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Apostila CHS PM 2022 EAD - Fundamentos Direito Constitucional

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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ 
 
CAMILO Sobreira de SANTANA 
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ 
 
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS 
 
SANDRO Luciano CARON de Moraes - DPF 
SECRETÁRIO DA SSPDS 
 
ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE 
 
Antônio CLAIRTON Alves de Abreu – CEL PM 
DIRETOR-GERAL DA AESP|CE 
 
NARTAN da Costa Andrade - DPC 
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA DA AESP|CE 
 
HUMBERTO Rodrigues Dias – CEL BM 
COORDENADOR DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE 
 
José ROBERTO de Moura Correia – TC PM 
COORDENADOR ACADÊMICO PEDAGÓGICO DA AESP|CE 
 
Francisca ADEIRLA Freitas da Silva – CAP PM 
SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE 
 
ALANA Dutra do Carmo 
ORIENTADORA DA CÉLULA DE ENSINO A DISTÂNCIA DA AESP|CE 
 
 
CURSO DE HABILITAÇÃO A SARGENTO POLICIAL MILITAR - CHS PM/2022 
 
 
DISCIPLINA 
FUNDAMENTOS DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
CONTEUDISTA 
Demóstenes Carvalho Rolim Cartaxo 
 
FORMATAÇÃO 
JOELSON Pimentel da Silva – 1º SGT PM 
 
• 2022 • 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................. 1 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1 
MÓDULO I - CONSTITUCIONALISMO .................................................................................. 2 
MÓDULO II - DIREITO CONSTITUCIONAL, CONSTITUIÇÃO E CLASSIFICAÇÕES ..................... 4 
MÓDULO III - PODER CONSTITUINTE .................................................................................. 7 
MÓDULO IV - CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS ....................................................................... 9 
MÓDULO V - CONHECENDO A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 ............................... 11 
MÓDULO V - PARTE II - TÍTULOS IV AO X .......................................................................... 16 
MÓDULO VI - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................... 20 
MÓDULO VI – PARTE II – Incisos XXXIX a LXII ................................................................... 26 
MÓDULO VII – SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 32 
MÓDULO VIII – A SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ E O 
ATUAL MODELO ESTRUTURAL DA SEGURANÇA PÚBLICA CEARENSE ................................ 36 
AGRADECIMENTOS........................................................................................................... 39 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
1 
FUNDAMENTOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), além do estudo de Fundamentos de Direito Constitucional, 
queremos dividir com você a alegria deste avanço profissional. 
O Curso de Habilitação a Sargento - CHS é um momento especialíssimo promovido 
pelo Governo do Estado, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, Polícia Militar e 
Academia Estadual de Segurança Pública, visando promover seu crescimento e 
reconhecendo sua dedicação profissional em defesa da sociedade. 
Por intermédio deste Curso você poderá receber novos conhecimentos, reforçar 
princípios e teorias, robustecer laços de companheirismo, aproximar-se ainda mais dos 
estudos e enfim, aperfeiçoar-se do ponto de vista doutrinário, científico e prático para os 
novos desafios que certamente virão na condição de Sargento. 
Para garantir a sustentação deste Curso, indispensável o conteúdo do Direito 
Constitucional, um dos mais importantes ramos do Direito, já que, é ele que define 
dentre outros aspectos a organização e funcionamento do Estado, a estrutura das 
organizações estatais e também uma série de direitos e deveres de todo cidadão. 
O Curso será desenvolvido em aulas via sistema de educação à distância onde haverá 
momentos expositivos, espaços para questionamentos, exercícios e, enfim, diversos 
recursos didáticos para auxiliar na compreensão dos conteúdos. 
Estaremos ao seu lado para que tenham um maravilhoso momento de convivência e 
aprendizado, porém, é necessário saber que o sucesso do Curso depende muito de você, 
logo, participe das atividades com compromisso e dedicação. 
 
Aproveitamos finalmente para desejar sucesso absoluto na sua vida pessoal e 
profissional. 
 
Atenciosamente 
 
O Conteudísta 
 
 
2 
MÓDULO I - CONSTITUCIONALISMO 
 
O estudo do Constitucionalismo, do Direito Constitucional e da própria Constituição 
é de fundamental importância para todo cidadão e, de forma mais específica para os 
profissionais de Segurança Púbica, já que, para estes pesa não só o dever de conhecer os 
Direitos e Deveres, mas também, de cumprí-los, protegê-los e aplicá-los. Sendo assim, 
além de aspectos práticos do estudo, torna-se interessante olhar pontos teóricos e 
históricos. 
Neste contexto, percebe-se que o Constitucionalismo, o Direito Constitucional e a 
própria Constituição nascem como fruto de um processo evolucionista e contínuo de 
lutas dos povos diante de governos antidemocráticos, trata-se da busca por direitos como 
a liberdade, a fraternidade e a igualdade. 
De fato, o conjunto de normas constitucionais surge a partir de movimentos políticos 
e sociais que se fortaleceram de maneira mais específica por volta do século XVIII, 
quando foram questionados planos políticos, filosóficos e jurídicos que deixavam o Poder 
concentrado nas mãos de senhores soberanos e absolutos, os quais governavam segundo 
suas regras, em benefício próprio e deixando o Povo excluído. Veja o exemplo de Luis XIV, 
Rei Francês, conhecido com Rei Sol. Ele exerceu seu reinado absolutista entre 1643 a 1765 
quando faleceu. A ele se atribui a frase: "L'État c'est moi" - O ESTADO SOU EU. 
 
 
 
Veja mais sobre a história do Rei Sol dos governos absolutistas em 
www.brasilescola.com/biografia/luis-sol.htm 
Para a compreensão histórica do constitucionalismo faz-se necessário observar 
alguns acontecimentos marcantes, dentre eles a Revolução Francesa, a Constituição dos 
 
3 
Estados Unidos e a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
 A Revolução Francesa deu-se entre 1789 a 1799 motivada por insatisfações da 
burguesia (na maioria comerciantes) e da própria coletividade, contra os privilégios do Rei 
e da Igreja que, por exemplo, não pagavam impostos. Manifestações pacíficas e armadas 
levaram ao fim do Governo absoluto, Constituição Francesa de 1791 e fortalecimento da 
Democracia. Para aprofundar mais os conhecimentos sobre este tema visite o site: 
www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-francesa.htm 
A Constituição dos Estados Unidos da América, datada de 1787 surgiu como 
aspecto da independência do País em relação ao Reino Unido – Inglaterra, fato ocorrido 
em 14 de julho de 1776, quando as 13 colônias americanas se declaram independentes e 
formam assim os Estados Unidos da América. Todo estes fatos tem como fundamento o 
desejo de organização política e a maior participação social. Os Estados Unidos ainda 
continuam com esta Constituição, a qual, recebeu poucas emendas. Para um maior 
aprofundamento acerca da constituição dos EUA, válido visitar o site: 
www.infoescola.com/direito/constituicao-americana/ 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão – Datada de 1789 tem 
importância histórica como luta contra os governos autoritários e favorecimento da 
Democracia. Este documento foi elaborado na França e cercado das influências da 
Revolução Francesa, tendo servido até hoje como inspiração para diversos outros 
documentos, legislações, constituições e declarações como a própria Declaração 
Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas – ONU, lançada em 
1948, logo após a Segunda Guerra Mundial ocorrida entre 1939 a 1945. O Artigo 1º da 
Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão apresenta: "Oshomens 
nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-
se na utilidade comum". Percebe-se assim a vontade de alocar Governo e População em 
sintonia de direitos e obrigações. Para aprofundar o conhecimento acerca desta 
Declaração, visite o site www.historianet.com.br. 
Diante de todo o conjunto já visto observa-se que o Constitucionalismo define-se 
como instrumento de controle do Poder dos Governantes e Garantia dos Direitos dos 
cidadãos, tendo em vista uma sociedade justa e equilibrada. 
Para consolidar os conhecimentos observemos o documentário acerca da Revolução 
Francesa em www.youtube.com/watch?v=w-w4sC9_NmM. (VÍDEO 1) 
 
 
4 
Exercício de Fixação 
 
Explique com suas palavras o que foi a Revolução Francesa, a Independência dos 
Estados Unidos e a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. Qual a 
relação destas com o constitucionalismo? Defina Constitucionalismo. 
 
MÓDULO II - DIREITO CONSTITUCIONAL, CONSTITUIÇÃO E 
CLASSIFICAÇÕES 
 
Direito Constitucional – Quando estudamos o Direito é possível fazer uma divisão 
doutrinária em dois grandes campos ou ramos. O Direito Privado e o Direito Público. O 
Direito Privado volta-se de forma mais específica para o interesse das pessoas enquanto 
particulares, por exemplo, o Direito Civil e o Direito do Trabalho. O Direito Público envolve 
interesses mais coletivos e com alcance social, por exemplo o Direito Administrativo e o 
Direito Penal. 
Pode-se dizer assim que o Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que 
volta-se para a organização do Estado e suas normas fundamentais. É com base no Direito 
Constitucional que decorrem as demais normas, regras e características do ordenamento 
jurídico de um país. 
Vejamos a definição apresentada pelo Professor Constitucionalista Alexandre de 
Moraes. 
 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, destacado por ser 
fundamental à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos 
elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura 
política. Tem, pois, por objeto a constituição política do Estado, no sentido 
amplo de estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, 
o modo de aquisição e limitação do poder, através, inclusive, da previsão de 
diversos direitos e garantias fundamentais. (MORAES, 2003, p - 36). 
 
Constituição – Fruto do constitucionalismo e objeto de estudo do Direito 
Constitucional a Constituição é a norma jurídica pela qual se constitui e organiza o Estado, 
bem como se direcionam aspectos como direitos e deveres de governantes e governados. 
A Constituição é por assim dizer a Lei Fundamental de um Estado. 
 
5 
Acerca da Constituição o professor constitucionalista José Afonso da Silva diz que: 
 
Consiste em num sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que 
regulam a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e 
exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites de sua 
atuação. (SILVA, 2002, p - 13) 
 
 Como forma de aprofundar um pouco mais o estudo é possível conforme o olhar 
dos doutrinadores observar algumas diretrizes do conceito de constituição, sendo assim, 
apresentam o sentido sociológico, o sentido político e o sentido jurídico. 
No primeiro caso, ou seja, sentido sociológico, implica que a constituição representa 
essencialmente a vontade da população para ser legítima e válida. Na concepção política 
para ser legítima e legal bastaria ser oriunda de poder legal e voltar-se para os aspectos 
estruturantes da organização do Estado, direitos e deveres. Finalmente na concepção 
jurídica, esta fundamentada na visão do renomado jurista e filósofo austríaco Hans Kelsen 
(nascido em 1881 e falecido em 1973), trata-se a constituição de regramento superior sob 
o qual todas as demais normas devem estar subordinadas e alinhadas. Neste contexto no 
topo hierárquico das normas estaria a Constituição e abaixo dela todos os demais 
instrumentos legais. 
Nesta concepção jurídica formatou-se a chamada Pirâmide de Kelsen, onde de forma 
clara se enxerga a soberania da constituição perante outras normas jurídicas como visível 
no quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
6 
Obviamente que não iremos nos ater a comentar todos estes instrumentos 
normativos constantes da pirâmide, já que, o objetivo deste estudo é apresentar noções 
de Direito Constitucional. O interessante porém é perceber a concepção jurídica da 
constituição que a coloca com Lei Superior Hierarquicamente e regra Suprema. 
 Outro olhar destacado acerca do Direito Constitucional é a observação acerca das 
classificações apresentadas pelos estudiosos para as constituições, dentre estas pode-se 
citar origem, forma, forma de elaboração, ideologia, estabilidade, conteúdo, eficácia e 
muitas outras. Para nosso estudo observaremos três dessas classificações, quais sejam, 
quanto a origem, quanto a forma e quanto a estabilidade. 
 
Quanto a Origem a constituição pode ser: 
 
Outorgada – Apresenta-se como imposição de governo autoritário, não tem na sua 
construção participação popular direta ou indireta. Por exemplo a Constituição Brasileira 
de 1824, também conhecida como Constituição do Império. 
 
Promulgada – Possui participação democrática por meio de representantes legais do 
Povo e oriundas de Assembleia Nacional Constituinte. Por exemplo a atual Constituição 
Brasileira de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã. 
 
Quanto a Forma a constituição pode ser: 
 
Escrita – Apresenta-se consolidada em um único documento legal. Possuem este tipo 
de constituição por exemplo, a Argentina. 
Não Escrita ou Costumeira - Apresenta-se em textos legais separados e consolidadas 
também pelos costumes, jurisprudências e convenções. O maior exemplo é a Constituição 
da Inglaterra. 
 
Quanto a Estabilidade a constituição pode ser: 
 
Rígida – Apresenta exigência de processo legislativo complexo para alteração das 
normas constitucionais. Na atual Constituição do Brasil de 1988 o artigo 60 apresenta 
esta característica de rigidez, inclusive no seu parágrafo quarto aparecem aspectos que 
 
7 
não podem ser modificados e que constituem as chamadas cláusulas pétreas. Sendo 
assim emendas que visem abolir por exemplo o voto livre ou os direitos e garantias 
individuais não podem prosperar. 
 
Flexíveis – São as que podem ser modificadas por mera Lei ordinária, isto é, não 
necessitam de um processo legislativo complexo para sua alteração. Pode-se tomar como 
exemplo a Constituição Brasileira de 1824. 
 
Exercício de Fixação 
1 – Defina com suas palavras o que é Direito Constitucional. 
2 – Qual a sua definição para Constituição? 
3 – Segundo a concepção jurídica em que escala hierárquica aparece a constituição? 
4 – Diga com suas palavras o que é uma constituição promulgada. 
 
MÓDULO III - PODER CONSTITUINTE 
 
A constituição apresenta-se como instrumento legal que estrutura o Estado e regula 
de forma ampla a convivência social. Trata-se da Norma Maior do Estado. Acontece que 
as leis são feitas por homens e estes naturalmente evoluem, apresentam novas 
necessidades e formas de convivência, desta maneira, faz-se necessário que os 
instrumentos legais, inclusive a constituição possa acompanhar este desenvolvimento. 
Assim é que aparece a ideia do chamado Poder Constituinte que é: 
 
Poder de criar, de estabelecer uma nova Constituição. Ele se divide em 
originário e derivado. Trata-se da expressão da vontade política suprema de um 
povo direcionada à elaboração ou alteração do texto constitucional. Neste 
sentido pode-se dizer que o Poder Constituinte é a manifestação soberana da 
suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. 
(RUSSO, 2009, p-17) 
 
Percebe-se da definição acima que há doutrinariamente duas espécies de Poder 
Constituinte o Originário e o Derivado, tendo este últimoas variáveis de Reformador e 
Decorrente como se estudará adiante. 
 
 
8 
O Poder Constituinte Originário cria a Constituição de um Estado, ou seja, 
estabelece Carta Política ao novo Estado. Ele é inicial, pois inicia uma nova ordem jurídica 
fundamental. 
Possui como características o fato de ser ilimitado por não estar conectado a 
diretrizes jurídicas anteriores; autônomo, pelo fato de ser livre de qualquer vínculo com 
normas anteriores e, finalmente é incondicionado, devido a não ter estrutura 
anteriormente estabelecida para sua construção. 
Há duas formas de expressão do Poder Constituinte, quais sejam, a Outorga e a 
Assembleia Nacional Constituinte. A primeira, caracteriza-se como vimos por imposição 
unilateral do agente revolucionário, por exemplo, as de Constituições Brasileiras de 1824, 
1937, 1967 e 1969; a segunda, surge da vontade popular, a exemplo das Constituições 
Nacionais de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
 
 
 
Assembleia Nacional Constituinte de 1988, presidida pelo então Presidente do 
Congresso Nacional Ulysses Guimarães. 
O Poder Constituinte Derivado volta-se para a reforma da Constituição de um 
Estado, ou seja, altera a Lei Maior vigente. 
Possui como características o fato limitado e subordinado, já que, está vinculado 
pela ordem jurídica vigente, ou seja, se preocupa com as regras impostas pela 
Constituição anterior, neste sentido também é condicionado, já que tem forma 
preestabelecida para a sua elaboração. 
O Poder Constituinte Derivado divide-se ainda em: Reformador, quando altera o 
texto constitucional, respeitando as limitações e princípios vigentes, por exemplo, 
podemos citar as Emendas Constitucionais. 
Decorrente, quando permite que os Estados-Membros possam se organizar segundo 
suas próprias constituições, desde que, estas estejam em sintonia com a Constituição 
 
9 
Federal. Esta diretriz encontra-se no Artigo 25 da Constituição Federal Brasileira. O Estado 
do Ceará tem sua Constituição datada de 1989, possui 336 artigos e até fevereiro de 2016 
já havia recebido mais de 80 emendas. 
Interessante observar o vídeo que registra o discurso de promulgação da 
constituição de 1988. Naquela ocasião consolidava-se a democracia após um longo 
período de ditadura que iniciou-se em 1964 e seguiu até 1985. O vídeo encontra-se em 
www.youtue.com/watch?vb =WFoObTqpzjIo (VÍDEO 2) 
 
Exercício de Fixação 
1 - Defina com suas Palavras o que é o Poder Constituinte. 
2 - De que se trata o Poder Constituinte Originário e quais suas características? 
3 - O que você entende por Poder Constituinte Derivado Decorrente? 
 
MÓDULO IV - CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS 
 
No decorrer da história do Brasil tivemos até agora 7 (sete) constituições sendo 
quatro promulgadas (1891, 1934, 1946 e 1988) e três outorgadas (1824, 1937 e 1967). 
Além destas destaca-se também a Emenda Nº 1 à Constituição de 19767 que de tão 
abrangente, praticamente criou uma nova Carta Magna, isto em 1969. 
 Para uma melhor compreensão destas constituições faremos um breve relato acerca 
de algumas delas. 
 
Constituição de 1824 
 
Esta constituição foi a primeira constituição e ficou conhecida como a Constituição 
do Império. Foi estabelecida logo após a Proclamação da Independência do Brasil, que 
ocorreu em 7 de setembro de 1822, devido a vários acontecimentos liberais como vimos 
no estudo acerca do Constitucionalismo. 
Como característica marcante desta Constituição achava-se a divisão política em 
quatro poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. 
Destaca-se que o Poder Moderador, era superior a todos os outros e se concentrava 
nas mãos do Imperador Dom Pedro Primeiro. 
 
10 
Constituição de 1891 
 
Resultante de um Golpe Militar, em 15 de novembro de 1889, foi a primeira 
Constituição Republicana do País, influenciada pelo modelo constitucional americano. 
As características principais foram a forma republicana de governo, a liberdade de 
culto e tripartição de poderes políticos (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ainda teve 
como característica a divisão do Território Brasileiro em Estados. 
 
Constituição de 1967 
 
O Período imediatamente anterior a esta Constituição marca-se pela derrubada do 
Presidente João Goulart, por meio do Golpe Militar, em 31 de março de 1964. O então 
Presidente foi acusado de estar a serviço do comunismo internacional. A partir daí, com 
edição dos chamados Atos Institucionais - AIs instalou-se nova ordem revolucionária. O AI 
restringiu diversos direitos. O AI 2 estabelceu as eleições indiretas e o AI 4 reabriu o 
Congresso Nacional que havia sido fechado em 1966 para que se aprovasse a 
Constituição de 1967 . 
As características principais da Constituição de 1967 são: ideologia da “Segurança 
Nacional”; poderes políticos centralizados na União e redução dos direitos individuais. 
 
1969 - EC nº 1 à Constituição de 1967 
 
Em virtude de doença do Presidente General Costa e Silva, e com arrimo no AI 
assume o Governo uma Junta Militar formada por Ministros da Marinha, Exército e 
Aeronáutica. Foi então formatada a Emenda Constitucional Nº 1 que trouxe alterações a 
constituição de 1967. Aumentou-se o mandado do presidente para 5 anos e manteve-se a 
eleição indireta. Neste período governou o General Emílio Médici. Destaca-se o AI5 
considerado o mais duro e autoritário de todos os Ais. Para aprofundar o conhecimento 
acerca deste período e do AI5 acesse o endereço www.infoescola.com/ditadura-
militar/ai-5/ 
Dentre as características desta Emenda de 1969 encontra-se a possibilidade de 
fechamento do Congresso Nacional pelo Presidente da República, bem como o poder de 
suspender direitos e intervir nos Estados e Municípios. 
 
11 
Apresenta a Constituição de 1967, reformulada pela Emenda 1, de 1969, outorgada 
pelos Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica. A Emenda 1, de 
1969, equivale a uma nova Constituição pela sua estrutura e pela determinação de quais 
dispositivos anteriores continuariam em vigor. Formalmente, porém, continuava em 
vigor a Constituição de 1967, com as manutenções e alterações da Emenda 1. Vigoraram 
no período os atos institucionais. Primeiro como comandos autônomos de subversão e 
corrupção e depois como normas incorporadas à Constituição, no seu art. 182. (Site do 
Supremo Tribunal Federal. http://www.stf.jus.br) 
 
Exercício de Fixação 
 
1 - Qual a primeira constituição do Brasil? Foi outorgada ou promulgada? Como ela 
foi chamada? 
4 - Qual a primeira constituição da Republica Brasileira? 
5 - Qual a atual Constituição Brasileira? Foi outorgada ou promulgada? Como ela é 
chamada? 
 
MÓDULO V - CONHECENDO A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 
1988 
 
Parte I - Preâmbulo e Títulos I a III - Aula 5 
 
 
 
A Constituição Brasileira de 1988 foi promulgada em 05 de outubro de 1988 e 
caracterizou a redemocratização do País com um forte aparado de Garantias e Direitos 
Individuais e Coletivos. 
 
12 
Como características principais pode-se destacar a Forma Federativa de Estado e 
Forma Republicana de Governo, bem como o Sistema Presidencialista de Governo. 
 Estudamos algumas formas de classificação das Constituições e neste momento é 
oportuno reforçar e observar mais detalhadamente a Constituição Cidadã Brasileira, a 
qual, classifica-se como sendo Promulgada, Escrita e Rígida, conforme se vê no quadro 
abaixo: 
 
Promulgada 
Surgiu de uma Assembleia Nacional Constituinte, fruto da 
participação popular. 
Escrita 
É formatada em um único documento, onde dispõe de regras 
fundamentais do Estado. 
Rígida Exige um processo complexo para alteração de seus dispositivos. 
 
Feitos os estudos históricos e doutrinários do Constitucionalismo, do Direito 
Constitucional e das Constituições Brasileiras, iremos adentrar agora em uma abordagem 
geral da organização estrutural da Constituição Brasileirade 1988, oportunidade em que, 
teremos uma visão ampla de sua importância e alcance. 
A Constituição Brasileira vigente foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e possui 
250 artigos. Até o momento sofreu diversas emendas, até o final de 2016 mais de 90 
delas tratando de temas diversos. 
Resumidamente a estrutura da constituição é a seguinte: 
 
Preâmbulo – Trata-se de texto que comporta de forma resumida o “Espírito” da 
Constituição, indicando seu valor como instrumento garantidor da Sociedade 
Democrática. Veja abaixo o Preâmbulo da Constituição Cidadã: 
 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
13 
Título I – Princípios Fundamentais – Art. 1º ao 4º 
 
São as regras básicas do ordenamento constitucional e aparecem como síntese de 
todas as demais regras da constituição. Neste sentido disciplina a o artigo 1º: 
 
Artigo 1ª A República Federativa do Brasil possui como fundamentos: 
I Soberania 
II Cidadania 
III – Dignidade da pessoa humana 
IV – Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
V – O Pluralismo Político 
 
 Acerca dos Princípios Fundamentais, válido observar a definição de Soberania e 
Cidadania. Soberania volta-se para o aspecto do Brasil ser independente diante dos 
outros países. Cidadania refere-se ao poder do indivíduo de participar das atividades 
sociais e políticas devendo ser respeitado como tal. Observemos as definições. 
A Soberania do Brasil representa-se pela integração entre União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, diante do universo político organizacional mundial. 
Soberania apresenta-se então como “Caráter ou qualidade de soberano, autoridade 
suprema, autoridade suprema, autoridade moral considerada como suprema; poder 
supremo, irresistível.” (Disponível em: www.dicionarioinformal.com.br. Acesso em 11 de 
junho de 2014). 
Para transparecer a Soberania Nacional de forma visual, o Brasil possui seus 
símbolos que são quatro e estão previstos no artigo 13 §1º, quais sejam: Bandeira 
Nacional; Hino Nacional; Armas Nacionais e Selo Nacional. 
 
 
 
Bandeira Nacional (Pavilhão Nacional) Armas Nacionais(Brasão Nacional) Selo Nacional 
 
O Brasão é de uso obrigatório em repartições públicas federais como por exemplo 
nos quartéis. 
 
14 
O Selo é utilizado para autenticar atos oficiais do governo e também diplomas e 
certificados emanados de instituições de ensino oficiais. 
 
Cidadania – “Trata-se da condição da pessoa natural que, como membro de um 
Estado, encontra-se no gozo dos direitos que lhe permitem participar da vida política. É 
por assim dizer o conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe 
permitem intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo 
direto ou indireto na formação do governo e na sua administração.” (Disponível em: 
www.dicionarioinformal.com.br. Acesso em 11 de junho de 2014). 
 
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais – Art. 5º a 17 
 
Os Direitos e Garantias Fundamentais são instrumentos legais constitucionais 
garantidores de uma série de proteções voltadas para os direitos e deveres individuais e 
coletivos (como igualdade entre todos), direitos sociais (como o direito ao trabalho), 
direito de nacionalidade, direitos políticos (votar e ser votado) e pluralidade de partidos 
políticos. 
 Em ponto específico deste material abordaremos diversos aspectos do artigo 5º da 
Constituição Federal, os quais possuem reflexo na atuação da atividade policial. 
 
Título III – Da Organização do Estado – Art. 18 a 43 
 
Doutrinariamente a organização e estruturação de um Estado pode ser observada 
sobre três ângulos, quais sejam: 
 
Forma de Governo – De certa forma é a maneira como se dá organização política no 
que toca a forma de poder dos dirigentes para com a coletividade. Pode ser República ou 
Monarquia. 
No caso da República existe a figura de governante escolhido pelo povo como é o 
caso do Brasil. Na Monarquia aparece a figura do Rei, governante não escolhido pelo 
povo, ou seja, o “trono” é hereditário passando entre gerações como é o caso da 
Inglaterra. 
 
 
15 
Sistema de Governo – Apresenta-se por assim, dizer pela forma como é 
“representado e gerido administrativamente” o País. Neste aspecto encontra-se o 
Presidencialismo ou Parlamentarismo 
No presidencialismo percebemos que a figura do Presidente concentra a 
representação do Estado (Representatividade do País junto a Comunidade Internacional) 
e a representação do Governo (Aspectos administrativos e gerenciais do País). É o 
exemplo do Brasil e dos Estados Unidos da América por exemplo. 
No caso do parlamentarismo percebemos que existe uma figura que representa o 
Estado e outra que representa o Governo, no caso, da representatividade do Governo 
aparece a figura do Primeiro Ministro. A Inglaterra como vimos é uma Monarquia e seu 
Sistema de Governo é Parlamentarista. 
 
Forma de Estado – Estado Unitário ou Federação 
 
O Estado Unitário não apresenta divisões político/geográficas. Aqui o Poder é 
concentrado no Governo Central, como é o caso do Japão. 
O Estado Federado apresenta marcantes divisões político/geográficas como 
províncias e estados. Aqui o Poder embora de certa forma agregado na União é 
fracionado com as províncias ou estados que possuem certa autonomia. Como exemplo 
podemos citar a Argentina onde há divisão em províncias e o Brasil que possui divisão 
estados. 
O Brasil, desta forma, apresenta-se como sendo: República - Presidencialista 
Federativa . 
Feito o histórico das Constituições e dado o enfoque a Constituição vigente, 
interessante assistir ao vídeo que certamente ajudará a revisar a matéria de forma 
efetiva. Veja o vídeo em www.youtube.com/watch?v=qxlI21q5mZw (VÍDEO 3) 
 
Exercício de Fixação 
1 - Em que ano foi promulgada atual Constituição do Brasil? 
2 - Como classifica-se a Constituição Brasileira conforme o conteúdo estudamos? 
3 – O que você entende por Soberania e Cidadania? 
4 – Quais as Formas de Governo que estudamos? 
 
 
16 
MÓDULO V - PARTE II - TÍTULOS IV AO X 
 
Título IV – Da Organização dos Poderes – Art. 44 a 135 
 
A divisão dos Poderes tem a finalidade de propiciar uma sistematização 
organizacional, com vistas a viabilizar uma melhor distribuição de tarefas, atribuições e 
ações. 
Percebe-se que os primeiros indícios teóricos para a “Divisão dos Poderes” em três 
funções, foi lançada pelo filósofo Aristóteles quando de sua Obra intitulada Política, 
sendo que, estas funções estavam concentradas em um único representante, como um 
Rei por exemplo. 
Mais adiante o escritor Montequieu por meio de sua Obra o Espírito das Leis, 
apresentou a divisão do poder em três, sendo que, desconcentradas, ou seja, cada uma 
representada por um órgão diferente. 
Na atual Constituição Brasileira, encontramos no artigo 44 o Poder Legislativo, no 
artigo 76 o Poder Executivo e no artigo 92 o Poder Judiciário. 
O Poder Legislativo – É responsável como atividade principal pela elaboração das 
Leis. No âmbito Federal é exercido pelo Congresso Nacional, que é formado pela Câmara 
dos Deputados composta de 513 Deputados que representam o Povo (São eleitos 
proporcionalmente conforme o número de eleitores de cada Estado e Distrito Federal, 
logo, há Estados que possuem mais deputados federeis que outros) e pelo Senado 
Federal composto por 81 Senadores (três representando cada Estadoda Federação e do 
Distrito Federal) 
Nos Estados o Poder Legislativo é representado pelos Deputados Estaduais e nos 
Municípios pelos Vereadores. 
 
 
Edifício Sede do Congresso Nacional – Brasília - Distrito Federal 
 
 
17 
Poder Judiciário - Tem missão primordial de aplicar a Lei, sendo composto pelos 
seguintes órgãos: o Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de Justiça; o Superior 
Tribunal de Justiça; os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os Tribunais e Juízes 
do Trabalho; os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares; e os Tribunais 
e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de maior representatividade do Poder 
Judiciário Brasileiro, sendo o último grau de recurso. Segundo o artigo 101 da 
Constituição Federal é formado por 11 Ministros que são escolhidos entre brasileiros de 
notório saber jurídico e reputação ilibada, devendo ser maiores de 35 anos e menores de 
65 anos de idade. São escolhidos e nomeados pelo Presidente da República após 
aprovação de maioria absoluta do Senado Federal. 
Perceba que o Poder Judiciário só possui órgãos Federais e Estaduais, isto é, não 
existe no Brasil Justiça Municipal. 
 
 
Edifício Sede do Supremo Tribunal Federal em Brasília – Distrito Federal 
 
Poder Executivo – Possui como missão principal gerir, governar, administrar visando 
o bem comum. No âmbito da União o Chefe do Poder Executivo é o Presidente da 
República, nos Estados é o Governador e nos Municípios o Prefeito. 
 
 
Palácio do Planalto - Sede do Governo Federal-Brasília-DF Granja do Torto – Brasília – DF - Residência Oficial do Presidente 
 
 
18 
A Capital Brasileira é a Cidade de Brasília, a qual foi fundada em 21 de abril de 1960, 
quando da gestão do então Presidente da República Juscelino Kubitschek. Este gestor 
teve o propósito de criar na Região Central do Brasil o Distrito Federal onde estaria 
sediada a nova Capital Nacional, Brasília, estimulando o desenvolvimento daquela Região. 
Os principais prédios públicos de Brasília como os ilustrados acima são criações do 
renomado arquiteto Oscar Niemeyer, que com seus traços marcantes, fez nascer uma das 
mais prestigiadas Capitais do Mundo. 
 Ainda neste Título da Constituição encontram-se as chamadas Funções Essenciais à 
Justiça, quais sejam o Ministério Público (Promotores de Justiça), a Advocacia Pública 
(Procuradores de Estado – Advogados da União, etc), Advocacia (Advogados particulares) 
e finalmente a Defensoria Pública (Defensores Públicos). 
Acerca destes destacamos o Ministério Público que possui dentre as suas funções 
institucionais elencadas no artigo 129 da CF, a atribuição de ser o titular da Ação Penal 
Pública (inciso I) e exercer o controle externo da atividade policial (inciso VII). 
A Defensoria Pública está prevista no artigo 134 da CF e tem dentre suas atribuições 
a defesa em todos os graus, de forma gratuita, dos direitos individuais e coletivos dos 
necessitados. 
 
Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas – Art. 136 a 144 
 
Este Capítulo da Constituição aborda dois aspectos diferenciados. O primeiro elenca 
as medidas possíveis em tempos de ameaça e anormalidade como por exemplo o Estado 
de Defesa previsto no artigo 136 da CF e aplicável para restaurar a ordem pública, diante 
de instabilidade institucional ou desastres naturais de grande monta. Neste mesmo 
campo acha-se o Estado de Sítio, previsto no artigo 137 da CF e voltado para por exemplo 
declaração de “estado de guerra”. Ambos são decretados pelo Presidente da República. 
O segundo aspecto volta-se para a defesa do país e da sociedade por meio das 
Forças Armadas e da Segurança Pública. 
Constituem as Forças Armadas, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, sendo 
fundamentadas na hierarquia e disciplina, estando sob o comando supremo do 
Presidente da República a quem cabe nomear seus comandantes. 
Perceba que a hierarquia volta-se para a organização verticalizada entre postos 
(oficiais) e graduações (praças) tendo em relevo também a questão da antiguidade. 
 
19 
A disciplina reforça o aspecto da obediência aos ditames legais, fazendo com que 
cada um dos integrantes cumpra rigorosamente suas obrigações funcionais. 
Devido a importância fundamental destas Instituições, seus integrantes, chamados 
de forma geral de militares, tem sobre sí a proibição de sindicalização e greve, consoante 
o artigo 142, inciso IV da CF. 
A Constituição apresenta no Título VI aspectos voltados para a Tributação e o 
Orçamento, previstos nos artigos 145 a 169, para nosso estudo interessante saber que a 
União, os Estados e os Municípios podem instituir tributos, por meio dos quais, garante-
se os investimentos nas diversas áreas sociais como educação, transporte, saúde, 
segurança, enfim, os serviços púbicos em geral. 
O Título VII volta-se para a Ordem Econômica e Financeira, disciplinados nos artigos 
170 a 192. Nestes artigos observam-se como princípios a função social da propriedade, a 
livre concorrência, defesa do consumidor, redução das desigualdades regionais/sociais. 
Encontramos no Título VIII dispositivos acerca da Ordem Social, disciplinada entre os 
artigos 193 a 232. Conforme artigo 193 a Ordem Social tem como base a valorização do 
trabalho e como objetivos o bem estar e a justiça social. Neste Título é que estão 
localizados aspectos como a família, educação, desporto e seguridade social, por meio da 
qual, apresentam-se diretrizes voltadas para saúde, previdência e assistência social. Aqui 
aparecem pontos importantes como aposentadoria, benefícios sociais e atendimento de 
saúde que conforme o artigo 196 e direito de todos e dever do Estado. 
O Título IX trata das Disposições Constitucionais Gerais, estabelecidas entre os 
artigos 233 e 250. Estas abordam questões diversas como a criação de novos estados por 
exemplo. 
Finalmente temos o Título X que trata dos Atos das Disposições Constitucionais 
Transitórias. Este Título apresenta como particularidade ser apresentado em pouco mais 
de 100 artigos separados e que voltam-se para medidas que ao tempo deveriam ser 
adotadas para que as normas se adequassem ao novo texto constitucional. Assim previu-
se plebiscito de 1993 para que via voto se escolhesse a Forma Governo (república ou 
monarquia constitucional) e o Sistema de Governo (parlamentarismo ou 
presidencialismo) que deveriam vigorar no País. Também foi criado o Estado de Tocantins 
conforme o artigo 13 deste título. 
Vimos até aqui um apanhado histórico, doutrinário e social acerca do 
constitucionalismo, do Direito Constitucional e de forma especial estudamos a 
 
20 
Constituição Federal de 1988. A seguir iremos observar pontos dos direitos individuais e 
coletivos diretamente ligados a segurança pública e trabalho policial. 
 
Exercício de Fixação 
 
1 – No modelo Constitucional Brasileiro como se dá a Divisão dos Poderes? 
2 – Cite as Funções Principais de cada um dos Poderes. 
3 – Como é Formado o Poder Legislativo Federal? 
4 – Que são os Chefes do Executivo nas Esferas Federal, Estadual e Municipal? 
 
MÓDULO VI - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
PARTE I Visão Geral e Incisos I a XXXVIII 
 
Sem dúvida alguma o artigo 5º da Constituição Federal trata-se de um dos mais 
importantes da nossa Atual Lei Maior. Nele encontramos aspectos voltados para garantia 
da legalidade, para o exercício da cidadania, para a promoção da liberdade de expressão e 
enfim, uma série de dispositivos que norteiam o formato democrático e legal da 
República Federativa do Brasil e seu Povo. 
Para fins didáticos dividimos o estudo do artigo 5º em duas aulas e, obviamente, 
destacamos os incisos que direta ou indiretamente ofertam alguma conexão com a 
atividade de segurança pública não só no cumprimento de seu desiderato específico, mas, 
também na promoção do Bem Comum e da Cidadania.Sendo assim observaremos o texto literal da Constituição e a ele agregaremos 
algumas informações pontuais quando necessário para melhor compreensão. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos se 
guintes: 
 
 
 
21 
 I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
 
O caput do Artigo 5ª e seu inciso I fazem menção ao Princípio da Igualdade, por meio 
do qual, busca-se a maximização da democracia em sua plenitude, ou seja, busca-se fazer 
com que o Ser Humano independente de estado social, raça, sexo, cor e religião, seja 
portador dos mesmos direitos e obrigações. Destaca-se que na busca por esta igualdade, 
deve-se obervar certas particularidades para que se igualem as situações diferenciadas. 
Neste sentido é que se concebe por exemplo: aposentadoria com menor decurso de anos 
para os policiais; licença maternidade maior com lapso temporal maior para as mães do 
que para os pais; reserva de vagas em concursos públicos para portadores de 
necessidades especiais (deficientes); etc. 
Para os servidores públicos em geral e, os policiais estão inclusos obviamente, deve-
se observar o cumprimento da Lei de forma igualitária consoante diz a constituição, ou 
seja, de forma legítima, mantendo o respeito, a cortesia e a postura devidos. 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei; 
 
Este inciso retrata o Princípio da Legalidade. Pode ser observado também de certa 
forma no Artigo 1º do Código Penal Brasileiro - Decreto Lei Nº 2.848, de 7 de fevereiro de 
1940 que diz: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
Para o operador de Segurança Pública fica claro que só pode agir diante e com 
arrimo da Lei, nada, absolutamente nada fora dela. 
Atos administrativos, prisões, operações e abordagens por exemplo para serem 
determinadas, cumpridas e obedecidas, devem guardar sempre o caráter da legalidade. 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
 
Aqui destaca-se de forma bastante clara a materialização dos Direitos Humanos que 
na realidade são a expressão da luta contínua pelo respeito a essência do Ser Humano em 
 
22 
seu mais sublime sentido. 
 O policial tem não apenas o dever de não utilizar estas práticas, mas também de 
impedí-las quando possível, sob pena inclusive de ser responsabilizado por omissão. 
Neste contexto válido observar a Lei Federal Nº 9.455, de 7 de abril de 1997 que define o 
Crime de Tortura e dá várias providências a este respeito. (Vide no Anexo I desta Apostila) 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
 
Os incisos IV e V abordam o direito de livre expressão, porém, destaca-se que não se 
trata de direito absoluto, devendo ser exercido de modo a não ferir o direito alheio. De 
fato a manifestação por qualquer meio, desde que, não venha a caracterizar algum crime 
(desacato, injúria, calúnia, difamação, etc) ou não contenha algum aspecto de ilegalidade 
é salutar e deve ser viabilizada como instrumento da democracia. 
 O que não é aceitável são os abusos, por isso é que a Lei veda o anonimato, a fim 
de que, por exemplo em uma publicação jornalística não difunda quem é o autor de 
uma matéria que acusa determinado gestor de enriquecimento ilícito. O anonimato neste 
caso impossibilitaria que o autor da denúncia fosse responsabilizado por exemplo se 
estivesse lançando acusação caluniosa. 
 Na atuação da Segurança Pública, se por exemplo em uma passeata, festa ou 
qualquer evento os participantes estão mascarados e algum deles encontra-se em atitude 
suspeita (por exemplo aparentando portar arma) ou pratica algum ato criminoso, o 
policial tem o direito de solicitar sua identificação pessoal (por meio de documentação) e 
visual (por meio da identificação visual – isto é por o rosto à mostra). Se assim não o 
fosse não teria como o policial identificar o indivíduo e tomar as providências legais. 
 O artigo Art. 68. do Decreto Lei Nº 3.688, de 3 de outubro de 1941, o seja, Lei das 
Contravenções Penais, garante suporte para tal situação, quando diz ser contravenção 
penal o fato de se “recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou 
exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, 
domicílio e residência”: Neste caso, obviamente dentro do bom senso e com os cuidados 
devidos em relação a integridade física e moral, o indivíduo deverá ser levado até a 
 
23 
Delegacia de Polícia para o procedimento devido, ou seja, por exemplo um Termo 
Circunstanciado de Ocorrência - TCO. 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
Este inciso tem conexão com o Princípio da Presunção de Inocência, mais claramente 
apresentado no inciso LVII. 
Diante do conteúdo deste inciso e do Princípio a ele atrelado o operador de 
segurança pública deve ter muito zelo, cuidado e respeito pela honra e imagem das 
pessoas com que tem contato profissional, inclusive o preso. Infelizmente, em alguns 
casos se expõe a figura do preso como se troféu fosse e sem qualquer finalidade 
justificável alguma a não ser promoção particular ou institucional e/ou atendimento a 
solicitação de parte da mídia que preocupa-se meramente com a audiência independente 
da repercussão e tragédia social . 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
Este inciso que trata da inviolabilidade do domicílio é corriqueiro na atividade 
policial, sendo assim, deve-se observá-lo com atenção máxima. Sendo assim vamos 
estudar por partes. 
Consentimento do morador – A entrada é possível em qualquer caso em a qualquer 
hora. Faz-se prudente porém que o policial solicite autorização por escrito e nesta 
assinem duas testemunhas (vizinhos por exemplo). Além disso faz-se interessante 
também que morador e testemunhas acompanhem a diligência na casa e que ao final 
também assinem dizendo que não houve qualquer abuso por parte da equipe policial. 
Obviamente caso haja algum aspecto de crime, por exemplo, existência de drogas, deve 
ser feito o procedimento legal levando-se todos para a Delegacia. 
Independente de Consentimento do Morador e de horário 
 
 
24 
Nos casos de flagrante delito - Artigo 302 do Código de Processo Penal Brasileiro: 
”...o agente está cometendo a infração penal, ou acaba de cometê-la, e é perseguido, logo 
após, pela autoridade, pelo ofendido, ou por qualquer pessoa, em situação que faça 
presumir ser o autor da infração, ou quando é encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser o sujeito ativo.” 
Nos casos de desastre – Acidente grave, sinistro, desgraça, fatalidade, que justifique 
a entrada na casa 
Para prestar socorro – Caso em que alguém encontra-se necessitando de uma 
atenção de saúde ou proteção imediata. 
Independente de consentimento do morador e mediante mandado Judicial – Apenas 
durante o dia, destacando-se que não existe definição precisa do horário de início do dia 
e da noite, porém, uma margem de segurança plausível e aceitável é que o dia estende-se 
das 06h até as 18h). 
Em caso alguma saia das hipóteses legais, pois, no caso de violação você poderá 
responder administrativamente,penalmente e civilmente. Ou seja, o único caminho é o 
melhor caminho, ou seja, agir dentro da legalidade. Leia também o Art. 150 do Código 
Penal Brasileiro (violação de domicílio). 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
No caso deste inciso é importante o policial saber que em períodos normais não 
existe Lei que determine toque de recolher em determinado horário. Logo, qualquer 
pessoa capaz pode ficar até a hora que quiser na rua. 
O que o policial pode fazer é do ponto de vista legal, solicitar a identificação para os 
que ficam até altas horas em espaços públicos e ambientes ermos por exemplo. No caso 
de recusa de identificação pode-se valer da Lei de Contravenções Penais, mais 
precisamente o artigo 68: “Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente 
solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, 
profissão, domicílio e residência.” 
No mesmo sentido, caso sejam crianças (até 12 anos de idade) ou adolescentes (até 
18 anos de idade) pode além de solicitar a identificação, orientar para que sigam para 
casa e em caso contrário buscar contato com os pais ou instituições responsáveis como o 
 
25 
Juizado da Criança e do Adolescente. 
Em consonância com os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente, juízes 
tem decretado toque de recolher para crianças e adolescentes, em alguns casos para as 
crianças até às 20h e para os adolescentes até às 22h. Ressalvas acontecem obviamente 
quando estão acompanhadas dos pais ou responsáveis. 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
autoridade competente; 
 
Neste inciso serve as colocações feitas quando da identificação das pessoas pela 
polícia e também é de destacar a necessidade de aviso prévio para eventos em espaços 
abertos ao público como praças, parques, etc. O aviso é muito importante principalmente 
nos períodos eleitorais (comícios, passeatas, carreatas, etc). A ideia é que a polícia em 
sendo avisada possa agir preventivamente e se programe para acompanhar o Evento 
garantindo a segurança devida aos participantes e ao púbico em geral. 
 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano; 
 
Para proteção da vida e patrimônio, poderá acontecer casos em que o policial 
poderá necessitar de requisitar junto a alguém a propriedade particular (móvel ou 
imóvel). Como exemplos práticos podemos citar o caso em que uma família está sendo 
mantida como refém dentro de uma casa e a polícia necessita dos imóveis vizinhos para 
estabelecer estrutura tático/operacional com vistas a negociação e/ou invasão. 
 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
 
26 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
O Jurí além da previsão constitucional está disciplinado em aspectos a partir do 
artigo 406 do Código de Processo Penal Brasileiro. Destaca-se que o júri volta-se para os 
crimes dolosos contra a vida (Entende-se por doloso o crime quando o autor tem a 
intenção de praticar o delito ou assume o risco de que o resultado aconteça). 
São crimes dolosos contra a vida por exemplo o homicídio (Art. 121 do CPB), 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (Art. 122 do CPB), Infanticídio (Art. 123 do 
CBP) 
 
Exercício de Fixação 
 
1 - Quais os casos em que se pode adentrar no domicílio sem consentimento do 
morador? 
2 – Em que horário se pode cumprir o mandado judicial? Justifique. 
3 – Quais os crimes que são da competência de julgamento do Tribunal do Juri? 
 
MÓDULO VI – PARTE II – Incisos XXXIX a LXII 
 
Vimos até este momento uma série de incisos do artigo 5º que possuem alguma 
pertinência para a atuação do profissional de segurança pública. Na mesma linha 
metodológica iremos continuar obervando os demais incisos deste vasto artigo. 
 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal; 
 
Já fizemos menção na aula anterior ao Princípio da Legalidade. De fato enquanto 
cidadão e de forma mais enfática enquanto policial deve-se obedecer rigorosamente ao 
que encontra-se escrito nas diversas legislações. Neste sentido é importante o estudo e 
atualização constante. 
 
 
27 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
Aqui encontra-se a questão da Irretroatividade da Lei Penal. Pelo dispositivo 
constitucional uma lei nova só poderá ser aplicada a situação pretérita quando for para 
de alguma forma trazer benefício para o réu. De fato, no caso de uma lei posterior deixar 
de caracterizar determinada conduta como crime, deve acontecer até mesmo a soltura do 
indivíduo que porventura esteja preso em decorrência daquela conduta. 
 Por outro lado, se lei posterior aumenta a pena para determinada conduta 
criminosa, aqueles que a tenham praticado ante da nova lei, não podem ter suas penas 
agravadas. 
 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei; 
 
Em relação a este inciso e pertinente saber diferenciar a injúria racial que acha-se no 
artigo 140 § 3º do Código Penal Brasileiro do Crime de Racismo que encontra-se tipificado 
no artigo 20 da Lei Federal Nº 7.716/89. 
A Injúria real implica em ofender a honra de alguém com a utilização de elementos 
referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. 
No caso do crime de racismo, volta-se para condutas discriminatórias dirigidas a 
determinado grupo, coletividade ou mesmo pessoa, porém, dando ênfase na negativa de 
algum direito em função de suas características de cor, raça, gênero,etc. 
Veja no anexo a Lei Federal supra citada que trata dos crimes de preconceito de raça 
e cor. 
 
XLVII - não haverá penas: 
 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
 
 
28 
No Brasil, consoante o disposto neste inciso não se admite pena de prisão perpétua, 
de trabalhos forçados, de banimento (expulsar do país) e cruéis. 
A hipótese de pena de morte dar-se em caso de guerra declarada cosoante o artigo 
84 inciso XIX que coloca dentre as atribuições privativas do Presidente da Repúbica: XIX - 
declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional 
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas 
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional. 
Observe que a pena de morte e exceção e volta-se para crimes cometidos alguns 
crimes cometidos durante guerra declarada e previstos no Código Penal Militar como por 
exemplo traição, saques, motim, etc. Alguns destes crimes podem ser praticados também 
por pessoas comuns. 
Alguns países como por exemplo os Estados Unidos da América – EUA, possuem a 
prisão perpétua e a pena de morte nos seus ordenamentos jurídicos. Nos EUA, por 
exemplo, há estados que aplicam estas penas e outros não. 
 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
 
O preso continua nesta condição mantendo seus direitos constitucionais, dentre 
estes a integridade física e moral. Sua liberdade é que está cerceada. 
A obrigação do policial que efetue por exemplo uma prisão em flagrante delito é de 
deter o infrator e socorrê-lo e/ou conduzi-lo até o Delegado de Polícia que irá tomar as 
medidaspertinentes conforme seus conhecimentos jurídicos e seu livre poder 
discricionário fundamentado em Lei. 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal; 
Estes dois incisos evocam o princípio da Legalidade, destacados na necessidade de 
autoridade legalmente constituída para sentenciar, no caso, o Juiz de Direito. Ademais 
reforça questão do Devido Processo Legal, ou seja, conjunto de ações voltadas para 
garantias diversas como por exemplo a garantia de ampla defesa e contraditório. 
 
 
29 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
Aspecto absolutamente pertinente a atuação policial. Observe que não adiante o 
policial no desejo de “fazer justiça”, “ajudar a vítima”, “punir o infrator”, praticar ações 
ilegais como invasão de domicílio, escuta telefônica desautorizada pelo judiciário, prática 
de tortura, etc. Nestes casos, mesmo que consiga levantar alguma prova esta não será 
admitida no processo e fatalmente o que irá acontecer é que o infrator continuará solto e 
você possivelmente responderá por abuso de autoridade por exemplo, correndo o risco 
até de ser expulso da corporação. 
O que se quer dizer não é que o policial fique inerte, não, deve buscar os meios 
legais e eficazes para fazer seu papel sem desrespeitar a Lei. Para tanto servem as 
representações ao Poder Judiciário feitas pelo Delegado de Polícia (Prisão Temporária – 
Prisão Preventiva – Busca e Apreensão – Interceptação Telefônica – Infiltração, etc) serve 
ações estratégicas como a campana e enfim, a inteligência do policial contra o crime. 
 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória; 
 
Este inciso reforça de forma clara o Princípio da Presunção de Inocência e reflexo em 
aspectos como a imagem do preso, fatores que já estudamos na aula anterior. 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
 
As duas hipóteses de prisão são flagrante e mandado judicial. Para o flagrante é 
interessante olhar os artigos 301 e seguintes do Código de Processo Penal Brasileiro - 
CPPB, que trata da questão das hipóteses de prisão e, no mesmo esteio, também ler o 
seu artigo 290 para compreender o sentido legal de “perseguição”. 
 
 
 
 
 
30 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
 
Ao prender uma pessoa o policial militar deve levá-lo imediatamente até a presença 
do Delegado de Polícia e este, como dito, tomará as providências legais cabíveis dentro 
de seu livre convencimento jurídico fundamentado, podendo então dentre outras 
medidas: Lavrar o Flagrante Delito – Lavrar o Termo Circunstanciado de Ocorrência – 
Registrar um Boletim de Ocorrência – Colher depoimentos – Apreender Objetos – Fazer 
Representações junto ao Poder Judiciário – Arbitrar Fiança, etc. 
Dentre estas providências obriga-se a fazer a comunicação da lavratura do auto de 
prisão em flagrante ao Juiz, ao familiar do preso ou pessoa por ele indicada, ao Ministério 
Público e a Defensoria Pública nos casos em que o acusado não possui advogado nem 
condição de pagá-lo. 
 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por 
seu interrogatório policial; 
Estes incisos já foram contemplados em explanações anteriores, devendo-se 
destacar que a identificação dos responsáveis e bem como a motivação da prisão são 
constantes da Nota de Culpa – Documento Elaborado na Delegacia de Polícia e entregue 
ao Preso. 
 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
 
Reforça-se a tese do dever do policial de proceder dentro da legalidade sob pena de 
tornar sem efeito seu trabalho e correr o risco de responder penal, civil e 
administrativamente. 
 
 
 
 
 
31 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
Recai sobre os Delegados de Polícia e os Juízes de Direito, enquanto Operadores do 
Direito, a responsabilidade de observar rigorosamente esta regra. De fato cabe ao 
Delegado e ao Juiz em casos devidos por exemplo a decisão de arbitrar a fiança e o 
estabelecer se valor. 
Estas práticas, visam atender a moderna política criminal que visa encarcerar apenas 
aquelas pessoas que cometem crimes mais graves e, para os demais, aplicar-se penas 
alternativas e restrições de direitos por exemplo. 
 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
O Habeas Corpus é um dos chamados “Remédios Constitucionais”. Os casos em que 
cabe estão explícitos e visa proteger o Direito de ir e vir, ou seja, a liberdade. 
Destaca-se que para impetrar Habeas Corpus não faz-se necessário o intermédio de 
advogado e o próprio preso pode fazer em seu nome. 
Também acerca deste tópico interessante observar a Lei que trata do Abuso de 
Autoridade. Consta nos anexos desta Apostila. 
Detaca-se por fim que não cabe Hábeas Corpus em relação as punições disciplinares 
militares. 
 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais 
ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo; 
Trata-se de Remédio Constitucional que visa o acesso a informação. Neste contexto 
válido fazer uma leitura para fins de aprofundamento na Lei de Acesso a Informação, ou 
seja, Lei Federal Nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. 
 
32 
Exercício de Fixação 
1 - De que e trata a Irretroatividade da Lei Penal? 
2 – O que é o Princípio da Presunção de Inocência? 
3 - Quais as duas hipóteses legais em que uma pessoa pode ser presa? 
4 – Que Direito protege o Habeas Corpus? 
 
MÓDULO VII – SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 
 
Para análise do Artigo 144 da Constituição Federal e do Modelo de Segurança 
Pública Brasileiro, faz-se interessante observar algumas definições pertinentes as quais 
construímos a partir da leitura de diversas obras acerca da temática. 
 
Segurança Pública 
 
Trata-se de atividade patrocinada pelos órgãos públicos em parceria com a 
comunidade, tendo como objetivo prevenir e reprimir a criminalidade e da violência, com 
vistas a garantir o exercício cidadania e a promoção do bem comum. 
 
 
Defesa Social 
 
É o conjunto de ações que envolve dentre outras atividades assistenciais, a 
prestação de serviços de Segurança Pública e de Defesa Civil. 
 
Defesa Civil 
 
Pode ser concebida como conjunto de medidas que visam prevenir e atuar, em 
situações diversas onde haja riscos e/ou perdas a que estão sujeitas as pessoas e os bens, 
seja por interferência da conduta humana seja em conseqüência de calamidades e 
desastres da naturais. 
 
 
33 
Polícia Civil 
 
É Órgão do Sistema de Segurança Pública responsável pelas atividades de “Polícia 
Judiciária”, quando atua em atendimento as requisições emanadas do Poder Judiciário e 
“Polícia Investigativa” quando atua na apuração das infrações penais, exceto as militares e 
as de competência da União. 
 
Polícia Militar 
 
Trata-se do Órgão do Sistema de Segurança Pública com a competência 
majoritariamentevotada para as atividades de polícia ostensiva e preservação da ordem 
pública. 
 
Corpo de Bombeiro Militar 
 
Apresenta-se como o Órgão do Sistema de Segurança Pública com a competência de 
executar as atividades de Busca, Salvamento e Defesa civil, além de outras atribuições 
específicas estabelecidas em lei. 
Uma das premissas maiores da Segurança Pública é a sua perspectiva sistêmica, 
expressa na interação permanente entre seus diversos órgãos e destes com a sociedade 
civil organizada. 
Do ponto de vista Constitucional o Sistema de Segurança Pública no Brasil rege-se, 
pelo disposto no art. 144 que passamos a ler, estudar e refletir. 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, 
é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 
 
34 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e 
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de 
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas 
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou 
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos 
públicos nas respectivas áreas de competência; 
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela 
União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo 
das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela 
União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo 
das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, 
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais, exceto as militares. 
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem 
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, 
incumbe a execução de atividades de defesa civil. 
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva 
do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela 
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. 
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de 
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados 
 
35 
neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 82, de 2014) 
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras 
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana 
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) 
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos 
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em 
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) 
 
Do constante no art. 144 da Constituição Federal Brasileira Vigente, pode-se concluir 
que o Sistema de Segurança Pública Brasileiro é formado por instituições federais, 
estaduais e municiais, cada uma com sua abrangência e atribuições. 
Destaca-se, que as guardas municipais vêm atuando cada vez mais como 
cooperadoras do policiamento ostensivo e preventivo. O fato e que por estarem nas 
praças, escolas e prédios públicos da prefeitura, deparam-se frequentemente com 
situações delituosas e podem/devem intervir para mantença da ordem pública. Para 
aprofundar este campo sugere-se a observação da Lei Federal Nº 13.022 de 8 de agosto 
de 2014 que dispõe acerca do Estatuto Geral das Guardas Municipais. 
 
Exercício de Fixação 
 
1 - O que você entende por Segurança Pública? 
2 - Quais as atribuições da Polícia Federal ? 
3 - Qual o papel da Polícia Militar na Segurança Publica? 
 
 
 
 
36 
MÓDULO VIII – A SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO DO 
ESTADO DO CEARÁ E O ATUAL MODELO ESTRUTURAL DA 
SEGURANÇA PÚBLICA CEARENSE 
 
Vimos na aula anterior uma visão Sistêmica da Segurança Pública segundo que 
preceitua o Artigo 144 da Constituição Federal Brasileira. Neste momento, iremos 
observar aspectos da Constituição do Estado do Ceará e também a atual Estrutura 
Organizacional da Segurança Pública deste Estado. 
Inicialmente faz-se interessante observar os artigos 178 e 179 da Constituição do 
Estado do Ceará de 1989. 
 
 Art. 178. A segurança pública e a defesa civil são cumpridas pelo Estado do 
Ceará para proveito geral, com responsabilidade cívica de todos na preservação 
da ordem coletiva, e com direito que a cada pessoa assiste de receber legítima 
proteção para sua incolumidade e socorro, em casos de infortúnio ou de 
calamidade, e garantia ao patrimônio público ou privado e à tranqüilidade geral 
da sociedade, mediante sistema assim constituído: 
I - Polícia Civil; 
II - Organizações Militares: 
a) Polícia Militar; 
b) Corpo de Bombeiros. 
Parágrafo único. Todos os órgãos que integram o sistema de segurança pública 
e defesa civil estão identificados pelo comum objetivo de proteger a pessoa 
humana e combater os atos atentatórios aos seus direitos, adotando as 
medidas legais adequadas à contenção de danos físicos e patrimoniais, velando 
pela paz social, prestando recíproca colaboração à salvaguarda dos postulados 
do Estado Democrático de Direito. 
Art. 179. A atividade policial é submetida ao controle externo do Ministério 
Público, deste devendo atender às notificações, requisições de diligências 
investigatórias e instauração de inquéritos, em estrita observância dos 
disciplinamentos constitucionais e processuais. 
 
Com as modificações organizacionais ocorridas durante os anos e a Secretaria de 
Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará possui hoje em sua estrutura, 5 
(cinco) órgãos vinculados quais sejam: 
 
 
 
37 
 Polícia Militar do Ceará – Policiamento Ostensivo e Preventivo, 
 Corpo de Bombeiros Militar do Ceará- Busca/Salvamento e Defesa Civil 
 Polícia Civil do Estado do Ceará – Polícia Judiciária Estadual 
 Perícia Forense do Estado do Ceará – “Polícia Científica” 
 Academia Estadual de Segurança Pública do Ceara – Ensino em Segurança 
Pública. 
 
O fato é que a Perícia desvinculou-se da Polícia Civil e fez surgir a Perícia Forense do 
Estado do Ceará - PEFOCE. No mesmo caminho as unidades de ensino anteriores foram 
extintas dando espaço para a Academia Estadual de Segurança Pública do Estado do Ceará 
– AESP/CE. Destaque também para a Controladoria Geral dos Órgãos de SegurançaPública e Sistema Penitenciário – CGD, órgão autônomo e independente responsável 
dentre outras atribuições pela apuração de desvios de conduta dos profissionais da 
Segurança Pública e do Sistema Penitenciário. A CGD substituiu as antigas corregedorias 
e, não esqueça que CGD, não faz parte da estrutura da Secretaria de Segurança Pública. 
Vamos observar um pouco mais da SSPDS/CE e da PM/CE. 
 
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará – SSPDS/CE 
 
Criada em 16 de maio de 1997, sob a denominação de Secretaria de Segurança 
Pública e Defesa da Cidadania – SSPDC/CE, por meio da Lei Estadual nº. 12.691/97. Esta 
Pasta recebeu nova denominação em 07 de março de 2003, passando a se chamar 
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social – SSPDS/CE. 
Ao longo desse poucos anos de existência, a SSPDS vem, paulatinamente, 
reestruturando o sistema de atuação das Polícias, do Corpo de Bombeiros e da Peerícia, a 
fim de que, através de um comando unificado, possam trabalhar em estreita colaboração, 
apoiando-se mutuamente, com o claro objetivo de melhor aproveitarem os meios 
disponibilizados de forma integrada e em aproximada parceria com a comunidade. 
Esse novo modelo de gerenciamento tem proporcionado, dentre outras, as seguintes 
inovações: 
 
 
 
 
38 
 Criação de uma corregedoria única para o sistema de segurança pública, 
subordinada diretamente ao Secretário da Pasta; (Destaca-se que hoje a 
corregedoria que era subordinada ao Secretário de Segurança Pública, 
transformou-se em Secretaria da Controladoria Geral dos Órgãos de 
Segurança Pública e Sistema Penitenciário – Trata-se de Secretaria 
independente e com autonomia administrativa e financeira); 
 Implantação da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), 
seguramente o mais moderno centro de comunicações policiais do País 
(central unificada de despacho de viaturas, composta de policiais civis e 
militares, bombeiros e peritos dos institutos de polícia científica); 
 Implantação da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (CIOPAER), 
possuindo helicópteros modernos e com pessoal especializado formado por 
policiais militares e civis e por bombeiros militares; 
 Instalação da Formação Inicial e Continuada de forma integrada por meio da 
Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP/CE. 
 
Estas inovações apontam para políticas públicas consistentes como por exemplo, o 
Batalhão do Ronda do Quarteirão da Polícia Militar, a criação da Divisão de Homicídios da 
Polícia Civil, a criação da Perícia Forense do Estado do Ceará, a criação da Academia 
Estadual de Segurança Pública e muitos outros equipamentos e estruturas que buscam 
não só combater a criminalidade e reduzir a violência, mas sobretudo, promover a paz e 
o exercício da cidadania. 
 
Polícia Militar do Ceará - PM/CE. 
 
Destaca-se que em maio de 1835, o Presidente (Governador), da Província do Ceará, 
padre, senador vitalício e orador sacro, José Martiniano de Alencar, preocupado com a 
segurança e o bem estar dos habitantes da Província do Ceará, assinou a Resolução 
Provincial nº. 13, criando a Força Pública do Ceará, embrião da Polícia Militar do Ceará. A 
partir de 4 de janeiro de 1947 passou então à denominação que tem até os dias atuais. 
A Polícia Militar do Ceará (PMCE) tem por função primordial o policiamento 
ostensivo e a preservação da ordem pública do Estado do Ceará. Teve como primeiro 
Comandante o Ten EB Tomaz Lourenço da Silva Castro, que comandou de 24/05/1835 a 
 
39 
19/01/1839. 
Tendo no policiamento ostensivo a sua atividade fim, a Instituição está presente em 
todo o Estado com seus Batalhões Regionais. 
No organograma, a Polícia Militar é comandada por um oficial superior do posto de 
coronel e é denominado comandante-geral. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Pensamos que com o conteúdo visto você teve condição de viajar e conhecer 
importantes fundamentos de Direito Constitucional. Estes irão ajudá-lo na vida pessoal e 
profissional. 
 Sendo assim somos gratos pela sua companhia e sugerimos que continue firme nos 
estudos para avançar cada vez mais nos vossos conhecimentos. 
Desejando as bênçãos dividas agradeço a companhia e rogo para que seja sempre 
muito feliz. 
 
O conteudísta. 
 
Exercício de Fixação 
 
1 - Qual o Órgão responsável pelo Controle Externo da Atividade Policial? 
2 - Quantas vinculadas possui a Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado do 
Ceará? Quais são e quais suas missões principais. 
3 - Qual o Órgão responsável pelo Policiamento Ostensivo e Preventivo? 
4 - Qual o Órgão que substituiu a antiga Corregedoria? 
 
 
 
 
 
 
 
40 
BIBLIOGRAFIA 
 
ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 21ª Ed. 
São Paulo: Método, 2013 
ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios: Da definição á aplicação dos princípios 
jurídicos. 13ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de Outubro de 1988. 
Disponível em: www.planalto.gov.br 
BRASIL. Código de Direito Penal Brasileiro, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: 
www.planalto.gov.br 
CEARÁ. Constituição do Estado do Ceará, de 5 de Outubro de 1989. Disponível em: 
www.al.ce.gov.br 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
RUSSO, Luciana. Direito Constitucional. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 2ª ed. São Paulo: 
Malheiros, 2006. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 28ª. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2007. 
SILVA, José Afonso da. Manual da Constituição de 1988. São Paulo: Malheiros, 2012. 
 
 
 
 
http://www.al.ce.gov.br/

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