Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO E SAÚDE PÚBLICA ll PORTIFÓLIO Anna Laura Luchesi Ramsdorf Presidente Prudente – SP 2022 FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO ◉ INTRODUÇÃO A Atenção Primária à Saúde (APS) é representada principalmente por dois serviços: a Unidade Básica de Saúde (UBS) e a Unidade de Saúde da Família (USF). Como se sabe, dentro desses serviços são oferecidos a toda população brasileira: Imunizações, curativos, verificação da P.A. e da glicemia, exames bioquímicos, dispensa e administração de medicamentos, serviços de vigilância epidemiológica, grupos educativos, atendimentos individuais ou compartilhados entre diversos profissionais, com o intuito do cuidado individual e coletivo das pessoas ali inseridas. Para tais cuidados, são promovidas diversas ações para a promoção e proteção à saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde, tendo como princípios a universalidade, acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado, integralidade da atenção, responsabilização, humanização, equidade e a participação social, sendo assim, a principal porta de entrada do SUS e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção dos SUS. No Brasil, a Atenção Primária é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas, para que assim, as mesmas tenham mais fácil acesso a esses serviços e, os profissionais da saúde ali presentes, consigam ter uma margem de controle daquela população, podendo identificar seus problemas afim de elaborar soluções para resolve-los. Dentro da APS, existem serviços separados em 3 níveis, sendo eles de baixa complexidade, média complexidade e alta complexidade, de modo que de uma forma organizada o sistema funcione melhor. Durante o estágio de nutrição e saúde pública, é perceptível como esse sistema funciona e a organização do mesmo, usando como exemplo uma paciente atendida na ESF que foi encaminhada para um nível de média complexidade e logo internada na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente por ser caracterizada com alta complexidade, necessitando de um suporte maior para seu tratamento (Broncopneumonia). Já para a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, existe a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Essa política sem como objetivo promover práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Orientando-se pelos princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde (universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e hierarquização e participação popular), a PNAN tem como principais princípios: A Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde; O respeito à diversidade e à cultura alimentar; O fortalecimento da autonomia dos indivíduos; A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição; A segurança alimentar e nutricional com soberania. A PNAN indica a importância de incluir, no processo de territorialização realizado pelas equipes de Atenção Básica, a identificação dos espaços de produção, comercialização e distribuição de alimentos, além dos costumes e tradições alimentares locais, entre outras características que possam relacionar-se aos hábitos alimentares e estado nutricional da população adstrita (PNAN , 2012 , p. 27). Diretrizes PNAN Durante todo o estágio seguimos dentro de tais diretrizes, compreendendo todos os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados a promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados. Percebendo assim que o nutricionista nessa área, deve ser um profissional generalista, conhecendo todos os tipos de patologias e carências, afim de trata-los, como as doenças crônicas não transmissíveis, doenças renais, anemia, obesidade, desnutrição, entre outros casos, atendendo a todos de uma forma geral. Ademais, é nítido a importância de conhecer a população que atendemos, para que possamos planejar e articular intervenções nutricionais para estes, criando também um vínculo com os pacientes para entende-los melhor, seus costumes, hábitos, crenças... Respeitando-os e passando a todos nossos conhecimentos na área da alimentação e nutrição. As Universidades constituem-se uma importante fonte de pesquisa e inovação no campo da alimentação e nutrição, com isso também, somos inseridos na Atenção Primária para tal finalidade e colaborando para o serviço com o que coletamos durante o estágio. ➥ Referências: Recine, Elisabetta, and Ana Beatriz Vasconcellos. "Políticas nacionais e o campo da Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva: cenário atual." Ciência & Saúde Coletiva 16.1 (2011): 73-79. Mendes, Eugênio Vilaça. "A construção social da atenção primária à saúde." Brasília: Conselho Nacional de Secretários de Saúde 45 (2015). Lavras, Carmen. "Atenção primária à saúde e a organização de redes regionais de atenção à saúde no Brasil." Saúde e Sociedade 20 (2011): 867-874. Ministério da Saúde ◉ DESENVOLVIMENTO Data: 08/08/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora(s): Grace Facholli e Sabrina Lenquiste Hoje se inicia o estágio e com isso, foi feita uma reunião afim de explicar para todos os alunos como será o nosso caminhar durante o mesmo. Iniciarei o meu primeiro ciclo, do estágio longo de 40 dias, com a supervisora Sabrina Lenquiste nas ESF’s, e o próximo com a supervisora Grace Facholli na Clínica de Nutrição e UBS, sendo todas as sextas-feiras com a supervisora Marcela Fagiani na Clínica de Nutrição. Foi apresentado para nós como todos serão avaliados dentro do estágio, junto com as normas para serem seguidas. Além disso, foram separados grupos para que cada um fizesse a manutenção a fim de atualizar a Anamnese Alimentar, Lista de Substituição e também elaborar materiais adicionais como a escala de Bristol, orientação de rotulagem e adoçantes e medidas caseiras. Meu grupo foi responsável pelo ajuste da Anamnese Alimentar (em anexo no final do portfólio). Tenho grandes expectativas para esse novo ciclo e estou confiante desta vez e com uma sensação positiva em relação aos meus novos colegas, que a maior parte ainda não conheço mas achei gentis e bem participativos. Data: 09/08/2022 Local: ESF Leonor Supervisora: Sabrina Lenquiste No dia de hoje, foi feita uma visita domiciliar na casa de uma senhora de idade, de 94 anos, que mora com sua filha mais velha. Acamada e restrita ao leito, a paciente recebeu alta da Sta. Casa de Presidente Prudente com prescrição de dieta enteral devido a broncoaspiração alimentar, que a levou ter broncopneumonia. Sua filha e atual cuidadora, relatou que a mãe já possuía há um certo tempo grande dificuldade de deglutição e perda da força muscular (sarcopenia). Através de doações, a paciente está recebendo por ora, a SNE Fresubin Energy 1.5, sendo fracionada 5x ao dia (200ml) + 200ml de água, contudo, necessita de Laudo para que seja fornecido a dieta enteral pois a filha alega não ter condições financeiras para comprar. Através da semiologia nutricional, foi visto que a idosa estava com sinais de desnutrição calórico proteica, com depleção muscular, cabelo despiguimentado, lábios e olhos hipocorados, ondulações nas unhas. Seu intestino estava normal, tendo a consistência das fezes normais, aceitando bem a SNE. Avaliação Nutricional: CB: 23cm CP: 27cm – Depleção muscular AJ: 44cm DCT:6,0mm (P5) – Depleção Grave Foi feito a altura e peso estimado pois a paciente encontrava-se acamada. H estimada: 1,42m P estimado: 44,09kg IMC: 21,87kg/m² - Magreza CB%: 104,07cm – Eutrofia (P50) CMB(cm): 21,2cm PI: 49,2kg Através da regra de bolso, foi calculado um VET de 30kcal/kg/P sendo este de 1322,7kcal e usado 1,5g/kg/P (recomendado pela Braspen) para calcular proteína, sendo 66,13g/kg. Pensando na melhora do estado nutricional da paciente foi proposto para a mesma uma dieta com uma fórmula hipercalória, hiperproteíca, com ou sem fibras e mantido o fracionamento de 5x ao dia 200ml + 200ml de água entre uma troca e outra da dieta, além de se manter a densidade de 1.5. Como o laudo demora para ser aprovado na DRS, havia sido proposto uma dieta artesanal para a paciente, pois a fórmula recebida das doações já estavam no fim, entretanto, sua cuidadora disse preferir a fórmula industrial e que faria um esforço para compra-la, descartando a opção da dieta artesanal. Visto isso, foi feito uma indicação de 3 fórmulas enterais para ela poder comprar, escolhendo uma destas três: 1. Fresubin Energy 1.5 (Fresenius) – Custo: R$24,00 2. Isosource 1.5 (Nestlé) – Custo: R$28,00 3. Novasource Senior (Nestlé) – Custo: R$33,00 Confesso que gostei muito do dia de hoje (apesar do banho de chuva tomado), e expresso através desse relato o meu carinho por pacientes idosos que necessitam de acompanhamento nutricional, e espero, de coração, que dona T.E.S.C, fique bem! ➥ Referências: Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Envelhecimento Pocket NESTLÉ Pocket FRESENIUS Data: 10/08/2022 Local: ESF Leonor Supervisora: Sabrina Lenquiste No dia de hoje, mostrei o que foi feito no dia anterior para minha supervisora Sabrina e tivemos a discussão sobre caso do laudo. Fiquei muito feliz por ter conseguido criar tal linha de raciocínio e ter acertado o que a paciente necessitava neste momento para melhorar seu estado nutricional. Dessa forma, fiz o diagnóstico nutricional da paciente, sendo ele: (IN-5.2.2) Desnutrição relacionada a condição ou doença crônica, associado a broncopneumonia e idade, conforme evidenciado em avaliação nutricional. Com o diagnóstico, foi preenchido o laudo para a solicitação para a dieta: Vendo assim, não parece, mas levei a manhã inteira para preencher da maneira correta. Confesso que a cada palavra foi um medo de errar diferente, por ser um documento sério e já com riscos de voltar, porém no final deu tudo certo e agora posso dizer que sim, eu sei fazer um laudo de prescrição (brincadeiras à parte). Data: 11/08/2022 Local: ESF João Domingos Supervisora: Sabrina Lenquiste No dia de hoje foi elaborado mais um laudo, porém agora para uma recém-nascida de 10 meses e 3 dias, com diagnostico de anquiloglossia. A anquiloglossia é uma anomalia oral congênita caracterizada por freio lingual muito curto capaz de resultar em graus variáveis de diminuição da mobilidade lingual. A língua possui função importante no transporte de alimentos e na deglutição. Visto isso, a paciente necessita de uma formula infantil de seguimento, industrializada e nutricionalmente completa, pois de acordo com a sua avaliação nutricional, a mesma se encontra com o crescimento abaixo do esperado, de acordo com as curvas de crescimento da OMS, e apresenta risco nutricional para desnutrição. Avaliação Nutricional: Peso atual: 7,440kg Comprimento atual: 66cm Ganho de peso: ganho satisfatório de peso para a idade IMC: 17,07kg/m²: > Percentil 50 < Percentil 85 (Eutrofia) Relação PC/PT: 0,93 (Indicativo de desnutrição) Peso/Idade: > Percentil 10 < Percentil 15 (Adequado para a idade) Comprimento/Idade: > Percentil 0,1 < Percentil 3 (Estatura baixa para a idade) Peso/Comprimento: > Percentil 15 < Percentil 50 (Peso adequado para o comprimento) E de acordo com a avaliação nutricional a paciente necessita de uma fórmula normocalórica e normoproteíca, de 115,62kcal/kg de peso, sendo o VET diário de 681,01kcal (cálculo feito de acordo com Catch-up/OMS). A fórmula infantil será fracionada em 6x ao dia, sendo 200ml por horário de acordo com a diluição recomendada pelo fabricante, totalizando 135g/dia, 4,185kg/mês, sendo necessário então 10 latas de 400g por mês para suprir a necessidade nutricional da criança. Após feito o laudo, neste mesmo dia, conduzi uma consulta de uma paciente de 36 anos que desejava realizar uma cirurgia bariátrica pelo SUS. Como a linha de cuidado de obesidade e sobrepeso preconiza, para a realização dessa cirurgia é necessário o acompanhamento nutricional por no mínimo 2 anos e com isso, ela procurou nosso atendimento, e afim de também melhorar seus hábitos alimentares que a mesma sabe serem irregulares. A paciente não apresentava hipertensão e nem diabetes, porém faz tratamento para hipotireoidismo. Disse ser manicure, e que ficava longos períodos sem se alimentar por preguiça de levar algo para comer no trabalho, realizando refeições inadequadas quando as fazia, tendo hábito de comer Mc Donalt’s ou uma marmita grande no almoço e refrigerante. Citou antes chegar tomar 6L de Coca- Cola por dia, porém hoje diz “se controlar”. Seu peso atual é de 129,2kg e estatura de 1,61m, sendo seu IMC 49,84kg/m² classificado como obesidade grave (grau lll). Seu peso ideal é de 54,4kg e seu VET calculado de 1904,46kg. Em consequência da obesidade, a paciente relatou ter refluxo gastroesofágico frequente, além de dores nas suas articulações. Pensando nisso, foi elaborado um plano alimentar para a mesma, adequando seus horários e colocando alimentos simples e de fácil consumo, que conversando com a paciente, ela disse que conseguiria inclui-los em seu dia-a-dia. Plano alimentar: Além disso, foram feitas orientações para refluxo gastroesofágico que serão reforçadas também na próxima consulta, sendo elas: Orientações Nutricionais: 1. Procure realizar de 5-6 refeições ao longo do dia, porções menores são mais fáceis de serem digeridas e diminuem as chances de ter refluxo; 2. Mastigue muito bem os alimentos para facilitar a digestão; 3. Evite alimentos gordurosos como cupim, costela, picanha, leitoa, pernil, torresmo, bacon, frituras, empanados, à milanesa, fritos, preparações como croissants, sonhos, folhados, biscoitos recheados e amanteigados ou a base de creme de leite; 4. Sempre dê preferência ao consumo de alimentos com menor teor de gordura como leite desnatado, queijo branco, queijo cottage, ricota, iogurte natural desnatado, filé de peixe, frango sem pele, patinho, coxão mole, coxão duro, lombo de porco; 5. Evite o consumo de alimentos ricos em carboidratos simples como macarrão, pão, doces em calda, chocolates, goiabadas, cocada, leite condensado, pois eles podem potencializar os sintomas de refluxo. 6. Evite bebidas alcoólicas, refrigerantes, bebidas gasosas, café, chás (preto, verde, mate); 7. Evite o consumo de condimentos como pimentas, temperos prontos, molho inglês, molho de pimenta, shoyu, páprica, noz moscada, canela, mostarda, catchup e conservas; 8. Se alimente em locais calmos, se concentrando no momento da refeição; 9. Chás como erva doce, camomila, cidreira e hortelã auxiliam a digestão; 10. Evite ingerir líquidos durante as refeições. A ingestão excessiva de líquidos neste momento dilui o ácido gástrico diminuindo a eficiência da digestão e favorecendo, consequentemente, o refluxo. 11. No caso do refluxo, é muito importante evitar se deitar ou fazer exercícios logo imediatamente após as refeições. 12. Alimentos em conserva como o caso dos picles, enlatados, tomates e seus subprodutos como molhos e extratos são mal tolerados por pessoas com gastrite e, por isso, devem ser evitados. 13. Evite ficar muito tempo sem se alimentar, pois seu organismo pode apresentar alguns sinais e sintomas, como: dor de cabeça, enjoo, tontura, hipoglicemia (baixa concentraçãode açúcar no sangue). Diagnóstico Nutricional: IN-2.1 Ingestão oral inadequada, associada a hábitos alimentares inadequados, conforme evidenciado por anamnese alimentar e relato do paciente. ➥ Referências: FERREIRA, Larissa de Sá Rodovalho et al. anquiloglossia: revisão de literatura. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-PERNAMBUCO, v. 3, n. 3, p. 93-93, 2018. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação Nº 3, Anexo IV - Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, Capítulo II. Seção I. Do regulamento técnico, normas e critérios para o serviço de assistência de alta complexidade ao indivíduo com obesidade. Data: 12/08/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Marcela Fagiani No dia de hoje foi atendido um retorno por mim, de uma paciente feminina de 40 anos de idade, cuja estatura é de 1,73m e o peso anterior era de 95,25kg, sendo o peso atual 92,2kg, a diferença entre os pesos de – 3,45kg e IMC de 34,72kg/m² caracterizado como obesidade grau l. A paciente relatou ter excluído totalmente da sua dieta alimentos que julga ser inflamatórios, sendo eles alimentos que possuem glúten e lactose, pois os mesmos causavam desconfortos gástricos- intestinais nela. Aderiu bem a dieta passada anteriormente e referiu estar investigando um carcinoma inflamatório de origem ainda não especificada, sendo o principal motivo dela aderir um estilo de vida saudável. Como já citado anteriormente, a paciente conseguiu reduzir seu peso corporal e também relatou ter melhorado de quadros de refluxo que queixava-se na consulta anterior. Foi então mantido o plano alimentar e feito novas orientações para a mesma em relação aos alimentos anti-inflamatórios e a importância do consumo dos mesmos. Orientação: Alimentos anti-inflamatórios São alimentos ricos em vitaminas e outros componentes anti-inflamatórios que estão presentes nos alimentos de cor vermelha, verde escura, alaranjados, roxos, amarelos e esses componentes quando consumidos diariamente, auxiliam a reduzir inflamações, e também melhoram a imunidade, auxiliando na prevenção de doenças, pois possuem substâncias antioxidantes. Quais são os alimentos anti-inflamatórios? Ervas aromáticas: orégano, tomilho, coentro, salsa, hortelã ou alecrim; Temperos naturais: açafrão, canela, curry, alho, cravo, gengibre ou cebola; Peixes ricos em ômega-3: atum, sardinha, cavala e salmão; Sementes: linhaça, chia, abóbora ou gergelim; Frutas frescas: laranja, acerola, goiaba, mamão, limão, abacate, coco, tangerina, abacaxi, romã, melancia, cereja, morangos, mirtilos, framboesas ou uvas; Nozes: amêndoas, amendoim, castanha do Pará ou castanha do Brasil; Probióticos: iogurte natural, kombucha ou kefir; Legumes: brócolis, couve-flor, repolho, espinafre, alface, repolho, cenoura e tomate; Gorduras saudáveis: óleo de coco, azeite de oliva, sementes de chia ou de linhaça. Uma boa forma de obter tais benefícios e combater doenças inflamatórias, é ingerir esses alimentos diariamente, tendo uma dieta balanceada e variada, montando sempre um prato colorido e lembrando-se que quanto mais cor ele tiver, mais nutrientes você estará consumindo. ➥ Referência: Vidal, Andressa Meirelles, et al. "A ingestão de alimentos funcionais e sua contribuição para a diminuição da incidência de doenças." Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde- UNIT-SERGIPE 1.1 (2012): 43-52 Data: 16/08/2022 Local: ESF Leonor Supervisora: Sabrina Lenquiste Dia muito chuvoso e frio, e após um belo banho na garupa da moto do meu colega Marco Miranda (brincadeiras à parte), acompanhei um atendimento de retorno de uma paciente gestante. A paciente é a J.A.P, de 36 anos, que está na 26ª semana de gestação e com DM pré-gestacional. Relatou para nós que já é sua 7ª gestação, e que sente fome excessiva nas refeições principais (almoço e jantar). Conforme eu, Marco e Bruno fomos conversando com ela, a paciente referiu que desde a última consulta, seus enjoos melhoraram e seu intestino ‘normalizou’, não ficando mais obstipada. Através da avaliação física nutricional feita, foi calculado a quantidade de peso que a paciente ganhou por semana de gestação. H: 1,62m PPP: 60kg IMC gestacional: 26,29kg/m² (em 14/06 estava com 68,9kg) – Classificação: Sobrepeso (Estava com 18 semanas) Pode ganhar até 0,300g PA: 75,90kg PA – PU= 75,90 – 68,9kg = 7kg / 8sem = 875g 75,90 – 60,0= 15,90kg / 26sem = 0,611g/semana E visto que a paciente ganhou mais que o desejável, como conduta, foi orientado a ela consumir mais fracionadas suas refeições, pois referiu não ter o hábito de realizar os lanches intermediários e descontando mais nas refeições principais. Além disso, reforçamos orientações nutricionais antigas já passadas pois sabe-se que a alimentação adequada ao longo do período gestacional exerce papel determinante sobre os desfechos relacionados à mãe e bebê. Contribui para prevenção de uma série de ocorrências negativas, assegura reservas biológicas necessárias ao parto e pós-parto, garante substrato para o período da lactação, como também favorece o ganho de peso adequado de acordo com o estado nutricional pré-gestacional. Ressalta-se que a inadequação do ganho de peso durante a gestação tem sido apontada como fator de risco tanto para a mãe quanto para a criança, contribuindo para a elevação da prevalência de uma série de problemas. Com isso, o Diagnóstico Nutricional que elaboramos para o caso foi: IN-1.3 Ingestão excessiva de energia associado ao aumento do consumo alimentar, conforme evidenciado pelo ganho de peso semanal. ➥ Referência: Avaliação Nutricional na Gestação (Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição). Data: 17/08/2022 Local: ESF Leonor Supervisora: Sabrina Lenquiste Dia de puericultura na ESF, e de 5 crianças agendadas, apenas 1 apareceu para consulta (porém, vamos colocar a culpa novamente no frio e na chuva – brincadeiras à parte). Valendo lembrar que a puericultura é uma ferramenta importante para a manutenção da saúde das crianças. Ela se baseia no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças menores de cinco anos, considerando a família e o contexto social no qual estão inseridos. Imagem retirada do Google Fotos Foi atendida a M.E, 1 ano, lactente acompanhada pela mãe, em aleitamento materno com leite de vaca integral, hábito intestinal normal, sem queixas de cólicas, porém com sintomas gripais. Foi orientada a mãe, a estar oferecendo o leite de vaca integral pasteurizado, afim de evitar possíveis futuras alergias ocasionadas pelo leite de caixinha. A paciente, havia sido internada por pneumonia, e recebido alta recentemente do Hospital Regional de Pres. Prudente. Entretanto, mesmo com esse episódio de internação, está aceitando bem as mamadas e encontra-se com um excelente estado nutricional, sendo classificado através da Avaliação Nutricional: PA: 9,410kg H: 77cm IMC: 15,87kg – P50 – P85 (Eutrofia) PC: 43,5cm PT: 52,0cm P/E: P50 – P85 (Eutrofia) P/I: P50 – P85 (Peso Adequado para Idade) PT/PC: 1,19 (Adequado) E/I: P85 – P97 (Estatura adequada para Idade) ➥ Referência: Manual de Avaliação Nutricional do Estudante: Avaliação Nutricional na Criança e no Adolescente. Curvas OMS. Data: 18/08/2022 Local: ESF João Domingos Supervisora: Sabrina Lenquiste A alimentação equilibrada é um hábito recomendado para toda a vida. Durante a gestação, a responsabilidade quanto à alimentação aumenta, uma vez que implica diretamente no perfeito desenvolvimento do feto. E neste dia, foi feito orientações nutricionais especialmente feitas para esse grupo tão especial juntamente as minhas novas colegas Amanda e Vanderléia. É muito importante o acompanhamento da gestante na rede de atenção básica asaúde, através de uma equipe multidisciplinar para guiar a paciente ali inserida, promovendo a saúde dela e da criança desde o “forninho”. Hoje pude ver de perto esse processo e também conversar com a médica e enfermeira que estava conosco para o acompanhamento. Para as orientações nutricionais, foi usado e entregue um material a futuras mamães, feito pela Secretária Municipal de Saúde de Presidente Prudente: ➥ Referências: SMS: Secretária Municipal de Saúde de Presidente Prudente Ministério da Saúde Manual Instrutivo das Ações de Alimentação e Nutrição na Rede Cegonha Data: 19/08/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Marcela Fagiani Hoje na clínica de nutrição eu acompanhei o retorno de um paciente do sexo masculino, de 2 anos e 11 meses, com diagnóstico de Síndrome de Down, acompanhado pela mãe que o levou para renovação de laudo, pois o mesmo recebe fórmula láctea infantil através deste. O paciente possui intolerância a lactose, e estava sem receber a formula láctea Infantrini, e sendo assim, sua mãe estava oferecendo Pregomini, outra formula láctea isenta de lactose, porém essa recebida de doação. Relatou que antes da doação, estava ofertando Ninho com nescau ao filho, com isso, referiu surgir diversas alergias na pele da criança e procurar o médico pediatra, que identificou a causa da alergia e ajudou a ela com uma doação da instituição. A mãe referiu que o filho desde então, não teve mais episódios alérgicos. Relatou que a criança come de tudo, inclusive ama frutas, verduras e vegetais. Muito preocupada com a alimentação do filho, também sempre está fazendo receitas caseiras isentas de lactose e inclusive as leva para quando a criança passa em tratamento com a fonoaudióloga. Avaliação Nutricional: PA: 12,4kg E: 91,5cm CB: 16cm DCT: 6,3cm IMC: 14,55kg/m² Através das medidas antropométricas e de acordo com as curvas da OMS, a criança está com peso adequado para idade (entre P15 e P50), estatura adequada para idade (P50) e eutrofia pelo P/E (entre P15 e P50). Com isso, elaboramos o laudo (imagem logo abaixo), onde foi solicitado uma formula nutricionalmente completa, normocalórica, normoproteica, com proteína hidroizada e sem lactose, onde foi calculado sua diluição, sendo 51,6g distribuídas em 2x ao dia, totalizando 4 latas de 400g por mês. ➥ Referência: Manual de Avaliação Nutricional do Estudante: Avaliação Nutricional na Criança e no Adolescente. Curvas OMS. Data: 22/08/2022 Local: ESF João Domingos Supervisora: Sabrina Lenquiste Hoje foi dia de puericultura na ESF, onde eu e minhas colegas, atendemos mais de 8 crianças. A puericultura consiste em um acompanhamento periódico visando a promoção e proteção da saúde das crianças e adolescentes e por meio dela acompanha-se integralmente a pessoa de 0 a 19 anos, sendo possível identificar precocemente qualquer distúrbio de crescimento, desenvolvimento físico e mental, nutricional, dentre outros, compreendendo a criança e o adolescente como um ser em desenvolvimento com suas particularidades. A periodicidade de acompanhamento dependerá da estratificação de risco da criança, sendo que o calendário mínimo consiste em receber uma visita domiciliar de uma Agente Comunitária de Saúde (ACS) até o 5º dia de vida, para verificar os sinais de alerta relacionados ao recém-nascido e a puérpera, bem como a realização da triagem neonatal e a situação do aleitamento materno. Além disso, a recomendação é de que as consultas sejam mensais até o 6º mês de vida, trimestral do 6º ao 12º mês de vida, semestral do 12º ao 24º mês de vida e anualmente do 3º ao 19º ano de vida. A atuação do nutricionista na saúde da criança começa com o cuidado da alimentação da mãe antes mesmo da gestação. O incentivo a hábitos alimentares saudáveis e a manutenção de um peso adequado, permitem um menor risco de carências nutricionais e o afastamento de doenças relacionadas à alimentação durante o período gestacional. Após o nascimento do bebê, o nutricionista acompanha mãe e filho, promovendo e incentivando o aleitamento materno: etapa primordial por inúmeros benefícios ao sistema imunológico, digestivo, metabólico do bebê, além de benefícios à saúde da mãe. Na fase de introdução alimentar, o nutricionista tem papel fundamental na orientação e avaliação de prontidão para essa etapa tão especial. O acompanhamento especializado do nutricionista nos primeiros contatos com os alimentos, evolução de consistência e textura, adaptação conforme a necessidade, inclusão de todos os grupos alimentares permitirá a construção de hábitos que o bebê e a família levarão para a vida. Ao longo de todo crescimento e com a entrada de atividades rotineiras (escola, esportes, etc), vão sendo adaptadas às necessidades calóricas e nutricionais, rotina, preferências, ou seja, o nutricionista participa, indiretamente, do dia-a-dia de todos, auxiliando no planejamento de compra e do cardápio, orientando de acordo com a demanda de saúde, aspectos socioculturais individualizados de cada família. ➥ Referência: MAIS, Laís Amaral et al. Formação de hábitos alimentares e promoção da saúde e nutrição: o papel do nutricionista nos núcleos de apoio à saúde da família–NASF. Revista de APS, v. 18, n. 2, 2015. Data: 23/08/2022 Local: Unoeste – Campus l Supervisora(s): Grace Facholli e Sabrina Lenquiste ➥ Reunião de Clínica Ampliada e encerramento do 1º ciclo de estágio (anexo dos Slides no final do portfólio). Data: 24/08/2022 Local: UBS Brasil Novo Supervisora: Grace Facholli É sem sombra de dúvidas uma das melhores coisas poder “ver de pertinho” a evolução de certos pacientes em relação as mudanças de estilo de vida e melhora da saúde destes. Hoje em um retorno conduzido por mim, uma paciente que foi atendida anteriormente comigo, com Síndrome Metabólica, compulsão alimentar e feridas no corpo que não cicatrizavam, voltou com uma grande evolução! Anteriormente, em sua primeira consulta no dia 20/04/22, a mesma pesava 112,5kg, com uma altura de 1,47m, com IMC de 52,08 (Obesidade Grave ou Grau lll). E em seu último retorno, no dia 01/06/22, a paciente reduziu seu peso para 110,6kg e seu IMC para 51,2kg/m². Já hoje, foi feita a avaliação nutricional novamente e visto uma perda de - 2,9kg, sendo agora seu peso de 107,7kg e IMC de 49,86kg/m², totalizando - 4,8kg nesses meses de dieta saudável. Referiu se sentir mais disposta, reduzindo dor e edema das pernas, conseguindo andar sem sentir fadiga, as feridas de sua pele cicatrizaram e seu humor melhorou, sua pressão arterial normalizou, assim como a glicemia e os níveis de colesterol, não tendo mais também episódios de compulsão alimentar por sentir-se saciada com a dieta. Entretanto, precisa melhorar seu consumo hídrico pois disse beber menos de 1L de água por dia. Com isso, foram reforçadas orientações sobre a importância do consumo de água e incentivado a mesma a continuar seguindo o plano alimentar passado para cada vez mais evoluir e atingir suas metas. ➥ Referência: do Lago Nakazato, Viviane. "Aconselhamento nutricional e redução de fatores de risco associados à síndrome metabólica: relato de caso." Revista da Associação Brasileira de Nutrição-RASBRAN 5.1 (2013): 81-85. Data: 25/08/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli Hoje conduzi uma consulta de uma paciente de 39 anos, cujo procurou a clínica de nutrição a fim de melhorar seus hábitos alimentares e perder peso. Ela queixava-se de uma cefaleia constante que inclusive, a faz tomar remédios para dor todos os dias, além de relatar ter uma rotina “corrida” e não ter tempo de preparar suas refeições, sendo estas sem nenhum consumo de frutas e verduras e ricas em doces, refrigerantes, alimentos gordurosos, embutidos e snakes. Referiu não beber nem mesmo 1L de água no dia por esquecer,evacuando dia sim e dia não, com fezes de consistência ressecadas. Avaliação Nutricional: PA: 87,80kg H: 1,665m PI: 56,17kg PH: 75,0kg PM: 69,25kg IMC: 31,67kg/m² - Sobrepeso CC: 97cm CQ: 125,6cm RCQ: 0,77 – Sem risco Diagnóstico Nutricional: CN-1.7: Escolhas alimentares indesejáveis associada a falta de organização do tempo para preparo dos alimentos conforme evidenciado em anamnese nutricional. IN-3.1: Ingestão inadequada de líquidos associada a falta de hábito conforme evidenciado em relato da paciente. Como conduta nutricional, foi ofertada uma dieta onde foi-se incluído mais frutas, verduras e vegetais, diminuindo a quantidade de alimentos do Grupo do Pão e colocando alimentos que geram mais saciedade (fibras). Além disso, foi passado receitas de doces e salgados para a mesma estar fazendo em casa e dado dicas para organizar suas verduras e legumes para semana no final de semana em que não trabalha e tem tempo livre para essa tarefa, além de orientar a ela aumentar sua ingestão hídrica para a melhora de sua função intestinal, juntamente com a quantidade de fibras que serão ingeridas e também melhora da cefaleia que é um sinal de desidratação do organismo. Plano alimentar: VET calculado: 1819,29kcal VET ofertado: 1800kcal ➥ Referência: DA CRUZ, Fabiano Robert Neves. Constipação intestinal: abordagem medicamentosa e não medicamentosa. International Journal of Nutrology, v. 7, n. 01, p. 015-020, 2014. Data: 26/08/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Marcela Fagiani No dia de hoje, acompanhei uma consulta na clínica de nutrição, de uma paciente de 27 anos, que buscou atendimento referente a dificuldade que possui de perder peso. Durante a anamnese dessa paciente, ela relatou que já havia tentado sozinha fazer dieta, de maneira inadequada restringindo-se de se alimentar, referiu ter perdido 5 kgs do seu peso atual, porém recuperado o mesmo rapidamente, que é o que realmente acontece quando não se realiza um plano alimentar e o corpo entende que precisa “guardar energia”, como uma resposta de “sobrevivência”. Além disso, a paciente disse possuir gastrite e quadros de refluxo que levam a ter ânsia de vomito. Possui intolerância a leite puro e ingere frequentemente alimentos gordurosos como bacon, calabresa, mortadela, salsicha, além de bolachas, chocolates e 8 romarinhos de cerveja aos finais de semana, sempre faz coxinha para ela e o marido, pizza, e almoça fora aos domingos (churrasco). Passa longos períodos sem se alimentar, acabando por compensar suas refeições comendo em grande quantidade. Avaliação Nutricional: PA: 80kg PH: 65kg H: 1,68m CC: 93,5cm CQ: 110cm RCQ: 0,85 – Com risco PI: 59,22kg PM: 70,5kg IMC: 28,40kg/m² - Sobrepeso Diagnóstico Nutricional: CN-1.5 Padrão alimentar desordenado, associado a longos períodos em jejum e aumento da ingestão alimentar no jantar e finais de semana conforme evidenciado em relato da paciente e anamnese alimentar. Como conduta nutricional, foi feito um plano alimentar para paciente, adequando-se com a realidade da mesma, orientando-a sobre a importância de não consumir bebidas alcoólicas em grande quantidade e alimentos embutidos e ultra-processados, sobre a importância de não ficar tanto tempo sem se alimentar, dadas orientações para gastrite e refluxo gastroesofágico e entregues algumas receitas saudáveis para a mesma estar fazendo em sua casa, como creme de ricota. Plano Alimentar: VET calculado: 2131,78kcal VET utilizado: 1900kcal Orientações Nutricionais para Refluxo e Gastrite: ➥ Referência: Orientações Nutricionais para Refluxo e Gastrite – Secretária da Saúde (https://www.saude.df.gov.br/) Data: 29/08/2022 Local: Unoeste Campus l Supervisora: Grace Facholli ➥ Auxílio com a higienização das frutas que foram servidas na Jornada de Nutrição e no preparo dos brindes. Data: 30/08/2022 Local: Auditório Jasmim Supervisoras: Sandra Genaro e Bianca Depieri ➥ Mini-curso de Microbiota Intestinal: Da teoria à prática. https://www.saude.df.gov.br/ Data: 31/08/2022 Local: Auditório Jasmim Supervisora: Marcela Fagiani ➥ Mini-curso de Disfagia: Os caminhos para uma alimentação segura. Data: 01/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli Neste dia foi conduzido por mim um retorno de uma paciente feminina, de 52 anos, que em sua consulta anterior relatava não realizar o jantar e possuir compulsão alimentar por doces. Havia sido encaminhada para clínica de nutrição por conta de um estilo de vida inadequado e por estar com os níveis de colesterol altos, porém, após intervenção nutricional, demonstrou grande melhora do seu estado nutricional e exames bioquímicos, diminuindo medidas e diminuindo valores séricos de colesterol LDL. No mês de abril, a paciente estava com 71,95kg, com um déficit de –1,8 kg desde seu primeiro retorno, não mudando até hoje desde então seu peso e ainda sendo classificada como Sobrepeso (IMC: 28,30kg/m²). Contanto, relatou estar seguindo bem a dieta, inclusive, realizando o jantar que antes não o fazia, referindo estar com apenas dificuldade em ir ao banheiro, ficando obstipada apesar de consumir frutas, verduras e legumes e beber água. Relatou ter terminado um tratamento para H.pylori, ficando 14 dias ingerindo antibióticos e em acompanhamento médico. Nega sentir dores e incômodos gástricos no momento. Como conduta nutricional, foi orientado a paciente sobre a higienização dos alimentos para que diminua o risco de contrair infecções bacterianas, em especial a H.pylori, pois sabe-se que a má higienização dos alimentos é um fator de risco para adquiri-la, e orientado sobre a importância de consumir alimentos probióticos e prebióticos para fortalecer a microbiota intestinal que estaria desestabilizada pós tratamento com antibióticos, prescrevendo Yakult e Iogurte Natural, além de explicado a diferença entre tais alimentos e a importância deles. Os prebióticos são componentes alimentares não-digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro pelo estímulo seletivo da proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. Os prebióticos são encontrados em alguns leites e fórmulas lácteas, na banana, cebola, alcachofra e cereais integrais. Os probióticos são microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. Existem no mercado saches e cápsulas de vários tipos de probióticos e prebióticos. Nos alimentos encontrados no mercado, hoje temos leites e bebidas fermentadas e iogurtes que contêm probióticos. ➥ Referência: MORAES, Fernanda P. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista eletrônica de farmácia, v. 3, n. 2, 2006. Data: 02/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Marcela Fagiani Hoje acompanhei um retorno de uma paciente cuja eu já havia conduzido sua primeira consulta no estágio l, a paciente é a S.A, feminina, 25 anos de idade que possui diagnóstico de Doença de Chron. Como se sabe, o Chron é uma doença inflamatória intestinal, que pode acometer qualquer parte do TGI, tendo como sintomas a diarreia, cólica abdominal, às vezes febre, e sangramento retal. Também pode ocorrer perda de apetite, e de peso. Os sintomas podem variar de leve à grave, mas em geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter vida ativa e produtiva. A doença de Crohn é crônica e existem medicamentos disponíveis atualmente que reduzem a inflamação e habitualmente controlam os sintomas, mas não curam a doença. O acompanhamento nutricional é de suma importância para o controle dos sintomas e não agredir ainda mais o TGI do paciente, tendo em vista uma alimentação diferenciada na fase de remissão e na fase ativa da doença.Na fase de remissão da doença (quando ela não está trazendo sintomas), deve-se manter uma dieta “normal”, porém evitando alimentos que podem trazer desconfortos gástricos e intestinais, tendo uma alimentação saudável, evitando alimentos ultra-processados, industrializados, excessos de gorduras e doces, etc. Já na fase ativa da doença (quando ela está em seu auge trazendo problemas), a alimentação já precisa ser duas vezes mais cuidadosa para a diminuição dos sintomas, com risco do paciente poder desidratar e consequentemente desnutrir. Evitando alimentos food-maps, e entrando quando necessário com suplementação. No caso, a paciente está entrando na fase de remissão da doença, relatou que as dores abdominais estão mais leves e está evacuando 3x ao dia, com fezes de consistência pastosa (sendo que antes eram líquidas e mais de 6 evacuações ao dia). Referiu estar seguindo o plano alimentar passado anteriormente, porém ultimamente, estar muito ansiosa e descontado em doces (uma barra de chocolate meio amargo 2 a 3x na semana) e lanches artesanais aos finais de semana, o que geram grande desconforto após ingeri-los, causando muita flatulência, além de tomar café preto ao longo de todo o dia. Disse estar tomando Nutren Active 2x ao dia seguindo a recomendação nutricional passada e do fabricante: 2 colheres para 50ml de leite de soja, pois seu lado não foi recusado mais de uma vez e também disse se adaptar com a formula, desistindo de tentar receber o Modulen. Foi feita a avaliação nutricional da mesma a partir da forma tradicional e também bioimpedância, sendo elas: Avaliação Nutricional: PA: 49,0kg DCT: 15 | 15,5 | 14,0 CB: 24cm H: 1,63m PI: 55,65kg IMC: 18,50kg/m² - Eutrofia CB: 86,95% - Depleção Discreta CMB%: 91,76% - Eutrofia DCT%: 75,0% - Depleção Moderada Bioimpedância: Foto das avaliações de bioimpedância para comparativo da evolução Foi possível através da avaliação nutricional observar que a paciente teve uma melhora de seu estado nutricional, inclusive, saindo de um quadro de desnutrição para eutrofia, o que é um grande avanço, aumentando o peso e demais medidas. Como conduta, reforçamos orientações nutricionais para Doença de Crohn afim da melhora dos sintomas ainda citados por ela, orientando a diminuir a cafeína que por sua vez, é um composto que causa irritação no epitélio do intestino, substituindo por chás calmantes como o de camomila, e se ingerida a cafeína, pelo menos que fosse em pequena quantidade (apenas 1 xícara de café), além também preferir preparar lanches caseiros ao invés de estar comprando, e consumir o chocolate com moderação, fracionando-o ao longo da semana, deixando-o derreter na boca. ➥ Referências: Moreira, Ana Catarina, et al. "Doença de Crohn: da clínica à nutrição." (2017). Oliveira, Carina, et al. "Suporte nutricional na doença de Crohn." Associação Portuguesa de Nutrição, Portugal 10 (2017): 44-48. Data: 05/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli Hoje eu acompanhei a primeira consulta de uma paciente feminina de 59 anos, dona de casa, que veio encaminhada para clínica de Nutrição pelo seu médico cardiologista, que viu a necessidade de acompanhamento nutricional para melhora de seu quadro clínico. A paciente procura perder peso não apenas por questões de estética, como também melhora de sua saúde, pois relatou sentir-se muito fadigada, com dores nas articulações, qualidade do sono ruim (sendo preciso remédios indutores de sono que por sua vez não funcionam mais), possui arritmia cardíaca, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, níveis de colesterol elevados e relatou possuir muito nervosismo seguido de momentos de grande ansiedade e descontrole que levam a ter fome excessiva, “comendo” suas emoções para sentir-se bem através de alimentos ricos em gorduras, embutidos, açucares (doces de bar) e pobres em nutrientes. Além disso, referiu que café adoçado e arroz branco, são seus “confort-foods” (alimentos de conforto), e não os tiraria da dieta, que já havia passado por uma endocrinologista que a deu uma “dieta de gaveta” bastante restritiva, que não obteve sucesso e só a deixou mais ansiosa. Disse possuir aversão a adoçantes e ter tentado provar de todos, tendo-os em casa e não usando. Faz mais de 6 litros de café preto com açúcar por dia, e diz ingerir o mesmo ao decorrer do dia, apenas toma café da manhã, almoça e depois só irá jantar, descontando muito nessa refeição e consumindo doces de bar. Não pratica atividades físicas pela fadiga constante e dores nas articulações, mas diz estar tentando andar aos poucos no quarteirão de sua casa, admitiu que fumava mas conseguiu abandonar o vício depois de ter contraído COVID-19 e ter sido entubada e ficado vários dias na UTI (em 2020). Queixou-se de estar obstipada já há 4 dias e referiu não consumir muitas fibras. Não gosta de leite e derivados. Avaliação Nutricional: PA: 133,75kg H: 1,64m PI: 56,91kg PM: 67,75kg PIA: 76,12kg IMC: 49,35kg/m² - Obesidade Grau lll CC: 137,5cm CQ: 149,3cm RCQ: 0,92 (Com Risco de Doença Cardiovascular) Diagnóstico Nutricional: IN-1.3: Ingestão excessiva de energia associado a episódios de compulsão alimentar e escolhas alimentares indesejáveis, conforme relato da paciente e anamnese alimentar. IN-5.8.5: Ingestão inadequada de fibras associada a constipação intestinal, conforme evidenciado em relato da paciente. IN-5.6.2: Ingestão excessiva de lipídeos associado a hipercolesterolemia, conforme evidenciado em exames laboratoriais. CN-1.1: Deficiência de conhecimento relacionado aos alimentos e a nutrição, associado a atitudes/crenças não comprovadas quanto aos alimentos, conforme evidenciado em relato da paciente. Como conduta, foi passado um esquema para redução do arroz, respeitando o carinho da paciente pelo alimento e diminuindo aos poucos, assim como a cafeína, orientando a ir diminuir o consumo e também o excesso de açúcar, pois a cafeína em excesso é prejudicial para o organismo, inclusive para o sistema cardiovascular podendo gerar mais arritmia e também insônia (como no caso que já está tendo). Também falamos em relação ao consumo de mais fibras, sendo frutas, verduras, legumes, cereais, para gerarem mais saciedade e também melhora do quadro de obstipação, índice glicêmico e níveis de colesterol. Em seu plano alimentar incluímos alimentos ricos em triptofano, como a banana e a aveia, que são ótimos para melhorar o humor e proporcionar sensação de bem- estar porque ajudam na formação de serotonina, uma substância presente no cérebro que facilita a comunicação entre os neurônios, regulando o humor, a sensação de fome e o sono. Foram dadas orientações nutricionais para Diabetes, frisando a importância do controle do consumo de carboidratos (que até então a paciente desconhecia e ficou surpresa quando recebeu as orientações). Orientação para Obstipação e Receitas Saudáveis para Diabéticos para a mesma estar fazendo em sua casa. Plano Alimentar: VET: 1938,61kcal VET ofertado: 1900kcal No início da consulta a paciente encontrava-se bastante receosa, porém ao decorrer dela e também após a entrega de sua dieta e orientações, foi possível observar que a mesma criou confiança e surpreendeu-se com tantas informações que, inclusive, ela e a filha que a acompanhava, disseram que nunca haviam escutado antes de nenhum médico. Foi gratificante ouvir o que a paciente achou da consulta, e o quão animada e comprometida ficou no final dela. Espero que ela melhore e atinja seus objetivos! Escolhi este caso como round por tais razões. ➥ Referências: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO). Sociedade Brasileira de Diabetes Machado, Anna Clara Pereira, et al. "ALIMENTOS RICOS EM TRIPTOFANO: SEGREDO DAFELICIDADE?." Ciência Viva. Mg (2018). Data: 06/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli Hoje conduzi o retorno de uma paciente de 53 anos que relatou estar conseguindo seguir a dieta, consumindo mais frutas, verduras e aveia. Habito intestinal normal, consumo hídrico de aproximadamente 2 litros e que refere sentir desconforto gástrico ao tomar leite e consumir banana. Acreditava que necessitava tomar leite para “forrar” o estomago (indicação médica), antes de tomar remédio para lúpus, e que mesmo sentindo desconforto deveria continuar tomando o leite. Foi elaborado uma nova dieta considerando as queixas, substituindo o leite puro e excluindo a banana, dando também opções de desjejum e ceia para estar realizando. Avaliação Nutricional: PA: 64,5kg Peso anterior: 64,35kg H: 1,67m IMC: 23,11kg/m² - Eutrofia CC: 86,8cm CQ: 99,2cm RCQ: 0,87 Plano alimentar: Data: 08/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli No dia de hoje eu conduzi uma primeira consulta de uma paciente de 37 anos, técnica de enfermagem, que buscou atendimento para perda de peso e também por recentemente ter sido diagnosticada por seu médico com anemia ferropriva. Está tomando sulfato ferroso, relata aos finais de semana fazer hambúrguer ou pizza caseiros para ela e seu filho, e durante a semana almoça e faz as demais refeições na casa da senhora em que é cuidadora. Referiu não tomar café da manhã e já pular direto para almoço, comendo mais de 4 conchas de feijão com linguiça, bacon, calabresa... e não consumir arroz por ter feito promessa religiosa. Consome em grande quantidade ao longo do dia manteiga com bolacha água e sal, sendo meio pacotinho com 1 faca cheia em cada bolacha. Avaliação Nutricional: PA: 102,05kg H: 1,67m PI: 58,38kg PM: 69,5kg PIA: 69,29kg IMC: 36,70kg/m² - Obesidade Grau ll CC: 100cm CQ: 134cm RCQ: 0,74 Diagnóstico Nutricional: CN-1.7: Escolhas alimentares indesejáveis associada a um padrão alimentar desordenado conforme evidenciado em anamnese alimentar. IN-5.10.1- Ingestão inadequada de Ferro associada a um quadro clinico de anemia conforme evidenciado em exames bioquímicos. Plano Alimentar: VET: 2233,64kcal VET ofertado: 1900kcal Como conduta foi elaborado um plano alimentar com refeições fracionadas, consumo de frutas com vitamina C para aumentar a absorção de Ferro, dado orientações para anemia e receitas saudáveis para ela estar preparando, além de orientado consumir um alimento do grupo do pão no lugar do arroz. Data: 09/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Marcela Fagiani Neste dia acompanhei uma primeira consulta de uma paciente que procurou atendimento para redução de peso. Referiu ser muito ansiosa e “descontar” na comida, e que recentemente, ficou ainda mais ansiosa por conta que parou de exercitar-se por um problema no joelho. Foi observado que passa um longo período sem se alimentar (das 8h30 da manhã até as 14h00), tempo em que passa em seu serviço na câmara municipal. Come muitas bolachas com requeijão, relatando fazer um “sanduiche” de bolacha, ama comer doces e sempre os compra (como bala baiana) e ao finais de semana sempre pede lanche, pizza ou pastel por delivery. Avaliação Nutricional: PA: 99,40kg H: 1,76m PI: 64,89kg PM: 77,25kg PIA: 73,51kg IMC: 32,16kg/m² - Obesidade CC: 105cm CQ: 124,5cm RCQ: 0,84 (Com risco) Bioimpedância: %G: 36,4% %Alvo G: 22,0% Peso Gordo: 36,2kg Peso Magro: 63,2kg Peso Magro Alvo: 81,1kg Água: 44,6L %Água: 70,5% Resist.: 484OHMS Reat.: 580OHMS Diagnóstico Nutricional: IN-1.3: Ingestão excessiva de energia, associada ao aumento do consumo alimentar, conforme evidenciado por anamnese nutricional. Como conduta foi diminuído o VET, elaborando uma dieta com maior fracionamento e qualidade dos alimentos, redução do volume das refeições e entregue receitas saudáveis. VET: 2290,9kcal VET ofertado: 2000kcal Data: 12/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli No dia de hoje eu e minha dupla da Clínica Ampliada, Vitória Rubia, discutimos e pesquisamos sobre as políticas públicas para a nossa clínica, além de começarmos a montar os SLIDES da mesma. Foi um dia bastante calmo na clínica, o que deu tempo para iniciarmos, pois a maior parte dos pacientes cancelaram a consulta e não apareceram por conta do tempo que estava chuvoso, sendo apenas 2 retornos feitos por outros estagiários. Data: 13/09/2022 Local: Clínica de Nutrição Supervisora: Grace Facholli Hoje acompanhei uma primeira consulta de um paciente, 17 anos, sexo feminino porém socialmente considera-se masculino. Esse paciente, reside no lar de crianças. Sua consulta foi um tanto complicada pois o mesmo possuía muita vergonha e receio de conversar com nós, foi perceptível que o paciente possui um quadro depressivo e seu professor de educação física que o acompanhava nos contou sua história, que antes o mesmo residia nas ruas, ingeria muita bebida alcoólica e também fumava. Fiquei bastante tocada com este caso pois o paciente nos mostrou marcas de automutilação em seus pulsos, o que me deixou sem reação por alguns segundos mas por sorte estávamos acompanhadas da nossa supervisora que possui uma experiência já para lidar com esses casos e pude aprender com ela. Avaliação Nutricional: PA: 63,95kg H: 1,572m PI: 51,87kg PM: 61,75kg IMC: 25,89kg/m² - Sobrepeso CC: 64cm CQ: 104cm RCQ: 0,61 (Sem risco) VET ofertado: 1900kcal Diagnóstico Nutricional: IN-1.3: Ingestão excessiva de energia associada ao consumo de alimentos (grupo do pão) em grandes quantidades e doces conforme evidenciado em relato do paciente e anamnese alimentar. Como conduta, foi orientado o controle do consumo de doces que o mesmo relatou exagerar quando volta da casa de sua mãe no domingo (ela oferece), foi adequado as quantidades do grupo do pão, orientado a escolher entre arroz ou macarrão no jantar e quando estiver na escola comer apenas 1x a merenda escolar, aumentar a ingestão hídrica e na ceia consumir ou 3 unidades de bolacha agua e sal ou um fruta. Data: 15/09/2022 Local: Unoeste – Campus l Supervisora(s): Grace Facholli e Sabrina Lenquiste ➥ Reunião de Clínica Ampliada e encerramento do 2º ciclo de estágio (anexo dos Slides no final do portfólio). ◉ CONCLUSÃO Ao decorrer desse estágio eu pude sentir que consegui superar muitas dificuldades que tinha antigamente, dentre essas a insegurança e dificuldade de concentração. Após descobrir o TDA (Transtorno de Déficit de Atenção), assumir e ir buscar tratamento médico, descobri uma nova versão de mim, uma versão mais extrovertida, atenta, feliz e sociável. Agradeço e muito pela compreensão e apoio de minhas supervisoras ao longo desse percurso, pois também não seria possível sem isso. Espero cada vez mais descobrir e desenvolver habilidades que antes pensava que não seria capaz, e me tornar uma excelente profissional assim como elas. Muito obrigada! ◉ ANEXOS Ficha de atendimento nutricional atualizada:
Compartilhar