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Aula 2 - ECA

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AULA 2 
POLÍTICAS DE PROTEÇÃO À 
INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA E 
JUVENTUDE 
Prof.ª Neiva Silvana Hack
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Caros alunos, vamos dar início a mais uma temática dentro de nossa disciplina de 
“Políticas de Proteção à Infância, Adolescência e Juventude”. Nesta etapa vamos 
tratar do Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA. Trata-se de uma das mais 
importantes legislações no campo da proteção integral às crianças e 
adolescentes. Nosso objetivo será ampliar nosso conhecimento sobre os 
principais aspectos que fundamentam esta legislação, bem como reconhecer 
quais os principais direitos da infância e adolescência que ela assegura. 
Para isso, vamos abordar as principais características do ECA e seus princípios. 
Veremos também os cinco direitos fundamentais previstos neste Estatuto e ainda 
abordaremos aspectos relacionados aos Conselhos Tutelares e Conselhos de 
Direitos da Criança e do Adolescente e às medidas socioeducativas estabelecidas 
para aplicação em casos de adolescentes que estejam em situação de conflito 
com a Lei. 
O ECA nos permite acesso a um amplo e rico universo de conteúdos na temática 
da defesa de direitos da criança e do adolescente e na perspectiva da promoção 
de políticas públicas para sua efetividade. 
Tenham todos um excelente aproveitamento! 
(vídeo disponível no material on-line) 
 PROBLEMATIZAÇÃO 
A equipe técnica de uma escola de ensino fundamental realizou uma reunião com 
os familiares dos alunos dos primeiros anos. Nesta reunião, a Assistente Social 
que compõe a equipe propôs uma fala sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
No início, solicitou que os presentes apontassem suas principais dúvidas. Em 
resumo, os questionamentos resumiram-se em três pontos: 
1. O ECA não deveria tirar dos pais o direito de educar. 
2. Por que o ECA protege adolescentes criminosos? 
3. Qual o suporte que o governo dá para o ECA sair do papel? 
 
 
3 
Diante dessas questões, qual a forma mais adequada de esclarecer as dúvidas, 
ao longo da fala da Assistente Social, para cada um dos três pontos? 
Não precisa responder agora! Vamos voltar ao conteúdo teórico do nosso 
tema e, ao final, retomaremos a nossa história e apresentaremos as 
possibilidades de solução para o problema. 
APRESENTAÇÃO DO ECA 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi aprovado pela Lei Federal 
8.069, de 13 de julho de 1990. Esse documento representa um dos maiores (se 
não o maior) avanços na legislação de proteção às crianças e adolescentes no 
Brasil. O ECA é reconhecido internacionalmente como uma das mais bem 
elaboradas e avançadas leis na área (PARANÁ, 2013; DIGIÁCOMO; 
DIGIÁCOMO, 2013). 
Algumas características fundamentais fazem do ECA esta legislação de tão 
grande importância, dentre as quais podemos elencar as seguintes: 
 Universalidade: suas prerrogativas compreendem todas as crianças e 
adolescentes do Brasil. Segundo o ECA, são crianças aquelas de 0 a 11 
anos e adolescentes entre 12 e 18 anos incompletos. 
 Princípios: supera as antigas legislações de cunho controlador e pauta-se 
nos princípios da Proteção Integral, da Prioridade Absoluta e do Melhor 
Interesse da Criança. 
 Direitos fundamentais: estabelece cinco direitos fundamentais, de direitos 
da criança e do adolescente e de dever do Estado em colaboração com as 
famílias e toda a sociedade. 
 Reconhecimento da criança e do adolescente como pessoas em 
desenvolvimento: reconhece, assim como nas normas internacionais, não 
somente a igualdade entre crianças, adolescentes e adultos, no que se 
refere aos direitos, mas também a condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento até os 18 anos. Dessa forma, crianças e adolescentes 
devem receber atenção diferenciada e todos os investimentos necessários 
para crescerem e se desenvolverem com saúde e qualidade de vida. 
 Enfrentamento às violências contra crianças e adolescentes: o ECA 
chama a atenção para as diferentes práticas de violência contra crianças e 
 
 
4 
adolescentes na cultura brasileira, tais como a negligência, as violências 
físicas e psicológicas, o abuso e a exploração sexual, a exploração do 
trabalho infantil, entre outros. E não apenas destaca sua ilegalidade como 
aponta as penalidades aplicáveis aos agressores. 
 Estabelecimento de medidas protetivas: estão dispostas no ECA, as 
medidas adequadas a cada situação em que se identifique o risco pessoal 
e social de crianças e adolescentes ou situações de violação de direitos. 
Importante diferenciar que a adoção de medidas protetivas tem como 
pressuposto promover a proteção integral, e não culpabilizar ou mesmo 
revitimizar crianças que já tiveram negados e violados seus direitos 
fundamentais. 
 
Assista ao vídeo a seguir, que tratará da importância do ECA, bem como abordará 
as concepções populares que atribuem equivocadamente a esta Lei um papel de 
desmonte da autoridade familiar e educacional. 
(Vídeo disponível no material on-line) 
Evidentemente, a leitura fundamental neste tema é do próprio Estatuto da Criança 
e do Adolescente, na íntegra. Segue o link. Boa leitura! 
<www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/acessibilidade/legislacao-
pdf/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente> 
PRINCÍPIOS DO ECA 
Pelo valor que representa enquanto legislação, o ECA é alvo de estudos 
frequentes do campo jurídico. Tais estudos diferenciam-se na caracterização e 
classificação dos principais princípios que sustentam esta Lei. Destacamos para 
esta unidade três princípios que estão presentes de forma quase unânime nos 
estudos sobre o tema: a proteção integral; a prioridade absoluta e o melhor 
interesse da criança. 
 Proteção integral: quando tratamos, anteriormente, da Doutrina da 
Proteção Integral, nos aproximamos deste princípio. A proteção integral à 
criança e ao adolescente compreende um conjunto de ações interligadas, 
de diferentes setores, tais como a saúde, a educação, a habitação, a 
segurança pública, a assistência social, entre outros, com um foco único no 
 
 
5 
desenvolvimento saudável, digno e com qualidade de vida de crianças e 
adolescentes. É voltado para todas as crianças e adolescentes e para as 
crianças e adolescentes como um todo! São responsáveis pela efetivação 
da proteção integral o Estado, as famílias e a sociedade. 
 Prioridade absoluta: este princípio prevê que todos os atendimentos ao 
público, principalmente aqueles realizados pelo poder público, deem 
atenção prioritária e preferencial às crianças e adolescentes. Isso 
materializa-se em atendimentos com menor ou nenhum tempo de espera, 
com destaque para os casos de emergência. A prioridade absoluta cabe 
também nas ações que referem-se ao planejamento de políticas públicas e 
na tomada de decisões sobre o orçamento, sendo que em ambos deve-se 
ter um olhar prioritário à infância e adolescência. 
 Melhor interesse da criança/adolescente: esta premissa deve ser 
considerada sempre que as autoridades sobre a criança tenham que tomar 
decisões graves sobre seu futuro, tais como situações de acolhimento, 
destituição do poder familiar, encaminhamento para família substituta, 
determinação de medida protetiva ou socioeducativa, dentre outras. 
Nesses casos, não deve ser tomada a decisão mais simples, de mais fácil 
encaminhamento pelo estado ou mais confortável para terceiros. Deve-se, 
sempre, decidir pelo melhor interesse da criança ou do adolescente. 
Destaque-se que, respeitadas as condições de expressão de sua opinião 
e de participação segundo a sua idade e maturidade, nem sempre a 
decisão pelo melhor interesse da criança/adolescente corresponde à sua 
própria vontade. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
O ECA estabelece cinco direitos fundamentais para as crianças e adolescentes: 
1. Direito à Vida e à Saúde. 
2. Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade. 
3. Direito à Convivência Familiar e Comunitária. 
4. Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer.5. Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho. 
 
 
6 
Veremos a seguir, detalhadamente, cada um desses direitos. 
DIREITO À VIDA E À SAÚDE 
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, 
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o 
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições 
dignas de existência. 
 
O direito à vida e à saúde compreende a atenção integral em saúde à criança, 
desde o acompanhamento pré-natal, ao longo de todo seu crescimento, durante 
a adolescência, até chegar à idade adulta. Fazem parte dessa atenção medidas 
como o acompanhamento das gestantes; incentivo ao aleitamento materno; 
acompanhamento do crescimento, especialmente no primeiro ano de vida; 
vacinação; atendimento odontológico; ações de educação em saúde e 
atendimentos específicos relacionados à adolescência, tais como a prevenção de 
Doenças Sexualmente Transmissíveis e da gravidez indesejada. 
A cobertura em saúde deverá ser prestada de forma gratuita pelo Estado, sendo 
que no Brasil sua operacionalização se dá por meio do Sistema Único de Saúde, 
o SUS. 
O SUS deve ofertar, com prioridade absoluta, atendimentos no campo da 
prevenção, promoção e recuperação em saúde para crianças e adolescentes, 
compreendendo assistência médica, diagnóstica e de medicamentos, sempre que 
necessário. 
Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à 
dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e 
como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na 
Constituição e nas leis. 
 
Ao tratar do direito à liberdade, o ECA pretende assegurar às crianças e 
adolescentes as oportunidades de ir e vir; de manifestar sua opinião; de vivenciar 
crenças e práticas religiosas; de participar da vida social, sem discriminação; de 
buscar auxílio e orientação. E ainda, um dos direitos bastante específico: o direito 
de brincar! 
 
 
7 
O brincar não deve ser uma prática privilegiada, mas é entendido como 
direito e ainda compreendido como essencial ao desenvolvimento da 
criança. 
Quando o ECA aborda os direitos ao respeito e à liberdade, defende que nenhuma 
criança deve ser exposta a situações humilhantes, vexatórias ou afins, bem como 
deve ter preservada sua integridade física, psíquica e moral. Neste ponto fica 
estabelecido o posicionamento legal contrário a todo e qualquer tipo de violência 
contra crianças e adolescentes. 
Destaque-se ainda que, no seu artigo 18-A, o ECA dispõe que crianças e 
adolescentes têm o direito de serem cuidadas e educadas sem o uso de violência. 
Embora muitas vezes a violência seja culturalmente aceita como estratégia de 
disciplina, imposição de limites e de educação, tais afirmativas são contestadas 
pela Lei. 
Importante: O ECA não impede que pais eduquem seus filhos. Pelo contrário, 
exige isso. O que fica impedido é o uso da violência como estratégia de educação! 
Para aprofundar essa discussão, assista ao vídeo da professora, que trata do 
enfrentamento às violências contra crianças e adolescentes. Confira! 
(Vídeo disponível no material on-line) 
Também pode contribuir com seus estudos a leitura do material disponibilizado 
pelo Ministério da Saúde, chamado “Linha de Cuidado para a Atenção Integral à 
Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violência”, que 
você pode acessar através do link a seguir. 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_criancas_familias_vio
lencias.pdf> 
Dentre as violências comumente praticadas contra crianças e adolescentes no 
Brasil, infelizmente constam ainda muitos casos de abuso e exploração sexual. 
Diante disso, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente 
(CONANDA) propôs o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra 
Crianças e Adolescentes. Para conhecer melhor essa proposta, acesse o 
documento na íntegra no link a seguir: 
 
 
8 
<www.sdh.gov.br/assuntos/bibliotecavirtual/criancas-e-adolescentes/pub 
licacoes-2013/pdfs/plano-nacional-de-enfrentamento-da-violencia-sexual-contra 
-crianca-e-adolescentes> 
Desde o ano 2000, adotou-se o dia 18 de maio como o “Dia Nacional de Combate 
ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes”. A data foi 
escolhida para memorar o caso da menina Araceli, de 8 anos, que no dia 18 de 
maio de 1973 foi sequestrada, violentada e assassinada. Contudo, embora 
conhecidos seus agressores, não houve responsabilização, sustentando-se mais 
um caso de impunidade. 
Saiba mais sobre as Campanhas do dia 18 de Maio nos links a seguir. 
<www.acolhida.org.br/18-de-maio-dia-nacional-de-combate-a-exploracao 
-sexual-de-criancas/> 
<http://facabonitocampanha.blogspot.com.br/p/o-slogan-faca-bonito-pro 
teja-nossas.html> 
Dica: Não é correto, de acordo com os pressupostos do ECA, utilizar a expressão 
“prostituição infantil”. Deve-se adotar a terminologia “exploração sexual contra 
crianças e adolescentes”. 
Direito à Convivência Familiar e Comunitária 
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado 
no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, 
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da 
presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. 
 
Embora pareça um direito bastante natural, o direito à convivência familiar e 
comunitária compreende uma das premissas mais transformadoras na condução 
de políticas públicas voltadas a crianças e adolescentes no Brasil. 
Conforme vimos quando abordamos o Código de Menores, quando esta era a 
legislação vigente, a prática mais comum frente às crianças e adolescentes “em 
situação irregular” era o abrigamento. Dessa forma, ficou estabelecida uma prática 
em que uma medida que deveria caracterizar proteção à infância e adolescência 
acabava implicando em um conjunto de outras violações, tais como a segregação 
social, a privação do convívio com a família, a inibição do direito de ir e vir, a 
supressão das individualidades, entre outras. 
 
 
9 
Ao prever a defesa do direito à convivência familiar e comunitária, são 
reestruturadas as medidas de proteção e o acolhimento passa a ser entendido 
como uma alternativa breve e excepcional. A opção pelo acolhimento deve ser 
feita quando esgotadas todas as demais possibilidades de proteção da criança, 
mantendo-a em seu seio familiar e em suas relações de convívio na vizinhança. 
E quando esta for considerada a melhor medida, deve ser caracterizada por sua 
brevidade e intenso esforço para o retorno familiar em menor tempo, sempre que 
possível. Para sustentar essa nova concepção, faz-se necessário investimento 
em diversos serviços de proteção no próprio território, tais como Centros de 
Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializados 
de Assistência Social (CREAS), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Conselhos 
Tutelares (CT), entre outros. 
Mais elementos para essa discussão com relação a medidas protetivas e o direito 
à convivência familiar e comunitária podem ser obtidos ao assistir ao vídeo a 
seguir. Confira! 
(Vídeo disponível no material on-line) 
Para aprofundar o conhecimento no assunto, recomendamos ainda a leitura dos 
seguintes materiais: 
Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária: 
<www.sdh.gov.br/assuntos/criancas-e-adolescentes/pdf/plano-nacional-de-
convivencia-familiar-e.pdf/view> 
Orientações técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes: 
<http://www.mp.rn.gov.br/portal/files/Reordenamento_implantacao_servicos_acol
himento_criancas_adolescentes.pdf> 
Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer 
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao 
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da 
cidadania e qualificação para o trabalho [...] 
Art. 59. Os municípios, com apoio dosestados e da União, estimularão e 
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações 
culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude. 
 
 
 
10 
A matrícula e frequência na escola é obrigatória dos 4 aos 17 anos, segundo a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que regulamenta a educação no Brasil. 
Segundo o ECA, é direito de todas as crianças, sem exceção, o acesso à 
educação, bem como é dever dos pais providenciarem suas matrículas e zelarem 
por sua frequência e, ainda, dever do Estado oportunizar o acesso a escolas 
públicas, gratuitas, próximas de sua residência, bem como condições para sua 
permanência na escola. 
O direito à educação compreende o ensino fundamental (obrigatório), o ensino 
médio, a educação infantil, bem como o atendimento educacional especializado 
às crianças com deficiência. 
As metodologias e estruturas curriculares devem obedecer a diretrizes nacionais, 
mas considerar a valorização de aspectos regionais dos locais onde vivem as 
crianças e adolescentes. 
Cabe ainda a união de esforços dos diferentes entes federados na oportunização 
de ações no campo da cultura, do esporte e do lazer. Lembrando sempre que 
todas as crianças têm direitos iguais e devem ter tais acessos assegurados por 
políticas públicas, bem como deve-se promover uma superação da cultura de que 
crianças e adolescentes pobres devem trabalhar, enquanto o acesso à cultura, ao 
esporte e ao lazer são elementos supérfluos limitados. 
Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho 
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo 
na condição de aprendiz. 
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação 
especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. 
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada 
segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor. 
Da mesma forma que o ECA se opõe ao trabalho infantil, imprime o direito ao 
preparo dos adolescentes para adentrar ao mundo do trabalho, por meio da 
profissionalização adequada, bem como prevê a participação destes como 
trabalhadores na condição de aprendizes, a partir dos 14 anos. A aprendizagem 
 
 
11 
segue legislações específicas dos campos da Educação e do Trabalho, sempre 
respeitando as prerrogativas do ECA. 
Como forma de intervenção frente aos casos de trabalho infantil existentes no 
Brasil, foi consolidado o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). 
E, além das ações contínuas realizadas na área, no dia 12 de junho o Brasil se 
une na Campanha do Dia Mundial e Nacional contra o Trabalho Infantil. Saiba 
mais informações nos links a seguir: 
<www.fnpeti.org.br/12dejunho> 
<http://www.turminha.mpf.mp.br/direitos-das-criancas/trabalho-infantil/12-de-
maio-dia-mundial-contra-o-trabalho-infantil> 
CONSELHO TUTELAR E CONSELHO DE DIREITOS DA CRIANÇA 
E DO ADOLESCENTE 
O ECA trata de dois diferentes tipos de conselhos que devem atuar na proteção 
integral de crianças e adolescentes: os conselhos tutelares e os conselhos de 
direitos das crianças e dos adolescentes. 
Os conselhos tutelares são de âmbito municipal e tem como pressuposto a 
defesa da implementação e respeito às previsões legais do ECA. Os conselheiros 
tutelares são eleitos pela comunidade e têm a função de esclarecer sobre os 
direitos; orientar crianças, adolescentes, familiares e profissionais sobre o ECA; 
atuar diretamente junto a crianças e adolescentes que tenham seus direitos 
violados, agindo sempre em consonância com a rede de proteção do município e 
com as instâncias judiciais competentes na área da infância e adolescência. 
Os conselhos de defesa de direitos são compostos por representantes 
governamentais e da sociedade civil, vinculados a ações voltadas à proteção 
integral das crianças e adolescentes. Existem conselhos de direitos nas três 
esferas de gestão, ou seja, de abrangência municipal, estadual e nacional. O 
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente é conhecido também 
como CONANDA e possui sede em Brasília. Os conselhos de direitos deliberam 
sobre políticas públicas de atenção à criança e ao adolescente em sua 
abrangência. Também são os responsáveis pela gestão dos Fundos Municipais, 
Estaduais e Nacionais para a Infância e Adolescência (FIAs). 
 
 
12 
Ambos devem possuir suficiente articulação para tornar efetiva a garantia 
de direitos de crianças e adolescentes. 
ATOS INFRACIONAIS E MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 
Outro aspecto de decisiva importância para compreensão do ECA diz respeito às 
novas normativas a respeito do cometimento de atos infracionais por 
adolescentes. 
Quando se trata de adolescente, as práticas em conflito com a Lei não são 
caracterizadas como crimes, mas como atos infracionais. Os adolescentes que as 
tenham cometido passam por julgamento em instância específica e, caso 
confirmado o envolvimento e responsabilidade pelo ato, cumprem medidas 
socioeducativas definidas pelo juiz, que podem ser em meio aberto ou fechado. 
 As medidas em meio aberto são a Advertência, a Obrigação de Reparar 
o Dano, a Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e a Liberdade 
Assistida (LA), que são acompanhadas por profissionais especializados, no 
CREAS. 
 As medidas de privação de liberdade podem ser de Semiliberdade, com 
permissão para sair para estudar e trabalhar, e Internação. 
 
O diferencial entre uma medida socioeducativa e a prisão atribuída ao adulto 
encontra-se no compromisso que deve ser estabelecido ao longo do cumprimento 
de qualquer uma das medidas, de promoção da reinserção dos adolescentes na 
sociedade, tendo como fundamento o reconhecimento do adolescente como em 
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Portanto, o aspecto dito 
sancionatório, em que o adolescente precisa responsabilizar-se pelo ato 
praticado, é somado a um aspecto socioeducativo, que pretende reaver perdas 
sucessivas de direitos ao longo de sua história de vida e prepará-lo para assumir 
novos projetos de futuro, evitando a reincidência em práticas contrárias à Lei. 
Partindo-se do pressuposto de que o adolescente ainda está em desenvolvimento, 
acredita-se que são grandes as possibilidades de influenciar mudanças, a partir 
da oferta de novas possibilidades de escolha. 
Atenção: segundo o ECA, não se usa mais o termo “menor infrator”, sendo 
adotado a terminologia “adolescente em conflito com a Lei”. 
 
 
13 
 
Para operacionalizar de forma efetiva os pressupostos do ECA a respeito das 
medidas socioeducativas, foi estabelecido o Sistema Nacional de Atendimento 
Socioeducativo (SINASE), cuja lei de instituição é a de nº 12.594, aprovada em 
18 de janeiro de 2012. Faça a leitura do texto desta lei acessando o link a seguir. 
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12594.htm> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
REVENDO A PROBLEMATIZAÇÃO 
Agora que conhecemos mais profundamente o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, vamos retomar o problema apresentado no início de nossos 
estudos. Diante das questões colocadas pelo grupo de familiares, durante a 
reunião na escola, qual a forma mais adequada de esclarecer as dúvidas, ao longo 
da fala da Assistente Social, para cada um dos três pontos? 
a. Esclarecer que: 1) todas as crianças e adolescentes têm o direito de serem 
educados sem o uso da violência; 2) todas as crianças e adolescentes 
estão em fase de desenvolvimento, mesmo aquelas que cometeram atos 
infracionais e que a estas se aplicam medidas socioeducativas; 3) o Estado 
deve assegurar os direitos por meio do Sistema de Garantia de Direitos 
(SGD), com o investimento e a articulação de diferentes políticas públicas 
de promoção e proteção da infância e adolescência. 
b. Reforçar que: 1) os pais têm o direito de educar seus filhos como quiserem, 
porque isso também é seu dever; 2) o ECA nãoprotege adolescentes 
criminosos, mas protege as crianças e adolescentes que cumprem seus 
deveres e aplica punições aos adolescentes infratores; 3) cada governo 
decide quais projetos para as crianças e adolescentes que pretende 
oferecer, sendo que alguns governos dão mais prioridade à criança e ao 
adolescente, e outros nem tanto. 
c. Esclarecer que: 1) segundo o ECA a prioridade é a criança e o adolescente 
e que a educação é de responsabilidade das escolas; 2) o ECA ainda 
precisa rever com mais rigor a forma de tratar os adolescentes em conflito 
com a lei, pois não precisam de proteção, mas de punição; 3) o governo 
deve oferecer ações nas escolas, que são os principais lugares onde as 
crianças e adolescentes desenvolvem-se. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
SÍNTESE 
Estamos finalizando mais um tema! Neste percurso, pudemos aprofundar nossos 
conhecimentos sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Conhecemos 
melhor pontos de destaque desta Lei, essenciais à prática cotidiana do Serviço 
Social na atuação com crianças e adolescentes. Dentro deste tema, foram 
trabalhados os seguintes subtemas: princípios do ECA; os cinco direitos 
fundamentais; os conselhos Tutelares e os Conselhos de Defesa de Direitos da 
Criança e do Adolescente; medidas socioeducativas. 
Ao longo do desenvolvimento do conteúdo e provocados pela problematização, 
pudemos refletir e tratar dos mitos que envolvem o conhecimento do ECA e 
mesmo atrapalham a sua apropriação e defesa pela sociedade. 
Chegamos ao final de mais esta etapa com um bom acúmulo de conhecimentos 
e a clareza de que é fundamental aprofundar, cada dia mais, a nossa 
compreensão sobre o ECA, de forma a qualificar nossas ações enquanto 
Assistentes Sociais. 
Até a próxima aula! 
(Vídeo disponível no material on-line) 
 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal, 1988. 
______. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069, de 13 de 
julho de 1990. Ministério da Justiça, Brasília, DF. 1990. 
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Lei 9.394, de 
20 de dezembro de 1996. Brasília: Casa Civil, 1996. 
COSTA, A. C. G. da. O novo direito da criança e do adolescente no Brasil: o 
conteúdo e o processo das mudanças no panorama legal. In: Municipalização: 
possibilidade ou realidade. Cadernos CBIA, Rio de Janeiro, n. 2, jan./fev. 1992, 
p. 12. 
DIGIÁCOMO, M. J.; DIGIÁCOMO, I. A. Estatuto da criança e do adolescente: 
anotado e interpretado. Curitiba: SEDS, 2013. 
MARTINS, J. S. (Org.). O massacre dos inocentes: a criança sem infância no 
Brasil. 2 ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1993. 
PARANÁ. Plano decenal dos direitos da criança e do adolescente do estado 
do Paraná: 2014-2023. Curitiba: SECS, 2013. 
PLANO Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e 
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Brasília, Distrito Federal: 
2006. 
VERONESE, J. R. P. Os direitos da criança e do adolescente. São Paulo: LTr, 
1999. p. 11. 
	Introdução
	Problematização
	Apresentação do ECA
	Princípios do ECA
	Direitos fundamentais da criança e do adolescente
	Direito à Vida e à Saúde
	Conselho Tutelar e Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente
	Atos infracionais e medidas socioeducativas
	Revendo a problematização
	Síntese
	Referências

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