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1 - História da Psiquiatria unesa 2022

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A antiga Grécia
Na Grécia antiga, que consideramos o ponto de origem de toda civilização ocidental, acreditava-se que a loucura tinha causas de ordem sobrenatural.
Era resultado de ações e forças de natureza mística e, portanto, as intervenções eram promovidas por médicos-sacerdotes na forma de práticas médicoreligiosas.
Hipócrates criou o primeiro conceito médico de loucura abandonando as explicações religiosas e metafísicas em prol de mecanismos orgânicos. Ele propôs que há quatro humores corporais (sangue, bílis negra, bílis amarela e fleuma) e quatro qualidades básicas da natureza (calor, frio, umidade e aridez).
O desequilíbrio causava o excesso de alguns dos humores, o que resultava em um mau funcionamento da personalidade. A terapia consistia em restabelecer o equilíbrio através de drogas e regimes, além de explicar o contexto ao paciente.
Hipócrates é considerado como o pai da medicina
Roma antiga
Ele era considerado incompetente em questões tanto pessoais quanto econômicas. Nessa época, Galeno propõe que o cérebro ocupa o papel central dos fenômenos mentais e que sintomas físicos podem não expressar qual órgão ou parte do corpo é o local afetado. Segundo ele, a "alma racional" é dividida em duas partes: externa e interna.
Calígula
Calígula foi o terceiro imperador de Roma
Nero
Último imperador da dinastia júlio-claudiana.
Na antiga Roma, o doente mental tinha limitada a liberdade de agir.
No Período da Antiguidade e Idade Média:
As populações eram reduzidas e com curta duração média de vida;
O trabalho agrícola era de subsistência como o artesanato para consumo ou troca;
Respeitava-se o tempo e o
ritmo psíquico de cada um.
Madri, Don Quijote e Sancho Panza Statue, Espanha
Na Idade Média:
- Doente preso numa rede se
significações religiosas (possessão)
– o ―pecado‖ era de natureza religiosa e moral;
-	Necessidade de um olhar objetivo para descobrir a deteriorização da natureza, onde até então se decifravam apenas perversões sobrenaturais.
O Navio dos Loucos ou A Nave dos Loucos é uma pintura do artista brabantino Hieronymus Bosch (1450 — 1516)
Século XV – Renascimento
Ao fim do século XV, na Europa, com o advento da manufatura inicial e a divisão social do trabalho ocorreu a ruptura da ordem feudal e a emergência do capitalismo mercantil com a urbanização maciça e a industrialização, o que resultou em:
Aumento de desocupados, mendigos, vagabundos;
Escassez de mão-de-obra.
Meados do século XVII
Desorganização social e crise econômica na Europa pelas mudanças estabelecidas nos modos de produção – o mundo da loucura torna-se o mundo da exclusão – criam-se em toda a Europa, primeiro na Espanha (Saragossa), depois na Itália, estabelecimentos para internação, as casas de correção, casas de internamento chamados hospitais gerais, não só dos loucos, mas de toda série de indivíduos (inválidos, pobres, velhos na miséria, mendigos, portadores de doenças venéreas, libertinos, pessoas a quem a família ou o poder real queria evitar castigo público – todos aqueles que, em relação à ordem da razão, da moral e da sociedade, dão mostra de ―alteração‖.
Não tinham função curativa. Possuíam estrutura semijurídica
(decide/julga/executa).
O objetivo era limpar as cidades dos mendigos, prover trabalho para os desocupados, punir a ociosidade, reeducar para a moralidade, mediante instrução religiosa e moral.
A partir do meio do século XVIII, com as idéias do Iluminismo, os princípios da revolução Francesa (nova ordem social e a industrialização), e a declaração dos direitos do homem nos Estados Unidos – iniciam-se os primeiros movimentos de denúncias contra as internações liberando-se todos os outros indivíduos, exceto os loucos; estes permaneceram herdeiros naturais do internamento e da exclusão.
Os ―Reformadores‖ da Revolução Francesa delegaram a Phillipe Pinel (1745-1826) a tarefa de humanizar e dar sentido terapêutico aos hospitais gerais, onde os loucos encontravam-se recolhidos junto com outros marginalizados da sociedade. Mesmo quando reformadores médicos bem intencionados, tais como Phillipe Pinel, conseguiram amenizar em parte as aterrorizantes condições existentes nos asilos para loucos, ainda não existiam tratamentos de rotina realmente efetivos no começo do século XXI.
Philippe Pinel na França, Samuel Tuke na Inglaterra, entre outros, serão os protagonistas de um movimento de reforma para separar os loucos dos seus colegas de infortúnio passariam a receber cuidado psiquiátrico sistematizado – tratamento moral – utilização conveniente da disciplina. Assim surge a Psiquiatria, passando o louco a ser visto como um doente.
Ocupava-se o espírito e o corpo, em lugares – os asilos – onde os pacientes ficavam isolados da sociedade e o cérebro ―em repouso‖, longe das impressões irritantes, dos distúrbios, reprimindo a vividez, moderando a exaltação de idéias – tratamento alienista, moral.
O isolamento era definido como algo terapêutico e indispensável.
O internamento torna-se medida de caráter médico. Substitui-se a violência franca pela violência velada da ameaça e das privações. Pinel transforma o asilo numa espécie de instância perpétua de julgamento; o louco tinha que ser vigiado nos seus gestos contradito no seu delírio, ridicularizado nos seus erros: a sanção tinha que seguir uma conduta normal sob a direção do médico que estava mais encarregado de um controle ético do que de uma intervenção terapêutica.
Os tratamentos nos séculos XVII e XVIII consistiam em submeter o
doente a banho para refrescar seus espíritos;
injetar sangue fresco para remover sua circulação perturbada. Pinel e seus sucessores num contexto puramente repressivo e moral retomaram estas técnicas.
A ducha não mais refrescava, mas punia; não se aplicava mais quando o doente estava ―excitado‖, mas quando cometia um erro.
O asilo fundado na época de Philippe Pinel para o internamento não representava a ―medicalização‖ de um espaço social de exclusão; mas a confusão no interior de um regime moral único cujas técnicas tinham algumas, um caráter de precaução social e outras um caráter de estratégica médica.
A loucura se torna verdade médica.
A cura significava reinculcar-lhe sentimentos de dependência, humildade, culpa, reconhecimento que são a armadura moral da vida familiar. Meios para consegui- los: ameaças, castigos, privações alimentares, humilhações, tudo o que poderá ao mesmo tempo infantilizar e culpabilizar o louco.
Neste mundo moral que castiga, a loucura tornou-se um fato que concerne essencialmente à alma humana, sua culpa e liberdade; ela inscreve-se na dimensão da interioridade e pela primeira vez no mundo ocidental, a loucura recebe status, estrutura e significação psicológicos.
A loucura é separada do desatino e adquire o status de doença mental, tornando- se objeto de um novo saber, surgido da prática do poder, ou da internação : a Psiquiatria.
BRASIL - PERÍODO COLONIAL
Durante	o	período
Colonial,	a	assistência	médica	e	hospitalar
dependia,	sobretudo	das	irmandades	religiosas	–	Santa	Casas	de
Misericórdia	que	funcionavam
como
albergues
para	os	pobres,
órfãos,	inválidos	e,	obviamente,	loucos.
No	Rio	de	Janeiro,	foi
fundado em 1567 o Hospital
da Santa Casa de Misericórdia.
Séculos	XVI	e	XVII	–	famílias	mais	abastadas	escondiam	seus doentes em casa, em quartos próprios ou em construções anexas.
No final do século XVIII – existiam grandes propriedades rurais que eram auto-suficientes na produção doméstica de seus implementos agrícolas – mão-de-obra escrava. O escravo restringe o espaço ao trabalho livre para o homem livre. A atividade laborativa para os mestiços, mulatos e mesmos os brancos era considerado indigna.
As Santas Casas de Misericórdia no Brasil – amontoavam nos porões insalubres, sem assistência médica, os loucos como os demais marginais, entregues a guardas e carcereiros, seus delírios e agitações reprimidos por espancamentos ou contenção.
HOSPITAL NACIONALDOS ALIENADOS (1842)
www.ccs.saude.gov.br/memoria da loucura/Mostra/apresenta.html
A Psiquiatria surge no Brasil, com a função de tomar para si a normatização social – transformação do desviante (o mendigo, o louco, o criminoso, o pobre em geral) num ser normalizado.
A partir de 1830, um grupo de médicos alienistas (criadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro) começou a pressionar para que se construísse um hospício para os alienados. Com o apoio do Conselho de Império que tinha o intuito de celebrar a celebrizar a maioridade do jovem Monarca Pedro II, mais a pressão da sociedade (elite política) e dos médicos alienistas (elite médica), surgiu à idéia da criação do hospício Pedro II, que foi criado no Rio de Janeiro, em 1841.
O nascente Império Brasileiro, ávido por mostrar-se em sintonia com a modernidade científica da civilização européia, busca implementar novas práticas e instituições.
O local era uma chácara na Praia Vermelha, de propriedade da Santa Casa de Misericórdia anexa ao Hospital, porém, tinha precárias condições para o atendimento e funcionamento. O Brasil pretendia organizar o espaço do hospital psiquiátrico nos moldes da organização realizada por Pinel e Esquirol, na França.
Assim, em 1842, na tentativa de atender este projeto, teve início a construção do Hospital Pedro II e subordina-se sua administração à Santa Casa de Misericórdia (as irmãs de caridade eram as diretoras de fato). As obras duraram de 1842 a 1852.
Marco do início da atividade psiquiátrica no Brasil – ano de 1852 – inauguração no Rio de Janeiro, do Hospício de Pedro II, no bairro da Praia Vermelha, com capacidade para 350 pacientes.
O	Diretor	Geral	da	Instituição,
Brandão,	em
Dr.	João	Carlos
1887
Teixeira dispensou
as Irmãs de Caridade, até então
pelo	serviço	de
responsáveis enfermagem administração
e	pela
interna	do
hospício, pois eram acusadas de colaborar e acobertar os maus tratos sofridos pelos doentes por parte dos guardas.
Com a saída das Irmãs, existiu uma carência de pessoas disponível para realizar as atividades de cuidado e administração da assistência e da Instituição de uma forma geral, levando os médicos a organizarem uma escola para formação de pessoal de enfermagem para atuar no espaço deixado pelas Irmãs e preparar os guardas e serviçais do hospício para uma atividade profissional específica, ainda inexistente no País.
A enfermagem psiquiátrica brasileira surgiu no hospício, para vigiar,
controlar e reprimir.
As primeiras instituições psiquiátricas surgiram no Brasil em meio a um contexto de ameaça à ordem e à paz social, objetivando a necessidade de tratamento segundo, as teorias e técnicas já em prática na Europa:
-	Indicação social: remoção e exclusão do elemento perturbador visando segurança dos cidadãos;
-	Indicação clínica: intenção de curá-los.
Período imediatamente posterior a Proclamação da República – marco divisório entre a psiquiatria empírica do vice-reinado e a psiquiatria científica – a laicização do asilo (retirar o caráter religioso).
Virada do século XX –
―reforma‖ passou a se orientar pela crítica à insuficiência do asilo, produzindo, por exemplo, o modelo das colônias agrícolas.
No	Brasil,	os	movimentos	para	reformar	a	Psiquiatria	têm	ocorrido
desde	o	século	XIX.	Até	1903,	a	psiquiatria	tinha	como
maior representante	o	médico	Juliano	Moreira	(1872-1933),	grande
defensor das colônias agrícolas para alienados. A idéia de que o doente mental deveria ser tratado com auxílio do trabalho foi então disseminada em todo o país.
Ocorre adesão política de construção de colônias agrícolas (reproduzir a vida de uma comunidade rural) – vocação agrária da sociedade brasileira. Surgem os primeiros hospitais agrícolas que utilizavam a laborterapia como técnica terapêutica – sinônimo da garantia de
Utilizavam
disciplina	e	ordem,	de	forma	a	docilizar	os	incuráveis.
modernas técnicas da medicina mental‖ do período:
Hidroterapia - aplicação externa de água – quente ou fria, por meio de longos banhos, de imersão ou duchas;
Malarioterapia - Febre induzida pela inoculação do germe da malária – o plasmodium no organismo do doente, para tratar paresia neurosifilítica, e para que a febre e os tremores ―curassem‖ a doença mental descoberta em Viena por Julius Wagner-Jauregg, em 1917;
Insulinoterapia	–
aplicação	de
insulina, em doses crescentes, que provocava convulsões, coma e um sofrimento físico intenso, para tratar esquizofrenia, descoberta em Berlim por Manfred J. Sakel, em 1927.
Eletroconvulsoterapia – ECT – Em 1937, foi inventada a eletroconvulsoterapia (ECT), induzindo crises convulsivas a partir de descargas elétricas. Infelizmente, pela falta do uso de anestésicos e relaxantes musculares adequados, além do desconhecimento sobre os parâmetros relacionados à descarga elétrica, fizeram com que pacientes sofressem com fraturas, deslocamento de membros e efeitos colaterais cognitivos mais importantes.
O mecanismo de ação ainda não foi completamente esclarecido, mas afeta diversos compostos no sistema nervoso central, o que inclui neurotransmissores, hormônios, etc. Quando a técnica empregada consiste em estimulação bilateral, ocorre aumento na transmissão de ácido gama-aminobutírico (GABA).
Superlotação, deficiência de pessoal, maus tratos, condições de hotelaria tão más ou piores do que nos presídios - as colônias agrícolas haviam abandonado o trabalho no campo como atividade terapêutica, porque num país que se industrializava e se urbanizava rapidamente, a reeducação para o trabalho rural era um anacronismo
No Brasil, foi um consenso de elites.	A assistência psiquiátrica pública tinha como única função social à exclusão do louco.
No início do século XIX, chegavam o país as idéias de Esquirol, médico contemporâneo de Pinel, sobre a necessidade de um espaço especialmente concebido para isolar o louco. Era uma medicina normalizadora e moralizadora, como na época de Pinel. A atividade psiquiátrica nasce no Brasil com o surgimento das internações de doentes mentais – seqüestro dos doentes – isolamento formulado por Esquirol.
Ideologia da nascente instituição psiquiátrica brasileira:
Remover, excluir, abrigar, alimentar,
vestir, tratar.
Exclusão – tendência central da assistência psiquiátrica brasileira, desde seus	primórdios.	Um	lugar	de	exclusão,	segregação,	estigmatização, incapacidade,	incurabilidade,		periculosidade,	improdutividade,	alguém que não possui condições de viver socialmente, necessitando manter-se isolado, para proteção dos outros, e ser protegido de seu mal.
Em 1890 foram criadas as Colônias de Alienados, localizadas no Galeão: A de São Bento, no antigo Convento de São Bento, nas proximidades do Caricó e a Conde de Mesquita, na Ponta do Galeão.
Pelo projeto inicial estas Colônias abrigariam homens e mulheres, porém mais tarde passaram a abrigar apenas pacientes do sexo masculino.
Em 22 de fevereiro de 1890 chegaram os primeiros pacientes, oriundos dos postos policiais e transferidos para o Galeão em embarcações, que transportavam também alimentos, visitantes , o pessoal administrativo e os Alienistas. Foram transferidos também os indigentes internados no Hospício Nacional de Alienados que funcionava no prédio da atual Reitoria da UFRJ, na Avenida Pasteur.
As Colônias tinham como finalidade tentar resolver os problemas causados pela superlotação do Hospício, além de oferecer uma forma de tratamento voltada para atividades ocupacionais. Na foto, o Pier de desembarque da Colônia São Bento.
Em 1924 criação da Colônia do Engenho Novo, atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira em Jacarepeguá
Todos locais à época de difícil acesso e com a perspectiva do isolamento social e do tratamento moral como estratégias de “cuidado”.
- Em 1911 criação da Colônia do Engenho de Dentro, atual Instituto Municipal Nise da Silveira no Engenho de Dentro.
No Brasil, o funcionamento asilar precede o início deuma atividade psiquiátrica formal. A loucura é apropriada pelo saber médico, torna-se então alienação mental. Surge a necessidade de uma atuação terapêutica, reconhecendo-se nos loucos a existência de uma doença, com uma localização no corpo, exigindo desta forma um tratamento, uma estrutura de cuidados médicos.
Apenas em 1881 vão ser criadas as cadeiras de clínica das moléstias mentais das escolas médicas do Rio de Janeiro e Bahia.
Nos anos de 1930, no período do Estado Novo, os grandes hospícios construídos foram reformados e ampliados, tornando-se o centro de toda a política de saúde mental. Até a década de 1950, foi visível a estatização dos grandes hospitais, seguindo uma política de estadualização.
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - UNIRIO
Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (1890)
Foi a primeira escola criada no Brasil, no Hospital Nacional de Alienados e seus objetivos eram formar enfermeiros e enfermeiras psiquiátricos para trabalhar nos hospícios. Foi nele que surgiu a Enfermagem Psiquiátrica brasileira. O Governo Provisório da República manda buscar, na França, enfermeiras leigas. Elas deveriam organizar uma escola para enfermeiros no Hospício Nacional dos Alienados. Foi a primeira tentativa de sistematização de ensino de enfermagem no Brasil, pautada no modelo da Escola Francesa (não no Sistema Nightingale).
A necessidade de um profissional de enfermagem no hospício no Rio de Janeiro, nasce da disputa entre o Poder Clerical (visão assistencial caritativa) e um saber mais poderoso revelado pela categoria médica psiquiátrica e amparado pelo Poder do Estado Republicano.
Era atribuído a Enfermagem não só a realização dos cuidados diretos aos doentes mentais, mas, sobretudo, a responsabilidade pela manutenção da ordem no interior do espaço asilar, mediante aplicação dos procedimentos disciplinares que possibilitavam sujeitar os internados às normas institucionais.
Cabia a enfermagem vigiar e disciplinar esse doente que perdeu a
razão.
Esta escola contava com um grupo ministrado pelos médicos do hospício, durava dois anos e no final recebia um diploma do Diretor Geral de Assistência Médico-legal de alienados e até 1942 era dirigida por médicos.
Nesse processo de treinamento, baseado na transmissão oral do saber, a ênfase era dada no atendimento das necessidades de higiene, alimentação, técnicas de administração de medicamentos e aplicação das terapias de choque, e as formas de se defender das possíveis
manifestações agressivas dos pacientes.
No começo do século XX, já na República, no Rio de Janeiro com o desenvolvimento do comércio importador/exportador, através do porto, da atividade comercial e bancária – ocorre um aumento da população urbana com deteriorização das condições de higiene e saneamento, proliferação de cortiços e favelas, focos e reservatórios de vetores de doenças infecciosas (febre amarela). É nesse quadro que emerge o ensino sistematizado da Enfermagem, tendo, o propósito de formar profissionais que contribuíssem no sentido de garantir o saneamento dos portos, principalmente o do Rio de Janeiro.
A Enfermagem é iniciada fora dos hospitais, na área de saúde pública, no ano de 1923.
Em	1949,	a	Lei	775	determina	a	obrigatoriedade	da	disciplina
“Enfermagem Psiquiátrica” nos cursos de graduação.
No	período	de	1930	a	1964	a	ênfase	é	dada	aos	aspectos	clínicos	da doença mental e às terapêuticas biológicas – ―cura‖ da doença mental.
Na metade da década de 50 , parecem alguns reflexos da psicanálise (Freud), com referências aos aspectos psicológicos do comportamento humano. Há o lançamento dos psicotrópicos. (Clorpromazina)
A partir do final da década de 60, é enfatizado a terapia de família e a assistência de enfermagem no “relacionamento terapêutico”.
A partir de 1975 sugere-se a integração da saúde mental com as outras disciplinas, propondo intervenções sobre a comunidade, com finalidades preventivas.
No período posterior a II Guerra Mundial surgiram as comunidades terapêuticas, que acreditavam na importância do relacionamento entre os membros da equipe terapêutica e os pacientes, sendo estes últimos
estimulados	a
papel
dinâmico
e	responsável,	no	seu
assumir	um
tratamento	–	surgem
propostas	que	apontam	um	processo	de
desinstitucionalização.
Diante desse contexto, o papel da Enfermagem muda significativamente, aproximando-se do paciente, do médico e dos demais profissionais que compõe a equipe de saúde.
Torna-se importante ouvir o que o paciente tem a nos dizer, pois poderão expressar seus conflitos conscientes e inconscientes – estabelecer o relacionamento terapêutico.
Saúde Mental: Cuidar sim, excluir não
Atividade	verificadora	de	aprendizagem:	A
partir	do	conteúdo	trabalhado	em	aula, respondam às seguintes perguntas:
Quais	as	principais	diferenças	entre	a	concepção	de loucura na Idade Antiga e na Idade
Média?
Qual a importância de Franco Basaglia para a Reforma Psiquiátrica no Brasil?
Quais	tratamentos	eram	realizados	nas	Colônias
Agrícolas no Brasil?
Questão 1) Por muitos anos, as pessoas consideradas loucas ou desviantes, eram jogadas em depósitos, permanecendo acorrentadas e usando mordaças, tendo suas questões atribuídas à possessão demoníaca. No século XVIII, um importante médico francês entende que a loucura deveria ser estudada e vista como um adoecimento e não como algo sobrenatural. Qual nome desse médico, considerado o "pai da Psiquiatria―.
Franco Basaglia;
Juliano Moreira;
Jacques Lacan;
Sigmund Freud;
Philippe Pinel
Questão 2) A primeira medicação psicotrópica surgiu em 1952, até então, diversas tentativas de tratamento eram feitas, como insulinoterapia, malarioterapia, hidroterapia.
Qual nome do primeiro psicotrópico descoberto?
Haloperidol;
Levomepromazina;
Clorpromazina;
Risperidona;
Olanzapina

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