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Aula 4: Imperfeições Prof. Dra. Alessandra Agna Araújo dos Santos E-mail: alessandraagna@uenf.br Setembro de 2022 Quais são os 3 principais tipos de sólidos? ◦ Metais podem ser classificados como: metais, metaloides, metais anômalos e metais híbridos. Classificação da estrutura do sólido em relação ao ordenamento; Conceitos de célula unitária, lattice, parâmetro de rede, raio atômico, FEA, etc; Principais mecanismos de deformação plástica; Quais são os dois principais a temperatura ambiente? Conceito e definições básicas sobre cerâmicos; Conceito de defeito e ou imperfeição Defeitos são ruins? É possível obter um material com isenção de defeitos (100%)? Classificação dos defeitos em relação a dimensão ◦ Defeitos pontuais (0-D) ◦ Defeitos de linha (1-D) ◦ Defeitos de superfície/contorno (2-D) ◦ Defeitos de volume (3-D) Quantidade de defeitos pode ser quantificado e ou controlado? Como os defeitos podem afetar as propriedades dos materiais? O ordenamento de átomos contêm imperfeições ou defeitos. Esses defeitos afetam diretamente as propriedades dos materiais. Exemplos? Defeitos são ruins? Res. Não. Ex. oxidação do aço inox, endurecimento do aço por substituição ou interticial, multiplicação de discordância. Origem do defeito? ◦ Intrínsico: Controlado por razões termodinâmicas ◦ Extrínsico: Pode ser controlado por purificação ou condições de síntese Classificação dos defeitos vs dimensionalidade; Podemos obter um material com isenção de defeitos? Vacância ou lacuna (ausência de um átomo na rede); Substitucional (átomo grande ou pequeno substituindo um átomo do elemento principal); Exemplos? Resp. Latão (Cu/Zn); Interticial Defeito de Frenkel Defeito de Schottky Substituição de um átomo na rede por outro; Exemplos? Quais são os pré-requisitos para haver formação de solução sólida (regra de Hume-Rothery)? ◦ Raios atômicos não difiram mais de 15%; ◦ Mesma estrutura cristalina; ◦ Eletronegatividade similares; ◦ Mesma valência; Por quê? Qual a importância dos elétrons de valência? Pode resultar do empacotamento imperfeito durante a solidificação do cristal; Ou decorrer de vibrações térmicas; Defeitos interticiais: Formado quando um átomo extra ou íon é inserido na estrutura do cristal na posição interticial. Exemplos? Resp. H, C; CFC (sítios tetraédricos e octaédricos) CCC (sítios tetraédricos e octaédricos) Em relação ao FeC, por quê a estrutura CFC dissolve um percentual de carbono superior a estrutura CCC? Sendo que o CCC possui um FEA de 68%, enquanto o CFC 74%. Qual estrutura é mais resistente CFC ou CCC? CCC: Fator de empacotamento de 68%; Dissolve menor percentual de carbono (<1%) comparado ao CFC, devido menor tamanho dos seus sítios intersticiais; são mais frágeis; sofrem transição dúctil-frágil (não podem ser utilizados em aplicações criogênicas por exemplo; exemplos de metais CCC: W, Ta e V (todos metais refratários; metais rígidos de alto ponto de fusão); CFC: Fator de empacotamento 74%; Dissolve maior percentual de carbono (~2,1% a 1140 graus), devido maior tamanho dos seus sítios intersticiais; são mais dúcteis; não sofrem transição dúctil-frágil (utilizados em aplicações criogênicas, recomendado para indústria aeroespacial; exemplos de metais CFC: Al, Cu e Au (relativo baixo ponto de fusão; metais dúcteis); Cerâmicas são em geral cristalinas (estruturas cúbicas, CFC, por ex), a excessão é o vidro que possui estrutura amorfa. *Curva proveniente do ensaio de Impacto. Esse ensaio mede a energia absorvida vs temperatura (fornece informações sobre a tenacidade). Esse gráfico nos mostra que a baixas temperaturas o material rompe de forma frágil (baixa energia de absorção), a região do meio e a região de transição (material romperá de forma dúctil-frágil), e a altas temperaturas ele possui comportamento dúctil (absorve alta energia, tenaz), terá fratura dúctil. METAIS COM ESTRUTURAS CCC SOFREM TTDF (Temperatura de Transição Dúctil-frágil) E METAIS COM ESTRUTURA CFC NÃO!! POR ISSO AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS E COBRE SÃO UTILIZADOS EM APLICAÇÕES CRIOGÊNICAS. CFC CCC Discordâncias: desalinhamento de átomos na rede; Qual a origem das discordâncias? Resp. Solidificação, deformação a frio, transformação de fases, efeito de elementos de liga; Densidade de discordância 106 cm/cm3 (metais macios), discordância 1012 cm/cm3 (metais deformados); Defeito presente em TODOS os materiais, inclusive cerâmicos e polímeros; Conceito de discordância é utilizado para explicar a deformação como também o endurecimento em metais; Também influenciam propriedaes elétricas e magnéticas; Vetor de Burges = magnitude da direção do plano de escorregamento. Onde: d= distância interplanar entre os planos de escorregamento adjacentes; b= magnitude do vetor de Burgers; c e k= constantes do material A tensão necessária para mover a discordância aumenta exponencialmente com a intensidade do vetor de Burgers. Discordâncias não se movem facilmente em materiais que fazem ligações covalentes (devido a resistência e direcionalidade dessas ligações o material geralmente tem comportamento frágil); Discordâncias não se movem facilmente em materiais que fazem ligações iônicas (o movimento da discordância desregula o balanceamento das cargas, entre anions e cations, fazendo com que ela precise de maior energia para se movimentar); Em polímeros as discordância tem pouca contribuição (a maioria dos polímeros tem fração de fase amorfa, que não contêm discordâncias). A deformação nos polímeros é acompanhada de alongamento e rotação. A estrutura com alta densidade de discordânicas (encruada) possui maior resistência mecânica, no entanto, baixa aplicação prática devido a alta quantidade de tensões residuais (o que implica fragilidade). Já a estrutura recozida possui menor densidade de discordâncias, baixas tensões residuais e alta ductilidade (maior flexibilidade de aplicações). O aumento da resistência mecânica consiste em basicamente restringir ou dificultar a movimentação de discordâncias; Metais: Redução do tamanho do grão; por solução sólida substitucional ou intersticial; encruamento (deformação a frio); dispersão e precipitação; Cerâmicos: Redução da quantidade e tamanho dos defeitos e redução do tamanho do grão; Polímeros: Uma das técnicas mais importantes utilizadas para aprimorar a resistência mecânica e o módulo de tração consiste em se deformar o polímero permanentemente em tração. Esse procedimento é algumas vezes chamado de ESTIRAMENTO. O estiramento é uma técnica importante de enrijecimento e aumento de resistência, empregada na produção de fibras e películas. Durante o estiramento, as cadeias moleculares deslizam umas sobre as outras e se tornam altamente orientadas. Para os semicristalinos, as cadeias assumem conformações semelhantes à que está representada logo abaixo: *O osso é um material biológico no entanto do ponto vista das ciências dos materiais pode ser considerado um compósito. Possui uma resistência mecânica na direção longitudinal de 150 MPa (isso equivale aprox. a 1,5 TONELADAS por centímetro quadrado). Mas, isso em condições estáticas (carregamento estático). No entanto, quando submetido a altas taxas de tensão ou deformação rompe facilmente (exemplo: fratura canela de Anderson Silva “O Spider’’). **Um metal pode ter comportamento dúctil quando em condições normais (estáticas), mas em condições dinâmicas (impacto), pode ter comportamento frágil (assim como ocorre com o nosso osso). Ossos Tendões Pele Cartilagem Células do nosso corpo tais como veias e artérias possuem comportamento mecânico não linear. Isso implica que quando tensionado a deformação é dependente do tempo. Esse comportamento tem como função tornar veias, artérias e músculos mais resistentes quando tensionados ao longo do tempo (exemplo: enrijecimento ecrescimento dos músculos e melhoria das condições cardio-respiratórias em função de atividades físicas). A melhoria das condições físicas do nosso corpo vs atividades físicas, só é possível devido a esse comportamento não linear. Dessa forma aumentamos a resistência mecânica do nosso corpo! Contorno de grão = interface entre grãos de orientações cristalográficas diferentes; Contorno de grãos tendem a diminuir propriedades elétricas e térmicas no material; Podemos aumentar a resistência de um metal e de um cerâmico pela redução do tamanho de grão. Uma microestrutura de grão fino possui maior quantidade de contorno de grãos, o contorno do grão atua dificultando a movimentação da discordância e assim aumentando a resistência mecânica do material. Mas, isso somente é valido para aplicações a temperatura ambiente, onde os mecanismos predominantes de deformação são por escorregamento e maclação. Para aplicações a elevadas temperaturas (>0,5TF; TF = temperatura de fusão), O mecanismo predominante de deformação é escorregamento pelo contorno de grão. Ou seja, quanto mais fino maior será a deformação. Nesse caso, o grão grosso é preterido. São os defeitos de maior impacto (porque são os de maior tamanho). Vazios e inclusões são os 2 principais defeitos tridimensionais nos materiais; Qual a definição de inclusão? Qual a diferença entre inclusão e segregação na ciência dos materiais? *Segregação: variação de composição química na microestrutura. *Diferença entre precipitado e inclusão; precipitado se forma a partir da quantidade de soluto acima do limite de solubilidade e a inclusão apartir de elementos que não foram add proposiltamente. DONALD, R. ASKELAND., The Science and Engineering of Materials. 6th. 2011; RICHARD J. D. TILLEY., Understanding Solids: The Science of Materials. 2004; MEYERS., CHAWLA., Mechanical Behavior of Materials. Second Edition. Cambridge. 2009;
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