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www.congressousp.fipecafi.org BRGAAP versus IFRS: análise das diferenças nos resultados de indicadores econômicos e financeiros de instituições financeiras brasileiras FABIO HENRIQUE RODRIGUES DA SILVA Universidade de São Paulo PAULA CAROLINA CIAMPAGLIA NARDI Universidade de São Paulo RICARDO LUIZ MENEZES DA SILVA Universidade de São Paulo Resumo No contexto brasileiro de adoção das normas internacionais de contabilidade, as instituições financeiras brasileiras, devem atender a exigibilidade de adequação e publicação de suas demonstrações financeiras seguindo a norma internacional e a brasileira, conforme aprovada pelo BACEN. Nesse contexto e, dada a relevância que o sistema financeiro detém no mercado e na economia de um país, esta pesquisa procurou verificar se há diferenças entre os indicadores de avaliação, elaborados a partir de demonstrações contábeis das instituições financeiras, segundo os dois modelos contábeis exigidos: BRGAAP e IFRS. A metodologia teve por base as demonstrações contábeis de 2013 a 2015 das instituições financeiras listadas na BM&FBovespa com aplicação do teste U de Mann-Whitney para verificar a existência ou não de diferença estatística nos resultados dos indicadores. Foi identificado que há diferenças relevantes em relação aos indicadores: encaixe voluntário, empréstimos por depósitos, CCL, estrutura de capital, imobilização de ativos permanentes, retorno sobre investimento, sensibilidade de juros e índice de Basiléia. Tais resultados podem ser justificados pelas divergências de parâmetros entre os dois modelos de normas contábeis, principalmente em relação a tópicos como: provisões para perdas, operações de crédito e patrimônio líquido. Portanto, essa pesquisa acena um possível entendimento sobre a posição econômica da instituição financeira direcionado para as características da regulação a qual a demonstração contábil analisada está pautada. Em termos práticos, essa compreensão pode acarretar entraves de comunicação entre as partes do mercado, por exemplo entre os analistas externos e as instituições financeiras, pois o uso único de uma regulação em detrimento de outra, pode conduzir a compreensão dos usuários às características da forma contábil analisada, contribuindo para decisões baseadas nesse entendimento específico. Palavras chave: Demonstrações contábeis, Instituições financeiras, BRGAAP, IFRS. 1 INTRODUÇÃO Várias considerações podem ser feitas nas situações que envolvem o ambiente do mercado financeiro internacional e brasileiro, assim como na compreensão de suas diversas operações, produtos e doutrinas que os regem. Como exemplo, as variáveis macroeconômicas, risco dos ativos e o nível de regulação que determinado mercado está sujeito. Em mesma linha, Goulart (2003) indica os diversos tipos de riscos ligados à operação das instituições www.congressousp.fipecafi.org financeiras, como o de crédito, de mercado e liquidez, por exemplo. Ainda, questões como os fatores que se relacionam com o mercado ou ativo de interesse, as taxas de juros e de inflação, índices de atividade e confiança do setor e histórico do bem alvo, são observados por investidores e analistas da área. O setor bancário não é nenhuma exceção aos setores presentes no mercado. Filgueiras (2011) salienta que não se consegue o desenvolvimento de um país sem que haja um sistema financeiro forte e bem estruturado, pois o mesmo atua na estrutura econômica da sociedade moderna e no modo como os sistemas de pagamentos nacionais e internacional impactam nas relações comerciais entre pessoas, empresas e governos. Por estarem relacionados com o patrimônio dos indivíduos, e serem os agentes centrais das relações entre estes, os bancos lidam com inúmeros cenários em que a assimetria de informação é constante, dentre as quais pode-se mencionar a alocação de recursos dos agentes entre os inúmeros ativos disponíveis, transações diversas de valores, estudos para a concessão de crédito e planos de seguros variados (Denardin, 2007). Por esta razão, é preciso direcionar esforços para que esta assimetria informacional seja reduzida e elementos como o risco moral e seleção adversa, sendo estas formas de tal assimetria, sigam o mesmo movimento. Nesse sentido, surgem os órgãos reguladores para mitigar essa assimetria informacional e os riscos, buscando o melhor funcionamento possível das relações comerciais na economia, além da condução da política monetária de uma nação. Na maior parte dos países, podendo citar-se os Estados Unidos, Grã-Bretanha, assim como no Brasil, o Banco Central (BACEN) é o pilar fundamental para essa função. Mishkin (2004) confirma esta atribuição ao Bancos Centrais, que voltado para o cenário brasileiro, conta com o auxílio de demais entidades como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Federação Nacional dos Bancos. Uma das políticas para se realizar o trabalho de regulação é a exigência da divulgação das demonstrações financeiras dos bancos em formato estipulado pelo Banco Central. Tal formato possui características mais conservadoras em relação ao modelo International Financial Reporting Standards (IFRS), em virtude da influência presente das regras estipuladas em eventos como os de Basiléia I, II e III (Farias, Ponte, Oliveira & Luca 2014). O conservadorismo mais acentuado pode ser observado em pontos, dentre outros, como na política de provisão estimada para créditos de liquidação duvidosa (PECLD), ativos intangíveis e quanto aos créditos tributários. Um dos reflexos desses fatores no mercado de capitais, é a existência de mais uma base de dados para a análise empírica de ativos financeiros relacionados ao setor bancário. Em termos de legislação, tais instituições bancárias devem divulgar suas demonstrações contábeis em consonância com os dispostos nas Leis 4.595/64 – Lei do Sistema Financeiro Nacional e 6.404/76 – Lei das Sociedades por ações, caso cabível, e suas alterações subsequentes trazidas nas redações das Leis 11.638/07 e 11.941/09, estas que visam harmonizar os critérios contábeis brasileiros aos internacionais. De outro lado, o Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio de seu comunicado nº 14.259, trouxe a exigibilidade de divulgação das demonstrações financeiras segundo a norma internacional. Com efeito, as duas vertentes de demonstrações contábeis divulgadas pelos bancos, BACEN e IFRS, podem gerar interpretações divergentes entre si sobre a situação econômico- financeira dessas instituições, ao passo que as demonstrações contábeis corroboram para a formação da ideia de desempenho da empresa ao longo de determinado período de tempo e auxiliam em projeções de resultados futuros. A medida que existe essa dicotomia de indicadores, é necessária uma análise mais profunda dos indicadores para a tomada de decisão, os quais se constituem como como elemento cerne para a existência e importância das demonstrações financeiras (Hendricksen & Van Breda, 1992). www.congressousp.fipecafi.org Em trabalhos relacionados com essa temática, Miranda (2008) buscou verificar as diferenças entre indicadores propostos por Assaf Neto (2002) e a Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN) em bancos europeus, e Calcado, Dantas, Niyama e Rodrigues (2013) visaram verificar em instituições financeiras residentes no Brasil, utilizando as diferenças entre as regulamentações local e internacional por meio da Metodologia CAMELS. Ambos os trabalhos confirmaram diferenças significativas nos indicadores de avaliação segundo as duas vertentes, fundamentando essa divergência informacional. De modo semelhante, Farias et al. (2014) elencaram as diferenças em indicadores de liquidez e qualidade da carteira de crédito das instituições no Brasil. Diante dessas pesquisas já realizas, este estudo se propõe a dar continuidade na análise sobre as diferenças nos cálculos dos indicadores, advindasda coexistência de regulações, diferenciando-se por meio da utilização de indicadores gerais de avaliação e da verificação estatística da existência de diferenças entre eles dada a dicotomia de regulação. Por esta razão, indaga-se: existem diferenças significativas no resultado de indicadores de avaliação econômico-financeiras em instituições bancárias em âmbito nacional segundo as normas IFRS e BRGAAP? Uma das motivações para esse estudo é a importância de mecanismos, como os indicadores de análise aqui abordados, capazes de auxiliar as análises financeiras e econômicas realizadas por usuários da informação contábil, em especial no mercado financeiro, o qual é um dos principais usuários da informação contábil (Lopes, 2002). A importância do estudo se pauta em fornecer uma ratificação, segundo o método aplicado, das diferenças entre os indicadores a partir de ambas as modalidades de divulgação, procurando auxiliar no entendimento das variáveis e dos componentes envolvidos em uma análise do setor bancário brasileiro. O estudo é direcionado para agentes em geral que buscam maiores informações e bases teóricas que fundamentem sua crítica sobre determinado ativo para a tomada de decisão em suas escolhas de aportes de capital e investimentos. Essa linha de pensamento também é considerada por Silva (2001), que destaca a importância inicial, para o analista externo, das demonstrações financeiras em fornecer um conjunto de números e informações sobre a performance e a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa. Desse modo, se define a razão para esta pesquisa e suas esperadas contribuições para a sociedade e agentes para os quais é direcionada. 2 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 2.1 Importância da Informação contábil A informação contábil, os meios de sua produção e qualidade com que tais dados são fundamentados e apresentados, são pontos de interesse de acadêmicos (Padoveze, 2004, Yamamoto & Salotti, 2006) com teor científico e também elaboradas pelos próprios entes reguladores como os Bancos Centrais. Do lado científico várias pesquisas citam a importância da informação contábil para os diversos mercados, seja como meio de auxílio à gestão ou como veículo de minimização de assimetria de informação e conflitos (Bushman, Chen, Engel & Smith, 2000). Em âmbito nacional, a relevância da informação contábil, sua importância e utilidade empírica no mercado é confirmada pelo estudo de Lopes (2002), que destaca a amplitude da influência da qualidade dos padrões contábeis nos mecanismos de gestão e controle das empresas para acionista e outros interessados. Em 2005, as IFRS foram aderidas por empresas e instituições financeiras na Europa, o que trouxe uma grande oportunidade de pesquisas sobre o tema. Capkun, Cazavan-Jeny, Jeanjean e Weiss (2008), por exemplo, voltaram seu trabalho para um comparativo entre as normas internacionais e os padrões locais até então utilizados e concluíram que a limitação da relevância do valor contábil do patrimônio líquido no GAAP - Generally Accepted www.congressousp.fipecafi.org Accounting Principles - local indica os benefícios de se usar o IFRS por toda a Europa, por padronizar as demonstrações contábeis e promover melhores bases de comparação e análise. Ainda em âmbito internacional, Miranda (2008), analisando os indicadores econômico financeiros em Bancos Europeus, segundo os padrões locais e internacionais, constatou diferenças significativas em indicadores como o de liquidez imediata, alavancagem e capitalização. Anos depois, com o início da adoção do modelo IFRS no Brasil, surgiram pesquisas acerca da qualidade da informação contábil que seria encontrada nas demonstrações divulgadas no novo padrão. Em uma comparação com o antes e o depois do início do processo de convergência, Lima (2010) não constata diferenças no conteúdo informacional das demonstrações, o que a priori, não afeta diretamente os resultados a serem observados na elaboração dos indicadores. A questão é discorrida ainda por Antunes, Grecco, Formigoni e Mendonça Neto (2012), que em seu trabalho aludem a possibilidade de alteração nos indicadores de avaliação econômico-financeira, devido à dicotomia informacional e ponderam a acuidade de se verificar eventuais variações. Contudo, Silva (2013), verificando a adoção completa do IFRS no Brasil, encontra indícios do aumento da qualidade da informação contábil através de evidenciação empírica de fundamentos da teoria contábil, como gerenciamento de custos e receitas, conservadorismo, relevância e tempestividade. Favorecendo, em tese, um diagnóstico mais confiável sobre a empresa, conforme corrobora Lopes (2002), e, por conseguinte, os indicadores de avaliação, por considerarem tal informação contábil em sua composição, seguem o mesmo movimento. 2.2 Normas Internacionais versus Bacen As IFRS, são normas internacionais de contabilidade que foram criadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), com objetivo de levar a um melhor entendimento da informação contábil entre as empresas de diferentes países e assim, melhorar a interação econômica destas (Antunes et al., 2012). O início da implantação das normas internacionais no Brasil ocorreu com a instrução CVM nº 457 de 2007 e posterior publicação da Lei nº 11.638/07, que tem por objetivo alinhar os padrões contábeis exercidos no Brasil pelas empresas de capital aberto, fechado e instituições financeiras bancárias e não bancárias e as grandes empresas mesmo sendo de capital fechado (limitadas). Para inserir estas normas e compatibilizá-las com as existentes e atuantes no Brasil, foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) para convergir a contabilidade brasileira às normas internacionais. Em meio a isso, observou-se a coexistência das normas internacionais às definidas para as instituições financeiras. Desse modo, ambas as normas do IFRS e do Banco Central do Brasil estão concatenadas no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF) 1.22 – Elaboração e Publicação das demonstrações financeiras. Neste documento, é apresentada uma relação de demonstrações contábeis que as instituições financeiras devem divulgar semestralmente, além de balancetes mensais de suas contas patrimoniais. O BACEN possui a disposição para consulta uma relação dos pronunciamentos do IAS e IFRS com sua posição acerca dos temas que cada documento se refere. São indicadas as diferenças entre os posicionamentos e a situação geral de convergência. O BACEN denomina tais situações como: não regulamentado, divergente, parcialmente divergente, parcialmente convergente e convergente. Contudo, não oferece parâmetros de interpretação do nível exato de cada nomenclatura. Os documentos mais intrinsecamente relacionados com as diferenças entre o modelo BACEN e IFRS tratados na presente pesquisa estão expostos na Tabela 1. www.congressousp.fipecafi.org Tabela 1: Diagnósticos das normas do SFN em relação às normas internacionais. Documento Descrição Situação IAS 1 Apresentação das demonstrações contábeis Parcialmente divergente IAS 8 Pol. Contábeis, alterações nas estimativas contábeis e erros Parcialmente divergente IAS 12 Créditos Tributários Parcialmente divergente IAS 16 Ativo permanente imobilizado Parcialmente convergente IAS 27 Demonstrações contábeis consolidada Parcialmente divergente IAS 32 Apresentação de Instrumentos financeiros Parcialmente divergente IAS 37 Provisões, contingências passivas e contingências ativas Parcialmente divergente IAS 39 IF – Baixa (IAS 39 - parágrafos 15 a 37) Parcialmente divergente Como complemento, a Tabela 2 vincula os documentos citados na Tabela 1 e provê informação sobre o impacto nas contas contábeis e quais indicadores podem ser afetados por tais divergências em registros contábeis. Tabela 2: Consolidação das divergências entre as normas BRGAAPe IFRS, impactos e indicadores afetados Documento Norma internacional BACEN Impactos Indicadores com possível reflexo IAS 1 Classificação de ativos e passivos em grau de liquidez. Classificação de ativos e passivos em correntes e não correntes. Mudanças nos grupos Ativo e Passivo Circulante e Não Circulante. 1.CCL; 2. Imobilização de Ativo; 3. ROI; 4. GAF; 5. Índice de Basiléia IAS 16 Inexiste taxa mínima de depreciação. Depreciação conforme o nível de uso do imobilizado, cabendo ser revisto anualmente; menciona-se sobre a imparidade dos ativos e sua necessidade de realização. COSIF traz percentuais mínimos de depreciação do Imobilizado, bem como vida útil admissível para o bem. O valor do Ativo imobilizado por ser alterado, uma vez que bens podem ser considerados como imobilizado ou apenas como dispêndios, com suas aquisições. 1. Imobilização de Ativo; 2. ROA; 3. ROI; 4. GAF IAS 27 Condição para consolidação: controle operacional e financeiro. Condição para consolidação: controle acionário. Por afetar as demonstrações consolidadas, base para o estudo, afetam as contas contábeis incluídas na consolidação. 1. Indicadores compostos por contas patrimoniais e de resultado que porventura sejam afetadas pela consolidação IAS 32 Classificação em ativos e passivos financeiros. Classificação em instrumentos de capital. Composição dos indicadores dado a nomenclatura divergente. 1. Liquidez Imediata; 2. CCL; 3. Sensibilidade de Juros; 4. Índice de Basiléia IAS 37 Critérios para registro são mais específicos quanto aos elementos de valores, períodos e probabilidades de ocorrência do evento. Critérios para registro são mais amplos quanto aos elementos de valores, períodos e probabilidades de ocorrência do evento. Valores provisionados possuem base de critérios com diferenças, acarretando resultados diferentes para escrituração contábil. 1. Liquidez Imediata; 2. CCL; 3. Ki/Ke; 4. Endividamento; 5. IB www.congressousp.fipecafi.org IAS 39 Critério para a baixa é a transferência total de riscos para a outra entidade. A baixa se caracteriza apenas quando da alienação do ativo. Diferenças temporárias nos valores de contas patrimoniais. 1. Liquidez Imediata; 2. CCL; 3. Ki/Ke; 4. ROA; 5. ROI; 6. Sensibilidade de Juros; 7. GAF; 8. Endividamento; 9. Índice de Basiléia Em que: CCL: Capital Circulante Líquido; ROI: Return on Investiments (retorno sobre o investimento); GAF: Grau de Alavancagem Financeira; IB: Índice de Basiléia; Ki: Custo de capital de terceiros; Ke: Custo de capital próprio; ROE: Return on Equity (retorno sobre capital); ROA: Return on Assets (retorno sobre ativos). Desse modo, a Tabela 2 foi elaborada a partir de análise dos documentos elencados na Tabela 1, com vista nas diferenças apresentadas pelo BACEN entre suas normas e as internacionais. Na convergência para o uso das normas IFRS no Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN), até o ano de 2012 havia aderido a sete pronunciamentos contábeis. A adoção gradativa é devido à complexidade das normas que o regem, administradas pelo Bacen. Na Tabela 3 são expostos os pronunciamentos aceitos até a referida data. Tabela 3: Pronunciamentos contábeis aceitos pelo CMN até 2012. Nº CPC Título Referência da adesão 01 [R1] Redução ao Valor Recuperável de Ativos Res. CMN nº 3.566 – 29/05/2008 03 [R2] Demonstração dos Fluxos de Caixa Res. CMN nº 3.604 – 29/08/2008 05 [R1] Divulgação sobre Partes Relacionadas Res. CMN nº 3.750 – 30/06/2009 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes Res. CMN nº 3.823 – 16/12/2009 24 Evento Subsequente Res. CMN nº 3.973 – 26/05/2011 10 [R1] Pagamento Baseado em Ações Res. CMN nº 3.989 – 30/06/2011 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro Res. CMN nº 4.007 – 25/08/2011 00 Pronunciamento Conceitual básico Res. CMN nº 4.144 – 26/09/2012 Embora a adesão destes pronunciamentos tenha alinhado as normas IFRS com as do Bacen – GAAP (COSIF), pode-se elencar como principais diferenças entre ambas as regulamentações a escassez de critérios, por parte do COSIF, para questões qualitativas da informação contábil e divergências de orientações em pontos específicos da prática contábil, como por exemplo a avaliação a valor justo de ativos e passivos das companhias. Outra diferença é que a apresentação da Demonstração de Fluxo de Caixa é mandatória para as instituições financeiras, segundo o IFRS. Já o COSIF exige a Demonstração de Origens e Aplicações dos recursos, além do Balanço Patrimonial (BP) e Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Quanto à estrutura das demonstrações, para a norma internacional, é mais apropriada uma separação das contas do Balanço Patrimonial por ordem de sua liquidez e não na classificação entre corrente e não corrente prevista pelo COSIF. O efeito desta diferença no estudo, é a possível alteração de posição de elementos contábeis entre os grupos circulante e não circulante do ativo e passivo, que altera fatores de formação dos indicadores de Capital Circulante Líquido (CCL) e Imobilização do Patrimônio Líquido, por exemplo. Além disso, interesses de acionistas minoritários devem ser expressos no BP e DRE, segundo o IFRS, ao contrário do previsto pela norma brasileira (COSIF). Em resumo, verifica-se então, que ambas as normas estão em um sentido de se tornarem unificadas, entretanto, atualmente deve-se entender a relação entre as duas como ainda parcialmente convergida. www.congressousp.fipecafi.org 2.3 Pesquisas nacionais e internacionais sobre o tema Algumas pesquisas procuraram analisar as diferenças informacionais ocasionadas pelas distinções nas normas BRGAAP e IFRS no contexto das instituições financeiras. Por exemplo, Almeida (2010) identificou que a mudança na classificação dos ativos financeiros dos bancos brasileiros, trazida pela introdução do IFRS 9, não resulta em uma variação da estrutura do Patrimônio Líquido de Referência e, portanto, não há impacto no Indicador de Imobilização, mas provoca aumento significativo na média do Índice da Basiléia, enquanto as médias do ROA e ROE reduziram. Fé Junior (2013) observou que o peculiar processo de adoção ás IFRS pelos bancos causou diferenças entre os valores publicados em praticamente todas as contas de DRE das instituições verificadas. Por meio de uma amostra de 16 bancos, observou-se que o Lucro Líquido apresentado em IFRS foi menor em nove e o Patrimônio Líquido aumentou em quatorze bancos. Relacionados ao âmbito de comparação entre as regulações contábeis, Corrêa (2013) verifica divergências nas apresentações das demonstrações contábeis nos padrões BR GAAP e IFRS, no ano de 2012, período de convergência da adoção das IFRS. As divergências observadas foram em relação à estrutura do balanço patrimonial, à aplicação do critério de perdas para crédito de liquidação duvidosa e das divulgações sobre gerenciamento de riscos em notas explicativas, que impactam na compreensibilidade das informações contábeis pelos usuários externos e nos custos de emissão dessas informações. Para Abreu (2013), existem variações relevantes na contabilização da PECLD se considerada metodologia BRGAAP e IFRS. Algumas dessas variações foram o volume de crédito provisionado e escassez de informação acerca dos parâmetros de constituição da provisão. A análise envolveu quadros com operações de crédito da PECLD segundo as normas do BACEN das Instituições Financeiras dos finais de exercício de 2010 a 2012, classificadas pelo ativo total, utilizando como fonte de dados o Relatório dos 50 maiores Bancos e o Consolidado do Sistema Financeiro Nacional (SFN), elaborado pelo Banco Central e disponível no seu sítio. Farias et al. (2014)verificaram que, pela ótica do Patrimônio Líquido, as demonstrações contábeis em BRGAAP são mais conservadoras que as demonstrações em IFRS. As diferenças significativas em indicadores de Liquidez e Qualidade da Carteira de Crédito indicam que as demonstrações contábeis elaboradas em IFRS sinalizam menor liquidez e mais baixa qualidade da carteira de crédito quando comparadas àquelas evidenciadas pelas demonstrações em BRGAAP. Além desses estudos, há pesquisas voltadas para a análise de geração de valor, risco e outros elementos que utilizam a informação contábil divulgada pelas instituições financeiras. Como exemplo, tem-se os trabalhos de Brito e Fraga (1981) e Calcado et al. (2013). Em função da informação contábil ser base de dados para tais pesquisas, a existência de ambas regulações leva a dados diferentes. Brito e Fraga (1981) verificaram a capacidade das empresas de neutralizar os efeitos de determinada regulação, sendo que existem setores com mais capacidade para tal que outros. À data desta referida pesquisa, o setor bancário era menos suscetível a regulação no que tange a remessas de capitais ao exterior por parte de empresas multinacionais que nos dias atuais, mudança que pode ter sido ocasionada dentre outras razões, pelo acordo da Basiléia, uma vez que este tinha o objetivo de criar exigências mínimas de capital para instituições financeiras como forma de fazer face ao risco de crédito. Calcado et al. (2013) compararam indicadores econômico-financeiros de dezoito bancos atuantes no Brasil no período de 2010 e 2011. A comparação foi feita com dados seguindo padrões IFRS e BACEN, com uso da metodologia CAMELS. As observações finais do www.congressousp.fipecafi.org trabalho foram que há diferenças entre os indicadores com o uso dos diferentes padrões e regulamentação, a exemplo do Indicador de imobilização de capital próprio, qualidade da carteira de crédito e margem líquida. Apesar desses resultados, Barbosa Neto, Dias e Pinheiro (2009) afirmam que não há assimetria de informação gerada pela implantação das IFRS nas empresas de capital aberto no Brasil. Sua pesquisa teve caráter descritivo com abordagem quantitativa. Diante de resultados distintos encontrados pelas pesquisas anteriores, ressalta-se que a importância do presente estudo se pauta na metodologia que será seguida com a aplicação de indicadores gerais de avaliação em bases de dados não abrangidas nos estudos prévios. As contribuições destes são válidas no sentido de fundamentação e guia para a estratégia de confirmação dos resultados visados. Espera-se poder somar à literatura do tema os resultados obtidos a partir do proposto. 2.4 Indicadores gerais de avaliação Uma forma de análise econômica da empresa, sua saúde financeira, rentabilidade e desempenho de sua operação é por meio de suas informações contábeis, que podem ser utilizadas para a formação de indicadores econômicos e financeiros. Alterações na política contábil exercida pela instituição bancária tem potencial para afetar de maneira relevante as informações que tais indicadores trazem, pois conforme verificado por Fé Junior (2013), a adoção do IFRS, trouxe alterações em estrutura da DRE e patrimônio líquido, as quais surtem efeitos em indicadores que se baseiam nestes grupos para sua composição, baseados nos números divulgados nas demonstrações financeiras. Serão expostos, como andamento do estudo e aplicação do método de análise, grupos de indicadores usados como ferramentas para a análise bancária, indicados por Assaf Neto (2002), funcionais para a análise bancária. Encaixe voluntário: pode ser entendido como a relação entre as disponibilidades e os depósitos à vista, indicando a capacidade financeira contígua do banco em arcar com retiradas de seus depósitos à vista (Assaf Neto, 2003). Contudo, o valor apurado em seu cálculo traz duas interpretações: conforme o valor cresce, a segurança financeira do banco aumenta, mas mostra comprometimento de investimentos rentáveis e de soluções financeiras oferecidas pelos bancos, como empréstimos e financiamentos. Dessa forma, sua fórmula é dada por: Liquidez imediata: um dos principais indicadores de liquidez para as instituições financeiras, uma vez que leva em conta essencialmente as disponibilidades da mesma, elemento de grande atenção para essas organizações. Calculada, segundo Iudícibus (2008), como: Na fórmula, “Depósitos a vista” e “Captações no mercado aberto” referem-se aos passivos de curto prazo do banco. Empréstimo por depósitos: evidencia proporção dos empréstimos efetuados pelo banco que têm suas origens nos depósitos dos clientes (Assaf Neto, 2006). Quanto mais elevado for o valor, menos a instituição é capaz de suprir as demandas por saques dos clientes. Por outro lado, um número elevado de empréstimos remete a uma alta rentabilidade do banco, já que nesse cenário, o principal produto de venda da empresa está sendo bem aproveitado no mercado. O cálculo é o seguinte: www.congressousp.fipecafi.org Capital circulante líquido: indicador que auxilia no acompanhamento rotineiro do fluxo de caixa visando manter um equilíbrio sustentável nas disponibilidades, sendo essencial para uma instituição financeira. Calculado como: Relação entre capital próprio e ativo total: expressa a proporção dos ativos que é mantida apenas com o capital próprio do banco. Entende-se esse indicador com o nível de independência financeira de uma entidade bancária (Assaf Neto, 2006). Quanto mais independente financeiramente for um banco, maior será a rentabilidade. Logo, o retorno dos sócios será mais elevado. Proporção entre capital de terceiros e capital próprio: indica o nível de dependência da instituição financeira em relação ao montante de capital próprio que a mesma detém (Assaf Neto, 2006). Proporção entre capital de terceiros e passivo total: A função deste indicador é mostrar qual proporção dos recursos que um banco possui que é advindo de capitais de terceiros. Seu cálculo é obtido através da fórmula: Em que: RCT = Relação de Capital de Terceiros; PT = Passivo Total; ET = Exigível Total; PL = Patrimônio líquido Imobilização dos recursos permanentes: indicador para obter a porcentagem dos recursos da empresa, sejam eles de terceiros ou próprios que estão aplicados no ativo imobilizado (Martins & Assaf Neto, 1985, e Matarazzo, 1998). Calculado como: Em que: ELP = Exigível a Longo Prazo Retorno sobre o patrimônio líquido: indica a rentabilidade do investimento realizado pelos acionistas (capital próprio) a partir do PL e do Lucro Líquido do exercício. A expressão usada para o cálculo é (Assaf Neto, 2003): Retorno sobre os ativos: mede o retorno gerado pelos ativos empregados na instituição bancária. O cálculo é dado por (Assaf Neto, 2003): Retorno sobre investimento: mede rentabilidade dos recursos aplicados na empresa por terceiros e sócios. A fórmula usada para cálculo é (Assaf Neto, 2003): A variável “investimento” pode ser encontrada a partir da diferença entre passivo de funcionamento (salários, impostos e dividendos a pagar, fornecedores, por exemplo) e Ativo Total. Margem líquida: evidencia a proporção da Receita de Intermediação Financeira (RIF) dentro do Lucro Líquido. Para tanto, são considerados como fatores que compõem a receita de intermediação: as taxas aplicadas para o serviço, prazos, tarifas de funcionamento, entre outros. O cálculo é (Assaf Neto, 2003): Sensibilidade dos juros: As instituições bancárias são diretamente afetadas pelos eventos da economia em sentido positivo ou negativo. A taxa básica de juros, Selic, e suas taxas derivadas são objeto de estudo e acompanhamento por parte dos bancos, que tem vários www.congressousp.fipecafi.org de seus ativos e passivos indexados pelos juros. Na verificação da elasticidade dos juros da economia é usadoum indicador composto por ativos e passivos sensíveis. O cálculo usado para se verificar a sensibilidade dos juros é (Assaf Neto, 2006): Grau de Alavancagem financeira: utilizado para analisar a exposição ao risco financeiro das instituições. Seguindo a fórmula (Gitman e Madura, 2003): Em que: RSPL = Retorno sobre patrimônio líquido; RSA = Retorno sobre ativos. Endividamento: indica a proporção entre capital de terceiros e capital próprio em uma instituição. Calculado como (Assaf Neto, 2003): Índice da Basiléia: surgiu a partir do segundo acordo de Basiléia e visa mostrar exatamente o que o acordo propõe, ou seja, que as instituições bancárias constituam patrimônios líquidos grandes o suficiente para suportar possíveis exposições a perdas financeiras. Seu entendimento é quanto maior for o resultado, expresso em termos percentuais, maior a segurança da instituição bancária. É calculado da maneira como segue, conforme Silva (2005): Em que: PR = Patrimônio Referência; PLE = Patrimônio Líquido Exigido; Fator F = Fator que se aplica ao ativo ponderado pelo risco. O ativo ponderado pelo risco é obtido a partir do produto de cada conta do ativo, segundo o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF) e o percentual de risco atribuído a cada uma dessas contas. O PLE é o montante mínimo requerido para criar a margem de segurança contra as possíveis perdas. O PR é definido pelo Banco Central do Brasil seguindo a resolução 2.837 do mesmo. É composto pela somatória de dois níveis. O primeiro é formado pelo PL da instituição acrescido das contas de resultados com saldo credor e subtraído as com saldo devedor, além disso, são excluídas as reservas de lucros e saldos de ações preferenciais resgatáveis e cumulativas. O segundo nível é composto pelos saldos anteriormente excluídos acrescidos das dívidas subordinadas e instrumentos híbridos de capital e dívida. A seguir, tem-se a Tabela 4, a qual resume os indicadores e as possíveis diferenças que podem ocorrer utilizando os dois modelos exigidos. Tabela 4: Indicadores calculados e possíveis diferenças que podem ocorrer utilizando os dois modelos exigidos. INDICADORES FÓRMULA DIFERENÇAS Encaixe Voluntário EV=Disponibilidades/ Depósitos à vista Pode indicar capacidades distintas de suprir saques de seus clientes. Liquidez Imediata LI = Cx. E Equiv. Caixa +TVM/(Depósitos + Captações mercado) Um resultado diferente neste indicador mostra capacidades distintas de liquidação das obrigações de curto prazo da instituição. Empréstimos por depósitos Empréstimos/Depósitos = Operações de Crédito/Depósitos Indica a posição da instituição perante o que empresa e o que toma emprestado para a execução de suas operações. Capital Circulante Líquido CCL= AC – PC Pode revelar uma configuração diferente do capital de curto prazo da instituição. Estrutura de capital RCT/PT = ET/ (ET+PL) Pode indicar uma estrutura de capital de terceiros e próprio divergente entre os modelos de regulação. Imobilização dos recursos IRP=Ativo Imobilizado / ELP + PL Quando maior este indicador, pior é o indicativo para a instituição, dado a importância de manter www.congressousp.fipecafi.org permanentes disponibilidades monetárias. Retorno sobre patrimônio ROE=Lucro líquido sobre Patrimônio Líquido Um resultado mais elevado em uma das legislações leva a uma interpretação de maior rentabilidade do PL da empresa. Retorno sobre ativos ROA=Lucro Líquido sobre Ativo Total Um resultado mais elevado em uma das legislações leva a uma interpretação de maior rentabilidade do Ativo total da empresa. Retorno sobre investimento ROI=Lucro Líquido sobre investimento Um resultado mais elevado em uma das legislações leva a uma interpretação de maior rentabilidade da Operação da empresa. Margem líquida ML=Lucro Líquido sobre RIF A margem líquida indica o ganho na operação bancária já descontadas as despesas e impostos. Uma diferença neste indicador mostra margens de lucro na operação diferentes. Sensibilidade dos juros SJ=Ativos sensíveis sobre passivos sensíveis A exposição da Instituição é o foco deste indicador. Assim, diferenças neste indicador a visão do risco do banco dado às mudanças na taxa de juros. Grau de alavancagem financeira GAF=ROE sobre ROA Também conhecido como Leverage, diferenças relevantes neste indicador alteram a noção de dependência financeira do Banco. Endividamento E=Passivo total sobre patrimônio líquido Diferenças levam a uma interpretação divergente em termos da dívida total do Banco. Índice da Basiléia IB=PR x 100 (PLE/Fator F) Irá expor níveis de capital próprio diferentes, caso o índice for divergente entre as duas regulamentações. 3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS O estudo foi realizado para os exercícios sociais de 2013 a 2015 das instituições financeiras listadas na categoria por segmento bancário na BM&FBovespa. A justificativa para o período da amostra são as publicações de resoluções e comunicados de entes reguladores como a CMV e o CMN. Documentos como as Resoluções 4.144/2012 e 4.090/2012 que dispõem sobre o aceite da estrutura conceitual da contabilidade e elementos estruturais de gerenciamento de risco de liquidez para as instituições financeiras são exemplos, uma vez que corroboram para a constituição de valores refletidos em contabilidade e sua forma de apresentação. A Tabela 5 apresenta a amostra inicial dessas empresas. Tabela 5: Instituições financeiras utilizadas como amostra para o estudo. Razão Social Alfa Holdings S.A. Mercantil de Investimentos S.A. Banestes S.A. - Est Espirito Santo Mercantil do Brasil S.A. Abc Brasil S.A. Nordeste do Brasil S.A. Alfa De Investimento S.A. Pan S.A. Amazonia S.A. Patagonia S.A. Bradesco S.A. Pine S.A. Brasil S.A. Santander (Brasil) S.A. Btg Pactual S.A. Sofisa S.A. Daycoval S.A. Brb de Brasilia S.A. Estado de Sergipe S.A. – Banese Consorcio Alfa de Administracao S.A. Estado do Para S.A. Itau Uniholding S.A. Estado do Rio Grande do Sul S.A. Itausa Investimentos Itau S.A. Industrial e Comercial S.A. Parana S.A. Indusval S.A. Muito embora essas foram as instituições financeiras inicialmente consideradas para o estudo, algumas não compuseram a amostra final usada para os cálculos de indicadores e comparação estatística. São elas: Alfa Holdings, Bco. Da Amazônia, Bco. Estado do Pará, www.congressousp.fipecafi.org Mercantil de Investimentos, Bco. Do Nordeste do Brasil, Bco. Patagônia, Consórcio Alfa de Administração, Itaúsa Investimentos. Dentre as razões para sua retirada da amostra, estão a não divulgação de balanços patrimoniais em um dos modelos contábeis em pauta no estudo, ausência de dados de exercícios para análise e, em especial ao Banco Patagônia, demonstrações contábeis em formatação divergente ante as demais instituições financeiras. Tendo uma amostra independente, inicialmente foi verificada a configuração de distribuição pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e constatou-se que, à 1%, rejeita-se a hipótese de normalidade. Sendo assim, prosseguiu-se a etapa com a escolha do Teste U de Mann- Whitney (Triola, 2005). 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS A partir dos dados e aplicação da metodologia discorrida no capítulo anterior, os resultados dos indicadores foram compilados em comparação de variabilidade estatística. A análise se deu por avaliação pelas médias de valores dos indicadores calculados em critérios de ano e norma contábil. A Tabela 6 organiza essas informações: Tabela 6: Médias e valores z críticos de Indicadores 2013 2014 Variáveis Normas Estatística z Normas Estatística z BRGAAAP IFRS BRGAAAP IFRS Encaixe Voluntário 1,2874 0,7247 1.277 0,6910 0,7470 1.124 Liquidez Imediata 4,8281 6,0401 -0.672 6,5241 3,8560 -0.613 Empréstimo/Depósito1,0896 4,2864 -2.766* 1,1375 5,2969 -3.070* CCL 6606698,68 0,00 2.075** 5580064,79 0,00 1.482 Estrutura de capital 0,8869 0,8256 2.394** 0,8951 0,8187 2.803* Imobilização de Ativo 0,0152 0,0481 -2.073** 0,0100 0,0542 -1.548 ROE 0,0946 0,0684 0.263 0,1080 0,0779 0.058 ROA 0,0092 0,0079 -0.292 0,0101 0,0093 -0.467 ROI 0,0314 0,0170 1.022 0,0322 0,0217 1.256 Margem líquida 0,0832 0,0807 -0.292 0,0716 0,1077 -0.613 Sensibilidade de juros 2,1523 1,2867 3.533* 2,3174 0,9206 3.270* GAF 10,2851 10,4361 0.263 10,9524 9,7918 0.496 Endividamento 9,2602 9,4592 0.321 9,9258 8,7238 0.409 Índice de Basiléia 0,1596 0,1675 -1.562 0,1524 0,1724 -1.766** Sendo: *, **, *** significante estatisticamente a 1%, 5% e 10%, respectivamente. Tabela 7: Continua 2015 Geral Variáveis Normas Estatística z Normas Estatística z BRGAAAP IFRS BRGAAAP IFRS Encaixe Voluntário 1,4015 0,9709 0.664 1,1055 0,8466 1.775*** Liquidez Imediata 6,9220 3,8731 -0.434 5,0953 4,1061 -1.173 Empréstimo/Depósito 1,0027 6,2952 -2.610* 1,0726 5,5125 -4.974* CCL 6989520,81 0,00 1.934*** 6281539,96 0,00 3.213* Estrutura de capital 0,8874 0,8292 2.507** 0,8588 0,8062 4.336* Imobilização de Ativo 0,0152 0,0374 -1.640 0,0135 0,0500 -3.197* ROE 0,0704 0,0882 0.471 0,0903 0,0801 0.470 ROA 0,0076 0,0111 -0.057 0,0093 0,0095 -0.245 ROI 0,0225 0,0139 1.301 0,0311 0,0183 2.130** Margem líquida 0,0608 0,0864 -0.848 0,0777 0,0905 -0.833 Sensibilidade de juros 1,9709 0,9331 2.771* 2,1187 1,2635 5.682* GAF 10,6971 10,1446 0.697 10,6878 9,8609 0.682 Endividamento 9,6803 9,0211 0.697 9,6654 8,8074 0.700 Índice de Basiléia 0,1555 0,1755 -1.696*** 0,1567 0,1702 -2.903* Sendo: *, **, *** significante estatisticamente a 1%, 5% e 10%, respectivamente. www.congressousp.fipecafi.org A Tabela 6 sintetiza as médias de cada indicador de avaliação obtidas a partir dos resultados das instituições financeiras analisadas para cada ano do estudo. Observou-se que em todos os casos houve diferenças nos indicadores, embora apenas parcela destas foi considerada significativamente diferente entre as regulações contábeis existentes. Tais indicadores foram: Encaixe Voluntário, Empréstimos por Depósitos, CCL, Estrutura de capital, Imobilização de ativos permanentes, ROI, Sensibilidade de Juros e Índice de Basiléia. A coluna “Geral” indica a média observada por cada indicador ao longo de todo o período analisado. A diferença significante à 10% do indicador “Encaixe Voluntário” em âmbito geral pode ser explicada pelo fato de grande variabilidade de valores que compõem as contas contábeis de disponibilidades e depósitos à vista entre as instituições financeiras. Aquelas que possuem volumes maiores por seu número de clientes em carteira, por exemplo, tendem a levar o indicador para valores mais baixos. O indicador “Empréstimos por Depósitos” considera as operações de créditos em sua composição. Os créditos cedidos pelas instituições financeiras, como visto ao longo do trabalho, recebem elevada atenção por parte da regulação por conta do elemento incerteza que os acompanha. Como colocado por Abreu (2013), a PECLD é fator fortemente ligado aos créditos cedidos ao passo que o risco da instituição em receber tais numerários em retorno é de crucial mensuração. Haja vista a posição mais conservadora da norma brasileira, alinhado à Farias et al. (2014), a diferença pode ser explicada, sobretudo, pelo elemento PECLD. O indicador “CCL” não foi alvo de análise devido à estrutura de apresentação das demonstrações contábeis em ambas as regulações. No modelo IFRS, são dispostas as contas contábeis em ordem de liquidez, não se distinguindo com clareza, em termos de estrutura de Balanço Patrimonial, os grupos circulante e não circulante do ativo e passivo, elementos chave para a formação deste indicador. A “Estrutura de Capital” visa quantificar a proporção existente entre o capital de terceiros e próprio. Esse indicador apresentou diferenças significantes à 1 e 5% ao longo de todo o período de análise. Uma possível explicação é, como visto por Farias et al. (2014), a posição mais conservadora da norma BRGAAP ante à IFRS para o capital próprio, representado pelo patrimônio líquido. Essa mesma explicação pode ser aplicada ao indicador de Imobilização dos recursos permanentes ou não circulantes. Este indicador considera também o exigível a longo prazo e o patrimônio líquido. O “Retorno sobre o Investimento” obteve na análise diferença estatisticamente relevante apenas na comparação ao longo dos três anos de amostra, representado pela coluna “Geral” na Tabela 6. Sugere-se também para este indicador a explicação sobre os impactos das normas sobre o patrimônio líquido das instituições financeiras. Quanto ao exigível a longo prazo, a análise centrada nas demonstrações contábeis do Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados pode causar algum tipo de viés no que tange às demonstrações no modelo IFRS. O valor do Lucro Líquido, elemento que compõe o cálculo de indicadores como o “ROI” e a “Margem líquida”, também pode ser peça que corrobora para as diferenças observadas. Ainda conforme Abreu (2013), a prudência ou conservadorismo de uma regulação em relação à outra pode levar a contabilizações de provisões e estimativas de perdas com créditos em montantes diferentes no resultado do período, colaborando para a discrepância obtida em termos estatísticos. Para o indicador de “Sensibilidade dos Juros” foram obtidas diferenças apenas à 1% de significância. Este indicador busca mostrar a exposição da instituição financeira às variações de juros. Notou-se que via norma IFRS, a média está abaixo do indicador elaborado segundo a norma brasileira, podendo indicar possível passivo sensível aos juros mais elevado, ativos sensíveis menos elevados ou alguma combinação entre estas duas situações. www.congressousp.fipecafi.org Por fim, o “Índice de Basiléia” apresenta diferenças estatísticas ao longo dos anos por razões que podem ser explicadas também pelo conservadorismo mais acentuado presente na norma BRGAAP, conforme indicado por Farias et al. (2014). Essa configuração pode ser vista na diferença de médias entre ambas as regulações, em que a norma brasileira apresenta média inferior à IFRS. De modo geral, os resultados apresentaram diferenças em indicadores cujos elementos que os formam já haviam sido elucidados por autores de referência para o presente estudo. Tendo em vista os resultados obtidos, a presente pesquisa ampara o entendimento dos componentes envolvidos em uma análise do setor bancário brasileiro. Uma implicação que pode ser acenada é, na hipótese de uso único de uma regulação em detrimento de outra, a compreensão, por parte do usuário contábil, pode ser direcionada segundo as características da forma contábil analisada, contribuindo para decisões baseadas nesse entendimento. Empiricamente, a utilização de demonstrações regidas por regulações distintas pode ocasionar dificuldades de comunicação entre partes como o mercado e analistas externos, bem como da instituição financeira para com esses. Entende-se que o estudo é, por conseguinte, ferramental de auxílio para maiores informações que fundamentem a crítica do usuário externo que utilizam as informações contábeis para a tomada de decisão em suas escolhas de aportes de capital e investimentos como um todo, sendo direcionado para agentes em geral que buscam em demonstrações financeiras tais bases, em consonância com o disposto por Silva (2001). CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa se propôs a estudar as possíveis diferenças estatísticas nas demonstrações contábeis e análise por seus usuários, advindas da coexistência de regulações, sendo o diferencial do estudo a utilização como metodologia a aplicação de indicadores gerais de avaliação e a verificação em termos estatísticos da existência de diferenças entre eles dadaa dicotomia de regulação. A necessidade de publicação de demonstrações contábeis em modelos BRGAAP e IFRS é fundamento para essa indagação sobre possíveis discrepâncias em seus indicadores de avaliação por parte dos usuários contábeis. Tendo como período de análise os anos de 2013 a 2015 das demonstrações contábeis de ambas as regulações das instituições financeiras da amostra, e, como método, o Teste U de Mann-Whitney sobre as médias dos indicadores para verificação das diferenças estatisticamente significantes, foram identificadas diferenças em indicadores cujos elementos que os formam já haviam sido objeto de estudos por pesquisas anteriores que serviram de referencial teórico para este trabalho, sendo eles: encaixe voluntário, empréstimos por depósitos, CCL, estrutura de capital, imobilização de ativos permanentes, ROI, sensibilidade de suros e índice de Basiléia. Assim, a presente pesquisa vem confirmar que os usuários da informação contábil e demais agentes, que buscam maiores informações das instituições financeiras atuantes no país, têm à disposição posições diferentes sobre a ótica de indicadores de avaliação de demonstrações contábeis. Diante deste cenário, observa-se como consequência que a formação de opinião baseada em indicadores, calculados a partir de demonstrações em apenas uma das regulações (BRGAAP ou IFRS), pode levar a entendimento direcionado para as características de tal regulação. Em outras palavras, a noção que se formará sobre a posição econômica da instituição financeira será tal que refletirá as propriedades de cada regulação. Por outro lado, os resultados obtidos corroboram com Corrêa (2013) que já afirmava que a existência de apenas um tipo de demonstração contábil favoreceria a compreensibilidade dos usuários, auxiliando na redução da assimetria informacional que os investidores buscam mitigar em suas análises das demonstrações contábeis. www.congressousp.fipecafi.org Nesse sentido, apresenta-se como sugestão que os usuários considerem demonstrações financeiras em ambas as regulações contábeis para formação de opinião e de fundamentos para a tomada de decisão por parte do investidor e usuário contábil de modo geral. Uma limitação do presente trabalho é a análise primária das diferenças nos indicadores, que se baseou na identificação de haver ou não diferenças significantes, segundo o método aplicado, nos indicadores de avaliação. Como extensão ao tema, pode-se considerar pesquisas que busquem avaliar mais profundamente a constituição das contas contábeis que formam indicadores de avaliação de demonstrações contábeis. Não obstante, alude-se também estudos que abranjam outras ferramentas de avaliação como um histórico dos acontecimentos que ocorreram no exercício contábil, desde a alteração da fonte de normas ou orientações seguidas, dado a política contábil da empresa, até variações anormais temporalmente de valores, quando comparadas com demonstrações financeiras anteriores, como por exemplo a reavaliação de ativos e resultados operacionais não usuais, uma vez que tais acontecimentos podem alterar substancialmente o resultado contábil final. Em adição, não foi escopo de pesquisa a ratificação sobre o melhor modo de formação dos indicadores de avaliação. Isto é, dado as diferenças entre as demonstrações financeiras das diferentes formas de divulgação, pode haver a hipótese de melhor composição dos indicadores para resultados mais confiáveis de análise segundo cada regulamentação. Em síntese, deixa-se tais possibilidades de pesquisa para estudos futuros, afim de se contemplar demais tópicos sobre o tema das formas de apresentação de demonstrações contábeis em instituições financeiras presentes no país. REFERÊNCIAS Abreu, R. R. (2013). Provisão Para Crédito de Liquidação Duvidosa – PCLD em Instituições Financeiras: Uma Análise dos valores contabilizados nas demonstrações Financeiras em BR GAAP e IFRS. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário de Brasília, Brasília. Almeida, D. L. (2010). Reclassificação dos Ativos Financeiros e os possíveis impactos nos indicadores prudenciais e de rentabilidade dos bancos brasileiros. 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