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8_LEI DE DROGAS

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LEI nº 11.343/2006DIREITO
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
PROF.ª AMANDA TAVARES BORGES
TEMA: LEI DE DROGAS
Contato: 
amanda.tavaresborges033@gmail.com
profa_amanda_tavares
www.linkedin.com/in/Profa-amanda-tavares-pc2020
 
 https://linklist.bio/AMANDA.TAVARES
 
 
 
LEI DE COMBATE ÀS DROGAS
- Lei 6.368/76: crimes relacionados ao tráfico e o procedimento especial.
- Lei 10409/92: trouxe os crimes relacionados ao tráfico e o procedimento especial na apuração e prisão do traficante. O presidente vetou o capítulo dos crimes e só foi sancionado o procedimento. Logo, o procedimento passou a ser desta lei, mas os crimes são da lei anterior.
- Lei 11.343/06: Trata de crimes e procedimentos. Revogou as anteriores.
 	A lei nova alterou partes importantes:
- Ao invés de falar substância entorpecente, substituiu pela expressão droga. 
- A lei nova manteve a característica da norma penal em branco. Droga é o que a Portaria 344/98 do Ministério da Saúde prevê como sendo droga. Depende da potencialidade de dependência da substância.
- Proporcionalidade:
 	Lei 11343/06 Penas diferentes para cada um desses comportamentos, obedecendo o princípio da proporcionalidade.
	A lei nova incrementou as penas de multa.
DENIFIÇÃO DE “DROGA”:
“Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas”.
A Lei nº 11.343/2006 não define o que seria “droga”, deixando tal tarefa para o Poder Executivo, através de Portaria do Ministério da Saúde. Tem-se típico caso de “norma penal em branco”
NORMA PENAL EM BRANCO:
Dentre as diversas classificações da lei penal, destaca-se a classificação quanto ao conteúdo.
A norma Penal, quanto ao conteúdo, divide-se em completa e incompleta:
a) Completa: é aquela que dispensa complemento valorativo (dado pelo juiz) ou normativo (dado por outra norma). Ex: art. 121 do CP (homicídio).
b) Incompleta: é aquela que depende de complemento valorativo (tipo aberto) ou normativo (norma penal em branco).
b.i) Tipo aberto: é a norma penal incompleta que depende de complemento valorativo, a ser conferido pelo juiz no caso concreto. Ex: crimes culposos.
b.ii) Norma penal em branco: é a norma penal incompleta que depende de complemento normativo. Seu preceito primário (conduta descrita do tipo) não é completo, dependendo de complementação a ser dada por oura norma. Divide-se em:
· N. P. B. Imprópria (homogênea): o complemento normativo emana do próprio legislador, ou seja, da mesma fonte de produção normativa (Poder Legislativo). Ex: art. 312 do CP (peculato) apresenta crime praticado por funcionário público, mas o conceito de funcionário público é extraído no art. 327 do CP.
· N. P. B. Própria (Heterogênea): o complemento normativo não emana do legislador, mas sim de fonte normativa diversa.
Ex: A Lei nº 11.343/2006 (editada pelo Poder Legislativo) disciplina os crimes relacionados com o comércio de “drogas”, porém, a aplicabilidade dos tipos penais depende de complemento encontrado em portaria do Ministério da Saúde – Portaria nº 344/2008 (editada pelo Poder Executivo).
DOS CRIMES EM ESPÉCIE:
ART. 28 – PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL:
	
“Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.”.
# - Como identificar se a conduta será de porte para consumo pessoal (art. 28) ou tráfico de drogas (art. 33), já que todos os verbos presentes no art. 28 também estão presentes no art.
33?
R: O §2º do art. 28 apresenta os critérios de distinção a serem aquilatados pelo juiz diante do caso concreto:
“§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente”.
Obs: O Delegado, ao ter contato com o fato, utilizará, fundamentadamente, os critérios que o levaram a concluir de uma ou outra forma (art. 52, inciso I). Logo após, o juiz observará os critérios do art. 28, §2º, para decidir se a conduta praticada foi para consumo pessoal ou para comercialização. Cite-se o art. 52, inciso I:
“Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias”.
Natureza jurídica: com a entrada em vigor do presente artigo, surgiu polêmica sobre a natureza jurídica, uma vez que no preceito secundário não houve previsão de pena privativa de liberdade. A polêmica parte do teor do art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal, cite-se:
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
A partir daí, 3 correntes se formaram:
1ª Corrente: houve a descriminalização substancial (a conduta passou a ser atípica) – Alice Bianchini;
2ª Corrente: houve a descriminalização formal (criou-se uma infração penal “sui generis”);
3ª Corrente: O STF decidiu que houve a despenalização do crime de porte de drogas para consumo pessoal, mas continua sendo crime. Obs: o STF utilizou terminologia infeliz (despenalização) já que o que houve efetivamente foi a descarcerização (afastamento de pena privativa de liberdade), fixando penas educativas (mas ainda assim, penas). Apesar da terminologia, esta é a corrente dominante.
Bem jurídico tutelado: é a saúde pública.
Pena: Advertência, prestação de serviços à comunidade e medida educativa (ex: palestras) possuem o prazo máximo de 05 meses, salvo a advertência que é instantânea. Na hipótese de reincidência, o juiz pode aplicar a pena até 10 meses (art. 28, §§ 3º e 4º).
Na hipótese de descumprimento doloso da pena, o juiz admoestará verbalmente e, no insucesso, aplicará a multa (art. 28, §6º, incisos Ie II).
Topografia do Art. 33:
Art. 33, caput da lei 11.434: tráfico propriamente dito.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§1º: tráfico por equiparação.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.” (Acrescentado pela Lei nº 13.964/2019).
§§2º e 3º: formas especiais do crime. O §2º traz pena de 1 a 3 anos, o §3º com seis meses a um ano.
 § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§4º: privilégio.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
ART. 33 – TRÁFICO DE DROGAS:
“Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
Lei nº 11.343/2006 – Lei de Drogas
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria- prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.” (Acrescentado pela Lei nº 13.964/2019).
Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, ressalvada a conduta de prescrever (só médico prescreve).
Crime de ação múltipla: havendo a prática de mais de uma conduta do art. 33 no mesmo contexto, haverá um só crime.
Crime de perigo abstrato: a acusação não precisa demonstrar a ocorrência de situação de risco, bastando provar a ocorrência da conduta.
Consumação e tentativa: a tentativa é difícil ocorrer, pois a maioria dos crimes é permanente, não admitindo o conatus. O STJ traz exemplo de tentativa na modalidade do verbo remeter droga em que a substância foi interceptada pelos correios (tentativa reconhecida).
Flagrante preparado e Súmula 145 do STF:“Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”.
É comum a polícia provocar a venda e adotar todas as providências para prender imediatamente o autor. O STF entende que a provocação invalida qualquer providência. No entanto, o Delegado, no momento da lavratura, dirá que o indiciado guardava e tinha em depósito droga, crime permanente, que antecedeu a venda (flagrante válido e condenação adequada). Essa posição foi confirmada com o acréscimo do inciso IV, do §1º, pelo Pacote Anticrime, quando ficar demonstrando que a conduta de traficância existia antes da atuação policial.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO CONSUMO DE DROGAS:
“§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.”.
Não é crime assemelhado ao tráfico. A doutrina se divide quanto à necessidade do uso da droga para a consumação.
OFERECIMENTO DE DROGA PARA CONSUMO EM CONJUNTO:
“§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos)
a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.”.
Não é crime assemelhado ao tráfico. Para a consumação, não se exige o consumo (crime formal). Além disso, exige-se a eventualidade do comportamento, ausência de lucro e com pessoa de seu relacionamento.
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, sujeitando-se ao rito (com os benefícios) da Lei nº 9.099/95
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA:
“§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)”.
Trata-se de causa de diminuição de pena, a ser observado as seguintes condições:
a) Ser o agente primário;
b) Ser o agente portador de bons antecedentes;
c) Não dedicação da vida a atividade criminosa (as circunstâncias do caso concreto do fato indicarão se há essa dedicação);
Lei nº 11.343/2006 – Lei de Drogas
d) Não integre organização criminosa (Lei nº 12.850/13).
APARELHOS PARA O TRÁFICO DE DROGAS:
“Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa”.
Trata-se de crime subsidiário, sendo absorvido pelo crime de tráfico quando os artefatos apreendidos são utilizados pelo mesmo agente, com o fim único de preparara droga para a venda (princípio da consunção).
ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO:
“Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa”.
Trata-se de crime comum, praticado por qualquer pessoa. Para a configuração do presente crime é imprescindível demonstrar uma união estável e permanente entre os agentes, sendo dispensável a demonstração dos crimes dos artigos 33, §1º e 34.
Trata-se de crime permanente, não sendo assemelhado ao hediondo.
Importante: é imprescindível a demonstração de uma união estável e permanente entre os agentes, sendo dispensável a demonstração dos crimes dos artigos 33, §1º e 34.
FINANCIAMENTO AO TRÁFICO DE DROGAS:
Lei nº 11.343/2006 – Lei de Drogas
“Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e
quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa”.
Trata-se de crime comum, de perigo abstrato, doloso, daquele que emprega valores por um ou mais atos.
O agente, para a configuração do art. 36, não pode ter praticado nenhuma das condutas previstas no art. 33, pois caso contrário responderá em concurso material.
Não se trata de crime assemelhado ao hediondo, pois não está na relação da lei 8.072/90. Consuma-se com a prova do mínimo pagamento. Pagou, financiou, deu o dinheiro, o crime está consumado. É possível a tentativa.
COLABORAÇÃO COM O TRÁFICO:
“Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa”.
Trata-se de crime comum, doloso, em que fica configurada a ajuda, a dica, a chamada de atenção para que o tráfico tenha uma fluência melhor (dica de quando a viatura policial passa pelo local).
Para incidir no art. 37, o agente não pode, de nenhuma forma, praticar quaisquer das condutas do art. 33, §1º, ou 34 (crime subsidiário).
Trata-se de crime formal, que se consuma independente da eficácia da colaboração. O resultado é indiferente. É possível a tentativa.
PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA DE DROGAS:
“Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Lei nº 11.343/2006 – Lei de Drogas
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente”.
Trata-se de crime próprio, pois para prescrever será exigida a condição de médico ou dentista, e o de ministrar a condição de enfermeiro ou farmacêutico. Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo – JECRIM.
O Delegado determinará que se faça termo circunstanciado de ocorrência. Trata-se de crime culposo, pelo qual a acusação deverá demonstrar que o agente agiu por imprudência, negligência ou imperícia.
Na modalidade prescrever, o crime se consuma com a emissão da receita. Emitiu e entregou para o paciente, consumou. Na modalidade ministrar, a consumação se dá com a introdução da droga no corpo do paciente.
O crime admite a tentativa.
CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB EFEITO DE DROGAS:
“Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo,
cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros”.
Trata-se de crime próprio, exigindo-se do agente habilitação para conduzir embarcação ou aeronave (comandante, piloto ou copiloto).
No tocante ao termo droga, a substancia ingerida, para fim de tipicidade, deve estar na relação da portaria 344/98, da ANVISA.
O comportamento previsto no tipo após o uso de álcool é atípico, pois o álcool não está inserido na portaria.
Discute-se se o crime é de perigo abstrato ou concreto. No art. 39, o legislador inseriu o termo DANO POTENCIAL, deixando claro o caráter abstrato do crime. Para a configuração basta que o agente conduza embarcação ou aeronave APÓS USAR DROGA, independente de prática concreta de perigo.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA:
“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime”.
COLABORAÇÃO PREMIADA:
“Art. 41.	O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores
Lei nº 11.343/2006 – Lei de Drogas
ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços”.
Para a colaboração gerar a respectiva diminuição da pena do colaborador será necessário que a colaboração seja efetiva e eficaz (seja útil na identificação dos demais criminosos e na recuperação, ainda que parcial, do produto do crime.
VEDAÇÃO A FIANÇA, “SURSIS”, GRAÇA, INDULTO, ANISTIA E LIBERDADE PROVISÓRIA:
“Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico”.
Importante: tem prevalecido o entendimento de que a liberdade provisória não encontra mais proibição para os delitos previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei diante da Lei nº 11.464/2007 que alterou o inciso II do art. 2º da Lei nº 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos). Considerando o fato de que os crimes apontados são equiparados a hediondos, a nova lei se aplicará permitindo, portanto, a liberdade provisória.
HIPÓTESE DE INIMPUTABILIDADE:
“Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenhasido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado”.
O juiz neste caso se convencido de que o agente se encontrava nas condições previstas do artigo 45, qualquer que tenha sido a infração penal por ele praticado, deverá proferir uma decisão de absolvição.
DIMINUIÇÃO DE PENA NO CASO DE SEMI-IMPUTABILIDADE:
“Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
Na hipótese de semi-imputabilidade, o agente terá culpabilidade e, portanto, será responsabilizado por crime. Entretanto, será beneficiado pela respectiva diminuição da pena.
PROCEDIMENTO ESPECIAL E INVESTIGAÇÃO:
A lei de Drogas possui procedimento especial, sendo que, no silêncio da lei, aplica-se subsidiariamente as regras do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (art. 48). Além disso, apresenta peculiaridades próprias na fase de investigação:
· Prisão em flagrante: Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
· Inquérito Policial: Se o agente está solto o prazo para conclusão do IP será de 90 dias, se estiver preso 30 dias, prorrogável por mais 30 com autorização judicial. Tais prazos podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. O art. 52 destaca os procedimentos possíveis após a conclusão do inquérito policial, a saber:
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação
criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias. Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
· Laudo Preliminar de constatação de droga: Se houver droga apreendida, deve existir um laudo de constatação preliminar (condição imprescindível para a lavratura do flagrante e oferecimento da denúncia). Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. Obs: o perito que subscrever o laudo preliminar não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
· Destruição da droga: Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. A Lei nº 13.840/2019 acrescentou que a destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.
· Ação Penal: Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada, portanto, o destinatário de toda a investigação é o MP.
· Denúncia: O MP irá oferecer denúncia, podendo arrolar até 5 testemunhas, no máximo, que são chamadas de testemunhas numerárias. Da rejeição cabe Recurso em Sentido Estrito (art. 81, IV).
· Defesa preliminar: deve ser oferecida no prazo de 10 dias, não importando se o agente está preso ou solto. O STF e o STJ entendem que a não concessão da defesa preliminar enseja nulidade relativa. Nesta defesa o agente poderá requerer ao juiz o exame de dependência toxicológica.
· Audiência: é una. Nesta ordem: Interrogatório, testemunhas arroladas pela acusação, pela defesa, alegações finais orais ou memoriais escritos e sentença oral ou escrita em dez dias.
· Procedimentos de persecução penal permitidos: Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
· a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;
· a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. Importante: Nesta hipótese, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

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