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ELABORAÇÃO DE UM IMPERMEABILIZANTE TÊXTIL À BASE DE POLIESTIRENO EXPANDIDO (EPS) COM PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS PROVENIENTES DO ÓLEO DA Moringa oleifera

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35
CENTRO PAULA SOUZA
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL “LAURO GOMES”
TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO
Lívia Mazuche Freire e Silva
Marcela Andrade Chagas
Maria Gabrielli Maciel Gonçalo
Mariana Ramos de Morais
ELABORAÇÃO DE UM IMPERMEABILIZANTE TÊXTIL À BASE DE POLIESTIRENO EXPANDIDO (EPS) COM PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS PROVENIENTES DO ÓLEO DA Moringa oleifera
São Bernardo do Campo
2020
Lívia Mazuche Freire e Silva
Marcela Andrade Chagas
Maria Gabrielli Maciel Gonçalo
Mariana Ramos de Morais
ELABORAÇÃO DE UM IMPERMEABILIZANTE TÊXTIL À BASE DE POLIESTIRENO EXPANDIDO (EPS) COM PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS PROVENIENTES DO ÓLEO DA Moringa oleifera
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico em Química Integrado ao Ensino Médio da ETEC “Lauro Gomes”, orientado pela Prof° Ana Paula Ruas de Souza e pela Prof° Isabel Pereira, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Química. 
São Bernardo do Campo
2020
AGRADECIMENTOS
	Primeiramente, gostaríamos de agradecer a Deus. 
	Em seguida, aos nossos familiares pelo apoio incondicional e por acreditarem que seríamos capazes de superar todos os obstáculos que encontrássemos. 
	Agradecemos à instituição ETEC Lauro Gomes e todos os seus professores, que sempre proporcionaram um ensino de alta qualidade e sempre estiveram dispostos a sanarem nossas dúvidas e nos auxiliarem em nossas dificuldades.
	Gratificamos, também, nossos amigos e companheiros por todo o apoio e ajuda, que nos motivaram a conquistar a realização deste feito.
	Por fim, agradecemos a todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente, de alguma forma, para o desenvolvimento do nosso projeto.
 “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” 
 - Arthur Schopenhauer
RESUMO
SILVA, L. M. F; CHAGAS, M. A.; GONÇALO, M. G. M.; MORAIS, M. R. Elaboração de um impermeabilizante têxtil à base de poliestireno expandido (EPS) com propriedades antimicrobianas provenientes do óleo da Moringa oleifera. 2020. 78p. Trabalho de Conclusão de Curso do Técnico em Química Integrado ao Ensino Médio da ETEC Lauro Gomes, São Bernardo do Campo, São Paulo.
Em busca de aperfeiçoar cada vez mais a sua produção, a indústria têxtil encontra-se em constante evolução, visando obter produtos com maior qualidade para seus consumidores. Entretanto, as peças têxteis, muitas vezes, não possuem atividade impermeabilizante e resistência antimicrobiana, podendo ocasionar, deste modo, o mau odor e o risco de contaminação de seus usuários. Nessa perspectiva, o presente trabalho possui por finalidade o desenvolvimento de um impermeabilizante têxtil com propriedade extra antibacteriana e fungicida, com o fito de fornecer conforto, proteção e preservação da integridade de seus usufruidores, agregando a característica eco-friendly em sua produção. Para tanto, seria utilizado, como base de formação, o EPS (poliestireno expandido) – como característica impermeabilizante – e o óleo das sementes da Moringa oleifera – como característica antimicrobiana. Por conta da pandemia do novo coronavírus, os testes de solidez não puderam ser efetuados, no entanto, foi utilizado o método de pesquisa de campo (qualitativo e quantitativo) para a conformação dos resultados. Nela, há a proposta de integração entre os dados obtidos pelo levantamento bibliográfico e de campo, sendo submetida à três grupos distintos: área da saúde, área química e população. Os resultados alcançados demonstraram que a questão da contaminação através de vestuários é um agravante para a sociedade, além de que a proposta exposta contempla uma grande relevância para a preservação dos indivíduos e é de acordo com os interesses e opiniões de grande parte dos questionados. Portanto, conclui-se que o desenvolvimento de maneiras para a impermeabilização de têxteis, com atividade antimicrobiana e com caráter eco-friendly, trata-se de uma alternativa que apresenta grande potencial de aplicação em diferentes segmentos, abrangendo desde as áreas técnicas, até à população em geral.
Palavras-chave: Superfícies hidrofóbicas; Isopor©; Moringa oleifera; materiais têxteis; atividade antisséptica; ambientalmente amigável. 
ABSTRACT
SILVA, L. M. F; CHAGAS, M. A; GONÇALO, M. G. M; MORAIS, M. R. Elaboration of a textile waterproofing based on expanded polystyrene (EPS) with antimicrobial properties from the oil of the Moringa oleifera seeds. 2020. 78p. Final paper of the Technician in Chemistry Integrated to High School of ETEC Lauro Gomes, São Bernardo do Campo, São Paulo.
The textile industries are constantly evolving in order to improve their production and make products with better qualities for their consumers. However, textile garments are not waterproof and has no antimicrobial activity and this can cause bad odor and provoke risks of contamination to its users. In this perspective, the current labor is intended for the development of a textile waterproofing agent with antimicrobial and fungicide properties, with the objective of providing comfort, protection and preservation of the integrity of its users, adding the ecofriendly characteristic in its production. For this, the EPS (expanded polystyrene) - to the hydrophobic characteristic – and the oil of the seeds of the Moringa oleifera – to the antimicrobial characteristic - would be used as a production base. Due to the coronavirus crisis, the tests of solidity could not be executed, however the form-based search method (qualitative and quantitative) was used for the conformation of the results. In it, there is the proposal of integration between the data obtained by the bibliographic survey and the forms, being submitted to three distinct groups: health area, chemical area and population. The findings showed that the issue of contamination through garments is an aggravating factor for society, besides that the proposal covers a great relevance for the preservation of the population, and according to the interests and opinions of the people questioned this is really relevant. Therefore, it is concluded that the development of ways to produce textile waterproofing with antimicrobial and fungicide properties and with ecofriendly characteristics is an important alternative that has shown great potential for application in different segments, ranging from the technical area to the entire population. 
Keywords: hidrophobic surface; styrofoam; Moringa oleifera; textile materials; antiseptic activity; eco-friendly.
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
©			Copyright
µg			Micrograma
EPI			Equipamento de proteção individual
EPS			Poliestireno expandido
Lam. 			Lamarck
mg			Miligrama
ml			Mililitro
nm			Nanômetro
MO			Moringa oleifera
PS			Poliestireno
UV			Ultravioleta
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Ilustração da adesão de um forro isolante em um têxtil.	20
Figura 2. Ilustração da aplicação de produtos impermeabilizantes em um têxtil.	20
Figura 3. Classificação das fibras têxteis.	21
Figura 4. Cadeia produtiva da indústria têxtil.	22
Figura 5. Diagrama de gotas com diferentes graus de molhabilidade e seus correspondentes valores de ângulo de contato.	26
Figura 6. Ilustração da tensão superficial de um líquido.	27
Figura 7. Ilustração do esquema de equilíbrio entre as tensões interfaciais líquido-vapor, líquido-sólido e sólido-vapor.	27
Figura 8. Medição do ângulo de contato em a) avanço e b) recuo em uma superfície horizontal.	29
Figura 9. Medida da histerese de um ângulo de contato em um plano inclinado.	30
Figura 10. Polimerização do estireno.	31
Figura 11. Processo de fabricação da matéria-prima do poliestireno.	32
Figura 12. Etapas de transformação do poliestireno expandido.	32
Figura 13. Pérolas de PS antes e depois do processo de expansão.	33
Figura 14. Sementes de Moringa oleifera.	39
Figura 15. Formulário submetido à população.	44
Figura 16. Formulário submetido à área da saúde.	45
Figura 17. Formulário submetido à área química.	46
LISTA DE TABELAS
Tabela1. Materiais têxteis utilizados na área da saúde.	23
Tabela 2. Principais microrganismos capazes de contaminar diferentes fibras têxteis.	24
Tabela 3. Principais características do EPS.	34
Tabela 5. Valor nutricional da Moringa oleifera Lam. em 100 g do insumo.	37
Tabela 4. Aminoácidos presentes na composição da Moringa oleifera Lam.	37
Tabela 6. Vitaminas presentes na Moringa oleifera Lam.	37
Tabela 7. Minerais contidos na composição da Moringa oleifera L.	38
Tabela 8. Tabela comparativa dos nutrientes presentes em folhas frescas e secas da MO em relação aos nutrientes de outros alimentos.	38
Tabela 9. Compra de produtos que fornecessem características antimicrobianas às vestimentas.	59
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1. Equação de Young.	27
Equação 2. Equação para a determinação da relação entre o ângulo de contato e histerese do ângulo de deslizamento	30
Equação 3. Equação para cálculo do teor de óleo obtido.	40
Equação 4. Equação para cálculo da viscosidade do impermeabilizante.	42
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Idade dos entrevistados.	48
Gráfico 2. Divisão entre profissionais e estudantes da área química.	48
Gráfico 3. Respostas acerca do incômodo de manchas provocadas pelo derramamento de líquidos.	49
Gráfico 4. Respostas acerca da segurança advinda da utilização de aventais com caráter hidrofóbico e antimicrobiano.	50
Gráfico 5. Respostas acerca do descarte do Isopor ©.	51
Gráfico 6. Respostas do conhecimento relacionado ao caráter reciclável do EPS.	51
Gráfico 7. Proteção adquirida com o uso de EPIs durante a realização de atividades com microrganismos.	52
Gráfico 8. Conhecimento da contaminação de outros durante a realização de atividades microbiológicas.	53
Gráfico 9. Saberes acerca das vestimentas como uma possível fonte de propagação de microrganismos.	54
Gráfico 10. Utilização de produtos com atividade antimicrobiana da Moringa oleifera	55
Gráfico 11. Estudantes e profissionais da área da saúde.	56
Gráfico 12. Medo acerca da contaminação por microrganismos em ambiente de trabalho.	56
Gráfico 13. Conhecimento de outros que tenham sido contaminados por microrganismos mesmo com a utilização de EPIs.	57
Gráfico 14. Incômodo causado por manchas ocasionadas com derramamento de líquidos.	58
Gráfico 15. Compra de um produto que oferecesse características impermeabilizantes em têxteis.	59
Gráfico 16. Motivos que levariam os consumidores a não comprarem um produto têxtil com propriedades antimicrobianas.	60
Gráfico 17. Faixa etária dos respondentes do questionário (população).	61
Gráfico 18. Respostas acerca do descarte do Isopor©.	61
Gráfico 19. Conhecimento acerca da reciclagem do Isopor©	62
Gráfico 20. Conhecimento acerca da contaminação por microrganismos a partir de um simples contato.	63
Gráfico 21. Respostas acerca da contaminação por fungos e/ou bactérias.	63
Gráfico 22. Respostas acerca da utilização de produtos com base das atividades antimicrobianas da Moringa oleifera.	64
Gráfico 23. Incômodo causado pelas manchas devido ao derramamento de líquidos em vestimentas.	65
Gráfico 24. Conhecimento acerca da existência de produtos impermeabilizantes.	65
Gráfico 25. Interesse em um produto impermeabilizante e antimicrobiano em vestimentas.	66
Gráfico 26. Conhecimento acerca da possível propagação de contaminações via médico-paciente.	67
Gráfico 27. Segurança adquirida através da utilização de um impermeabilizante antimicrobiano em vestimentas.	67
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	14
2.	JUSTIFICATIVA	17
3.	OBJETIVOS	18
3.1	Objetivo geral	18
3.2	Objetivos específicos	18
4.	FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	19
4.1	Impermeabilização	19
4.1.1	Impermeabilização em têxteis	19
4.2	Têxteis	20
4.2.1	Cadeia têxtil	21
4.2.2	Acabamentos	22
4.2.3	Têxteis médicos	23
4.2.4	Atividade antimicrobiana nos têxteis	23
4.3	Superfícies hidrofóbicas	25
4.4	Molhabilidade e ângulo de contato da gota	26
4.5	Histerese	28
4.5.1	Histerese do tecido	28
4.5.2	Histerese do ângulo de contato	28
4.6	Poliestireno Expandido (EPS)	31
4.6.1	Produção	31
4.6.2	Pré-expansão	33
4.6.3	Armazenamento intermediário	33
4.6.4	Moldagem	34
4.6.5	Características do poliestireno expandido (EPS)	34
4.6.6	Aspectos ambientais	35
4.7	Moringa oleifera	35
5.	METODOLOGIA	40
5.1	Metodologia prática	40
5.1.1	Moringa oleifera	40
5.1.1.1	Preparação da amostra	40
5.1.1.2	Extração do óleo	40
5.1.1.3	Teor de óleo	40
5.1.2	Poliestireno expandido (EPS)	41
5.1.2.1	Preparação da amostra	41
5.1.2.2	Preparação do impermeabilizante	41
5.1.2.3	Determinação da viscosidade	41
5.1.2.4	Tratamento do corpo de prova	42
5.1.3	Ação antimicrobiana no impermeabilizante	42
5.1.3.1	Quantificação da Moringa oleifera	42
5.1.3.2	Liberação do óleo do impermeabilizante	42
5.2	Metodologia teórica	43
5.2.1	A Pesquisa	43
5.2.2	A caracterização dos grupos	47
5.2.3	Caracterização do campo de investigação	47
5.2.4	Análise e interpretação de dados	47
6.	RESULTADOS E DISCUSSÃO	48
6.1	Área Química	48
6.2	Área da Saúde	55
6.3	População	60
7.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	70
viii
INTRODUÇÃO
O mercado têxtil mundial encontra-se em constante mudança e, por conta disso, busca cada vez mais o aperfeiçoamento de sua produção, em vista de se obter produtos com maior qualidade e conforto. Nesse contexto, a elaboração de têxteis funcionais exibe grande crescimento, pois além de oferecerem suas características naturais – proteção, isolamento térmico e dentre outras -, são agregadas, também, propriedades para potencializar as qualidades do produto. Assim, novas funcionalidades são desenvolvidas para atender a demanda do mercado, principalmente para fins medicinais e industriais (LAVA et al., 2016; PINHEIRO, 2017).
Uma dessas funcionalidade são as superfícies hidrofóbicas, cujas propriedades de proteção, autolimpeza e repelência de água vêm gerando interesse nas mais diversas áreas, como em Ciência dos Materiais, Biologia Molecular, Mecânica, dentre outras. Essas superfícies podem ser alcançadas através de várias técnicas com a utilização de materiais diversos (PINHEIRO, 2017; JUSTINO, 2016).
Conjuntamente, além da fabricação de roupas hidrofóbicas, o interesse pela fabricação de vestimentas impermeáveis, antibacterianas e fungicidas ganhou grande relevância. Desse modo, há o investimento nessa nova tecnologia, empregando a produção de roupas que apresentam como características a repelência, autolimpeza e atividade antimicrobiana, evitando odores, contaminações e manchas. As vantagens devem satisfazer as exigências dos consumidores em termos de conforto, higiene e saúde, assegurando simultaneamente a proteção contra agressões mecânicas, químicas e biológicas (PINHEIRO, 2017; JUSTINO, 2016; SILVA, 2009; LAVA et al., 2016).
Existem diversos trabalhos relacionados a metodologias e estudos de procedimentos que ofereçam a capacidade de transformar uma superfície em hidrofóbica e antimicrobiana. Porém, a maioria das indústrias têxteis não produzem vestimentas funcionais com tais características, seja pela necessidade de estudos voltados à avaliação de produtos que concedam ao material essas propriedades ou pelo alto custo que podem acarretar (PINHEIRO, 2017). Assim, o tema aqui proposto refere-se à produção de uma mercadoria que proporcione aos tecidos estes atributos de forma mais viável economicamente e sem tanta agressão ao meio ambiente. 
	Os têxteis convencionais, tanto naturais quanto químicos, muitas vezes, não possuem atividade impermeabilizante e resistência às bactérias e aos fungos, podendo ocasionar, deste modo, o mau odor e o risco de contaminação. Segundo um estudo realizado por Haun et al. (2017), publicado no periódico Infection Control and Hospital Epidemiology, o jaleco branco tradicional da comunidade médica pode apresentar um sério risco para pacientes, uma vez que este pode estar contaminado por bactérias nocivas associadas a infecções hospitalares. Desta maneira, destaca-se a importância da elaboração de um produto com tais propriedades para o combate do impasse vigente.
	Assim, objetiva-se a sintetização de um impermeabilizante ambientalmente amigável utilizando-se, comobase de produção, o poliestireno expandido (EPS) para caráter impermeável e o óleo de Moringa oleífera como propriedade antimicrobiana. Para tanto, será necessário a elaboração de metodologias para a solubilização do EPS, cujos solventes não sejam agressivos ao meio ambiente, e para a adesão do caráter antisséptico ao produto. Por fim, deseja-se analisar a influência da mercadoria final sobre a superfície das amostras e avaliar a efetividade no que concerne ao teor de impermeabilização, proteção e durabilidade oferecidos no resultado final.
	De início, faz-se necessário a preparação do poliestireno expandido (EPS) para a característica hidrofóbica do produto. Para tal, será realizado a solubilização do mesmo em solvente orgânico, onde este seja menos agressivo ao meio ambiente, atendendo a proposta de um produto que cause menos impacto ambiental. Em seguida, será realizado, na mistura obtida, os tratamentos para a adesão das propriedades, conforme a metodologia citada por Reis et al. (2013).
	Para o caráter antimicrobiano, será utilizado o óleo das sementes de Moringa oleífera, para ser atribuído ao produto com a finalidade de proteção pretendida. A extração do óleo será através da maceração por solvente, assim como a realizada por Batalha et al. (2009). A junção dos dois componentes – impermeabilizante e óleo – será efetuada através da elaboração de uma metodologia autoral, que abordará testes para assegurar a eficácia do produto.
	Os testes realizados irão constar a solidez da superfície da amostra com a aplicação do produto, a atividade microbiológica conquistada, o resultado obtido após a lavagem doméstica, dentre outros, como citado em Pinheiro (2017).
	Desta forma, o trabalho transcorrerá a partir de métodos analíticos e qualitativos, sendo utilizados conceitos e ideias de outros autores, como Reis et al. (2013), Batalha et al. (2009) e Lava et al. (2016), cujas concepções são correlativas aos objetivos pretendidos neste estudo final de curso, corroborando para a elaboração de uma metodologia teoricamente eficaz e vantajosa. Após os procedimentos iniciais, o produto passará por fase de testes em têxteis para que seu funcionamento seja avaliado. Posteriormente, se necessário, serão realizados ajustes para a obtenção de um produto que atinja os objetivos propostos.
	Diante desses aspectos, nota-se que a fabricação do produto pretendido não será de fácil execução. No entanto, observou-se que muitos profissionais que utilizam têxteis específicos diariamente em suas áreas de trabalho sofrem com possíveis riscos de contaminação por serem caracterizados como veículos de transmissão de microrganismos, como dito por Carvalho et al. (2009). Portanto, conclui-se que o produto se torna extremamente importante para promover a segurança de tais profissionais.
JUSTIFICATIVA
As peças de vestuários são empregadas desde a pré-história com a finalidade de proteção ao corpo humano. Atualmente, com a contínua evolução da ciência têxtil, busca-se sempre um aprimoramento em prol de uma melhor contribuição para o meio ambiente e da criação de novas metodologias para sua manufatura.
Partindo do pressuposto, objetiva-se aqui a possibilidade de se adquirir um produto eficiente que proporcione às peças de vestuários características impermeáveis, fungicidas e bactericidas. Este possuiria inúmeras aplicações em têxteis como, por exemplo, na confecção de trajes das áreas hospitalar e gastronômica, onde é preciso a proteção contra possíveis contaminações.
	Desse modo, visando a produção de um impermeabilizante têxtil com propriedades bactericidas e fungicidas, utiliza-se como base de produção o poliestireno expandido (EPS) - por ser um composto de difícil reciclagem no Brasil, devido sua necessidade de equipamentos específicos -  como característica impermeável (REIS et al., 2013) e o óleo essencial das sementes de Moringa oleifera como ação antimicrobiana (ANWAR et al., 2007). Assim, tem-se por finalidade obter uma superioridade no que concerne à qualidade dos impermeabilizantes têxteis já comercializados, através da adição de características bactericidas e fungicidas no mesmo.
	Há alguns estudos sobre as metodologias empregadas de forma individual, porém nenhuma em que englobe a obtenção de um impermeabilizante têxtil com propriedades antimicrobianas a partir dos dois compostos. Se o produto com tais características for desenvolvido, será possível sua aplicação em diversos tipos de materiais para a obtenção de propriedades impermeáveis e antimicrobianas, tais como vestuários das áreas de alimentos e hospitalares, roupas de camas para hospitais e dentre outras opções.
OBJETIVOS
Objetivo geral
	Sintetizar um impermeabilizante têxtil com propriedades antibacteriana e fungicida, sendo produzido de maneira econômica, eficiente e simples, utilizando, como base para produção, o poliestireno expandido (EPS) e o óleo das sementes da Moringa oleifera.
Objetivos específicos
· Elaborar uma metodologia para a solubilização do EPS, cujos solventes não sejam agressivos ao meio ambiente;
· Realizar um tratamento químico para adequar as propriedades impermeabilizantes do EPS em amostras têxteis;
· Analisar a influência do impermeabilizante sobre a superfície das amostras;
· Aderir propriedades bactericidas e fungicidas ao impermeabilizante a partir da Moringa oleifera;
· Investigar as propriedades antimicrobianas nas amostras;
· Avaliar, com bases nos resultados obtidos, a efetividade em relação ao teor de impermeabilização adquirido, adjunto de suas ações antibacterianas e fungicidas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O conhecimento prévio sobre os elementos que se apresentam como objetos de análise, bem como seus aspectos de composição e propriedades funcionais, trata-se de uma etapa importante a ser abordada ao decorrer da desenvolução do projeto. Ademais, uma compreensão sobre as metodologias utilizadas faz-se indispensável para o estudo aprofundado dos processos que serão desenvolvidos no decurso do trabalho, sendo essas informações relevantes para a clareza dos resultados. Deste modo, serão apresentados alguns aspectos teóricos e uma breve revisão de literatura. 
 Impermeabilização
Impermeabilizantes, também conhecidos por hidro-repelentes, são substâncias que protegem um determinado material de agentes danificadores, como a água, o calor e a abrasão. Tais elementos são considerados os maiores fatores de desgaste e de depreciação em materiais, sendo a água o maior problema devido seu alto poder de penetração (COELHO, 2014).
Assim, o Sistema de Impermeabilização é definido como um conjunto de produtos que impedem a penetração ou a passagem de fluídos, segundo a NBR 9575/2003. (SOARES, 2014). Desse modo, a impermeabilização consiste no revestimento de superfícies com um filme ou uma camada de emulsão de polímeros fluorados que possuem propriedades para impedir a passagem de água através da superfície em questão (ALPALA, 2016).
Impermeabilização em têxteis
	A impermeabilização age suprimindo ou reduzindo a porosidade dos têxteis, o que dificulta a passagem de líquidos e, segundo Hallet e Johnston (2010), em seu livro "Fabrics for fashion" há dois modos de conferir a propriedade impermeabilizante aos texteis: a primeira diz respeito à adesão de um forro isolante (MIÑO, 2015), como demonstrado na Figura 1:
Figura 1. Ilustração da adesão de um forro isolante em um têxtil.Fonte: Adaptado de MIÑO, 2015.
O segundo modo consiste na utilização de óleos ou ceras impermeabilizantes que são aplicados por cima do tecido, como representado na Figura 2:Figura 2. Ilustração da aplicação de produtos impermeabilizantes em um têxtil.
Fonte: Adaptado de MIÑO, 2015.
Têxteis 
A palavra têxtil é originada do verbo em latim “texere” ou tecer em português, originariamente aplicado somente em tecidos planos (tear), tem se tornado um termo geral para fibras, tecidos e outros materiais que podem ser transformados em tecidos, produzidos por entrelaçamentos ou qualquer outro método (CHEREM, 2004).
Entende-se por fibra têxtil todo elemento de origem químicaou natural, constituído de macromoléculas lineares que apresentam alta proporção entre seu comprimento e diâmetro, cujas características são compostas por flexibilidade, suavidade e conforto ao uso. 
As fibras têxteis, são classificadas como naturais, que possuem origem vegetal, animal e mineral, e químicas, esta última é dividida em artificiais e sintéticas (Figura 3) (BACARIN, 2015). Fonte: Adaptado de BACARIN, 2015.
Figura 3. Classificação das fibras têxteis.
O elemento carbono existe na composição química de quase todas as fibras têxteis, na maior parte encontra-se ligado com elementos como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre e elementos alógenos, como flúor, cloro e iodo. A forma com que estes elementos se ligam, formando as cadeias de polímeros, afetam as características e propriedades de alongamento, elasticidade, resistência, absorção, entre outras (CHEREM, 2004).
Cadeia têxtil 
A indústria têxtil e de confecção é caracterizada por ser ampla e composta por diversas etapas produtivas inter-relacionadas. Em suma, pode-se destacar as etapas: fiação, tecelagem, acabamento e confecção (Figura 4) (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 2008).
Fonte: Adaptado de PORTELA, 2017.
Figura 4. Cadeia produtiva da indústria têxtil.
Esses setores são independentes e apresentam numerosos elos entre si e entre outros setores industriais. O resultado de cada etapa de produção pode alimentar a etapa seguinte, independente de fatores como escala e tecnologia de produção (LIDÓRIO, 2008).
Acabamentos 
Das etapas de processamento têxtil, a penúltima é o acabamento, que consiste no conjunto de operações físicas, químicas e bioquímicas até o tecido se tornar apto para a manufatura e confecção (BACARIN, 2015).
Nessa etapa objetiva-se, portanto, transformar os tecidos, a partir do estado cru, em artigos brancos, tintos, estampados e acabados. O acabamento é classificado em primário, secundário e terciário. No primário realiza-se a remoção de impurezas, no secundário ocorrem as atividades de tingimento e estampagem, no terciário são executadas as atividades por meio de tecnologias específicas que buscam agregar ao produto têxtil estabilidade dimensional, características especiais etc. (CHEREM, 2004).
 Têxteis médicos 
Os têxteis médicos são fabricados, em sua maioria, a partir de fibras sintéticas, uma vez que estes possuem a capacidade de resistir à maioria das bactérias, micróbios e insetos. Dentre as fibras sintéticas mais utilizadas, encontra-se o poliéster, porque em seu estado original não ajuda o desenvolvimento de bactérias (FEITOR, 2010). 
Os têxteis médicos são usados, em sua maioria, para a ampliar a higiene em lenços, fraldas, produtos sanitários e de incontinências para adultos. O outro lado do mercado têxtil medicinal é um pouco menos desenvolvido e voltado para produtos hospitalares e cirúrgicos, como aventais, cortinas, pacotes de esterilização, curativos, suturas e compressões ortopédicas. As fibras utilizadas, não podem ser tóxicas, alérgicas ou cancerígenas. Devem poder ser esterilizadas sem causar qualquer alteração em suas características físicas ou químicas (WILKIE et al, 2014). Na Tabela 1 estão destacados os principais materiais de composição têxtil aplicados na área da saúde.Fonte: Adaptado de FEITOR, 2010.
Tabela 1. Materiais têxteis utilizados na área da saúde.
Atividade antimicrobiana nos têxteis 
Os têxteis podem ser expostos a microrganismos durante a produção, o uso ou seu armazenamento. Os principais responsáveis pelo ataque às fibras têxteis são as bactérias e fungos. Além disso, como os micróbios absorvem os tecidos, existe o risco de contaminação e infecção (HEINE, 2007).
Os hospitais são considerados os locais ideais para a propagação de diversos microrganismos. Os têxteis presentes nessas áreas são uma possível fonte de contaminação entre profissionais da saúde e pacientes (MAGALHÃES, 2015).
A propagação da hepatite, do HIV, entre outros, através do contato com materiais contaminados, foi um impulso para o reconhecimento da necessidade de usar e desenvolver produtos têxteis com características antimicrobianas. Além desses microrganismos, diversos outros também são capazes de contaminar as fibras têxteis (Tabela 2), provocando infecções no homem (MAGALHÃES, 2015).Fonte: Adaptado de MAGALHÃES, 2015.
Tabela 2. Principais microrganismos capazes de contaminar diferentes fibras têxteis.
A crescente sensibilização dos consumidores para os problemas de saúde e estéticos causados pelo crescimento de microrganismos em materiais têxteis, aumentou o consumo de têxteis com propriedades antimicrobianas (MAGALHÃES, 2015).
Os compostos antimicrobianos a serem aplicados aos materiais têxteis, devem ser eficientes, no que concerne à sua atividade antimicrobiana, em baixas concentrações, com amplo espectro de atividade antimicrobiana e atuar seletivamente em microrganismos indesejáveis. Devem ainda, cumprir os requisitos exigidos por entidades reguladoras, de forma a serem inofensivos para o produtor e consumidor e, devem apresentar reduzido impacto ambiental (FEITOR, 2010).
Superfícies hidrofóbicas
	Durante os últimos anos, as superfícies hidrofóbicas têm atraído grande atenção, não somente por sua possibilidade de aplicação em diversas áreas, mas também por poder aderir funcionalidades variadas em têxteis, como a proteção contra microrganismos, líquidos corrosivos e autolimpeza. Sua funcionalidade pode ser adquirida através de substratos sólidos rígidos, como polímeros e superfícies metálicas, ou por substratos de origem natural, como borracha, óleo de linhaça, ésteres de celulose, entre outras opções (SILVA, 2009; PINHEIRO, 2017; WANG et al., 2007).
	Com o aprofundamento da investigação nesta linha de pesquisa, observou-se, além da abundância e baixos custos de matéria-prima, a facilidade de produção em larga escala (SILVA, 2009). A única preocupação na área de impermeabilização de tecidos é a retenção de suas propriedades com o uso, uma vez que a fricção ou ciclos de lavagem podem diminuir o efeito hidrofóbico do mesmo (JUSTINO, 2016; ROACH et al., 2008).
	A funcionalidade de repelência é obtida quando a tensão superficial do têxtil é menor que a tensão superficial do líquido. Como a superfície dos tecidos é altamente rugosa, busca-se a geração de estruturas menores para aumentar a tensão desses materiais. Deste modo, o ângulo de contato entre a gota e a superfície do têxtil torna-se elevado, levando ao aumento da tensão superficial da gota, tornando-a redonda. Assim, a gota rola, mantendo a superfície seca (PINHEIRO, 2017; JUSTINO, 2016; FERREIRA, 2013). 
Molhabilidade e ângulo de contato da gota
A molhabilidade é uma propriedade importante das superfícies e está relacionada com a capacidade que um líquido tem de se espalhar ou não sobre uma determinada superfície, característica decorrente das interações intermoleculares entre o sólido e o líquido (FERREIRA, 2013; OLIVEIRA, 2011). Considerando o ângulo de contato formado pela gota, uma superfície pode ser classificada como super-hidrofílica, hidrofílica, hidrofóbica ou super-hidrofóbica, conforme demonstrado na Figura 5 (PINHEIRO, 2017).
Fonte: Adaptado de FERREIRA, 2013.
Figura 5. Diagrama de gotas com diferentes graus de molhabilidade e seus correspondentes valores de ângulo de contato.
As superfícies hidrofóbicas são de grande interesse por apresentarem suas propriedades autolimpantes e anticontaminantes. Na natureza, tais superfícies são comuns de serem encontradas, como em asas de aves e insetos, escamas de peixes, plantas, entre outros (JUSTINO, 2016)
Os materiais hidrofílicos possuem maior energia superficial, logo, apresentam maio absorção de líquidos. Já os materiais hidrofóbicos, por sua vez, possuem menor energia superficial e, como consequência, repelem os líquidos (PINTO, 2016).
A forma de uma gota é determinada pela tensão superficial do líquido. Em um líquido, cada molécula presente nesta é distendida com força igual em todas as direções pelas moléculas vizinhas, resultando em uma força líquida igual a zero.Porém, as moléculas que estão expostas à superfície não possuem moléculas em todas as direções para promover esse equilíbrio de forças. Desta maneira, essas moléculas são puxadas para o interior das moléculas vizinhas, originando uma pressão interna (Figura 6). Como consequência, o líquido contrai a sua área de superfície para manter a menor energia livre de superfície (YUAN & LEE, 2013; SNOEIJER & ANDREOTTI, 2008). Figura 6. Ilustração da tensão superficial de um líquido.
Fonte: Adaptado de FERREIRA, 2013.
O ângulo de contato formado pela gota em contato com a superfície confere a molhabilidade do sólido, assim, quanto menor o ângulo de contato, maior é a capacidade de um líquido molhar a superfície e, consequentemente, mais espalhada será a gota (OLIVEIRA, 2011). A molhabilidade pode ser dada pela Equação de Young, sendo esta:
Equação 1. Equação de Young.
Onde:
· Ysv = energia de superfície da interface sólido/vapor;
· Ysl = energia de superfície da interface sólido/líquido;
· Ylv = energia de superfície da interface líquido/vapor.Figura 7. Ilustração do esquema de equilíbrio entre as tensões interfaciais líquido-vapor, líquido-sólido e sólido-vapor.
Fonte: Adaptado de JUSTINO, 2016 e OGEDA, 2010.
Nesse contexto, as interações com ângulo de contato de gota menor que 10° são considerados como super-hidrofílicas, menor que 90º hidrofílicas, com ângulo de contato de gota entre 90º a 150° como hidrofóbicas, e maior que 150° super-hidrofóbicas (PINHEIRO, 2017).
Histerese
	A histerese é definida como a predisposição de um material ou sistema de manter suas propriedades durante a ausência de um estímulo cujo as gerou. Além disso, também pode ser estipulada como a capacidade de conservar uma deformidade efetuada por uma fomentação (MONTEIRO, 2017), e ainda, pode ser relacionada à heterogeneidade de composição e à rugosidade da superfície (RUIZ & ESPERIDIÃO, 2005).
Histerese do tecido
Nos últimos anos tem-se elevado a busca por estudos acerca de um critério dinâmico para caracterizar sistemas super – hidrofóbicos apesar da condição estática em relação à especificação da hidrofobia de uma superfície (JUSTINO, 2016). 
Assim, um dos aspectos mais importantes no que concerne à conduta das superfícies super – hidrofóbicas é a propensão do deslizamento das gotas de água, sendo que essa característica é mensurada a partir da histerese angular ou a partir do ângulo de contato dinâmico (JUSTINO, 2016).
Histerese do ângulo de contato
Os dois aspectos principais que podem resultar na histerese do ângulo de contato são representados pela não homogeneidade topográfica, provocada pela rugosidade do substrato ou porosidade superficial e, também, pela não homogeneidade química em razão da presença de contaminantes, segregação e inclusões na superfície do sólido (EUSTATHOPOULOS et al., 2005; LUZ et al., 2008).
Ademais, os poros presentes nas superfícies também são um dos agravantes que contribui para a histerese do ângulo de contato. Os poros superficiais corroboram para alterar o comportamento de dispersão do líquido da mesma forma que a rugosidade, provocando mudanças locais nas energias superficiais (LUZ et al., 2008).
É possível medir o ângulo com que uma gota fica na superfície a partir do pressuposto que cada gota de água representa um formato diferente para cada superfície em que a mesma se dispersa. (OGEDA, 2010). Desse modo, uma alteração química na superfície, por meio de reação ou adsorção, pode ser utilizada para elevar ou diminuir o ângulo de contato, o que influencia a molhabilidade do sólido pelo líquido (OGEDA, 2010). 
Existem duas formas de medir a histerese do ângulo de contato. A primeira diz respeito ao momento em que uma gota é colocada sobre um substrato horizontal, enquanto a segunda se relaciona ao momento em que a gota é colocada em um substrato inclinado (CHOI et al., 2009; GAO & McCARTHY, 2006). 
No primeiro caso, mede-se quando a água é fornecida ou retirada através de uma agulha, ou seja, é mensurada a diferença entre os ângulos de avanço e de recuo durante a expansão e contração da gota (FERREIRA, 2013)
Desta maneira, se obtém o ângulo de contato de avanço a partir do instante em que o volume do líquido atinge o máximo antes da área interfacial líquido-sólido começar a elevar, enquanto para atingir o ângulo de contato de recuo é necessário que o volume de líquido atinja um mínimo antes de área superficial líquido-sólido começar a diminuir (Figura 8) (ERAL et al, 2012). Fonte: Adaptado de FERREIRA, 2013.
Figura 8. Medição do ângulo de contato em a) avanço e b) recuo em uma superfície horizontal.
b)
a)
Outra forma de medição da histerese consiste em colocar a gota em um substrato inclinado. Neste caso, o ângulo de deslizamento é definido como o ângulo mínimo que o substrato faz com a horizontal para que a gota comece a rolar. A relação entre o ângulo de contato e a histerese do ângulo de deslizamento é dado pela seguinte equação:
Equação 2. Equação para a determinação da relação entre o ângulo de contato e histerese do ângulo de deslizamento
Onde: 
· α é o ângulo de deslizamento;
· g é a aceleração da gravidade;
· m a massa da gota;
· w é o diâmetro da zona de molhagem;
· θA é o ângulo de avanço medido quando a gota começa a avançar;
· θR o ângulo de recuo medido quando a gota abandona a superfície. 
Assim, conclui-se com base na equação, que o ângulo de deslizamento é dependente da massa e do tamanho da gota. No caso das superfícies hidrofóbicas ou super-hidrofóbicas espera-se que o ângulo de deslizamento e, em consequência, a histerese do ângulo de contato sejam pequenos, para que a gota possa rolar apenas estando sujeita à uma pequena inclinação (FERREIRA, 2013; GAO & McCARTHY, 2006; ERAL et al, 2012) (Figura 9).Fonte: Adaptado de FERREIRA, 2013.
Figura 9. Medida da histerese de um ângulo de contato em um plano inclinado.
Poliestireno Expandido (EPS)
	O Poliestireno Expandido, de sigla internacional EPS, constitui um polímero pertencente ao grupo dos termoplásticos por conseguir ser fundido e solidificado diversas vezes (MEDEIROS, 2016). É um material versátil e aplicado em diversas diretrizes relacionadas a produção de compostos que impulsionam a moderação dos impactos ambientais. 
	No Brasil, tal material é conhecido popularmente pelo nome Isopor© em virtude do registro efetuado pela empresa Knauf Isopor© Ltda., porém o produto em si foi descoberto pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz em um laboratório localizado na Alemanha em 1949 (BORGES et al., 2017).
Produção
	O EPS é caracterizado por ser um plástico celular rígido (aglomerado de grânulos), obtido do petróleo, que resulta da polimerização do estireno em água (Figura 10). Fonte: Elaborado pelas autoras.
Figura 10. Polimerização do estireno.
Para se tornar expandido, é necessário um agente expansor, para qual mais comumente é utilizado o pentano, por ser um hidrocarboneto de fácil deterioração em função de reações fotoquímicas geradas pelos raios solares, o que o torna um produto menos agressivo para o meio ambiente (REIS et al., 2013).
Fonte: Adaptado de GROTE & SILVEIRA, 2002.
Figura 11. Processo de fabricação da matéria-prima do poliestireno.
Para chegar ao produto final desejado, é necessário que a matéria-prima passe por transformações. Tal processo não altera as características e propriedades do EPS e é realizado para que o produto possa ser modelado de acordo com o objetivo de utilização (NETO, 2008).
As transformações ocorrem em três etapas (Figura 12):Figura 12. Etapas de transformação do poliestireno expandido. 
Fonte: Adaptado de EPSBRASIL.
 Pré-expansão 
	A pré-expansão constitui a primeira etapa para a transformação do EPS. Na mesma, é utilizado um pré-expansor com aquecimento por contato com vapor de água. (REIS et al., 2013).
	Nessa fase, o agente expansor infla as pérolas de PS para um volume cerca de 50 vezes maior do que o original. Com isso, resulta em um granulado de partículas de EPS, que são armazenadas para a estabilização (BORGES et al., 2017).Fonte: Elaborado pelas autoras.
Figura13. Pérolas de PS antes e depois do processo de expansão.
Armazenamento intermediário
	Essa etapa constitui no armazenamento dos granulados de partículas do polímero que foram infladas. Tal processo é necessário para estabilizar térmica e quimicamente as partículas.
	Durante essa fase, o produto é resfriado e o espaço entre as células é preenchido pelo ar circundante, o que faz com que a expansão seja completa (NETO, 2008).
	Após o processo de expansão, o produto final constitui-se de 98% de ar e 2% de poliestireno, além disso não é utilizado o gás CFC (clorofluorcarbono), que danifica a camada de ozônio (MEDEIROS, 2016).
Moldagem
	Nessa fase, o granulado estabilizado é introduzido em moldes pré-definidos e novamente exposto ao vapor d’água, em uma câmara hermeticamente fechada onde se aplica o vácuo (REIS et al., 2013). 
	Ao serem novamente submetidas ao vapor, as pérolas comprimidas no molde voltam a inflar e soldam-se umas nas outras (BORGES et al., 2016).
	Por se adequar a diversos moldes, é conferida a característica versátil ao EPS.
Características do poliestireno expandido (EPS)
	O Poliestireno Expandido (EPS) é um polímero com características termoplásticas, é inerte, não tóxico, possui baixa densidade, é isolante térmico, hidrofóbico, não é atacado por bactérias ou fungos, e possui certa resistência química quando colocado em ambientes ácidos ou alcalinos (NUNES, 2016). Sua massa específica pode variar de 10 a 100 Kg/m3.
	Segundo Malere (2011, p. 4), “possui a desvantagem de ser quebradiço e pouco resistente ao impacto. Para aumentar sua utilidade e melhorar suas características, são utilizadas blendas poliméricas ou copolímero de estireno”.
 	Na Tabela 3 estão destacadas as principais características do EPS.Fonte: Elaborado pelas autoras.
Tabela 3. Principais características do EPS.
Aspectos ambientais
	Por ser constituído 98% de ar e somente 2% de poliestireno, o Isopor© não agride, não contamina o meio ambiente, não se decompõe na natureza e não é atacado por fungos nem bactérias. Porém, apesar de sua composição ser menos agressiva ao meio ambiente e totalmente (100%) favorável à reciclagem, a mercancia possui uma duração de cerca de 150 anos para se decompor, que adjunto da questão da falta de coleta seletiva, acaba preenchendo diversas áreas, como aterros sanitários e lixões, visto que é um material leve, porém volumoso (MEDEIROS, 2016).
	Ademais, segundo o presidente da Abrapex (Associação brasileira de poliestireno expandido) Albano Schmidt, no Brasil, somente 5 mil toneladas de Isopor©, de 95 mil toneladas produzidas, são destinadas para o descarte correto (BALBO & TOSTA, 2012).
	Com isso, é perceptível que apesar de ser um produto parcialmente compatível com a natureza, o EPS ainda causa diversos danos na mesma, fazendo com que medidas de reutilização do produto sejam necessárias. 
	Além disso, é importante considerar que, segundo dados da ABRELPE (2019), a produção de resíduos sólidos urbanos no Brasil foi de 79 milhões de toneladas, sendo que 92% desses resíduos foram coletados e descartados corretamente. Porém, 29,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram para lixões ou aterros que não possuem sistemas e medidas necessárias para proteger a saúde das pessoas. 
 	Observa-se, portanto, que tal percentual representa um imenso desperdício de materiais e com isso, representa também, o desperdício de dinheiro.
A prática de reprodução e não de reutilização do Isopor©, acarreta à superlotação de aterros sanitários e lixões, que com o tempo acabam poluindo o local. Assim, é imprescindível que o poliestireno expandido seja reaproveitado, pois como dito anteriormente, sua composição é 100% reciclável.
 Moringa oleifera
	Moringa oleifera Lam. é uma das espécies mais conhecidas e amplamente distribuídas da família monogenética Moringaceae (BERNARDI, 2020). Sua árvore varia entre 5 a 10 metros de altura. Seu plantio é próspero desde as regiões subtropicais (secas e úmidas), até as regiões tropicais secas e florestas úmidas. É pouco afetada em localidades secas, florescendo e produzindo frutos. Adapta-se a uma ampla faixa de solos, porém se desenvolve melhor em terras pretas bem drenadas ou argilosas, preferindo um solo neutro ou levemente ácido. (LIMA JÚNIOR & ABREU, 2018; MUNIZ et al., 2015). 
	É uma espécie perene, originária do subcontinente indiano. Também é encontrada na América, África, Europa, Oceania e Ásia (BRILHANTE et al., 2017). No Brasil, a Moringa oleifera Lam. foi incialmente cultivada no Estado do Maranhão em 1950, e sua cultura vem sendo difundida em todo o semiárido nordestino, devido sua utilização no tratamento de água para uso doméstico (ALMEIDA et al., 2015; PEREIRA et al., 2015). 
É conhecida por ser uma planta “multiuso” e “milagrosa”, cultivada devido ao seu alto valor nutricional (folhas, frutos verdes, flores e sementes torradas), às suas propriedades medicinais (todas as partes da planta), condimentares (principalmente as raízes), culinárias, na indústria de cosméticos (óleo extraído das sementes), combustível (madeira e óleo) e no tratamento de água para o consumo humano (cotilédones e tegumento das sementes) (RODRIGUES et al., 2016). Diversos estudos em diferentes áreas da Biotecnologia atribuem numerosas propriedades biológicas às diferentes partes da MO como atividades coagulante, inseticida, antitumoral, antiepilética, anti-inflamatória, antimicrobiana, antidiabética, antioxidante, diurética e anti-hipertensiva, o que aumentam a segurança alimentar e promovem um bom estado de saúde (NETO, 2014; CLEMENT et al., 2017).
É considerada uma entre plantas mais ricas em nutrientes (Tabela 4) do planeta, contendo também diversos antioxidantes e todos os aminoácidos essenciais (Tabela 5). Suas folhas têm sido consideradas uma fonte valiosa de macro e micronutrientes, como vitaminas (Tabela 6) e minerais (Tabela 7). Com isso, são utilizadas, principalmente, para combater a desnutrição (especialmente entre bebês e mães que amamentam) em países que estão em desenvolvimento, como a Índia, o Paquistão, e países da África (CLEMENT et al., 2017; IJAROTIMI et al., 2013; JONGRUNGRUANGCHOK et al., 2010; FUGLIE, 2001). 
Tabela 5. Valor nutricional da Moringa oleifera Lam. em 100 g do insumo.
Fonte: Adaptado de ABBAS et al. (2018).
Tabela 4. Aminoácidos presentes na composição da Moringa oleifera Lam.
Fonte: Adaptado de ABBAS et al. (2018).
Fonte: Adaptado de ABBAS et al. (2018).
Tabela 6. Vitaminas presentes na Moringa oleifera Lam.
Fonte: Adaptado de ABBAS et al. (2018).
Tabela 7. Minerais contidos na composição da Moringa oleifera L.
Quase todas as partes da planta são consumíveis, especialmente suas folhas (normalmente cozidas em sopas) e sementes (como um tipo de amendoim). Fuglie (2001) relata, em seu estudo, uma análise comparativa dos nutrientes presentes nas folhas da planta com nutrientes de outros alimentos (SOUZA, 2016), assim como demonstrado na tabela abaixo:Fonte: Adaptado de SOUZA (2016).
Tabela 8. Tabela comparativa dos nutrientes presentes em folhas frescas e secas da MO em relação aos nutrientes de outros alimentos.
Suas raízes, bem como seus extratos, são ricas em agentes antimicrobianos, possuindo atividade antibacteriana e fungicida. Também, possui um princípio ativo comum em antibióticos, a pterospermina, que é responsável pelos mesmos efeitos citados anteriormente. O extrato de sua casca apresenta atividade antifúngica, enquanto o excerto do caule mostrou efeitos bactericidas contra a espécie Staphylococcus aureus. O suco fresco de suas folhas inibe o crescimento do organismo Pseudomonas aeruginosa, que é patogênica ao homem (SOUZA, 2016). 
Além disso, exibe outras atividades diversas. Os extratos de suas folhas são capazes de regular os hormônios da tireoide, podendo ser aplicados no tratamento de hipertireoidismo. Suas flores também são consideradas de alto valor medicinal, com atividade anti-helmíntica. Ademais, suas sementes (Figura 14) possuem frações proteicas específicas para tratamentos de pele e cabelo, com propriedades de proteçãoe combate ao envelhecimento da derme, antipoluição, condicionamento e fortalecimento dos fios capilares (NETO, 2014; THE WEALTH OF INDIA, 1962). Além disso, segundo Souza (2016, p. 30), 
O uso de sementes trituradas de Moringa para purificação da água a um custo de uma pequena fração do tratamento químico convencional é uma tentativa da mais alta importância, visto que possibilitaria a substituição de agentes coagulantes usados atualmente (sulfato de alumínio, por exemplo), muitas vezes prejudiciais à saúde humana e animal.
Figura 14. Sementes de Moringa oleifera.
Com isso, percebe-se que a MO representa uma alternativa eficiente para quesitos nutricionais relacionados à saúde humana e animal, bem como demonstra eficiência em relação ao processo de potabilização da água.
METODOLOGIA
Metodologia prática
	Em vista de confirmar a possibilidade da formulação do produto desejado, diversos testes e metodologias são requisitados. No entanto, as condições de isolamento social provocadas pela pandemia do Covid-19 impediram a completa realização de tais metodologias de pesquisa. 
	Contudo, a partir das apurações intensificadas acerca de cada componente do projeto, foi possível estabelecer uma provável metodologia prática considerando, principalmente, os aspectos propostos pela literatura.
Moringa oleifera
Preparação da amostra
	Para a extração do óleo da Moringa, será necessário, inicialmente, separar as sementes da casca do fruto. Após, as sementes devem ser trituradas, podendo ser utilizado um liquidificador doméstico para tal (BATALHA et al., 2009). Em seguida, é recomendada a passagem dos grãos através de uma peneira, uma vez que quanto menor forem as partículas, melhor o resultado durante a extração do óleo (ALMEIDA, 2015). Posteriormente, é preciso submeter os grânulos ao processo de secagem em estufa com circulação de ar à 40°C até peso constante (PAIXÃO et al., 2016). 
Extração do óleo 
	Para a realização da extração do óleo, os grãos devem ser sujeitos ao método de Soxhlet. A metodologia efetuada é de acordo com a proposta por Almeida (2015), onde utiliza-se 10g de sementes trituradas e peneiradas em 300 ml de solvente, sendo a temperatura de extração mantida de acordo com o ponto de ebulição do solvente – no caso, o etanol. O tempo para a conclusão do processo demora cerca de 4 horas.
Teor de óleo
	O cálculo do teor de óleo extraído é realizado conforme a equação:
Equação 3. Equação para cálculo do teor de óleo obtido.
	Em que:
· m1: massa do óleo extraído (g);
· m2: massa da semente da MO utilizada para a extração (g).
Poliestireno expandido (EPS)
Preparação da amostra
	Para a elaboração do impermeabilizante, constituído pelo Isopor©, é preciso, inicialmente, submetê-lo aos processos de limpeza e pesagem (1:4). Após, aconselha-se a trituração do EPS para o aumento de sua superfície de contato e melhor dissolução (SCHNEIDER et al., 2015). Para dissolvê-lo, recomenda-se a utilização do solvente natural D-limoneno, cujo qual confere o brilho e a incoloração da resina (REIS et al., 2013; BARCELLOS et al., 2013).
Preparação do impermeabilizante
	O sistema metodológico é efetuado de acordo com Reis et al. (2013), onde o solvente é agregado ao EPS até atingir as proporções:
· Viscosidade: 101 Cps (sujeito a alterações);
· Densidade: 0,850g/cm³;
· pH entre 7,0 e 8,0.
	Sendo o procedimento realizado em homogeneização constante. 
	Após completa dissolução, é preciso deixar a mistura em repouso por, aproximadamente, 5 minutos e, em seguida, armazená-la em um recipiente hermeticamente fechado.
Determinação da viscosidade
	Ainda segundo Reis e colaboradores, a viscosidade pode ser mensurada conforme o seguinte procedimento:
1. Em uma bureta de 50 ml, adicionar o fluído (impermeabilizante);
2. Com o cronômetro em mãos, abrir a válvula da bureta, verificando o tempo em que o fluído demorará para escoar totalmente;
3. No primeiro rompimento do fio escoado, interrompa a medição do cronômetro e anote o tempo;
4. Por fim, com o auxílio da Equação abaixo, é possível obter a viscosidade do produto:
Equação 4. Equação para cálculo da viscosidade do impermeabilizante.
	Em que:
· Vis: viscosidade (Cps);
· T: tempo de escoamento (s);
· d: densidade do produto (g/cm³).
Tratamento do corpo de prova
	Após a confecção do impermeabilizante, com o auxílio de um material de pintura (pincel, rolo de lã ou brocha), aplicar a resina na superfície do corpo. Em seguida, aguardar cerca de 20 minutos para a secagem ao toque. Estima-se que o tempo total de secagem são de 12h.
Ação antimicrobiana no impermeabilizante
Quantificação da Moringa oleifera
	A quantificação da MO deve ser realizada através da construção da curva de calibração, onde soluções do óleo em concentrações conhecidas serão preparadas em solução de suspensão microbiana (DINIZ, 2018; ANVISA, 2008). A leitura deve ser realizada no comprimento de onda a ser determinado (entre 200 e 400 nm) em espectrofotômetro UV para cada solução (triplicata) colhida (SILVA, 2012). 
Liberação do óleo do impermeabilizante
	O estudo da liberação do óleo da MO baseia-se em uma metodologia adaptada de Guirau e colegas de trabalho, onde as amostras do impermeabilizante, com massa conhecida, devem ser colocadas em tubos de ensaios, com a adição de alíquotas de 10 ml de solução do óleo e suspensão microbiana em cada tubo. Após, esses devem ser deixados em banho termostático com temperatura controlada de até 35°C. Em períodos pré-determinados, deve-se retirar 1 ml da mistura para análise quantitativa da MO e substituí-la por uma nova alíquota da outra solução. As alíquotas devem ser analisadas no comprimento de onda máximo do óleo da Moringa. A quantidade do óleo liberado com o tempo deve ser determinada usando a curva de calibração construída, que relaciona a absorbância conhecida da MO.
Metodologia teórica
	Foi utilizado o método de pesquisa de campo (qualitativo e quantitativo) para a conformação dos resultados. Nela, há a proposta de integração entre os dados obtidos pelo levantamento bibliográfico e de campo.
A Pesquisa
	A pesquisa em questão foi elaborada através de formulários, gerados através do Google Forms, sendo um para cada área particular: saúde, química e população, onde a última não se encaixa nos dois primeiros grupos. Em suma, estes iniciam-se pela fase exploratória, que consiste na caracterização da problemática, do objeto pesquisado e da pressuposta justificativa, o que molda o percurso do projeto. Nela, o objetivo é caracterizar o problema a partir de uma visão geral, voltada para o objeto pesquisado, conforme demonstrado nas figuras a seguir:
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Figura 15. Formulário submetido à população.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Figura 16. Formulário submetido à área da saúde.
Figura 17. Formulário submetido à área química.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A caracterização dos grupos
	Foram escolhidos três grupos específicos de pessoas para a elaboração da análise: estudantes e profissionais das áreas de Saúde e Química e à população em geral, todos com seus respectivos formulários. Foi definido como critério a obtenção de respostas de indivíduos com idade entre 15 e 70 anos. 
Caracterização do campo de investigação
	Os formulários foram disponibilizados em plataformas digitas, especificamente em redes sociais, como Facebook, Instagram e WhatsApp. Para o formulário da área da Saúde, buscou-se respostas através de grupos e contatos entre pessoas com experiência em Enfermagem, Farmácia, Biomedicina, Medicina, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Biologia, dentre outras. Para a área Química, foi submetido para grupos de Química e de Engenharias, como as de Alimentos e Química. Para a população, foi enviado para grupos em geral.
Análise e interpretação de dados	
	A partir da coleta de dados, buscou-se analisar e interpretar as informações. O procedimento utilizado baseou-se na análise do conteúdo, que nos permitiu identificar a inferência do conhecimento e das opiniões relativas aos objetivos deste trabalho.
	Em seguida, as respostas foramtratadas no Microsoft Excel e, em seguida, procedeu-se à junção dos dados referentes à pesquisa de campo com os levantamentos bibliográficos, que serão apresentados no próximo item.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Área Química
	A entrevista realizada com estudantes e profissionais da área química foi composta, principalmente, por indivíduos de faixa etária entre 15 e 40 anos, o que representa 78% do total de 315 respostas, conforme demonstrado no Gráfico 1.Gráfico 1. Idade dos entrevistados.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
	Além disso, 72% das respostas alcançadas foram fornecidas por estudantes da área química, sendo assim, os 28% restantes representam os profissionais, como destacado no Gráfico 2.Gráfico 2. Divisão entre profissionais e estudantes da área química.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
	Conforme o decorrer do questionário, foi levantada a seguinte questão aos interrogados: “Você já deixou líquidos caírem em seu avental e se incomodou por tê-lo manchado?”. Dos 315 questionados, aproximadamente 67,62% responderam que sim, conforme demonstrado no gráfico a seguir:Gráfico 3. Respostas acerca do incômodo de manchas provocadas pelo derramamento de líquidos.
	Fonte: Elaborado pelas autoras.
	Essa questão possui, por finalidade, induzir o indivíduo ao contexto geral do trabalho, no que se remete à incidentes casuais – tanto no cotidiano, como no exercício do trabalho – que poderiam ser suprimidos com a adesão de um efeito hidrofóbico na superfície da vestimenta, uma vez que este possui como característica o potencial de autolimpeza, repelência e proteção contra manchas, conforme abordado por JUSTINO (2016) e PINHEIRO (2017).
	Em consonância com a questão anterior, a próxima abordagem refere-se ao aumento do interesse do mercado em superfícies impermeáveis, bem como as características que estes podem fornecer aos seus usuários e o sentimento de segurança abastecido pelos mesmos, sendo mencionada pelo seguinte enunciado: “Durante os últimos anos, as superfícies hidrofóbicas têm atraído grande atenção por promoverem proteção contra microrganismos, líquidos corrosivos e autolimpeza. Você, como químico ou estudante da área, se sentiria mais seguro utilizando aventais que o protegesse das ameaças anteriormente citadas?”. Dentre os entrevistados, por volta de 96,51% responderam que sim, como demonstrado no Gráfico 4.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 4. Respostas acerca da segurança advinda da utilização de aventais com caráter hidrofóbico e antimicrobiano.
	Com o exposto, percebe-se que a questão das superfícies têxteis hidrofóbicas é algo de interesse para a sociedade química, uma vez que os indivíduos se sentiriam mais preservados com a utilização de vestimentas que - em sua composição ou com a adesão – contenham tais características. Este fato é corroborado por PINHEIRO (2017), quando afirma que essas superfícies satisfazem as exigências de seus consumidores em termos de higiene e saúde. 
	A próxima indagação diz respeito ao poliestireno expandido (EPS), o Isopor©. Nela, é abordada a seguinte interrogativa: “Quando você adquire produtos que são acompanhados por Isopor©, você costuma jogar esse material em lixos específicos (recicláveis) ou em lixos normais (orgânicos)?”. Dentre os entrevistados, quase 51% dizem os descartam em locais apropriados, enquanto os aproximados 49% não, conforme representado no Gráfico 5. 
		Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 5. Respostas acerca do descarte do Isopor ©.
	Entretanto, apesar de pouco mais da metade fazer o seu bom papel para o meio ambiente, o número de indivíduos que não os fazem ainda é agravante. Desta forma, vê-se imprescindível a necessidade de meios para difundir informações a respeito da reciclabilidade deste material.
	Por conseguinte, foi feito o segundo questionamento: “Você sabia que o poliestireno expandido (Isopor©) é 100% reciclável, porém apenas 5,3% (aproximadamente) desse material é reciclado?”. Dentre os respondentes, cerca de 64,4% destes não sabiam de tal informação, como mostra o gráfico abaixo.Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 6. Respostas do conhecimento relacionado ao caráter reciclável do EPS.
	
	Com isso, vê-se a desinformação a respeito do total do material reciclado em relação ao seu todo. Segundo a matéria do site Impacto Ambiental (2018), 
Os grandes desafios da reciclagem do Isopor© se encontram no modo incorreto do descarte, na dificuldade do transporte e nos poucos locais de coleta. De acordo com os dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, somente 18% dos municípios brasileiros contam com coleta seletiva e, por consequência, o descarte incorreto impossibilita a reutilização.
	Assim, percebe-se que a não reciclagem é devido a vários fatores. No entanto, a disseminação da informação a respeito de seu descarte e a efetuação de políticas públicas poderiam amenizar a situação, conforme assegurado pela publicação eletrônica “Desinformação é maior dificuldade para a reciclagem no Brasil” no site da IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) em 2018.
	Os próximos questionamentos referem-se à quesitos microbiológicos. Para isso, foi indagada a seguinte questão: “Em um laboratório, caso você necessite realizar análises com fungos e bactérias, você acha que os aventais, luvas e calças ajudam na proteção contra esses microrganismos?” Do total, 49,5% disseram que sentem um pouco protegidos, 41,3% disseram que se sentem protegidos e 9,2% disseram que não, conforme retratado no Gráfico 7.Gráfico 7. Proteção adquirida com o uso de EPIs durante a realização de atividades com microrganismos.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
	
	Entretanto, apesar de 90,8% dos entrevistados se sentirem pouco e totalmente seguros com EPIs, é notório que mesmo assim há incertezas quanto a sua eficiência na proteção dos indivíduos, além de exigir maior vigilância quanto ao seu uso.
	Com isso, foi realizada a seguinte pergunta aos estudantes e profissionais da área: “Você conhece alguém que tenha sido contaminado por fungos e/ou bactérias mesmo utilizando aventais, calças e luvas?”. Dentre os entrevistados, aproximadamente 14% disseram que sim, conforme demonstrado abaixo:Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 8. Conhecimento da contaminação de outros durante a realização de atividades microbiológicas.
	Diante disso, nota-se que, apesar de fácil implementação e de ser a primeira barreira entre o indivíduo e o acidente, nem sempre os EPIs são suficientes para corromper a problemática. Assim, vê-se a necessidade de outros meios que agreguem uma maior segurança para essas pessoas.
	Nessa mesma linha de raciocínio, foi indagado aos questionados o seguinte enunciado: “Você sabia que as roupas são uma possível fonte de contaminação entre os profissionais que mexem com microrganismos e as pessoas que convivem com esse profissional?”. Dentre os entrevistados, 84,1% disseram que sabiam dessa possibilidade, conforme demonstrado no Gráfico 9.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 9. Saberes acerca das vestimentas como uma possível fonte de propagação de microrganismos.
	Com o exposto, é notório observar que, mesmo sendo para proteção pessoal, as vestimentas ainda podem ser consideradas uma fonte de propagação de microrganismos, sendo ou não patogênicos ao homem. Este fato é corroborado por HEINE (2007), quando afirma que existe o risco de contaminar e infeccionar outros por conta de micróbios que se absorvem nas fibras do tecido. 
	 Ainda, como fechamento do questionário e complementação da ideia, foi apresentada o ponto relacionado à Moringa oleifera, onde é destacado o seu potencial antimicrobiano. Para isso, foi elaborada a seguinte pergunta: “A Moringa oleifera é uma planta nativa do noroeste da Índia. A semente desta planta possui propriedades microbianas. Você utilizaria, em seus aventais, um produto natural que em sua formulação apresentasse as propriedades da desta, ou seja, que apresentasse a capacidade de proteção contra fungos e bactérias?”. Dentre os perguntados, por volta de 94,3% disseram que sim, conformedemonstrado no gráfico abaixo.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 10. Utilização de produtos com atividade antimicrobiana da Moringa oleifera
	Assim, percebe-se que a adesão de propriedades antimicrobianas em vestimentas de trabalho seria de grande relevância para a maioria da população, uma vez que esta diminuiria o risco da contaminação de indivíduos pelo tecido, conforme apontado por HEINE (2007).
Área da Saúde
O formulário destinado aos estudantes e profissionais da área saúde obteve um total de 196 respostas em cerca de 3 semanas de pesquisa, sendo que 61,22% dos resultados foram provenientes de estudantes dessa área, como mostra o Gráfico 11. Além disso, tal pesquisa incluiu diversas profissões do ramo da saúde, como médicos, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros, entre outros. 
Gráfico 11. Estudantes e profissionais da área da saúde.
	
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A partir disto, a questão exposta no gráfico 2 mostrou que de um total de 196 pessoas, que constituem a comunidade da saúde, 60,54% destas sentem medo de serem contaminadas por microrganismos em seus locais de trabalho. 
Gráfico 12. Medo acerca da contaminação por microrganismos em ambiente de trabalho.
 Fonte: Elaborado pelas autoras.
Assim, as respostas obtidas podem ser associadas à pesquisa “Aspectos de Biossegurança relacionados ao uso do jaleco pelos profissionais da saúde: uma revisão da literatura” realizada por Carmem Milena Rodrigues Siqueira Carvalho e contribuintes, em que é dito que as roupas medicinais podem contribuir para a disseminação de infecções, promovendo o medo dos indivíduos.
Além disso, 59 pessoas dessa mesma comunidade responderam que sentem um pouco de medo de serem infectados por microrganismos, como mostrado ainda no Gráfico 12. Tal resultado pode ser relacionado ao fato de que a maior parte dos têxteis médicos são produzidos a partir do poliéster, uma fibra que dificulta, porém não impede, o desenvolvimento de bactérias, como dito por FEITOR (2010). 
Apesar de uma parcela da população demonstrar não sentir medo de ser contaminado ou sentir pouco medo disso, nossa pesquisa mostrou que 44,38% das pessoas que responderam, indicaram conhecer indivíduos que tenham sido contaminados por microrganismos mesmo utilizando proteções como jalecos, calças e luvas, como demonstra o Gráfico 13. 
Gráfico 13. Conhecimento de outros que tenham sido contaminados por microrganismos mesmo com a utilização de EPIs. Fonte: Elaborado pelas autoras.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Com isso, ainda que a contagem de pessoas que responderam “não”, seja maior do que aquelas cujo responderam “sim”, ao analisar mais a fundo percebemos que uma única pessoa pode conhecer mais de 10 indivíduos que foram contaminados por microrganismos. Desse modo o resultado expressa um número alarmante, visto que o número de conhecidos infectados não foi averiguado. 
Em relação à característica impermeabilizante, a pesquisa realizada mostrou que muitas pessoas se interessam por essa propriedade, visto que 79,08% da população, referente à área da saúde, demonstrou sofrer com as machas que líquidos coloridos deixam em suas roupas. Tal número é mostrado no gráfico 14.Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 14. Incômodo causado por manchas ocasionadas com derramamento de líquidos.
O resultado obtido, também mostrou que 21% das pessoas, o que corresponde a 42 indivíduos, não se incomodam ao deixarem líquidos, que mancham, caírem em suas roupas. Tal dado pode apresentar diversos motivos, os quais não foram avaliados na referida pesquisa.
A partir disso, foi elaborada outra questão para avaliar o desejo dos profissionais e estudantes da área da saúde de adquirirem um produto com características impermeabilizantes. O resultado é demonstrado no gráfico abaixo:
Gráfico 15. Compra de um produto que oferecesse características impermeabilizantes em têxteis.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Assim, observa-se que apenas 9%, o que corresponde a 18 pessoas, não possuem interesse em adquirir produtos têxteis impermeabilizantes. Com isso, questionamos, também, o interesse dos participantes da pesquisa, em adquirir um produto têxtil com propriedades antimicrobianas. O resultado mostrou que mais de 50% daqueles que responderam, desejam um produto com tais características, como mostrado na Tabela 9.Fonte: Elaborado pelas autoras.
Tabela 9. Compra de produtos que fornecessem características antimicrobianas às vestimentas.
Para averiguar os motivos das respostas classificadas como “não”, decidimos perguntar o porquê delas. Dentre as opções de resposta se encontravam as seguintes afirmações: “Acho que as roupas já protegem o suficiente”; “Acho que não há perigo de ser contaminado por fungos e bactérias” e “Tenho medo do produto não funcionar”. O Gráfico 16 mostra que o motivo mais relevante de algumas pessoas não desejarem comprar um produto têxtil antimicrobiano é o medo do mesmo não funcionar. 
Gráfico 16. Motivos que levariam os consumidores a não comprarem um produto têxtil com propriedades antimicrobianas.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Das 7 respostas “não” obtidas, 4 concluíram que possuem medo de comprar o produto e o mesmo não funcionar, 2 responderam que em sua opinião as roupas já protegem o suficiente, e uma pessoa não indicou o porquê de sua resposta “não”. 
	Apesar de duas terem respondido que as roupas protegem o suficiente, é possível notar que tal afirmação apresenta certos erros, visto que os têxteis podem ser contaminados durante sua produção e armazenamento segundo HEINE (2007). Assim, as roupas se configuram como possíveis veículos de transmissão de microrganismos. 
População
A pesquisa, realizada a partir de formulários, foi destinada à população que não faz parte da comunidade química nem da área da saúde. Tal feito obteve um total de 431 respostas, incluindo diversas faixas etárias. O Gráfico 17 mostra uma relação entre as faixas etárias e a quantidade de respostas apreendidas.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 17. Faixa etária dos respondentes do questionário (população).
A partir do gráfico acima, é possível notar que o público mais atingido com a pesquisa são aqueles entre 15 anos e 20 anos, o que expressa um maior interesse dessa faixa etária em relação ao projeto elaborado.
Para tal pesquisa, foi inicialmente averiguado em qual tipo de lixo a população costuma descartar materiais compostos de Isopor©. O gráfico abaixo expõe os resultados. Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 18. Respostas acerca do descarte do Isopor©.
Com isso, nota-se que mais da metade da população que respondeu o questionário costuma descartar o Isopor© em lixos comuns, mais especificamente 52% das pessoas que responderam, o que contribui para a poluição de lixões e aterros sanitários. 
Além disso, 206 pessoas, o que corresponde aos 48% demonstrados no gráfico, indicaram que descartam os produtos provenientes do poliestireno expandido em lixos recicláveis. Tal diferença entre os resultados pode indicar uma ação de coleta seletiva mais focada nas áreas em que os indivíduos indicaram descartar em lixos recicláveis, enquanto aquelas cujo descartam em lixos normais podem não usufruir do serviço por falta da coleta seletiva em suas regiões ou, até mesmo, não possuírem o conhecimento de que tal material pode ser reciclado.
Assim, a entrevista direcionou os indivíduos para a próxima pergunta, cuja qual questionava os conhecimentos deles acerca da reciclagem do Isopor©. A pesquisa indicou que 74% das pessoas que responderam não sabiam que o Isopor© era totalmente reciclável. Tal dado está expresso no Gráfico 19.
Gráfico 19. Conhecimento acerca da reciclagem do Isopor©
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A falta de conhecimento, no que concerne a reciclagem do Isopor©, contribui para que o EPS cause diversos danos à natureza e acabe preenchendo lixões, como dito por MEDEIROS (2016).
	Em relação a questão da contaminação por fungos e bactérias, outra pergunta foi elaborada para que os respondentes indicassem se sabiam que podem ser contaminadospor esses microrganismos. Assim, 250 pessoas responderam que não sabiam que podiam ser contaminados por fungos e bactérias a partir de um simples contato, como demonstrado no gráfico abaixo. 
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 20. Conhecimento acerca da contaminação por microrganismos a partir de um simples contato.
Após analisar as respostas, percebe-se que o total de 250 pessoas não saberem que podem ser contaminados a partir de um simples contato expressa um resultado alarmante, visto que a propagação de bactérias e fungos é facilitada por essa desinformação.
Em sequência, questionamos se eles já foram contaminados por fungos e/ou bactérias. Com isso, apesar de na questão anterior os indivíduos terem indicado não saber que podiam ser contaminados, a pesquisa mostrou que 219 pessoas foram contagiadas com esses microrganismos enquanto 212 indivíduos indicaram que nunca foram infectados, como mostra o Gráfico 21.Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 21. Respostas acerca da contaminação por fungos e/ou bactérias.
A partir desse resultado nota-se que a desinformação é realmente um atributo que contribui para o contágio dos indivíduos.
	Posteriormente foi averiguado se os indivíduos comprariam produtos com propriedades antimicrobianas, a pergunta realizada foi: “A Moringa oleifera é uma planta nativa do noroeste da Índia. A semente desta planta possui propriedades antimicrobianas. Você utilizaria, nas roupas do dia a dia, um produto natural que sua formulação apresentasse as propriedades da Moringa?”.
	Dessa maneira, de 431 respostas obtidas, 397 foram positivas em relação a pergunta, enquanto 34 foram negativas, como mostra o gráfico abaixo.Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 22. Respostas acerca da utilização de produtos com base das atividades antimicrobianas da Moringa oleifera.
	Não foi avaliado o motivo das 34 respostas negativas, porém, há uma grande chance de os indivíduos sentirem medo do produto não funcionar ou de não aceitarem usar por conta do desconhecimento acerca da Moringa oleifera. No entanto, tais respostas são apenas suposições.
	Em seguida, foi questionado se os indivíduos já se incomodaram por terem deixado cair líquidos sobre suas roupas e elas mancharem, como mostra o Gráfico 23.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 23. Incômodo causado pelas manchas devido ao derramamento de líquidos em vestimentas.
A partir deste, nota-se que uma grande parcela da população enfrenta o mesmo problema, visto que as respostas “Sim” foram 423, enquanto as “Não” foram de apenas 8 pessoas. Com isso, foi decidido que seria necessário averiguar o conhecimento desses indivíduos em relação a superfícies hidrofóbicas. Para isso foi realizada a seguinte pergunta: “Você sabia que é possível, a partir de um certo produto, derrubar líquidos nas roupas e elas não mancharem ou sequer ficarem molhadas?”, como expresso no Gráfico 24.Gráfico 24. Conhecimento acerca da existência de produtos impermeabilizantes.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A partir do resultado observa-se que grande parte da população não sabia que certos produtos conferem uma proteção contra líquidos e manchas provenientes deste. Assim, é importante que tal informação seja disseminada, assim como a referente a superfícies antimicrobianas, para que os indivíduos possam usufruir dessas propriedades. Além disso, para constatar a importância da divulgação dessas propriedades verificamos o interesse das pessoas acerca delas com a seguinte questão: “Você acharia interessante um produto que tivesse propriedades impermeabilizantes e características que protegessem contra fungos e bactérias?”Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 25. Interesse em um produto impermeabilizante e antimicrobiano em vestimentas.
O resultado apresentou 426 respostas positivas e 5 respostas negativas. O motivo das respostas negativas não foi apurado, porém supõe-se que a falta de conhecimento acerca de tais propriedades seja relevante para a rejeição desses indivíduos. 
Para tentar compreender se os respondentes possuem noção que os jalecos medicinais representam possíveis veículos de transmissão de micro-organismos foi feita a pergunta que está demonstrada no Gráfico 26.
Gráfico 26. Conhecimento acerca da possível propagação de contaminações via médico-paciente.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Dessa maneira, analisando o resultado acima percebe-se que o interesse da maior parte da população no que concerne a um produto antimicrobiano é oriundo do conhecimento de que as roupas medicinais são possíveis vetores de infecção, visto que 366 pessoas o que corresponde a 85% das respostas obtidas, indicaram possuir certa noção dessa possibilidade. 
Com isso, para encerrar o questionário perguntamos se os indivíduos se sentiriam mais seguros caso os profissionais da área da saúde usassem um produto que conferisse às roupas dos mesmos propriedades hidrofóbicas e antimicrobianas, o resultado foi expresso no gráfico a seguir. Fonte: Elaborado pelas autoras.
Gráfico 27. Segurança adquirida através da utilização de um impermeabilizante antimicrobiano em vestimentas.
De 431 respostas no total, 421 indicaram que se sentiriam mais seguros. Dessa forma, ressalta-se que um impermeabilizante têxtil com propriedades antimicrobianas é necessário para que todos possam viver com mais segurança e prosperidade. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A desenvolução do exposto estudo proporcionou uma avaliação acerca da importância da adesão e utilização de superfícies hidrofóbicas e antimicrobianas em substratos têxteis, permitindo, assim, a sua funcionalização e adequação ao cotidiano de seus usuários. Por conta do atual cenário pandêmico, não foi possível a realização dos testes de solidez para a validação dos objetivos, entretanto, houve a possibilidade da execução de pesquisas de campo para a obtenção de dados consistentes sobre a idealização do projeto e de suas etapas, além da elaboração de uma provável metodologia prática a partir de literaturas. 
	Os questionários submetidos aos diferentes grupos de pessoas demonstraram que a questão da contaminação através de vestuários, mesmo com a utilização de EPIs e com as devidas medidas de segurança, é um agravante para a sociedade. Nesse sentido, a transformação de uma superfície convencional em uma superfície impermeável, com proteção extra bactericida e fungicida, contempla uma grande relevância para a preservação dos indivíduos, conforme atestado nos resultados alcançados. Além disso, nota-se que a questão eco-friendly se torna um meio executável, uma vez que os componentes utilizados são acessíveis, reutilizáveis e de acordo com os interesses e opiniões de grande parte dos questionados.
	Dada a importância do assunto, assume-se que o desenvolvimento de maneiras para a impermeabilização de superfícies têxteis, com atividade antimicrobiana e com caráter ambientalmente amigável, trata-se de uma alternativa que apresenta grande potencial de aplicação em diferentes segmentos, abrangendo desde as áreas técnicas, até à população em geral, com o propósito de fornecer proteção, integridade e cuidado aos seus usufruidores.
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAS, R. K.; ELSHARBASY, F. S.; FADLELMULA, A. A. Nutritional Values of Moringa oleifera, Total Protein, Amino Acid, Vitamins, Minerals, Carbohydrates, Total Fat and Crude Fiber, under the Semi-Arid Conditions of Sudan. Journal of Microbial & Biochemical Technolgy, v.10, n.2, p. 56-58, 2018.
ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019. São Paulo, 2019.
ALMEIDA, F. N. C. Estudo do processo de extração do óleo da semente de Moringa oleifera Lam. visando a produção de biodiesel. 2015. 137 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná.
ALPALA, A. P. A. Aplicación de un acabado antibacteriano e impermeabilizante en la ropa de trabajo para los agricultores de San Gabriel utilizando sulfato de cobre y microemulsión de silicona. 2016. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Engenharia - Ciências Aplicadas)

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