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Metodologia da Pesquisa Científica

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
1 
 
 
 
 
2 
 
MARIA DAS GRAÇAS VILLELA RODRIGUES 
 
 
 
�
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
ELABORAÇÃO DE PROJETOS, TRABALHOS ACADÊMICOS E DISSERTAÇÕES 
EM CIÊNCIAS MILITARES 
 
 
3ª Edição 
 
 
Colaboração e ampliação 
José Fernando Chagas Madeira 
Luiz Eduardo Possídio Santos 
Clayton Amaral Domingues 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
EsAO 
2006 
 
 
 
3 
 
© 2004 Maria das Graças Villela Rodrigues 
 
Reservados todos os direitos de publicação à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais 
(EsAO). 
 
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob 
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia, 
distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Escola. 
 
Diagramação: 
José Fernando Chagas Madeira – Maj Com 
Luiz Eduardo Possídio Santos – Cap MB 
Clayton Amaral Domingues – Cap Art 
 
Revisão: 
Manoel Márcio Gastão – Cel Inf R1 
Marco Aurélio de Trindade Braga – Cel Inf R1 
Luiz Carlos Enes de Oliveira – Cel Com R1 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
 
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais 
Avenida Duque de Caxias, 2071 
Rio de Janeiro / RJ - CEP 21.615-220 
Fone (21) 2450-8500 (R 8075 e 8027) - e-mail: spg@esao.ensino.eb.br 
 
R 696 Rodrigues, Maria das Graças Villela. 
Metodologia da pesquisa: elaboração de projetos, trabalhos 
acadêmicos e dissertações em ciências militares/Maria das 
Graças Villela Rodrigues. colaboração e ampliação José 
Fernando Chagas Madeira, Luiz Eduardo Possídio Santos, 
Clayton Amaral Domingues. 3. ed-Rio de Janeiro: EsAO, 2005. 
130 p.; il. ; 30 cm. 
ISBN 85 - 98116 - 01 - 7 
1. Pesquisa – Metodologia.I Título. 
CDD 001.4 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
 
 PREFÁCIO............................................................................................. 10 
 INTRODUÇÃO....................................................................................... 12 
 UD I – TÉCNICAS DE ESTUDO............................................................ 14 
1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA..................................... 15 
1.1 A METODOLOGIA E O ENSINO SUPERIOR....................................... 15 
1.2 A DINÂMICA DE ESTUDO.................................................................... 16 
1.3 A LEITURA............................................................................................. 17 
1.4 O ESTUDO DO TEXTO......................................................................... 18 
1.5 A TRANSPOSIÇÃO DA LEITURA......................................................... 20 
1.6 A PRÁTICA DO FICHAMENTO............................................................. 21 
 UD II – A CIÊNCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO.................. 24 
2 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO................................................ 25 
2.1 A CIÊNCIA............................................................................................. 25 
2.2 MÉTODOS CIENTÍFICOS..................................................................... 27 
2.2.1 Os métodos de abordagem................................................................. 28 
2.2.1.1 O método dedutivo................................................................................. 29 
2.2.1.2 O método indutivo.................................................................................. 29 
2.2.1.3 O método hipotético - dedutivo.............................................................. 30 
2.2.1.4 O método dialético................................................................................. 31 
2.2.1.5 O método fenomenológico..................................................................... 31 
2.2.2 Os métodos de procedimentos.......................................................... 31 
2.2.1.1 O método histórico................................................................................. 32 
2.2.1.2 O método comparativo........................................................................... 32 
2.2.1.3 O método estatístico.............................................................................. 32 
2.2.1.4 O método de estudo de caso................................................................. 33 
2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 33 
 
 
 
5 
 
 UD III - PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO POR MEIO DA PESQUISA CIENTÍFICA....................................................... 34 
3 PESQUISA CIENTÍFICA....................................................................... 35 
3.1 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................. 35 
3.1.1 Quanto à natureza................................................................................ 36 
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema.................................... 36 
3.1.3 Quanto aos objetivos gerais.............................................................. 36 
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos................................................. 37 
3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 40 
3.2.1 Pesquisa científica versus metodologia científica........................... 40 
3.2.2 Níveis de pós-graduação na EsAO.................................................... 40 
3.2.2.1 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu.......................................... 41 
3.2.2.2 Programa de Pós-Graduação Lato Sensu............................................. 41 
 UD IV - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU...... 44 
4 PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU................................................ 45 
4 1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 45 
4.2 AS ETAPAS DA PESQUISA.................................................................. 45 
4.3 A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO.......................... 48 
 1 INTRODUÇÃO................................................................................... 48 
 2 REFERENCIAL CONCEITUAL......................................................... 49 
 2.1 TEMA............................................................................................... 49 
 2.2 PROBLEMA..................................................................................... 50 
 2.2.1 Antecedentes do problema........................................................ 52 
 2.2.2 Formulação do problema........................................................... 52 
 2.2.2.1 Regras básicas para a formulação de um problema científico.. 53 
 2.2.3 Alcances e limites....................................................................... 55 
 2.3 JUSTIFICATIVA............................................................................... 55 
 2.4 CONTRIBUIÇÃO.............................................................................. 56 
 3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................ 56 
 
 
 
 
 
6 
 
 3.1 REVISÃO DE LITERATURA............................................................ 57 
 3.2 ENTREVISTAS EXPLORATÓRIAS................................................. 57 
 4 REFERENCIAL METODOLÓGICO................................................... 58 
 4.1 OBJETIVO....................................................................................... 59 
 4.1.1 Objetivo geral.............................................................................. 59 
 4.1.2 Objetivos específicos................................................................. 61 
 4.2 HIPÓTESE....................................................................................... 61 
 4.3 VARIÁVEIS...................................................................................... 64 
 4.3.1 Definição conceitual das variáveis............................................ 64 
 4.3.1.1 Relacionamentoentre variáveis................................................. 66 
 4.3.1.2 Correlação entre variáveis......................................................... 67 
 4.3.2 Definição operacional das variáveis......................................... 68 
 4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................ 69 
 4.4.1 População.................................................................................... 70 
 4.4.2 Amostra........................................................................................ 70 
 4.4.3 Método de pesquisa.................................................................... 71 
 4.4.4 Tipo de pesquisa......................................................................... 72 
 4.4.5 Técnica de pesquisa................................................................... 73 
 4.4.5.1 Coleta documental..................................................................... 73 
 4.4.5.2 Questionário............................................................................... 74 
 4.4.5.3 Entrevistas................................................................................. 78 
 4.4.5.4 Observação................................................................................ 79 
 4.4.5.5 Análise de conteúdo................................................................... 80 
 4.4.6 Instrumentos............................................................................... 81 
 4.4.6.1 Escalas para medir atitudes....................................................... 82 
 4.4.6.2. Pré-teste dos instrumentos....................................................... 86 
 4.4.7 Análise dos dados...................................................................... 87 
 5 REFERENCIAL OPERATIVO (Projeto)............................................ 88 
 
 
 
 
7 
 
 5.1 PLANILHA DE CUSTOS (Projeto)................................................... 88 
 5.2 CRONOGRAMA (Projeto)................................................................ 88 
 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...................... 89 
 5.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS .................................................... 89 
 6.1.1 Categorização dos dados........................................................... 90 
 5.1.2 Codificação dos dados............................................................... 90 
 5.1.3 Tabulação dos dados................................................................. 92 
 5.1.3.1 Tabulação de perguntas fechadas............................................. 92 
 5.1.3.2 Tabulação de perguntas abertas............................................... 93 
 5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................... 94 
 5.2.1 Análise estatística....................................................................... 94 
 5.2.2 Avaliação das generalizações................................................... 95 
 5.2.3 Interpretação dos dados............................................................ 96 
 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................ 96 
4.4 MONTAGEM DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO.............................. 98 
4.4.1 Quanto ao estilo de redação............................................................... 98 
4.4.2 Considerações finais........................................................................... 100 
 UD V - PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU........................................... 102 
5 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU.......................... 103 
5.1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 103 
5.2 AS ETAPAS DA PESQUISA.................................................................. 103 
5.3 A ESTRUTURA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO......... 105 
 1 INTRODUÇÃO................................................................................... 106 
 2 CONCEITOS E MÉTODOS............................................................... 106 
 2.1 TEMA............................................................................................... 106 
 2.2 PROBLEMA..................................................................................... 107 
 2.2.1 Antecedentes do problema ....................................................... 108 
 2.2.2 Formulação do problema........................................................... 108 
 2.2.3 Alcances e limites....................................................................... 109 
 
 
 
 
8 
 
 2.3 QUESTÕES DE ESTUDO............................................................... 110 
 2.4.OBJETIVOS..................................................................................... 110 
 2.4.1 Objetivo geral.............................................................................. 111 
 2.4.2 Objetivos específicos................................................................. 111 
 2.5 JUSTIFICATIVA............................................................................... 112 
 2.6 CONTRIBUIÇÃO.............................................................................. 113 
 3 REFERENCIAL OPERATIVO........................................................... 113 
 3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...................... 113 
 4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................ 114 
5.4 MONTAGEM DO TCC........................................................................... 115 
5.4.1 Considerações finais........................................................................... 116 
 REFERÊNCIAS..................................................................................... 118 
 Apêndice A - Elementos constitutivos do projeto de pesquisa e DM.. 122 
 Apêndice B - Elementos textuais obrigatórios da DM........................ 123 
 Apêndice C - Elementos constitutivos do projeto de pesquisa e TCC.. 124 
 Apêndice D - Elementos textuais obrigatórios do TCC....................... 125 
 Apêndice E - Exemplo de planilha de recursos humanos, materiais e serviços 126 
 Apêndice F - Exemplo de cronograma de execução do projeto de pesquisa 127 
 Apêndice G - Modelo de ficha............................................................... 128 
 
 
 
9 
 
 
 
 
10 
 
PREFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO 
A primeira e segunda edições deste livro receberam boa acolhida dos 
estudantes de pós-graduação no âmbito da EsAO. É com prazer que publicamos 
esta terceira edição, a fim de atualizar algumas partes, em resposta aos estímulos 
dos leitores e tendo em vista novas práticas e conceitos em metodologia da 
pesquisa científica no âmbito das Ciências Militares e no meio acadêmico civil. 
Neste sentido, aproveitando os modernos conceitos abordados pela autora, 
coube aos colaboradores redistribuir os conteúdos da Unidade Didática I, e adequar 
o item “A prática do fichamento” aos aspectos relevantes aos Programas de Pós-
Graduação em Operações Militares. Na Unidade Didática II foram destacados e 
ampliados conceitos relativos à ciência, e aos métodos científicos, incluindo-se 
exemplos inerentes às Ciências Militares. 
Na Unidade Didática III foram definidos os diversos conceitos de pesquisa 
científica, segundo suas classificações quanto à natureza, à forma de abordagem do 
problema, aos objetivos gerais e aos procedimentos técnicos, procurando-se 
destacar, por meio de conceitos e exemplos, as principais diferenças entre os 
programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. A partir desse momento, o 
leitor passa a ser incentivado a optar por um dos programas, os quais foram bem 
definidos nas Unidades Didáticas IV e V. 
A Unidade Didática IV foi remodelada pelos colaboradores, de forma que o 
leitor possa acompanhar o processo de produção científica por meio da dissertação 
de mestrado. Nesse sentido a estrutura da dissertação, com seus referenciais, foi 
inicialmente apresentada em forma de fluxograma, passando-sea definir 
detalhadamente cada etapa de pesquisa, e seu(s) referencial(ais) afeto(s). O mesmo 
processo foi apresentado na Unidade Didática V, onde os conceitos relativos à 
produção do trabalho de conclusão de curso foram apresentados. 
Foram ainda revisados os apêndices ao livro, de forma que o leitor possa 
verificar as partes obrigatórias a serem apresentadas nos projetos de pesquisa e nos 
relatórios finais de pesquisa, bem como apresentados, em forma de mídia digital 
(CD), exemplos didáticos de trabalhos acadêmicos em suas respectivas fases. 
 
BRAGA, M. A. de T; DOMINGUES, C. A.; GASTÃO, M. M; MADEIRA, J. F. 
C.; OLIVEIRA, L. C. E e SANTOS, L. E. P. 
 
 
11 
 
 
 
 
12 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 
Os programas de pós-graduação, conduzidos pelas instituições de 
ensino de nível superior, exigem a apresentação de trabalhos acadêmicos, 
dissertação ou tese como requisito parcial para a obtenção dos certificados e títulos 
correspondentes. Estes trabalhos são desenvolvidos mediante pesquisa sobre tema 
relevante de determinada área, obedecendo à metodologia própria para iniciação 
científica, preceitos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e regras 
ortográficas e gramaticais da língua portuguesa. 
Este manual foi elaborado com a intenção de proporcionar ao postulante dos 
Programas de Pós-Graduação em Operações Militares ferramentas que viabilizem a 
elaboração de projetos de pesquisa, trabalhos acadêmicos e dissertações, 
facilitando o estudo de problemas inerentes a esta área do conhecimento. 
Inicialmente desenvolver-se-ão algumas idéias e conceitos relativos à 
metodologia da pesquisa, seguindo orientações de renomados autores brasileiros 
que descrevem claramente o assunto, inferindo conceitos próprios da metodologia e 
adaptando-os às Ciências Militares. 
A seguir, serão abordadas noções inerentes aos métodos e tipos de pesquisa 
científica afetos às Ciências Militares, passando à apresentação de um raciocínio 
lógico e coerente, necessário à construção de projetos de pesquisa nos níveis stricto 
sensu e lato sensu. 
Finalmente, este manual esclarece que o resultado final da pesquisa, 
realizada por meio das ações propostas no projeto de pesquisa, será descrito em 
forma de trabalho de conclusão de curso (no nível lato sensu) ou de dissertação de 
mestrado (no nível stricto sensu). 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
TÉCNICAS DE ESTUDO 
1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
1.1 A METODOLOGIA E O ENSINO SUPERIOR 
1.2 A DINÂMICA DE ESTUDO 
1.3 A LEITURA 
1.4 O ESTUDO DO TEXTO 
1.5 A TRANSPOSIÇÃO DA LEITURA 
1.6 A PRÁTICA DO FICHAMENTO 
 
 
 
 
15 
 
1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
A palavra metodologia vem do grego: meta que significa ao largo; odos, 
caminho; logos, discurso, estudo. Consiste em estudar e avaliar os vários métodos 
disponíveis e suas utilizações. Corresponde a um conjunto de procedimentos que 
auxiliam na obtenção do conhecimento. 
De acordo com Minayo (1999), entende-se por metodologia o caminho do 
pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a 
metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está referida a elas. Já 
a pesquisa é entendida como a atividade básica da ciência, buscando questionar e 
construir a realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza 
frente à realidade do mundo. Embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula 
pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não 
tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da 
investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente 
condicionadas. 
 
1.1 A METODOLOGIA E O ENSINO SUPERIOR 
 
A importância da metodologia reside no fato de ser uma disciplina que possui 
características investigativas, relacionadas com a busca de caminhos necessários à 
obtenção de conhecimentos, auxiliando o aluno no aprendizado da pesquisa e na 
sistematização dos conteúdos. Esta instrumentação é importante para o trabalho 
científico, porque colabora com o crescimento intelectual do postulante e com a 
formação de um compromisso científico frente à realidade empírica, buscando o 
conhecimento da verdade e a formação de um espírito crítico para a análise e para a 
reflexão científica. 
Desenvolver o conhecimento científico é fundamental para a educação 
superior que tem como objetivo ensinar e divulgar procedimentos científicos, levando 
em conta o estímulo ao pensamento produtivo, ao conhecimento sistemático, à 
criatividade e ao desenvolvimento do espírito crítico. A metodologia estrutura-se, 
 
 
16 
 
portanto, de forma a contribuir para que o ensino superior desenvolva as funções 
que lhe são impostas frente às necessidades culturais e econômicas emergentes. 
 
1.2 A DINÂMICA DE ESTUDO 
 
O ensino superior deve propiciar o desenvolvimento do espírito científico 
aliado à prática de trabalhos acadêmicos de qualidade. Para tanto, é importante que 
os alunos adquiram hábitos de estudo, buscando informações a respeito de 
procedimentos que possam auxiliá-los na execução de tarefas acadêmicas. 
A atividade do estudo compõe-se de alguns elementos que são considerados 
muito importantes para o aprendizado. Severino (2000) destaca, como elementos 
principais a leitura e a escrita, pois, para aprender, é necessário ler ou ouvir as 
mensagens que nos são transmitidas; como, também, é necessário registrar por 
escrito o conteúdo para, posteriormente, retornar a essa mensagem, pensá-la e/ou 
reescrevê-la. Adverte, ainda, que o ensino superior exige dos alunos maior 
autonomia no processo de aprendizagem e postura de auto-atividade didática 
rigorosa, crítica e criativa, bem como um projeto de trabalho intelectual 
individualizado, apoiado em material didático e científico que se constitui 
basicamente na bibliografia especializada. 
Com estas afirmações, o autor citado nos leva a refletir sobre a necessidade 
de preparação do aluno, por meio da consulta bibliográfica afim, com as suas 
necessidades de aprendizagem. É necessário que ele utilize, com a devida 
freqüência, as bibliotecas disponíveis. A leitura de livros indicados na bibliografia do 
curso, de revistas especializadas, de periódicos e de outras fontes de consulta 
facilita a apreensão dos conteúdos e permite uma visão ampliada do assunto, 
oferecendo outras referências que ajudam a ampliar seu horizonte. 
A autonomia do processo de aprendizagem requer do aluno um esforço 
disciplinar intenso e constante, uma programação das atividades de estudo criteriosa 
e uma divisão adequada do tempo que propiciem uma permanente atividade de 
leituras, a participação em seminários, palestras etc. O ensino superior requer, além 
do estudo habitual, a participação em eventos e acontecimentos que promovam a 
reflexão e ampliação dos conhecimentos. A auto-atividade de aprendizagem é, 
 
 
17 
 
portanto, imprescindível e deve estar presente na vida do aluno preocupado 
com a sua performance. 
Um dos objetivos de um curso de pós–graduação é formar nos alunos o 
espírito científico que busca a obtenção de conhecimentos novos, aprimorando-os 
como seres ativos e participantes da história. 
A proposta deve ser a de aprender, isto é, não adianta apenas uma série de 
informações, é preciso aprender a fazer e aprender fazendo. As atividades de 
estudo como a leitura analítica, o estudo da documentação e a elaboração de 
trabalhos científicos têm de ser efetivamente praticadas. Essas atividades são 
desenvolvidas com o auxílio do instrumental de trabalho, utilizando técnicas de 
leitura, condensação de textos etc. 
 
1.3 A LEITURA 
 
Ler é assimilar idéias, interagir com o autor, absorvendo o sentido da 
mensagem, conhecer, interpretar, decifrar, ampliar os conhecimentos e aprofundar o 
saber em determinado campo cultural ou científico. Segundo Salvador (1980), leré 
"distinguir os elementos mais importantes daqueles que não o são e, depois, optar 
pelos mais representativos e mais sugestivos”. 
Numerosas idéias são transmitidas em diferentes obras, sendo necessário 
que o leitor compreenda a idéia-mestra do texto, que é aquela que corresponde a 
tudo aquilo que o autor quer comunicar. Para tanto, a utilização de técnicas de 
sublinhamento, resumo e esquematização facilitam o entendimento do sentido do 
texto através das idéias de cada parágrafo, auxiliando o leitor no entendimento do 
pensamento do autor no contexto da obra. 
Ao ler um texto devemos primeiro prestar atenção em seu conteúdo 
informativo fundamental, ao qual se subordinam, de modo articulado, vários 
enunciados. A maioria das frases possui uma palavra-chave, que pode ser 
percebida diretamente ou com a ajuda de outras palavras que a substituem. 
Posteriormente, devemos identificar, nos diversos parágrafos, as idéias secundárias 
que articulam o entendimento final do texto. 
É importante fazer boas leituras porque esta prática enriquece o vocabulário, 
possibilitando ao leitor progredir cientificamente: adquirir experiência, melhorar a 
 
 
18 
 
comunicação e, principalmente, a redação. A leitura amplia e desperta a inteligência 
para um aprofundamento cada vez maior no conhecimento, clareando as idéias, 
permitindo uma abordagem do tema sob diferentes perspectivas, e fornecendo 
opções de soluções para os problemas de pesquisa, de acordo com os modelos 
teóricos de outros autores/pesquisadores. 
A leitura é imprescindível na elaboração de trabalhos de investigação 
científica. É importante consultar os autores, os livros e as revistas, que possam 
fornecer as informações necessárias. Devemos examinar, sumariamente, os 
componentes físicos dos livros cujos títulos nos interessam. Verificar o nome do 
autor, seu currículo, ler a orelha do livro, o sumário, a documentação ou as citações 
ao pé das páginas. Investigar a referência, assim como verificar a editora, a data, a 
edição e ler rapidamente o prefácio. A convergência desses vários elementos nos 
ajuda a identificar o texto e a selecionar as obras de interesse. 
 
1.4 O ESTUDO DO TEXTO 
 
Segundo Galliano (1986), há várias maneiras de se estudar um texto, mas 
todas dependem sempre do propósito do estudo. Assim, um estudo profundo segue 
sempre um processo semelhante, um método. Devemos recordar que não se estuda 
um texto como quem lê um romance, por puro entretenimento. Os textos de estudo, 
mormente aqueles de cunho científico ou filosófico, requerem sempre o emprego da 
razão reflexiva por parte de quem estuda. E isso pressupõe uma certa disciplina 
intelectual, um método de abordagem para o objeto do estudo. 
Assim, o estudo do texto deve ser realizado em várias etapas, sendo 
necessário para o desenvolvimento deste, o domínio de algumas técnicas que vão 
contribuir para o entendimento do autor e da obra, quais sejam: sublinhar, resumir 
e esquematizar. 
Sublinhar é a arte que ajuda a colocar em destaque a idéia-mestra, as 
palavras-chaves e os pormenores importantes de um texto. Dentre as normas para 
sublinhar, é importante destacar que o leitor deve "marcar” apenas as idéias 
principais e os detalhes importantes. O leitor deve reconstruir o parágrafo a partir 
das palavras sublinhadas para depois formar um texto com as idéias-chave. Ao final, 
 
 
19 
 
deve ser possível ler o texto sublinhado com continuidade e plenitude de sentido. O 
texto fica condensado como em um telegrama, mas continua com o mesmo sentido. 
É interessante sublinhar com dois traços as palavras-chave da idéia principal 
e com um único traço os pormenores importantes. Assinalar com linha vertical, à 
margem do texto, as passagens mais significativas ou fazer um retângulo. Os pontos 
de discordância devem ser assinalados com um ponto de interrogação à margem do 
texto. Há autores que ainda aconselham o uso de cores diferentes para sublinhar. 
Após sublinhar o texto, é necessário condensar as idéias destacadas. O leitor 
deve escolher a maneira mais adequada de se condensar o texto, a que mais se 
identifique com o propósito de sua leitura. De acordo com a forma de apresentação 
do conteúdo sublinhado, o leitor pode integrar as idéias por meio de um resumo ou 
esquema. 
O resumo é a condensação de um texto capaz de reduzir seus elementos. É 
a apresentação concisa e, freqüentemente, seletiva do texto, destacando-se os 
elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais idéias do autor da 
obra. É útil quando se necessita, em rápida leitura, recordar o essencial do que se 
estudou e a conclusão a que se chegou. Segundo Galliano (1986), resumir por 
escrito a leitura é conveniente quando se coleta material de obra rara e de difícil 
consulta, quando se prepara um trabalho de maior fôlego e profundidade, como a 
defesa de uma tese ou a elaboração de uma monografia ou dissertação, e quando 
se necessita fazer exercícios de redação clara e concisa. 
Para tanto, é necessário observar algumas normas para se fazer um bom 
resumo, tais como: não pretender resumir antes de ler o texto todo; esclarecer os 
pontos obscuros; sublinhar as palavras desconhecidas; ser breve, porém 
compreensível; e percorrer especialmente as palavras sublinhadas e anotações à 
margem do texto. Nos casos de transcrição textual (“ao pé da letra”), usar aspas e 
fazer referência completa à fonte. Juntar, principalmente ao final, idéias integradoras, 
referências bibliográficas e críticas, pertinentes e oportunas, de caráter pessoal. 
O esquema é a linha mestra seguida pelo autor no desenvolvimento de seu 
escrito. Para Galliano (1986), o esquema é a representação gráfica e sintética do 
que se leu. A elaboração de um esquema fundamenta-se numa seqüência lógica 
que ordene claramente as principais partes do conteúdo e que, mediante divisões e 
subdivisões, represente a hierarquia das palavras, frases, parágrafos-chave que, 
 
 
20 
 
destacados após várias leituras, devem apresentar ligações entre as idéias 
sucessivas para evidenciar o raciocínio desenvolvido. 
Algumas normas se fazem necessárias para a elaboração de um bom 
esquema. Uma delas é a fidelidade ao texto, captando e compreendendo o tema do 
autor e destacando títulos e subtítulos que o guiaram ao escrever o texto. 
Por fim, o esquema deve: 
a) ser claro, simples e distribuído organicamente; 
b) subordinar as idéias e fatos; 
c) ter estrutura lógica, mantendo um sistema uniforme; 
d) ser flexível e funcional para o uso; e 
e) destacar o propósito da leitura, facilitando a captação do conteúdo e 
permitindo melhor reflexão sobre o texto. 
 
1.5 A TRANSPOSIÇÃO DA LEITURA 
 
Para auxiliar a transposição da leitura, é necessário que o leitor faça uma 
análise do texto. O estudo e a interpretação do texto vão depender dos objetivos do 
leitor e do fim a que se destina. Os textos de estudo de caráter científico, por 
exemplo, requerem, por parte de quem analisa, um método de abordagem e certa 
disciplina intelectual. 
Galliano (1986) e Severino (2000) elaboraram modelos de análise que 
abrangem alguns itens comuns aos dois autores que são chamados de análise 
textual, análise temática e análise interpretativa. 
A análise textual é a primeira forma de aproximação com o texto e tem a 
finalidade de apresentar o texto e o pensamento do autor. O leitor deve assinalar os 
vocábulos desconhecidos, os pontos que requerem posterior esclarecimento e as 
dúvidas que possam interferir na captação do pensamento do autor. É importante 
esclarecer as dúvidas por meio de consulta aos dicionários, enciclopédias, manuais, 
enfim, às obras de referência que se façam necessárias. 
Ao terminar essa análise, o leitor passa a ler com o objetivo de compreender 
profundamente o texto. Inicia-se então a análise temática onde o leitor vai 
processar a leitura para apreender o conteúdo, sem discutir com o texto, sem 
debateros conceitos ou idéias; a intenção é a descoberta e a reflexão da idéia 
 
 
21 
 
central. É necessário captar, na exposição do tema, o problema que motivou o autor, 
as idéias secundárias, os temas complementares, enfim, a estrutura de sustentação 
do texto. A análise temática é considerada completa quando o leitor estabelece, 
com segurança, o esquema do pensamento do autor, apreendendo o conteúdo do 
texto. 
A terceira etapa da leitura visa à interpretação do texto. O leitor passa a inferir 
e interpretar o que foi apreendido. Ao iniciar a análise interpretativa, o leitor deve 
relacionar as idéias expostas pelo autor com o contexto da cultura científica e/ou 
filosófica, recorrendo, se necessário, a outras fontes, complementando-as sempre 
que o estudo assim exigir. 
Ao terminar a análise interpretativa, o nível de conhecimento do leitor ter-se-
á consolidado e ampliado. E para continuar desenvolvendo este conhecimento, 
Galiano (1986) aconselha ao leitor levar sua posição pessoal, seu juízo crítico, ao 
confronto da discussão em seminários, grupos de estudo, ou reuniões com colegas. 
Para ele, o debate é importante porque algumas conclusões, tidas como sólidas e 
inabaláveis, podem revelar sua fragilidade, enquanto outras ganharão maior vigor, 
estimulando novas reflexões e abrindo um novo ciclo de aprofundamento de 
análises. 
Concluindo adequadamente a leitura de um texto, o leitor mais experiente 
passa a produzir conhecimento e/ou a fazer proposições. São nessas condições que 
ocorre a transposição da leitura. É por meio da ampliação dos aspectos que a 
análise do texto suscitou e das proposições apoiadas na retomada de pontos 
relevantes que o leitor pode ir além, ultrapassar a leitura e produzir o 
conhecimento. Isso é muito importante, na medida em que o leitor/pesquisador 
necessite transmitir significados ou fazer alguma comunicação a respeito de 
determinadas conclusões. 
 
1.6 A PRÁTICA DO FICHAMENTO 
 
Em face da necessidade de realização de um trabalho de pesquisa é preciso 
que o estudioso execute um levantamento bibliográfico que lhe permita: 
a) conhecer a origem do problema; 
b) identificar o que já foi pesquisado acerca do problema; 
 
 
22 
 
c) avaliar as soluções já experimentadas; 
d) colher opiniões de especialistas e participantes do processo; e 
e) compreender tudo aquilo que irá embasar a formulação de uma possível 
solução para o problema pesquisado. 
Segundo Eco (1989), a situação ideal seria dispor de todos os livros de que 
se tem necessidade. Entretanto, verifica-se que essa condição ideal é muito rara, 
mesmo para um estudioso profissional. Assim, o armazenamento das informações 
coletadas em bibliotecas, repartições públicas, centros culturais, sites de busca na 
Internet, etc, poderá ser realizado por meio de um arquivo de fichas ou um arquivo 
de computador. 
É oportuno destacar que os fichamentos são extremamente importantes na 
fase de coleta de informações, pois auxiliam no registro de resumos, opiniões, 
citações, enfim, tudo o que possa servir como embasamento para a redação do texto 
do trabalho de pesquisa. 
Tem-se em mente que os esforços empreendidos durante a elaboração 
dos fichamentos serão altamente recompensados no momento da redação 
final da pesquisa, revertendo em ganho de tempo. 
A EsAO adotou um modelo básico de ficha (Apêndice G), que deverá ser 
preenchida e apresentada na 2ª Fase do CAO, de acordo com calendário específico. 
A ficha é composta pelas seguintes partes: cabeçalho, referência, resumo 
da obra, citações, contribuições em relação ao tema e recursos ilustrativos de 
interesse. 
O campo destinado ao cabeçalho solicita informações que facilitarão a 
identificação futura do seu trabalho: a linha de pesquisa, o tema, o nome do 
postulante, a data do fichamento e a numeração da ficha. 
O campo destinado à referência deve ser preenchido conforme as normas da 
ABNT, descritas no Manual de Apresentação de Trabalhos Acadêmicos e 
Dissertações (MATAD) pois isso facilitará a composição do trabalho no momento da 
redação. 
O campo destinado ao resumo da obra, embora simples, deve permitir ao 
pesquisador identificar quais são os assuntos tratados, bem como as principais 
conclusões do autor. 
O campo destinado às citações poderá ser preenchido com citações diretas 
ou indiretas, tendo por finalidade destacar as idéias que irão sustentar o seu 
 
 
23 
 
raciocínio lógico, durante a confecção do referencial teórico (capítulo que traduz tudo 
aquilo que já foi publicado sobre o tema em estudo) de sua pesquisa. As citações 
não devem aparecer no seu trabalho como uma simples cópia do pensamento de 
outros autores, pois elas devem conter subsídios que permitirão a sustentação de 
hipóteses (DM) ou a discussão de questões de estudo (TCC). 
O campo destinado às contribuições em relação ao tema deve conter o seu 
parecer acerca do pensamento do autor, visando facilitar a construção do seu 
raciocínio lógico durante a confecção do trabalho; anote quantas idéias puder acerca 
do que foi lido e estudado, pois esse é o melhor momento para apreender idéias que 
contribuam para a sustentação da sua posição em relação ao problema de estudo. 
O campo destinado aos recursos ilustrativos de interesse deve conter 
tabelas, gráficos, figuras ou outros recursos que enriqueçam e/ou facilitem o 
entendimento do leitor acerca do seu trabalho. 
 
 
24 
 
 
 
 
A CIÊNCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO 
2 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 
2.1 A CIÊNCIA 
2.2 MÉTODOS CIENTÍFICOS 
2.2.1 Os métodos de abordagem 
2.2.1.1 O método dedutivo 
2.2.1.2 O método indutivo 
2.2.1.3 O método hipotético-dedutivo 
2.2.1.4 O método dialético 
2.2.1.5 O método fenomenológico 
2.2.2 Os métodos de procedimentos 
2.2.1.1 O método histórico 
2.2.1.2 O método comparativo 
2.2.1.3 O método estatístico 
2.2.1.4 O método de estudo de caso 
2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
25 
 
2 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 
 
Os consideráveis progressos nos meios de comunicação têm permitido que 
os avanços científicos se expandam rapidamente nas distintas comunidades 
mundiais e estejam ao alcance de um número cada vez maior de pessoas. 
O processo do conhecimento necessita da presença de três elementos: o 
objeto, o sujeito e uma relação entre os dois. O conhecimento se dá quando o 
sujeito apreende o objeto e, relacionando-se com ele, forma uma imagem. 
Independentemente das distintas teorias existentes para explicar o processo 
do conhecimento, faremos referência a dois tipos especiais que são: o conhecimento 
ordinário ou vulgar (senso comum) e o conhecimento científico. 
Segundo Galliano (1986), o conhecimento vulgar (senso comum) também 
denominado “empírico” é o que todas as pessoas adquirem na vida cotidiana, ao 
acaso, baseado apenas na experiência vivida ou transmitida por alguém. Em geral, 
resulta de repetidas experiências casuais de erro e acerto, sem observação 
metódica ou verificação sistemática e, por isso, carece de caráter científico. Pode, 
também, resultar de simples transmissão de geração para geração ou fazer parte 
das tradições de uma coletividade. 
Ao contrário, o conhecimento científico é uma aquisição intencional, 
consciente e sistemática; é um processo que chegou ao máximo de seu 
desenvolvimento com a aplicação do método científico. De acordo com Galliano 
(1986), o conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da 
realidade. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, analisa-os para 
descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem. 
 
2.1 A CIÊNCIA 
 
Variados autores apresentam o que entendem por ciência, elaborando 
conceitos que são permanentemente ampliados, uma vez que suas idéias não são 
definitivas. 
 
 
26 
 
O conceito, apresentado por Ander-Egg (1978), define ciência como um 
conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente,sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma 
natureza. 
Para Trujillo (1974), ciência é uma sistematização de conhecimentos, um 
conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de 
certos fenômenos que se deseja estudar. Um conjunto de atitudes e atividades 
racionais dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser 
submetido à verificação. 
Pode-se considerar a ciência como uma forma de conhecimento que tem por 
objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada (se possível com o 
auxílio da linguagem matemática), leis que regem os fenômenos. 
Neste sentido, o conhecimento deve ser: 
a) objetivo, porque descreve a realidade independente dos caprichos do 
pesquisador; 
b) racional, porque se vale, sobretudo, da razão e não da sensação ou 
impressões, para chegar a seus resultados; 
c) sistemático, porque se preocupa em construir sistemas de idéias 
organizadas racionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em totalidades 
cada vez mais amplas; 
d) geral, porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de 
leis e normas gerais, que explicam todos os fenômenos de certo tipo; 
e) verificável, porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das 
informações; e 
f) falível, porque ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados 
pelo homem, reconhece sua própria capacidade de errar. 
Segundo Gil (1999), há conhecimentos que não pertencem à ciência, tais 
como: o conhecimento vulgar, o religioso e, em certa acepção, o filosófico. A 
partir dessas características torna-se possível, em boa parte dos casos, distinguir 
entre o que é ciência e o que não é. 
Segundo Lakatos e Marconi (2000), não existe um consenso na apresentação 
da classificação das ciências; o que é ciência para alguns autores, ainda permanece 
 
 
27 
 
como ramo de estudo para outros, e vice-versa. Mas, baseando-se em Bunge 
(1976), as autoras adotam a seguinte classificação: ciências formais e ciências 
factuais. 
As ciências formais se encarregam do estudo das idéias, dividindo-se em 
lógica e matemática. Por não terem relação com algo encontrado na realidade, não 
podem valer-se dos contatos com essa realidade para convalidar suas fórmulas, 
utilizando a lógica para demonstrar rigorosamente seus teoremas. Os resultados 
alcançados pelas ciências formais demonstram ou provam hipóteses. 
As ciências factuais se encarregam do estudo dos fatos, dividindo-se em 
naturais e sociais. Referem-se a fatos que supostamente ocorrem no mundo e, em 
conseqüência, recorrem às observações e às experimentações para comprovar ou 
refutar suas hipóteses. Os resultados alcançados pelas ciências factuais verificam, 
comprovam ou refutam hipóteses que, em sua maioria, são provisórias. 
A grande diferença entre as ciências formais e factuais é que a 
demonstração (formal) é completa e final, ao passo que a verificação (factual) é 
incompleta e, por esse motivo, ela é temporária. 
Parra Filho (2000), ao referir-se à classificação atual dos vários campos da 
ciência, ressalta que as classificações da ciência devem ser provisórias, devido a 
sua constante evolução. A classificação é importante porque mostra a unidade e, ao 
mesmo tempo, a variedade do conhecimento humano, assinala o domínio próprio de 
cada ciência, patenteia as relações lógicas que as unem entre si e revelam a ordem 
em que as ciências devem ser estudadas. De acordo com este autor, ciência militar 
e defesa estão no campo das ciências sociais. 
 
2.2 MÉTODOS CIENTÍFICOS 
 
Para que um conhecimento possa ser considerado científico, faz-se 
necessário identificar as operações mentais e as técnicas que permitam a sua 
verificação, ou seja, determinar o método que possibilite chegar ao conhecimento. 
Assim, Gil (1999) define método científico como um conjunto de procedimentos 
intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento. 
 
 
28 
 
Lakatos e Marconi (2000) descrevem o desenvolvimento histórico do método, 
relatando que a preocupação em descobrir e explicar a natureza existe desde os 
primórdios da humanidade. 
Nas ciências militares, assim como em outras ciências, o método é 
fundamental para o desenvolvimento de uma pesquisa e sua escolha se dá de 
acordo com a proposta de trabalho do pesquisador. 
A adoção de um ou de outro método depende, portanto: 
a) da natureza do objeto de pesquisa; 
b) dos recursos materiais disponíveis; 
c) do nível de abrangência do estudo; e 
d) sobretudo, do pesquisador. 
Nesse sentido, vários sistemas de classificação podem ser adotados. 
Segundo Gil (1999), que apresenta uma classificação semelhante a outros autores 
como Trujillo, Ferrari (1982) e Lakatos (1992), há dois grandes grupos: os métodos 
de abordagem que proporcionam as bases lógicas da investigação científica; e os 
métodos de procedimentos que esclarecem acerca dos procedimentos técnicos a 
serem empregados. 
 
2.2.1 Os métodos de abordagem 
 
Os métodos de abordagem esclarecem acerca dos procedimentos lógicos 
que deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos fatos da 
natureza e da sociedade; são métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de 
abstração, que possibilitam ao pesquisador decidir acerca do alcance de sua 
investigação, das regras de explicação dos fatos e da validade de suas 
generalizações. 
Podem ser incluídos neste grupo os métodos: dedutivo, indutivo, 
hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico. Cada um deles vincula-se a 
uma das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se processa o 
conhecimento da realidade. O método dedutivo relaciona-se ao racionalismo, o 
 
 
29 
 
indutivo ao empirismo, o hipotético-dedutivo ao neopositivismo, o dialético ao 
materialismo dialético e o fenomenológico à fenomenologia. 
 
2.2.1.1 O método dedutivo 
 
Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que 
pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O 
raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas, por 
intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente (análise do geral 
para o particular) para chegar a uma conclusão. Usa o silogismo, construção lógica 
para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira, logicamente decorrente das 
duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). 
Veja um exemplo de raciocínio dedutivo: 
Premissa maior As unidades de uma Bda CMec têm grande mobilidade. 
Premissa menor O 121° R C Mec faz parte da 1ª Bda C Mec. 
Conclusão O 121° R C Mec tem grande mobilidade 
QUADRO 1 - Exemplo de raciocínio dedutivo. 
Fonte: o autor 
A dedução pressupõe o aparecimento, em primeiro lugar, do problema e da 
conjectura, que serão testados pela observação e/ou experimentação. 
 
2.2.1.2 O método indutivo 
 
Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera 
que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta os 
princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de 
observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à 
elaboração de generalizações (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um 
exemplo de raciocínio indutivo: 
 
 
 
 
 
30 
 
Observação 1 O 121° R C Mec tem grande mobilidade. 
Observação 2 O 122° R C Mec tem grande mobilidade. 
... ... 
Observação n O 123° R C Mec tem grande mobilidade. 
Premissa menor O 121°, 122°,... e o 123° R C Mec fazem parte da 1ª Bda C Mec. 
Conclusão A 1ª Bda C Mec tem grande mobilidade. 
QUADRO 2 – Exemplo de raciocínio indutivo. 
Fonte: o autor 
Segundo Wricht (apud HEGENBERG, 1976, p. 174), a indução pode ser 
caracterizada da seguinte forma: o fato de que algo é verdade, relativamente a certo 
número de elementos de uma dada classe, permite concluir que o mesmo será 
verdade, relativamente a elementos desconhecidosda mesma classe. Se, em 
especial, a conclusão se aplica a um número ilimitado de elementos não 
examinados, diz-se que a indução leva a uma generalização. 
O método indutivo propõe que, em primeiro lugar, está a observação dos 
fatos particulares e depois a hipótese a confirmar. Há, portanto, uma inversão de 
procedimentos em relação ao método dedutivo. 
 
2.2.1.3 O método hipotético-dedutivo 
 
Proposto por Popper, o método hipotético-dedutivo consiste na adoção da 
seguinte linha de raciocínio: “quando os conhecimentos disponíveis sobre 
determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o 
problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são 
formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se 
conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas 
as conseqüências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se 
procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao 
contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la” (GIL, 1999, p.30). 
O método hipotético-dedutivo se inicia pela percepção de uma lacuna nos 
conhecimentos, acerca da qual se formulam hipóteses e, pelo processo de influência 
dedutiva, testa-se a predição da ocorrência dos fenômenos abrangidos pela 
hipótese. 
 
 
 
31 
 
2.2.1.4 O método dialético 
 
Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se 
transcendem, dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É 
um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Admite que os fatos 
não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico etc. 
O método dialético penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação 
recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre 
na natureza e na sociedade. O conceito de dialética equivale a uma argumentação 
que faz a distinção dos conceitos envolvidos na discussão. 
 
2.2.1.5 O método fenomenológico 
 
Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem 
indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência, tal como ela é. A 
realidade é construída e entendida como o compreendido, o interpretado, o 
comunicado pelo resultado da pesquisa. Então, a realidade não é única: existem 
tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito/ator é 
reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (GIL, 
1999; TRIVIÑOS, 1996). 
 
2.2.2 Os métodos de procedimentos 
 
Segundo Lakatos (2000), os métodos de procedimentos seriam etapas mais 
concretas da investigação, com a finalidade mais restrita em termos de explicação 
geral dos fenômenos menos abstratos. Pressupõem uma atitude mais concreta em 
relação ao fenômeno e estão limitados a um domínio particular. 
Gil (1999) expõe que os métodos que esclarecem acerca dos procedimentos 
técnicos a serem utilizados proporcionariam, ao investigador, os meios adequados 
para garantir a objetividade e a precisão no estudo de ciências sociais. 
Este manual reforça a conceituação adotada por Gil (1999), referindo-se à 
conceituação de método, enquanto conjunto de procedimentos suficientemente 
gerais, para possibilitar o desenvolvimento de uma investigação científica. 
 
 
32 
 
Assim, os principais métodos de procedimentos utilizados nas ciências sociais 
são: histórico, comparativo, estatístico e estudo de caso. 
 
2.2.2.1 O método histórico 
 
O método histórico se dá a partir do estudo dos conhecimentos, processos e 
intuições passadas, procurando identificar e explicar as origens contemporâneas. 
Muitos dos problemas contemporâneos podem ser analisados e entendidos a partir 
de uma perspectiva histórica e, a partir da sua análise, evolução e comparação, se 
podem traçar perspectivas. 
 
2.2.2.2 O método comparativo 
 
O método comparativo desenvolve-se pela investigação de indivíduos, 
classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades 
entre eles. Sua utilização nas ciências sociais deve-se ao fato de possibilitar o 
estudo comparativo de grandes grupamentos separados pelo espaço e pelo tempo. 
O método comparativo tem como objetivo estabelecer leis e correlações entre 
os vários grupos e fenômenos sociais, mediante a comparação que irá estabelecer 
as semelhanças e/ou as diferenças. 
 
2.2.2.3 O método estatístico 
 
Segundo Gil (1999), o método estatístico fundamenta-se na aplicação da 
teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação 
em ciências sociais. As explicações obtidas mediante a utilização do método 
estatístico não podem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas dotadas de 
boa probabilidade de serem verdadeiras. Mediante a utilização de testes estatísticos, 
torna-se possível determinar, em termos numéricos, a probabilidade de acerto de 
determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor obtido. 
O método estatístico, apesar das dificuldades para medir os fenômenos, 
auxilia o pesquisador no que diz respeito à quantificação matemática dos numerosos 
fatos que, reduzidos a números, permitem o estabelecimento de relações e 
correlações existentes entre eles, prestando-se tanto para que sejam inferidas como 
 
 
33 
 
para que sejam deduzidas as conseqüências dos fatos analisados. É também 
utilizado quando, pela variedade e complexidade dos fenômenos, torna-se 
impossível um conhecimento mais profundo dos fenômenos e de suas relações sem 
uma quantificação. 
Em ciências sociais não se entende a estatística como uma simples coleção 
de dados, mas sim, como define Fisher, a estatística é a matemática aplicada à 
análise dos dados numéricos de observação, pois, tão importante quanto o aspecto 
qualitativo do fenômeno é o seu aspecto quantitativo, com as suas possíveis 
utilizações; daí ser um importante instrumento utilizado pelas ciências sociais. 
Quando, a partir de uma amostragem ou de um caso particular, são definidas 
algumas generalizações, tem-se a probabilidade, e não a certeza, da ocorrência de 
tal fenômeno. 
 
2.2.2.4 O método de estudo de caso 
 
O método de estudo de caso ou método monográfico permite, mediante a 
análise de casos isolados ou de pequenos grupos, entender determinados fatos. 
De acordo com Gil (1999), este método parte do princípio de que o estudo de 
um caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros, ou 
mesmo de todos os casos semelhantes. Esses casos podem ser indivíduos, 
instituições, grupos, comunidades etc. 
 
2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conforme o método escolhido pelo pesquisador, utiliza-se um ou outro 
procedimento de coleta de dados. O procedimento de coleta de dados requer do 
pesquisador uma definição do delineamento da pesquisa, ou seja, como irá proceder 
para obter as informações necessárias à resolução do problema investigado. O 
delineamento da pesquisa exige do pesquisador uma definição prévia do ambiente e 
das circunstâncias em que serão coletados os dados, e as formas de controle das 
variáveis envolvidas no problema. 
 
 
34 
 
 
 
 
PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO 
POR MEIO DA PESQUISA CIENTÍFICA 
3 PESQUISA CIENTÍFICA 
3.1 CLASSIFICAÇÃO 
3.1.1 Quanto à natureza 
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema 
3.1.3 Quanto aos objetivos gerais 
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos 
3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
3.2.1 Pesquisa científica versus metodologia científica 
3.2.2 Níveis de pós-graduação na EsAO 
 
 
 
35 
 
3 PESQUISA CIENTÍFICA 
 
Pesquisa, num sentido amplo, é um conjunto de atividades voltadas para a 
busca de um determinado conhecimento. Nesse sentido, qualquer trabalho escolar 
que o aluno busque adquirir e/ou ampliar os conhecimentos passa a ser considerado 
um trabalho de pesquisa. 
Segundo Gil (1999), pode-se definir pesquisa como um processo formale 
sistemático de desenvolvimento do método científico. A pesquisa tem um caráter 
pragmático; é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método 
científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas 
mediante o emprego de procedimentos científicos”. 
De acordo com Barros e Lehfeld (2000), a pesquisa científica é o produto de 
uma investigação, cujo objetivo é resolver problemas e solucionar dúvidas mediante 
a utilização de procedimentos científicos. Consiste em investigar a realidade, 
utilizando processos (métodos) e técnicas específicas. Aplicar atentamente os 
sentidos a um objeto para dele adquirir um conhecimento claro e preciso. Observar e 
examinar atentamente, sondar, inquirir, ouvir com atenção, ler e analisar 
documentos. 
Para a EsAO, a pesquisa científica é um conjunto de ações metodicamente 
organizadas, baseadas em procedimentos racionais e sistemáticos, realizada com o 
objetivo de solucionar um problema de cunho doutrinário, administrativo ou de 
instrução e relatada por meio de um discurso autêntico, coerente, lógico e ausente 
de contradições. 
 
3.1 CLASSIFICAÇÃO 
 
Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de 
classificação serão apresentadas a seguir, levando-se em consideração: a natureza, 
a forma de abordagem do problema, os objetivos gerais e os procedimentos 
técnicos. 
 
 
 
 
36 
 
3.1.1 Quanto à natureza 
 
Pesquisa básica (ou pura): objetiva a produção de novos conhecimentos, 
úteis para o avanço da ciência, sem uma aplicação prática prevista inicialmente. 
Envolve verdades e interesses universais. 
Pesquisa aplicada: objetiva a produção de conhecimentos que tenham 
aplicação prática e dirigidos à solução de problemas reais específicos. Envolve 
verdades e interesses locais. 
 
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema 
 
Pesquisa quantitativa: admite que de tudo pode ser quantificável, isto é, que 
é possível traduzir em números as opiniões e as informações para, posteriormente, 
classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas 
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, 
análise de regressão etc.). 
Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo 
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a 
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação 
dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa 
qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural 
é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É 
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. 
 
3.1.3 Quanto aos objetivos gerais 
 
Pesquisa exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o 
problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. É usada para 
conhecer variáveis que são desconhecidas completamente e cuja informação será 
básica para poder desenhar uma investigação mais específica e profunda, que 
alcance o verdadeiro conhecimento da variável. A pesquisa exploratória tem como 
principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em 
vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para 
 
 
37 
 
estudos posteriores. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema 
escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e 
operacionalizáveis. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira 
etapa de uma investigação mais ampla (Selltiz et al., 1967). 
Pesquisa descritiva: visa descrever as características de determinada 
população/fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. É utilizada 
para aumentar os conhecimentos sobre as características e magnitude de um 
problema, obtendo desta maneira uma visão mais completa. Para este tipo de 
pesquisa é necessário que o pesquisador detenha algum conhecimento da variável 
ou das variáveis que influenciam o problema. Algumas pesquisas descritivas vão 
além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo 
determinar a natureza dessa relação (Selltiz et al., 1967). 
Pesquisa explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou 
contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofundando o conhecimento da 
realidade por explicar a razão, o “porquê” das coisas. Uma pesquisa explicativa pode 
ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que 
determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e/ou 
detalhado. Nem sempre é possível a realização de pesquisas rigidamente 
explicativas em ciências sociais. 
 
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos 
 
Pesquisa bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, 
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, de material 
disponibilizado na Internet. Dependendo da pesquisa, percebe-se que muitas são 
desenvolvidas quase que exclusivamente a partir de fontes bibliográficas, tais como: 
livros de leitura corrente, livros de referência, dicionários, enciclopédias, impressos 
diversos, publicações periódicas, revistas e jornais etc. 
A pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador a cobertura de uma gama de 
fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, 
principalmente quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo 
espaço. A pesquisa bibliográfica é indispensável nos estudos históricos, pois não há 
 
 
38 
 
outra maneira de conhecer os fatos passados se não com base em dados 
bibliográficos. 
Pesquisa documental: quando elaborada a partir de materiais que não 
receberam tratamento analítico. As fontes, consideradas documentais, podem ser 
documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas, 
tais como: associações científicas, igrejas, sindicatos etc. Incluem-se outros 
inúmeros documentos como cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, 
memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc. Há documentos também que, de 
alguma forma, já foram analisados, tais como relatórios de pesquisa, relatórios de 
empresas, tabelas estatísticas etc, que podem ser incluídos no rol da pesquisa, em 
face da sua importância documental. 
Pesquisa experimental: consiste em determinar um objeto de estudo, 
selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e definir as formas de 
controle e de observação dos efeitos que a variável pode produzir no objeto. De 
modo geral, o experimento representa um excelente exemplo de pesquisa científica 
em determinados campos do conhecimento. Contudo, em boa parte dos casos, a 
pesquisa experimental torna-se inviável, quando se trata de objetos sociais, por 
exigir previsão de relações e controle das variáveis a serem estudadas. 
Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de 
líquidos, bactérias ou ratos, não se identificam grandes limitações quanto à 
possibilidade de experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com 
objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as limitações tornam-
se bastante evidentes. Considerações éticas e humanas impedem que a 
experimentação se faça eficientemente nas ciências sociais, razão pela qual os 
procedimentos experimentais se mostram adequados apenas a um reduzido número 
de situações. 
Levantamento: caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas que 
possam estar envolvidas com o objeto cujo comportamento se deseja conhecer. 
Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de 
pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise 
quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. 
Na maioria dos levantamentos,não são pesquisados todos os integrantes da 
população estudada. Antes da pesquisa de campo seleciona-se, mediante 
procedimentos, uma amostra significativa de todo o universo tomado como objeto de 
 
 
39 
 
investigação. As conclusões obtidas a partir dessa amostra são projetadas para a 
totalidade do universo, levando-se em consideração a margem de erro, que é obtida 
por meio de cálculos matemáticos (verifique o Anexo II do Manual de Estatística, 
v.1). 
Os levantamentos gozam de grande popularidade entre os pesquisadores 
sociais, pois proporcionam: conhecimento direto da realidade, economia e rapidez 
na obtenção de grande quantidade de dados num curto espaço de tempo, permite 
que os dados sejam agrupados em tabelas, possibilitando a sua visualização e 
análise por quantificação. 
Estudo de caso: caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de 
poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. É 
recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, 
auxiliando a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se 
aplica, com pertinência, nas situações em que o objeto de estudo já é 
suficientemente conhecido, a ponto de ser enquadrado como um tipo ideal, 
possibilitando avançar na pesquisa. 
Pesquisa ex-post-facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos 
ocorridos. A pesquisa ex-post-facto é a que se realiza depois que fatos ou situações 
se desenvolveram espontaneamente. Não se trata rigorosamente de um 
experimento, posto que o pesquisador não tem controle das variáveis. Todavia, os 
procedimentos lógicos de delineamento desta pesquisa são semelhantes aos dos 
experimentos propriamente ditos. Nesse tipo de pesquisa são tomadas como 
experimentais as situações que se desenvolveram naturalmente e trabalha-se sobre 
elas como se estivessem submetidas a controle. 
Pesquisa-ação: exige o envolvimento ativo do pesquisador e ação por parte 
das pessoas ou grupos envolvidos no problema. Segundo Thiollent (1985), esta 
pesquisa é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a 
resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e participantes 
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo. 
Pesquisa participante: quando se desenvolve a partir da interação entre 
pesquisadores e membros das situações investigadas. A pesquisa participante, 
segundo Thiollent (1985), assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela 
interação entre pesquisadores e membros das situações investigativas. Há autores 
que empregam as duas expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação 
 
 
40 
 
geralmente supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional, 
técnico ou outro. A pesquisa participante, por sua vez, envolve a distinção entre 
ciência popular e ciência dominante. 
 
3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas 
exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado científico, deve-se 
obedecer aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetividade. É 
desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes requisitos: 
a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; 
b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; e 
c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida. 
 
3.2.1 Pesquisa científica versus metodologia científica 
 
Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada e 
desenvolvida de acordo com as normas consagradas pela metodologia científica. 
Metodologia científica é um conjunto de etapas ordenadamente dispostas 
que devem ser executadas na investigação de um fenômeno, que inclui a escolha 
do tema; a exploração do problema; a construção de um modelo de análise e 
solução do problema; a coleta e a tabulação de dados; a apresentação dos 
resultados; a análise e discussão dos resultados; a elaboração das conclusões 
e recomendações; e a divulgação de resultados. 
 
3.2.2 Níveis de pós-graduação na EsAO 
 
Após compreender os conceitos de metodologia, ciência, métodos de 
pesquisa e tipos de pesquisa científica, é importante que o discente entenda alguns 
princípios que regem os programas de pós-graduação. Ao término desta unidade 
didática, espera-se que o postulante esteja em condições de optar pelo programa de 
pós-graduação que melhor lhe convier. Para tanto, serão apresentados alguns 
conceitos importantes acerca das modalidades stricto sensu e lato sensu. 
 
 
41 
 
3.2.2.1 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu 
 
O nível stricto sensu refere-se a um conhecimento particular e aprofundado 
acerca de determinado tema, exigindo uma visão detalhada e específica do mesmo. 
Ao término do programa, o postulante deverá apresentar uma dissertação de 
mestrado como relatório final de sua pesquisa científica, fazendo jus, caso 
aprovado, ao grau de Mestre em Operações Militares. 
Como veículo da execução do programa de mestrado, a apresentação de 
dissertação busca contribuir na qualificação de pessoal para o exercício de 
atividades ligadas ao Sistema de Ensino Militar Bélico e para a execução das 
atividades de pesquisa no campo das operações militares. 
Ao pretendente do titulo de mestrado será exigida a apresentação de um nível 
maior de conhecimento a respeito do tema, de tal forma que seja possível o 
levantamento de hipóteses para a solução do problema científico proposto. 
 
3.2.2.2 Programa de Pós-Graduação Lato Sensu 
 
O nível lato sensu refere-se a um conhecimento geral acerca de determinado 
tema, exigindo um aprofundamento relativo e uma abordagem mais genérica em 
relação ao mesmo. Ao término do programa, o postulante deverá apresentar um 
trabalho de conclusão de curso (TCC) como relatório final de sua pesquisa 
científica, fazendo jus, caso aprovado, ao grau de Aperfeiçoamento em Operações 
Militares. 
Ao pretendente ao grau de aperfeiçoamento, será exigida a apresentação de 
um conhecimento compatível com o tema em estudo, de tal forma que seja possível 
descrevê-lo sem a necessidade de uma investigação mais detalhada das relações 
de causas ou conseqüências do problema analisado. O trabalho deverá constituir-se 
em aprofundamento dos estudos realizados ao longo da carreira e aprimorados 
durante o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), evidenciando pesquisa 
científica. Observe que o TCC pode ser elaborado sem necessariamente apresentar 
algo novo sobre o tema pesquisado. 
O Quadro 3 apresenta, de maneira geral, as principais diferenças entre os 
níveis de pós-graduação, por meio de uma abordagem lato e stricto sensu de um 
mesmo tema. 
 
 
42 
 
Nível Lato Sensu Stricto Sensu 
Tema Treinamento cardiopulmonar e 
performance de militares 
Treinamento cardiopulmonar e 
performance de militares 
 
Delimitação do 
tema 
 
Sessões cardiopulmonares de 
treinamento físico militar na 
preparação do Sd EV para o TAF. 
Uma comparação entre os efeitos 
fisiológicos produzidos pela corrida 
intervalada e pela corrida contínua, 
voltados para a performance de Sd 
EV no TAF. 
 
 
Antecedentes do 
problema 
O pesquisador sente a necessidade 
de pesquisar acerca de como os 
diversos tipos de treinamento 
cardiopulmonar poderiam otimizar a 
performance cardiopulmonar do Sd 
EV. 
 
Estudos comparativos têm indicado 
que a corrida intervalada provoca 
mudanças fisiológicas que a corrida 
contínua não é capaz de realizar. 
 
Problema 
Como melhorar a performance 
cardiopulmonar de Sd EV, visando 
uma preparação para o TAF? 
Que método de treinamento produz 
maiores benefícios fisiológicos 
voltados para o TAF? 
 
Aprofundamento 
exigido 
Abordagem genérica de todas as 
sessões de treinamento 
cardiopulmonar, capazes de melhorar 
a performance do militar, concluindo 
acerca de suas vantagens e 
desvantagens. 
Abordagem profunda e detalhada da 
fisiologiado exercício, para comparar 
os efeitos dos treinamentos, 
concluindo acerca de qual produz 
maiores benefícios fisiológicos 
voltados para o TAF. 
QUADRO 3 – Diferenças entre os níveis de aprofundamento da pesquisa científica. 
Fonte: o autor 
A Tabela 1 apresenta algumas características que, genericamente, permitem 
distinguir as principais diferenças e semelhanças entre uma dissertação de mestrado 
(DM) e um trabalho de conclusão de curso (TCC). 
Tabela 1- Principais diferenças entre a DM e o TCC 
Características DM TCC 
Quanto ao programa de pós-graduação stricto sensu lato sensu 
Formulação do problema sim sim 
Referencial teórico (nível de abrangência) maior menor 
Formulação de questões de estudo não sim 
Formulação de hipóteses sim não 
Variáveis duas ou mais pelo menos uma 
Testes de variáveis sim não 
Aprofundamento do conhecimento. maior menor 
Pesquisa de campo sim não 
Análise estatística sim não 
Defesa perante banca examinadora sim não 
Fonte: o autor 
 
A partir deste momento, o postulante deve decidir acerca do nível de 
aprofundamento que pretende empreender em seu trabalho. Caso opte pelo 
programa stricto sensu (Mestrado), siga para a Unidade Didática IV. Se optar 
pelo programa lato sensu (Aperfeiçoamento), siga para a Unidade Didática V. 
 
 
43 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO 
STRICTO SENSU 
 
4 PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 
4 1 INTRODUÇÃO 
4.2 AS ETAPAS DA PESQUISA 
4.3 A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
 1 INTRODUÇÃO 
 2 REFERENCIAL CONCEITUAL 
 2.1 TEMA 
 2.2 PROBLEMA 
 2.3 JUSTIFICATIVA 
 2.4 CONTRIBUIÇÃO 
 3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 3.1 REVISÃO DE LITERATURA 
 3.2 ENTREVISTAS EXPLORATÓRIAS 
 4 REFERENCIAL METODOLÓGICO 
 4.1 OBJETIVO 
 4.2 HIPÓTESE 
 4.3 VARIÁVEIS 
 4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 5 REFERENCIAL OPERATIVO (somente no projeto de pesquisa) 
 5.1 PLANILHA DE CUSTOS 
 5.2 CRONOGRAMA 
 6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
4.4 MONTAGEM DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
 
 
 
 
 
45 
 
4 PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU 
 
4.1 INTRODUÇÃO 
 
O programa de pós-graduação stricto sensu exige a apresentação de 
dissertações conforme as orientações do Conselho Federal de Educação e a 
normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da 
NBR 14724:2002. 
É importante compreender, neste momento, que a dissertação é o relatório 
final de uma pesquisa científica, e que essa pesquisa deve ser criteriosamente 
planejada e aprovada, antes de ser realizada. Tais providências têm por finalidade 
traduzir um perfeito sincronismo, entre o postulante e o seu orientador, e entre 
ambos e a linha de pesquisa a qual estão vinculados, visando atender aos 
interesses do postulante e da Escola, bem como economizar tempo e recursos 
preciosos. Para que o postulante, o orientador e a linha de pesquisa estejam 
perfeitamente alinhados, o programa exige o cumprimento das fases progressivas a 
seguir relacionadas: 
a) escolha do tema; 
b) apresentação do projeto de pesquisa; 
c) qualificação dos capítulos iniciais da dissertação de mestrado; 
d) depósito da dissertação de mestrado; e 
e) defesa da dissertação de mestrado perante Banca Examinadora. 
Essas fases estão perfeitamente definidas nas Instruções de Pós-Graduação 
da EsAO e, devido ao caráter progressivo do estudo (Apêndice A), não será difícil 
perceber que o projeto de pesquisa evolui para a dissertação de mestrado, que é 
o relatório do que foi planejado e executado, apresentando ainda os resultados, as 
análises e as conclusões acerca do que foi pesquisado. O CD anexo apresenta os 
modelos correspondentes a cada fase. 
 
4.2 AS ETAPAS DA PESQUISA. 
O planejamento e a execução de uma pesquisa científica fazem parte de um 
processo sistematizado que normalmente compreende sete etapas distintas, que 
 
 
46 
 
são traduzidas em referenciais, cujos elementos constitutivos formam as seções do 
relatório final da pesquisa científica, a dissertação de mestrado. 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
AS SETE ETAPAS DA 
PESQUISA CIENTÍFICA 
SEÇÕES DA 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
1ª etapa Seção 1 
Introdução - Visão geral 
Seção 2 
- Tema 
- Problema 
- Justificativa 
A pergunta de partida Referencial 
conceitual 
- Contribuição 
2ª etapa Seção 3 
A exploração do problema 
 Revisão de literatura 
 
 
Entrevistas 
exploratórias 
 
Referencial 
teórico 
Apresentação dos 
pressupostos teóricos 
que irão contribuir 
para a solução do 
problema formulado 
3ª etapa Seção 4 
- Objetivos 
- Hipóteses 
- Variáveis Referencial metodológico - Procedimentos 
 metodológicos 
- Cronograma 
A construção de um modelo de 
análise e solução do problema 
 
Referencial 
operativo* - Planilha de custos 
4ª etapa Seção 5 
A coleta dos dados 
5ª etapa 
Análise dos dados 
Apresentação e análise 
dos resultados 
6ª etapa Seção 6 
Conclusões 
 
Conclusões e recomendações 
7ª etapa 
Redação do relatório final de pesquisa 
(montagem da dissertação de mestrado) 
 
DEFESA PERANTE A BANCA EXAMINADORA 
 
*O referencial operativo faz parte apenas do projeto de pesquisa (ver os Apêndices A e B) 
 
 Figura 1 – As sete etapas da construção de uma dissertação de mestrado. 
 
A pesquisa se inicia com a definição do tema. A partir daí, é formulada uma 
pergunta de partida (1ª etapa), procurando destacar os aspectos do tema que 
serão abordados na pesquisa. A pergunta de partida irá desencadear uma breve 
 
 
 
47 
 
revisão de literatura e uma série de raciocínios lógicos que culminarão com 
apontamentos acerca de um problema que se queira solucionar, das justificativas 
para se empreender um estudo científico para resolvê-lo, e das contribuições que 
esta pesquisa poderá produzir. Depois de reunidos, o tema, o problema, as 
justificativas e as contribuições constituirão o chamado referencial conceitual. 
Durante a 1ª etapa o pesquisador poderá chegar às seguintes conclusões: 
a) a pergunta de partida está bem elaborada, prosseguindo no estudo; ou 
b) a pergunta de partida deve ser reformulada. 
Na seqüência, o pesquisador deve realizar a exploração do problema (2ª 
etapa), por meio de uma revisão de literatura, bem mais aprofundada, e de 
entrevistas exploratórias, com o objetivo de colher subsídios que permitam 
formular possíveis soluções para o problema, as chamadas hipóteses de estudo, 
bem como uma maneira de se testar, metodologicamente, essas soluções 
(referencial metodológico). Após serem convenientemente organizados, os 
resultados da exploração do problema constituirão o chamado referencial teórico. 
Concluída a elaboração do referencial teórico, o pesquisador passará à 
construção de um modelo de análise e solução do problema (3ª etapa), onde 
serão definidos o(s) objetivo(s) de estudo, a(s) hipótese(s), as variáveis, e os 
procedimentos metodológicos adotados para testar (comprovar ou rejeitar) a solução 
formulada. Estando definida a hipótese, o postulante passa: a estabelecer os 
objetivos da pesquisa, que apresentam os passos a serem dados para aceitação ou 
rejeição da hipótese; a definir as suas variáveis; a estabelecer os procedimentos 
metodológicos a serem seguidos; e, somente durante a elaboração do projeto de 
pesquisa, a criar um cronograma de trabalho e a apresentar uma planilha de custos. 
Após convenientemente organizados, o(s) objetivo(s) de estudo, a(s) 
hipótese(s), as variáveis, e os procedimentos metodológicos constituirão o chamado 
referencial metodológico. O cronograma de trabalho e a planilha de custos 
constituirão o referencial operativo a ser apresentado no projeto de pesquisa. 
Definida a forma como será(ão) testada(s) a(s) hipótese(s), deve-se realizar a 
coleta de dados (4ª etapa), que consiste na execução do que foi planejado no 
referencial metodológico. Segue-se a esta, a análise dos dados (5ª etapa), que 
culminará com a redação da seção Apresentação e análise dos resultados, onde

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