilitar-se como interessado junto ao referido órgão. C) de interesses coletivos; em razão disso, João poderá liquidar e executar a sentença individualmente, mas o mesmo direito não poderia ser exercido por seus sucessores, sendo inviável a sucessão processual na hipótese. D) de interesses individuais homogêneos; João pode, em legitimidade originária ou por seus sucessores, por meio de processo de liquidação, provar a existência do seu dano pessoal e do nexo causal, a fim de quantificá-lo e promover a execução. 4) O posto de gasolina X foi demandado pelo Ministério Público devido à venda de óleo diesel com adulterações em sua fórmula, em desacordo com as especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Trata-se de relação de consumo e de dano coletivo, que gerou sentença condenatória. Você foi procurado(a), como advogado(a), por um consumidor que adquiriu óleo diesel adulterado no posto de gasolina X, para orientá-lo. Assinale a opção que contém a correta orientação a ser prestada ao cliente. A) Cuida-se de interesse individual homogêneo, bastando que, diante da sentença condenatória genérica, o consumidor liquide e execute individualmente, ou, ainda, habilite-se em execução coletiva, para definir o quantum debeatur. B) Deverá o consumidor se habilitar no processo de conhecimento nessa qualidade, sendo esse requisito indispensável para fazer jus ao recebimento de indenização, de caráter condenatória a decisão judicial. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 41 41 C) Cuida-se de interesse difuso, afastando a possibilidade de o consumidor ter atuado como litisconsorte e sendo permitida apenas a execução coletiva. D) Deverão os consumidores individuais ingressar com medidas autônomas, distribuídas por conexão à ação civil pública originária, na medida em que o montante indenizatório da sentença condenatória da ação coletiva será integralmente revertido em favor do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados. 5) A Construtora X instalou um estande de vendas em um shopping center da cidade, apresentando folder de empreendimento imobiliário de dez edifícios residenciais com área comum que incluía churrasqueira, espaço gourmet, salão de festas, parquinho infantil, academia e piscina. A proposta fez tanto sucesso que, em apenas um mês, foram firmados contratos de compra e venda da integralidade das unidades. A Construtora X somente realizou a entrega dois anos após o prazo originário de entrega dos imóveis e sem pagamento de qualquer verba pela mora, visto que o contrato previa exclusão de cláusula penal, e também deixou de entregar a área comum de lazer que constava do folder. Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor, cabe A) ação individual ou coletiva, em razão da propaganda enganosa evidenciada pela ausência da entrega da parte comum indicada no folder de venda. B) ação individual ou coletiva, em busca de ressarcimento decorrente da demora na entrega; contudo, não se configura, na hipótese, propaganda enganosa, mas apenas inadimplemento contratual, sendo viável a exclusão da cláusula penal. C) ação coletiva, somente, haja vista que cada adquirente, individualmente, não possui interesse processual decorrente da propaganda enganosa. D) ação individual ou coletiva, a fim de buscar tutela declaratória de nulidade do contrato, inválido de pleno direito por conter cláusula abusiva que fixou impedimento de qualquer cláusula penal. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 42 42 6) João da Silva, idoso, ingressou com ação judicial para revisão de valores de reajuste do plano de saúde, contratado na modalidade individual. Alega que houve alteração do valor em decorrência da mudança de faixa etária, o que entende abusivo. Ao entrar em contato com a fornecedora, foi informado que o reajuste atendeu ao disposto pela agência reguladora, que é um órgão governamental, e que o reajuste seria adequado. Sobre o reajuste da mensalidade do plano de saúde de João, de acordo com entendimento do STJ firmado em Tema de Recurso Repetitivo, bem como à luz do Código do Consumidor, assinale a afirmativa correta. A) Somente seria possível se o plano fosse coletivo,mesmo que isso não estivesse previsto em contrato, mas se encontrasse em acordo com percentual que não seja desarrazoado ou aleatório, portanto, não sendo abusivo. B) Poderia ser alterado por se tratar de plano individual, mesmo que em razão da faixa etária, desde que previsto em contrato, observasse as normas dos órgãos governamentais reguladores e o percentual não fosse desarrazoado, o que tornaria a prática abusiva. C) É possível o reajuste, ainda que em razão da faixa etária, sendo coletivo ou individual, mesmo que não previsto em contrato e em percentual que não onere excessivamente o consumidor ou discrimine o idoso. D) Não poderia ter sido realizado em razão de mudança de faixa etária, mesmo se tratando de plano individual, sendo correto o reajuste apenas com base na inflação, não havendo interferência do órgão governamental regulador nesse tema. 7) Dora levou seu cavalo de raça para banho, escovação e cuidados específicos nos cascos, a ser realizado pelos profissionais da Hípica X. Algumas horas depois de o animal ter sido deixado no local, a fornecedora do serviço entrou em contato com Dora para informar-lhe que, durante o tratamento, o cavalo apresentou sinais de doença cardíaca. Já era sabido por Dora que os equipamentos utilizados poderiam causar estresse no animal. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 43 43 Foi chamado o médico veterinário da própria Hípica X, mas o cavalo faleceu no dia seguinte. Dora, que conhecia a pré-existência da doença do animal, ingressou com ação judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos danos morais suportados, em decorrência do ocorrido durante o tratamento de higiene. Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é correto afirmar que a Hípica X A) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no procedimento de higiene foi adequada, seguindo padrões fixados pelos órgão competentes, e que a doença do animal que o levou a óbito era pré-existente ao procedimento de higienização do animal. B) poderá ser responsabilizada em razão de o evento deflagrador da identificação da doença do animal ter ocorrido durante a sua higienização, ainda que se comprove ser pré-existente a doença e que tenham sido seguidos os padrões fixados por órgãos competentes para o procedimento de higienização, pois o nexo causal resta presumido na hipótese. C) não poderá ser responsabilizada somente se provar que prestou os primeiros socorros, pois a pre-existência da doença não inibiria a responsabilidade civil objetiva dos fornecedores do serviço; somente a conduta de chamar atendimento médico foi capaz de desconstruir o nexo causal entre o procedimento de higiene e o evento do óbito. D) poderá ser responsabilizada em solidariedade com o profissional veterinário, pois os serviços foram prestados por ambos os fornecedores, em responsabilidade objetiva, mesmo que Dora comprove que o procedimento de higienização do cavalo tenha potencializado o evento que levou ao óbito do animal, ainda que seguidos os padrões estipulados pelos órgãos competentes. 8) Osvaldo adquiriu um veículo zero quilômetro e, ao chegar a casa, verificou que, no painel do veículo, foi acionada a indicação de problema no nível de óleo. Ao abrir o capô, constatou sujeira de óleo em toda a área. Osvaldo voltou imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 44 44 do veículo e constatou que havia uma rachadura na estrutura do motor, que, por isso, deveria ser trocado. Oswaldo solicitou um novo veículo, aduzindo que optou pela aquisição de um zero quilômetro por buscar um carro que tivesse toda a sua estrutura “de fábrica”. A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro, alegando que isso não descaracterizaria o veículo como novo e que o custo financeiro de faturamento e outras medidas administrativas eram altas, não justificando, por aquele motivo, o desfazimento do negócio. No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá-lo. Assinale a opção que apresenta a orientação dada. A) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até trinta dias para providenciar o reparo, fase que, ordinariamente, deve preceder o direito do consumidor de pleitear a troca do veículo. B) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a imediata restituição da quantia paga, sem prejuízo de pleitear perdas e danos em juízo. C) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a responsabilidade da concessionária, devendo o consumidor ajuizar a ação de indenização por danos materiais em face do fabricante. D) Trata-se de fato do produto, e o consumidor não tem interesse de agir, pois está no curso do prazo para o fornecedor sanar o defeito. 9) Alvina, condômina de um edifício residencial, ingressou com ação para reparação de danos, aduzindo falha na prestação dos serviços de modernização dos elevadores. Narrou ser moradora do 10º andar e que hospedou parentes durante o período dos festejos de fim de ano. Alegou que o serviço nos elevadores estava previsto para ser concluído em duas semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o que implicou falta de elevadores durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com que seus convidados, todos idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram de fazer passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de acesso. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 45 45 Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de atividades para o período, Alvina afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que, ainda que regularmente notificado pelo condomínio, quedou-se inerte e não apresentou qualquer justificativa que impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o fornecedor de serviço, não tendo Alvina legitimidade para ingressar com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da relação consumerista. B) Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual regida pelo Código Civil, tendo a multa contratual pelo atraso na execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir a todos os condôminos e não a Alvina, individualmente. C) Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a perpetrada por todos os condôminos, em litisconsórcio, tendo como objeto apenas a cobrança de multa contratual e indenização coletiva. D) Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com base da teoria finalista, podendo Alvina ingressar individualmente com a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu os danos narrados. 10) Maria compareceu à loja Bela, que integra rede de franquias de produtos de beleza e cuidados com a pele. A vendedora ofereceu a Maria a possibilidade de experimentar gratuitamente o produto na própria loja, sendo questionada pela cliente se esta poderia fazer uso com quadro de acne em erupção e inflamada, oportunidade em que a funcionária afirmou que sim. Porém, imediatamente após a aplicação do produto, Maria sentiu ardência e vermelhidão intensas, não o comprando. Logo após sair da loja, a situaçãoagravou-se, e Maria buscou imediato atendimento médico de emergência, onde se constataram graves lesões na pele. Da leitura do rótulo obtido através do site da loja, evidenciou-se erro da vendedora, que utilizou no rosto da cliente produto contraindicado para o seu caso. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 46 46 Nessa situação, à luz do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que A) é objetiva a responsabilidade civil da vendedora que aplicou o produto em Maria sem observar as contraindicações, afastando-se a responsabilidade da empresa por culpa de terceiro. B) a responsabilidade civil objetiva recai exclusivamente sobre a franqueadora, a quem faculta-se ingressar com ação de regresso em face da franqueada. C) se a franqueadora for demandada judicialmente, não poderá invocar denunciação da lide à franqueada, por se tratar de acidente de consumo. D) não há relação de consumo, uma vez que se tratou de hipótese de amostra grátis, sem que tenha se materializado a relação de consumo, em razão de o produto não ter sido comprado por Maria. 11) Adriano, por meio de um site especializado, efetuou reserva de hotel para estada com sua família em praia caribenha. A reserva foi imediatamente confirmada pelo site, um mês antes das suas férias, quando fariam a viagem. Ocorre que, dez dias antes do embarque, o site especializado comunicou a Adriano que o hotel havia informado o cancelamento da contratação por erro no parcelamento com o cartão de crédito. Adriano, então, buscou nova compra do serviço, mas os valores estavam cerca de 30% mais caros do que na contratação inicial, com o qual anuiu por não ser mais possível alterar a data de suas férias. Ao retornar de viagem, Adriano procurou você, como advogado(a), a fim de saber se seria possível a restituição dessa diferença de valores. Neste caso, é correto afirmar que o ressarcimento da diferença arcada pelo consumidor A) poderá ser buscado em face exclusivamente do hotel, fornecedor que cancelou a contratação. B) poderá ser buscado em face do site de viagens e do hotel, que respondem solidariamente, por comporem a cadeia de fornecimento do serviço. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 47 47 C) não poderá ser revisto, porque o consumidor tinha o dever de confirmar a compra em sua fatura de cartão de crédito. D) poderá ser revisto, sendo a responsabilidade exclusiva do site de viagens, com base na teoria da aparência, respondendo o hotel apenas subsidiariamente. 12) Petrônio, servidor público estadual aposentado, firmou, em um intervalo de seis meses, três contratos de empréstimo consignado com duas instituições bancárias diferentes, comprometendo 70% (setenta por cento) do valor de aposentadoria recebido mensalmente, o que está prejudicando seu sustento, já que não possui outra fonte de renda. Petrônio procura orientação de um advogado para saber se há possibilidade de corrigir o que alega ter sido um engano de contratação de empréstimos sucessivos. Partindo dessa situação, à luz do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta. A) Não há abusividade na realização de descontos superiores a 50% (cinquenta por cento) dos rendimentos do consumidor para fins de pagamento de prestação dos empréstimos quando se tratar de contratos firmados com fornecedores diferentes, como no caso narrado. B) O consumidor não pode ser submetido à condição de desequilíbrio na relação jurídica, sendo nulas de pleno direito as cláusulas contratuais do contrato no momento em que os descontos ultrapassam metade da aposentadoria do consumidor. C) Os descontos a título de crédito consignado, incidentes sobre os proventos de servidores, como é o caso de Petrônio, devem ser limitados a 30% (trinta por cento) da remuneração, em razão da sua natureza alimentar e do mínimo existencial. D) Tratando-se de consumidor hipervulnerável pelo fator etário, os contratos dependem de anuência de familiar, que deve assinar ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 48 48 conjuntamente ao idoso, não podendo comprometer mais do que 20% (vinte por cento) do valor recebido a título de aposentadoria. GABARITO: 1) A 2) A 3) D 4) A 5) A 6) B 7) A 8) A 9) D 10) C 11) B 12) C ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ DIREITO DO CONSUMIDOR ______________________________________________________________ Danilo Santana 49 49 PARABÉNS PELO EMPENHO! A FAMÍLIA QUE MAIS APROVA NO BRASIL! https://www.instagram.com/cejascurso/ https://www.facebook.com/cursocejas https://www.youtube.com/channel/UCborv6CABv7Qdq1mT9Y4zMQ https://open.spotify.com/show/3yYCkW4Nb80xFsbLx9bLWT?si=3lzQsaAZT7S-iUrgZZLpqw&dl_branch=1 https://api.whatsapp.com/send/?phone=5571996006480&text&app_absent=0 https://t.me/s/cejasoab
Compartilhar