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Perguntas e Respostas Frequentes 
Patentes 
 
 
 
Após a publicação do pedido, a contar da solicitação de análise da patente ao INPI, qual o prazo que 
o INPI tem para emitir a decisão (deferimento/indeferimento)? 
 
Não existe prazo estabelecido pela legislação para o INPI decidir. Entretanto, de acordo com o 
parágrafo único do Art 40 da LPI, o prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a Patente 
de Invenção e a 7 (sete) anos para a Patente de Modelo de Utilidade, a contar da data de concessão, 
ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por 
pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. Ou seja, um pedido que foi 
depositado em 1997, e que somente foi deferido pelo INPI em 2009, a patente terá validade até 
2019, ou seja, o titular terá 22 anos de proteção, não sendo prejudicado pelo atraso do INPI. 
 
 
"O EPO foi criado pela Convenção sobre Patentes Europeias, cujo Artigo 2(1) prevê que as patentes 
concedidas em virtude dessa convenção sejam denominadas patentes europeias. Nos termos do 
Artigo 2.2, “em cada um dos Estados contratantes para os quais é concedida, a patente europeia 
tem os mesmos efeitos e é submetida ao mesmo regime que uma patente nacional concedida nesse 
Estado, a menos que de outro modo previsto pela presente Convenção." Podemos, então, somente 
pagar as taxas do EPO e o produto patenteado ficar protegido em todos os países? Ou deve-se 
entrar com o pedido em cada escritório e pagar as taxas de todos os países (ex. Alemanha, França, 
Itália, Inglaterra...) onde se deseja a proteção? 
 
Não. Após a patente concedida, o titular deve entrar na fase regional em cada país, porém, no caso 
do EPO, este é somente um trâmite simples administrativo e as taxas são mais baratas. 
 
 
Sobre o desenvolvimento dos jogos eletrônicos (os videogames e os velhos fliperamas), creio que 
sejam produtos passíveis serem patenteados por se tratarem de software embarcado para 
entretenimento. Em relação aos jogos educativos não eletrônicos destinados a facilitar a 
compreensão sobre determinada matéria, como matemática, química, física ou biologia – como, por 
exemplo, um jogo de tabuleiro do tipo “Banco Imobiliário”, para ensinar sobre economia - seria 
possível o patenteamento? 
 
Segundo o Artigo 10 VII da Lei 9279/1996(LPI), regras de jogo não são consideradas Patentes de 
Invenção ou Modelo de Utilidade. O tabuleiro e as peças do jogo são passíveis de patenteamento, 
mas devem ter novidade e atividade inventiva. 
 
 
Depois de expirada a proteção, a patente passa a ser “segredo industrial” ou passa a ser de 
“domínio público”? 
 
A partir do momento em que o inventor deposita um pedido de patente, ele está divulgando a 
invenção, portanto não existe mais segredo industrial. Se o inventor quiser manter segredo sobre 
sua invenção ou modelo de utilidade, ele não deve depositar um pedido de patente. O segredo 
industrial é totalmente o oposto à ideia e ao objetivo de uma patente. O pedido de patente é 
publicado 18 meses após o seu depósito, e mesmo que o depositante desista do pedido de patente, 
o pedido é publicado. Após o término da vigência da patente, a tecnologia, até então protegida, 
entra em domínio publico, porém ela já foi divulgada muito tempo antes (20 anos menos 18 meses 
= 18 anos e 6 meses atrás). Portanto, não existe a possibilidade do conteúdo passar a ser segredo 
industrial, após a patente entrar em domínio publico. O sistema patentário se baseia na premissa da 
divulgação completa e suficiente da invenção para a sociedade e, como contrapartida, o governo 
concede ao inventor, após o exame de mérito, 20 anos de exclusividade. 
 
 
De acordo com a Instrução normativa, como o requerente deveria enviar um documento que 
necessitasse de correção na numeração das páginas? Quando são acrescentadas novas páginas ao 
documento, acrescenta-se letras após a numeração da página, como 3/3a, 3/3b, etc.? 
 
Excepcionalmente, nos caso onde uma modificação no relatório descritivo seja necessária e tal 
alteração implicar em substancial rearranjo das demais folhas que o compõem, poderão ser aceitas 
folhas de substituição com numeração híbrida, isto é, formada por algarismos arábicos e letras 
devidamente vinculadas com a folha precedente e com a posterior, devendo haver clara indicação 
da seqüência, em todas as folhas com numeração híbrida e na imediatamente anterior, por meio de 
uma nota no rodapé destas folhas, nos seguintes termos: (na folha 4) - "segue-se folha 4a", (na folha 
4a) - "segue-se folha 4b", (na folha 4b) - "segue-se folha 5". Porém, você também poderia 
renumerar todas as folhas e submetê-las ao INPI. 
 
 
Para eu desenvolver um alimento, devo partir de um patrimônio genético - animal, vegetal ou 
fungo, por exemplo. Logo, para eu requerer uma patente de um produto desses, devo apresentar 
autorização do CGEN, correto? E se eu quiser desenvolver um novo alimento, partindo, por 
exemplo, de uma carne, ou de um grão, que tenha sido obtido do comércio, mesmo assim será 
obrigatória a apresentação de autorização? 
 
O único órgão que poderá responder se é necessário pedir esta autorização, dos exemplos citados 
por você, é o CGEN. Não cabe ao INPI a interpretação de quais tecnologias necessitam de 
autorização do CGEN, cabe ao CGEN essa interpretação. Hoje, por orientação do MDIC, MRE e do 
CGEN, o INPI faz a exigência (código 6.6) da apresentação da autorização do CGEN para TODOS os 
pedidos da área de alimentos, cabendo ao depositante responder negativamente, se não tiver 
acessado recurso genético, ou positivamente, apresentando o número da autorização. Portanto, a 
única orientação que o INPI pode fornecer é: solicite ao CGEN a autorização, e caso o CGEN, única e 
exclusivamente, considere que não é necessário autorização, você apresentará essa resposta ao 
INPI, quando do depósito do pedido de patente. 
 
 
Nas ultimas RPI's, muitos pedidos de patentes têm sofrido exigência formal por falta de Acesso ao 
Patrimônio Genético. Provavelmente, para muitos desses pedidos, os pesquisadores ou inventores 
independentes não fizeram a regulamentação do acesso durante ou depois da pesquisa concluída, 
junto ao órgão competente, o CGEN. Este, sabemos que possui um backlog, assim como as patentes 
do INPI, e que um pedido urgente de aprovação ao acesso ao patrimônio genético não sairia a 
tempo dos 60 dias para entrada da justificativa ao parecer. Provavelmente, em muitas das patentes 
que sofreram tal exigência, não tiveram pedido de acesso ao Patrimônio Genético por tal legislação 
não ser clara em relação a quando se faz e em que casos se faz tal pedido. Minhas perguntas são: 
tais patentes que caíram nessa exigência estão perdidas? A apresentação do número provisório 
fornecido pelo CGEM para o acesso ao Patrimônio Genético é aceito como justificativa no INPI? 
 
A apresentação do número provisório é aceita pelo INPI, devendo o Depositante apresentar o 
número definitivo em aditamento, quando disponível. Os pedidos de patente que não acessaram o 
Patrimônio Genético deverão responder com a Petição Negativa. Os pedidos que acessaram, mas 
não têm ainda a autorização, deverão responder com a Petição Positiva, informando que a 
autorização está em trâmite no CGEN, devendo, em aditamento, apresentar a autorização assim que 
for obtida. Caso o pedido de patente tenha acessado o Patrimônio Genético e o depositante não 
tenha solicitado autorização ao CGEN, ele deverá solicitar essa autorização, mesmo que o pedido já 
tenha sido depositado, pois hoje o INPI está aceitando Autorizações que foram concedidas pelo 
CGEN após o depósito do pedido de patente. O que não deve ser feito: 1) Não responder a 
exigência de 6.6, pois acarretará no arquivamento do pedido de patente; 2) Responder 
negativamente a exigência 6.6 quando ocorreu acesso ao Patrimônio Genético. Se o depositante 
ainda não tem tal autorização do CGEN, ele deve responder positivamente ao 6.6, informando que a 
autorização está em análiseno CGEN, e em aditamento, apresentar a autorização quando for 
aprovada pelo CGEN. 
 
 
Em relação a Questão 1 das Questões Finais: “Os ferros elétricos utilizados para passar roupas não 
possuíam cabo anatômico, ranhura próximo à base para proteger os botões (poupa botões que 
impede a queima destes pelo calor da base do ferro) e termostato com regulagem, que permite 
adaptar a temperatura do ferro ao tecido a ser passado. Se você tivesse que indicar um tipo de 
proteção para estas modificações, quais seriam estas proteções, respectivamente, para o cabo, 
protetor de botões e termostato?”; seria a proteção do cabo anatômico uma proteção por Desenho 
Industrial ou por Patente de Modelo de Utilidade? 
 
Digamos que você faça uma proposta de mudança para os elementos citados. Se suas mudanças 
provocassem uma melhoria técnico-funcional neles você poderia protegê-las (as mudanças) por 
Patente de Modelo de Utilidade. Se a sua proposta se basear somente na forma ornamental desses 
elementos, você protegeria por Desenho Industrial. Se as mudanças gerarem um avanço 
tecnológico, você protegeria por Patente de Invenção. 
No caso, o cabo anatômico tem uma funcionalidade importante, ele facilita segurar e usar o ferro; 
evita problemas com a formação de calos nos dedos, escorregar a mão, tendinites, especialmente, 
em pessoas que o utilizam por horas seguidas. Então, este cabo tem uma funcionalidade e deve ser 
protegido por Patente de Modelo de Utilidade. Mas, se você criar uma estética nova para ele, cores, 
linhas, desenhos, então você também poderia pedir proteção por DI para este novo desenho. 
 
 
Caso um inventor tenha depositado um pedido de patente via PCT/OMPI, após 12 meses do 
depósito do pedido internacional é possível que este inventor, ou outra pessoa, possa fazer um 
depósito do mesmo pedido no Brasil? 
 
Passados 12 meses, o pedido que foi depositado via PCT pode ser usado como estado da técnica 
para o outro pedido depositado no Brasil. Por outro lado, se o depósito no Brasil acontecer dentro 
dos 12 meses após o depósito via PCT, o depositante pode reivindicar a prioridade. 
Não esqueça que, com este depósito internacional, o inventor poderá entrar na fase nacional em 
todos os países signatários do PCT, inclusive o Brasil, em até 30 meses. 
 
 
Se você inventasse um produto ou um processo, você iria protegê-lo através da patente ou do 
segredo comercial? 
 
Isto depende muito de onde o inventor trabalha. Se ele trabalhasse na Coca-Cola, com certeza a 
empresa optaria por segredo comercial. Entretanto, se ele fosse inventor de uma indústria 
farmacêutica, com certeza o laboratório optaria por patente para ter direito ao monopólio. Para 
inventores isolados, acredito que seria mais prudente proteger através de patente. 
 
 
Um ponto que sempre me chamou a atenção acerca de patentes é a quebra de patenteamento em 
caso de determinados medicamentos. Parece-me que o Brasil possui uma política bem definida 
quanto à adoção desta prática, sendo um dos principais países no mundo na utilização do vulgo 
"genérico", entretanto isto gera uma crescente insegurança por parte dos laboratórios, que muitas 
vezes não investem da mesma forma nos mercados brasileiros, devido a esta política pública. Como 
isto ocorre? Há alguma legislação que defina quais são os parâmetros para a sua aplicabilidade? 
 
Não existe "quebra de patentes", o Brasil nunca quebrou a patente de ninguém, o termo é 
totalmente errado. O que existe é a Licença Compulsória de Patentes, que é prevista na LPI nos 
artigos 68 a 74. Ocorreu a Licença Compulsória por interesse público do Efavirenz que foi decretada 
pelo Governo Federal. Vide o DECRETO Nº 6.108, DE 4 DE MAIO DE 2007. A leitura do decreto é 
bastante auto-explicativa. Verifica-se claramente que as Patentes do Efavirenz ainda estão valendo, 
não foram extintas ou anuladas. A Licença Compulsória, como foi visto (páginas 36 e 37 do módulo 
7), é prevista na Lei de Patentes do Brasil, além de ser prevista no Trips. A Declaração de Doha 
reafirmou a licença compulsória de medicamentos para fins de saúde pública 
(http://www.wto.org/english/tratop_e/dda_e/dohaexplained_e.htm#top).. O Brasil utilizou 
somente uma vez, da forma correta, e, por isso, nunca foi retaliado na OMC. Não existe genérico 
derivado de licença compulsória. 
 
 
Estudando o Módulo de Patentes, foi informado no Áudio 5 que "se você tiver patentes em dez 
países, você terá que pagar taxas de manutenção em cada um desses dez países. Caso você não 
pague em um deles, sua patente se extingue perdendo a proteção naquele país". Levando-se em 
consideração o PCT para realizar um depósito de pedido de patente, e partindo da hipótese que um 
depósito de patente realizado no Brasil foi extinto por qualquer uma das hipóteses previstas (falta 
de pagamento das taxas de manutenção, expiração do prazo de vigência, pela renúncia do titular, 
pela caducidade e pela falta de um procurador no caso de pessoa domiciliada no exterior), gostaria 
de saber se os demais pedidos feitos no exterior, com base no PCT, também serão. 
 
 
Lembre-se de que tanto o CUP quanto TRIPS utilizam os princípios da independência das patentes e 
da territorialidade. Ou seja, cada país é livre para conceder ou não uma patente, de acordo com 
critérios gerais estabelecidos nos acordos e com critérios internos de cada país. 
O mesmo ocorre com a extinção de uma patente. O requerente pode deixar de pagar as anuidades 
em um país e ela ser extinta lá, e continuar pagando nos demais países de forma que sua validade se 
manterá neles durante a vigência estabelecida para ela. Também pode ocorrer um processo judicial 
de anulação da patente em um dos países e não nos outros, ou seja, o que vai ocorrer em cada país 
poderá ser diferente do que vai ocorrer nos outros e dependerá do requerente, dos concorrentes, 
dos infratores e da legislação interna de cada país. 
Cabe lembrar ainda que, na fase internacional do PCT um único depósito do pedido de patente é 
realizado. Depois que o pedido entra nas fases nacionais, eles seguem independentemente. Assim, o 
depositante, após a entrada na fase nacional, será obrigado a acompanhar os seus pedidos em cada 
país designado. Se ele desistir de algum país, os demais prosseguem em análise. 
 
 
A defesa pública de tese contendo parte da atividade inventiva relacionada ao possível objeto de 
patente é considerada divulgação que pode prejudicar a avaliação da novidade e atividade 
inventiva? 
 
http://www.wto.org/english/tratop_e/dda_e/dohaexplained_e.htm#top
A Lei 9279/96 prevê o prazo de até 12 meses após a publicação para o depósito do pedido de 
patente, sem prejuízo, chama-se período de graça. Isto é, se a defesa pública ocorrer até 12 meses 
antes do depósito do pedido de patente, esta defesa não poderá ser considerada na análise do 
pedido. Entretanto cabe lembrar que muitos países do exterior tem apenas 6 meses de período de 
graça ou nenhum prazo, portanto não é recomendável que se publique/divulgue a invenção antes 
de se fazer o depósito. 
A única forma de uma defesa de tese não ser pública é a sua realização ser fechada. Neste caso, 
todos os presentes devem assinar um termo de confidencialidade. Porém, obviamente, em algum 
momento ela será disponibilizada na biblioteca, aí ela passa a ser pública. Nunca se esqueça que 
divulgação pública também é divulgação oral. 
Complementando, o Tratado PCT não prevê o período de graça. Então, muitos depositantes têm 
suas divulgações citadas como impeditivas à avaliação de novidade e atividade inventiva, 
acreditando que estas divulgações fariam parte do período de graça. Se este pedido depositado via 
PCT entrar na fase nacional brasileira, ok, a nossa lei prevê o período de graça. No entanto, as outras 
fases nacionais podem não ter o mesmo tratamento, e ainda, terão conhecimento de documentos 
anteriores e impeditivos. O melhor é depositar primeiro e divulgar depois. 
 
 
Para que uma patente de um autor diferente conste como estado da técnica de uma patentedepositada, leva-se em consideração a data de depósito ou de publicação daquela? Por exemplo: 
realizei um depósito no dia 23.10.2012 e uma patente, sobre o mesmo assunto, foi depositada em 
abril de 2010 e publicada em janeiro de 2012,esta patente faz parte do estado da técnica? 
 
 
O estado da técnica para efeitos de avaliação de novidade e atividade inventiva de uma invenção é 
definido como tudo colocado à disposição do público em qualquer parte do mundo por meio da 
divulgação oral ou escrita (incluindo os desenhos e outras ilustrações) antes da data do depósito ou 
da prioridade, se houver. Para a determinação do estado da técnica, não devem existir quaisquer 
restrições quanto ao lugar geográfico, ou língua ou forma (incluindo a divulgação escrita publicada 
na Internet ou em base de dados on-line). Também não existem restrições quanto à idade do 
documento do estado da técnica, desde que o documento tenha sido colocado à disposição do 
público antes da data de depósito ou da prioridade, se houver. 
Sobre o seu exemplo, em outubro de 2012, quando você fez o depósito do seu pedido de patente, 
você já tinha o conhecimento do documento publicado em janeiro do mesmo ano. Portanto, este 
documento faz parte do estado da técnica para o seu pedido. 
Porém, complementando sua pergunta, se em outubro de 2012, quando você fez o depósito do seu 
pedido de patente, outro pedido houvesse sido depositado em abril do mesmo ano, então, este 
pedido não faria parte do estado da técnica, pois ele se encontraria em sigilo. Na lei brasileira, existe 
o Art.11, parágrafo 2o, que prevê que um documento divulgado entre as datas de depósito e da 
prioridade, pode ser considerado como anterioridade impeditiva apenas para avaliação da 
novidade, e não para a avaliação da atividade inventiva. 
 
Em 2007, uma pessoa desenvolveu um invento e fez o depósito do pedido no INPI dando início ao 
processo para obtenção da carta patente. Porém, após a publicação não apresentou a petição de 
pedido de exame ao INPI. No início de 2012, o pedido foi definitivamente arquivado. O citado 
invento vem sendo utilizado por companhias telefônicas a algum tempo. Apesar do inventor não ter 
a patente, pois o pedido dele foi arquivado, existe alguma forma dele obter o reconhecimento da 
invenção e a patente da mesma, impedindo as empresas de utilizarem ou de a utilizarem somente 
com a autorização do inventor? A invenção já estaria em domínio público pelo fato da publicação e 
arquivamento do processo no INPI? Há, porventura, alguma outra forma de proteção ao seu 
invento? 
 
Quando ocorre o arquivamento definitivo, a tecnologia entra em domínio público. Nada mais pode 
ser feito. Esse caso é muito comum, pois os inventores depositam seus pedidos de patente e 
esquecem deles. 
 
 
Não ficou claro para mim o que seria prioridade interna (art. 17 da LPI). 
 
A prioridade interna funciona assim: Um inventor depositou um pedido de patente no Brasil. Até 12 
meses ele pode reivindicar este pedido inicial como uma prioridade para o depósito de um segundo 
pedido de patente no Brasil. Então, o primeiro será a sua prioridade interna. Mas, é obrigatório que 
seja sobre a mesma matéria. De acordo com o módulo 7 do nosso curso, você poderá ler: “A 
prioridade interna (Art. 17 da LPI), assegura ao pedido de patente, depositado originalmente no 
Brasil, sem reivindicação de prioridade e não publicado, o direito de prioridade ao pedido posterior 
sobre mesma matéria, desde que, depositado no Brasil, não se estendendo à matéria nova 
introduzida. Só poderá ser requerida pelo mesmo depositante ou sucessores e terá prazo de 1 ano a 
partir da data de depósito, sendo o pedido anterior definitivamente arquivado.” O Art. 17 da LPI diz 
que “Art. 17 - O pedido de Patente de Invenção ou de Modelo de Utilidade depositado 
originalmente no Brasil, sem reivindicação de prioridade e não publicado, assegurará o direito de 
prioridade ao pedido posterior sobre a mesma matéria depositado no Brasil pelo mesmo requerente 
ou sucessores, dentro do prazo de 1 (um) ano”. 
 
 
No caso da prioridade, significa que se pode renovar o pedido de patente no prazo de 12 meses para 
a mesma invenção, prorrogando o prazo da publicação do seu conteúdo? Existe um limite de 
solicitações? 
 
Não existe renovação. O que existe é o uso de um pedido de patente anterior como prioridade de 
um depósito subsequente, dentro do período de 12 meses. Após 18 meses da data da prioridade, 
haverá a publicação do seu pedido, quando, então, ele se tornará público. Por exemplo: o inventor 
depositou no INPI um pedido em 01/01/2000. Passou o tempo, ele corrigiu alguns erros 
datilográficos no pedido, citou mais algum documento como estado da técnica, e resolveu depositar 
de novo no INPI. Como é a mesma matéria, sem acréscimo de matéria nova, ele pode depositar esse 
pedido até 01/01/2001 (12 meses depois) e reivindicar a prioridade do pedido depositado 
inicialmente. Em 01/07/2001 o pedido será publicado. 
 
 
Não sei se é do conhecimento de todos, mas há alguns anos atrás os alemães patentearam a nossa 
Rapadura. Isso gerou um desgaste muito grande a nível internacional. Depois de aproximadamente 
cinco anos lutando, o Brasil derrubou a patente. Similar a este caso, foi a tentativa dos chineses em 
patentear um chocolate extraído das sementes do cupuaçu. Por que a rapadura e o chocolate do 
cupuaçu podem ser patenteados? O que garantiria o direito de proteção desses produtos seria 
necessariamente uma patente? 
 
Os produtos, tais como encontrados na natureza, não podem ser patenteados no Brasil (artigo 10 
(VII) da Lei 9279/1996 - LPI), por exemplo, extratos de plantas. Porém, os produtos derivados dos 
produtos naturais, quando sofrem algum processo industrial, poderão ser patenteados. O cupulate 
(chocolate de cupuaçu) que é um produto produzido a partir do cupuaçu - pode sim ser patenteado, 
tanto é que a Embrapa o havia patenteado em 1990. Neste caso, citado por você, a empresa 
japonesa desejava patentear uma composição formada por cupulate + lecitina, e os pesquisadores 
da Embrapa afirmavam que esta composição é óbvia para um técnico no assunto e não apresenta 
nenhum efeito técnico novo, ou seja, não apresenta atividade inventiva (requisito de 
patenteabilidade). Em outras palavras, a modificação é muito simples, a composição formada é 
semelhante a anterior e não apresenta nenhum efeito surpreendente. RESUMINDO: O chocolate de 
cupuaçu poderia ser patenteado se fosse novo e inventivo. 2) Esse caso da rapadura que você 
enviou não tem relação com patentes, mas com o registro de marcas. A empresa alemã registrou a 
marca Rapadura e produtores brasileiros só poderiam exportar o doce típico com essa marca para 
os dois países, se pagassem direitos de comercialização à empresa. 
 
Gostaria de saber qual é o tratamento dado para o desenvolvimento de aplicações em 
nanotecnologia. É possível patentear produtos e processos baseados na manipulação de átomos e 
moléculas em escala nano? Trata-se de um setor prioritário em vários países desenvolvidos, com 
investimentos estimados em mais de US$ 1 trilhão nos próximos anos. 
 
Na lei brasileira (Lei 9.279/96 - LPI), os Artigos 10 e 18 tratam das matérias que estão excluídas ou 
são consideradas exceções a patenteabilidade. Entende-se que, como a nanotecnologia não está 
contida em nenhuma das exclusões/exceções, então, não há nenhum impedimento para depositar 
um pedido com este assunto. Entretanto, não se esqueça dos requisitos e condições de 
patenteabilidade. Você pode ler mais sobre as exclusões/exceções no módulo 7 a partir da página 
24. 
 
 
No que se refere a patente ter de ser concedida em cada país, não ficaria desprotegida sua 
utilização em outros países? 
 
Sim, se a proteção foi obtida em apenas um país, nos demais não haverá proteção. Este é o princípio 
da territorialidade da proteção patentária prevista na CUP de 1883. A proteção da invenção por 
patente está associada à intenção de exploração daquele invento no país.A não exploração da 
patente pode levar a sua extinção. Portanto, o inventor/depositante deve proteger sua invenção nos 
países onde há a pretensão de explorá-la. 
 
Gostaria de saber se a informação de que os EUA aderiram, após assinatura do presidente Obama, 
ao sistema de 'primeiro a depositar' procede. 
 
Sim, procede. Você encontra informações atualizadas sobre as mudanças nos EUA no link 
http://www.uspto.gov/aia_implementation/faqs_first_inventor.jsp A matéria do link informa que o 
sistema “primeiro a depositar” passou a vigorar em 16 de março de 2013 e que novas regras foram 
criadas para a implementação do sistema, como um ano de período de graça, etc. 
 
Como se deve proceder no caso de pedido de patente de interesse da defesa nacional (Art. 75 da Lei 
nº 9.279/96 e sua regulamentação pelo Decreto nº 2.553/98)? 
 
O módulo 7 fala sobre os pedidos de patente de interesse da defesa nacional. Na página 48, está 
escrito que um pedido de patente desta natureza não terá sua publicação notificada na RPI, pois 
será processado em sigilo. Quanto aos demais trâmites, seguem da mesma maneira como para 
todos os pedidos de patente. 
 
 
COMO SE DEVE PROCEDER NO CASO DE PEDIDO DE PATENTE DE INTERESSE DA DEFESA NACIONAL 
(ART 75 da Lei nº 9.279/96 e sua regulamentação pelo Decreto nº 2.553/98)? 
 
O capítulo 7 fala sobre os pedidos de patente de interesse da defesa nacional. Na página 48, está 
escrito que um pedido de patente desta natureza não terá sua publicação notificada na RPI, pois 
será processado em sigilo. Quanto aos demais trâmites, todos os pareceres e exigências emitidas 
http://www.uspto.gov/aia_implementation/faqs_first_inventor.jsp
pelo INPI serão comunicados diretamente ao Depositante ou ao seu Procurador habilitado, não 
ocorrendo nenhuma publicação na RPI. 
 
 
Como a regulação do acesso e da repartição de benefícios, juntamente com a promoção do uso 
Sustentável da biodiversidade, podem representar ações estratégicas para a conservação da 
biodiversidade? 
 
Um bom inicio para o entendimento do assunto é a leitura das discussões que ocorrem na WIPO no 
IGC. http://www.wipo.int/tk/en/igc/index.html. Adicionalmente, as normativas relacionadas com a 
matéria, no Brasil, são encontras no site do CGEN (http://www.mma.gov.br/patrimonio-
genetico/acesso-ao-patrimonio-genetico-e-aos-conhecimentos-tradicionais-associados) Porém, 
somente com a regulação não burocratizada do acesso aos recursos genéticos, poderão ser evitados 
abusos. 
 
O parágrafo único do art. 7 da LPI afirma que: "A retirada de depósito anterior sem produção de 
qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior." Quais são os efeitos aos 
quais esse parágrafo se refere? 
 
Suponho que os efeitos citados no texto legislativo em apreço refiram-se à repercussão da Invenção 
ou Modelo de Utilidade - objeto do depósito retirado - no estado da técnica. 
Conforme estudamos nesse módulo, "estado da técnica é tudo que foi revelado sobre determinada 
matéria ou assunto antes do depósito do pedido de patente em questão". Se o primeiro depósito da 
Invenção ou Modelo de Utilidade tiver seu mérito examinado, já terá produzido efeito em relação a 
todo depósito que lhe seja posterior, pois terá interferido no estado da técnica e, assim, arruinado a 
novidade da mesma Invenção ou Modelo de Utilidade. A retirada do depósito deve, então, preceder 
a produção de efeitos que repercutam no estado da técnica. Se for objeto de exame de mérito, 
tornar-se-á um documento pertencente ao estado da técnica para fins de análise da novidade e 
atividade inventiva do depósito imediatamente posterior, e também dos subsequentes. 
 
Na página 33 está escrito que a Convenção de Paris prevê o direito de prioridade, num período de 
12 meses, em qualquer um dos Estados signatários. Em seguida, está escrito que solicitações 
posteriores serão consideradas, para efeito de novidade, como se tivessem sido depositadas no 
mesmo dia da primeira solicitação. Essas novas solicitações são depositadas após esses 12 meses? 
Eu não entendi muito bem 
 
A CUP (1883) provê o ‘direito de prioridade’. Esse direito estabelece que, baseado numa primeira 
solicitação depositada em um dos Estados signatários, o solicitante pode, num período de 12 meses, 
solicitar a proteção em quaisquer um dos outros Estados signatários. 
As solicitações posteriores serão, então, consideradas, para efeito de novidade, como se tivessem 
sido depositadas no mesmo dia da primeira solicitação. Em outras palavras, estas solicitações 
posteriores terão prioridade sobre as solicitações que possam ter sido depositadas durante o 
mesmo período de tempo por outras pessoas, para a mesma invenção. 
Se uma requerente depositar um pedido de patente da invenção X no país W (signatário da CUP), 
ela terá até 12 meses para realizar um depósito da invenção X nos país U, V, P, M, etc (também 
signatários da CUP). Os depósitos posteriores utilizarão o pedido no país W como prioridade e a data 
de depósito no país W (anterior) valerão para todos os depósitos posteriores. 
 
 
 
 
http://www.wipo.int/tk/en/igc/index.html
http://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico/acesso-ao-patrimonio-genetico-e-aos-conhecimentos-tradicionais-associados
http://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico/acesso-ao-patrimonio-genetico-e-aos-conhecimentos-tradicionais-associados
Entre as situações que a lei brasileira também prevê (Art. 43 da LPI) que os direitos exclusivos do 
titular de uma patente poderão ser utilizados sem sua autorização está: "para o produto fabricado 
de acordo com patente de processo ou de produto que tiver sido colocado no mercado interno 
diretamente pelo titular da patente ou com seu consentimento;" Não entendi. Alguém poderia 
exemplificar? 
 
Considera-se que este parágrafo do artigo 43 seja apenas para reforçar que os produtos gerados a 
partir de uma patente pelo titular da patente ou por um terceiro, com seu consentimento, poderão 
se colocados no mercado interno por eles sem problemas. 
 
 
Gostaria de saber se existe a possibilidade de um requerente depositar um mesmo "invento" em 
duas modalidades de patente (Patente de Invenção e Modelo de Utilidade), simultaneamente, uma 
vez que este tenha dúvidas quanto a qual classe de patente seu "invento" pertenceria? 
 
 
A requerente não poderá pedir duas patentes para uma mesma invenção. O ideal é que quando haja 
dúvida quanto à natureza da invenção, a requerente deposite como um pedido de Patente de 
Invenção (pois o pedido de PI requer uma estrutura mais "elaborada", com mais detalhes), porque o 
durante o exame técnico, é possível a alteração de categoria, sem nenhum prejuízo para o 
depositante. Caso a requerente deposite dois pedidos de patente para uma única invenção, ela terá 
que escolher uma das duas para ser examinada. 
 
 
Quais os casos nos quais o INPI estaria impedido de proceder ao exame de mérito de um pedido de 
patente? Esta situação é ressalvada no finalzinho do áudio 4 do módulo de patentes. 
 
 
O Brasil adota 20 e 15 anos, respectivamente, como prazos de vigência para a proteção das Patentes 
de Invenção e de Modelo de Utilidade (Art. 40 da LPI), contados a partir da data do depósito do 
pedido da patente. Este prazo de vigência da patente não poderá ser inferior a 10 anos para 
Patentes de Invenção e de 7 anos para Modelos de Utilidade, a contar da concessão, ressalvado o 
caso do INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido. Os casos seriam de força 
maior, como no caso de uma calamidade pública. 
 
 
"Após a apresentação do pedido, ele será submetido ao exame formal preliminar (Art. 20 da LPI) 
para verificar se está devidamente instruído. Então, será protocolado e a data do depósito será 
considerada como a data da apresentação. O pedido de patente será, então, mantido em sigilo por 
18 (dezoito) meses (Art. 30 da LPI), contados da data do depósito ou da prioridade mais antiga. 
Findo este prazo, o pedido será publicado e a notificação de sua publicação ocorrerá na RPI (Revista 
da PropriedadeIndustrial, semanal, publicada na página do INPI), à exceção da patente de interesse 
da defesa nacional (Art. 75 da LPI), que será processada em sigilo. Essa publicação pode ser 
antecipada a requerimento do depositante, entretanto, isso não acelera o exame técnico." 
 
 
Meu entendimento foi o seguinte: o período de sigilo é um direito do depositante, não uma 
necessidade. Mas por que o inventor estaria interessado em manter o pedido em sigilo por 18 
meses? Bom, é uma forma de evitar que a invenção seja divulgada aos concorrentes logo após ter 
sido depositada. 
Então, é permitido a inserção de matéria nova no pedido durante o período de sigilo? Ao ler o Art. 
32 da LPI entendi que somente era possível efetuar alterações para melhor explicar o pedido, 
limitando-se à matéria reivindicada. "Art. 32. Para melhor esclarecer ou definir o pedido de patente, 
o depositante poderá efetuar alterações até o requerimento do exame, desde que estas se limitem 
à matéria inicialmente revelada no pedido." 
Você está correto quando diz que não podemos acrescentar matéria a um pedido de patente após 
sua publicação. Algumas modificações podem ocorrer, mas de caráter corretivo e restritivo. Nunca 
de aumento de matéria!!! O que pode acontecer, durante a fase de sigilo, é utilizar o primeiro 
depósito como prioridade interna de um segundo depósito de patentes, (neste caso o primeiro 
pedido seria arquivado). Mas para isso o primeiro pedido não pode ter mais de 12 meses! Podemos 
sim ajustar o quadro reivindicatório até a data de pedido de exame (que ocorre em até 36 meses do 
depósito). 
 
 
Fiquei em duvida sobre Patentes de Modelo de Utilidade, essa patente pode ser solicitada para 
alguma alteração em um objeto protegido por patente, ainda no período de vigência? Ou seria 
aplicado apenas em objetos que já caíram em domínio publico? O depositante do pedido de MU é o 
mesmo detentor da patente do objeto original ? 
 
As Patentes de Invenção visam à proteção das criações de caráter técnico para solucionar problemas 
em uma área tecnológica específica. Ex: Objetos (produtos), sistemas, processos, procedimentos ou 
métodos. As Patentes de Modelo de Utilidade visam à proteção das criações de caráter técnico-
funcional relacionadas à forma ou à disposição introduzida em objeto de uso prático, ou parte 
deste, conferindo ao objeto melhoria funcional no seu uso ou fabricação. Ex: Melhorias funcionais 
no uso ou na fabricação de objetos de uso prático, ou parte destes, tais como: instrumentos, 
utensílios e ferramentas. Assim Patente de Invenção refere-se a uma nova tecnologia (avanço 
tecnológico) e as Patentes de Modelo de Utilidade referem-se a modificações em um objeto de 
forma que este apresente melhoria funcional (no objeto em si ou no processo de fabricação). Vamos 
a suas dúvidas: 
1) Essa patente (Modelo de Utilidade) pode ser solicitada para alguma alteração em um objeto 
protegido por patente, ainda no período de vigência? Sim. Desde que represente uma melhoria 
funcional deste objeto. 
2) Ou seria aplicado apenas em objetos que já caíram em domínio publico ou o depositante do 
pedido de MU é o mesmo detentor da patente do objeto original? 
Não, não seria. Mas ressalta-se que uma coisa é ser detentor da patente, outra é poder 
comercializar e produzir o objeto da patente sem infringir o direito de terceiros. 
Caso os detentores da patente em vigência e do MU forem empresas/pessoas diferentes, elas 
deverão fazer um acordo (licença ou cessão) para que o MU possa ser produzido e comercializado. 
Caso contrário, o detentor do MU terá que esperar a patente em vigência cair em domínio público. 
 
 
Lendo o material sobre tratados internacionais não ficou clara a diferença entre Pesquisa 
Internacional e Exame Preliminar Internacional. O que é feito mais especificamente em cada etapa? 
O que é analisado em uma Patente ou MU? 
 
Quando um pedido de patente é depositado via PCT (depósito internacional) a requerente deve 
indicar um escritório que seja Autoridade de Busca Internacional (ISA) para realizar uma Busca 
Preliminar sobre a matéria do pedido. O INPI-Brasil, desde 2009, é uma autoridade de Busca 
Internacional. Nesta Busca, o examinador de patentes deve encontrar o máximo de anterioridades 
pertinentes em relação à novidade e atividade inventiva da "invenção" e da matéria reivindicada no 
pedido. Após a Busca, o examinador de patentes faz uma comparação entre a matéria revelada nos 
documentos do estado da técnica (anterioridades) encontrados na busca e aquela que a requerente 
deseja proteger no seu pedido. Por fim, o examinador redige um relatório (report) no qual coloca 
sua opinião sobre os requisitos (novidade, atividade inventiva e aplicação industrial) e as condições 
(suficiência descritiva e clareza) de patenteabilidade. Este relatório recebe o nome de ISR 
(International Search Report). 
Caso a requerente queira modificar algo no seu pedido (sem acrescentar matéria), poderá fazê-lo 
(por exemplo, modificar o quadro retirando o que o examinador considerou sem novidade), e 
poderá pedir um relatório de exame preliminar internacional (IPER). No IPER, o examinador fará um 
exame preliminar em cima do novo quadro modificado. 
 
 
O parágrafo único do art. 7 da LPI afirma que: "A retirada de depósito anterior sem produção de 
qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior." Quais são os efeitos aos 
quais esse parágrafo se refere? 
 
Suponho que os efeitos citados no texto legislativo em apreço refiram-se à repercussão da Invenção 
ou Modelo de Utilidade - objeto do depósito retirado - no estado da técnica. Veja se estou 
equivocado: conforme estudamos nesse módulo, "estado da técnica é tudo que foi revelado sobre 
determinada matéria ou assunto antes do depósito do pedido de patente em questão". Se o 
primeiro depósito da Invenção ou Modelo de Utilidade tiver seu mérito examinado, já terá 
produzido efeito em relação a todo depósito que lhe seja posterior, pois terá interferido no estado 
da técnica e, assim, arruinado a novidade da mesma Invenção ou Modelo de Utilidade. A retirada do 
depósito deve, então, preceder a produção de efeitos que repercutam no estado da técnica. Se for 
objeto de exame de mérito, tornar-se-á um documento pertencente ao estado da técnica para fins 
de análise da novidade e atividade inventiva do depósito imediatamente posterior, e também dos 
subsequentes. 
 
 
Por que existe o período de sigilo contado a partir da data do depósito ou da prioridade mais antiga, 
quando houver? 
 
Este período tem por intenção dar uma vantagem de 18 meses para o depositante/inventor manter 
o sigilo de sua criação frente aos seus concorrentes, contados da data de depósito ou da prioridade 
mais antiga, quando houver, após o que será publicado, salvo no caso de patente de interesse da 
defesa nacional. Cabe lembrar que este período de sigilo é uma faculdade do requerente, pois a 
publicação do pedido poderá ser antecipada a seu requerimento. 
 
Admita a ocorrência de uma Licença Compulsória por motivos de emergência nacional para atender 
um esforço de guerra, no seu décimo ano de proteção. A guerra termina em dois anos e, portanto, 
as razões pré-existentes não mais existem. Existe alguma possibilidade do titular do direito 
recuperar os anos de proteção perdidos? 
 
 
Um esforço de guerra poderia sim ser considerado um caso de emergência nacional e poderia ser 
solicitada a licença compulsória de uma patente. 
Neste caso, o governo estabelece um preço e um prazo, ambos justos. Assim,o detentor da patente 
receberia do governo uma quantia pela utilização da invenção patenteada. O Artigo 71 da LPI diz 
que “Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo 
Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser 
concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, 
sem prejuízo dos direitos do respectivo titular. Parágrafo único.O ato de concessão da licença 
estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de prorrogação.” 
 
 
De acordo com o material, a lei estabelece que, quando o material biológico não puder ser descrito 
de forma discursiva, e não estiver acessível ao público, deve haver depósito do material em 
instituição autorizada pelo INPI. Como proceder se o Brasil não tem ainda um centro depositário ? 
 
 
O Brasil não tem centro depositário ainda, porém o Depósito de Material Biológico é obrigatório 
quando não for possível a completa descrição deste. A única maneira de fazer o depósito é utilizar 
um dos centros depositários cadastrado pelo Tratado de Budapeste ligado a OMPI. Não é possível 
ou aceitável pelo INPI que o depósito microbiológico seja feito em qualquer outro local diferente 
daqueles cadastrados pela OMPI. Ressalta-se que o depósito microbiológico em qualquer outro 
banco ou então em uma universidade brasileira não é aceito, e acarretaria em indeferimento do 
pedido de patente por falta de suficiência descritiva. Através do link a seguir é possível conhecer a 
lista dos únicos centros depositários possíveis: 
http://www.wipo.int/export/sites/www/treaties/en/registration/budapest/pdf/idalist.pdf 
Maiores informações: http://www.wipo.int/treaties/en/registration/budapest 
 
 
Uma patente pode ser solicitada por terceiro, uma vez que o inventor tenha falecido? E a quem 
cabe os direitos de uso do invento ou modelo de utilidade? 
 
O artigo 6º da LPI trata da titularidade da patente, e diz que: “Art. 6º - Ao autor de invenção ou 
modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que lhe garanta a propriedade, nas 
condições estabelecidas nesta lei. Parágrafo 2º.- A patente poderá ser requerida em nome próprio, 
pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato 
de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade. 
Assim, a patente poderá ser requerida pelos herdeiros ou sucessores do autor, e assim, os direitos 
de uso serão do requerente/depositante, que se presume legitimado para o obter a patente, salvo 
prova em contrário. 
 
 
No Art. 43 da LPI cita sobre situações em que os direitos exclusivos do titular poderão ser utilizados 
sem sua autorização, sendo que uma delas é: “II - com finalidade experimental, relacionados a 
estudos ou pesquisas científicas ou tecnológicas”. Supõe-se que uma universidade inicie uma 
pesquisa científica a partir do conhecimento descrito em uma patente de invenção sobre um 
processo farmacêutico. Neste caso, o titular da patente não deveria ser consultado sobre a 
exposição do processo farmacêutico? 
 
De acordo com o Artigo 43 da LPI, não há problema na universidade pesquisar um processo 
farmacêutico sobre proteção. Por outro lado, o quê não seria permitido é a exploração comercial 
deste processo. No exemplo citado, o processo farmacêutico está protegido por patente de 
invenção que obviamente resulta em um produto farmacêutico. Ressalta-se que a matéria protegida 
é o processo, e não o produto e, assim, como o produto, neste caso, não está sob a proteção 
patentária, sua produção e comercialização é permitida sem nenhuma infração, porém, não poderá 
ser produzido pelo processo protegido, a menos que hajam acordos ou licenças. 
 
 
Porque a tesoura elétrica é considerada como uma patente de invenção e não um modelo de 
utilidade? A tesoura elétrica não seria uma melhoria funcional da tesoura comum? 
 
Uma tesoura elétrica implica em uma nova tecnologia, que pode ser protegida por patente de 
invenção. Uma invenção pode ser definida como uma nova solução para um problema técnico 
específico, dentro de um determinado campo tecnológico. Um modelo de utilidade pode ser 
http://www.wipo.int/export/sites/www/treaties/en/registration/budapest/pdf/idalist.pdf
http://www.wipo.int/treaties/en/registration/budapest
definido como uma nova forma ou disposição em objeto de uso prático ou parte deste, visando 
melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. A inserção de um dispositivo elétrico em uma 
tesoura é uma melhoria tecnológica, e não uma melhoria funcional no seu uso, como seria uma 
nova forma ergonômica para manusear a tesoura. 
Complementando o exemplo, seria o mesmo caso do ferro de passar roupa, que antigamente 
funcionava por meio do calor fornecido pelo carvão. Quando foi inventado o ferro de passar com 
circuito elétrico, este foi considerado como uma Patente de Invenção, tendo em vista que, apesar de 
possuir a mesma finalidade (passar roupa), era um objeto totalmente novo. Por outro lado, quando 
a base do ferro de passar roupa foi modificada da forma retangular para a forma afunilada na ponta, 
facilitando passar a roupa entre os botões, tratava-se de um modelo de utilidade. 
 
 
Usando como exemplo o liquidificador (mas poderia ser qualquer produto existente no mercado), 
alguém inventou e teve direito exclusivo nesse produto inovador e criativo. Sendo assim, por que 
existem várias marcas diferentes de liquidificador no mercado para o mesmo produto (FAET, ARNO, 
Britania...), se alguém inventou e teve o seu direito exclusivo de comercialização e exploração? 
Como impedir que outras pessoas utilizem comercialmente a sua invenção patenteada? 
 
 
Para responder esta pergunta é preciso considerar vários aspectos. Primeiro, é possível que a 
patente inicial do liquidificador já está em domínio público, ou seja, o liquidificador deve existir há 
mais de 20 anos. Assim, qualquer um poderia construir e vender os liquidificadores como 
originalmente protegidos. Segundo, um liquidificador pode conter várias soluções técnicas ou várias 
modificações de forma ou disposição que contribuam para o aprimoramento do produto. Por 
exemplo, podem ser desenvolvidos: novos desenhos de pás que contribuam para uma melhor 
eficiência no processo de picar os materiais; um filtro que inserido dentro do aparelho permita a 
separação entre líquidos e sólidos; um copo com projeto especial que aumente a 
turbulência/mistura dos ingredientes; um sistema de pulsar acionado por botão que permite evitar 
a compactação dos materiais mais secos; um motor mais eficiente e menor; e assim por diante. 
Cada uma destas modificações poderia resultar em uma patente, se os requisitos de 
patenteabilidade forem atendidos, e cada uma delas poderia ter um inventor. O equipamento pode 
ser simples e já conhecido há muito tempo, mas sempre há quem o melhore ou crie novas funções a 
serem realizadas por ele. 
 
 
O que é uma patente residente e uma não-residente? 
 
 
Dizemos que a patente (ou pedido de patente) é de um residente brasileiro quando ela é depositada 
por pessoas físicas ou jurídicas residentes no Brasil. Uma patente de um não-residente geralmente é 
primeiro depositada em outro país e depois entra no Brasil através da CUP ou PCT. O número de 
patentes de não residentes normalmente indica o interesse que um determinado país representa 
para empresas de outros países. No caso do Brasil, os EUA possuem o maior número de patentes 
entre os não residentes. 
 
 
O primeiro controle remoto criado para uma TV, por exemplo, geraria uma patente? 
 
 
Sem dúvida que tal produto, quando da sua criação, geraria perfeitamente uma patente de 
Invenção. Pois, além de, na época, ser considerado como um produto novo (preencher o requisito 
de novidade), ainda houve uma solução ao inconveniente de ter que manualmente selecionar o 
canal, volume, etc, que também configura uma atividade inventiva. Também há aplicação industrial. 
Desta forma, sendo os três requisitos de patenteabilidade preenchidos, o produto pode, com 
certeza, gerar uma patente de invenção.

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